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Pratica simulada 04

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
FRANCISCO DAS CHAGAS GOMES – Matrícula nº 201202199216
PRÁTICA SIMULADA III (PENAL) - CCJ0149 
SEMANA 04
Jorge, com 21 anos de idade, em um bar com outros amigos, conheceu Analisa, linda
jovem, por quem se encantou. Após um bate-papo informal e trocarem beijos,
decidiram ir para um local mais reservado. Nesse local trocaram carícias, e Analisa, de
forma voluntária, praticou sexo oral e vaginal com Jorge.
Depois da noite juntos, ambos foram para suas residências, tendo antes trocado
telefones e contatos nas redes sociais. No dia seguinte, Jorge, ao acessar a página de
Analisa na rede social, descobre que, apesar da aparência adulta, esta possui apenas
13 (treze) anos de idade, tendo Jorge ficado em choque com essa constatação.
O seu medo foi corroborado com a chegada da notícia, em sua residência, da
denúncia movida por parte do Ministério Público Estadual, pois o pai de Analisa, ao
descobrir o ocorrido, procurou a autoridade policial, narrando o fato.
Por Analisa ser inimputável e contar, à época dos fatos, com 13 (treze) anos de idade,
o Ministério Público Estadual denunciou Jorge pela prática de dois crimes de estupro
de vulnerável, previsto no artigo 217- A, na forma do artigo 69, ambos do Código
Penal. O Parquet requereu o início de cumprimento de pena no regime fechado, com
base no artigo 2o, §1o, da lei 8.072/90, e o reconhecimento da agravante da
embriaguez preordenada, prevista no artigo 61, II, alínea l, do CP.
O processo teve início e prosseguimento na XX Vara Criminal da cidade de Curitiba,
no Estado do Paraná, local de residência do réu. Jorge, por ser réu primário, ter bons
antecedentes e residência fixa, respondeu ao processo em liberdade. Na audiência de
instrução e julgamento, a vítima afirmou que aquela foi a sua primeira noite, mas que
tinha o hábito de fugir de casa com as amigas para frequentar bares de adultos. As
testemunhas de acusação afirmaram que não viram os fatos e que não sabiam das
fugas de Ana para sair com as amigas. As testemunhas de defesa, amigos de Jorge,
disseram que o comportamento e a vestimenta da Analisa eram incompatíveis com
uma menina de 13 (treze) anos e que qualquer pessoa acreditaria ser uma pessoa
maior de 14 (quatorze) anos, e que Jorge não estava embriagado quando conheceu
Analisa. O réu, em seu interrogatório, disse que se interessou por Analisa, por ser
muito bonita e por estar bem vestida. Disse que não perguntou a sua idade, pois
acreditou que no local somente pudessem frequentar pessoas maiores de 18 (dezoito)
anos. Corroborou que praticaram o sexo oral e vaginal na mesma oportunidade, de
forma espontânea e voluntária por ambos. A prova pericial atestou que a menor não
era virgem, mas não pôde afirmar que aquele ato sexual foi o primeiro da vítima, pois a
perícia foi realizada longos meses após o ato sexual. O Ministério Público pugnou pela
condenação de Jorge nos termos da denúncia. A defesa de Jorge foi intimada no dia
24 de abril de 2014 (quinta-feira). Com base somente nas informações de que dispõe
e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, redija a peça cabível, no
último dia do prazo, excluindo a possibilidade de impetração de Habeas Corpus,
sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA XX VARA CRIMINAL
DO ESTADO DE CURITIBA/PR 
Processo nº ... 
JORGE, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, nos autos do
processo-crime, que lhe move o Ministério Público Estadual com fulcro no artigo 403, §
3º, do Código de Processo Penal, para apresentar suas ALEGAÇÕES FINAIS POR
MEMORIAIS Mediante os fatos e fundamentos a seguir expostos: 
I DOS FATOS 
JORGE, com 21 anos de idade, conheceu ANALISA em um bar, linda jovem, por
quem se encantou. Após um bate-papo informal, decidiram ir para um local mais
reservado. Nesse local trocaram carícias, e ANA LISA, de forma voluntária, praticou 
sexo oral e vaginal com JORGE. 
JORGE trocou telefones e contatos nas redes sociais com ANALISA e ao acessar a
página de ANALISA na rede social, no dia seguinte, descobre que, apesar da
aparência adulta, esta possui apenas 13 (treze) anos de idade, tendo JORGE ficado
em choque com essa constatação, pois ANALISA não aparentava ser menor de idade. 
Sendo seu medo corroborado com a chegada da notícia, em sua residência, da
denúncia movi da por parte do Ministério Público Estadual, pois o pai de ANALISA, ao 
descobrir o ocorrido. 
Em suas alegações finais, o Ministério Público pede a condenação do réu nos termos
propostos na exordial. Contudo, esta tese não deve prevalecer. Senão, vejamos. 
II DO DIREITO 
a) DO ERRO DE TIPO ESCUSÁVEL 
JORGE ao conhecer ANALISA em uma balada onde se frequenta maiores de 18 anos,
e ANALISA, linda jovem com formas de mulher e não de menina, não tinha como saber
inequivocamente sua idade, posto que deduziu ser maior devido ao ambiente e
comportamento da jovem, que de forma voluntária praticaram sexo oral e vaginal. 
Nos moldes do art. 20, CP, o erro DE TIPO ESSENCIAL gera a atipicidade da conduta,
o que no caso em tela gera absolvição. 
b) DA EXISTÊNCIA DE CRIME ÚNICO 
Subsidiariamente, não sendo aceita, a tese de atipicidade da conduta do réu, deve-se
considerar a existência de crime único e não concurso de crimes, posto que o art. 217-
A do Código Penal tem como tipo ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso
com menor de 14 (catorze) anos. Para o STJ prevalece a tese de crime único, por ser
um tipo penal misto alternativo (e não cumulativo), assim sendo deverá ser afastado o
concurso material de crimes para o caso em tela. 
c) DO AFASTAMENTO DA AGRAVANTE DE EMBRIAGUES PRE-ORDENADA 
Não há que se falar em embriagues pré -ordenada, posto que JORGE não estava
embriagado ao conhecer ANALISA. As testemunhas de acusação não viram o s fatos e
não houve prova pericial para comprovar a embriagues de JORGE, sendo assim justa
a medida de afastamento da agravante caso não seja reconhecida a atipicidade da
conduta. 
d) DA PENA BASE NO MÍNIMO LEGAL 
JORGE, réu primário, possuidor de bons antecedentes, com residência fixa, com boa
conduta social, e no caso em tela não teve o animus necandi do tipo penal em que é
acusado, posto não agir com má intenção de se aproveitar da suposta ingenuidade de 
ANALISA, fará jus a pena base no mínimo legal como medida necessária de
reprovabilidade do ato. 
e) DA APLICAÇÃO DO REGIME SEMI ABERTO 
Ainda que o crime de estupro de vulnerável, artigo 217- A do CP, estar elencado como
infração hedionda na lei 8.072/90, conforme artigo 1º, IV, o STF declarou a
inconstitucionalidade do artigo 2º, § 1º desta l ei, sendo certo que o juiz ao fixar o
regime inicial para o cumprimento de pena deve analisar a situação em concreto e não
o preceito em abstrato. Sendo assim, diante da ocorrência de crime único, cuja pena 
no mínimo legal deverá ser fixada em 8 (oito) anos de reclusão, sendo o réu primário e
de bons antecedentes, o regime semiaberto é a melhor solução p ara o réu, pois o
artigo 33, §2º, alínea “a”, do CP, impõe o regime fechado para crimes com penas
superiores a 8 (oito) anos, o que não é o caso. 
III PEDIDO 
Face ao exposto requer: 
a) Absolvição do réu, com base no art. 386, III, do CP P, por ausência de tipicidade; 
b) caso não seja esse o entendimento para absolvição, que seja concedido o
afastamento do concurso material de crimes, sendo reconhecida a existência de crime
único; 
c) fixação da pena-base no mínimo legal, o afastamento da agravante da embriaguez 
preordenada e a incidência da atenuante da menoridade; e 
d) fixação do regime semiaberto para início do cumprimento de pena, com base no art.
33, § 2º, alínea “b”, do CP, diante da inconstitucionalidade do ar tigo 2º, § 1º, da lei
8.072/1990.Curitiba/PR e data. 
ADVOGADO 
OAB/UF

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