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Epidemiologia e Promoção de Saúde

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Disciplina: Fundamentos da Epidemiologia
Aula 8: Epidemiologia, prevenção de doenças e promoção de
saúde: planejamento estratégico de ações em saúde
Apresentação
Nesta aula, será abordada a relação entre o Complexo da Qualidade de Vida com a
mensuração da saúde.
Para "medir" a saúde da população, não se deve restringir apenas à avaliação dos
riscos de doenças ou de agravos, mas também usar estratégias que avaliem
positivamente os níveis de saúde em uma dada população. Dentro desse contexto, as
características principais de uma nova geração de indicadores da saúde serão
descritas.
Serão abordados também a elaboração dos Planos de Saúde estaduais e municipais a
aproximação entre a Epidemiologia e o planejamento. Dentro desse contexto, os três
objetivos principais do Sistema de Planejamento do SUS - PlanejaSUS - serão
descritos.
De uma forma geral, serão abordadas as características do planejamento de ações
em saúde e o papel da Epidemiologia na formulação (elaboração), acompanhamento
e avaliação de políticas, planos, programas e projetos em saúde destinados à
Prevenção de doenças e Promoção de Saúde.
Objetivos
Relacionar o Complexo da Qualidade de Vida com a mensuração da saúde;
Descrever as características principais da nova geração de indicadores da saúde;
Comparar os indicadores QALY e DALY;
“Medindo” a saúde
Conforme visto anteriormente, os componentes do complexo da qualidade de
vida, as características do instrumento de mensuração proposto pela
Organização Mundial da Saúde (WHOQOL) e os conceitos e aplicações dos
principais indicadores epidemiológicos (os índices básicos para a saúde no
Brasil) mostram, que para “medir” a saúde da população, não se deve
restringir apenas à avaliação dos riscos de doenças ou de agravos.
 Pai e filha. (Fonte: Evgeny Atamanenko / Shutterstock)
Na verdade, o ideal é o uso de duas estratégias distintas:
01
Métodos e tecnologias devem ser desenvolvidos e aplicados para abordar a
saúde enquanto inverso de morbidade, entendida como “volume global de
doença”.
02
Metodologias e tecnologias capazes de avaliar positivamente os níveis de
saúde em uma dada população devem ser aplicados.
Contagem de indivíduos
Na prática de produção de informação, a Epidemiologia utiliza um conjunto de
indicadores da saúde que, se baseiam na contagem de:
▶
DOENTES (indicadores de morbidade)
▶
FALECIDOS (indicadores de mortalidade)
A contagem de indivíduos sadios é uma estratégia alternativa que tem sido
realizada, mas está limitada a avaliações de inquéritos domiciliares locais ou
nacionais.
Atualmente, existe um amplo e variado conjunto de instrumentos
(questionários/escalas) desenvolvidos ou em desenvolvimento, com objetivo
de medir “indiretamente” a saúde.
Almeida Filho & Barreto (2011) destacaram uma característica interessante do
indicador “esperança de vida”, o qual aborda apenas os anos vividos, em
geral, sem considerar o estado ou o nível de saúde desses anos. Reforçando a
ideia de que viver uma longa vida não significa vivê-la com qualidade.
Nesse contexto, vale a pena relembrar a relevância e o impacto do significado,
apesar de subjetivo, de qualidade de vida que está relacionado a uma
sensação de bem-estar (satisfação, felicidade).
 Qualidade de vida. (Fonte: Suzanne Tucker / Shutterstock)
Dessa forma, o complexo da Qualidade de Vida reflete as condições de saúde
de uma população e envolve vários itens, destacando:
Alimentação e nutrição;
Habitação;
Saneamento e meio ambiente;
Educação;
Cultura;
Esporte e lazer;
Trabalho e renda;
Previdência e assistência social;
Transporte.
Além dos clássicos indicadores de morbidade e mortalidade, atualmente os
indicadores de saúde estão cada vez mais relacionados com a capacidade
física (habilidades, funcionalidade) e mental (competências, desempenho) e
com abordagens positivas referentes ao bem-estar e à qualidade de vida.
A saúde referida pelo próprio sujeito ou por terceiros tem sua expressão
representada pela palavra.
Na prática, as principais dimensões/domínios dos
instrumentos de mensuração da saúde individual
referem-se a variáveis comportamentais.
Alguns instrumentos de mensuração da saúde individual já foram adaptados
culturalmente para o Brasil. Conforme estudamos na aula 2, um exemplo é o
instrumento desenvolvido pela Organização Mundial de Saúde em um estudo
colaborativo multicêntrico, composto por 100 itens (WHOQOL-100) para
avaliação da qualidade de vida com uma perspectiva de comparabilidade
internacional.
Quality-Adjusted Life Years (QALY)
Um indicador positivo da saúde denominado Quality-Adjusted Life Years
(QALY), estimado a partir do cálculo acumulado (por área geográfica) dos
anos com qualidade de vida não vividos por motivo de doença, incapacidade
ou morte, foi desenvolvido por uma equipe de pesquisa em Economia da
Saúde da Universidade de York, Inglaterra.
Segundo Almeida Filho & Barreto (2011), o conceito de QALY relacionado à
“qualidade de vida ligada à saúde” propiciou um importante desenvolvimento
na mensuração da saúde, considerando as grandes possibilidades do seu
emprego para medidas positivas da saúde individual como capacidade vital e
qualidade de vida.
Em 1992, o Banco Mundial contratou uma equipe da Escola de Saúde Pública
da Universidade de Harvard, coordenada pelo economista Christopher Murray,
para viabilizar uma metodologia destinada a medir a “carga global de doença”
(GBD – Global Burden of Disease) das populações. Como pré-requisito
fundamental, estabeleceu-se que os componentes de morbidade e
mortalidade deveriam estar integrados em um mesmo indicador. Inspirado no
conceito do QALY, o novo indicador foi batizado de DALY (Disability-Adjusted
Life Years) e definido como uma medida “do tempo vivido com incapacidade e
do tempo perdido devido à mortalidade prematura”.
Fonte: ALMEIDA FILHO, N. O conceito de saúde: ponto-cego da epidemiologia.
Rev. Bras. Epidemiol. v. 3, 2000.
Epidemiologia e planejamento em
saúde
De uma forma geral, os indicadores da saúde devem ser capazes de
gerar dados epidemiológicos e estatísticas vitais que permitam
comparações internacionais e possibilitem o planejamento, a gestão, a
operação e a avaliação de políticas públicas, os sistemas e os serviços de
saúde.
O planejamento de ações em saúde e o papel da Epidemiologia na
formulação (elaboração), acompanhamento e avaliação de políticas,
planos, programas e projetos em saúde destinados à Prevenção de
doenças e Promoção de Saúde estão sendo muito investigados por
diversos pesquisadores.
A promoção da saúde está relacionada a medidas que não se dirigem a
doenças específicas, mas que visam aumentar a saúde e o bem estar dos
indivíduos e da coletividade.
A prevenção de doenças exige uma ação antecipada, baseada no
conhecimento da história natural da doença, para impedir que ocorra seu
estabelecimento. Há a necessidade do conhecimento epidemiológico para o
controle e redução do risco de doenças.
Comentário
Jairnilson Silva Paim e Eduardo Mota (2011) relataram que a partir do
final da década de 1990, os desafios da implantação do SUS no Brasil
motivaram a reflexão sobre as relações entre Epidemiologia e
Planejamento em Saúde.
TEIXEIRA (1999) enfatizou o grande dinamismo da produção científica no
Brasil e a contribuição da Epidemiologia ao desenvolvimento
teórico/metodológico do planejamento em saúde, destacando os seguintes
usos:
No processo de formulação de políticas;
Na definição de critérios para a repartição de recursos;
Na realização de diagnósticos e análises de situações de saúde;
Na elaboração de planos, programas e projetos;
Na organização de ações e serviços;
Na avaliação de sistemas, políticas, programas e serviços de saúde.
O planejamento e a gestão constituem um dos suportes
disciplinares da saúde coletiva, juntamente com a
epidemiologia e as ciências sociais e humanasem
saúde.
Segundo PAIM (2006) o saber planejador e o saber epidemiológico podem ser
considerados tecnologias não materiais aplicadas nos processos de trabalho
em saúde coletiva, especialmente no que se refere à organização, à gestão e
à avaliação.
Dessa forma, o planejamento pode ser considerado uma prática técnica e
social. A tecnologia adotada para o planejamento de ações em saúde expressa
relações sociais. O planejamento está condicionado às influências e
determinações que a estrutura da sociedade faz incidir sobre as ações de
saúde. Consequentemente, determinantes políticos, econômicos e ideológicos
modulam a extensão e a profundidade da utilização dessa tecnologia de
gestão em cada instituição, município, estado ou país.
O planejamento é um compromisso com a ação: planejar é pensar
antecipadamente a ação. Somente em um contexto histórico no qual se
buscou uma alternativa para a alocação de recursos sem subordinação aos
mecanismos de mercado é que o planejamento emerge como um processo
social.
1930 e 1945
A origem do planejamento no Brasil ocorreu entre 1930 e 1945, quando
se desenvolveu uma “política econômica nacionalista”.
1950
Na década de 1950, houve um avanço no planejamento com a criação
do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE) e com o
Programa de Metas do Governo Kubitschek.
1964
Os setores sociais apareceram no planejamento federal depois de 1964,
entretanto, apenas sofreram expansão uma década depois. O II Plano
Nacional de Desenvolvimento incluiu, entre outros setores sociais, a
educação, a ciência e tecnologia e a saúde.
É importante destacar que a identificação de problemas e necessidades bem
como dos meios para superá-los faz com que o planejamento mobilize e eleve
a consciência sanitária dos cidadãos e profissionais da saúde. Dentro desse
contexto, o planejamento em saúde ajuda a pensar a ação coletiva para que
organizações públicas de saúde possam agir melhor.
Leitura
Clique aqui <galeria/aula8/anexo/a08_09_01.pdf> e continue os
seus estudos sobre Epidemiologia e planejamento em saúde.
Papel da Epidemiologia
As ciências sociais e humanas, a filosofia e a arte são imprescindíveis na
avaliação das necessidades relacionadas às dimensões positivas da saúde, na
perspectiva da promoção da saúde.
 Luta da Epidemiologia contra doenças. (Fonte:
Lightspring / Shutterstock)
Dentro desse contexto, qual é o papel da Epidemiologia?
A explicitação de propósitos possibilitando aos trabalhadores, gestores e
população conhecerem e acompanharem o que precisa ser feito cria
condições favoráveis à participação e à interação em torno do
conhecimento sobre a situação de saúde, justificando, assim, o
planejamento.
O estabelecimento de compromissos sociais é essencial na ação visto que
sociedades democráticas, interessadas em elevar a consciência sanitária
da população e promover o exercício da cidadania, criam o ambiente
político e institucional necessário à prática de planejamento em saúde
que não se limita à produção de atos burocráticos. Nesse contexto, se
insere a Epidemiologia. Como a disciplina é voltada para a produção de
informações sobre a saúde da população, possui os mesmos
compromissos sociais do planejamento em ambientes institucionais
democráticos do sistema de saúde.
Com isso, a produção de conhecimento sobre a situação de saúde e a
orientação de ações para modificá-la no sentido de melhorar a qualidade
de vida da população são os interesses em comum da Epidemiologia e do
planejamento em saúde.O papel da Epidemiologia no planejamento de
saúde vem crescendo muito, principalmente pela necessidade de
informações que possam ser úteis para estabelecer prioridades na
organização e gestão dos serviços e na aplicação de metodologia
epidemiológica aos estudos de avaliação (TEIXEIRA, 1999 citado por
PAIM & MOTA, 2011).
Portanto, a Epidemiologia produz informações necessárias ao
planejamento e as ações de vigilância se integram ao conjunto de
serviços de saúde para a redução de riscos e da incidência de doenças e
óbitos.
Entretanto, o ambiente institucional em que a Epidemiologia pode
realizar sua contribuição aos serviços de saúde depende dos modelos de
gestão e de atenção à saúde, adotados para a modificação positiva da
situação de saúde da população. Assim, os desafios e os obstáculos para
a implantação do SUS, no Brasil, no âmbito da institucionalização do
planejamento em saúde são os mesmos enfrentados para a realização do
papel da Epidemiologia no planejamento.
Nesse contexto, vale destacar que antes da criação do SUS, a
aproximação entre a Epidemiologia e o planejamento limitava-se às
campanhas sanitárias e aos programas especiais de controle de doenças.
Leitura
Clique aqui <galeria/aula8/anexo/a08_10_01.pdf> e continue os
seus estudos sobre Epidemiologia e planejamento em saúde.
Momentos do processo de
planejamento de saúde
No processo de planejamento de saúde podem ser destacados quatro
momentos, que para fins didáticos podem ser visualizados e descritos de
forma separada, entretanto, são momentos simultâneos.
Aplicabilidade da Epidemiologia
A Publicação As causas sociais das iniquidades em saúde no Brasil” da
Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da Saúde
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/causas_sociais_iniquid
ades.pdf> (2008), explica a aplicabilidade da Epidemiologia no entendimento
do processo saúde-doença-cuidado para o estudo dos DSSs.
SCHRAIBER et al (1999) citados por PAIM & MOTA (2011) relataram que o
encontro progressivo entre os saberes e as práticas da Epidemiologia e do
planejamento favorece a construção de um projeto assistencial comum a
todos os agentes que compõem a equipe de trabalho.
Essa construção requer tolerância às adversidades, permeabilidade ao novo e
disposição para mudanças e críticas. Desse modo, é necessário que cada
profissional conheça o trabalho de cada componente da equipe de saúde.
Esta aproximação entre a Epidemiologia e o Planejamento tende a
transcender a dimensão técnica, ampliando o comprometimento com a prática
social.
Atividade
1. No exercício a seguir, você vai encontrar nas respostas
diversas aplicações da Epidemiologia. Identifique as principais
aplicações da Epidemiologia no planejamento em saúde:
 a) Nas campanhas de vacinação e na elaboração de planos, programas
e projetos e na contagem de indivíduos doentes.
 b) Na avaliação de sistemas, políticas, programas e serviços de saúde.
 c) Na definição de critérios para a repartição de recursos.
 d) Na organização de ações e serviços.
Próximos Passos
Epidemiologia e serviços de saúde;
Gestão em saúde;
Trabalho do gestor em saúde;
Características da gestão do Sistema Único de Saúde (SUS);
Pacto pela saúde;
Determinantes Sociais da Saúde e a gestão em saúde.
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