Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

ELABORAÇÃO DE ROTEIROS 
TURÍSTICOS 
AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Daniella Pereira Barbo 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Olá! Como vai o seu processo de aprendizado? Nesta vamos voltar o 
nosso olhar para o processo de elaboração de roteiros no âmbito da esfera 
pública. Vamos buscar entender qual é o papel das estâncias governamentais 
nesse processo e qual é o caminho histórico percorrido até aqui para que a 
roteirização pudesse ser implantada e gerasse impacto positivo nas 
comunidades envolvidas no processo. Ao final desta aula, esperamos que você 
tenha entendido o processo de construção da estratégia de roteirização e a 
importância dela para a diversificação dos produtos turísticos brasileiros. 
Tenha uma ótima aula! 
CONTEXTUALIZANDO 
Você já pensou em seguir carreira pública e trabalhar em prol do 
desenvolvimento turístico do nosso país? Se você tem esse desejo, esta aula 
será bastante útil, uma vez que vamos ter a chance de conhecer instrumentos 
de governança fundamentais para a organização e o desenvolvimento do 
turismo em território nacional. 
Vamos partir do princípio que diz que não pagamos nada para sonhar, 
não é? Imagine que você foi convidado para ser gerente de projetos no órgão 
público responsável pelo turismo no seu estado de origem. Isso mesmo, a partir 
de hoje, você é o cara ou a mulher responsável por coordenar os projetos 
turísticos do seu estado. Você saberia o que fazer? Qual seria o seu projeto 
prioritário? 
Para facilitar a sua missão como gerente de projetos turísticos, vamos dar 
aquela mãozinha na escolha das prioridades. Como, professora? Apresentando 
como funciona a estratégia de roteirização! A partir de então você poderá pensar 
em um novo roteiro para o seu estado ou em um projeto para melhorar um roteiro 
institucional que já existe. E aí, gostou da ideia? Mãos à obra! 
TEMA 1 – ROTEIRIZAÇÃO TURÍSTICA 
A roteirização turística está diretamente ligada à oferta turística de uma 
região. Segundo o Ministério do Turismo (MTur, 2007), o processo de 
roteirização tem início a partir da identificação e da potencialização dos atrativos 
 
 
3 
de uma região, de modo que a oferta turística se torne mais rentável e 
comercialmente viável. 
A oferta turística se torna mais rentável quando a sua organização é capaz 
de gerar mais empregos, postos de trabalho e circulação de dinheiro, e 
comercialmente viável quando as condições para se desenvolver o turismo em 
determinadas localidades são levadas em consideração, sendo o potencial dos 
atrativos turísticos aproveitados a partir do planejamento da atividade turística, 
gerando desenvolvimento econômico para a região. 
A roteirização confere realidade turística aos atrativos que estão 
dispersos através de sua integração e organização (MTur, 2007). Esta tem como 
objetivo contribuir para a diversificação da oferta turística, uma vez que auxilia o 
processo de identificação, elaboração e consolidação de novos roteiros 
turísticos, bem como aponta a necessidade de aumento dos investimentos em 
projetos já existentes, seja na melhoria da estrutura atual, seja na qualificação 
dos serviços turísticos oferecidos. 
Sendo assim, o processo de roteirização pode contribuir para o aumento 
do número de turistas que visitam uma região e do seu prazo médio de 
permanência nos destinos, estimulando a circulação da riqueza ali gerada (MTur, 
2007). 
Para alcançar o objetivo proposto, a construção de parcerias deve ser 
prioridade no processo de roteirização turística. As parcerias são importantes 
para aumentar as oportunidades de negócios nas regiões turísticas, podem ser 
estabelecidas nos níveis municipal, regional, estadual, nacional e internacional. 
1.1 Objetivos gerais, específicos e resultados esperados da roteirização 
turística 
Objetivos gerais: estruturar, ordenar, qualificar e ampliar a oferta de 
roteiros turísticos de forma integrada e organizada. 
Objetivos específicos: Fortalecer a identidade regional; incentivar o 
empreendedorismo; estimular a criação de novos negócios e a expansão dos 
que já existem; ampliar e qualificar serviços e equipamentos turísticos; facilitar o 
acesso das pequenas e microempresas do mercado turístico, regional, estadual, 
nacional e internacional; consolidar e agregar valor aos produtos turísticos; 
identificar e apoiar a organização de segmentos turísticos e promover o 
desenvolvimento regional. 
 
 
4 
Figura 1 – Roteirização turística 
 
Fonte: Adaptado de Ministério do Turismo, 2007. 
Resultados esperados: fortalecimento da identidade regional; aumento 
da visitação, da permanência e do gasto médio do turista; desfrute de 
experiências genuínas por parte dos turistas; atuação de pequenas e 
microempresas no mercado turístico; criação e ampliação de postos de trabalho; 
aumento de geração de renda e melhoria na sua distribuição; favorecimento da 
inclusão social e redução das desigualdades regionais e sociais; inclusão de 
municípios nas regiões e roteiros turísticos; consolidação de uma estratégia de 
desenvolvimento regional; consolidação de roteiros turísticos mais competitivos; 
ampliação e diversificação da oferta turística. 
TEMA 2 – POLÍTICAS DE ROTEIRIZAÇÃO 
Para entendermos como a roteirização turística funciona na prática, é 
importante conhecermos as políticas públicas que deram origem a esse 
processo de roteirização. As primeiras políticas públicas voltadas ao turismo 
no Brasil foram desenvolvidas tendo como foco os municípios. 
Stefani (2014) lembra que o município é a base da cadeia produtiva do 
turismo, no sentido de que as atividades econômicas acontecem dentro desse 
território e geram divisas para ele a partir de impostos. Portanto, desde o início, 
políticas públicas foram pensadas para os municípios com o objetivo de atender 
às necessidades dos mercados locais, dos turistas e das comunidades 
residentes, utilizando-se recursos naturais e culturais sem comprometer o 
usufruto dos moradores locais ao longo das gerações futuras, ou seja, 
promovendo a sustentabilidade dessas localidades. 
 
 
5 
O primeiro passo nessa tarefa de planejar o turismo nos municípios foi 
dado em 1994, com o lançamento do Programa Nacional de Municipalização do 
Turismo (PNMT), realizado na época pelo Ministério da Indústria, do Comércio e 
do Turismo, sob a coordenação do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur). 
Stefani (2014, citado por MTur, 2003) lembra que, naquela época, a Embratur 
ainda tinha a função de promover o desenvolvimento, a normatização e a 
regulamentação da atividade turística em território nacional. Foi somente a partir 
de 2003 que o instituto passou a ser uma autarquia responsável pela promoção, 
divulgação e apoio à comercialização dos produtos, serviços e destinos turísticos 
do Brasil no mercado internacional. 
Segundo Bezerra (2003), o PNMT surgiu tendo como principal meta a 
realização do planejamento de ações em conjunto com a comunidade, bem 
como a priorização e o acompanhamento de atividades econômicas, ambientais, 
políticas, sociais e culturais do município em que havia atividade turística em 
desenvolvimento. 
Antes da implementação do Ministério do Turismo (MTur), em 2003, as 
políticas públicas voltadas para o desenvolvimento da atividade turística no país 
aconteciam por meio de iniciativas isoladas. A criação do MTur é um marco no 
desenvolvimento do turismo no Brasil, pois levou a integração de ações 
institucionalizadas em prol do turismo, que aconteciam independentes umas das 
outras, e permitiu a construção de uma política pública oficial única a favor do 
desenvolvimento do setor de turismo como um todo.Em abril daquele ano, o 
MTur lançou o Plano Nacional de Turismo (PNT), com diretrizes para o período 
de 2003 a 2007. 
Desde o lançamento da sua primeira versão, o PNT vem sendo o nosso 
principal instrumento de política pública, tendo como premissa a gestão 
descentralizada do turismo. Segundo Stefani (2014), para o seu cumprimento, 
as unidades da Federação, por meio dos seus respectivos órgãos estaduais 
responsáveis pela atividade turística, devem traçar projetos de acordo com cada 
realidade e com os recursos disponíveis. 
Em 2018, o PNT ganhou a sua quarta versão. De tempos em tempos, o 
MTur lança um documento atualizado com as diretrizes e estratégias para a 
implementação da Política Nacional de Turismo. Segundo o MTur (2018), o 
objetivo principal do PNT 2018-2022 é ordenar as ações do setor público, 
 
 
6 
orientando o esforço do Estado e a utilização dos recursos públicos para o 
desenvolvimento do turismo. 
É importante observar que, a cada atualização, o documento do PNT 
incorpora termos distintos, sua estrutura se modifica, porém, é possível traçar 
um quadro comparativo para avaliar o progresso das iniciativas propostas. Em 
suas primeiras versões, o PNT era composto por macroprogramas. Na versão 
2013-2016, os macroprogramas foram substituídos por ações. Já na versão 
mais atual do documento, o PNT 2018-2022 fala em linhas de atuação. 
Quadro 1 – Evolução Plano Nacional de Turismo 
Plano Nacional de Turismo 
Macroprogramas Ações Linhas de atuação 
2003-2007 2007-2010 2013-2016 2018-2022 
1. Gestão das relações 
institucionais 
1. Planejamento e 
gestão 
1. Conhecer o turista, o 
mercado e o território 
1. Ordenamento, 
gestão e 
monitoramento 
2. Fomento 2. Informação e 
estudos turísticos 
2. Estruturar os destinos 
turísticos 
2. Estruturação do 
turismo brasileiro 
3. Infraestrutura 3. Logística e 
transportes 
3. Fomentar, regular e 
qualificar os serviços 
turísticos. 
3. Formalização e 
qualificação no 
turismo 
4. Estruturação e 
diversificação da oferta 
turística 
4. Regionalização do 
Turismo 
4. Promover os produtos 
turísticos 
4. Incentivo ao 
turismo 
responsável 
5. Qualidade do produto 
turístico 
5. Fomento à iniciativa 
privada 
5. Estimular o 
desenvolvimento 
sustentável da atividade 
turística 
5. Marketing e 
apoio à 
comercialização 
6. Promoção e apoio à 
comercialização 
6. Infraestrutura 
pública 
6. Fortalecer a gestão 
descentralizada, as 
parcerias e a 
participação social 
 
7. Informações turísticas 7. Qualificação dos 
equipamentos 
turísticos e serviços 
turísticos 
7. Promover a melhoria 
de ambiente jurídico 
favorável. 
 
 8. Promoção e apoio à 
comercialização. 
 
Fonte: Adaptado de PNT, 2019. 
Saiba mais 
Para conhecer o Plano Nacional de Turismo 2018-2022 na íntegra, basta 
acessar: <http://www.turismo.gov.br/2015-03-09-13-54-27.html>. Acesso em: 15 
out. 2019. 
Você deve estar se perguntando: “qual é a relação do PNT com o 
processo de roteirização?”. Muito bem, se essa dúvida passou pela sua 
cabeça, saiba que esse é um questionamento importante. Olhe novamente o 
 
 
7 
Quadro 1. Observe que o embrião do processo de roteirização foi o 
Macroprograma 4 do PNT 2003-2007, que se refere à diversificação e à 
ampliação da oferta turística. A partir das diretrizes desse macroprograma, foi 
lançado, em abril de 2004, o Programa de Regionalização do Turismo – 
Roteiros do Brasil (PRT). 
No próximo tema vamos ver como funciona o PRT em detalhes e qual é 
a sua contribuição para o desenvolvimento do turismo brasileiro desde então. É 
importante ressaltar aqui que o PRT é um avanço do PNMT, citado 
anteriormente, na medida em que prevê a parceria, a cooperação e o 
fortalecimento das relações entre municípios na composição de regiões 
turísticas. Stefani (2014) afirma que o PNMT se desenvolveu e ampliou seus 
objetivos por meio do PRT, que defende a região e não mais apenas o município 
como importante destino competitivo na atividade turística. 
A roteirização turística foi a estratégia utilizada a partir do PRT para 
organizar e integrar a oferta turística do país, com produtos rentáveis e viáveis 
comercialmente. Segundo Stefani (2014), a roteirização é voltada para a 
construção de parcerias e para o adensamento de negócios, além do resgate da 
preservação dos valores socioculturais e ambientais da região. 
2.1 Competências e responsabilidades 
Bem, já que fizemos a contextualização histórica da evolução das políticas 
públicas voltadas para o turismo, agora vamos reforças o que é papel de quem, 
ou seja, qual é a responsabilidade de cada ator envolvido no processo de 
roteirização turística. 
Saber as competências e responsabilidades de cada um dos atores 
envolvidos, principalmente das instâncias de governança, é fundamental no 
processo de planejamento da atividade turística. 
 
 
 
8 
Quadro 2 – Competências e responsabilidades no processo de roteirização 
Atores envolvidos/ 
Competências 
Responsabilidades 
Ao Ministério do 
Turismo, com o apoio do 
Conselho Nacional de 
Turismo e, 
especificamente, da 
Câmara Temática de 
Regionalização, compete: 
• elaborar e disponibilizar material didático e orientações para a 
elaboração de roteiros turísticos; 
• articular, junto às diversas instituições governamentais e não 
governamentais, ações e programas convergentes, em âmbito 
federal; 
• prestar apoio técnico e financeiro às UFs no processo de 
roteirização, conforme disponibilidade; 
• induzir e apoiar o processo de roteirização junto às UFs; 
• apoiar a promoção, divulgação e comercialização dos roteiros 
turísticos; 
• definir parâmetros de qualidade dos serviços turísticos. 
Aos Órgãos Estaduais 
de Turismo, com o apoio 
do Fórum Estadual de 
Turismo, compete: 
• divulgar orientações e disponibilizar material didático para a 
elaboração de roteiros turísticos, feitos pelo Ministério do 
Turismo; 
• articular, junto às diversas instituições governamentais e não 
governamentais, ações e programas convergentes, em âmbito 
estadual; 
• monitorar e avaliar o processo de roteirização, com base nos 
modelos de indicadores disponibilizados pelo Ministério do 
Turismo; 
• induzir e apoiar o processo de roteirização nas regiões 
turísticas do Estado; 
• apoiar a promoção, divulgação e comercialização dos roteiros 
turísticos. 
À Instância de 
Governança Regional, 
com o apoio do colegiado 
local, compete: 
• promover a integração e mobilização dos agentes; 
• monitorar e avaliar os roteiros turísticos; 
• oferecer apoio técnico ao processo de roteirização, conforme 
disponibilidade; 
• induzir e apoiar o processo de roteirização na região turística. 
Ao Órgão Municipal de 
Turismo, compete: 
• mobilizar e integrar os agentes locais para a participação no 
processo; 
• oferecer apoio técnico e financeiro, conforme disponibilidade; 
• levantar e disponibilizar informações atualizadas sobre o 
município; 
• dotar e zelar pela infraestrutura turística e de apoio ao turismo 
do município; 
• regular e ordenar a atividade turística, em âmbito municipal. 
Aos Parceiros, compete: • capacitar empresários de micro e pequenos 
empreendimentos turísticos; 
• contribuir para a inovação e adequação tecnológica dos 
produtos turísticos, promovendo a captação de 
investimentos; 
• estimular a criação e consolidação de novos roteiros 
turísticos; 
• fomentar ações para a promoção da cultura; 
• apoiar a elaboração e promoção de roteiros; 
• desenvolver programas de qualificação e valorização de 
produtos e serviços ligados à cadeia produtiva do turismo; 
• qualificar a oferta turística, ajustando-a às exigências da 
demanda. 
À IniciativaPrivada, 
compete: 
• criar redes de ações com empresários do setor e do poder 
público; 
• elaborar e gerenciar os roteiros; 
• promover e comercializar os roteiros turísticos; 
• qualificar seus produtos e serviços. 
Fonte: Adaptado de Ministério do Turismo, 2007. 
 
 
9 
TEMA 3 – POLÍTICAS DE REGIONALIZAÇÃO DO TURISMO 
O Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil (PRT) 
é uma política pública estratégica para a execução da Política Nacional de 
Turismo. Lançado em abril de 2004, passou por uma avaliação participativa em 
âmbito nacional, o que possibilitou sua reformulação. Em 2013, suas novas 
diretrizes foram instituídas pela Portaria MTur n. 105, de 16 de maio de 2013. 
Segundo o Ministério do Turismo (2013), o PRT é um programa 
estruturante, que trabalha a convergência e a interação de todas as ações 
desempenhadas pelo MTur com estados e municípios brasileiros. Seu objetivo 
principal é o de apoiar a estruturação dos destinos, a gestão e a promoção do 
turismo no país, a partir de oito eixos estruturantes com vistas à promoção do 
desenvolvimento regional. 
Figura 2 – Eixos do Programa de Regionalização do Turismo 
 
Fonte: Adaptado de Ministério do Turismo, 2017. 
O programa foi desenhado para promover a integração e cooperação 
intersetorial, de modo que haja sinergia entre os atores envolvidos no 
desenvolvimento da atividade turística nas diversas regiões. O trabalho coletivo 
resulta em benefícios para os municípios envolvidos e para a consolidação do 
turismo como uma atividade capaz de gerar empregos e renda, diminuindo as 
desigualdades regionais e promovendo a inclusão social (MTur, 2017). 
Dentro do PRT, foi desenvolvido um instrumento para orientar a atuação 
do Ministério do Turismo no desenvolvimento das políticas públicas, o Mapa do 
Turismo Brasileiro, lançado em dezembro de 2013. Segundo o MTur (2017), o 
 
 
10 
mapa define a área – o recorte territorial – que deve ser trabalhada 
prioritariamente pelo Ministério. O mapa é atualizado bienalmente, e sua última 
versão, de 2017, conta com 3.285 municípios, divididos em 328 regiões 
turísticas. 
Os municípios que compõem o mapa foram indicados pelos órgãos 
estaduais de turismo em conjunto com as instâncias de governança regional, a 
partir de critérios construídos em conjunto com o Ministério do Turismo (MTur, 
2017). 
Saiba mais 
Para facilitar o acesso ao mapa e aos municípios por ele contemplados, o 
Ministério do Turismo investiu numa plataforma online. Vale a pena dar uma 
olhada. Acesse aqui: <http://www.mapa.turismo.gov.br/mapa/init.html#/home>. 
 Acesse o link e conheça a categorização dos municípios das regiões 
turísticas do mapa do turismo brasileiro apresentado em 2018. 
<http://www.regionalizacao.turismo.gov.br/images/pdf/RelatorioCategorizacao_
2018.pdf>. 
Assista à animação e entenda como o Mapa do Turismo Brasileiro é 
construído: <https://www.youtube.com/watch?v=JuSBs71BbBw>. 
TEMA 4 – ROTEIROS INSTITUCIONAIS 
Ao estudarmos os componentes de um roteiro turístico anteriormente, 
vimos que as etapas de precificação, promoção e comercialização de produtos 
turísticos são feitas pela iniciativa privada, ou seja, pelas operadoras e agências 
de viagens. No entanto, os órgãos governamentais podem divulgar roteiros com 
o intuito de promover a localidade (Stefani, 2014). Quando isso acontece, 
somente algumas partes da roteirização são executadas e há a inclusão somente 
de atrativos turísticos ou atividades no roteiro. Sendo assim, os equipamentos e 
serviços necessários para a operacionalização e prática não são levados em 
consideração. 
Os municípios e estados podem buscar recursos junto ao Governo 
Federal para implantar roteiros turísticos em seus territórios, lembrando mais 
uma vez que, nesse caso, o processo de elaboração do roteiro terá como foco a 
criação ou agrupamento de atrativos turísticos para atrair a visitação de turistas. 
A gestão desses atrativos pode ser executada pela administração pública ou 
 
 
11 
concedida à iniciativa privada, porém, a comercialização desses roteiros ou 
produtos deles derivados só poderá ser feita pela iniciativa privada. 
A melhor forma de entender isso é olhando como tudo funciona na prática. 
Em meados de 2018, o Governo do Estado de Goiás inaugurou o Caminho de 
Cora Coralina, um roteiro destinado aos amantes de trilhas, contato com a 
natureza, aventura, história e cultura. O roteiro começa na cidade de Corumbá e 
se estende por 300 quilômetros até a antiga capital do estado, a Cidade de 
Goiás, terra da poetiza Cora Coralina. A trilha cruza oito cidades goianas, 
incluindo Pirenópolis, Jaraguá, Itaguari e Itaberaí. Ao longo do trajeto, existem 
áreas de descanso e pontos de apoio, em que os visitantes encontram textos de 
Cora Coralina e de poetas das cidades visitadas, o que completa a integração 
do roteiro com foco na poesia, na paisagem natural e na culinária goiana. 
O Caminho de Cora Coralina é um exemplo de roteiro institucional, uma 
vez que sua concepção e todo o trabalho técnico necessário para que o projeto 
saísse do papel foi de responsabilidade da Goiás Turismo, o órgão estadual que 
responde pelo turismo no Estado. O Caminho de Cora Coralina é divulgado pelo 
Estado de Goiás como uma opção de atividade a ser feita em Goiás, mas o 
Governo não comercializa esse produto. Porém, há empresas que oferecem 
produtos turísticos relacionados ao Caminho de Cora. O roteiro pode ser 
percorrido a pé, a cavalo, de bicicleta ou motocicleta. Tendo em vista o potencial 
turístico do roteiro, empresas oferecem passeios a cavalo ou guiamento para 
quem deseja percorrer a trilha, por exemplo. Portanto, são essas empresas que 
comercializam o roteiro como parte integrante de outro serviço turístico. 
 
 
 
12 
Figura 3 – Mapa Caminho de Cora Coralina 
 
Fonte: Goiás Turismo, 2018. 
Saiba mais 
O Caminho de Cora Coralina foi inspirado no famoso Caminho de 
Santiago de Compostela. O trajeto foi desenhado com base em relatos de 
viagens realizadas em território goiano desde o Século 18. Confira a matéria do 
Correio Brasiliense sobre a inauguração do roteiro e saiba mais detalhes sobre 
ele em: <https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2018/04/13/i
nterna_cidadesdf,673307/caminho-de-cora-coralina-deve-ser-inaugurado-na-
proxima-sexta-feira.shtml>. Acesso em: 15 out. 2019. 
TEMA 5 – PLANEJAMENTO TURÍSTICO PARTICIPATIVO 
O planejamento participativo tornou-se peça-chave na validação de 
muitos projetos em diferentes áreas. Na atualidade, a participação dos atores 
envolvidos tem sido requisitada pela comunidade acadêmica e por algumas 
iniciativas governamentais, com o objetivo de inseri-los nas discussões e 
debates em torno de questões fundamentais para a melhoria da qualidade de 
vida local (Richter et al., 2016). No turismo, a participação de agentes da 
 
 
13 
comunidade local é muito importante, uma vez que os benefícios e os impactos 
da atividade turística afetam diretamente a rotina da comunidade receptora. 
No que tange ao processo de roteirização turística, o MTur (2007) afirma 
que ele já tem um caráter participativo e, por isso, deve estimular a integração e 
o compromisso de todos os protagonistas envolvidos, não deixando de 
desempenhar seu papel de instrumento de inclusão social, resgate e 
preservação dos valores culturais e ambientais existentes. 
O planejamento turístico participativo é um componente importante para 
o desenvolvimento de um turismo sustentável, que tem como princípio o 
envolvimento da comunidade, no qual os próprios moradores são os informantes 
ideais acerca de suas condicionantes, indicando o que é melhorpara o 
desenvolvimento local (Richter et al., 2016). 
Ainda segundo Richter et al. (2016), a comunidade local deve participar 
das decisões a serem tomadas como forma de garantir a integridade e a inclusão 
social. Devem ser levadas em conta as características de cada localidade, a fim 
de que se possa destacar suas principais qualidades e torná-la um atrativo a ser 
desenvolvido pelo turismo de forma organizada. 
Negligenciar a opinião e o posicionamento da comunidade local na 
implantação de um roteiro ou de qualquer outro empreendimento turístico que 
poderá gerar um forte impacto naquela comunidade pode gerar conflitos e tornar 
a relação com os moradores delicada. É importante que o profissional do turismo 
tenha sempre em mente a importância do planejamento participativo e encontre 
mecanismos que de fato levem em consideração as demandas da comunidade 
receptora. 
TROCANDO IDEIAS 
No trocando ideias de hoje, vamos analisar um caso real de como se dá 
a relação roteirização turística e o planejamento participativo, por meio da leitura 
do artigo acadêmico “Turismo comunitário e inclusão social: análise do roteiro 
turístico de base comunitária do Projeto Boas Práticas na Serra do Brigadeiro – 
MG/Brasil”. 
O artigo apresenta um roteiro elaborado envolvendo o núcleo de turismo 
de base comunitária do Boné, que é parte integrante do Projeto Boas Práticas 
no Território da Serra do Brigadeiro, em Minas Gerais. Segundo os autores, o 
 
 
14 
objetivo do trabalho foi sistematizar as ações operacionalizadas para a 
formatação de roteiros desse segmento turístico que o referido projeto utilizou. 
Durante a leitura, procure identificar como foi o desenvolvimento do roteiro 
proposto e como se dá a relação dos visitantes com a comunidade local que os 
recebem. Encontre o texto na íntegra aqui: 
<http://www.each.usp.br/turismo/publicacoesdeturismo/ref.php?id=24930>. 
NA PRÁTICA 
Em maio de 2019, o Ministério do Turismo, em parceria com a Embratur 
e o Sebrae, lançou o Programa Investe Turismo. O objetivo do programa é 
acelerar o desenvolvimento, aumentar a qualidade e a competitividade em 30 
Rotas Turísticas Estratégicas do Brasil, com foco na geração de empregos. 
O investimento inicial será de R$ 200 milhões. 
Segundo o Ministério do Turismo (2019), as rotas turísticas selecionadas 
receberão ações organizadas em quatro linhas de trabalho que vão desde o 
fortalecimento da governança, por meio de uma agenda estratégica entre setor 
público e privado; melhoria dos serviços e atrativos turísticos, com foco especial 
nas micro e pequenas empresas; marketing e apoio à comercialização, por meio 
de campanhas, produção de inteligência mercadológica e participação em 
eventos estratégicos; até a atração de investimentos e o apoio ao acesso a linhas 
de crédito e fontes de financiamento. Os projetos visam ao aumento da qualidade 
da oferta turística nas rotas selecionadas em todas as regiões brasileiras. 
A sua missão, neste encontro, é acessar a Cartilha do Programa Investe 
Turismo, analisar o documento e montar um quadro, similar ao que 
apresentamos no Tema 2 da presente aula, destacando os 4 eixos estratégicos 
apresentados no programa e quais são as principais ações propostas dentro de 
cada um desses eixos prioritários. Acesse a cartilha aqui: 
<http://www.turismo.gov.br/images/Investe%20Turismo/mtur-cartilha-investe-
turismo.pdf>. 
FINALIZANDO 
Nesta aula, para entender o processo de roteirização turística e como ele 
se aplica na prática, foi preciso fazer um apanhado das políticas públicas 
destinadas ao turismo desde a década de 1990 para identificarmos em que 
 
 
15 
momento e onde nasce o conceito de roteirização, a evolução do processo ao 
longo dos anos, além de como ele vem contribuindo para o desenvolvimento 
turístico dos destinos. Abaixo, deixamos uma cronologia com as principais ações 
relacionadas às políticas públicas voltadas ao turismo que estudamos ao longo 
da aula. 
Figura 4 – Histórico das principais políticas públicas voltadas ao turismo no Brasil 
 
 
Esperamos que, ao final desta aula, você tenha em mente qual é o papel 
de cada um dos atores envolvidos no processo de roteirização e consigam 
pensar, de forma estratégica, como a roteirização pode contribuir para o 
desenvolvimento do turismo na sua região. Lembra-se da missão dada no início 
da aula, para que você se colocasse no lugar de um gerente de projetos 
turísticos. A tarefa, agora, ficou muito mais simples, não é? Esperamos que o 
conteúdo da aula tenha contribuído para que você se imagine como gestor 
público e seja capaz de assumir essa posição caso tenha a oportunidade. O 
futuro do turismo no Brasil depende de gestores qualificados, que entendam a 
dinâmica da atividade turística, que sejam criativos e estejam dispostos a fazer 
a diferença no setor. 
 
 
16 
REFERÊNCIAS 
BEZERRA, D. Programa Nacional de Municipalização do Turismo: análise de 
uma política pública em desenvolvimento. In: BAHL, M. Turismo: enfoques 
teóricos e práticos. São Paulo: Roca, 2003. 
MINISTÉRIO DO TURISMO. Mapa do turismo brasileiro. Brasília: Ministério 
do Turismo, 2017. 
MINISTÉRIO DO TURISMO. Secretaria Nacional de Políticas de Turismo. 
Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico. 
Coordenação Geral de Regionalização. Programa de Regionalização do 
Turismo – Roteiros do Brasil. Módulo Operacional 7: roteirização turística. 
Brasília: Ministério do Turismo, 2007. 
RICHTER, M. et al. Elaboração de roteiros: volume único. Rio de Janeiro: 
Fundação Cecierj, 2016. 
STEFANI, C. de. Elaboração de roteiros turísticos: do planejamento a 
precificação. Curitiba: InterSaberes, 2014.

Mais conteúdos dessa disciplina