Buscar

Visão de trabalho para o Marxismo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Universidade Federal de Goiás 
Graduação em Psicologia 
Disciplina: Psicologia e Processos Psicossociais II 
Docente: Livia Gomes dos Santos 
Discente: Rafaella Magalhães de Souza 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MUNDO DO TRABALHO E A CONCEPÇÃO MARXISTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Goiânia 
2019 
 
Marx caracteriza o trabalho, do ponto de vista mais geral, como a forma pela qual o 
homem se apropria da natureza a fim de satisfazer suas necessidades. Neste processo, o 
homem altera conscientemente o ambiente natural com uma intencionalidade. “O processo de 
trabalho, como o apresentamos em seus elementos simples e abstratos, é atividade orientada a 
um fim para produzir valores de uso, apropriação do natural para satisfazer a necessidades 
humanas [...].” (MARX, 1985a, p.153). No trabalho a atividade humana é materializada ou 
objetivada em valores de uso. A análise do trabalho, feita por Marx no capitalismo, parte da 
categoria valor. Ele atribui um valor social à organização do trabalho. Deste modo, o trabalho 
deve ser analisado considerando tanto seu conteúdo material, quanto seu aspecto social 
histórico-concreto (COLMAN; POLA, 2009). 
Na concepção marxista o trabalho possui o duplo significado de produzir a própria 
condição humana e representar um eixo da história da humanidade. No primeiro significado, 
o trabalho é concebido como dimensão ontológica fundamental do homem. Pois, ao alterar a 
natureza o homem altera a si mesmo, constituindo a sua subjetividade. O trabalho é o que 
distingue o homem dos animais. Pois, o homem altera a natureza para satisfazer necessidades 
socialmente determinadas de forma previamente idealizada para atingir um propósito. A 
consciência é o que determina para Marx o ser social. A natureza humanizada é construída 
pelo trabalho, uma atividade prática e consciente do ser humano (OLIVEIRA, 2010). Assim, 
Marx concebe o trabalho: 
 
“Qualitativamente como potencial, uma atividade vital que expressa os poderes e capacidades do 
homem. O trabalho é um processo em que o ser humano com sua própria ação, impulsiona, regula e controla seu 
intercâmbio material com a natureza [...] atuando, assim sobre a natureza externa e modificando-a, ao mesmo 
tempo modifica sua própria natureza” (MARX,1985, p.202 apud OLIVEIRA 2006, P.77). 
 
Para Marx o homem é diferente da natureza, é um ser social, mas, ao mesmo tempo, é 
um ser natural que pertence a natureza. Ele se relaciona com a natureza mediado pelo 
trabalho. Em uma relação de dependência que sempre vai existir, entretanto essa apropriação 
ocorre de diferentes formas e muda de acordo com as transformações sofridas pela própria 
sociedade. Desta forma, as relações sociais nos permitem diferenciar os diversos modos de 
produção (COLMAN; POLA, 2009). 
Em relação ao segundo sentido, na concepção materialista de Marx a história da 
humanidade é a história das relações de produção. Segundo sua concepção, os meios de 
produção são constituídos pelos meios de trabalho e pelos objetos de trabalho. Os meios de 
trabalho incluem os instrumentos de produção como instalações prediais, infraestrutura 
(abastecimento de água, fornecimento de energia, transportes, telecomunicações) e as 
máquinas e ferramentas. Os objetos de trabalho são os elementos sobre os quais é aplicado o 
trabalho humano, os recursos naturais (SANDRONI, 2001). 
Segundo a teoria marxista, a força de trabalho humana e os meios de produção 
constituem as forças produtivas, as quais, juntamente com as relações de produção (sociais e 
técnicas), constituem o modo de produção - comunista primitivo, asiático, escravista, feudal, 
capitalista ou socialista. Cada modo de produção corresponde uma estrutura social, um modo 
de organização da sociedade, e um determinado padrão de relações entre os membros da 
sociedade (SANDRONI, 2001). Desta forma, o homem e o mundo no qual ele está inserido 
são seres históricos produtos das relações de produção que se modificam de acordo com as 
necessidades de cada época. 
Para Marx, o desenvolvimento do modo produção capitalista exige, como condição 
prévia, a separação entre o trabalho e os meios de produção, de forma que o proprietário da 
força de trabalho, o proletariado, seja obrigado a vendê-la ao proprietário dos meios de 
produção, o capitalista, em troca de um salário. Isto ocorre devido a todo um processo 
histórico em que o trabalhador ao ser desprovido dos meios de produção não tem como 
garantir sua subsistência. E deve vender sua força de trabalho como uma mercadoria. 
(BORGES; YAMAMOTO, 2004). Desta forma, no modo de produção capitalista, só é 
considerado produtivo o trabalho assalariado que produz mais-valia. 
A divisão do trabalho e a divisão da sociedade em classes correspondem ao modo de 
produção capitalista que coloca a burguesia em uma posição de classe dominante por ser 
detentora dos meios de produção e coloca o trabalhador em uma relação unilateral levando a 
alienação humana. Processo em que suas qualidades humanas foram suprimidas devido a 
alienação do seu trabalho pelo capital (BORDALO, 2013). 
Em síntese, este é um breve apanhado sobre a concepção de trabalho marxista. 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
BORDALO, K. B. ;​ O trabalho na concepção de Marx​. 2013. (Apresentação de 
Trabalho/Congresso). Disponível em: 
<​https://educere.bruc.com.br/CD2013/pdf/13169_6614.pdf​>. Acesso em 05 set 2019. 
 
BORGES, Lívia de Oliveira; YAMAMOTO, Oswaldo Hajime​.O mundo do 
trabalho.In: Zanelli,JoséCarlos. Psicologia,Organizações e Trabalho no Brasil. 
Porto Alegre: Artmed, 2004. p. 25-70 
 
COLMAN, Evaristo; POLA, Karina Dala. ​Trabalho em Marx e serviço social​, 2009. 
Disponível em: 
<http://www.uel.br/revistas/ssrevista/pdf/2009/2009_2/Artigo%20evaristo.pdf>. 
Acesso em 05 set. 2019. 
 
MARX, K. ​O Capital: crítica da economia política. ​Tradução por Regis Barbosa e 
Flávio R. Kothe. São Paulo: Abril Cultural, 1985a. Livro 1, v.1, t.1. (Os economistas). 
 
OLIVEIRA, Ivanilde Apoluceno de. ​Filosofia da Educação: Reflexões e debates. 
Petrópolis, RJ: Vozes, 2006. 
 
OLIVEIRA, Renato Almeida de . ​A Concepção de Trabalho na Filosofia do Jovem 
Marx e suas Implicações Antropológicas.​ KÍNESIS (MARÍLIA) , v. 2, p. 72-88, 
2010. Disponível em: 
<​https://www.marilia.unesp.br/Home/RevistasEletronicas/Kinesis/6_RenatoAlmeidad
eOliveira.pdf​>. Acesso em 05 set 2019. 
 
SANDRONI, P. ​Novíssimo dicionário de Economia.​ 7. ed. São Paulo: Best Seller, 
2001

Outros materiais