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TRABALHO COMPLETO [2305843009216571236]

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1
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Curso de Direito
ALIENAÇÃO PARENTAL
EWERTON SILVESTRE GOMES DOS SANTOS
Natal RN
2019.1
2
EWERTON SILVESTRE GOMES DOS SANTOS
ALIENAÇÃO PARENTAL
Artigo Científico Jurídico apresentado à
Universidade Estácio de Sá, Curso de
Direito, como requisito parcial para
conclusão da disciplina Trabalho de
Conclusão de Curso. 
Orientador (a): Prof. (a). Ana Lecticia
Erthal Soares Silva
Rio Grande Do Norte
Campus Alexandrino
3
2019.1
ALIENAÇÃO PARENTAL
Ewerton Silvestre Gomes Dos Santos1
RESUMO
O presente trabalho busca de forma evolutiva mostrar como surgiu a alienação
parental e realizar uma análise acerca das mais variadas formas de solução
desse conflito de forma que seja priorizado o princípio do afeto e do melhor
interesse da criança e do adolescente. Além disso, acrescentar o importante
poder da família no âmbito familiar e jurídico e as consequências da dissolução
para a criança e para o cônjuge. Dessa forma, nessa pesquisa, será realizada a
conceituação de alienação parental e da síndrome da alienação parental, citar a
lei 12.318/10, 13.431/17 e concluir com uma medida contributiva para a
diminuição dos atos da alienação. 
Palavras chave: Princípio do afeto e melhor interesse da criança, síndrome da
alienação parental, a Lei 12.318/10 e 13.431/17.
1
4
SUMÁRIO
1. Introdução; 2. Da Família; 2.1 O princípio do afeto e do melhor interesse da
criança; 2.2 Do poder familiar; 2.3 Da Dissolução conjugal e início da alienação
parental; 2.4 A Alienação Parental; 2.4.1 A alienação parental e a síndrome da
alienação parental; 2.4.2 Característica do alienador; 2.4.3 Implantação de falsas
memórias; 2.4.4 Falsas denúncias de abuso sexual; 2.4.5 Consequências para a
criança alienada; 2.5 Observações acerca da lei 12.318/10; 2.6 Observações
acerca da lei 13.431/17 15; 2.7 Guarda compartilhada como forma de redução da
alienação parental; 3. Conclusão; 4. Referências.
 
5
1 INTRODUÇÃO
A alienação parental é um tema bem consistente, atualmente na área
jurídica, uma vez que a Lei nº 12.318 foi promulgada em 26 de agosto de 2010
demostrando a necessidade de regular essas ações em prol da criança e
adolescente. Dessa forma, essa pesquisa, iniciará uma análise partindo da
família, de modo geral, até chega a defesa da guarda compartilhada como meio
de contribuição para a redução da alienação parental.
Esse tema começa a dar vida quando um dos genitores com o intuito de
destruir a relação afetiva que a criança tem com o outro, começa a difamar,
inventando falsas acusações, ou até mesmo tenta proibir o convívio da criança
com o alienado, fazendo com que essa criança sofra graves danos psicológicos
que são difíceis ou até mesmo impossíveis de serem sanados.
Além disso, será mostrando, posteriormente, alguns assuntos dessa
temática, como: as características do alienado, a implantação de falsas memórias
e falsas denúncias de abuso sexual. Após a apresentação desses assuntos, será
feito observações acerca da lei 12.318/10, onde a guarda compartilhada é
prevista, mas é exceção se comparada com a guarda unilateral; e a lei 13.431/17,
onde é amarrado que a alienação parental como interferência na formação
psicológica da criança e provida ou induzida pelos genitores, avós ou qualquer
autoridade que tenha a guarda ou vigilância.
E, no fim será apresentado a guarda compartilhada como um dos meios
mais eficaz para diminuir os casos de alienação parenta, e, serão abordados os
enunciados 603, 604 e 605 do CJF/STJ. 
2. DA FAMÍLIA
Na criação ou iniciação da vida, o ser humano passa a pertencer a uma
família, seja ela biológica ou afetiva. No nosso Código Civil Brasileiro não define o
6
que é família, entretanto, é perceptível que sua conceituação se difere conforme o
ramo do direito em que é abordada. 
Segundo, Gonçalves (2011, p. 17) “o direito de família é, de todos os ramos
do direito, o mais intimamente ligado à própria vida, uma vez que, de modo geral,
as pessoas provêm um organismo familiar e a ele conservam-se vinculadas
durante a sua existência.” 
Desta forma, a situação jurídica dos filhos, atualmente, é tão importante
que surgiu novas leis, como o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº
8.069/1990) e a Lei de Alienação Parental (Lei nº 12.318/2010).
As famílias têm uma interdependência variável entre os sujeitos, na
intenção de promover características que minimizem fatores negativos (como
conflitos emocionais ou financeiros) e, por outro lado, disparem fatores positivos,
como a melhora nas relações afetivas entre os genitores e, consequentemente, a
garantia de desenvolvimento biopsicossocial dos filhos. 
2.1 O PRINCÍPIO DO AFETO E DO MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA 
Neste contexto é indispensável apegar-se aos princípios norteadores do
direito de família, que mesmo em momentos de mudanças conceituais do
instituto, não permitem a distração de sua forma essencial de proteção. 
É importante verificar a legislação positiva fatos que já acontecem na
sociedade, não conseguindo, na maioria das vezes, antevê-los. Sendo assim, os
princípios desempenham importante papel na proteção dos direitos inerentes ao
homem, vez que o direito de família vive em constante variação. 
 O princípio fundamental é o respeito à dignidade da pessoa humana, o
qual está amparado pelo artigo 1°, III da Constituição de 1988 e ele é a base da
família, pois garante o desenvolvimento e a realização de todos os seus
membros, em especial da criança e do adolescente. 
 Por outro lado, são princípios gerais a igualdade, liberdade, afetividade,
convivência familiar e o melhor interesse da criança. A Declaração Universal dos
7
Direitos das Crianças, proferida em 1959 pela Organização das Nações Unidas
(ONU), consagrou direitos próprios das crianças, fazendo delas sujeitos de
direitos, dando início a aplicação do princípio do melhor interesse da criança. 
 O artigo 3° do ECA assegura: “A criança e ao adolescente gozam de todos
os direitos fundamentais inerentes a pessoa humana [...]” O princípio do melhor
interesse da criança não está expresso na legislação, mas observando-se os
artigos 227, caput da CF/1988, e 1 do ECA, fica explícito o propósito de defendê-
lo. 
2.2 DO PODER FAMILIAR
O poder familiar era denominado pátrio poder e trazia em sua definição a
figura paterna com exclusividade em se tratando da educação, do dever e da
obrigação dos pais com relação aos filhos. Assim, não existia a figura do pai e da
mãe exercendo juntos os poderes e deveres como observado hoje em dia, o pai
era o único com poder para controlar e educar os filhos, enquanto a esposa e
mãe apenas auxiliava na educação da prole. 
Importante frisar que antes mesmo do advento do Código Civil de 2002,
um grande marco para a alteração dos entendimentos e dos deveres e direitos
dos pais foi a Constituição Federal de 1988 que, a fim de atender ao princípio da
proteção da família, dedicou um capítulo à família, à criança, ao adolescente e ao
idoso, substituindo o antigo Código Civil de 1916 em relação a este tema e
principalmente extinguindo o que conhecíamos como pátrio poder e
prevalecendo, a partir desta época, o poder familiar, como se destaca no art. 227
da CF/88. 
Dessa forma, a partir de 1988 e confirmado no Código de 2002 passou a
vigorar a responsabilidade dos pais em conjunto, reforçando a proteção e a
importância de ambos os genitores no desenvolvimento do filho, e, conforme dito
por Caio Mario da Silva Pereira em seu livro (2012, p. 456), reconheceucomo
direito fundamental “afastar toda forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão contra criança e adolescente”. 
8
Segundo CUNHA Gonçalves (2016, p. 307). Entende-se por poder familiar
o conjunto de direitos e deveres referentes aos pais com relação a seus filhos e
respectivos bens, com a finalidade de protegê-los e educá-los. É o princípio de
um múnus ou encargo, ou melhor, um encaminhamento sobre os filhos e seus
bens. Ele é resultado de uma necessidade natural. Constituída a família e
nascidos os filhos, não basta alimentá-los e deixá-los crescer à lei da natureza,
como os animais inferiores. Há que educá-los e dirigi-los. 
2.3 DA DISSOLUÇÃO CONJUGAL E INÍCIO DA ALIENAÇÃO PARENTAL
Em uma união conjugal, são criadas diversas expectativas em relação ao
parceiro e sendo indispensáveis vários elementos para harmonia e boa
convivência do casal. 
Em tempos passados quando havia infelicidade dos cônjuges durante
união, a sociedade era muito conservadora e considerava o casamento como
uma união indissolúvel e a ideia do divórcio era repudiada. Mesmo que ocorresse
a separação de fato, cabia à mulher a guarda dos filhos e ao pai, o pagamento
dos alimentos e visitas esparsas, que se tornavam uma "obrigatoriedade para o
pai" e um "suplício para o filho". Portanto a identificação da alienação parental
nessa época era difícil de ser detectada.
Alguns fatores que são oriundos da dissolução, como: o sentimento de
vingança tem impulsionado a prática da alienação parental impedindo por vezes o
estabelecimento da convivência e a visitação ao cônjuge que não detém a
guarda, colocando a criança como meio de revanchismo.
De acordo com Maria Berenice Dias, o alienador, em sua maioria a
mulher, monitora o tempo e o sentimento da criança, desencadeando verdadeira
campanha para desmoralizar o outro. O filho é levado a afastar-se de quem o
ama, o que gera contradição de sentimentos e destruição do vínculo afetivo.
Acaba também aceitando como verdadeiro tudo que lhe é informado. 
9
2.4 A ALIENAÇÃO PARENTAL 
Analisando a história, um fato interessante é que sempre foi imputado à
mulher o trato com os filhos e os afazeres domésticos, por força de uma divisão
de tarefas conforme o gênero (homem e mulher), sob o argumento de um
determinismo biológico pautado na noção de que a mãe teria um instinto materno
que garantia a criança um desenvolvimento saudável, criou-se o mito de que a
mulher como mãe, seria mais apta que o homem para ocupar-se com os filhos.
Um dos primeiros a identificar a Síndrome de Alienação Parental (SAP)
foi o professor especialista do Departamento de Psiquiatria infantil da
Universidade de Columbia e perito judicial, Ricahrd Gardner, em 1985, que se
interessou pelos sintomas que as crianças desenvolviam nos divórcios litigiosos,
publicando um artigo sobre as tendências atuais em litígios de divórcios e guarda.
(CUENCA, 2008, p.35).
Outro fato interessante é que um dos maiores especialistas mundiais
nos temas de separação e divórcio, Gardner observou que, na disputa judicial, os
genitores deixavam muito claro em suas ações que tinham como único objetivo a
luta incessante para ver o ex-cônjugue afastado dos filhos, fazendo muitas vezes
um processo que consiste em programar na mente das crianças. 
No caminho dessa jornada aconteceu uma convergência de trabalhos
feitos por diversos profissionais que identificaram o sintoma, mas tinha nomes
diferente.
 
2.4.1 A ALIENAÇÃO PARENTAL E A SÍNDROME DA ALIENAÇÃO
PARENTAL
Ambas se complementam estando intimamente ligadas, e seus conceitos
não se confundem. Alienação parental é desconstituir para a criança, a figura
parental de um dos seus genitores por intermédio de uma campanha de
10
desmoralização, e marginalização do seu genitor tendo como objetivo afastá-lo do
seu convívio e transformá-lo em um estranho para a criança. 
Essa situação não é somente praticada pelo pais somente, pode ser
praticada dolosamente ou por terceiro ou um agente externo. Há casos em que os
avós também promovem a alienação parental, sendo possível que qualquer
pessoa com ou sem relação parental pratique esse processo. (XAXÁ,2008)
 A síndrome de Alienação Parental diz respeito aos efeitos emocionais e as
condutas comportamentais desencadeados na criança que é ou foi vítima desse
processo. Grosso modo, são as sequelas deixadas pela Alienação Parental. 
No mundo atual, a mulher obtendo conquista e realizações na via
social, obrigou o homem a participar das tarefas domésticas e assumir o cuidado
com a prole. Assim, com a separação judicial, o pai, passou a reivindicar a guarda
dos filhos, desencadeando na mãe sentimentos como o abandono, rejeição,
traição, resultando em uma grande tendência a vingança, passando a inviabilizar
o contato do filho com o outro genitor. 
Uma das situações pode ser exemplificada como o impedimento de
visitação do pai e interferência na vida do filho levado a rejeitá-lo, a odiá-lo sem
qualquer justificativa, e passa a ser utilizado pela mãe como instrumento de
agressividade contra o outro genitor, tendo seu tempo e os seus sentimentos para
com ele monitorados. 
 Na Alienação Parental, a criança em meio ao conflito dos pais.
Também as diferenças culturais, as de valores e as divergências quanto a
percepção do que seja a melhor educação e o melhor trato com os filhos podem
acirrar os conflitos dos genitores separados e desencadear sérios problemas à
saúde mental do menor, tal como ocorre na síndrome da Alienação Parental
(SAP). (PODEVYN, 2010)
 É comum as crianças envolvidas na SAP temerem somente o genitor
alvo (alienado), não ficando receosas de deixar o genitor programador (alienante)
para ir a outros locais, como casa de amigos ou de parentes. Para Gardner, “o
medo da criança com SAP é concentrado sobre o genitor alienado; já a criança
com distúrbio de ansiedade de separação tem medos focado na escola, mas que
se espalham outras situações e destinos”. (GARDNER, 2010)
11
 A alienação parental pode é considerada por vários autores, uma
campanha desmoralizatória de um genitor para com o outro, sendo estas
difamações verdadeiras. Isto é: neste caso o genitor alienante incentiva a criança
a não mais amar o genitor alienado por condutas que este de fato praticou, não
ocorrendo a implantação de falsas memórias. Madaleno e Madaleno (2013, p.
51).
 Já a síndrome da alienação parental é, para os autores, um conjunto
de sintomas que levam a criança a afastar-se de um de seus genitores
injustificavelmente, havendo, neste caso, a implantação de falsas memórias.
2.4.2 CARACTERÍSTICA DO ALIENADOR
A alienação parental é praticada normalmente pelo genitor detentor da
guarda, mas de acordo com o art 2º da Lei 12.318/2010 64 tal conduta pode ser
promovida ou induzida tanto pelos avós ou daqueles que detenham a guarda da
criança e ou adolescente.
 O genitor alienante age no intuito de romper os laços afetivos entre os
filhos e o outro genitor. De acordo com Jorge Trindade, da mesma forma que é
difícil descrever todos os comportamentos que caracterizam a conduta de um
alienador parental conhecer um a um de seus sentimentos é tarefa praticamente
impossível 65, pois suas atitudes podem ser decorrentes dos mais variados
motivos. 
Pode-se dizer as atitudes do alienante iniciam-se quando surge a
separação, pois junto dela emanam sentimentos de rancor, mágoa e rejeição.
Assim, não raramente, pois há intenção de prejudicar o antigo companheiro.
Entretanto,o alienante não percebe que ao tentar afetar o ex-cônjuge a maior
vítima são os filhos, que perdem o laço afetivo com o pai. Não se compreende
que ao afastar um pai de um filho, deprecia-se o direito, primeiramente, das
crianças e adolescentes. 
2.4.3 IMPLANTAÇÃO DE FALSAS MEMÓRIAS 
A implantação de memória usadas pelo alienador para afastar a criança
que é um termo de falsa memórias se refere às aparentes confabulações de
12
eventos que nunca ocorreram, mas que em algum momento foram sugeridas ou
ainda situações que de fato ocorreram, mas não da forma que é contada. 
Ou seja, o alienador começa a fazer com o menor uma verdadeira
“lavagem cerebral”, com a intenção de denegrir a imagem do alienado e ainda se
utiliza de fatos não exatamente como realmente se sucederam, e ele aos poucos
vai se convencendo dessa versão que lhe foi implantada. O alienador passa então
a narrar à criança atitudes do alienado que nunca aconteceram ou que ocorreram
de maneira diferente do que foi contado. 
 Vale salientar, que tais práticas não ocorrem exclusivamente nas relações
entre genitores e filhos, mas também surgem entre tios e sobrinhos, madrastas e
enteado, avó e neto e demais relações. 
Maria Berenice Dias esclarece muito bem essa questão, na qual as
crianças são submetidas a uma mentira, sendo emocionalmente manipuladas e
abusadas, e por causa disso deverão enfrentar diversos procedimentos como
análise, tanto psiquiátrica quanto judicial, ne acreditando naquilo que lhes foi dito
de forma insistente e repetida. Com o tempo, nem a mãe consegue distinguir a
diferença entre verdade e mentira. A sua verdade passa a ser verdade para a
criança, que vive com falsas personagens de uma falsa existência, implantando-
se, assim, falsas memórias. 
Aquela “verdade” que não se apresenta de forma realista, acaba “entrando”
e se enraizando na criança, visto que as crianças são absolutamente
influenciáveis, e como consequência quando se fizer perguntas a respeito, a
resposta virá em sentido malicioso, ou seja, na forma em que lhe foi dita e
inventada. 
As falsas memórias são as crenças improcedentes de situações de
agressão física e/ou abuso sexual que o menor imputa ao genitor alienado,
reiterando tal “relato” a várias pessoas, por vezes despreparadas ou não
conhecedoras do motivo, a ponto de marcar as informações como se a lembrança
fosse autentica, chegando até mesmo a apresentar as mesmas reações
psicossomáticas de uma criança verdadeiramente molestada sempre a criança
consegue discernir que está sendo manipulada e acaba. 
13
2.4.4 FALSAS DENÚNCIAS DE ABUSO SEXUAL
Hodiernamente, a criação das normas como a aplicação das mesmas,
não podem se dar ao acaso, devendo a sanção penal corresponder ao juízo de
reprovabilidade da conduta praticada pelo agente. 
Pelo princípio da proporcionalidade, tanto o legislador como o Estado,
através de suas entidades, devem aplicar sanções proporcionais aos crimes
praticados pelos agentes. Com isso, podemos avançar para análise da próxima
questão.
 2.4.5 CONSEQUÊNCIAS PARA A CRIANÇA ALIENADA
O modo como cada pais reagem ao divórcio ou dissolução de sua união é
determinante para verificação de como seus filhos se comportarão no futuro. Se
analisarmos essa situação, passado o desgosto da separação, se os pais
retomam sua rotina, demonstrando naturalidade aos filhos, estes entendem que
o afastamento do lar de um dos genitores é normal e não afetará sua vida e seus
sentimentos para com os filhos. 
Outra situação é quando os pais evidenciam aos filhos o aborrecimento
que estão sentindo um pelo outro, esses entendem que alguém é culpado por
aquilo que está acontecendo. Neste contexto, podem os filhos passar acusar um
dos genitores de ter abandonado o lar, afastando-se dele em solidariedade
àquele que permanece em casa.
Portanto, se os pais mantiverem o equilíbrio nessa situação será essencial
para um diálogo sadio e os filhos não ficarão nesse confronto de guerra dos pais
e assim não serão afetados. 
2.5 OBSERVAÇÕES ACERCA DA LEI 12.318/10
Analisando essa lei da alienação parental que o autor o Doutor Elizio Luiz
14
Perez, Juiz do 2° TRT de São Paulo. Foi necessária a colaboração de muitas
pessoas e associações, como o “Pai Legal”, “SOS Papai e Mamãe”, “AMASEP”,
“APASE”, “Pais por Justiça”, além do apoio de diversos parlamentares, os quais
participaram na elaboração, e divulgação do projeto. 
Em 07 de Outubro de 2008 foi apresentado ao Congresso Nacional o
Projeto de Lei nº 4.053/2008 de autoria do deputado Regis de Oliveira que
tratava do tema Alienação Parental. 
O projeto foi inicialmente aprovado na Comissão de Seguridade Social e
Família e na Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania e posteriormente
aprovado no Senado. Posteriormente o projeto seguiu para aprovação/veto do
então presidente Luís Inácio Lula da Silva, que a sancionou em 26 de Agosto de
2010 sob o número 12.318/10 com dois vetos nos artigos 9° e 10° por
recomendação do Ministério da Justiça, que versavam sobre a sanção ou
punição do genitor alienante, argumentando não fazer bem para o psíquico da
criança estas punições aos seus genitores. 
De início, a lei pretendeu definir juridicamente a alienação parental, para
induzir exame aprofundado em hipóteses dessa natureza e permitir maior grau
de segurança aos operadores de Direito na eventual caracterização de tal
fenômeno. 
O texto da lei inspira-se em elementos dados pela Psicologia, mas cria
instrumento com disciplina própria, destinado a viabilizar atuação ágil e segura
do Estado em casos de abuso assim definidos. pós ser exposto como se dá a
prisão em flagrante e a classe social atingida por essa espécie de prisão, vamos
analisar como acontece a conversão da prisão em flagrante para preventiva.
2.6 OBSERVAÇÕES ACERCA DA LEI 13.431/17
Nos comentários feitos por Murillo José Digiácomo e Eduardo Digiácomo
é possível observar o seguinte entendimento de que a Lei nº 13.431, de 04 de
abril de 2017, constitui-se num dos mais recentes mecanismos destinados a coibir
a violência contra crianças e adolescentes, em resposta não apenas ao disposto
15
no art. 227, caput e §4º, da Constituição Federal, como também ao contido no art.
226, caput e §8º, da mesma Carta Magna.
Contrariamente às normas até então editadas, que em sua imensa
maioria se limitavam a promover alterações pontuais quer na Lei nº 8.069/1990
(Estatuto da Criança e do Adolescente), quer no Código Penal, a Lei nº
13.431/2017 constitui-se num Diploma autônomo, que encerra um
“microssistema”, especificamente, a equipe multidisciplinar que é dedicado ao
atendimento de crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência, nas
diversas formas relacionadas em seu art. 4º. 
As inovações legislativas introduzidas pela Lei nº 13.431/2017, na
verdade, se somam às normas já existentes, instituindo mecanismos mais
eficazes para atuação do Poder Público, nas várias esferas de governo e setores
da administração, na perspectiva de assegurar, sobretudo, um atendimento mais
célere, qualificado e humanizado para as crianças e adolescentes vítimas ou
testemunhas de violência.
A efetiva implementação da Lei exigirá não apenas um aperfeiçoamento
das estruturas de atendimento hoje existentes, mas também uma adequação (e,
em alguns casos, a própria criação, a partir do “zero”) de fluxos e protocolos
destinados a otimizar a atuação dos diversos órgãos e agentes corresponsáveis,
tanto em âmbito municipal quanto estadual, quemais do que nunca precisam
aprender a dialogar entre si e a trabalhar de forma harmônica, coordenada e,
sobretudo, eficiente, cada qual em sua área, porém somando esforços, na busca
do objetivo comum que é a “proteção integral e prioritária” das crianças e
adolescentes vítimas ou testemunhas de violência.
No artigo 4º da lei nº 13.431/17 é evidente a proteção da criança e tem o
seguinte texto: 
Art. 4º. Para os efeitos desta Lei, sem prejuízo da tipificação das
condutas criminosas, são formas de violência:
I – (...)
II - Violência psicológica:
16
a) (...)
b) o ato de alienação parental, assim entendido como a
interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente,
promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou por quem os
tenha sob sua autoridade, guarda ou vigilância, que leve ao repúdio de
genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de
vínculo com este;
O disposto neste inciso deve ser interpretado em conjunto com o contido
no citado art. 2º, da Lei nº 12.318/2010, que traz, de forma exemplificativa (e não
exaustiva), algumas condutas que podem caracterizar a alienação parental. 
De igual sorte, a utilização dos mecanismos destinados a coibir a
alienação parental previstos na Lei nº 12.318/2010 deve ser feita com cautela e
parcimônia, nos moldes do preconizado pela Lei nº 13.431/2017, inclusive no que
diz respeito à participação da criança/adolescente na definição da melhor forma
de contornar a situação, de modo a evitar a tomada de medidas drásticas que
podem trazer prejuízos à vítima, gerando a chamada “violência institucional”. 
A exemplo do que já foi dito, não pode a criança/adolescente ser usada
como mero “instrumento de punição” de seus pais (sob pena de também sofrer as
consequências dessa “pena”).
Assim sendo, mesmo que se conclua que houve a efetiva ocorrência da
alienação parental e pela necessidade de inversão de guarda (e é certo que esta
não é uma consequência natural daquela), isto deverá ocorrer de forma
planejada, negociada (com a própria criança/adolescente) e gradual, tendo como
pressuposto elementar a “desconstrução” da imagem negativa que a
criança/adolescente tem em relação ao pai, mãe ou parente alienado, devendo
ser, em qualquer caso, observado o disposto no art. 100, parágrafo único, incisos
IX a XII do ECA e artigos: 5º, incisos V e VI e 19, inciso I desta Lei.
 2.7 GUARDA COMPARTILHADA COMO FORMA DE REDUÇÃO DA
ALIENAÇÃO PARENTAL
17
A guarda compartilhada, ela favorece o desenvolvimento das crianças
com menos traumas e ônus, propiciando a continuidade da relação dos filhos com
seus dois genitores, retirando assim da guarda a ideia de posse. Nesse sentido,
os cuidados sobre a criação, educação, bem-estar, como outras decisões
importantes, são tomadas e decididas conjuntamente por ambos os pais que
compartilharão de forma igualitária a total responsabilidade sobre a prole.
 O que se busca com a guarda compartilhada além é claro, de proteção
dos filhos, é minimizar os traumas e demais consequências negativas que a
separação pode provocar. Esta modalidade representa um meio de manter os
laços entre pais e filhos, tão importantes no desenvolvimento e formação de
crianças e adolescentes. Nela, ambos os genitores conservarão o poder familiar
dos filhos havidos da relação conjugal, de forma conjunta exercerão os direitos e
deveres, ainda que eles não convivam na mesma residência. 
Segundo Venosa, 2011 pg, 1643, diz que quando as partes não chegam ao
consenso, a guarda compartilhada, tal como sugerida no art. 1584 §2º CC/02,
somente será possível com a boa vontade e consenso de ambos os pais. Não
pode ser imposta ao casal que digladia. 
Demostrando outra visão sore a aceitação da guarda compartilhada, a
Maria Berenice, 2015. pg 527, tem o pensamento que quando ambos os pais se
manifestam expressamente pela guarda unilateral o juiz não pode impor o
compartilhamento. No entanto, caso somente um dos genitores não a aceite, deve
ser determinada, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, se esta for a
orientação técnico-profissional ou de equipe interdisciplinar, conforme artigo 1584
§3º CC/02.47. 
Outro ponto importante é um aspecto negativo relativo a guarda
compartilhada, pois a criança e ao adolescente encontraria dificuldade de se
adaptar a duas famílias diferentes, com costumes possivelmente diferente e até
ensinamento contraditório. Contudo, o aspecto negativo não é expressivo se
comparados às inúmeras vantagens que esta modalidade de guarda apresenta.
Então, compreende-se que a guarda compartilhada, diferente do que
muitos pensam, o real significado tem sentido ao compartilhar obrigações,
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deveres, responsabilidades que será dividida entres os genitores de forma que
seja o melhor para a criança. Amar e cuidar do jeito que podem, sem obstáculos
de qualquer tipo. Na guarda compartilhada devem os genitores esquecer as
desavenças surgidas na separação e fazer o melhor por aqueles que são os
destinatários de tanto amor e disputa. 
Além disso, é importar realizar a diferenciação da guarda compartilhada, da
alternada e da guarda unilateral. 
Na guarda compartilhada a diferença das demais é porque tem que
estabelecer que o tempo de convívio com os filhos deve ser dividido de forma
equilibradas entre os genitores, e também, as decisões que envolvam os filhos
deverão ser tomadas de forma conjunta pelos genitores, apesar de não existir
vínculo conjugal. 
Na guarda alternada, já funciona de maneira diferente, pois há uma
alternância entre os genitores em relação ao exercício exclusivo da guarda
jurídica e material, de modo que, enquanto a criança estiver em companhia de um
dos genitores, a este caberá tomar as decisões de interesse dos filhos relativos a
educação, saúde, lazer entre outros. E, justamente por retirar a guarda jurídica de
um dos genitores, que esse modelo não é compatível com o direito brasileiro.
Na guarda unilateral, funciona da seguinte forma, como o nome já diz, é
atribuída a um dos pais ou alguém que o substitua, o detentor da guarda fica com
a responsabilidade exclusiva de decidir sobre a vida da criança, restando ao outro
apenas supervisionar tais atribuições. Atualmente ela é uma exceção, aplicada
conforme o contexto de vida da criança. A diferença da guarda alternada para o
conceito da unilateral é que na primeira a guarda será alternada entre os
genitores, nesse modelo os dois tomam decisões de forma alternada, e no
segundo, apenas um dos genitores tomará as decisões. 
Logo, fica evidente de que o melhor modelo de guarda é a compartilhada
porque atende o princípio do melhor interesse da criança e reduz o risco de
ocorrer alienação parental nesse modelo de guarda.
Cabe salientar, no enunciado 603 do CJF/STJ e texto seguinte disponível
no site do Conselho de Justiça Federal do Supremo Tribunal de Justiça, onde é
possível verificar que:
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 A distribuição do tempo de convívio na guarda compartilhada deve
atender precipuamente ao melhor interesse dos filhos, não devendo a
divisão de forma equilibrada, a que alude o § 2 do art. 1.583 do Código
Civil, representar convivência livre ou, ao contrário, repartição de tempo
matematicamente igualitária entre os pais.
A justificativa desse enunciado mencionado acima é que segundo a
redação do § 2º, do art. 1.583, do Código Civil, dada pela Lei 13.058/2014, o
tempo de convívio dos pais com os filhos na guarda compartilhada deve serequilibrado, tendo em vista o interesse dos filhos e as condições fáticas.
 Contudo, a interpretação do termo equilibrado deve ser feita tomando-se
como base duas premissas: 
(i) a guarda compartilhada não implica, necessariamente, convivência
familiar livre. A organização do cotidiano dos filhos ou fixação das
visitas, para utilizar termos mais tradicionais é de suma relevância, a
fim de se evitarem abusos no exercício da autoridade parental. 
(ii) No que tange a tal organização, a Lei 13.058/2014, deu nova
redação ao § 3º do art. 1.584, que facultou ao juiz basear-se em
estudo técnico-profissional para se orientar quanto à convivência
entre os pais, com vistas a uma divisão equilibrada do tempo dos
filhos. Note-se que a lei não diz igualitária, pois afinal, a arquitetura
da rotina dos menores deverá seguir os seus interesses e não uma
divisão que necessariamente deva ser equânime entre os pais. 
Prova de tal afirmativa é o comando que determina a fixação da moradia
dos filhos, que deve ser norteada pelo interesse desses; se a divisão de tempo
fosse obrigatoriamente igualitária, a moradia deveria ser fixada na casa de
ambos, o que não é a orientação legal.
Seguindo o raciocínio dos enunciados, podemos elencar o 604 do CJF/STJ
e texto seguinte disponível no site do Conselho de Justiça Federal do Supremo
Tribunal de Justiça, onde é possível observar que:
A divisão, de forma equilibrada, do tempo de convívio dos filhos com a
mãe e com o pai, imposta na guarda compartilhada pelo § 2° do art. 1.583
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do Código Civil, não deve ser confundida com a imposição do tempo
previsto pelo instituto da guarda alternada, pois esta não implica apenas a
divisão do tempo de permanência dos filhos com os pais, mas também o
exercício exclusivo da guarda pelo genitor que se encontra na companhia
do filho.
A legislação brasileira prevê o instituto da guarda compartilhada desde
2008, quando entrou em vigor a Lei n. 11.698, que alterou a redação do § 1° do
art. 1.583 do Código Civil. Tal norma dispõe que se compreende por guarda
compartilhada a responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do
pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar
dos filhos comuns. 
Com a edição da nova lei da guarda compartilhada, Lei n. 13.058, de 2014,
manteve-se a definição do instituto, porém modificou-se o § 2° do referido artigo,
a fim de determinar que, na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os
filhos deve ser dividido de forma equilibrada com a mãe e com o pai. 
Assim, se anteriormente à Lei n. 13.058, de 2014, já havia confusão acerca
dos institutos da guarda compartilhada e da guarda alternada, após o novo texto
legal, que impõe o compartilhamento da custódia física, a situação se agravou,
pois, muitos juristas os citam como se tratasse de um único instituto.
 Ressalta-se que a guarda alternada não está prevista no ordenamento
jurídico brasileiro, e que consiste no exercício exclusivo alternado da guarda por
um período determinado. 
Portanto, é importante diferenciar os institutos, pois o que se busca na
divisão do tempo de convívio dos filhos com os pais na guarda compartilhada é a
convivência da criança com ambos os genitores, proporcionando o fortalecimento
dos vínculos afetivos, e permitindo tanto à mãe quanto ao pai que participem
efetivamente na criação e educação de seus filhos, de forma igualitária. Cabe
lembrar que tal divisão deve ser feita consideradas as condições fáticas e os
interesses dos filhos.
Outro enunciado importante comentar é o 605 do CJF/STJ e texto seguinte
disponível no site do Conselho de Justiça Federal do Supremo Tribunal de
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Justiça, onde diz o seguinte: “A guarda compartilhada não exclui a fixação do
regime de convivência.”
A Lei n. 13.058, de 22 de dezembro de 2014, modificou o § 2º do art. 1.583
do Código Civil, para determinar que, na guarda compartilhada, deve ser dividido,
de forma equilibrada, entre a mãe e o pai, o tempo de convívio com os filhos,
sempre tendo em vista as condições fáticas e os interesses destes últimos.
 A nova determinação legal não diminui a importância da fixação do regime
de visitas ou convivência para o atendimento do melhor interesse dos menores,
principalmente os de pouca idade. Isso porque a determinação do período de
convivência com cada um dos genitores permite a organização da rotina da
criança, assim como a criação e o cumprimento das expectativas do menor. 
Respeitado o equilíbrio determinado pela lei, deve ser estabelecido,
sempre que possível, um regime de convívio com dias e horários. Inclusive, tal
definição poderá permitir a averiguação do cumprimento ou não do dever de
visitas, tanto por parte do que partilha a residência com a menor, quanto daquele
que tem outro endereço. Com essa interpretação, cumpre-se o art. 1.583 sem
violação do art. 1.589, ambos do Código Civil.
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3. CONCLUSÃO
O direito de família está em constante mudança, diante das novas
demandas e evoluções sociais, que por sua vez resultam em novos problemas
que são levados ao Poder Judiciário para solucioná-las. Dentre essas inovações,
foi apresentada a alienação parental que é uma atitude que gera grande problema
a criança que é atingida de forma ingênua por essa manipulação de um dos
genitores ou responsáveis direto e dessa forma por meio de alguns métodos
prática do ato da alienação parental.
Pode-se acrescentar, também, que um dos procedimentos mais graves e
usados por alienadores é a falsa denúncia de abuso que é um modelo de
manipulação na criança que faz com a criança crie fantasias e memórias sobre
uma situação que não aconteceu de fato e fazendo elas contar e acreditar como
se fosse real. 
Depois de analisado todo esse contexto, concluiu-se que a guarda
compartilhada tem sido um dos melhores modelos de guarda que permite ao
genitor que sofre com a alienação praticada na criança, ter mais possibilidade de
identificar o ato e de forma que possa solucionar o problema seja pela via judicial,
por tratamento psicológico ou outro meio e assim por consequência irá diminuir os
incidentes de alienação parental. E, a guarda pode ser usada antes como depois
do acontecimento da alienação parental, de qualquer maneira, a guarda é
exercida em igualdade por ambos os genitores.
Portanto, é de suma importância ressaltar que o direito das crianças e
adolescentes é prioridade para o ordenamento jurídico, sendo tratado como
direito fundamental e inclusive objeto de diversas leis especificas. 
Logo, torna-se determinante a identificação do alienador com brevidade
para que os danos sejam minimizados ou para que eles sequer sejam
configurados. O combate à alienação parental depende da reeducação dos pais e
dos filhos, para que aprendam novamente a amar uns aos outros e este é um
desafio ao Judiciário.
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4. REFERÊNCIA
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25
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Outros materiais