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Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE Olá! Meu nome é David Michel de Oliveira, sou bacharel em Educação Física pela Universidade de Franca (2000), mestre em Promoção de Saúde (2004) pela mesma instituição e doutor pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – Unesp (2012) no Programa de Alimentos e Nutrição, na área de concentração de Ciências Nutricionais. Tenho experiência como docente nas seguintes áreas e disciplinas: Fisiologia Humana, Bioquímica e Fisiologia do Exercício, Nutrição Aplicada à Educação Física, Fisiopatologia, Atividade Física na Promoção de Saúde, Exercício para Populações Especiais I e II, Estágio em Saúde e Lutas. Tenho como linhas de pesquisa: Aspectos Fisiológicos, Bioquímicos e Metabólicos do Esforço Físico e a Atividade Física nas Desordens Metabólicas e Cardiocirculatórias. Espero que os conteúdos desta obra sejam interessantes e úteis para sua formação, bem como possam ser praticados em sua carreira profissional! Lembre-se de que o conhecimento é irresistível! Email: profdoliveira@gmail.com Claretiano – Centro Universitário Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000 cead@claretiano.edu.br Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006 www.claretianobt.com.br David Michel de Oliveira Batatais Claretiano 2016 DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE © Ação Educacional Claretiana, 2015 – Batatais (SP) Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação Educacional Claretiana. CORPO TÉCNICO EDITORIAL DO MATERIAL DIDÁTICO MEDIACIONAL Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves Preparação: Aline de Fátima Guedes • Camila Maria Nardi Matos • Carolina de Andrade Baviera • Cátia Aparecida Ribeiro • Dandara Louise Vieira Matavelli • Elaine Aparecida de Lima Moraes • Josiane Marchiori Martins • Lidiane Maria Magalini • Luciana A. Mani Adami • Luciana dos Santos Sançana de Melo • Patrícia Alves Veronez Montera • Raquel Baptista Meneses Frata • Simone Rodrigues de Oliveira Revisão: Cecília Beatriz Alves Teixeira • Eduardo Henrique Marinheiro • Felipe Aleixo • Filipi Andrade de Deus Silveira • Juliana Biggi • Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz • Rafael Antonio Morotti • Rodrigo Ferreira Daverni • Sônia Galindo Melo • Talita Cristina Bartolomeu • Vanessa Vergani Machado Projeto gráfico, diagramação e capa: Bruno do Carmo Bulgarelli • Joice Cristina Micai • Lúcia Maria de Sousa Ferrão • Luis Antônio Guimarães Toloi • Raphael Fantacini de Oliveira • Tamires Botta Murakami Videoaula: Fernanda Ferreira Alves • Marilene Baviera • Renan de Omote Cardoso Bibliotecária: Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11 DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) 613.71 O46d Oliveira, David Michel de Disfunções orgânicas, atividade física e saúde / David Michel de Oliveira – Batatais, SP : Claretiano, 2016. 164 p. ISBN: 978-85-8377-485-3 1. Atividade física. 2. Saúde. 3. Doença. 4. Tratamento. 5. Prevenção. I. Disfunções orgânicas, atividade física e saúde. CDD 613.71 INFORMAÇÕES GERAIS Cursos: Graduação Título: Disfunções Orgânicas, Atividade Física e Saúde Versão: ago./2016 Formato: 15x21 cm Páginas: 164 páginas SUMÁRIO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 9 2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS ............................................................................ 13 3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE ............................................................... 18 4. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ......................................................................... 19 5. E-REFERÊNCIA .................................................................................................. 20 UNIDADE 1 – ATIVIDADES FÍSICAS, EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 23 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 23 2.1. CONCEITOS INICIAIS: SAÚDE, PROMOÇÃO DE SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA, ATIVIDADE FÍSICA E EXERCÍCIO FÍSICO E APTIDÃO FÍSICA ... 24 2.2. EPIDEMIOLOGIA APLICADA À ATIVIDADE FÍSICA ................................. 29 2.3. ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS E SUAS APLICAÇÕES PRÁTICAS ............ 33 2.4. ATIVIDADE FÍSICA, SAÚDE E PREVENÇÃO DE DOENÇAS ...................... 38 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 45 3.1. CONCEITOS INICIAIS: SAÚDE, PROMOÇÃO DE SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA, ATIVIDADE FÍSICA E EXERCÍCIO FÍSICO E APTIDÃO FÍSICA ... 45 3.2. EPIDEMIOLOGIA APLICADA À ATIVIDADE FÍSICA ................................. 47 3.3. ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS E SUAS APLICAÇÕES PRÁTICAS ............ 48 3.4. ATIVIDADE FÍSICA, SAÚDE E PREVENÇÃO DE DOENÇAS ...................... 49 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 50 5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 51 6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 52 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 53 UNIDADE 2 – ATIVIDADES FÍSICAS E DOENÇAS METABÓLICAS 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 57 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 59 2.1. OBESIDADE E ATIVIDADE FÍSICA ............................................................ 59 2.1. SÍNDROME METABÓLICA (SM) E ATIVIDADE FÍSICA ............................ 74 2.2. DIABETES E ATIVIDADE FÍSICA ............................................................... 79 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 97 3.1. ESTILO DE VIDA E PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA ................................ 97 3.2. OBESIDADE E ATIVIDADE FÍSICA ............................................................ 98 3.3. SÍNDROME METABÓLICA (SM) E ATIVIDADE FÍSICA ............................ 99 3.4. DIABETES E ATIVIDADE FÍSICA ............................................................... 100 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 101 5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 102 6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 103 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 105 UNIDADE 3 – DISFUNÇÕES CARDIOCIRCULATÓRIAS E ATIVIDADE FÍSICA 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 109 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 110 2.1. DISLIPIDEMIAS E ATIVIDADE FÍSICA ...................................................... 110 2.2. DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA (DAC) E ATIVIDADE FÍSICA .......... 122 2.3. HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA(HAS) E ATIVIDADE FÍSICA ........ 134 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 141 3.1. DISLIPIDEMIAS E ATIVIDADE FÍSICA ...................................................... 141 3.2. DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA (DAC) E ATIVIDADE FÍSICA .......... 142 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 143 5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 144 6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 144 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 145 UNIDADE 4 – DOENÇAS PULMONARES OBSTRUTIVAS CRÔNICAS E ATIVIDADE FÍSICA 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 149 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 150 2.1. CARACTERÍSTICAS E CONSEQUÊNCIAS DA DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC) ............................................................... 150 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ............................................................... 160 3.2. CARACTERÍSTICAS E CONSEQUÊNCIAS DA DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC) ............................................................... 160 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 162 5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 162 6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 163 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 164 7 CONTEÚDO INTRODUTÓRIO Conteúdo Conceitos iniciais sobre componentes e dimensões das ati- vidades físicas e sua relação com a saúde. Epidemiologia aplicada à atividade física. Atividade e exercícios físicos como estratégia de tratamento não medicamentoso e promoção da saúde frente às disfunções orgânicas relacionadas ao sedentarismo. Bibliografia Básica NEGRÃO, C. E.; BARRETTO, A. C. P. Cardiologia do exercício: do atleta ao cardiopata. Barueri: Manole, 2005. NIEMAN, D. C. Exercício e saúde: como se prevenir de doenças usando o exercício como seu medicamento. Barueri: Manole, 1999. PITANGA, F. J. G. Epidemiologia da atividade física, do exercício e da saúde. 3. ed. São Paulo: Phorte, 2010. Bibliografia Complementar ACSM – AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Pesquisas do ACSM para a fisiologia do exercício clínico: afecções musculoesqueléticas, neuromusculares, neoplásicas, imunológicas e hematológicas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. BOUCHARD, C. Atividade física e obesidade. Barueri: Manole, 2003. LeMURA, L. M.; DUVILLARD, S. P. Fisiologia do exercício clínico. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. McARDLE, W. D.; KATCH, F. I.; KATCH, V. L. Fisiologia do exercício: energia, nutrição e desempenho humano. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. SHARKEY, B. J. Condicionamento físico e saúde. Porto Alegre: Artmed, 2006. 8 © DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE CONTEÚDO INTRODUTÓRIO É importante saber Esta obra está dividida, para fins didáticos, em duas partes: Conteúdo Básico de Referência (CBR): é o referencial teórico e prático que deverá ser assimilado para aquisição das competências, habilidades e atitudes necessárias à prática profissional. Portanto, no CBR, estão condensados os principais conceitos, os princípios, os postulados, as teses, as regras, os procedimentos e o fundamento ontológico (o que é?) e etiológico (qual sua origem?) referentes a um campo de saber. Conteúdo Digital Integrador (CDI): são conteúdos preexistentes, previamente se- lecionados nas Bibliotecas Virtuais Universitárias conveniadas ou disponibilizados em sites acadêmicos confiáveis. É chamado "Conteúdo Digital Integrador" porque é imprescindível para o aprofundamento do Conteúdo Básico de Referência. Juntos, não apenas privilegiam a convergência de mídias (vídeos complementares) e a leitu- ra de "navegação" (hipertexto), como também garantem a abrangência, a densidade e a profundidade dos temas estudados. Portanto, são conteúdos de estudo obrigató- rios, para efeito de avaliação. 9© DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 1. INTRODUÇÃO Prezado aluno, seja bem-vindo! A atividade física vem sendo amplamente estudada e reco- mendada como promoção à saúde e possibilidade de prevenção, tratamento e combate a disfunções orgânicas oriundas do seden- tarismo, como obesidade, diabetes, hipertensão, e doenças car- diovasculares, bem como suas consequências e comorbidades. Já existe um consenso científico sobre a importância de um estilo de vida ativo e sobre como a prática regular de atividades físicas traz benefícios à saúde humana quando bem trabalhada e prescrita. Seu baixo custo, sua eficiência e eficácia são os prin- cipais atributos para ganhos a saúde e aptidão física, auxiliando no combate aos fatores de risco e melhora do condicionamento físico, o que auxilia no controle do estresse e aumenta o vigor para lidar com as tarefas do dia a dia, promovendo o bem-estar nas populações ao longo da vida. Na Unidade 1 desta obra, iremos estudar e esclarecer os conceitos iniciais a respeito de saúde, promoção de saúde, qua- lidade de vida, atividade física, exercício físico e aptidão física, norteando nossas linhas de estudo e mostrando sua relação com as disfunções orgânicas, sendo o ponto de partida para o enten- dimento das atividades físicas como estratégia de prevenção, tratamento e proteção à saúde. Entraremos no campo da Epide- miologia e em sua relação com a atividade física, os tipos de es- tudo, suas classificações e seu direcionamento na área de saúde. O conteúdo de prescrição de atividades físicas e/ou exercí- cios para saúde será proposto com foco na população aparente- mente saudável, ou seja, que não tem nenhuma limitação orgâ- nica ou clínica que a impeça de realizar atividades físicas. 10 © DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE CONTEÚDO INTRODUTÓRIO Você perceberá que esses conceitos, quando bem defini- dos, conseguirão auxiliá-lo na tomada de decisão quanto à pres- crição de atividades físicas ou exercícios físicos para populações aparentemente saudáveis, ou até mesmo em condições espe- ciais nos mais diversos campos de atuação da Educação Física. Na Unidade 2, abordaremos o tema "atividade física e dis- funções metabólicas". Nas últimas décadas, houve um aumen- to da prevalência de doenças metabólicas como a obesidade, a Síndrome Metabólica e o diabetes, o que se tornou um proble- ma de saúde pública. O crescimento da epidemia global dessas doenças é resultado da combinação do estilo de vida sedentário com alto consumo energético, associado a fatores genéticos. Es- sas doenças têm características relacionadas ao funcionamento e à transferência de energia no organismo e seu estudo solicita um profundo conhecimento da área de Bioquímica e Fisiologia. Quando estudamos sua associação aos efeitos da atividade física, demandam-se leituras da área de Fisiologia do Exercício. Essa unidade propõe o estudo sobre a obesidade, suas princi- pais causas, seus fatores determinantes e consequências para o organismo. A unidade tratará também da Síndrome Metabólica, tra- tando-a como principal fator de risco para o surgimento do dia- betes tipo 2 e suas complicações metabólicas. Apresentará e diferenciará os tipos de diabetes, suas causas e consequências, tanto agudas quanto crônicas e tardias. Frente a tais doenças, a Unidade 2 apontará os principaisbenefícios orgânicos da atividade física regular e apresentará suas principais recomendações, cuidados e protocolos de exer- cícios acerca da prescrição no tratamento e na prevenção de tais doenças. Ela explicará a importância do programa de atividades 11© DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE CONTEÚDO INTRODUTÓRIO e exercícios para o portador de diabetes, bem como os cuidados que devem ser tomados no tocante às sessões de treinamento. Na Unidade 3, a proposta é conhecer algumas disfunções cardiocirculatórias. Iremos estudar as dislipidemias, alguns as- pectos, funções e subclassificações dos lipídios, os benefícios da atividade física e sua prescrição. Aproveitando a linha de raciocínio, e partindo da ideia de que as dislipidemias são consideradas o principal fator de risco para Doença Arterial Coronariana, desvendaremos o processo aterosclerótico e a interferência da atividade física como pre- venção e reabilitação. Nessa unidade, esclareceremos a elabo- ração de um programa de reabilitação cardiovascular, bem como suas fases, os profissionais envolvidos e os procedimentos que o profissional de Educação Física deverá adotar, contribuindo para uma abordagem multiprofissional. Estudaremos, ainda, a hipertensão arterial sistêmica, en- tendida como uma doença de forma específica e não somen- te como fator de risco, bem como suas consequências e o que interfere no controle da pressão arterial, seja fatores externos ou até mesmo os benefícios da atividade física. Detalharemos as diretrizes e linhas de prescrição para evitar eventos cerebro- vasculares e cardiovasculares para que você possa intervir com qualidade e segurança. Na Unidade 4, estudaremos as doenças pulmonares obs- trutivas crônicas, consideradas um dos principais problemas de saúde mundial, as quais diminuem a capacidade funcional dos indivíduos, aumentando o número de afastamentos. São consi- deradas um dos tipos de doença que mais mata no mundo. 12 © DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE CONTEÚDO INTRODUTÓRIO Esse conjunto de disfunções respiratórias tem diversas causas relacionadas ao meio ambiente, como a poluição e a poeira ocupacional. Entretanto, o consumo de tabaco é conside- rado o principal fator de risco para o seu surgimento em pessoas adultas. Essas doenças podem ser identificadas em uma consulta clínica realizada pelo médico, por meio de exames diretos para avaliar a capacidade funcional do indivíduo. O tratamento das DPOCs inclui medicamentos, terapia nu- tricional e atividades físicas. Embora o paciente "pneumopata" tenha limitações com relação à atividade física, esta promove uma série de adaptações cardiorrespiratórias e neuromuscu- lares que melhoram sua capacidade funcional e as atividades da vida diária, e ainda auxiliam na diminuição do consumo de medicamentos. As atividades físicas aeróbicas, o treinamento resistido e as atividades aquáticas são as modalidades mais indicadas para essa população. Portanto, entender suas recomendações para a prescrição de atividade física específica é de extrema relevância. Embora a utilização das atividades físicas e exercícios seja importantíssima para o tratamento do pneumopata, o acompa- nhamento por uma equipe multidisciplinar, com médicos, fisio- terapeutas, professores de Educação Física e nutricionistas, tam- bém é fundamental para o sucesso do tratamento. Veremos que o conhecimento dessas disfunções orgâni- cas, seus conceitos, características, manifestações clínicas, os benefícios das atividades físicas e exercícios em seu tratamento e prevenção, bem como as recomendações e diretrizes médicas relativas a essas disfunções, serão de extrema importância para 13© DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE CONTEÚDO INTRODUTÓRIO o planejamento de um programa de condicionamento físico para tratamento e promoção à saúde, sendo a atividade física e os exercícios físicos uma estratégia terapêutica de baixo custo e grande eficácia. Esta obra o capacitará a trabalhar com prescrição de ativi- dades e exercícios físicos para populações aparentemente sau- dáveis e especiais, exercendo a atividade em academias, clíni- cas, estúdios de treinamento físico personalizado, em programas preventivos em hospitais e no Sistema Único de Saúde em equi- pes multidisciplinares. 2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS O Glossário de Conceitos permite uma consulta rápida e precisa das definições conceituais, possibilitando um bom domí- nio dos termos técnico-científicos utilizados na área de conheci- mento dos temas tratados. 1) Assintomática: uma doença é considerada assinto- mática se um paciente é portador de uma doença ou infecção, mas não exibe sintomas. A condição pode ser assintomática se ela falha em mostrar os sintomas perceptíveis aos quais a doença é normalmente asso- ciada. Infecções assintomáticas são também chama- das de "infecções subclínicas". O termo "clinicamen- te silenciosa" também é usado para definir doenças assintomáticas. 2) Automonitoração: realização de coletas ou procedi- mentos como o controle da frequência cardíaca e da pressão arterial pelo próprio indivíduo acometido pela doença. 14 © DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 3) Autonomia: capacidade de realizar suas atividades funcionais e sociais sem o auxílio de outro indivíduo. 4) Balanças de bioimpedância: equipamento para avaliar percentual de gordura de forma indireta. 5) Cardiopatas: doentes cardíacos. 6) Comorbidade: ocorre quando houver doenças que predispõem o paciente a desenvolver outras. 7) Concentração sérica: quantidade de moléculas no plasma. 8) Consenso: acordo geral entre os membros de um gru- po ou comunidade científica. 9) Corpos cetônicos: são três substâncias nocivas ao sis- tema nervoso. São solúveis em água e são produtos derivados da quebra dos ácidos graxos (a quebra ocor- re no fígado). 10) Densidade: mede o grau de concentração de massa em determinado volume. 11) Diagnóstico: é a consulta médica, mas existe um gran- de e crescente número de técnicas complementares. 12) Diretrizes: regras, direcionamentos de uma determina- da linha científica para tomada de atitude profissional. 13) Doença crônico-degenerativa: é uma doença que con- siste na alteração do funcionamento de uma célula, um tecido ou um órgão, excluindo-se, nesse caso, as alterações. 14) Doença não transmissível: doença não transmissível ou DNT são doenças não infecciosas, o mesmo que doença crônico-degenerativa. 15© DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 15) Efeito colateral: efeito diferente daquele considerado como principal em um tratamento. 16) Enzimas: enzimas são grupos de substâncias orgâni- cas de natureza normalmente proteica que agem no metabolismo. 17) Epidemia: incidência, em curto período de tempo, de grande número de casos de uma doença. 18) Esteroide: hormônio produzido pelo organismo que tem origem no metabolismo de lipídios. 19) Fator de risco associado: é qualquer situação que au- mente a probabilidade de ocorrência de uma doença ou agravo à saúde; "associado" é usado quando há vá- rios fatores envolvidos. 20) Fator de risco isolado: é qualquer situação que au- mente a probabilidade de ocorrência de uma doença ou agravo à saúde de forma única ou isolada, ou seja, um único fator pode desencadear a doença principal. 21) Fatores operantes: é qualquer situação que aumente a probabilidade de ocorrência de uma doença ou agravo à saúde, sendo, porém, modificável; por exemplo: a má alimentação, o consumo de álcool e o uso de tabaco. 22) Fisiopatologia: "estuda os distúrbios funcionais e signi- ficado clínico. A natureza das alteraçõesmorfológicas e sua distribuição nos diferentes tecidos influenciam o funcionamento normal e determinam as característi- cas clínicas, o curso e também o prognóstico da doen- ça" (REDE METODISTA DE EDUCAÇÃO DO SUL, 2016). 23) Fosfolípideos: são lipídios que contêm ácido fosfórico. 16 © DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 24) Gangrena: é um tipo de necrose causada pela morte de um tecido por falta de irrigação sanguínea, e conse- quente falta de oxigênio (hipoxia). 25) Glicogênio: molécula de ATP (energia) armazenada no músculo e no fígado. 26) Gordura saturada: difere da gordura não saturada no sentido de que não há ligação dupla, causando maior aderência à artéria, o que pode provocar doenças cardiovasculares. 27) Gordura visceral: é a gordura que envolve os ór- gãos intra-abdominais e está relacionada a um risco cardiovascular. 28) HDL: colesterol bom. 29) Hemodiálise: tratamento que consiste na remoção de líquido e substâncias tóxicas do sangue como se fosse um rim artificial. 30) Hidrofóbica: molécula que não se mistura à água. 31) Hiperglicemia: excesso de glicose (açúcar no sangue). 32) Hipolipemiante: efeito de diminuição de gorduras no plasma (sangue). 33) Histórico familiar: casos de ocorrência de certa doen- ça na família. 34) Idiopática: doença cuja causa exata não se sabe. 35) Lipídios: gorduras. 36) Marcha: evolução ou progressão da caminhada, exer- cício dinâmico. 37) Metabolizado: transformado em energia. 17© DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 38) Miocárdio: faz parte do músculo cardíaco e tem como função básica ejetar sangue que se encontra no inte- rior do coração. 39) Moléculas: entidade eletricamente neutra que possui, pelo menos, dois átomos. 40) Mortalidade: número de óbitos em relação ao número de habitantes. 41) Multifatorial: quando há vários fatores envolvidos. 42) Oxidação: processo catabólico de ácidos graxos que consiste na sua degradação mitocondrial, ou seja, na quebra de gorduras na célula. 43) Pâncreas: glândula que libera insulina e glucagon. 44) Paradigma: "padrão" ou modelo comportamental a se seguir. 45) Patologia: doença. 46) Plicometria: exame para avaliar o percentual de gordura. 47) Preditor: é qualquer situação que aumente a probabili- dade de ocorrência de uma doença ou agravo à saúde. 48) Prevalência: número total de casos existentes em uma determinada população e em um determinado perío- do de tempo; permite compreender o quanto é co- mum, ou rara, uma determinada doença. 49) Processo inflamatório: é uma reação do organismo a uma infecção ou lesão dos tecidos. 50) Reincidência: o ato de "acontecer novamente"; refere- -se, nesta obra, ao infarto agudo do miocárdio, quando ocorre pela segunda vez ou em vezes posteriores. 18 © DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 51) Resistência insulínica: inabilidade da insulina em reali- zar sua função devido ao diabetes. 52) Sedentarismo: falta, ausência ou diminuição de ativi- dades físicas ou esportivas. É considerado a doença do século e está associado ao comportamento cotidiano decorrente dos confortos da vida moderna. Pessoas que têm um gasto calórico reduzido semanalmente pela ausência da prática esportiva são consideradas sedentárias ou com hábitos sedentários. 53) Síntese: fenômeno relativamente rápido e muito com- plexo que ocorre em quase todos os organismos, de- senvolve-se no interior das células. É um processo de construção tecidual. 54) Subfrações: pequenas partes de uma molécula de gordura. 55) Substratos: conversão dos alimentos em partículas menores. 3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE O Esquema a seguir possibilita uma visão geral dos concei- tos mais importantes deste estudo. 19© DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE CONTEÚDO INTRODUTÓRIO Figura 1 Esquema de Conceitos-chave de Disfunções Orgânicas, Atividade Física e Saúde. 4. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA SOUZA, D. R.; PATO, T. R.; LOGULLO, P. Termos técnicos de saúde. São Paulo: Conexão, 2008. 20 © DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 5. E-REFERÊNCIA REDE METODISTA DE EDUCAÇÃO DO SUL. Sobre a Patologia. Disponível em: <http:// www.metodistadosul.edu.br/patologia/sobre_patologia.php>. Acesso em: 7 abr. 2016. 21 UNIDADE 1 ATIVIDADES FÍSICAS, EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE Objetivos • Compreender a importância dos conceitos iniciais relacionados a disfun- ções orgânicas, atividade física e saúde. • Entender o conceito de Epidemiologia, seus tipos de estudo e suas aplica- ções práticas na área de Educação Física e Saúde. • Entender as diretrizes para a prescrição de atividades e exercícios físicos para a saúde. Conteúdos • Atividade física, saúde e qualidade de vida. • Epidemiologia aplicada à atividade física. • Estudos epidemiológicos e suas aplicações práticas. • Atividade física, saúde e prevenção de doenças. Orientações para o estudo da unidade Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir: 1) Não se limite ao conteúdo deste Conteúdo Básico de Referência; busque outras informações em sites confiáveis e/ou nas referências bibliográficas, apresentadas ao final de cada unidade. Lembre-se de que, na modalidade EaD, o engajamento pessoal é um fator determinante para o seu cresci- mento intelectual. 22 © DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE UNIDADE 1 – ATIVIDADES FÍSICAS, EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE 2) Não deixe de recorrer aos materiais complementares descritos no Conteú- do Digital Integrador. 23© DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE UNIDADE 1 – ATIVIDADES FÍSICAS, EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE 1. INTRODUÇÃO Vamos iniciar nossa primeira unidade de estudo, você está preparado? Nesta unidade, iremos estudar os conceitos iniciais sobre saúde, promoção de saúde, atividade física, exercício físico e ap- tidão física e sua relação com as disfunções orgânicas, nortean- do nossa linha de estudo e sendo o ponto de partida para o en- tendimento sobre a prescrição das atividades e exercícios como estratégia de prevenção, tratamento e proteção à saúde. Outro aspecto importante a ser estudado é a aplicação da Epidemiolo- gia à atividade física, relatando seus conceitos principais, tipos de estudo e aplicações práticas à área de Educação Física. Inserimos o conteúdo de atividade física, saúde e preven- ção de doenças com o objetivo de evitar as disfunções e enten- der como atender a uma população aparentemente saudável. Usa-se este termo "aparentemente saudável" para definir indiví- duos que não apresentam fator de risco ou estejam em um esta- do clínico desejável, sendo, entretanto, sedentários. Você irá perceber que esses conceitos, quando bem defi- nidos, irão auxiliá-los na prescrição de atividades ou exercícios físicos para populações aparentemente saudáveis ou até mesmo em condições especiais nos mais diversos campos de atuação da Educação Física. 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de forma su- cinta, os temas abordados nesta unidade. Para sua compreensão integral, é necessário o aprofundamento pelo estudo do Conteú- do Digital Integrador. 24 © DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE UNIDADE 1 – ATIVIDADES FÍSICAS, EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE 2.1. CONCEITOS INICIAIS: SAÚDE, PROMOÇÃO DE SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA, ATIVIDADE FÍSICA E EXERCÍCIO FÍSICO E APTIDÃO FÍSICA Definição de saúde O termo "saúde" não significa somente ausência de doen- ça. Conceitualmente, ele tem sido discutido de forma ampliada, sendo identificado como multiplicidade de vários aspectos hu- manos voltados ao bem-estar físico, mental e social. Saúde não é algo estático, deve ser construída ao longo da vida, evidenciandoo fato de que ela é educável, no contexto educacional e compor- tamental (GUEDES; GUEDES, 1995). Antes de prosseguir seus estudos, leia o artigo indicado no subtópico Definição de Saúde, do tópico 3. 1. Definição de promoção de saúde e qualidade de vida Promoção de saúde (PS) não é somente um "incentivo à saúde"; pode ser definida como processo de capacitação da co- munidade para atuar na melhoria da sua saúde, incluindo um conjunto de ações, intervenções, propostas, meios e movimen- tos que combatem as causas básicas de doença e apontam para novas formas de condições de trabalho, de vida e de relaciona- mento do homem consigo mesmo e com o meio ambiente. Tem relação direta com o desenvolvimento de hábitos saudáveis e a redução de comportamentos de risco, envolvendo opções, toma- da de decisões e mudanças de comportamento (BRASIL, 2002). 25© DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE UNIDADE 1 – ATIVIDADES FÍSICAS, EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE Esse conceito vem sendo inserido, discutido e aprimorado na saúde pública em conferências internacionais desde 1986 (em Ottawa) até recentemente, em 2005 (em Bangkok). A PS atua em cinco frentes: políticas públicas saudáveis, ambientes favoráveis, reforço da ação comunitária, desenvolvimento de habilidades pessoais e reorientação dos serviços (BRASIL, 2002). As diversas manifestações de atividade física podem ser utilizadas para prevenção, tratamento e promoção de saúde, contribuindo para a adoção de um estilo de vida saudável, tendo uma relação direta com a promoção de saúde. O conceito de qualidade de vida vem sendo tratado de for- ma genérica como simples ato de alimentar-se bem e realizar exercícios. Entretanto, "qualidade de vida" é o método utiliza- do para medir as condições de vida de um ser humano. Envolve o bem-estar espiritual, físico, mental, psicológico e emocional, além de relacionamentos sociais, como família e amigos, e tam- bém saúde, educação, poder de compra, habitação, saneamento básico e outras circunstâncias da vida (ARAÚJO; ARAÚJO, 2000). Portanto, é muito mais amplo, subjetivo e pessoal do que sim- plesmente os comportamentos anteriormente citados como conceito de qualidade de vida. Para conhecer mais a respeito da promoção de saúde e qualidade de vida, sugerimos algumas leituras interessantes no tópico 3. 1. Definição de atividade física, exercício físico e aptidão física O estudo epidemiológico vem demonstrando que o seden- tarismo é um fator predisponente que contribui de forma signi- 26 © DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE UNIDADE 1 – ATIVIDADES FÍSICAS, EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE ficativa para o surgimento de doenças crônico-degenerativas e suas comorbidades, bem como para diminuição da expectativa de vida. A prevalência do sedentarismo no Brasil vem crescendo de forma substancial, decorrente do aquecimento da economia e da aquisição de novas tecnologias que substituem atividades ocupacionais por facilidades automatizadas, diminuindo o gas- to energético e contribuindo para o surgimento de doenças não transmissíveis (NEGRÃO; BARRETO, 2005). O incremento da atividade física em uma população con- tribui decisivamente para a saúde pública, com forte impacto na redução dos custos com tratamentos, inclusive hospitalares, sen- do esta uma das razões de seus consideráveis benefícios sociais (CARVALHO et al., 1996). A atividade física pode ser definida como qualquer movi- mento corporal produzido pela musculatura esquelética que re- sulta no gasto energético, tendo componentes e determinantes de ordem biopsicossocial, cultural e comportamental. Ela pode ser exemplificada por jogos, lutas, danças, atividades laborais e deslocamento, enquanto a aptidão física é adquirida em razão da prática regular de exercícios físicos. O exercício físico pode ser definido como atividade repetitiva, planejada e estruturada, que tem como objetivo a manutenção e a melhoria de um ou mais componentes da aptidão física (PITANGA, 2010). Observe a Figura 1 a seguir, com um esquema explicativo sobre os conceitos estudados: 27© DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE UNIDADE 1 – ATIVIDADES FÍSICAS, EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE Fonte: Adaptado de Pitanga (2010). Figura 1 Esquema explicativo sobre os conceitos estudados. Podemos afirmar que a atividade física e o exercício físico podem ser considerados estratégias de promoção de saúde, não somente pelo processo de intervenção, mas também por mo- dificarem o comportamento humano, induzindo um estilo vida saudável. Pesquisas têm comprovado que os indivíduos fisicamente aptos e/ou treinados tendem a apresentar menor incidência da maioria das doenças crônico-degenerativas, sendo esse fato ex- plicável por uma série de benefícios fisiológicos, psicológicos e sociais decorrentes de sua prática. A aptidão física relacionada à promoção de saúde está as- sociada à capacidade de realizar as atividades do cotidiano com vigor e energia e de demonstrar traços e capacidades associadas a um baixo risco para o desenvolvimento de doenças crônico- -degenerativas (PITANGA, 2010). 28 © DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE UNIDADE 1 – ATIVIDADES FÍSICAS, EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE Dessa forma, o conceito de aptidão física relacionada à saúde implica adaptações nas dimensões fisiológicas, morfoló- gicas, funcional-motora e comportamental. A aptidão fisiológica (Figura 2) tem como característica a melhora dos parâmetros clí- nicos desejáveis para a saúde, como o controle da pressão arte- rial, a modulação do perfil bioquímico e a integridade óssea. As dimensões morfológicas estão relacionadas à melhora da distribuição da composição corporal – a diminuição de gordu- ra e o aumento de massa magra e óssea. A dimensão funcional- -motora engloba melhora da capacidade cardiorrespiratória e neurofuncional (força e flexibilidade). Em relação às mudanças comportamentais, podemos destacar diminuição do estresse, re- dução de problemas psicológicos (como ansiedade e depressão), obtenção de sono reparador, seleção de alimentos saudáveis e diminuição do consumo de medicamentos (PITANGA, 2010). Fonte: Adaptado de Pitanga (2010). Figura 2 Aptidão física relacionada à saúde. 29© DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE UNIDADE 1 – ATIVIDADES FÍSICAS, EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE No subtópico Definição de Atividade Física, Exercício Físico e Aptidão Física, no tópico 3. 1, indicamos algumas leituras importantes a respeito do tema. 2.2. EPIDEMIOLOGIA APLICADA À ATIVIDADE FÍSICA O sedentarismo é um dos principais fatores de risco para o surgimento de doenças crônico-degenerativas e disfunções orgânicas. Em contrapartida, a atividade física vem ganhando destaque como estratégia de prevenção e promoção na saúde coletiva. Com o aumento significativo do sedentarismo, a Epide- miologia da Atividade Física tornou-se uma ferramenta impres- cindível para Saúde Pública na identificação dos determinantes da atividade física, para, em seguida, serem propostas políticas públicas de incentivo à adoção e manutenção do estilo de vida saudável pela população (FLORINDO; HALLAL, 2011). No presente tema, serão abordados alguns conceitos, as- pectos históricos, evidências científicas e aplicações da Epide- miologia da Atividade Física. A Epidemiologia é caracterizada da seguinte forma pelos autores: 1) O estudo de doenças em relação a populações (Rose). 2) O estudo do processo saúde-doença em populações humanas (Kleinbaum). 3) Estudo dos padrões de ocorrência de doenças em po- pulações humanas e os fatores que influenciam esses padrões (Lilienfeld). 30 © DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE UNIDADE 1 – ATIVIDADES FÍSICAS, EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE 4) Estudo da distribuição e dos determinantes da fre- quência de doenças no homem (MacMahon) (MENE- ZES; SANTOS,1999, p. 163). Algumas descobertas da Epidemiologia: 1) Forma de transmissão da Aids. 2) Relação entre colesterol e doença isquêmica do coração. 3) Relação entre fumo e câncer de pulmão. 4) Uso do flúor para combater cáries dentais. 5) Relação entre amamentação e mortalidade infantil. 6) Relação entre inatividade física e mortalidade cardiovascular. A Epidemiologia é a ciência que estuda os fenômenos da saúde-doença e seus determinantes em grupos na população. Proporciona uma visão da frequência, distribuição e dos tipos de doenças da humanidade em diferentes épocas e pontos da su- perfície da Terra, relacionando-as com o meio ambiente, a gené- tica e o estilo de vida da população. Entre as diversas aplicações da Epidemiologia, podemos destacar: a descrição das condições de saúde da população, a investigação dos fatores determinan- tes da situação de saúde, a avaliação do impacto e a efetividade das ações para alterar a situação de saúde (PITANGA, 2002). Para melhor compreendermos a aplicação prática e a rela- ção da Epidemiologia com a atividade física, alguns termos men- cionados precisam ser explicados, como frequência, distribuição, determinante e processo saúde-doença. O termo frequência é a estimativa de quanto existe uma determinada doença ou um evento relacionado à saúde da população. 31© DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE UNIDADE 1 – ATIVIDADES FÍSICAS, EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE Na área da Epidemiologia da Atividade Física, tais estudos caracterizam-se por avaliar o percentual de praticantes de ati- vidade física em uma determinada comunidade. A palavra dis- tribuição representa a variabilidade (variações ou mudanças) do evento relacionado à saúde em determinados subgrupos po- pulacionais. Por exemplo, trabalhos que investigam a prática de atividade física no lazer têm encontrado frequência menor nas classes sociais mais baixas, em comparação com as mais altas, ou seja, as atividades físicas no lazer se distribuem de forma di- ferente entre as classes sociais. Observe o esquema na Figura 3 a seguir: Figura 3 Epidemiologia. O termo determinante reflete outro tipo de estudo ou aplicação que busca avaliar as causas do processo saúde-doença nas populações. Como referências, podem ser destacados estu- dos que investigam fatores determinantes na prática de ativida- de física ou que avaliam o efeito do sedentarismo sobre o risco de desenvolvimento de doenças crônico-degenerativas. Outro conceito, o processo saúde-doença, torna a investigação epide- 32 © DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE UNIDADE 1 – ATIVIDADES FÍSICAS, EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE miológica mais ampla, estudando, além de doenças, o compor- tamento e os hábitos do indivíduo e sua relação com a saúde. A Epidemiologia propõe uma visão populacional; sendo uma ferramenta da saúde coletiva. Não faz sentido, no seu cam- po de estudo, investigar as condições de saúde individual sem interferência do grupo ou comunidade a que pertence (PITAN- GA, 2010). No passado, a Epidemiologia priorizava investigar doenças infectocontagiosas, as quais afetavam, em um curto período de tempo, um grande número de pessoas em áreas geográficas res- tritas (endemias), ou se espalhavam rapidamente por diversas e diferentes comunidades (epidemias), ou atingiam grandes pro- porções, em nível continental ou mundial (pandemias). Nos últimos anos, ocorreram melhorias nas condições de vida, saúde e educação dos povos, além de acesso maior à tecno- logia, o que provocou uma modificação no padrão de morbimor- talidades, com o crescimento das doenças crônico-degenerativas não transmissíveis, com as doenças cardiocirculatórias ocupan- do o primeiro lugar em mortalidade. Não se pode descartar tam- bém o papel da hereditariedade, das desigualdades sociais e dos fatores ambientais, que também exercem influência nos hábitos de vida do indivíduo, assim como o comportamento sedentário, o tabagismo e o consumo excessivo de nutrientes. A relação entre Epidemiologia e atividade física aparente- mente tem início na "era das doenças crônico-degenerativas". Entre as causas multifatoriais dessas patologias, o sedentarismo surge como fator determinante nos agravos à saúde. Diversos estudos epidemiológicos vêm evidenciando que a prática re- gular de atividade física pode ser uma estratégia de prevenção e promoção de saúde, e, nas últimas três décadas, numerosos 33© DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE UNIDADE 1 – ATIVIDADES FÍSICAS, EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE trabalhos têm demonstrado que altos índices de aptidão física ou atividade física estão inversamente associados ao surgimento de patologias como doença arterial coronariana, diabetes, hiper- tensão, osteoporose e alguns tipos de câncer. Na atualidade, os principais estudos sobre Epidemiologia da Atividade Física continuam a investigar o sedentarismo como fator de risco, ou o estilo de vida fisicamente ativo como fator de proteção à saúde. Outro aspecto que vem sendo pesquisado são as variáveis da atividade física (modalidade, volume, intensidade e frequência) e sua associação com a melhoria da saúde – entre- tanto, ainda não existe um consenso sobre esses fatores. Considerando que o sedentarismo já é visto como fator de risco primário para as doenças cardiocirculatórias, sendo identi- ficada sua alta prevalência, a Epidemiologia da Atividade Física torna-se fundamental na investigação de fatores determinan- tes da atividade física para que haja propostas estratégicas de promoção e intervenção para adoção e aderência de sua práti- ca regular, contribuindo para a diminuição dos gastos públicos hospitalares e melhorando o impacto positivo na saúde pública, otimizando assim a qualidade de vida das populações. Antes de continuar seus estudos, leia o artigo indicado no tópico 3. 2. 2.3. ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS E SUAS APLICAÇÕES PRÁTICAS A epidemiologia pode ser dividida em duas grandes linhas de estudo: a Epidemiologia Descritiva, que permite a descri- ção de tais eventos ou fenômenos de saúde, e a Epidemiologia 34 © DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE UNIDADE 1 – ATIVIDADES FÍSICAS, EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE Analítica, que tem como objetivo complementar estudos obser- vacionais, testando hipóteses investigativas. Serão abordados agora os conceitos, os tipos de estudo e as aplicações de Epide- miologia Analítica, e sua relação com a área de Educação Física. O principal fundamento da Epidemiologia Analítica é apontar quais subgrupos da população apresentam risco e quais apresentam proteção para desenvolver um determinado evento em saúde (FLORINDO; HALLAL, 2011). De acordo com as referências bibliográfica específicas, os métodos epidemiológicos podem ser classificados de diversas formas; porém, a classificação mais frequente, na Epidemiologia aplicada à Educação Física, é a seguinte: estudos observacionais e experimentais ou de intervenção. Vejamos ambos em detalhes. Estudos observacionais Nos estudos observacionais, a postura do pesquisador é representada pela observação da realidade. Por exemplo: veri- ficar o nível de atividade física de jovens universitários, ou seja, faz-se a escolha de um determinado grupo, aplica-se um método (no caso, um questionário) e tem-se os dados coletados naquele momento e fato. Segundo Florindo e Hallal (2011), os estudos observacio- nais podem ainda ser subdivididos em: transversais, coorte, ca- so-controle e ecológicos. O estudo transversal, também chamado de seccional ou pontual, investiga a ocorrência de um determinado evento em saúde em um período de tempo específico, tendo como objetivo fazer diagnósticos ou até mesmo monitoramento para que pos- síveis ações sejam estabelecidas. Para melhor entendermos, po- 35© DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE UNIDADE 1 – ATIVIDADESFÍSICAS, EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE demos exemplificar com um estudo realizado sobre diferenças de gênero na atividade física realizada no lazer. Nesse exemplo, a inatividade física seria o objeto principal de investigação do estu- do e o gênero, a exposição. No resultado encontrado, verificou- -se que as mulheres apontam maior prevalência de inatividade física no lazer, quando comparadas aos homens. Os estudos de coorte ou longitudinais consistem em acom- panhar um grupo de indivíduos ao longo do tempo, observando- -se, a partir da exposição, o desenvolvimento dos eventos em saúde, verificando o surgimento de novos casos e seus fatores determinantes. O termo "coorte" deriva da cultura militar e representa um grupo de 300 a 600 guerreiros que formavam uma unidade, e 10 unidades que formavam uma legião de soldados. Um exem- plo de estudo de coorte seria a investigação da ocorrência de novos casos de depressão em indivíduos ativos e inativos, em que os autores concluíram que o aparecimento de novos casos de depressão foi significantemente maior entre inativos, quando comparados aos casos de sujeitos ativos. Os estudos de caso-controle ou retrospectivos são usa- dos para investigar eventos em saúde, como doenças de baixa incidência ou período de exposição prolongado. Dentro de um período, formam-se 2 grupos, com indivíduos com dada doença (casos) e outros com pessoas sem determinada doença (contro- les). Eles são selecionados e expostos aos fatores de risco, e de- pois os grupos são comparados. Esse tipo de estudo tem como vantagem o baixo custo, a facilidade para estudar doenças raras e a eficiência estatística. Realizou-se pesquisa de caso-controle em 52 países, in- vestigando diversos fatores de risco na atividade física e sua as- 36 © DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE UNIDADE 1 – ATIVIDADES FÍSICAS, EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE sociação com o desenvolvimento de infarto agudo do miocár- dio (IAM). O estudo partiu da definição dos casos existentes da doença; depois, os controles foram definidos e separados por gênero e faixa etária. Com a aplicação de questionários padro- nizados, concluiu-se que ocorria um maior número de casos de IAM em sujeitos inativos. Já os estudos ecológicos são usados quando se quer ava- liar a associação entre variáveis contextuais, que afetam grandes grupos populacionais ao mesmo tempo. Subdivide-se em inves- tigações de base territorial (referências geográficas, bairros, mu- nicípios, estados, países) e estudos de agregados institucionais coletivos (escolas, empresas, hospitais, prisões). Verificou-se a prevalência de casos de obesidade juvenil em escolas públicas e privadas, e foi constatado que, nas escolas particulares, o núme- ro de casos seria maior devido ao alto poder econômico dos pais e maior acesso a alimentos industrializados. Estudos experimentais ou de intervenção Nos estudos experimentais ou de intervenção, o pesqui- sador intervém, atuando com técnica específica, o que resulta no que se chama "experimentação". Um exemplo seria a verificação do efeito de protocolo de exercícios resistidos frente ao percen- tual de gordura em idosos fisicamente ativos. Esses estudos visam avaliar a eficácia ou o efeito de proce- dimentos diagnósticos, preventivos e terapêuticos. Eles trabalham com dois grupos (intervenção e controle) e dividem-se em estudos randomizados e não randomizados. Entre os estudos randomiza- dos, encontram-se os ensaios clínicos, estudos de intervenção e ensaios preventivos comunitários. A lógica metodológica é a mes- ma: um dos grupos receberá a intervenção e outro, não. 37© DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE UNIDADE 1 – ATIVIDADES FÍSICAS, EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE Nos ensaios não randomizados, a intervenção é realizada em indivíduos da mesma população nos períodos anterior e pos- terior, avaliando eficácia, efetividade e eficiência. De forma geral, os estudos experimentais são largamente utilizados na área de Educação Física, na verificação de efeitos do treinamento físico frente a patologias e suas respostas agudas e crônicas, com o intuito de verificar a atividade física como estra- tégia de prevenção ou terapêutica. Atualmente, os estudos epidemiológicos na área de ativi- dade física centram-se nos seguintes temas: níveis de atividade física em diferentes grupos, riscos associados à inatividade física, benefícios biopsicossociais da prática regular de atividade física, estudos de aderência aos programas de atividade física e exer- cício, relação de taxas de mortalidade e longevidade associadas à atividade física, impacto da atividade física na saúde pública, entre outros. Considerando todas essas informações, a Epidemiologia pode ser compreendida como um processo contínuo de acúmu- lo de conhecimentos, com o objetivo de prover evidências, cada vez mais consistentes, de associação entre saúde e fatores de risco e protetores, e vem ganhando notoriedade na área de Edu- cação Física, podendo ser aplicada na atuação profissional, tanto na área de educação, saúde, fitness como no âmbito esportivo. No tópico 3. 3, indicamos algumas leituras a respeito dos estudos epidemiológicos e suas aplicações práticas. 38 © DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE UNIDADE 1 – ATIVIDADES FÍSICAS, EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE 2.4. ATIVIDADE FÍSICA, SAÚDE E PREVENÇÃO DE DOENÇAS A prescrição de exercícios físicos para a saúde busca a pre- venção de doenças e o aumento do vigor para a realização das atividades da vida diária (AVD), a superação de tarefas do dia a dia e o controle do estresse. Esse conjunto de fatores pode con- tribuir de forma significativa para a melhoria do bem-estar e a aderência de um estilo de vida saudável de trabalhos e exercícios físicos (NILMAN, 2000). Os programas de condicionamento físico podem contem- plar: atividades físicas, exercícios físicos, modalidades esporti- vas individuais e coletivas e até mesmo prática corporal, como ginástica, dança, jogos, lutas e brincadeiras, desde que tenham objetivos propostos. O American College Sport Medicine (2011) recomenda, em suas diretrizes, um programa de exercícios físicos que in- clua aquisição de aptidão cardiorrespiratória, força e flexibilida- de, em volumes e intensidades suficientes para a prevenção de doenças crônico-degenerativas em indivíduos aparentemente saudáveis de todas as idades. Além disso, esses programas po- dem ser adaptados de acordo com as condições ou necessidades específicas do indivíduo. As capacidades físicas, ou objetivos propostos, que devem ser trabalhadas em um programa de aptidão física à saúde são: 1) Aptidão cardiorrespiratória: capacidade de continuar ou persistir em tarefas extenuantes por longo período de tempo. 2) Melhora da composição corporal: redistribuição dos tecidos corporais, caracterizada pelo aumento de mas- sa magra e diminuição de tecido gorduroso. 39© DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE UNIDADE 1 – ATIVIDADES FÍSICAS, EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE 3) Força: capacidade de resistir a um esforço contrário por determinado período de tempo, auxiliando na postura, no equilíbrio muscular e nas tarefas conside- radas funcionais. 4) Flexibilidade: melhoria na amplitude de movimento, caracterizando facilidade na mobilidade articular. 5) Resistência Muscular Localizada (RML): capacidade de suprir a força submáxima repetidamente em curtos intervalos. Para elaboração dos programas de condicionamento físico, devem ser considerados diversos fatores para poder atingir os objetivos: 1) Interesse individual: para que tenha resultados dese- jáveis, o programa deve ir ao encontro do objetivo tra- çado entre professor e aluno. 2) Necessidade de saúde: verificar fatores de risco ou estado clínico do indivíduo por meio da avaliação físi- ca e até mesmo médica tem grande importânciapara classificá-lo se está apto ou não a iniciar um programa. 3) Modalidade apropriada: identificar as atividades físi- cas com que o indivíduo tem familiaridade ou tenha afinidade é de suma importância para a aderência ao programa. Outro aspecto importante é selecionar a modalidade que irá promover melhores resultados em menor tempo e causar o mínimo de efeito colateral. 4) Frequência: é de extrema importância determinar cor- retamente o número de vezes por semana em que se dá a prática. 5) Duração: o tempo de execução da sessão deve ser mo- nitorado para evitar excessos e causar lesões. 40 © DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE UNIDADE 1 – ATIVIDADES FÍSICAS, EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE 6) Progressão: a continuidade e aderência ao programa é fundamental para adoção de estilo de vida saudável. 7) Intensidade: é a qualidade com que é executada a atividade ou exercício, portanto, deve ser mensurada para que se possa chegar ao objetivo proposto. Exis- tem diversas metodologias para mensuração da inten- sidade; entretanto, a escolha dependerá da modali- dade de atividade física proposta e da adequação do método para que se consiga atingir o objetivo. Veja, a seguir, na Figura 4, o quadro ilustrativo sobre os fatores a serem considerados para prescrição dos exercícios ou atividades físicas: Figura 4 Fatores importantes para a prescrição dos exercícios. 41© DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE UNIDADE 1 – ATIVIDADES FÍSICAS, EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE A intensidade do exercício físico é um ponto-chave que deve ser destacado para alcançar os objetivos relacionados à ap- tidão física voltada para a saúde. Em programas de condiciona- mento físico voltados para a diminuição de fatores de risco e a melhora da aptidão física visando à promoção da saúde, a inten- sidade deve ser de leve a moderada (ARAÚJO; ARAÚJO, 2000). Observe o gráfico na Figura 5: Figura 5 Gráfico com a relação entre intensidade de exercícios e objetivos relacionados à aptidão física e saúde. Ainda não existe um consenso científico exato para alcan- çar os resultados desejáveis à saúde; entretanto, sabe-se que existe o mínimo de atividade física que o indivíduo deve praticar para ter melhora da aptidão física e ganhos paralelos à saúde. Na atualidade, existem várias definições e recomendações mundiais sobre a prática de atividade física. A tabela a seguir apresenta uma síntese dessas recomendações. 42 © DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE UNIDADE 1 – ATIVIDADES FÍSICAS, EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE Tabela 1 Síntese das definições das principais recomendações mundiais para atividade física. Fonte: Lima, Levy e Luiz (2014). Para a prescrição de exercícios físicos com o intuito de pro- mover a saúde, temos que nos ater à periodicidade, ao número de vezes por semana, à duração e à intensidade, conforme já foi estudado. Além disso, o praticante deverá ter a liberação de um médico, após passar por uma série de exames, e, se possível, ser submetido a testes cardiológicos, ortopédicos e até mesmo ser orientado por uma profissional da área de nutrição (PITANGA, 2010). A duração e a intensidade de exercícios devem ter as "do- ses certas" – trabalhar em baixas intensidades não promove adaptações e trabalhar em altas intensidades pode provocar da- nos ao organismo. Encontrar a intensidade "certa" ou adequada é a grande chave para o sucesso do programa de condiciona- mento físico. 43© DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE UNIDADE 1 – ATIVIDADES FÍSICAS, EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE A composição ou organização das sessões de exercícios deverá levar em consideração a disponibilidade de tempo do indivíduo. Vejamos o exemplo a seguir. Considerando um aluno com disponibilidade para praticar três vezes por semana, contemple o trabalho das três capacida- des físicas (Força, Resistência Aeróbia e Flexibilidade) na mesma sessão. Observe, a seguir, a Figura 6 – um quadro explicativo com uma sugestão de distribuição das sessões de treinamento em três vezes por semana: Figura 6 Distribuição das sessões de treinamento. Entretanto, se a disponibilidade for de cinco vezes por se- mana, seria interessante e motivador, para a realização das ses- sões, intercalar o trabalho de modalidades ou capacidades físi- cas em dias alternados. 44 © DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE UNIDADE 1 – ATIVIDADES FÍSICAS, EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE Quadro 1 Organização de sessões de treinamento semanal. ORGANIZAÇÃO DE SESSÕES DE TREINAMENTO SEMANAL Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Treinamento de Força Treinamento Cardiorrespiratório e Flexibilidade Treinamento de Força Treinamento Cardiorrespiratório e Flexibilidade Treinamento de Força Esses exemplos são apenas sugestões e pontos de partida para a prescrição de atividade física com o intuito de prevenir doenças e promover a saúde. O mais importante é o encoraja- mento e a adoção de um estilo de vida saudável, que contemple hábitos de vida preventivos, com a prática regular de atividade física, alimentação equilibrada, controle do estresse e bons rela- cionamentos pessoais. Antes de finalizarmos os estudos desta unidade, sugeri- mos que você leia os artigos indicados no tópico 3. 4. Vídeo complementar ––––––––––––––––––––––––––––––– Neste momento, é fundamental que você assista ao vídeo complementar 1. • Para assistir ao vídeo pela Sala de Aula Virtual, clique na aba Videoaula, localizado na barra superior. Em seguida, busque pelo nome da disciplina para abrir a lista de vídeos. • Caso você adquira o material, por meio da loja virtual, receberá também um CD contendo os vídeos complementares, os quais fazem parte integrante do material. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 45© DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE UNIDADE 1 – ATIVIDADES FÍSICAS, EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR O Conteúdo Digital Integrador representa uma condição necessária e indispensável para você compreender integralmen- te os conteúdos apresentados nesta unidade. 3.1. CONCEITOS INICIAIS: SAÚDE, PROMOÇÃO DE SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA, ATIVIDADE FÍSICA E EXERCÍCIO FÍSICO E APTIDÃO FÍSICA Definição de saúde No artigo indicado a seguir, Guedes e Guedes (1995) reali- zaram uma revisão de literatura referente aos conceitos e pres- supostos que são utilizados como referências nas ações direcio- nadas à saúde mediante a prática de atividade física. Discutem o conceito de saúde de uma forma ampliada, retificando a con- cepção antiquada de "saúde", que se refere apenas a ausência de doença. • GUEDES, D. P., GUEDES, J. R. P. Atividade, aptidão física e saúde. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde, Pe- lotas, v. 1, n. 1, p. 18-35, 1995. Disponível em: <http:// periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/RBAFS/article/ viewFile/451/495>. Acesso em: 6 abr. 2016. Definição de promoção de saúde e qualidade de vida A leitura indicada a seguir reúne os documentos de refe- rência resultantes do processo de discussão e construção cole- tiva sobre os conceitos fundamentais abordados no contexto da promoção de saúde, realizado em várias partes do mundo. A 46 © DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE UNIDADE 1 – ATIVIDADES FÍSICAS, EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE Carta de Ottawa e a Declaração do México são publicações ori- ginais. Já os demais documentos (Declaração de Alma-Ata, De- claração de Adelaide, Declaração de Sundswall, Declaração de Santafé de Bogotá, Declaração de Jacarta, Rede de Megapaíses) foram compilados. O conteúdo abordado constitui instrumento de fundamental referência para gestores, gerentes, profissionais de saúde, pesquisadores e demais atores interessados nas ques- tões pertinentes ao tema. • BRASIL. Ministérioda Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Projeto promoção da saúde. As cartas da promo- ção da saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2002. (Sé- rie Textos Básicos em Saúde). Disponível em: <http:// bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cartas_promo- cao.pdf>. Acesso em: 6 abr. 2016. O livro indicado a seguir traz as informações de estudos que nortearam a padronização de protocolos de avaliação fun- cional e de treinamento físico para indivíduos com diferentes ti- pos de disfunções orgânicas, aprofundando-se em vários temas, o que faz dele um grande referencial para área de Atividade Físi- ca e saúde. Destacamos a leitura do capítulo 1, páginas de 2 a 24, que relata os principais estudos de prevalência do sedentarismo em diferentes populações brasileiras e seus riscos à saúde. • NEGRÃO, C. E.; BARRETTO, A. C. P. Cardiologia do exer- cício: do atleta ao cardiopata. Barueri: Manole, 2005. (Disponível na Biblioteca Digital Universitária). Definição de atividade física, exercício físico e aptidão física O artigo indicado a seguir aborda a relação da saúde e da qualidade de vida do homem, que podem ambas ser preservadas e aprimoradas pela prática regular de atividade física. Apresenta 47© DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE UNIDADE 1 – ATIVIDADES FÍSICAS, EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE o sedentarismo como condição desfavorável para a saúde. Trata- -se de um documento elaborado por especialistas em exercício e esporte, que se baseia em conceitos científicos e na prática clíni- ca, destinado à população de indivíduos aparentemente sadios. O texto objetiva instrumentalizar os profissionais de saúde para o uso eficiente da atividade física. • CARVALHO, T. et al. Posição oficial da Sociedade Brasi- leira de Medicina do Esporte: atividade física e saúde. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, São Paulo, v. 2, n. 4, p. 79-81, out./dez. 1996. Disponível em: <http:// www.medicinadoesporte.com/SBME_Posicionamen- toOficial_1997_AtividadeFisicaeSaude.pdf>. Acesso em: 6 abr. 2016. A obra Epidemiologia, atividade física, do exercício físico e da saúde é considerada referência na área de Epidemiologia apli- cada à Educação Física. A obra é construída com uma linguagem de fácil acesso, com conceitos bem definidos e colocados. Procu- ra identificar os fatores determinantes do estilo de vida saudável e a redução das principais disfunções orgânicas e do desenvol- vimento de doenças. Trabalha o princípio e os pressupostos da prescrição de atividade física para o tratamento e a prevenção de doenças crônico-degenerativas. • PITANGA, F. J. G. Epidemiologia, atividade física, do exer- cício físico e da saúde. 3. ed. São Paulo: Phorte, 2010. (Disponível na Biblioteca Virtual Universitária). 3.2. EPIDEMIOLOGIA APLICADA À ATIVIDADE FÍSICA O artigo indicado neste tópico teve como principal objetivo realizar um estudo sobre os principais paradigmas de conceitos 48 © DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE UNIDADE 1 – ATIVIDADES FÍSICAS, EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE sobre atividade física, saúde e Epidemiologia, bem como seus as- pectos históricos e as transições seculares dos tipos de doenças. Ao seu final, indica os modelos e tipos de estudos mais relevan- tes para a realidade brasileira. • PITANGA, F. J. G. Epidemiologia, atividade física e saúde. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, Brasília, v. 10, n. 3, p. 49-54, jul. 2002. Disponível em: <http://portalrevistas.ucb.br/index.php/RBCM/article/ viewFile/463/489>. Acesso em: 10 dez. 2015. 3.3. ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS E SUAS APLICAÇÕES PRÁTICAS A obra indicada neste tópico trata da Epidemiologia apli- cada à atividade física, tendo como interesse o campo da saúde pública. Devido ao crescimento das doenças crônico-degenera- tivas, principalmente no tocante às epidemias de sobrepeso e obesidade, o autor contextualiza a intervenção da atividade físi- ca em parâmetros epidemiológicos. Sugerimos a leitura do capí- tulo 1, que traz a terminologia, a conceituação e o histórico da atividade física do ponto de vista populacional, e do capítulo 2, que traça um histórico da atividade física e saúde e sua origem até o século 20. • FLORINDO A. A., HALLAL P. C. Epidemiologia da ativida- de física. Rio de Janeiro: Atheneu 2011. O artigo indicado a seguir apresenta, além dos conceitos básicos da Epidemiologia, o delineamento dos tipos de estudo observacionais e sua aplicação na área de envelhecimento. Em- bora seja um artigo de abrangência na área da saúde, nele são discutidos os principais estudos sobre envelhecimento. 49© DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE UNIDADE 1 – ATIVIDADES FÍSICAS, EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE • LIMA-COSTA, M. F.; BARRETO, S. M. Tipos de estudos epidemiológicos: conceitos básicos e aplicações na área do envelhecimento. Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília, v. 12, n. 4, p. 189-201, out./dez. 2003. Dispo- nível em: <http://scielo.iec.pa.gov.br/pdf/ess/v12n4/ v12n4a03.pdf>. Acesso em: 6 abr. 2016. 3.4. ATIVIDADE FÍSICA, SAÚDE E PREVENÇÃO DE DOENÇAS O artigo aqui indicado trata das relações entre aptidão físi- ca, saúde e qualidade de vida. Fixa os conteúdos do texto e leva em consideração a problematização da prática de atividade física regular. Começa com a definição desses conceitos e, posterior- mente, analisa a relação entre qualidade de vida no tocante a saúde e aptidão física. • ARAÚJO, D. S. M. S.; ARAÚJO, C. G. S. Aptidão física, saú- de e qualidade de vida relacionada à saúde em adultos. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, São Paulo, v. 6, n. 5, p. 194-203, set./out. 2000. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbme/v6n5/v6n5a05.pdf>. Acesso em: 6 abr. 2016. O próximo artigo indicado faz um estudo comparativo de metanálise, comparando os resultados de diversas diretrizes so- bre a prescrição da atividade física voltada à saúde. Em linhas gerais, o artigo conclui que há falta de definição de dose mínima de atividade física, o que interfere na implantação de políticas públicas de saúde e incentivo à sua prática regular. • LIMA, D. F.; LEVY, R. B.; LUIZ, O. C. Recomendações para atividade física e saúde: consensos, controvérsias e ambiguidades. Revista Panamericana de Salud Pública, 50 © DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE UNIDADE 1 – ATIVIDADES FÍSICAS, EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE Washington, v. 36, n. 3, p. 164-70, 2014. Disponível em: <http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext &pid=S1020-49892014000800004>. Acesso em: 6 abr. 2016. O artigo do Prof. Alexandre Palma, indicado a seguir, nos traz o questionamento sobre a relação entre conjuntura socioe- conômica e estado de saúde, saindo um pouco do consenso so- bre os benefícios da atividade física do ponto de vista biológico e trazendo à tona a questão social na saúde. • PALMA. A. Atividade física, processo saúde-doença e condições sócio-econômicas: uma revisão da literatu- ra. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, v. 14, n. 1, p. 97-106, jan./jun. 2000. Disponível em: <http:// www.esefap.edu.br/downloads/biblioteca/atividade- -fisica-processo-saudedoenca-e-condicoes-socioeco- nomicas-uma-revisao-da-literatura-1254240452.pdf>. Acesso em: 6 abr. 2016. 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteú- dos estudados para sanar as suas dúvidas. 1) Após estudar os conteúdos desta unidade, como você definiria o conceito de saúde? 2) Qual a diferença entre atividade física e exercício físico? 3) Qual a relação entre promoção de saúde e atividade física? 51© DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE UNIDADE 1 – ATIVIDADES FÍSICAS, EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE 4) Qual é o conceito de Epidemiologia e suas aplicaçõespráticas na área da Educação Física? 5) Qual são os três tipos de estudos epidemiológicos? Defina cada um deles. 6) Quais capacidades físicas devem ser trabalhadas em um programa de ati- vidade física voltado para a prevenção de doenças? 5. CONSIDERAÇÕES Nesta unidade, tivemos contato com os primeiros concei- tos sobre atividade física, saúde, exercício físico e sua relação com a prevenção de disfunções orgânicas. Ao longo da unidade, você pôde perceber a importância de entendimento desses con- ceitos e de suas aplicações práticas. Você viu que o universo da Epidemiologia é fantástico, pois nos esclarece a relação de fatores que interferem na saúde e nos mostra os tipos de estudo que nos fornecem informações acerca das populações. Agora você sabe diferenciar atividade física e exercício físi- co, e isso o ajudará na tomada de decisão na prescrição de ati- vidades motoras, seja para a manutenção da saúde, seja para a prevenção e o tratamento de disfunções orgânicas. Você, como um futuro profissional de Educação Física, pas- sa a saber a importância da atividade física para a saúde humana e os principais fatores que devem ser levados em consideração na elaboração de programas de atividade física. Na próxima unidade, iremos estudar a influência da ativi- dade física na prevenção e no tratamento de doenças conhecidas como metabólicas, como a obesidade, a síndrome metabólica, o diabetes e a dislipidemia. 52 © DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE UNIDADE 1 – ATIVIDADES FÍSICAS, EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE 6. E-REFERÊNCIAS Figura Figura 4 Fatores importantes para a prescrição dos exercícios. Disponível em: <http:// pt.slideshare.net/VieiraPersonal/prescrio-de-atividade-fsica>. Acesso em: 20 abr. 2016. Sites pesquisados ARAÚJO, D. S. M. S.; ARAÚJO, C. G. S. Aptidão física, saúde e qualidade de vida relacionada à saúde em adultos. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, São Paulo, v. 6, n. 5, p. 194-203, set./out. 2000. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbme/ v6n5/v6n5a05.pdf>. Acesso em: 6 abr. 2016. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Projeto Promoção da Saúde. As cartas da promoção da saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2002. (Série Textos Básicos em Saúde). Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/ publicacoes/cartas_promocao.pdf>. Acesso em: 6 abr. 2016. CARVALHO, T. et al. Posição oficial da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte: atividade física e saúde. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, São Paulo, v. 2, n. 4, p. 79-81, out./dez. 1996. Disponível em: <http://www.medicinadoesporte.com/ SBME_PosicionamentoOficial_1997_AtividadeFisicaeSaude.pdf>. Acesso em: 6 abr. 2016. GUEDES, D. P.; GUEDES, J. E. R. P. Atividade física, aptidão física e saúde. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde, Pelotas, v. 1, n. 1, p. 18-35, 1995. Disponível em: <http://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/RBAFS/article/viewFile/451/495>. Acesso em: 6 abr. 2016. LIMA, D. F.; LEVY, R. B.; LUIZ, O. C. Recomendações para atividade física e saúde: consensos, controvérsias e ambiguidades. Revista Panamericana de Salud Pública, Washington, v. 36, n. 3, p. 164-70, 2014. Disponível em: <http://www.scielosp.org/ scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1020-49892014000800004>. Acesso em: 6 abr. 2016. MENEZES, A. M. B; SANTOS, I. da S. dos. Curso de epidemiologia básica para pneumologistas. Jornal Brasileiro de Pneumologia. Mai-Jun, 1999. Disponível em: < https://books.google.com.br/books?id=C2ovvwGDX3oC&printsec=frontcover&hl=pt- BR&rview=1&lr=#v=onepage&q&f=false>. Acesso em: 20 abr. 2016. 53© DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE UNIDADE 1 – ATIVIDADES FÍSICAS, EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE PITANGA, F. J. G. Epidemiologia, atividade física e saúde. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, Brasília, v. 10, n. 3, p. 49-54, jul. 2002. Disponível em: <http:// portalrevistas.ucb.br/index.php/RBCM/article/viewFile/463/489>. Acesso em: 6 abr. 2016. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FLORINDO, A. A.; HALLAL, P. C. Epidemiologia da atividade física. Rio de Janeiro: Atheneu, 2011. NEGRÃO, C. E.; BARRETTO, A. C. P. (Eds.). Cardiologia do exercício: do atleta ao cardiopata. Barueri: Manole, 2005. PITANGA, F. J. G. Epidemiologia, atividade física, do exercício físico e da saúde. 3. ed. São Paulo: Phorte, 2010. © DISFUNÇÕES ORGÂNICAS, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE
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