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• Doença Renal Policística Autossômica Dominante (do Adulto) Distúrbio hereditário caracterizado por vários cistos expansivos em ambos os rins que destroem o parênquima causando falência renal (causa 5-‐10% dos casos de falência renal crônica). Etiopatogênese: mutação nos genes PKD1 (85% dos casos, mais grave) ou PKD2, que causam alterações no crescimento e diferenciação epitelial tubular, levando à formação dos cistos. Morfologia: rins aumentados, superfície externa bocelada, cistos preenchidos por líquido claro, turvo ou hemorrágico. Quadro clínico: pode ser assintomática ou dolorosa devido às hemorragias e dilatação. Excreção de coágulos pode produzir cólicas. Ocasionalmente hematúria e proteinúria. Anomalias extra renais (cistos hepáticos, aneurismas intracranianos). ______________________________________________________________________________ • Patogênese da Lesão Glomerular à Mecanismos imunológicos 1. Formação in situ de imunocomplexos a. Antígeno intrínseco do glomérulo (MB) + anticorpo circulante b. Antígeno “plantado” (moléculas catiônicas que se ligam à MB aniônica; produtos bacterianos; DNA) 2. Depósito de imunocomplexos circulantes (formados na circulação e aprisionados no glomérulo) a. Endógenos (autoimune – LES; neoplasias – síndrome paraneoplásica) b. Exógenos (infecção bacteriana – estreptococos; viral – hepatite B e C; parasitas – malária) • Alterações histológicas nos rins: • Hipercelularidade o Proliferação de células mesangiais e endoteliais o Infiltrações leucocíticas (neutrófilos, monócitos e, em algumas, linfócitos) o Formação de crescentes (acúmulo de células epiteliais parietais proliferativas e leucócitos infiltrativos) • Espessamento da MB • Hialinose e esclerose (acúmulo de material eosinofílico • Classificação: • Difusa (todos os glomérulos) x Focal (somente uma proporção dos glomérulos) • Global (glomérulo inteiro) x Segmentar (parte de um glomérulo) Síndrome nefrítica Síndrome nefrótica Inflamação nos glomérulos Desarranjo das paredes capilares → permeabilidade aumentada para proteínas plasmáticas Hematúria com cilindros hemáticos Hiperlipidemia e lipidúria Azotemia Hipoalbuminemia Oligúria de início súbito Retenção de sódio e água (hipovolemia → renina → secreção compensatória de aldosterona) Hipertensão arterial leve a moderada Vulnerabilidade a infecções (devido à perda de imunoglobulina na urina) e complicações tromboembólicas (perda de anticoagulantes endógenos) Proteinúria e edema discretos Proteinúria maciça (>3,5g perda diária) e edema generalizado (anasarca) Aguda: LES, poliangite microscópica Causas sistêmicas: diabetes, LES, amiloidose Glomerulonefrite (pós-‐infecciosa) proliferativa aguda e glomerulonefrite crescente Lesões primárias: doença da lesão mínima, glomerulopatia membranosa e glomerulosclerose segmentar focal. Insuficiência Renal Aguda Insuficiência Renal Crônica Queda súbita da função renal Declínio contínuo da função renal Oligúria ou anuria HAS Acidose metabólica Aumento de creatinina e ureia Anemia • Síndrome nefrótica: Desarranjo das paredes capilares glomerulares à permeabilidade aumentada para proteínas plasmáticas à proteinúria massiva à redução da albumina sérica à hipoalbuminemia à hipovolemia à secreção compensatória de renina à aumenta retenção de sódio e água à edema maciço. Hiperlipidemia: devido à síntese aumentada de lipoproteínas pelo fígado, transporte anormal de partículas lipídicas circulantes e catabolismo diminuído. à lipidúria (gordura livre + corpos de gordura ovais). Etiologias: doenças sistêmicas (Diabetes, LES, amiloidose) doenças glomerulares primárias (Glomerulopatia membranosa, doença da lesão mínima, glomeruloesclerose segmentar focal, glomerulonefrite membranoproliferativa – mista). Glomerulonefrite Proliferativa Difusa Aguda (GNDA) Síndrome nefrítica • Pós-‐ estreptocócica: geralmente aparece de 1-‐4 semanas após a infecção da faringe ou da pele (impetigo) por estreptococos β-‐hemolíticos do grupo A. Em crianças de 6-‐10 anos, mas pode afetar adultos. É mediada por imunocomplexos. Quadro histológico: glomérulo aumentado e hipercelular (infiltração de leucócitos, monócitos + proliferação de células endoteliais e mesangiais). A infiltração é difusa e pode estar acompanhada de edema intersticial e inflamação. ↓ níveis dos componentes da cascata do complemento no soro (devido à sua ativação e consumo). Curso clínico: 95% das crianças se recuperam totalmente; 1% desenvolve glomerulonefrite rapidamente progressiva; Alguns podem sofrer progressão lenta para glomerulonefrite crônica. Em adultos a doença é menos benigna (60% se recuperam rápido, no restante há proteinúria prolongada, hematúria e hipertensão). • Não-‐estreptocócica: ocorre associada à outras infecções (endocardite estafilocócica, pneumonia pneumocócica, hepatite B e C, caxumba, HIV, varicela, mononucleose). GlomerulonefriteRapidamente Progressiva (Crescêntica) Síndrome nefrítica • Injúria glomerular grave. Perda rápida e progressiva da função renal, associada a oligúria grave e sinais de síndrome nefrítica. Etiologias podem ser: indução por anticorpos anti-‐MBG; Deposição de complexos imunológicos (GN pós-‐infecciosa, da IgA, LES); ou não imunológica. Em muitos casos é idiopática. • Quadro histológico: presença de crescentes na maioria dos glomérulos, produzidas pela proliferação das células epiteliais parietais que revestem a cápsula de Bowman e pela infiltração de monócitos e macrófagos. As crescentes comprimem o tufo glomerular e ocorrem rupturas na MBG. • Morfologia: rins aumentados e pálidos, frequentemente com hemorragias petequiais nas superfícies. Glomerulopatia com Lesões Minímas (Nefrose Lipoídica) Síndrome nefrótica • Causa mais frequente de síndrome nefrótica em crianças. Caracterizada pela destruição difusa dos processos pediculares dos podócitos (células epiteliais viscerais). Alterações reversíveis após terapia com corticosteroides. • Etiopatogênese: ausência de depósitos imunológicos no glomérulo. Associação clínica com infecções respiratórias, imunizações profiláticas e outros distúrbios atópicos. Envolve disfunção imunológica que resulta na produção de uma citocina que danifica os podócitos e causa proteinúria. • Morfologia: destruição uniforme e difusa dos processos pediculares vista à ME (setas). Glomérulos normais por microscopia ótica e imunofluorescência negativa. • Curso clínico: proteinúria massiva (altamente seletiva), sem hipertensão ou hematúria. Glomerulosclerose Focal Segmentar (GFS) Síndrome nefrótica Esclerose de alguns glomérulos (focal) e apenas uma porção do tufo capilar desses glomérulos está afetada (segmentar). Maioria idiopática. Morfologia: Lesões inicialmente envolvem glomérulos justamedulares. Nos segmentos escleróticos há um colapso das alças capilares, um aumento na matriz e uma longa deposição de proteínas plasmáticas ao longo da parede capilar (hialinose), podendo ocluir o lúmen capilar. Presença de gotículas lipídicas na área esclerótica. * as lesões podem se passar despercebidas se a amostra da biópsia contiver um número insuficiente de glomérulos. Curso clínico: alta incidência de hematúria, TFG reduzida, hipertensão, proteinúria não seletiva, resposta fraca aos corticosteroides, progressão para doença renal crônica em 50%. Glomerulonefrite membrano-‐proliferativa Pode se apresentar como quadro nefrótico-‐ nefrítico. Patogenia: complexos imunológicos + ativação das vias do complemento. Morfologia: glomérulos aumentados e hipercelulares (proliferação de células mesangiais, do endotélio capilar e infiltração de leucócitos). Glomérulos de aparência lobular; Espessamento da MB. Glomerulopatia membranosa Síndrome nefrótica • Etiopatogênese: Drogas, tumores malignos, LES ou infecções à Acúmulo de depósitos eletrondensos contendo Ig, ao longo da MB à Espessamento difuso da parede capilar glomerular. • Morfologia: Alças capilares espessadas e hialinas (uniforme e difuso). Nefropatia por IgA (Doença de Berger) Síndrome nefrítica • Glomerulonefrite devido ao depósito de IgA proeminente das regiões mesangiais, detectado por microscopia de imunofluorescência. • Etiopatogênese: anormalidade (genética ou adquirida) da regulação imunológica à exposição respiratória ou gastrointestinal a agentes ambientais à síntese aumentada de igA à aprisionamento dos complexos imunológicos no mesângio à injúria glomerular. • Morfologia: ampliação mesangial e proliferação capilar. Deposição mesangial de IgA. • Hematúria recorrente (macro e microscópica); É o tipo mais comum de glomerulonefrite no mundo. Glomerulonefrite crônica (GN Esclerosante Difusa) Conjunto de doenças glomerulares terminais, alimentadas por diversos tipos de glomerulonefrites. Pacientes com glomerulonefrite crescente que sobrevivem ao episódio agudo geralmente progridem para a glomerulonefrite crônica. Um percentual variável surge sem nenhum histórico de glomerulonefrite aguda. Morfologia: rins simetricamente contraídos e com superfície cortical granular. Atrofia do córtex e aumento da gordura perirenal. A histologia depende do estágio da doença. A hipertensão acompanha a glomerulonefrite crônica, por isso há o espessamento fibroso da íntima das das artérias e arteríolas (arteriosclerose e arteriolosclerose) e a hipertrofia de VE. Hialinização glomerular, atrofia tubular à atrofia dos néfrons.Os néfrons que ainda funcionam adultos possuem túbulos hipertróficos e dilatados, que fazem saliência na superfície do rim, dando o aspecto granuloso. • Necrose Tubular Aguda (Injúria Renal aguda – IRA) Caracterizada clinicamente pela diminuição aguda da função renal e, frequentemente, por evidências morfológicas de injúria tubular. É a causa mais comum de falência renal aguda. Etiopatogêneses: 1. Fluxo sanguíneo diminuído ou interrompido à isquemia (hipertensão maligna, coagulação intravascular disseminada, volume de sangue diminuído) 2. Injúria tóxica direta aos túbulos (drogas -‐ gentamicina, corantes radiocontrastantes, mioglobina) 3. Nefrite túbulo-‐intersticial aguda (reação de hipersensibilidade a drogas) 4. Obstrução urinária por tumores, hipertrofia prostática (pós-‐renal) Morfologia: IRA isquêmica – necrose epitelial focal ao longo do néfron, acompanhada pela ruptura das MB e oclusão dos lumens tubulares pelos grumos. IRA tóxica – necrose principalmente nos túbulos contorcidos proximais. Hipertensão benigna Hipertensão maligna Maioria dos casos Pressão diastólica abaixo de 110mmHg Complicações graves são tardias Longa sobrevida 5% dos casos Cifras tensionais muito altas Complicações graves precoces Sobrevida curta (meses ou poucos anos) Mais comum em negros • Nefroesclerose vascular Benigna Esclerose das arteríolas renais e das pequenas artérias à vasos com paredes espessadas e lúmen estreitado à isquemia focal do parênquima à glomerulosclerose + injúria túbulo-‐intersticial crônica à redução da massa funcional. Mais comum em negros. Pode ocorrer na ausência de hipertensão, porém a hipertensão e DM aumentam a incidência e a gravidade. Etiopatogênese: alterações hemodinâmicas + envelhecimento + defeitos genéticos à espessamento das camadas média e intima + deposição hialina nas arteríolas (pelo extravasamento e proteínas plasmáticas). Morfologia: rins de tamanho normal com granulações finas na superfície. Pequena perda de massa pode ocorrer devido à cicatrização e redução cortical. Estreitamento dos lumens das arteríolas causados pelo espessamento e hialinização das paredes (arteriolosclerose hialina). Atrofia isquêmica desigual (focos de atrofia tubular e fibrose intersticial). • Nefroesclerose vascular Maligna Doença renal associada à hipertensão maligna. Etiopatogênese: exacerbação aguda da hipertensão à aumenta permeabilidade dos pequenos vasos ao fibrinogênio + injúria endotelial à necrose fibrinóide das arteríolas e trombose intravascular à hiperplasia do músculo da íntima dos vasos à arteriolosclerose hiperplásica à estreitamento do lúmen das arteríolas à isquemia renal à sistema R-‐A-‐A ativado à elevação da PA Morfologia: Pequenas hemorragias petequiais na superfície cortical (ruptura das arteríolas ou capilares glomerulares). Necrose fibrinóide das arteríolas (parede mais eosinofílica). Glomérulos podem se tornar necróticos. Arteriolite hiperplásica = espessamento concêntrico da íntima de arteríolas e artérias interlobulares (aparência de bulbo de cebola) Aspectos clínicos: PAS > 200mmHg e PAD > 120mmHg. Hemorragias na retina, encefalopatias, anormalidades cardiovasculares e falência renal. Os sintomas iniciais estão relacionados com o aumento da pressão intracraniana. ______________________________________________________________________________ Neoplasias Renais • Carcinoma de células renais (CCR) – Adenocarcinoma do rim Idosos (60-‐70 anos), homens, tabagistas. Maioria esporádica, mas pode ser hereditário (síndrome de Von Hippel-‐ Lindau, tumores múltiplos) Tipo mais comum: carcinoma de células claras. (não é papilar). Composto por células grandes, com citoplasma claro contendo lipídeos (cor amarelada) e glicogênio. Morfologia: o CCR têm preferência pelos polos renais e tendem a invadir a veia renal. Os tumores de células claras surgem mais provavelmente do epitélio tubular proximal. Possui áreas de necrose isquêmica, margens geralmente definidas. Os tumores papilares podem ser multifocais e bilaterais. Sinais Clínicos: hematúria, dor e massa palpável (10%) a maioria permanece assintomática até atingir tamanho considerável. Prognóstico depende do estadiamento (TNM), invasão da veia renal, da gordura perirrenal ou metástases. • Tumor de Wilms = Nefroblastoma 13% das neoplasias abaixo de 15 anos de idade (pico 2-‐4 anos). Aspectos clínicos: massa palpável abdominal, cruzando a linha média e atingindo a pelve. Dor abdominal, hematúria, HAS (por pressionar a artéria renal) em 70% dos casos. Prognóstico: estadiamento (infiltração de outros órgãos, bilateralidade, metástases), idade (melhor em < 2 anos), grau de atipia das células (anaplasia)*não há relação entre o tamanho do tumor e o prognóstico. Tumor é único em80% dos casos. Na maior parte há extensão para veia renal e tecidos adjacentes. Cor branco-‐acinzentada com áreas de hemorragia e necrose. ______________________________________________________________________________ Tumores Uroteliais Tumores de células transicionais. Urotélio = mucosa que reveste o trato urinário (pelve renal, ureter, bexiga). Representam 90% dos tumores vesicais. Muitos são multifocais. Lesões precursoras: restritas à mucosa -‐ Carcinoma papilar não invasivo -‐ Carcinoma urotelial plano (“in situ”) • Carcinoma de Células Transicionais (Urotelial) Homens (50-‐80 anos), tabagistas, exposição à carcinógenos. Quadro clínico: hematúria indolor, tendência a desenvolver novas lesões, pode causar obstruções caso esteja localizado no assoalho da bexiga ou uretra, podendo causar cistite de repetição. Prognóstico: Papilar ou sólido Invade muscular própria ? Grau nuclear (alto ou baixo) Estadiamento Infecções do Trato Urinário (I.T.U.) Etiologia: bactérias gram-‐negativas (E. coli); Em imunossuprimidos: fungos, vírus e outros agentes. Patogênese: Os microorganismos atingem os rins pela a. Via ascendente ou urinária (mais comum): colonização da uretra e bexiga por bactérias da flora intestinal; b. Via descendente ou hematogênica (é preciso ter um foco infeccioso em outro local – septicemia ou endocardite bacteriana) Fatores de risco: mulheres, gravidez, obstrução urinária (hiperplasia prostática, malformações), refluxo vesico-‐ureteral (urografia miccional para diagnóstico), diabetes, imunossupressão. • Pielonefrite Aguda Acometimento do interstício, túbulos renais, cálice, pelve renal e ureter proximal. Causado por infecção bacteriana, complicação séria das infecções do trato urinário (comumente cistite). Morfologia: necrose liquefativa do parênquima renal. Infiltrado neutrofílico. Podem haver abcessos focais. Complicações incluem a necrose papilar (principalmente em diabéticos ou pacientes com obstrução do trato urinário). Após a cura os focos inflamatórios são substituídos por cicatrizes irregulares que podem ser vistos na superfície externa como depressões fibrosas. Aspectos clínicos: dor lombar, febre alta, sinal de Giordano, disúria, algúria, polaciúria (urgência miccional ou tenesmo vesical), hematúria. Aspectos laboratoriais: piúria (leucócitos degenerados na urina), hematúria, cilindros purulentos (indica o envolvimento renal, porque os grumos são formados nos túbulos). Diagnóstico laboratorial envolve urina rotina (↑densidade urinária, ↓pH da urina, hemácias, neutrófilos, flora bacteriana aumentada), gram de gota e urocultura. • Pielonefrite Crônica Infecção renal crônica associada a fibrose e cicatrizes do parênquima, além de deformações do sistema pielo-‐calicial. Importante causa de IRC. Pode ser: a. Associada a refluxo (mais comum) b. Obstrutiva Aspectos clínicos: curso lento, evolução tardia, diagnóstico tardio. Episódios anteriores de pielonefrite aguda. Bacteriúria, piúria, cilindros hialinos. Morfologia: fibrose no parênquima e córtex renal, cicatrizes renais grosseiras e irregulares (envolvimento assimétrico dos rins ≠ glomerulonefrite crônica). Redução do peso e volume do rim. Cilindros hialinos nos túbulos atróficos (tireoidização). Infiltrado inflamatório no parênquima. Alguns indivíduos com cicatrizes pielonefríticas podem desenvolver glomerulosclerose segmentar focal, com proteinúria significativa após anos (sinal de prognóstico ruim). Uropatia Obstrutiva Obstrução à aumenta suscetibilidade à infecção e à formação de cálculos. Caso não seja aliviada, a obstrução quase sempre leva a uma atrofia renal permanente (hidronefrose). Causas comuns: • Anomalias congênitas (válvulas uretrais posteriores, estenoses uretrais, estreitamento da JUP, refluxo vesicouretral grave). • Cálculos urinários • Hipertrofia prostática • Tumores (carcinoma da próstata, tumores de bexiga, carcinoma do útero) • Inflamação (prostatite, uretrite, ureterite) • Coágulos sanguíneos • Distúrbios funcionais (neurogênicos – nefropatia diabética) • Hidronefrose Dilatação da pelve renal e cálices associados a uma atrofia progressiva do rim devido à obstrução do fluxo de saída da urina. Quanto mais baixa no trato urinário é a obstrução, maior a chance de levar à IRC. Morfologia: quando a obstrução é súbita e completa a TFG é reduzida, levando à insuficiência pós-‐renal, dilatação branda dos cálices e, às vezes, atrofia do parênquima. Quando a obstrução é subtotal ou intermitente, a filtração glomerular não é suprimida, ocorrendo a dilatação progressiva. O quadro crônico é de atrofiatubular cortical com fibrose intersticial difusa. Manifestações são primeiramente na redução da capacidade de concentração da urina (alterações tubulares), posteriormente, a TFG começa a declinar. • Litíase urinária (urolitíase ou nefrolitíase) Predomina no sexo masculino, predisposição familiar, originam-‐se principalmente na pelve renal, cálices renais e bexiga (em ordem de frequência). Aspectos clínicos: a. assintomáticos e descobertos pelas complicações (pequenos) b. sintomáticos (cólica nefrética, hematúria) Fatores predisponentes: ↑ concentração de fosfato, ácido úrico, oxalato de cálcio* *aparece no RX Estase urinária à precipitação Infecções urinárias à alteração do pH da urina à altera solubilidade dos compostos Volume urinário baixo Hidronefrose à favorece formação de cálculos coraliformes. Componentes do cálculo: pesquisar na urina 24h e no sangue. Complicações: ITU recorrentes, ulceração e sangramento, hidronefrose, pielonefrite à sepse. Cálculo de ureter ______________________________________________________________________________ Sistema Genital Masculino Testículo • Criptorquidia Ausência completa ou incompleta da descida dos testículos intra-‐abdominais para a bolsa escrotal. Pode estar acompanhada de outras malformações do trato geniturinário, como hipospádias (abertura da uretra na face inferior do pênis). Na maioria dos casos, o testículo não descido é unilateral (75%) e palpável no canal inguinal. O testículo não descido apresenta mais Urolitíase I.T.U Obstrução do trato urinário chance de desenvolvimento de câncer testicular. Podem descer espontaneamente no primeiro ano de vida ou requererem correção cirúrgica. • Aumento do volume da bolsa escrotal, pode ser causada por a. Neoplasias do testículo (massa, aumento unilateral) b. Orquite (inflamação à edema, dor, evolução rápida. Ex: caxumba) c. Infarto – pela torção (congestão vascular, doloroso, evolução rápida) As três situações são mais comuns em jovens. Biópsia testicular é contraindicada, pois rompe a cápsula testicular aumentando as chances de disseminar uma neoplasia. O indicado é remover o testículo. • Tumores testiculares 95% dos tumores são originados de células germinativas (seminomas e não-‐seminomas) Incidência à 15-‐35 anos (jovens) -‐ Seminomas: mais comum, melhor prognóstico. Composto por células que lembram as células germinativas primárias. -‐ Não-‐seminomas: compostos por células não diferenciadas que lembram células-‐tronco embrionárias, podendo diferenciar-‐se em várias linhagens. Teratomas: apresentam componentes celulares derivados de mais de uma camada germinativa. Raro em adultos. Pênis • Anomalias congênitas Hipospádias: canal uretral na superfície ventral do pênis (mais comum) Epispádias: canal uretral na superfície dorsal do pênis Normalmente estenosadas, resultam em obstrução do trato urinário. • Carcinoma de pênis -‐ Tumor maligno epitelial, surge principalmente no sulco balanoprepucial, onde sem a higiene adequada acumulam-‐se microorganismos, células epiteliais descamadas, suor e resíduos (= esmegma), gerando uma inflamação crônica (balanopostite), que pode levar ao câncer. -‐ Associação com HPV em 50% dos casos. -‐ Idade entre 40-‐70 anos -‐ Pode ter padrão exofítico ou endofítico (geralmente forma úlceras) -‐ Diagnóstico diferencial: DSTs, ex: condiloma acuminado -‐ Carcinoma de células escamosas (epidermoide) à células epiteliais formando ninhos + camadas de queratina = pérola córnea. Próstata Zona periférica à carcinomas Zona de transição e central à hiperplasia Sofre influência da di-‐hidro-‐testosterona (promove aumento da glândula) Inflamação à prostatites (agudas e crônicas) Aumento nodular benigno à hiperplasia nodular benigna da próstata (+ comum; idosos) Neoplasias à adenocarcinoma (idosos) • Prostatites Forma mais comum: abacteriana crônica. Maioria das prostatites bacterianas agudas é causada por E. coli e outros bacilos gram-‐ negativos. São implantados por refluxo intraprostático de urina ou por via hematogênica. • Hiperplasia Nodular da Próstata Comum em homens acima de 50 anos (70% dos acima de 60 anos; 90% dos acima de 70 anos) Lobos posteriores não são comprometidos (compromete o médio e laterais). Etiopatogênese: Ação de fatores hormonais (di-‐hidro-‐testosterona* e estrógenos). Em idosos ↑estrógenos e ↑ expressão de receptores para DHT. *inibidores da conversão de testosterona em DHT são eficazes no tratamento (finasterida) Morfologia: próstata aumentada de peso e volume. Formação de nódulos (glândulas hiperplásicas + estroma fibro-‐muscular). Compressão da uretra. Glândulas + estroma, sendo que as glândulas na hiperplasiasão compostas por duas camadas (interna de células colunares e periférica de células basais achatadas), o que diferencia da neoplasia, onde há perda da dupla camada. Na bexiga pode ocorrer hipertrofia e trabeculação da parede secundária à hiperplasia. Hiperplasia progressiva dos nódulos ↓ Compressão da uretra prostática ↓ Obstrução e retenção urinária ↓ Prostatismo: polaciúria, noctúria, urgência miccional, jato urinário fraco, micção em 2 tempos Bexiga de esforço à estase urinária à predisposição à formação de cálculos Litíase urinária Refluxo vesicoureteral à hidroureter e hidronefrose à pielonefrite e exclusão renal Retenção urinária aguda à urgência Esvaziamento incompleto da bexiga à infecções urinárias • Adenocarcinoma da Próstata Forma mais comum de câncer em homens, idade acima de 50 anos. Etiopatogênese: fatores ambientais, idade, história familiar, níveis hormonais (andrógenos à crescimento e sobrevida das células), mutações nos genes supressores tumorais. Morfologia: adenocarcinoma prostático, com glândulas menores que as glândulas benignas e revestidas por uma camada única e uniforme de epitélio cuboide ou colunar baixo (camada de células basais ausente). Células de citoplasma claro e núcleos grandes, podendo conter um ou mais nucléolos grandes. Em 70% dos casos, surge na zona periférica da glândula em uma localização posterior, onde pode ser palpável no exame retal. O tecido neoplásico é granuloso e firme. A disseminação hematogênica ocorre principalmente passa os ossos (principalmente para o esqueleto axial) à metástases osteoblásticas. Classificação no Escore Gleason: grau 1 representa tumores mais bem diferenciados, onde as glândulas neoplásicas tem aspecto uniforme e redondo e estão agrupadas em nódulos bem circunscritos. Já os tumores grau 5 não exibem diferenciação glandular e as células tumorais infiltram o estroma na forma de cordões, lâminas e ninhos. A maioria dos tumores contém mais de um padrão, por isso são somadas as pontuações do grau dominante + grau secundário. PSA: é um produto do epitélio prostático secretado normalmente no sêmen. Níveis sanguíneos elevados (> 4,0) ocorrem em associação ao câncer localizado ou avançado. O PSA é específico para o órgão, mas não é específico para o câncer, pois também se eleva na hiperplasia benigna da próstata e em outras situações (prostatite, ejaculação). Função diagnóstica e de avaliação da resposta à terapia. *Tumores muito agressivos (pouco diferenciados) não produzem PSA.
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