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A IMPORTÂNCIA DA ÉTICA NOS PROCEDMENTOS ESTÉTICOS (3)

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A IMPORTÂNCIA DA ÉTICA NOS PROCEDMENTOS ESTÉTICOS: REVISÃO 
DE LITERATURA 
Daniela dos Santos Sousa¹; Marlene Rosa de Oliveira²; Jordianne Thamires Rodrigues 
Bezerra³; Adryana Ryta Ribeiro Sousa4; Crisley Klinsmann Lima Oliveira5; Fabiola 
Viana da Silva Castro6 
 
 
RESUMO 
 
Palavras-chave: Profissionais estéticos; ética; beleza. 
 
1.0 INTRODUÇÃO 
Nos dias atuais, os valores e os saberes que atuam na construção da identidade 
e nos cuidados com a saúde são influenciados por parâmetros cada vez mais 
efêmeros e imprecisos. Os cuidados com o corpo e a manutenção da saúde são 
atravessados por sentidos e discursos que incorporam preocupações estéticas, 
com a beleza, a imagem e a forma física. Certamente, o desenvolvimento 
tecnológico na área estética implica a renovação das formas costumeiras de agir 
e decidir dos envolvidos. A discussão e a busca por parâmetros norteadores de 
atitudes eticamente adequadas no contexto atual têm-se dado de forma 
multidisciplinar dentro da sociedade plural fortalecendo a área da Bioética. 
Com tudo acontecendo simultaneamente temos que nos atentar as falsas 
verdades, a ideia da beleza perfeita que é vendida diariamente que seduz o ser 
humano e abre portas pra oportunistas, até que ponto um profissional estético 
usa sua ética a favor do bem-estar do cliente e não financeiro? A sociedade 
busca parâmetros inexistentes, busca a perfeição de uma beleza mutável, e essa 
busca tem sido alimentada pelo desejo desenfreado de ser e mostrar, em 
paralelo com esse crescimento temos mídias sociais e tecnologias, prometendo 
e vendendo sonhos, alimentando uma sociedade frágil, onde homens e mulheres 
preferem a facilidade e rapidez de um procedimento pra alcançar um resultado 
físico, do que pegar via mais saudáveis e demoradas. 
Mas afinal o que é ética? Como fazer com que os profissionais estéticos tenham 
ética? Bom de acordo com os gregos ética é o modo de ser, uma conduta de 
vida ou caráter e para alguns é apenas um conflito entre o que é feito e a decisão 
do que realmente é desenvolvido; Platão dizia que o homem justo é aquele no 
lugar correto, dando o melhor de si e desenvolvendo equivalente daquilo que 
recebe, ou seja, cooperando para a harmonia e respeitando a ordem 
(HAMMERSCHMIDT; BORGHI;LENARDT;2006). levando isso ao 
profissionalismo do esteta é exigido exercer seu trabalho de acordo com os 
preceitos da sua profissão. 
Portanto, nessa revisão de literatura vamos abordar o contexto da sociedade 
atualmente, desde o desejo de alcançar padrões de beleza que se modificam 
constantemente, como o comportamento ético dos profissionais da área, desde 
a sua formação como realização dos procedimentos e a divulgação dos mesmos. 
 
2.0 METODOLOGIA 
 
3.0 REFERENCIAL TEORICO 
3.1 A BIOÉTICA 
Bioética é um fenômeno instituído na cultura que se iniciou a partir da segunda 
metade do Século XX, tornando-se um evento cultural, pois se universalizou 
rapidamente fazendo com que filósofos, cientistas, religiosos, profissionais, 
enfim a sociedade como um todo, pudesse pensar ou repensar os valores 
humanos. Assim, emergiu como uma tentativa de resposta às mudanças nas 
esferas individual, coletiva e ambiental, ansiando por uma ética que 
ultrapassasse os códigos deontológicos e as meras relações morais de “boa 
convivência”, abrangendo os debates sobre as ciências da saúde e da vida, 
colocando em pauta o respeito, o cuidado, a proteção a todos os seres vivos – 
humanos ou não – e ao seu habitat natural. 
Inicialmente, na primeira metade do século XX, as tensões nas pesquisas 
científicas envolvendo seres humanos expuseram a necessidade de 
regulamentações éticas para condução dessas investigações e de reflexões 
sobre as questões morais emergentes com o advento do avanço tecnocientífico. 
Naquele momento, ainda não estavam estabelecidos os parâmetros éticos para 
a realização de pesquisas com seres humanos – sendo usual a utilização dos 
próprios pacientes como sujeitos das pesquisas – mesmo se reconhecendo a 
existência, desde 1900, de um primeiro regramento das pesquisas em humanos 
na Prússia, de acordo com o qual se considerava como obrigatório o 
consentimento dos participantes. Posteriormente, com o término da Segunda 
Guerra Mundial, foi elaborado um conjunto de 10 princípios norteadores da 
pesquisa envolvendo seres humanos – com ênfase no consentimento informado 
–, os quais foram denominados Código de Nuremberg, de 1949, que demarcou 
claramente a necessidade de que a atividade científica respeitasse os direitos 
dos seres humanos envolvidos na pesquisa. Conforme estes cenários, e vários 
outros experimentos que ocorreram envolvendo seres humanos, acabaram se 
tornando fatos iniciais para uma reflexão extremamente necessária dirigida aos 
conflitos morais descritos nas sociedades ali presentes. Como dito 
anteriormente, vários profissionais, filósofos, cientistas, religiosos, pensavam em 
uma forma de garantir os direitos humanos no que diz respeito à ciência e a 
tecnologia, uma vez que estas estavam em avanço em comparação com épocas 
anteriores e a sociedade então vigente. Foi então que se construiu uma neologia 
da palavra Bioética. 
Mas o afinal, o que é bioética? 
Segundo bibliografias existentes, esta palavra já vinha a ser utilizada por alguns 
autores desde o início do século XX, pelo que os poderemos considerar como 
os seus precursores. Mas o primeiro documento conhecido é de Fritz Jahr, que 
em 1927, publicou um artigo na revista alemã Kosmos, onde apresentava a 
Bioética como a emergência de obrigações éticas não apenas com o homem, 
mas com todos os seres vivos. Seguindo a linha do pensamento filosófico de 
Kant, propôs o Imperativo Bioético: “Respeita cada ser vivo em princípio como 
uma finalidade em si e trata-o como tal na medida do possível.” Também Albert 
Schweitzer refere à necessidade de repensar a ética, o que caracteriza a atual 
ciência bioética. Nas suas palavras, “uma ética que nos obrigue apenas a 
preocupar-nos com os homens e a sociedade não pode ter este significado. 
Somente aquela que é universal e nos obriga a cuidar de todos os seres nos põe 
de verdade em contato com o Universo e a vontade nele manifestada.” Ainda na 
linha dos precursores há um terceiro autor relevante para esta discussão, o 
Professor Aldo Leopold, em especial pela contribuição da sua obra Ética da 
Terra, editada em 1949. Ele alarga a definição de Jahr e diz-nos que “a ética da 
terra amplia as fronteiras da comunidade para incluir também o solo, a água, as 
plantas e os animais”, e que o problema com que nos defrontamos é a extensão 
da consciência social das pessoas para com a terra, de onde poderemos extrair 
um apelo ao respeito pelas gerações presentes e futuras, através do respeito 
pelos homens, pelos animais e pela conservação da natureza”. Daqui partiria a 
reflexão do médico oncologista norte-americano Van Ressenlaer Potter, 
preocupado com os avanços tecnológicos e com os efeitos que o meio ambiente 
exercia na saúde humana devido ao comportamento do homem. A sua 
esperança era de que o fim último do progresso tecnológico e científico fosse o 
homem e a sua qualidade de vida, tendo a Bioética como missão de 
consciencializar a humanidade para uma vida digna. Nos anos 1970-71 Potter 
cunha a palavra "bioethics", utilizando-a em dois escritos. Primeiramente, no 
artigo "Bioethics, science of survival", e posteriormente, na obra Bioethics: bridge 
to the future (1971) - dedicada a Aldo Leopold, renomado professor na 
Universidade de Wisconsin, que pioneiramente começou a discutir uma "ética da 
terra" em relação a esta temática. Potter também apresenta a bioética como uma 
ponte entre a ciênciabiológica e a ética, cuja função de “ponte”, é afirmada na 
introdução de Bioethics: bridge to the future: Se existem duas culturas que 
parecem incapazes de dialogar - as ciências e humanidades - e se isto se mostra 
como uma razão pela qual o futuro se apresenta duvidoso, então, possivelmente, 
poderíamos construir uma ponte para o futuro, construindo a bioética como uma 
ponte entre as duas culturas. As duas margens ligadas por esta ponte são os 
termos gregos bios (vida) e ethos (ética), sendo que bios representa o 
conhecimento biológico, a ciência dos sistemas vivos, e ethos o conhecimento 
dos valores humanos, em que almejava criar uma disciplina em que promovesse 
à dinâmica e a interação entre o ser humano e o meio ambiente. Além Guy 
Durant, Beauchamp e Childress, outro autor importante que deverá também 
fazer parte da gênese da Bioética é André Hellegers, médico obstetra que, 
poucos meses após a publicação da obra de Van Potter e ainda no ano de 1971, 
fundou o Instituto Universitário de Bioética, Joseph and Rose Kennedy Institute 
for the Study of Human Reproduction and Bioethics (Instituto Joseph e Rose 
Kennedy para o Estudo da Reprodução Humana e da Bioética), hoje conhecido 
apenas por Instituto Kennedy de Ética, no qual houve a incorporação oficial da 
palavra Bioética em dicionários e enciclopédias (temos como exemplo a primeira 
Enciclopédia de Bioética, do Professor Warren Reich, de 1978), em diversos 
ramos do ensino e numa linguagem profissional interdisciplinar, conceituando a 
bioética como o “estudo sistemático das dimensões morais, incluindo a visão, a 
decisão, a conduta e as normas das ciências da vida e da saúde”. Assim Potter 
apresenta uma notável preocupação e esforço em manter na Bioética as 
características fundamentais: abrangência, trans e interdisciplinar, plural, aberta 
a críticas e a novos conhecimentos; Bioética como movimento social, que ele 
redefiniria no final dos anos noventa para reabilitar as suas ideias originais como 
Bioética Profunda: “Bioética como nova ciência ética que combina humildade, 
responsabilidade e uma competência interdisciplinar, intercultural e que 
potencializa o senso de humanidade”. Destacam-se também, neste domínio, 
autores como o professor e diretor de Centro de Bioética da Universidade de 
Montreal, David Joy Roy – um dos primeiros a introduzir a preocupação com o 
progresso das tecnologias aplicadas à saúde ao conceito de Bioética, quando 
considerou a disciplina como o “estudo interdisciplinar do conjunto das condições 
exigidas para a administração responsável da vida e da pessoa humana frente 
ao avanço das tecnologias biomédicas”– e o professor Hugo Tristam Engelhardt 
Jr., em 1991, o qual introduziu uma característica fundamental ao conceito de 
Bioética, ao propor que a bioética funcione na lógica do pluralismo, ao exercer 
sua função como um instrumento para a negociação pacífica das instituições 
morais. De modo articulado a este conceito, pode-se também conceber a 
Bioética como a mais desenvolvida das éticas aplicadas ou como o estudo 
sistemático das dimensões e argumentos morais a favor e contra determinadas 
práticas humanas que interferem e afetam a qualidade de vida de todos os seres 
vivos e as condições ambientais do Planeta Terra. Atualmente se reconhece que 
a Bioética pode ser concebida de diferentes modos, não se atrelando apenas às 
questões do campo das ciências da saúde, mas, de forma mais abrangente, 
como uma especificação das implicações morais da humanidade. Portanto 
existem varias possibilidades de conceituar a Bioética em que as definições 
provavelmente são tantas quantas são os autores que se dispõem a conceituá-
la. 
 
 
 
3.2 BELEZA: PADRÃO DA SOCIEDADE E BIOÉTICA 
A sociedade contemporânea assiste deslumbrada à passagem dos "corpos 
perfeitos", que invadem progressivamente todos os espaços da vida moderna. A 
expectativa de corpo das pessoas em relação a esses padrões de beleza é o 
que provavelmente interliga uma variedade de fenômenos cada vez mais 
comuns, como a maior incidência de bulimia e anorexia, as malhações e as 
cirurgias plásticas estéticas. Dentre esses fenômenos, o crescimento da Cirurgia 
Plástica Estética merece destaque pelo impacto que as alterações corporais, 
propostas pela Medicina da Beleza, causam em relação à imagem corporal e, 
também, pela posição que a medicina ocupa na sociedade, de divulgadora de 
"verdades científicas”. (Paulo Poli Neto; Sandra N.C. Caponi. A medicalização 
da beleza. Interface (Botucatu) vol.11 no. 23 Botucatu Sept./Dec. 2007). Em um 
momento histórico de “empolgação” com o corpo e idade, a oferta tecnológica 
com oportunismo, se oferece para satisfazer os desejos da subjetividade e da 
valorização do prazer: no cultivo do corpo, nos avanços biotecnológicos que 
prometem a potencialização da vida corpórea. Assim, sendo sempre vulnerável, 
o ser humano está exposto a uma particular condição na sociedade 
contemporânea em relação aos valores envolvidos nas escolhas que se faz 
diante das opções que se têm sobre o corpo, onde podem afetar sua saúde e 
seu destino. (MARQUES, Clóvis Paes. A crise do corpo na sociedade 
contemporânea: uma reflexão à luz da filosofia e da bioética. Revista - Centro 
Universitário São Camilo - 2012; 6(4): 416-421) 
A “caixa” (corpo) e o que se vê dela (ou a partir dela) são determinados por 
valores e códigos de conduta impostos culturalmente; as ações, a pesquisa e a 
economia se rendem ao apelo materialista e estético da aparência. O corpo 
considerado mais belo é aquele que arrasta consigo uma imagem veiculada na 
mídia. Com oportunismo e aproveitando-se dessa fragmentação, interpõem-se 
a relação que a pessoa tem com o seu corpo e as promessas da sociedade: de 
beleza, de mudança, de aceitação e prestígio; medicamentos são 
comercializados, cirurgias plásticas corretivas são contratadas, sistemas e 
programas de estética e beleza – muitos com técnicas invasivas – são vendidos; 
o “outro” é quem diz o que se deve fazer para se sentir bem, para “melhorar”. O 
padrão estético vigente determina como o corpo deve “ser” e o que deve “ter”; a 
preocupação com a aparência física prevalece sobre as questões de saúde. 
Pode estar aí o paradoxo que caracteriza um dos dilemas éticos da sociedade 
contemporânea: o homem busca consolo para suas angústias nos modelos 
estéticos “de deuses”, mas possui um corpo domesticável e vulnerável, em que 
afastado de seus referenciais divinos, pode estar condenado a crônicas 
enfermidades físicas e metafísicas. Assim, tido como objeto de consumo, o corpo 
humano merece receber atenção para a compreensão de seus mecanismos de 
controle social de entender o comportamento, o tratamento, os significados e os 
valores que a questão “corpo” suscita, evitando o discurso fragmentário e parcial, 
típico da sociedade contemporânea, com uma visão que englobe todas as 
representações, repertórios ou sistemas simbólicos, para conferir contorno e 
sentido, tornando compreensíveis seus fenômenos. (MARQUES, Clóvis Paes. A 
crise do corpo na sociedade contemporânea: uma reflexão à luz da filosofia e da 
bioética. Revista - Centro Universitário São Camilo - 2012; 6(4): 416-421). 
A bioética, enquanto área de conhecimento se apresenta como lócus onde esse 
debate é possível, pois possui como características: o campo de atuação 
(ciências da vida, da saúde e do meio ambiente), a qualidade pluralista e 
participativa de todos os atores e agentes da sociedade, as interfaces (interação 
entre as áreas), o consequencialíssimo (opções de valores geram 
consequências), e requisitos, como: liberdade para fazer a opção de valores e o 
não preconceito - preconcepções de natureza não reflexivasobre valores. 
(MARQUES, Clóvis Paes. A crise do corpo na sociedade contemporânea: uma 
reflexão à luz da filosofia e da bioética. Revista - Centro Universitário São Camilo 
- 2012; 6(4): 416-421). 
E a prática médica do cirurgião plástico, por alterar as características físicas de 
seus pacientes, impõe que a relação entre eles seja profunda e humanizada, 
pois o que para alguns pode ser perfeito, para outros pode representar grande 
insatisfação. Por isso o profissional precisa empenhar-se na aquisição de 
conhecimento técnico e na busca de inovações científicas, sem descuidar do 
respeito ao paciente e dos demais aspectos intersubjetivos que pautam a boa 
relação; só assim poderá desempenhar sua função com humildade e para o bem 
ao próximo. Entre as proposições definidas pela bioética principialista, destaca-
se o princípio da autonomia, também conhecido como princípio do respeito à 
pessoa. Tal preceito reporta à necessidade de informar o paciente – com clareza 
e precisão – sobre todos os procedimentos aos quais será submetido, bem como 
à ausência de qualquer pressão com o intuito de obter sua aceitação ou recusa 
do tratamento proposto. Para a teoria principialista, de Tom Beauchamp e James 
Childress, em “Princípios de ética biomédica”, é fundamental manter esses 
parâmetros, a fim de que a pessoa possa manifestar seu consentimento (ou não) 
em submeter-se a qualquer ato médico. Pode-se considerar esse princípio como 
regra moral, apoiada por muitos códigos deontológicos profissionais, que abrem 
raríssimas exceções ao postulado da autonomia, mormente em casos de risco 
de morte iminente. Portanto, os princípios de beneficência, não maleficência, 
autonomia e justiça propugnada pela bioética principialista devem ser praticados 
cotidianamente, de modo que nem o paciente nem o próprio médico sejam 
submetidos a situações antiéticas e prejudiciais. O médico tem o dever de fazer 
o bem ao paciente, sem prejudicá-lo; sua conduta deve pautar-se pela ética, ser 
adequada e justa, traduzindo-se na prestação de informações corretas, precisas 
e elucidativas a seus pacientes, a fim de que desfrute de liberdade, e autonomia 
para tomar decisões. Em contrapartida, o médico tem seus direitos, inclusive o 
de recusar procedimentos clínicos ou cirúrgicos que vão de encontro a seus 
valores, conhecimentos e experiência; ou seja, o direito de negar-se a praticar 
intervenções que considere antiéticas que podem mais prejudicar do que 
beneficiar o paciente (GRACINDO, Giselle C. Lettieri. A moralidade das 
intervenções cirúrgicas com fins estéticos de acordo com a bioética principialista. 
Rev. bioét. (Impr.). 2015; 23 (3): 524-3). 
 
 
3.3 INTERVENÇÕES ESTETICAS

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