25 pág.
![TRABALHO COMPLETO [2305843009216571236]](https://files.passeidireto.com/Thumbnail/db877129-dddb-448d-b4d2-3f62dc7ae510/210/1.jpg)
Pré-visualização | Página 1 de 6
1 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ Curso de Direito ALIENAÇÃO PARENTAL EWERTON SILVESTRE GOMES DOS SANTOS Natal RN 2019.1 2 EWERTON SILVESTRE GOMES DOS SANTOS ALIENAÇÃO PARENTAL Artigo Científico Jurídico apresentado à Universidade Estácio de Sá, Curso de Direito, como requisito parcial para conclusão da disciplina Trabalho de Conclusão de Curso. Orientador (a): Prof. (a). Ana Lecticia Erthal Soares Silva Rio Grande Do Norte Campus Alexandrino 3 2019.1 ALIENAÇÃO PARENTAL Ewerton Silvestre Gomes Dos Santos1 RESUMO O presente trabalho busca de forma evolutiva mostrar como surgiu a alienação parental e realizar uma análise acerca das mais variadas formas de solução desse conflito de forma que seja priorizado o princípio do afeto e do melhor interesse da criança e do adolescente. Além disso, acrescentar o importante poder da família no âmbito familiar e jurídico e as consequências da dissolução para a criança e para o cônjuge. Dessa forma, nessa pesquisa, será realizada a conceituação de alienação parental e da síndrome da alienação parental, citar a lei 12.318/10, 13.431/17 e concluir com uma medida contributiva para a diminuição dos atos da alienação. Palavras chave: Princípio do afeto e melhor interesse da criança, síndrome da alienação parental, a Lei 12.318/10 e 13.431/17. 1 4 SUMÁRIO 1. Introdução; 2. Da Família; 2.1 O princípio do afeto e do melhor interesse da criança; 2.2 Do poder familiar; 2.3 Da Dissolução conjugal e início da alienação parental; 2.4 A Alienação Parental; 2.4.1 A alienação parental e a síndrome da alienação parental; 2.4.2 Característica do alienador; 2.4.3 Implantação de falsas memórias; 2.4.4 Falsas denúncias de abuso sexual; 2.4.5 Consequências para a criança alienada; 2.5 Observações acerca da lei 12.318/10; 2.6 Observações acerca da lei 13.431/17 15; 2.7 Guarda compartilhada como forma de redução da alienação parental; 3. Conclusão; 4. Referências. 5 1 INTRODUÇÃO A alienação parental é um tema bem consistente, atualmente na área jurídica, uma vez que a Lei nº 12.318 foi promulgada em 26 de agosto de 2010 demostrando a necessidade de regular essas ações em prol da criança e adolescente. Dessa forma, essa pesquisa, iniciará uma análise partindo da família, de modo geral, até chega a defesa da guarda compartilhada como meio de contribuição para a redução da alienação parental. Esse tema começa a dar vida quando um dos genitores com o intuito de destruir a relação afetiva que a criança tem com o outro, começa a difamar, inventando falsas acusações, ou até mesmo tenta proibir o convívio da criança com o alienado, fazendo com que essa criança sofra graves danos psicológicos que são difíceis ou até mesmo impossíveis de serem sanados. Além disso, será mostrando, posteriormente, alguns assuntos dessa temática, como: as características do alienado, a implantação de falsas memórias e falsas denúncias de abuso sexual. Após a apresentação desses assuntos, será feito observações acerca da lei 12.318/10, onde a guarda compartilhada é prevista, mas é exceção se comparada com a guarda unilateral; e a lei 13.431/17, onde é amarrado que a alienação parental como interferência na formação psicológica da criança e provida ou induzida pelos genitores, avós ou qualquer autoridade que tenha a guarda ou vigilância. E, no fim será apresentado a guarda compartilhada como um dos meios mais eficaz para diminuir os casos de alienação parenta, e, serão abordados os enunciados 603, 604 e 605 do CJF/STJ. 2. DA FAMÍLIA Na criação ou iniciação da vida, o ser humano passa a pertencer a uma família, seja ela biológica ou afetiva. No nosso Código Civil Brasileiro não define o 6 que é família, entretanto, é perceptível que sua conceituação se difere conforme o ramo do direito em que é abordada. Segundo, Gonçalves (2011, p. 17) “o direito de família é, de todos os ramos do direito, o mais intimamente ligado à própria vida, uma vez que, de modo geral, as pessoas provêm um organismo familiar e a ele conservam-se vinculadas durante a sua existência.” Desta forma, a situação jurídica dos filhos, atualmente, é tão importante que surgiu novas leis, como o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/1990) e a Lei de Alienação Parental (Lei nº 12.318/2010). As famílias têm uma interdependência variável entre os sujeitos, na intenção de promover características que minimizem fatores negativos (como conflitos emocionais ou financeiros) e, por outro lado, disparem fatores positivos, como a melhora nas relações afetivas entre os genitores e, consequentemente, a garantia de desenvolvimento biopsicossocial dos filhos. 2.1 O PRINCÍPIO DO AFETO E DO MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA Neste contexto é indispensável apegar-se aos princípios norteadores do direito de família, que mesmo em momentos de mudanças conceituais do instituto, não permitem a distração de sua forma essencial de proteção. É importante verificar a legislação positiva fatos que já acontecem na sociedade, não conseguindo, na maioria das vezes, antevê-los. Sendo assim, os princípios desempenham importante papel na proteção dos direitos inerentes ao homem, vez que o direito de família vive em constante variação. O princípio fundamental é o respeito à dignidade da pessoa humana, o qual está amparado pelo artigo 1°, III da Constituição de 1988 e ele é a base da família, pois garante o desenvolvimento e a realização de todos os seus membros, em especial da criança e do adolescente. Por outro lado, são princípios gerais a igualdade, liberdade, afetividade, convivência familiar e o melhor interesse da criança. A Declaração Universal dos 7 Direitos das Crianças, proferida em 1959 pela Organização das Nações Unidas (ONU), consagrou direitos próprios das crianças, fazendo delas sujeitos de direitos, dando início a aplicação do princípio do melhor interesse da criança. O artigo 3° do ECA assegura: “A criança e ao adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes a pessoa humana [...]” O princípio do melhor interesse da criança não está expresso na legislação, mas observando-se os artigos 227, caput da CF/1988, e 1 do ECA, fica explícito o propósito de defendê- lo. 2.2 DO PODER FAMILIAR O poder familiar era denominado pátrio poder e trazia em sua definição a figura paterna com exclusividade em se tratando da educação, do dever e da obrigação dos pais com relação aos filhos. Assim, não existia a figura do pai e da mãe exercendo juntos os poderes e deveres como observado hoje em dia, o pai era o único com poder para controlar e educar os filhos, enquanto a esposa e mãe apenas auxiliava na educação da prole. Importante frisar que antes mesmo do advento do Código Civil de 2002, um grande marco para a alteração dos entendimentos e dos deveres e direitos dos pais foi a Constituição Federal de 1988 que, a fim de atender ao princípio da proteção da família, dedicou um capítulo à família, à criança, ao adolescente e ao idoso, substituindo o antigo Código Civil de 1916 em relação a este tema e principalmente extinguindo o que conhecíamos como pátrio poder e prevalecendo, a partir desta época, o poder familiar, como se destaca no art. 227 da CF/88. Dessa forma, a partir de 1988 e confirmado no Código de 2002 passou a vigorar a responsabilidade dos pais em conjunto, reforçando a proteção e a importância de ambos os genitores no desenvolvimento do filho, e, conforme dito por Caio Mario da Silva Pereira em seu livro (2012, p. 456), reconheceu