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ENADE - Saude da mulher

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ENADE COMENTADO 2007 
Enfermagem 
Chanceler
Dom Dadeus Grings
Reitor
Joaquim Clotet
Vice-Reitor
Evilázio Teixeira
Conselho Editorial
Ana Maria Lisboa de Mello
Elaine Turk Faria
Érico João Hammes
Gilberto Keller de Andrade
Helenita Rosa Franco
Jane Rita Caetano da Silveira
Jerônimo Carlos Santos Braga
Jorge Campos da Costa
Jorge Luis Nicolas Audy – Presidente
José Antônio Poli de Figueiredo
Jurandir Malerba
Lauro Kopper Filho
Luciano Klöckner
Maria Lúcia Tiellet Nunes
Marília Costa Morosini
Marlise Araújo dos Santos
Renato Tetelbom Stein
René Ernaini Gertz
Ruth Maria Chittó Gauer
EDIPUCRS
Jerônimo Carlos Santos Braga – Diretor
Jorge Campos da Costa – Editor-chefe
Beatriz Sebben Ojeda 
Andréia da Silva Gustavo 
Beatriz Regina Lara dos Santos 
Marion Creutzberg 
Valéria Lamb Corbellini 
(Organizadores) 
 
 
 
 
 
 
ENADE COMENTADO 2007 
Enfermagem 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Porto Alegre 
2010 
© EDIPUCRS, 2010
CAPA Vinícius de Almeida Xavier
DIAGRAMAÇÃO Gabriela Viale Pereira
REVISÃO Rafael Saraiva
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Ficha Catalográfica elaborada pelo Setor de Tratamento da Informação da BC-PUCRS.
EDIPUCRS – Editora Universitária da PUCRS
Av. Ipiranga, 6681 – Prédio 33
Caixa Postal 1429 – CEP 90619-900 
Porto Alegre – RS – Brasil
Fone/fax: (51) 3320 3711
e-mail: edipucrs@pucrs.br - www.pucrs.br/edipucrs
E56 ENADE comentado 2007 : enfermagem [recurso eletrônico] / 
 organizadores, Beatriz Sebben Ojeda ... [et al.]. – Dados 
 eletrônicos. – Porto Alegre : EDIPUCRS, 2010.
 103 p.
 Sistema requerido: Adobe Acrobat Reader
 Modo de Acesso:
 <http://www.pucrs.br/edipucrs/enade/enfermagem2007.pdf>
 ISBN 978-85-7430-984-2 (on-line)
 1. Ensino Superior – Brasil – Avaliação. 2. Exame 
 Nacional de Desempenho de Estudantes. 3. Enfermagem – 
 Ensino Superior. I. Ojeda, Beatriz Sebben.
 CDD 378.81
Questões retiradas da prova do ENADE 2007 da área de Enfermagem
SUMÁRIO 
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................7
 
COMPONENTE ESPECÍFICO 
 
QUESTÃO 11 ............................................................................................................ 10
Beatriz Sebben Ojeda e Olga Rosaria Eidt 
QUESTÃO 12 ............................................................................................................ 14
Karin Viegas e Marion Creutzberg 
QUESTÃO 13 ............................................................................................................ 17
Fátima Rejane Ayres Florentino e Simone Travi Canabarro 
QUESTÃO 14 - ANULADA ........................................................................................ 20
 
QUESTÃO 15 ............................................................................................................ 21
Ana Elizabeth Prado Lima Figueiredo e Valéria Lamb Corbellini 
QUESTÃO 16 ............................................................................................................ 23
Janete de Souza Urbanetto e Karin Viegas 
QUESTÃO 17 ............................................................................................................ 25
Karin Viegas e Karen Ruschel 
QUESTÃO 18 ............................................................................................................ 28
Karen Ruschel e Isabel Cristina Kern Soares 
QUESTÃO 19 ............................................................................................................ 30
Heloisa Reckziegel Bello, Marisa Reginatto Vieira e Simone Travi Canabarro 
QUESTÃO 20 ............................................................................................................ 32
Heloisa Reckziegel Bello, Marisa Reginatto Vieira e Simone Travi Canabarro 
QUESTÃO 21 ............................................................................................................ 36
Heloisa Reckziegel Bello, Marisa Reginatto Vieira e Simone Travi Canabarro 
QUESTÃO 22 ............................................................................................................ 40
Heloisa Reckziegel Bello, Marisa Reginatto Vieira e Simone Travi Canabarro 
QUESTÃO 23 - ANULADA ........................................................................................ 44
 
QUESTÃO 24 ............................................................................................................ 46
Beatriz Regina Lara dos Santos e Olga Rosaria Eidt 
QUESTÃO 25 ............................................................................................................ 49
Karen Ruschel e Fátima Rejane Ayres Florentino 
QUESTÃO 26 ............................................................................................................ 54
Beatriz Sebben Ojeda e Vera Beatriz Delgado 
QUESTÃO 27 ............................................................................................................ 56
Beatriz Regina Lara dos Santos e Vera Beatriz Delgado 
QUESTÃO 28 ............................................................................................................ 59
Karen Ruschel e Beatriz Regina Lara dos Santos 
QUESTÃO 29 - ANULADA ........................................................................................ 62
 
QUESTÃO 30 ............................................................................................................ 63
Ana Elizabeth Prado Lima Figueiredo e Fátima Rejane Ayres Florentino 
QUESTÃO 31 ............................................................................................................ 67
Fátima Rejane Ayres Florentino e Isabel Cristina Kern Soares 
QUESTÃO 32 ............................................................................................................ 69
Andréia da Silva Gustavo e Valéria Lamb Corbellini 
QUESTÃO 33 ............................................................................................................ 73
Karin Viegas e Maria Cristina Lore Schilling 
QUESTÃO 34 ............................................................................................................ 76
Beatriz Sebben Ojeda e Vera Beatriz Delgado 
QUESTÃO 35 ............................................................................................................ 79
Andréia da Silva Gustavo e Maria Cristina Lore Schilling 
QUESTÃO 36 - ANULADA ........................................................................................ 83
 
QUESTÃO 37 - DISCURSIVA ................................................................................... 84
Maria Cristina Lore Schilling e Janete de Souza Urbanetto 
QUESTÃO 38 - DISCURSIVA ................................................................................... 89
Olga Rosaria Eidt e Marion Creutzberg 
QUESTÃO 39 - DISCURSIVA ................................................................................... 94
Heloisa Reckziegel Bello, Simone Travi Canabarro e Marisa Reginatto Vieira 
QUESTÃO 40 - DISCURSIVA ................................................................................... 98
Ana Elizabeth Prado Lima Figueiredo e Isabel Cristina Kern Soares 
 
LISTA DE CONTRIBUINTES .................................................................................. 102
 
ENADE Comentado 2007: Enfermagem 7 
APRESENTAÇÃO 
A formação dos(as) profissionais da Saúde, em nível de Graduação, está 
amparada pela Lei nº 9.394/1996, Lei de Diretrizes e Bases, que fundamenta a 
Educação Superior no Brasil, e nas Políticas de Saúde vigentes. Considerando os 
desafios de formar profissionais/cidadãos com competências e habilidadespara 
dar conta da complexa realidade da saúde, nacional e mundial, a criação do 
Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – SINAES, Lei nº 
10.861/2004 propõe parâmetros essenciais para a avaliação da Educação 
Superior. O SINAES preconiza uma formação que atenda a princípios de 
qualidade e relevância voltados para as necessidades de desenvolvimento do 
país. Assim, a avaliação permanente de todos os processos formativos precisa 
estar incorporada no cotidiano das instituições de ensino, aproximando-a da 
realidade social de cada área. 
O Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes – ENADE – constitui-
se em uma das etapas de avaliação do SINAES. Seu propósito é avaliar o 
desempenho dos estudantes, identificando se as condições de ensino, o 
conhecimento, as competências e as habilidades pretendidas e a metodologia 
utilizada estão em conformidade com os princípios e orientações das Diretrizes 
Curriculares do Curso em avaliação. As Diretrizes Curriculares da Área da Saúde 
orientam para a formação de um novo profissional/cidadão, alinhando-a aos 
princípios do Sistema Único de Saúde – SUS, para atender às demandas da 
saúde, na sociedade contemporânea. Para isso, e também conforme as referidas 
diretrizes, é necessária a formação generalista com o desenvolvimento de 
competências comuns às profissões, bem como as específicas de cada uma 
delas para que a saúde seja atendida de maneira integral. Portanto, a premissa 
da interdisciplinaridade como forma de ser, de fazer, de conhecer e de conviver, 
precisa estar incorporada na concepção dos profissionais, a qual também está 
subjacente na avaliação da qualidade dos cursos nessa área. 
O ENADE Comentado, do Curso de Graduação em Enfermagem, da 
Faculdade de Enfermagem, Nutrição e Fisioterapia – FAENFI – tem como 
propósito discutir, com a comunidade acadêmica da Faculdade, as questões que 
compuseram o ENADE 2007, promovendo e ampliando debates relativos às 
8 Beatriz Sebben Ojeda et al. (Orgs.) 
práticas e ao cenário da Saúde no qual se insere a Enfermagem. Ao mesmo 
tempo como instrumento de avaliação, oportuniza reflexões acerca do processo 
pedagógico desenvolvido ao longo do Curso. 
A prova do ENADE/2007 do Curso de Enfermagem é composta por 40 
questões assim constituídas: 10 questões de formação geral, 30 questões de 
conteúdo específico, sendo 26 com respostas objetivas e 4 questões discursivas. 
Também integra a Prova do ENADE um questionário no qual o estudante refere 
sua percepção acerca do curso e estrutura do mesmo, no contexto da 
Universidade. 
Nesta publicação são apresentadas e discutidas as 30 questões 
específicas da área da Enfermagem do ENADE 2007. As discussões estão 
fundamentadas em publicações e nas políticas de saúde vigentes, devidamente 
referenciadas para que o leitor possa ampliar a reflexão acerca das temáticas 
abordadas pelas questões. As referências foram inseridas conforme as 
orientações de Vancouver, comumente utilizadas na documentação em Saúde. 
Ressaltamos que a realização deste e-book só foi possível pelo 
envolvimento do corpo docente do Curso de Enfermagem. Agradecemos de 
maneira muito especial a toda equipe da FAENFI que assumiu com 
responsabilidade e competência a elaboração do presente e-book. 
Nosso agradecimento à Prof.ª Dr. Solange Medina Ketzer, Pró-Reitora de 
Graduação/PUCRS, extensivo à sua equipe pelo apoio e estímulos permanentes. 
Esta publicação eletrônica – ENADE Comentado 2007: Enfermagem – 
FAENFI – insere-se na coleção da EDIPUCRS. Almejamos que o referido material 
possa ser um instrumento de consulta para estudantes, docentes e profissionais 
de saúde, bem como de revisão e reformulação de metodologias de ensino e de 
aprendizagem. 
 
Beatriz Sebben Ojeda 
Diretora da Faculdade de Enfermagem, Nutrição e Fisioterapia – FAENFI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMPONENTE ESPECÍFICO 
 
10 Beatriz Sebben Ojeda et al. (Orgs.) 
QUESTÃO 11 
Considere o gráfico, a tabela e as afirmações abaixo: 
 
No período, o percentual da população com acesso a rede geral de 
abastecimento de água 
I. melhorou em todas as regiões do país. O acesso da população a esse 
serviço, traduz-se na redução da incidência de doenças de transmissão 
hídrica e, conseqüentemente, em menor número de óbitos no componente 
tardio do CMI, que diminuiu de uma maneira geral em todo o país. 
II. aumentou 7% e 18%, respectivamente, nas regiões Norte e Sudeste. Na 
região Sudeste, o CMI passou de 57,7 para 22,2. Os dados sugerem que o 
acesso da população a esse serviço é um dos fatores que pode ser 
associado à queda do Coeficiente de Mortalidade Infantil. 
III. foi semelhante nas regiões Centro-Oeste e Nordeste, porém a queda da 
mortalidade infantil foi mais acentuada na região Nordeste. Os dados 
indicam que o acesso da população a esse serviço não interfere na 
mortalidade infantil. 
IV. foi menor na região Sul e maior nas regiões Norte e Nordeste, comparado 
com as outras regiões. Os dados revelam que o CMI está diretamente 
relacionado com o acesso da população a esse serviço, porque o 
Coeficiente decresceu nas três regiões. 
Com relação aos dados apresentados, está correto APENAS o que se afirma em 
(A) IV. 
(B) III e IV. 
(C) II. 
(D) I e II. 
(E) I. 
 
 
ENADE Comentado 2007: Enfermagem 11 
Gabarito: D 
Autoras: Beatriz Sebben Ojeda e Olga Rosaria Eidt 
Comentário: 
O Coeficiente de Mortalidade Infantil (CMI) é um dos mais sensíveis 
indicadores de saúde e, talvez o mais utilizado dentre os coeficientes de 
mortalidade. A redução da mortalidade infantil, apesar do seu declínio observado 
é ainda um grande desafio no País para os gestores, profissionais de saúde e a 
sociedade como um todo. A organização da assistência à criança no primeiro ano 
de vida requer uma rede de assistência integral, qualificada e humanizada em 
benefício da criança e da família brasileira. “A redução média anual da Taxa de 
Mortalidade Infantil (TMI) no País foi de 4,8% ao ano, entre 1990 e 2007” 1:9. 
A questão 11- ENADE 2007 em pauta relaciona “a população com acesso 
à rede geral de abastecimento de água por região do Brasil, no período de 1980, 
1991 e 2000, com o Coeficiente de Mortalidade Infantil (CMI) por mil nascidos 
vivos por região, nos mesmos períodos”. 
As afirmativas I e II estão corretas. Ambas afirmam, conforme apresenta o 
gráfico, que o acesso a rede geral de abastecimento de água melhorou em todas 
as regiões do país. A afirmativa I também aborda, que o acesso da população a 
esse serviço se traduz na redução da incidência de doenças de transmissão 
hídrica e, consequentemente, em menor número de óbitos no componente tardio 
do CMI, o qual diminuiu de uma maneira geral em todo o país. 
Segundo do Ministério da Saúde, o componente tardio do CMI, refere-se ao 
período pós-neonatal que está relacionado aos óbitos em crianças de 28 dias até 
um ano de idade e está fortemente ligado a fatores ambientais – causas externas, 
cujas condições socioeconômicas desempenham importante papel. A Agenda de 
Compromissos para a Saúde Integral da Criança e Redução da Mortalidade 
Infantil e que orienta para atividades de todos os profissionais que cuidam da 
criança, indica que o cuidado integral requer a “responsabilidade de disponibilizar 
a atenção necessária em todos os níveis: da promoção à saúde ao nível mais 
complexo de assistência, do lócus próprio da atenção à saúde aos demais setores 
que têm interface estreita e fundamental com a saúde como moradia, água 
tratada [...]”. 2:43 
12 Beatriz Sebben Ojeda et al. (Orgs.) 
Também na Afirmativa II, segundo dados da Tabela, a região Sudeste 
reduziu o CMI 57,7para 22,2, sugerindo que o acesso da população a rede geral 
de abastecimento de água é um dos fatores que pode ser associado à queda do 
CMI. Em relação a esta afirmativa, conforme Pesquisa Nacional de Saneamento 
Básico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o abastecimento 
de água é uma questão essencial para as populações. A ausência de 
abastecimento ou o fornecimento inadequado traz grandes riscos à saúde pública, 
e daí a necessidade de universalização destes serviços. Embora se identifique a 
ampliação do abastecimento de água para a população em nível Nacional, 
constata-se que ela se dá de forma desigual, o que compromete a saúde da 
população daquelas regiões menos favorecidas3. Nesse sentido, o Ministério da 
Saúde destaca que no período 1990 a 2007 projetos intersetoriais foram 
estratégias importantes que contribuíram para a redução da TMI1. 
As Afirmativas III e IV estão incorretas. A Afirmativa III refere que o 
percentual da população com acesso a rede geral de abastecimento de água foi 
semelhante nas regiões Centro-Oeste (de 40% em 1980 para 73% em 2000 que 
corresponde a um acréscimo de 33%) e Nordeste (de 32% em 1980 para 65% em 
2000, correspondendo a um acréscimo de 33%) o que está correto. Também 
afirma que a queda da mortalidade infantil foi mais acentuada na região Nordeste 
(de 97,1 em 1980 para 45,2 em 2000, correspondendo a 53,4% de redução), do 
que na Região Centro-Oeste (de 47,9 em 1980 a 23,3 em 2000, correspondendo 
a 51,3% de redução), o que também está correto. Entretanto, a afirmativa que diz: 
“os dados indicam que o acesso da população a esse serviço não interfere na 
mortalidade infantil” não corresponde ao que informa a Pesquisa Nacional de 
Saneamento Básico, que o abastecimento de água é uma questão essencial para 
as populações. A ausência de abastecimento ou o fornecimento inadequado traz 
grandes riscos à saúde pública3. 
Em uma análise mais detalhada observa-se que o CMI no Nordeste 
permanece a mais elevada, entre as cinco grandes regiões brasileiras, como já 
ocorria anteriormente na década de 80 e 90. Porém, pode-se inferir que o acesso 
à rede geral de abastecimento de água foi um fator contributivo ao decréscimo da 
mortalidade infantil, pois o percentual de redução desse coeficiente, numa leitura 
 
ENADE Comentado 2007: Enfermagem 13 
retrospectiva, mostra que vem acontecendo gradativamente, como também nas 
outras regiões. 
A Afirmativa IV aborda que o percentual da população com acesso a rede 
geral de abastecimento de água foi menor na região Sul e maior nas regiões 
Norte e Nordeste comparado com as outras regiões. Tal afirmativa não está 
correta, pois o menor acesso a rede geral de abastecimento de água em nível 
Nacional foi a região Norte (de 40% em 1980 a 47% em 2000, correspondendo a 
um acréscimo de apenas 7%) e não da Região Sul (de 49% em 1980 a 79% em 
2000, correspondendo um acréscimo de 30%). Em relação à segunda parte da 
afirmativa IV: “os dados revelam que o CMI está diretamente relacionado com o 
acesso da população a esse serviço, porque o Coeficiente decresceu nas três 
regiões” também está incorreta, pois o acesso ao abastecimento de água é um 
dos indicativos para a redução da MI, mas não o único. Salienta-se que o 
abastecimento de água nas três regiões foi desigual (o acréscimo de 30% na 
Região Sul; 33% na Região Nordeste; e 7% na Região Norte) e que o percentual 
de redução do CMI nas três regiões foi expressivo (55,4% na Região Sul; 53,4% 
na Região Nordeste; e 49,3% na Região Norte) o que indica a influência de outros 
fatores para a diminuição desse coeficiente, principalmente, considerando a 
reduzida ampliação do abastecimento de água ocorrida na Região Norte. 
Referências 
1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância e Saúde. Departamento 
de Ações Programáticas. Manual de Vigilância do óbito Infantil e Fetal. 
Brasília: Ministério da Saúde; 2009. 
2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento 
de Ações Programáticas Estratégicas. Agenda de Compromissos para a saúde 
integral da criança e redução da mortalidade infantil. Brasília: Ministério da 
Saúde; 2005. 
3. Brasil. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão - Instituto Brasileiro 
de Geografia e Estatística-IBGE. Departamento de População e Indicadores 
Sociais. Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2000. Rio de Janeiro, 2002. 
Disponível em: 
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/pnsb/pnsb.pdf 
14 Beatriz Sebben Ojeda et al. (Orgs.) 
QUESTÃO 12 
O gráfico apresenta a relação da variação do volume do parênquima pulmonar, 
segundo a variação da pressão transpulmonar, em dois grupos de pacientes, 
conforme descrito na legenda. 
 
Considerando o gráfico e a atual Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, é 
correto afirmar que a alteração funcional e a porta de entrada da atenção à saúde 
do grupo de idosos são, respectivamente, 
(A) elasticidade pulmonar diminuída e serviços especializados de média 
complexidade. 
(B) fragilidade e serviços especializados de alta complexidade. 
(C) fibrose pulmonar e atenção básica/Saúde da Família. 
(D) atelectasia pulmonar e serviços especializados de alta complexidade. 
(E) complacência pulmonar aumentada e atenção básica/Saúde da Família. 
 
Gabarito: E 
Autoras: Karin Viegas e Marion Creutzberg 
Comentário: 
Os pulmões são os principais órgãos do sistema respiratório e sofrem 
mudanças significativas com o envelhecimento. Com a idade, as paredes dos 
alvéolos tornam-se mais finas, o número de capilares diminui, os ductos dos 
alvéolos tornam-se estocados, causando um alargamento e o rompimento dos 
alvéolos. Essas mudanças na estrutura alveolar diminuem a área de superfície de 
troca gasosa, embora o número de alvéolos permaneça relativamente o mesmo. 
 
ENADE Comentado 2007: Enfermagem 15 
Outra alteração são as cartilagens costais, que ficam enrijecidas e diminuem a 
complacência, sendo necessária a utilização da musculatura acessória (músculos 
do maxilar e pescoço e intercostais). A musculatura intercostal também se torna 
enfraquecida, aumentando o esforço respiratório. O idoso expira de forma 
incompleta e o volume residual aumenta. Esse aumento causa diminuição na 
capacidade vital. Como apenas uma parte dos pulmões é ventilada, a troca de 
gases para a circulação é mal feita, diminuindo a oxigenação do sangue 
circulante. Com a idade os quimiorreceptores sofrem mudanças, não reagindo 
adequadamente com os níveis de O2 e pH. Desse modo, as pessoas idosas são 
mais vulneráveis a doenças que afetam a respiração, como pneumonias e 
enfisemas1,2. 
Os elementos essenciais para determinar a capacidade pulmonar total 
(CPT), são a força muscular, a complacência do parênquima pulmonar e a 
complacência da parede torácica. Quando existe fraqueza dos músculos, o 
equilíbrio entre a força muscular e a distensão do sistema dá-se abaixo do 
volume, reduzindo a pressão de retração elástica máxima. Quando houver maior 
resistência elástica do parênquima pulmonar, isto é, diminuição da complacência, 
o equilíbrio será atingido antes do volume pulmonar previsto, diminuindo a CPT, 
mas com alta pressão de retração elástica máxima2. 
Na resolução desta questão o conhecimento acerca de alterações 
funcionais que ocorrem no envelhecimento, de antemão, auxiliaria o respondente 
a descartar as alternativas B, C e D, pois estas se referem a doenças e/ou sinais 
de patologias respiratórias. Assim, quanto à alteração funcional, poderiam ser 
consideradas corretas as alternativas A e E. É, portanto, o conhecimento da 
Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, que, num segundo momento, levaria 
à definiçãoda resposta correta. 
A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa3 estabelece dois eixos 
orientadores para as ações de saúde em todos os níveis de atenção: a) a 
promoção da saúde e da integração social; b) o enfrentamento de fragilidades. 
A situação descrita na questão 12 refere-se, como dito, a alterações do 
envelhecimento que devem ser acompanhadas na Atenção Básica, na 
perspectiva da manutenção da independência para a realização das atividades da 
vida diária e autonomia. O desafio é, a despeito das alterações e possíveis 
16 Beatriz Sebben Ojeda et al. (Orgs.) 
limitações delas decorrentes, que se possa buscar a máxima independência e 
autonomia, com qualidade de vida. Esse é o paradigma de saúde proposto pela 
Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. 
A Atenção Básica constitui acesso preferencial dos idosos ao sistema de 
saúde e a finalidade desta deve ser a de buscar a maior resolutividade possível 
nesse nível de atenção. Ações dirigidas aos idosos individualmente, bem como à 
coletividade na comunidade e as atividades de grupo de idosos são recursos 
bastante apropriados para atuação com esse grupo etário. 
A capacitação das equipes de saúde da família e a implementação do uso 
de instrumentos de avaliação para acompanhamento da saúde da pessoa idosa e 
a detecção de fragilidades é fundamental. A criação da Caderneta de Saúde da 
Pessoa Idosa é um instrumento valioso que pode auxiliar na identificação das 
pessoas idosas frágeis ou em risco de fragilização. 
Referências 
1. Barreto SSM. Volumes pulmonares. J Pneumol. 2002; 28 Supl: 83-94. 
2. Roach S. Introdução à Enfermagem Gerontológica. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan; 2003. 
3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento 
de Atenção Básica. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Brasília: 
Ministério da Saúde; 2006. 
 
ENADE Comentado 2007: Enfermagem 17 
QUESTÃO 13 
Foi prescrita para uma criança 320 miligramas de Vancomicina® via intravenosa, 
de 12/12 horas. Cada frasco-ampola contém 0,5 grama. Quais são os cuidados 
de enfermagem que devem ser considerados para garantir a administração 
segura dessa droga? 
(A) Reconstituir o medicamento em 5 mL de SF a 0,9%, aspirar 3,2 mL, rediluí-lo 
em 50 mL de SG a 5%, infundi-lo a 50 mL/h. Não associá-lo com 
aminoglicosídeo. 
(B) Reconstituir o medicamento em 5 mL de água destilada, aspirar 3,2 mL, 
rediluí-lo em 80 mL de SF a 0,9%, infundi-lo a 40 mL/h. Associá-lo com anti-
histamínico. 
(C) Reconstituir o medicamento em 9 mL de SF a 0,9%, aspirar 6,4 mL, rediluí-lo 
em 50 mL de SF a 0,9%, infundi-lo a 25 mL/h. Associá-lo com penicilina. 
(D) Reconstituir o medicamento em 10 mL de água destilada, aspirar 6,4 mL, 
rediluí-lo em 100 ml de SG a 5%, infundi-lo a 100 mL/h. Não associá-lo com 
aminoglicosídeo. 
(E) Reconstituir o medicamento em 10 mL de água destilada, aspirar 3,2 mL, 
rediluí-lo em 100 mL de SG a 5%, infundi-lo a 150 mL/h. Não associá-lo com 
Anfotericina-B. 
 
Gabarito: D 
Autoras: Fátima Rejane Ayres Florentino e Simone Travi Canabarro 
Comentário: 
A enfermagem tem a responsabilidade da administração de medicamentos 
prescritos pelo médico, estar alerta, conhecer a ação das substâncias, das 
dosagens seguras e das possíveis respostas do paciente pediátrico é 
imprescindível na prática diária da (o) enfermeira (o). 
Entende-se que a administração de medicamentos em crianças é um dos 
aspectos mais desafiadores e críticos da enfermagem pediátrica, uma vez que, 
sua administração necessita focalizar-se nas considerações de desenvolvimento 
relacionadas à idade e peso, porque os efeitos farmacocinéticos e 
farmacodinâmicos das drogas são menos previsíveis nas crianças, e em particular 
nos recém-nascidos pré-termos e lactentes1. Frente ao exposto considera-se de 
suma importância salientar os cuidados de enfermagem antes e após a 
administração da Vancomicina® que engloba: o preparo da solução e estabilidade 
18 Beatriz Sebben Ojeda et al. (Orgs.) 
da mesma, a sua reconstituição, a sua concentração em miligramas, a dosagem a 
ser administrada compatibilidade com outras soluções a sua ação nefrotóxica e 
sua administração com outros fármacos aminoglicosídeos, bem como no que se 
refere à inspeção do medicamento antes de administrar e rigoroso controle do 
gotejo da mesma. 
Preparo da solução e estabilidade: adicionar 10 ml de água estéril para 
injeção no frasco-ampola. O frasco ampola assim reconstituído fornece uma 
solução de 50 mg/ml. Após reconstituição, se obtém a solução de Vancomicina® 
500mg/10ml. Nesse caso, para obtermos 320 mg aplica-se a regra de 3, sendo 
que em 10ml da solução tem-se 500 mg , logo, em 6,4 ml ter-se-á 320 mg. O 
restante da solução pode ser armazenada em geladeira por 14 dias sem perda 
significante da potência. 
Compatibilidade com soluções intravenosas: é necessária a diluição 
posterior dos 6,4 ml com pelo menos 100 ml de diluente (soro glicosado 5% ou 
soro fisiológico 0,9%)2. A dose desejada, diluída dessa maneira, é administrada 
por infusão intravenosa intermitente por um período de pelo menos 60 minutos, 
ou seja, 100 ml/hora ou 100 microgotas por minutos. 
Ação nefrotóxica e sua administração com outros aminoglicosídeos: a 
administração da Vancomicina® com aminoglicosídeos está contraindicada, pois a 
mesma possui ação nefrotóxica, podendo potenciar esse efeito, uma vez que, os 
aminoglicosídeos apresentam propriedades nefrotóxicas2. Exemplos de 
aminoglicosídeos: amicacina (Amicilon®), anfotericina B (Anforicin®), entre outros. 
Portanto, faz-se necessário o controle de diurese rigoroso. O volume de diurese 
esperado para crianças menores de 1 ano de idade é de 2m/K/h e maiores de 1 
ano é de 1 ml/K/h3. 
Inspeção do medicamento antes de administrar e controle do gotejo: a 
solução parenteral deve ser inspecionada visualmente para a existência de 
partículas e descoloração da solução antes da administração, quando o recipiente 
permitir. 
A administração de Vancomicina® (glicopeptídeo tricíclico) deve ser 
exclusivamente endovenosa e lenta, uma vez que, se aplicada em gotejamento 
rápido leva a hipotensão e choque. Por esse motivo, não deve ser infundida num 
período inferior a 60 minutos2. Sua rediluição não deve ser inferior ao volume de 
 
ENADE Comentado 2007: Enfermagem 19 
100ml. Com isso, conclui-se que cada dose deve ser administrada numa 
velocidade de até10 mg/min ou num período de pelo menos 60 minutos. É 
contraindicada a via intramuscular por ser irritante para os tecidos, podendo 
causar necrose.2 
Referências 
1. Bowden VR, Greenberg, CS. Procedimentos de enfermagem pediátrica. 
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2005. 
2. Ministério da Saúde (Brasil), Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
(ANVISA). Bulário Eletrônico da ANVISA; [lançado em 17 de maio de 2005; 
acesso em 22 de set. de 2009] Disponível em: 
http://www.anvisa.gov.br/bularioeletronico/ 
3. Florentino FRA, Bergmann MA. Atendimento no trauma pediátrico. In: Estran 
NVB. Sala de emergência: emergências clínicas e traumáticas. Porto Alegre: 
UFRGS; 2003. p. 143 -165. 
20 Beatriz Sebben Ojeda et al. (Orgs.) 
QUESTÃO 14 
Mário, 40 anos, compareceu ao Pronto Socorro com queixa de cefaléia intensa e 
fotofobia. Na avaliação inicial, o enfermeiro mediu a pressão arterial utilizando um 
manguito com largura que correspondia a 40% da circunferência de seu braço e 
bolsa inflável de comprimento que envolvia 90% do braço. Durante a deflação do 
manguito o enfermeiro auscultou o primeiro som (Fase I de Korotkoff) no valor de 
138 mmHg na escala do manômetro, porém os sons persistiram até o zero, com 
abafamento no valor de 88 mmHg. Considerando as circunstânciasdescritas e as 
observações realizadas, qual o registro correto relacionado com os valores da 
pressão arterial? 
(A) PA = 135/85 mmHg. 
(B) PA = 138/88 mmHg (manguito estreito em relação à circunferência do 
braço). 
(C) PA = 135/0 mmHg. 
(D) PA = 135/85/0 mmHg (manguito estreito em relação à circunferência do 
braço). 
(E) PA = 138/88/0 mmHg. 
 
 
ENADE Comentado 2007: Enfermagem 21 
QUESTÃO 15 
Ana, 55 anos, após herniorrafia inguinal, ficou cerca de 12 horas sem urinar e 
começou a apresentar eliminação freqüente de pequena quantidade de urina, 
além de bexiga palpável e sensação de desconforto em abdome inferior. 
Considerando esse quadro clínico, a enfermeira da unidade cirúrgica prescreve: 
I. Favorecer a micção, permitindo a paciente urinar sentada. 
II. Estimular a micção por meio do barulho, visão da água corrente e irrigação 
do períneo com água morna. 
III. Realizar cateterização vesical de alívio. 
IV. Manter uso contínuo de fralda. 
 
No caso de Ana, a prescrição contida no item 
(A) I é contraindicada no 1º pós-operatório. 
(B) II não se aplica a esse quadro clínico. 
(C) III deve ser precedida das prescrições contidas nos itens I e II. 
(D) III deve ser realizada apenas por prescrição médica. 
(E) IV deve ser precedida da prescrição contida no item I. 
 
Gabarito: C 
Autoras: Ana Elizabeth Prado Lima Figueiredo e Valéria Lamb Corbellini 
Comentário: 
A questão aborda os cuidados no pós-operatórios de herniorrafia inguinal e 
indicação de sondagem vesical de alívio. 
As hérnias inguinais são devidas ao enfraquecimento da musculatura 
abdominal por malformação congênita, lesão traumática, envelhecimento ou ainda 
aumento da pressão intra-abdominal. A escolha do tratamento depende do tipo de 
hérnia. A herniorrafia é o tratamento indicado para hérnia inguinal em pacientes 
adultos, podendo ser realizada com anestesia geral ou raquidiana. Em casos 
simples a cirurgia pode ser laparoscópica.1 Em relação à indicação de sondagem 
de alívio a mesma deverá ser realizada, pelo enfermeiro, após as medidas de 
estimulo à micção, por meio de técnicas não invasivas, não obterem resultados 
efetivos.1,2 
As opções apresentadas na questão são: 
22 Beatriz Sebben Ojeda et al. (Orgs.) 
I. Favorecer a micção, permitindo a paciente urinar sentada. 
Esse item ESTÁ CORRETO. Após a cirurgia, pode haver retenção urinária 
por edema ou efeito anestésico. Caso seja necessário favorecer a micção, o 
paciente deve ser orientado a urinar sentado, para não pressionar o abdome.1,2 
II. Estimular a micção por meio do barulho, visão da água corrente e 
irrigação do períneo com água morna. 
Esse item ESTÁ CORRETO. Mesmo não ficando claro na questão o motivo 
da retenção, normalmente, as intervenções de enfermagem preconizadas para 
esta situação envolve o estimulo da diurese antes de proceder a cateterização 
vesical.1,2 
III. Realizar cateterização vesical de alívio. 
Esse item ESTÁ CORRETO. Se os procedimentos não invasivos, descritos 
nos itens I e II, não tiverem resultados efetivos, a enfermeira deverá realizar a 
cateterização vesical de alívio. Salienta-se que esse procedimento técnico 
somente deverá ser realizado, com prescrição médica ou por protocolos 
assistenciais previamente definidos pela Instituição. 
IV. Manter uso contínuo de fralda. 
Esse item NÃO ESTÁ CORRETO, pois não é indicado o uso de fraldas 
nessa paciente, por se tratar de uma situação temporária, decorrente do pós- 
-operatório. 
Portanto, a resposta C é a correta, porque a realização da cateterização 
vesical de alívio deve ser precedida da prescrição de medidas não invasivas que 
estimulem a micção. 
Referências 
1. Smeltzer SC. Tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 10ª. ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. 
2. Nettina SM. Prática de enfermagem, 8ª. ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2007. 
 
ENADE Comentado 2007: Enfermagem 23 
QUESTÃO 16 
Considere os fragmentos do discurso de um paciente: "... a caminho do centro 
cirúrgico, a maca atravessa corredores gelados, porém o frio dentro de mim não 
tem a ver com a temperatura do dia. Entre o apartamento e a mesa de operação 
tenho um longo caminho... Luto contra cada instante, tenho que chegar intacto à 
mesa. Preciso vencer alguns metros de corredores. Conto a possibilidade de vida 
por metros. Não sinto dor, indisposição, náuseas, eu poderia ter caminhado, ir 
batendo um papo...". 
(Brandão apud Jouclas et al, 1998, p. 46) 
 
Essa narrativa revela a assistência em grande parte dos hospitais no país. Mas, 
existem iniciativas no âmbito da assistência humanizada que preconizam: 
I. Práticas mais flexíveis que atendam às necessidades dos pacientes, 
possibilitando, por exemplo, que caminhem até o centro cirúrgico. 
II. Valorização da dimensão subjetiva da assistência, como o conforto, o 
acolhimento e a escuta empática, possibilitando, por exemplo, várias opções 
de transporte. 
III. Priorização do cuidado interativo, da energia criativa, emocional e intuitiva, 
envolvendo, por exemplo, a inclusão da família no acompanhamento até a 
sala cirúrgica, desconsiderando aspectos técnicos e científicos. 
IV. Articulação do cuidado técnico e científico, constituído pela enfermagem, 
com o cuidado ético e relacional efetivo, explicando ao paciente os motivos 
da obrigatoriedade desse tipo de transporte. 
 
Considerando a assistência humanizada, está correto APENAS o que se afirma 
em 
(A) I e II. 
(B) I e III. 
(C) II e III. 
(D) II e IV. 
(E) III e IV. 
 
Gabarito: A 
Autoras: Janete de Souza Urbanetto e Karin Viegas 
Comentário: 
A questão acima remete a refletir acerca de atuais temáticas no âmbito da 
saúde: a humanização do atendimento, a segurança do paciente e a ação 
unilateral das equipes de saúde. 
24 Beatriz Sebben Ojeda et al. (Orgs.) 
Com base em referenciais focados na técnica e no procedimento, as 
equipes de saúde realizaram, por longa data, um cuidado que excluía totalmente 
o paciente e sua família da tomada de decisão referente à condução do cuidado e 
a terapêutica. 
O procedimento cirúrgico é um bom exemplo. O zelo pela assepsia e 
segurança acabou por projetar protocolos de preparo pré-operatório regrado por 
horários e técnicas. O uso de medicamentos sedativos foi, talvez, o grande 
motivador para a obrigatoriedade do transporte do paciente em macas/camas. 
Contrapondo a isso, a Política Nacional de Humanização1 implica em 
mudança na cultura de atenção aos usuários, estimulando a sua participação e de 
sua família como protagonistas no sistema de saúde. 
Estudo realizado2 ressalta a importância de mudanças, por levantar 
questionamentos a respeito da necessidade de inovação dos conceitos sobre 
assistência cirúrgica e implantar uma assistência cirúrgica humanizada, deixando 
de buscar as características relacionadas a problemas burocráticos, estruturais e 
técnicos, mas sim a uma questão que envolva atitudes, comportamentos, valores 
e ética moral e profissional. 
Dessa forma, considerando a realização de uma avaliação criteriosa das 
condições do paciente, que garantam sua segurança quanto à exposição e queda 
ao solo, principalmente, a opção A demonstra essa preocupação com a mudança 
de cultura que valoriza a participação do paciente na adequação dos cuidados em 
ambiente hospitalar. 
Somente a integração das necessidades técnicas, sociais, interesses e 
desejos de cada um dos componentes poderão tornar real a humanização da 
atenção à saúde das pessoas, nesse caso, oportunizando uma ambientação e 
chagada ao bloco cirúrgico de forma mais natural possível. 
Referências 
1. Brasil. Ministério da Saúde. Política Nacional de Humanização: documento 
base para Gestorese trabalhadores do SUS. Brasília: Ministério da Saúde; 2008 
Disponível em: 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/humanizasus_gestores_trabalhadores
_sus_4ed.pdf. 
2. Bedin E, Ribeiro LBM, Barreto RASS – Humanização da assistência de 
enfermagem em centro cirúrgico. Revista Eletrônica de Enfermagem, 
2007(1):118–27. Disponível em http://www.fen.ufg.br 
 
ENADE Comentado 2007: Enfermagem 25 
QUESTÃO 17 
Na reunião da Liga de Diabetes, a discussão deste mês foi sobre o caso de 
Paulo, de 18 anos. Ele apresenta diabetes mellitus tipo 1 e faz tratamento com o 
esquema insulina NPH insulina ultra-rápida pré-prandial. Foi orientado a realizar 
automonitorização da glicemia antes de cada refeição e ajustar a dose da insulina 
ultra-rápida, conforme o valor da glicemia observado. Em consulta de retorno, os 
resultados dos exames e as informações de Paulo indicaram que os objetivos do 
tratamento foram alcançados, porém ele se queixou que está "cansado da rigidez 
no controle da glicemia e de tantas picadas diárias". Frente ao relato, os alunos 
de graduação em enfermagem sugeriram as seguintes intervenções: 
I. Confrontar o resultado da hemoglobina glicada com os resultados da 
glicemia pré-prandial a fim de certificar-se da adesão de Paulo ao controle 
orientado. 
II. Substituir a automonitorização da glicemia por testes de glicosúria antes das 
refeições. 
III. Manter a automonitorização domiciliar das glicemias como uma parte 
fundamental no tratamento. 
IV. Analisar, conjuntamente com Paulo, seu esquema de alimentação, 
exercícios e medicação, visando a estabelecer uma forma alternativa de 
automonitorização domiciliar das glicemias. 
 
Estão corretas APENAS as intervenções 
(A) I e II. 
(B) I e III. 
(C) II e III. 
(D) II e IV. 
(E) III e IV. 
 
Gabarito: E 
Autoras: Karin Viegas e Karen Ruschel 
Comentários: 
O Diabetes mellitus (DM) é uma síndrome metabólica em que a 
hiperglicemia é um achado comum, causado por uma secreção inadequada de 
26 Beatriz Sebben Ojeda et al. (Orgs.) 
insulina, por alterações em sua ação ou por uma combinação de ambos os 
mecanismos.1,2 
O DM1 resulta da destruição das células beta pancreáticas, 
correspondendo de 5% a 10% do total dos casos e, ocorre frequentemente em 
crianças e adolescentes, podendo também ocorrer em adultos. Na maioria dos 
casos a forma autoimune é a causa da destruição das células beta pancreáticas. 
Os marcadores de autoimunidade são os autoanticorpos (anti-insulina, anti-
descarboxilase do ácido glutâmico e anti-tirosina-fosfatase). Esses anticorpos 
podem estar presentes muito tempo antes do diagnóstico e em até 90% dos 
indivíduos quando a hiperglicemia é detectada. O DM1 idiopático caracteriza-se 
pela ausência de marcadores de autoimunidade contra células beta e não 
associado com haplótipos do sistema antígeno leucocitário humano (HLA). Os 
indivíduos com essa forma são a minoria, mas podem desenvolver a cetoacidose 
e apresentam graus variados de deficiência de insulina.2 
O tratamento do diabetes inclui algumas estratégias modificáveis, tais 
como mudança do estilo de vida, controle do peso, aumento da atividade física e 
reorganização dos hábitos alimentares. Os pacientes diabéticos mantidos em 
condições de controle clínico e metabólico apresentam retardo no aparecimento 
e/ou na progressão de complicações crônicas.3,4 
A monitorização da glicemia é considerada a base do tratamento da 
diabetes. Os consensos recomendam a determinação da glicemia como método 
de escolha para avaliar o controle glicêmico, sendo a determinação da glicosúria 
recomendada apenas se o outro método não for possível. A automonitorização 
facilita a vigilância frequente da glicemia, que pode ser feita pelo próprio doente, 
permitindo que o paciente e os profissionais de saúde avaliem diretamente o 
efeito da terapêutica, da dieta e da atividade física, fazendo os ajustes 
necessários, inclusive da medicação, para alcançar o melhor controle glicêmico 
possível.3,5 
A insulina é a mais efetiva medicação hipoglicemiante conhecida e pode 
reduzir a hemoglobina glicada (Hb) A1c aos níveis de controle desejáveis a partir 
de quaisquer níveis de HbA1c iniciais, e é sempre necessária no tratamento do 
DM1, devendo ser instituída assim que o diagnóstico for feito. O objetivo do 
 
ENADE Comentado 2007: Enfermagem 27 
tratamento é manter uma glicemia plasmática de jejum abaixo de 110 mg/dl e em 
140 mg/dl duas horas pós-prandial.1,4 
As recomendações nutricionais para os pacientes diabéticos seguem com 
o objetivo de atingir os índices glicêmicos recomendados e evitar a hipoglicemia. 
Há evidências de que a quantidade de carboidratos ingeridos em uma refeição é 
mais importante do que o seu tipo ou fonte. A contagem dos carboidratos em 
cada refeição, flexibilizando o tratamento, reduz os problemas habituais de 
irregularidade alimentar, principalmente nos indivíduos mais jovens.1,5 
A Hemoglobina Glicada tem importante papel na avaliação do controle do 
diabetes, sendo capaz de identificar se o controle glicêmico foi eficaz, ou não, 
num período anterior há 60-90 dias. Dos tipos de hemoglobina glicada existentes, 
o tipo A1c é o mais facilmente medido e com a menor probabilidade de ser 
influenciado pelo que o paciente ingeriu no dia anterior. Recomenda-se fazer o 
controle duas vezes ao ano.1,4 
Referências 
1. The Expert Committee on the Diagnosis and Classification of Diabetes 
Mellitus. Report of Expert Committee on the Diagnosis and Classification of 
Diabetes Mellitus. Follw-up report on the diagnosis of diabetes mellitus. Diabetes 
Care. 2003;26(11):3.160-3.167. 
2. Kuhl C. Insulin secretion and insulin resistance in pregnancy and GDM: 
implications for diagnosis and management. Diabetes. 1991;40 Suppl 2:18-24. 
3. Sociedade Brasileira de Diabetes. Tratamento e acompanhamento do 
Diabetes Mellitus: diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes. Rio de Janeiro: 
SBD; 2007. 
4. Sociedade Brasileira de Diabetes. Diabetes: consenso. Novo Guideline para 
o Diabetes Tipo 2. 2007;14(2):22-23. 
5. Sociedade Brasileira de Diabetes. Atualização brasileira sobre diabetes. 
Rio de Janeiro: Diagraphic; 2005. 140 p. 
28 Beatriz Sebben Ojeda et al. (Orgs.) 
QUESTÃO 18 
Sara, 42 anos, foi submetida à craniotomia para clipagem de aneurisma cerebelar 
esquerdo. Após a cirurgia, os sinais vitais estavam estáveis e ela se recuperava 
bem da anestesia geral. No quarto dia, Sara apresentou um quadro de cefaléia, 
confusão e perda de força em mão direita. Seu nível de consciência deteriorou de 
forma acentuada e ela foi intubada e encaminhada à unidade de cuidados 
intensivos. No momento encontra-se em ventilação mecânica, em jejum, SNG 
aberta, sonda vesical e cateter central. Dentre as intervenções de enfermagem, 
qual é a indicada para Sara? 
(A) Promover aspiração endotraqueal em horários fixos. 
(B) Manter a cabeceira elevada a 30° e alinhamento mento-esternal. 
(C) Fechar SNG, se apresentar desequilíbrio hidroeletrolítico. 
(D) Manter decúbito lateral com flexão de quadril superior a 90°. 
(E) Realizar limpeza da incisão cirúrgica com clorexidina. 
 
Gabarito: B 
Autoras: Karen Ruschel e Isabel Cristina Kern Soares 
Comentário: 
A etiologia dos aneurismas é incerta, entretanto, provavelmente é 
resultante de uma combinação de fatores degenerativos e congênitos. O 
aneurisma é uma consequência da debilidade da parede arterial, formando uma 
dilatação de formato sacular e arredondada sobre a parede da artéria.1 
A principal complicação decorrente do aneurisma é o sangramento por 
ruptura (hemorragia subaracnoide-HSA) ou crescimento suficiente para exercer 
uma pressão sobre as estruturas cerebrais. Dos indivíduos que sobrevivemao 
sangramento inicial, 35-40% sangram novamente caso permaneçam sem 
tratamento, com uma taxa de mortalidade de aproximadamente 42%. Alguns 
fatores contribuem para a ruptura do aneurisma, são eles: tabagismo, hipertensão 
arterial, esforço físico e sexo feminino. As chances também aumentam com a 
idade.2,3 
A clipagem cirúrgica é considerada principalmente quando o aneurisma 
está em uma área acessível e tem mais do que 4mm de diâmetro. Depois do 
 
ENADE Comentado 2007: Enfermagem 29 
clampeamento o paciente deve ser mantido em um ambiente de cuidados críticos. 
A maior causa de morbimortalidade em pacientes com HSA é o vasoespasmo que 
diminui o fluxo sanguíneo cerebral, privando o tecido de oxigênio, em geral ocorre 
3 a 12 dias depois de uma HSA. Devemos sempre suspeitar quando um paciente 
apresentar queda do nível de consciência e/ou novo déficit focal nos primeiros 15 
dias após a HSA.2,4 
A terapia dos “três Hs” é o padrão para prevenção e tratamento do 
vasoespasmo, associado ao uso da nimodipina (bloqueador do canal de cálcio). 
Ela objetiva a expansão hipervolêmica, hemodiluição e hipertensão induzida nos 
pacientes pós-operatórios.1,2 
O controle da Pressão Intracraniana (PIC) deve ser intensificado. A 
cabeceira deve ser mantida elevada sem flexão do pescoço ou flexão do quadril 
maior que 900 e sem rotação acentuada da cabeça. Se o paciente estiver em 
ventilação mecânica invasiva e a aspiração endotraqueal for necessária, deverá 
ser feita com a maior rapidez para que não ocorra dessaturação. O balanço 
hídrico deve ser equilibrado, evitando-se a desidratação, bem como a hiper-
hidratação, o controle da agitação psicomotora com sedativos quando necessário 
também é indicado.3-5 
Referências 
1. Sutherland GR, Auer RN. Primary intracerebral haemorrhage. J Clin 
Neurosci. 2006;13(5):511-517. 
2. Xi G, Keep RF, Hoff JT. Mechanisms of brain injury after intracerebral 
haemorrhage. Lancet Neurol 2006; 5(1):53-63. 
3. Calil AM, Paranhos WY. O enfermeiro e as situações de emergência. São 
Paulo: Atheneu; 2007. 
4. Morton PG, Fontaine DK, Hudak CM, Gallo BM. Cuidados críticos de 
enfermagem–uma abordagem holística. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 
2007. 
5. Cintra EA, Nishide VM, Nunes, WA. Assistência de Enfermagem ao 
Paciente Gravemente Enfermo. São Paulo: Atheneu; 2001. 
30 Beatriz Sebben Ojeda et al. (Orgs.) 
QUESTÃO 19 
A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher apresenta objetivos, 
metas, ações e estratégias para atingir os princípios de humanização e de 
qualidade da atenção. Dentre outros, pode-se citar: "a capacitação técnica dos 
profissionais de saúde e funcionários dos serviços envolvidos nas ações de saúde 
para uso da tecnologia adequada, acolhimento humanizado e práticas educativas 
voltadas à usuária e à comunidade" (Brasil, 2004). É relevante para essa 
capacitação considerar que: 
I. a redução da morbi-mortalidade pelo câncer de mama requer do enfermeiro 
domínio da técnica do exame clínico e conhecimentos para incentivar a 
realização do auto-exame pelas mulheres; ação de eficácia cientificamente 
comprovada na prevenção primária da doença. 
II. a vulnerabilidade para o câncer de colo de útero pode ser representada pela 
falta de conhecimento, portanto, não basta ao enfermeiro incrementar a 
oferta de colpocitologia oncótica na rede básica, é preciso sensibilizar e 
mobilizar a população feminina para a prática do autocuidado e do sexo 
seguro. 
III. a assistência em planejamento familiar demanda fornecimento de 
anticoncepcionais e acompanhamento das usuárias, além de promoção de 
ações de educação em saúde e aconselhamento sobre concepção e 
anticoncepção, visando à escolha livre e informada das opções disponíveis 
tanto para os homens quanto para as mulheres. 
IV. a redução da vulnerabilidade aos agravos à saúde sexual e reprodutiva das 
adolescentes requer desenvolvimento de ações educativas que abordem a 
sexualidade na perspectiva de gênero, classe e diferença social, de modo 
que a informação resulte em comportamento adolescente socialmente 
desejável. 
 
Está correto APENAS o que se afirma em 
(A) I e II. 
(B) I e IV. 
(C) II e III. 
(D) II e IV. 
(E) III e IV. 
 
Gabarito: C 
Autoras: Heloisa Reckziegel Bello, Marisa Reginatto Vieira e Simone Travi 
Canabarro 
 
ENADE Comentado 2007: Enfermagem 31 
Comentário: 
As afirmativas II e III estão corretas tendo em vista situações de 
vulnerabilidade crescente que a mulher é exposta ao longo do seu ciclo vital, 
traduzindo a necessidade de abordagem humanizada e de inclusão no processo 
de educação para a saúde. Dados epidemiológicos demonstram a falta da 
efetividade das estratégias de ações protetoras da Saúde da Mulher. Na Política 
Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher são oferecidos subsídios 
norteadores para o desenvolvimento de ações estratégicas, visando capacitar a 
equipe técnica (profissionais de saúde) para contribuir na redução da 
morbimortalidade por câncer na população feminina e incentivo ao planejamento 
familiar, para homens e mulheres, adultos e adolescentes, no âmbito da atenção 
integral à saúde1. 
A afirmativa I está incorreta, pois o autoexame de mamas não tem eficácia 
cientificamente comprovada na prevenção do câncer de mamas.1,2 
A afirmativa IV está incorreta, pois há consideração discriminativa referente 
a condição de classe e diferença social, influenciando nas práticas educativas1. 
Portanto, a assertiva correta é a C por não incluir as afirmativas I e IV. 
Referências 
1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento 
de Ações Programáticas Estratégicas. Política nacional de atenção integral à 
saúde da mulher: princípios e diretrizes / Ministério da Saúde, Secretaria de 
Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília: 
Ministério da Saúde; 2004.82 p.: il. 
2. Junior R.F. et al. Conhecimento e prática do autoexame da mama. Rev. 
Assc. Méd. Bras.,v.52, n.5; 2006, p. 337-141. 
32 Beatriz Sebben Ojeda et al. (Orgs.) 
QUESTÃO 20 
Paula, 16 anos, iniciou o atendimento pré-natal na Unidade Básica de Saúde 
(UBS) após teste de gravidez positivo. Depois de algum tempo, a agente 
comunitária, responsável pela área em que se situa a residência de Paula, 
procurou a enfermeira da UBS dizendo que a adolescente "não havia realizado 
nenhum dos exames solicitados; tinha tentado interromper a gestação e, apesar 
de não estar passando bem, não procurou o hospital por medo de ser presa." A 
enfermeira, então, decidiu realizar visita domiciliar, encontrando a gestante 
descorada, sem perdas vaginais, com epistaxe e sangramento gengival, ambos 
de moderada intensidade. Para a assistência à adolescente, a enfermeira 
corretamente suspeita de 
(A) ameaça de abortamento, o que requer guia da UBS para o encaminhamento 
de Paula a ambulatório médico especializado de referência na área da 
saúde da mulher. 
(B) infecção polimicrobiana associada a abortamento infectado, o que requer 
utilização do sistema regional de urgência e emergência para o 
encaminhamento de Paula a hospital de média complexidade. 
(C) processo inflamatório decorrente de abortamento completo, o que requer o 
acompanhamento de Paula pela UBS e pelo serviço de referência para 
educação em saúde de adolescentes. 
(D) processo infeccioso decorrente de abortamento incompleto e inevitável, o 
que requer guia da UBS para o encaminhamento de Paula a hospital de 
referência para procedimentos de baixa complexidade. 
(E) distúrbio de coagulação associado a abortamento retido, o que requer 
utilização do sistema regional de urgência e emergência para o 
encaminhamento de Paula a hospital de média complexidade. 
 
Gabarito: EAutoras: Heloisa Reckziegel Bello, Marisa Reginatto Vieira e Simone Travi 
Canabarro 
Comentário: 
A assertiva A está incorreta, pois mediante a sintomatologia apresentada 
por Paula o quadro não é de ameaça de abortamento. Se fosse o caso, não 
necessitaria de internação hospitalar, mas sim de atendimento ambulatorial 
especializado e repouso domiciliar. 
 
ENADE Comentado 2007: Enfermagem 33 
A assertiva B está incorreta, pois os sintomas manifestados por Paula não 
condizem com abortamento infectado, pois, nesse caso, as manifestações 
clínicas mais frequentes seriam: elevação da temperatura, sangramento genital 
com odor fétido acompanhado de dores abdominais ou eliminação de pus através 
do colo uterino. Se fosse o caso, necessitaria encaminhamento para serviço de 
média complexidade. 
A assertiva C está incorreta, pois os sintomas manifestados por Paula não 
condizem com o quadro de abortamento completo, visto que Paula nega perdas 
vaginais; se fosse o caso seria encaminhada para serviço de média 
complexidade. 
A assertiva D está incorreta, pois Paula nega perdas vaginais o que 
caracterizaria o abortamento em curso. No caso de abortamento 
incompleto/inevitável, Paula necessitaria de atendimento em serviço de média 
complexidade. 
Comentário referente a assertiva correta 
Os sintomas observados pela enfermeira durante a visita domiciliar estão 
descritos na literatura da área da saúde, como sugestivos de complicações de 
abortamento retido ou abortamento infectado/séptico (provocado). Os mesmos 
devem ser atendidos em ambiente hospitalar em caráter de emergência. 
ABORTAMENTO RETIDO 
Em geral, o abortamento retido cursa com regressão dos sintomas e sinais 
da gestação, o colo uterino encontra-se fechado e não há perda sanguínea. O 
exame de ultrassom revela ausência de sinais de vitalidade ou a presença de 
saco gestacional sem embrião (ovo anembrionado). Pode ocorrer o abortamento 
retido sem os sinais de ameaça. Pode ser tratado utilizando-se o misoprostol ou, 
quando o tamanho uterino corresponder à gestação com menos de 12 semanas, 
pode-se empregar a técnica de aspiração manual intrauterina (AMIU).1 
ABORTAMENTO INFECTADO 
Com muita frequência, está associado a manipulações da cavidade uterina 
pelo uso de técnicas inadequadas e inseguras. Essas infecções são 
polimicrobianas e provocadas, geralmente, por bactérias da flora vaginal. São 
34 Beatriz Sebben Ojeda et al. (Orgs.) 
casos graves e devem ser tratados, independentemente da vitalidade do feto. As 
manifestações clínicas mais frequentes são: elevação da temperatura, 
sangramento genital com odor fétido acompanhado de dores abdominais ou 
eliminação de pus através do colo uterino. Na manipulação dos órgãos pélvicos, 
pelo toque vaginal, a mulher pode referir bastante dor, e deve-se sempre pensar 
na possibilidade de perfuração uterina. Os seguintes exames podem ser 
necessários para melhor avaliação da mulher, bem como para seu seguimento: 
hemograma com contagem de plaquetas; urina tipoI; coagulograma; hemocultura; 
cultura da secreção vaginal e do material endometrial,também para anaeróbios; 
raios-x do abdome; ultrassonografia pélvica ou de abdometotal; e tomografia, 
principalmente para definir coleções intracavitárias. No tratamento, é fundamental 
o restabelecimento das condições vitais com soluções parenterais ou com 
sangue, principalmente se a hemoglobina for inferior a 8g%. Iniciar 
antibioticoterapia, junto com as medidas de suporte, dando preferência aos 
quimioterápicos de largo espectro. Pode ser utilizado um anaerobicida 
(metronidazol 500mg-1g, IV, a cada 6 horas, por 7-10 dias, ou clindamicina 600-
900mg, IV, a cada 6-8 horas, por 7-10 dias), associado com um aminoglicosídeo 
(gentamicina 1,5mg/Kg, dose IV ou IM, a cada 8 horas, por 7-10 dias, ou 
amicacina 15mg/Kg/dia, IV ou IM, a cada 6-8 horas, por 7-10 dias). O 
esvaziamento uterino, naqueles úteros com tamanho compatível com gestação de 
até 12 semanas, deve ser realizado, preferencialmente, por aspiração manual 
intrauterina (AMIU), por apresentar menores taxas de complicações, reduzida 
necessidade de dilatação cervical e promover a aspiração do material infectado. 
Na realização desse procedimento, atentar para o fato de que a perda do vácuo 
pode significar perfuração uterina prévia. Na impossibilidade do uso da AMIU, 
pode-se empregar a curetagem uterina; em ambas, o esvaziamento uterino deve 
ser feito sob infusão de ocitocina. Nos casos mais graves, acompanhados de 
peritonite e que demoram a dar resposta satisfatória, deve-se proceder a 
laparotomia exploradora e, se necessário, realizar retirada de órgãos pélvicos. A 
persistência de febre após os cuidados iniciais pode traduzir abscessos pélvicos 
ou tromboflebite. Nesse caso, indica-se a utilização da heparina.1 
 
 
ENADE Comentado 2007: Enfermagem 35 
ABORTAMENTO COMPLETO 
Geralmente, ocorre em gestações com menos de oito semanas. A perda 
sanguínea e as dores diminuem ou cessam após a expulsão do material ovular. O 
colo uterino (orifício interno) pode estar aberto e o tamanho uterino mostra-se 
menor que o esperado para a idade gestacional. No exame de ultrassom, 
encontra-se cavidade uterina vazia ou com imagens sugestivas de coágulos. A 
conduta, nesse caso, é de observação, com atenção ao sangramento e/ou à 
infecção uterina. Quando persiste o sangramento, ou a mulher deseja interromper 
a perda sanguínea, deve ser realizada aspiração manual intrauterina (AMIU) e, na 
falta dessa, a curetagem uterina. 
ABORTAMENTO INEVITÁVEL/INCOMPLETO 
O sangramento é maior que na ameaça de abortamento, que diminui com a 
saída de coágulos ou de restos ovulares, as dores costumam ser de maior 
intensidade que na ameaça e o orifício cervical interno encontra-se aberto. O 
exame de ultrassom confirma a hipótese diagnóstica, embora não seja 
imprescindível. 
Em gestações com menos de 12 semanas, pelo tamanho uterino, indica-se 
a AMIU, por ser mais segura e permitir o esvaziamento mais rápido. Quando não 
for possível empregar essa técnica, realiza-se a curetagem uterina. Em úteros 
compatíveis com gestação superior a 12 semanas, emprega-se o misoprostol na 
dose de 200mcg de 12 em 12 horas, via vaginal, em ciclos de 48 horas de 
tratamento, com três a cinco dias de intervalo, podendo ser associado à indução 
com ocitocina. Após a expulsão, estando o útero compatível com gestação com 
menos de 12 semanas, faz-se a AMIU ou realiza-se a curetagem uterina. 
Também é importante avaliar a perda sanguínea e, se extremamente necessário, 
far-se-á transfusão sanguínea. 
Referências 
1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento 
de Ações Programáticas Estratégicas. Área Técnica de Saúde da Mulher. 
Atenção Humanizada ao Abortamento: norma técnica/Ministério da Saúde, 
Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas 
Estratégicas – Brasília: Ministério da Saúde; 2005. 
36 Beatriz Sebben Ojeda et al. (Orgs.) 
QUESTÃO 21 
Joana, terceira filha de mãe fumante crônica, nasceu de parto cesariana, com 
idade gestacional de 36 semanas, pesando 1800 gramas e com insuficiência 
respiratória moderada. Segundo a Norma de Atenção Humanizada do Recém-
Nascido (RN) de baixo peso: Método Mãe-Canguru (Portaria 693/2002), qual é a 
conduta correta da enfermeira no seu plano de assistência? 
(A) Garantir a aplicação do método, após decisão consensual entre mãe, 
familiares e profissionais de saúde; e capacitar a família para reconhecer 
situações de risco do RN, nos primeiros 15 dias. 
(B) Ensinar à mãe e à família os cuidados com o RN e assegurar à puérpera 
visita irrestrita no berçário; iniciar a segunda etapado programa, caso a 
criança atinja ganho ponderal de 10 gramas/dia. 
(C) Incentivar contato pele a pele entre a mãe e a criança, imediatamente após o 
parto, orientando a colocação do RN sobre o tórax da mãe para incentivar o 
aleitamento materno e estreitar o vínculo afetivo. 
(D) Orientar a mãe e a família sobre as condições de saúde do RN, estimular 
livre e precoce acesso dos pais à Unidade Neonatal e propiciar o contato tátil 
sempre que possível, acompanhado pela equipe nos primeiros cinco dias. 
(E) Iniciar as medidas para estímulo à amamentação, os cuidados com as 
mamas, a ordenha manual e a armanezagem e administração do leite ao 
RN. 
 
Gabarito: D 
Autoras: Heloisa Reckziegel Bello, Marisa Reginatto Vieira e Simone Travi 
Canabarro 
Comentário: 
A assertiva correta é a letra D, pois nela constam de forma adequada 
orientações pertinentes que serão dadas à família durante o período de 
adapatção a uma nova condição. 
O "Método Canguru" é um tipo de assistência neonatal que implica o 
contato pele a pele precoce entre a mãe e o recém-nascido de baixo peso, de 
forma crescente e pelo tempo que ambos entenderem ser prazeroso e suficiente, 
permitindo, dessa forma, uma maior participação dos pais no cuidado ao seu 
recém-nascido. A posição canguru consiste em manter o recém-nascido de baixo 
peso, ligeiramente vestido, em decúbito prono, na posição vertical, contra o peito 
do adulto. Só serão considerados como "Método Canguru" aquelas unidades que 
 
ENADE Comentado 2007: Enfermagem 37 
permitam o contato precoce, realizado de maneira orientada, por livre escolha da 
família, de forma crescente, segura e acompanhado de suporte assistencial por 
uma equipe de saúde adequadamente treinada.1 
Considerando a enfermeira como membro da equipe de saúde que 
participa da implementação do cuidado ao recém-nascido de baixo peso, em uma 
Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), no Método Canguru seu plano de 
assistência deve atender etapas que estão descritas em: 
http://dtr2001.saude.gov.br/PORTARIA. 
Na primeira etapa do Método Canguru, além da assertiva correta 
contextualizada na questão 21, são cuidados especiais a serem seguidos: 
Nessa etapa, deverão ser iniciadas as medidas para estímulo à 
amamentação. Dessa forma, devem ser ensinados os cuidados com as mamas, a 
ordenha manual e a respectiva armazenagem do leite. Deve ser implantada a 
coparticipação da mãe no estímulo à sucção e na administração do leite 
ordenhado, além dos adequados cuidados de higienização. 
Nas situações que as condições clínicas da criança permitirem, deverá ser 
iniciado o contato pele a pele direto, entre mãe e criança, progredindo até a 
colocação do recém-nascido sobre o tórax da mãe ou do pai. 
Na equipe multiprofissional que assiste o recém-nascido observa-se a 
recomendação de cobertura de assistência do enfermeiro nas 24 horas. 
Salienta-se que a e segunda etapa do Método Canguru será em enfermaria 
conjunta e a terceira etapa prevê o acompanhamento ambulatorial. 
No Manual de Atenção humanizada ao recém-nascido de baixo peso: 
Método Canguru, revisado em 2009, destaca-se o compromisso das equipes de 
saúde na notificação de nascimento de bebês de baixo peso para a rede básica 
de saúde e ESF, assim como promover encontros que permitam ampliar a rede 
de apoio ao bebê e sua família2 o que representa um avanço na humanização da 
assistência. 
A assertiva A está incorreta, pois conforme descrito na Portaria 693/00 
são necessários os primeiros cinco dias após o parto para prestar todos esses 
ensinamentos à mãe e à família. Portanto, deve ser assegurado à puérpera a 
permanência na unidade hospitalar, pelo menos durante esse período, 
propiciando-a todo o suporte assistencial necessário. 
38 Beatriz Sebben Ojeda et al. (Orgs.) 
A assertiva B está incorreta quando relaciona o início da segunda etapa 
do método ao ganho ponderal de 10g/dia; na Portaria, entre os critérios para a 
implantação dessa etapa, a criança deve ter tido um ganho de peso médio de 
15g/dia. 
A assertiva C está incorreta, pois a implantação do Método deve ser de 
forma crescente, respeitando as condições clínicas de um recém-nascido de 
baixo peso; no caso do filho de Joana, além do baixo peso e idade gestacional 
precoce ainda apresenta insuficiência respiratória, necessitando, portanto, de 
assistência imediata (logo após o parto). As etapas de implantação terão início tão 
logo o quadro clínico seja estável. 
A assertiva E está incorreta, pois considerando o quadro clínico descrito 
acima, a enfermeira corretamente deve priorizar no seu plano de assistência: 
orientar a mãe e a família sobre condições de saúde do RN, estimular livre e 
precoce acesso dos pais à Unidade Neonatal e propiciar o contato tátil sempre 
que possível, acompanhado pela equipe nos primeiros cinco dias. No entanto, o 
início das medidas de estimulação, amamentação e demais cuidados, visando a 
oferta de leite materno ao RN, representam igual importância sendo inclusive 
descritas na 1ª Etapa do Método1. 
OBSERVAÇÃO: 
NO TEXTO ORIGINAL DA PROVA, na alternativa E a palavra 
armazenagem está ortograficamente incorreta: armanezagem. 
Na Portaria n°693 Artigo 1º, refere-se ao “Método Canguru” e não como 
consta na questão 21 “Mãe-Canguru”. 
A portaria encontrada que normatiza e orienta a implantação do Método 
Canguru é a de nº693 de 5 de julho de 2000, e não de 2002. 
Referências 
1. Portaria nº 693 de 5 de julho de 2000. Dispõe sobre a norma para a 
implantação do Método Canguru, destinado a promover a atenção 
humanizada ao recém-nascido de baixo peso. Diário Oficial da União, 5 de 
julho de 2000. 
2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Área de Saúde 
da Criança. Atenção humanizada ao recém-nascido de baixo peso: Método 
Canguru/ Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Área Técnica da 
Saúde da Criança. Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 238 p. (Série A. Normas e 
Manuais Técnicos; n. 145) 
 
ENADE Comentado 2007: Enfermagem 39 
Instruções:
(A) as duas afirmações são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. 
 As questões de números 22 e 23 contêm duas afirmações. 
Assinale, no Cartão-Resposta, a alternativa correta de acordo 
com a seguinte chave: 
(B) as duas afirmações são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira. 
(C) a primeira afirmação é verdadeira e a segunda afirmação é falsa. 
(D) a primeira afirmação é falsa e a segunda afirmação é verdadeira. 
(E) as duas afirmações são falsas. 
40 Beatriz Sebben Ojeda et al. (Orgs.) 
QUESTÃO 22 
A enfermeira Tulipa orienta os auxiliares de enfermagem que prestam assistência 
às gestantes de alto risco a verificar a pressão sangüínea braquial em posição 
sentada, considerando que a pressão é mais baixa quando a gestante está 
deitada 
PORQUE 
na posição supina ocorre aumento do débito cardíaco, do fluxo sangüíneo útero-
placentário, do fluxo sangüíneo renal e da excreção de água e sódio pela urina. 
 
Gabarito: C 
Autoras: Heloisa Reckziegel Bello, Marisa Reginatto Vieira e Simone Travi 
Canabarro 
Comentário: 
A primeira afirmação está correta porque a tomada da pressão arterial 
(PA) deve ser sempre na mesma posição, sentada ou decúbito lateral esquerdo 
(DLE) e nunca em posição supina (deitada de costas). 
Considera-se também que devido às alterações na medida da pressão 
arterial em diferentes posições, atualmente recomenda-se que a medida da 
pressão arterial em gestantes seja feita na posição sentada. A determinação da 
pressão diastólica deverá ser considerada na fase V de Korotkoff. Eventualmente, 
quando os batimentos arteriais permanecerem audíveis até o nível zero, deve-se 
utilizar a faseIV para registro da pressão arterial diastólica.1 
Quando a PA é verificada em gestantes, e torna-se necessária a medida na 
posição deitada, deve-se utilizar o decúbito lateral esquerdo, evitando a 
compressão dos grandes vasos abdominais, o que pode levar a desconforto e 
alterações dos valores. 
Os fisiologistas consideram que a PA de repouso equivale à pressão basal, 
e deve ser obtida após um período de suspensão de estímulos físicos, 
metabólicos, mentais e emocionais . 
Um repouso de cinco minutos na posição de medida é recomendado, além 
de orientar para não fumar, comer, e até mesmo falar.2 
 
ENADE Comentado 2007: Enfermagem 41 
A segunda afirmativa está incorreta. Correto seria o oposto do afirmado, 
ou seja, na posição supina acontece a diminuição do débito cardíaco, do fluxo 
sanguíneo útero-placentário, do fluxo sanguíneo renal e da excreção de água e 
sódio pela urina 
Pressão arterial = a pressão que o sangue exerce dentro das artérias. Há 
cinco fatores principais que normalmente conservam a pressão: 
1. A força de contração do coração 
2. A resistência periférica 
3. Volume do sangue circulante 
4. Viscosidade 
5. Elasticidade da parede dos vasos 
A pressão de um indivíduo varia de hora em hora e de dia para dia, sendo 
geralmente mais baixa durante o sono. Sofre geralmente elevações durante 
exercícios e emoções. 
A pressão arterial é mais baixa quando o indivíduo está deitado e mais alta 
quando o indivíduo está sentado ou de pé.3 
Débito cardíaco= quantidade de sangue que cada lado do coração 
bombeia por minuto. O débito cardíaco se altera com a atividade4. 
A medida da pressão arterial durante a gravidez deve ser feita em 
condições de repouso, com a paciente na posição sentada ou em decúbito lateral 
esquerdo, evitando assim, a compressão aortocava pelo útero aumentado5. 
A compressão aortocava reduz o retorno venoso para o ventrículo direito, 
reduzindo o débito cardíaco. Essa queda deve-se ao fato de estudos terem sido 
realizados com gestantes em decúbito dorsal horizontal. Os autores ainda relatam 
que estudos realizados com grávidas em decúbito lateral mostraram que tal 
queda não ocorre. 
O débito cardíaco é expresso pela fórmula DC= frequência cardíaca X 
volume sistólico. O incremento do débito cardíaco na gestação ocorre, tanto pelo 
aumento da frequência cardíaca como do volume sistólico. O volume sistólico 
está aumentado pelo maior retorno venoso para o coração, que é ocasionado 
pela elevação da volemia na gravidez. A frequência cardíaca sofre um acréscimo 
na ordem de 10-16 batimentos por minuto e pode estar relacionada ao incremento 
42 Beatriz Sebben Ojeda et al. (Orgs.) 
da força motriz condicionada pelo efeito inotrópico positivo dos estrógenos sobre 
a fibra muscular cardíaca6. 
O sistema cardiovascular se caracteriza na gravidez pela síndrome 
hipercinética, com alterações expressivas, principalmente no débito cardíaco. Os 
principais parâmetros a serem avaliados são: 
a) O débito cardíaco começa a aumentar no primeiro trimestre, atingindo 
sua sobrecarga em torno da 30ª a 32ª semana. Seu aumento se destina a garantir 
um incremento do fluxo uteroplacentário. Pode estar relacionado com o aumento 
do consumo de oxigênio e também a queda da resistência periférica. O volume 
eritrocitário também aumenta. Como o aumento da volemia é superior ao seu 
incremento, ocorre a hemodiluição, com a queda de hemoglobina no hematócrito. 
Portanto, a gravidez impõe sobrecarga crescente e inexorável para o sistema 
cardiorrespiratório materno cujo conhecimento é essencial na assistência à 
gestante. 
b) A pressão arterial sistêmica é produto do débito cardíaco pela 
resistência periférica. Na gestante, embora ocorra o aumento do débito cardíaco, 
determinado pelo incremento da volemia, a pressão arterial apresenta queda 
significativa, principalmente no segundo trimestre. Na gravidez normal, o sistema 
renine-angiotensina-aldosterona está ativado e mesmo com o aumento do débito 
cardíaco e da angiotensina II, há surpreendente queda da resistência vascular 
periférica. Esse fato ocorre em função, tanto da instalação do leito placentário, 
quanto da ação da progesterona e de prostaglandinas vasodilatadoras. 
Decorrente desse fato é frequente o encontro de níveis pressóricos baixos em 
gestantes. Essa situação se reverte com o simples decúbito lateral6. 
Modificações do Sistema Urinário no período gestacional 
Anatômicas= desde o início da gestação, o aumento do corpo uterino 
antevertido determina compressão dos ureteres ao nível do trígono vesical e 
maior irritabilidade do detrussor, causando polaciúria. Com o progresso da 
gestação, o útero atinge a cavidade abdominal, passando a comprimir os ureteres 
ao nível da linha inominada, resultando em dilatação dos cálices, bacinetes e 
ureteres. O lado direito é mais afetado devido à dextro-rotação do útero gravídico. 
 
ENADE Comentado 2007: Enfermagem 43 
Funcionais = O aumento do fluxo plasmático renal aumenta a taxa de 
filtração glomerular, determinando clearences maiores em relação a mulher não 
gestante. Esse fato associado a hemodiluição, determina diminuição nas taxas de 
ureia, ácido úrico e creatinina. Durante a gestação normal ocorre uma retenção de 
sódio. Entre os fatores que auxiliam na retenção estão a aldosterona, o hormônio 
placentário, a prolactina, o cortisol e a postura ortostática e dorsal. Os fatores 
excretores do sódio são a progesterona, o aumento da filtração glomerular, o 
hormônio antidiurético e o decúbito lateral (principalmente o esquerdo). Essa 
posição facilita o retorno venoso, aumenta o fluxo renal, revertendo quadros de 
edema, além de melhorar o fluxo útero-placentário.6 
Portanto, considerando a revisão da literatura explanada acima, a 
afirmativa correta seria: na posição supina acontece a diminuição do débito 
cardíaco, do fluxo sanguíneo útero-placentário, do fluxo sanguíneo renal e da 
excreção de água e sódio pela urina. E essa posição deve ser evitada durante o 
período gestacional, inclusive para verificação da pressão arterial. 
Referências 
1. V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Arq Bras Cardiol 2007; 89(3): 
e24-e79. 
2. Araujo T L de, Arcuri, EAM. Influência de fatores anátomo-fisiológicos na 
medida indireta da pressão arterial: identificação do conhecimento dos 
enfermeiros. Rev Latino Am Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 6, n. 4, outubro 1998, 
p. 21-29. 
3. Veiga DA, Crossetti, MGO. Manual de técnicas de enfermagem. Porto 
Alegre: DC Luzzatto; 1991 p. 52. 
4. Macey,R.I. Fisiologia Humana. São Paulo: Edgard Blucher; 1979. 
5. Freitas,F. et al. Rotinas em Obstetrícia. Porto Alegre: Artes Médicas; 1993. 
p. 145-146. 
6. Zugaib M e Sankovski M. O Pré-Natal. São Paulo: Atheneu; 1994. p. 55-59 
e p. 563. 
44 Beatriz Sebben Ojeda et al. (Orgs.) 
QUESTÃO 23 
Lucas, quatro anos, foi admitido no Pronto Socorro Pediátrico apresentando 
freqüência respiratória de 55 incursões por minuto, temperatura de 38,8 °C, tosse 
intermitente e queixa de dor torácica à direita agravada pela inspiração profunda e 
que irradia para o abdome. Dentre os cuidados, a enfermeira colocou a criança 
em decúbito lateral direito e instalou uma tenda com oxigênio fria 
PORQUE 
a imobilização do tórax afetado reduz o atrito pleural, minimizando o desconforto, 
e a umidificação hidrata as vias aéreas, criando uma atmosfera que impede a 
redução de temperatura. 
 
 
 
 
 
ENADE Comentado 2007: Enfermagem 45 
Instruções: 
Alice tem 28 anos e chegou ao Pronto Socorro com seu filho Mateus de um ano e 
três meses, com história de duas internações hospitalares por pneumonia. A 
criança freqüenta uma creche

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