Buscar

PAPER 2 CORRIGIDO GRUPO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

8
INCLUSÃO DIGITAL NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Dalila Teixeira Ramos
Eliane Fagundes do P. Menezes
 Elen Sampaio Leandro
Luzinete Pereira de Almeida Bispo
Lídia Rodrigues Trindade
Simone Rodrigues da Costa
Rivaldo Rodrigues
Laís Laura da Silva Ramalho²
	
RESUMO
 Este trabalho tem como objetivo explicitar a importância de incluir os alunos da EJA na era digital. Enfatiza a importância da atualização docente em relação as tecnologias, de modo a permitir que o mesmo seja mediador do processo de ensino aprendizagem dos educandos jovens e adultos. Além da importância do saber ler e escrever, também há necessidade de ter noções básicas e poder ter contato com a tecnologia. Possibilitar a inclusão dos jovens e adultos neste mundo digital garantirá aos alunos da EJA maiores possibilidades de inserção social.
 Portanto, esse trabalho mostra as dificuldades existentes sobre o assunto, para que assim possam ser amenizadas e superadas ao longo do tempo pelos alunos e professores da EJA, de modo a colaborar com o educador no sentido de inserir os educandos a era digital, possibilitando-lhes o acesso às novas tecnologias, evidenciando sua importância e auxiliando na utilização correta e inteligente dos recursos tecnológicos, provocando no indivíduo mudanças de pensamentos e atitudes, bem uma melhor inserção na sociedade, também abordaremos a questão da formação do educador, as tecnologias e suas dificuldades.
Palavras-chave: Inclusão digital. Tecnologia. Educação de adultos.
1. INTRODUÇÃO
 Quando se pensa em Educação de Jovens e Adultos (EJA), o que mais se pesquisa diz nesta modalidade de ensino é sobre a sua implementação e parte da sua história no Brasil e funções. Baseando-se nas experiências da Educação Popular, a EJA assumiu o aspecto de trabalhar para a construção da identidade de sujeitos capazes de agirem e falarem, de desenvolverem o pensamento político e crítico, essencial para interferir nos processos históricos e modificar sua realidade de exclusão social (SILVA; BURGOS, 2010).
 As máquinas vêm ganhando espaço em nosso mundo e hoje praticamente tudo gira em torno da informatização. As informações são produzidas e consumidas numa velocidade extraordinária pelo ser humano, sendo importante conhecermos estas novas características que estão no mundo atual para podermos participar ativamente deste novo tipo de conhecimento, e ingressar essas tecnologias nas escolas.
 Quando o assunto exclusão digital na modalidade EJA entra em debates acadêmicos, o destaque recai sobre os problemas do analfabetismo elementar da leitura e escrita, pensando sobre os processos do ensino de jovens e adultos que contribuem para a erradicação de problema educacional nacional. Entretanto, pouco se ouve falar sobre a erradicação do “analfabetismo digital” desse grupo específico (SANTOS et al. 2012)
 Nos dias atuais, além da importância do saber ler e escrever, também há necessidade de ter noções básicas e poder ter contato com a tecnologia. Possibilitar a inclusão dos jovens e adultos neste mundo digital garantirá aos alunos da EJA maiores possibilidades de inserção social. No entanto, para concretização deste ato ainda há muito a ser implementado e superado, visto que envolve alguns fatores como: falta de professores capacitados para lidarem com as tecnologias; a dificuldade de adquirir os meios tecnológicos e manuseá-los dos alunos de mais idade da EJA; entre outros. Esses entraves tornam mais difíceis à aprendizagem em relação à tecnologia, dificultando a inserção digital dos alunos da EJA. Podemos afirmar que ainda há muito a ser feito para transformar a situação destes jovens e adultos.
 A modalidade de ensino de Educação de Jovens e adultos, que se tem mais dificuldade em implantar a inclusão digital e também onde mais deveria ter atenção, o que gera muitos desafios e discussões. Estes indivíduos já estão excluídos da sociedade por não saberem ler e escrever e com o advento das tecnologias, estes sujeitos se tornam também excluídos digitalmente.
 Diante disto, deparamo-nos com os questionamentos: como incluir jovens e adultos nesta sociedade digital? Como incluir sem interferir em seu processo de alfabetização? Como fazer esta inclusão? Como concretizá-la em sala da aula? Quais métodos empregar? Como fazê-la paralelamente ao ensino dos demais conteúdos escolares? Trata-se de situações que geram um grande desafio para todo educador e por isso queremos discutir e pesquisar formas de garantir a inclusão digital de jovens, adultos que estão em processo de alfabetização.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
 A Educação de Jovens e Adultos, conhecida como EJA, já existia desde o período colonial, porém, tinha o foco na catequização do que o ato de educar em si, mas somente no Brasil começaram a haver reformas educacionais relacionadas à educação. A valorização da Educação de Adultos que antes era doutrinária se efetivou com a era do desenvolvimento industrial, como forma de Educação Tecnicista (CUNHA, 1999). 
 A sociedade em que vivemos é marcada pelas múltiplas linguagens, o ser humano tem várias linguagens de comunicação, ressaltamos a computacional, tem sido um método muito usado para expor seus pensamentos, interagir com o outro e se fazer compreender.
 Atualmente a caneta e o papel estão visivelmente sendo substituídos pelas facilidades da informação e dos conhecimentos oferecidos pela informática, torna-se destemido o homem de capacidades para competir com os avanços tecnológicos, transformando esse desenvolvimento às nossas necessidades e não vice e versa (LARA, 2010), 
A presença de tecnologias mais simples, como os livros impressos, ou de outras mais avançadas, como os computadores em rede, produzindo novas realidades, exige o estabelecimento de novas conexões que as situem diante dos complexos problemas enfrentados pela educação, sob o risco de que os investimentos não se traduzam em alterações significativas das questões estruturais da educação (PRETO, 2008, p. 81).
 As tecnologias de comunicação de informação, podem ser usadas como recurso pedagógico que, ajudam o processo de ensino e promove o diálogo entre o docente e seus escolares. No mundo fora da escola, essa realidade está presente em muitos lugares, pois as pessoas se comunicam o tempo todo, principalmente pelas redes sociais, e na escola não poderia ser diferente.
 Compreendemos que as tendências das novas gerações são produzidas nas relações sociais, o jovem e o adulto interagem com a tecnologia, que orienta seu comportamento e sua existência. A tecnologia é um ingrediente da cultura. Na EJA, os estudantes, em sua maioria convivem com as novas tecnologias como a internet, por exemplo. Moran (2013, p. 42) destaca que, na escola o professor obtém um papel importante como mediador, é preciso estar inserido no universo dos jovens e adultos, estar próximo, saber lidar com toda essa tecnologia, perceber potencialidades e estabelecer ligações afetivas visando ao desenvolvimento educacional pleno dos estudantes.
Há a necessidade de muito investimento em capacitação especifica, para que usuários potenciais possam se familiarizar com os dispositivos digitais. Capacitação não é bem que pode ser adquirido de imediato, mesmo com altos investimentos financeiros. Há necessidade de tempo para a assimilação da informação e geração de conhecimento (CARVALHO, 2012, p. 04).
 Mais será que o professor está pronto para o desafio das novas tecnologias, pois estão habituados aos livros didáticos e, muitas vezes, à ausência de apoio pedagógico. Esses aspectos reforçam a ideia de que “o professor sente dificuldades para realizar um trabalho interativo com as diversas mídias” (BRITO, 2009). Entre as tecnologias encontradas hoje na escola, como por exemplo, a TV Multimídia, o pen drive e o laboratório de informáticae o computador se revela como maior desafio para muitos professores, porque vai além do conhecimento técnico, a compreensão de como utilizá-lo como uma ferramenta pedagógica. Ao permitir o acesso ás tecnologias como os computadores ligados à internet, filmes, vídeos e outros, os alunos passam a ter maior acesso a cultura e artes, pesquisas de trabalhos e interagem com a tecnologia, que orienta seu comportamento e sua existência. 
 Alguns motivos pelas dificuldades de trabalharem com as novas tecnologias e, em específico na EJA, é a falta de preparo técnico, para ensinar com auxílio de ferramentas tecnológicas e sem uma metodologia adequada a essa modalidade, os docentes acabam por tratá-los da mesma maneira que tratam os alunos do turno regular de ensino, assim tornando-os cada vez mais excluídos digitalmente. Para Oliveira (2007, p. 88), possivelmente esses são alguns dos principais problemas que estão presentes no trabalho com a EJA.
 Docentes que resistem à inclusão da tecnologia em sua pratica pedagógica acabam por se prender a métodos desatualizados, que não funcionam da mesma maneira. Por outro lado, professores capazes de tirar proveito dos benefícios que a tecnologia pode trazer aos processos de ensino e aprendizagem são capazes de atuar de maneira mais produtiva e inovadora junto aos seus alunos. O professor tem que buscar se atualizar, fazer novos cursos, principalmente o de computação, para poder acompanhar essas tecnologias.
Por tecnologia educacional entende-se essencialmente o conjunto dos esforços intelectuais e operacionais realizados faz alguns anos para reagrupar, ordenar e sistematizar a aplicação de métodos científicos a organização de conjuntos de equipamentos e materiais novos, de modo a otimizar os processos de aprendizagem (DIEUZEIDE, 1971, p.1).
 As subjetividades das novas gerações são produzidas nas relações sociais. Nesse contexto, o jovem e o adulto interagem com a tecnologia, que orienta seu comportamento e sua existência. A tecnologia é um elemento constitutivo da cultura. Na EJA, os estudantes, em sua maioria convivem com as novas tecnologias como a internet, por exemplo. Moran (2013, p. 42) destaca que, na escola,
Entende-se por tecnologia educacional, o conjunto de técnicas, processos e métodos que utilizam meios digitais e demais recursos como ferramentas de apoio aplicadas ao ensino, com a possibilidade de atuar de forma metódica entre quem ensina e quem aprende
2.1 INCLUSÃO DIGITAL NO EJA
 Na sociedade moderna, muito se fala em inclusão digital, caracterizada como a democratização do acesso às tecnologias da informação. Os suportes da inclusão digital são o computador, o acesso à rede e o domínio das ferramentas utilizadas na rede mundial de computadores. Destacamos que tais ferramentas nem sempre estão disponíveis para os alunos da EJA. “A inclusão é um ato que afirma e deseja o convívio universal. É um ato que não nega conflitos, mas amplia o universo de negociação de identidades diferentes”. São por esses motivos que devemos ver a inclusão digital como o ensino pela informação, valorizando a formação de indivíduos culturalmente capazes de transformar as informações dos meios multimídias em conhecimento para a sua própria sobrevivência.
 Os elementos para a inclusão digital não devem seguir somente o acesso físico à infraestrutura e à conexão em rede e computadores, mas, especialmente, a capacitação das tecnologias para utilizar estes meios de comunicação da informação e, principalmente, para criar a “possibilidade de uma incorporação ativa no processo todo de produção, compartilhamento e criação cultural”, os chamados “conteúdos”.
A forma de se proporcionar este acesso deve estar integrada às condições locais existentes, em termos de suas organizações, tanto quanto em seus referenciais culturais. Centros de produção, criação e compartilhamento cultural (e de acesso à rede) devem estar integrados a associações comunitárias, centros religiosos, igrejas etc. (LAZARTE, 200, p. 48).
 Se a EJA tem como objetivo preparar esses alunos para a cidadania e também de qualificá-los ao mercado de trabalho, é indispensável que tenham acesso às tecnologias que compõem esse mercado de trabalho. Ambiente virtual possibilita que o sujeito tenha voz ativa, seja autor e tenha autonomia, embora condicionada, para pesquisar e escolher, nas suas leituras, o que deseja aprender, indo além do espaço escolar assim procurando novas oportunidades.
2.2 O USO DE RECURSOS TECNOLÓGICOS NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
 Atualmente vivemos em um mundo pós-moderno, em que tudo gira em torno de tecnologias. Qualquer lugar em que se vá, depara-se com informações que são processadas e compartilhadas em tempo real por meio das mídias digitais. A Educação de Jovens e Adultos, conhecida comumente como EJA, já existia desde o período colonial, porém, tinha o foco na catequização do que o ato de educar em si, sendo que, somente no Brasil Império começaram a haver reformas educacionais relacionadas à educação.  A partir do Século XX a Educação de Jovens e Adultos tomou força por meio da criação de um fundo para Alfabetização de Adultos em meados de 1940 e depois com a criação da UNESCO e a primeira campanha do governo, reforçou-se a importância da educação de adultos analfabetos no país (CUNHA, 1999).
 No Brasil, mesmo com as novas tecnologias que podem contribuir para o ensino em sala de aula em todas as modalidades de ensino, ainda observa-se que as metodologias utilizadas na Educação de Jovens e Adultos em muitas escolas, segue o mesmo modelo da Educação Bancária no qual Paulo Freire que era o maior defensor da Educação da pessoa adulta discordava. Paulo Freire em muitas de suas obras, tais como o livro Pedagogia da Autonomia, dentre outras obras, se apresenta como apoiador de uma forma de Educação Progressista e democrática, que visa a emancipação do aluno, em que ele possa participar no seu processo de aprendizagem e avaliação de forma crítica e autônoma (FREIRE, 2001). As novas tecnologias estão inseridas nesse contexto, por isso, precisam ser utilizadas pela escola no processo de ensino e aprendizagem até mesmo na Educação de Jovens e Adultos. Segundo Gadotti, “não existe tempo ou espaço próprio para a aprendizagem, à aprendizagem está em todo lugar e é preciso aprender sempre” (GADOTTI, 2000, p. 250.) Como se pode aprender em todos os lugares, a escola por meio dos recursos tecnológicos pode ampliar o acesso ao conhecimento e posteriormente promover uma educação continuada, de qualidade e finalidade prática. 
 O ponto de vista em que o artigo está situado parte de um olhar panorâmico sobre a realidade educacional brasileira, mais especificamente sobre o processo de inclusão digital entre jovens e adultos. Para tanto, debatemos sobre aspectos não somente estruturais e organizacionais desse processo, mas, sobretudo discutimos também os aspectos políticos e sociais, que influenciam de forma bastante clara e profunda as possibilidades e perspectivas dessa área nas relações educacionais, profissionais e humanas. Di Pierro (2008, p. 379) estabelece que a partir dos anos 1990, na América Latina, foram priorizados “atenção e recursos na escolarização elementar de crianças e adolescentes”, colocando a educação de jovens e adultos num patamar secundário, “numa posição marginal no discurso pedagógico e na agenda das políticas públicas” (ibidem). Essa posição dirigida à EJA acentuou seus problemas e possibilitou um olhar político anacrônico quanto à mesma. Principalmente quando analisamos sua promulgação na atual sociedade da informação e da comunicação, em que as novas tecnologias invadiram todos os espaços sociais e hoje determinam boa parte das demandas do mercado de trabalho.
 Os principais usuários dessa modalidade de ensino são jovens e adultos da classe popular, que não tiveram a oportunidade de permanecer no ensino regular em seu devido tempo ou que nem chegaram a tanto,devido às demandas de sua própria vida – escolher entre o trabalho e a escola; entre a sobrevivência e o conhecimento. São sujeitos que depois de muito tempo voltam a estudar pensando em adquirir aquilo que não tiveram; que abandonaram ou, em certos casos, somente conseguir um diploma visando conseguir um emprego melhor – ou, simplesmente, um emprego. Quando se utiliza das tecnologias na educação, se constrói um processo de inclusão social, em especial se tal medida é adotada nas escolas públicas, em que muitos estudantes, mesmo tendo o conhecimento sobre o assunto, não têm o acesso ao mesmo. Essa “inclusão digital” é relevante ao processo democrático do ensino brasileiro. No que tange a Educação de Jovens e Adultos, cabe reforçar a relevância do uso desses instrumentos enquanto prática pedagógica. Eles auxiliam o professor no decorrer de suas aulas e possibilitam um estímulo a mais aos estudantes para que queiram “buscar” o conhecimento. Sua função ainda tem um fator primordial aos dias atuais, que diz respeito à formação política dos jovens e adultos que estão no processo de aprendizagem. O acesso permite a chance do conhecimento; o conhecimento permite a busca pela mudança.
 [...] a educação de jovens e adultos é convidada a reavaliar sua identidade e tradição, reelaborando os objetivos e conteúdo de formação política para a cidadania democrática [...]. É nesta sugestiva direção de formação política para a cidadania democrática que parece fecundo caminhar na reelaboração de currículos de educação de pessoas jovens e adultas (DI PIERRO; JOIA; RIBEIRO, 2001, p. 74).
 As subjetividades das novas gerações são produzidas nas relações sociais. Nesse contexto, o jovem e o adulto interagem com a tecnologia, que orienta seu comportamento e sua existência. A tecnologia é um elemento constitutivo da cultura. Na EJA, os estudantes, em sua maioria convivem com as novas tecnologias como a internet, por exemplo. Moran (2013, p. 42) destaca que, na escola,
Entende-se por tecnologia educacional, o conjunto de técnicas, processos e métodos que utilizam meios digitais e demais recursos como ferramentas de apoio aplicadas ao ensino, com a possibilidade de atuar de forma metódica entre quem ensina e quem aprende.
 As Tecnologias da Informação e Comunicação passaram a ser utilizadas pela a escola há poucos anos atrás. Mesmo a internet e o telefone existirem antes dos anos 2000, esses instrumentos eram de difícil acesso para a maior parte da população e isso refletiu nas políticas públicas direcionadas para a Educação.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
 A pesquisa que realizamos durante a elaboração do nosso trabalho foi feita através de pesquisa na Internet, O computador é hoje mais do que uma ferramenta de todas as formas, sua materialização está envolvida pela subjetividade humana, que fara dele muito mais do que já é. O computador surgiu como um invento complexo que possibilitará a maximização da nossa capacidade de processamentos de dados. Todavia na atualidade se transformou em um ambiente mutável de produção de significado, ideias e conhecimento de acordo com essa perspectiva, atualmente é uma máquina de infinitas possibilidades que se faz presente em todos os campos da vida humana. 
 O uso do material didático é um auxílio de grande utilidade na vida do professor, independente da modalidade de ensino que leciona. Os livros são os mais tradicionais a serem utilizados e ajudam na organização de cronograma de conteúdos teóricos e práticos além de serem objetos de fácil locomoção. Na EJA não é diferente... Funcionam como recursos pedagógicos que ajudam na praticidade e na dinâmica das aulas, mas dependendo sempre da didática do professor e da qualidade dos conteúdos que carregam dentro deles.
 Nesse capítulo, será feito o registro da análise de dois livros didáticos distribuídos pelo Programa Nacional do Livro Didático para a Educação de Jovens e Adultos através do FNDE e do Ministério da Educação: Volumes 1 e 2 da coleção Viver, Aprender (1ª edição, Global Editora, São Paulo, 2009) que foram elaborados para o primeiro seguimento do ensino Fundamental.
Segundo a página do MEC, no item que trata do Programa Nacional do Livro Didático:
O Programa Nacional do Livro Didático para a Educação de Jovens e Adultos – PNLD-EJA tem como objetivo prover as entidades parceiras do Programa Brasil Alfabetizado (PBA) e as redes públicas tenham turmas na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA), com obras didáticas de alfabetização e coleções didáticas para o ensino fundamental (primeiro e segundo segmento) e o ensino médio na modalidade EJA. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2017).
 Existe a partir da implantação desse programa, a identificação de uma necessidade de material didático adequado ao ensino de jovens e adultos e a elaboração de conteúdos convenientes à modalidade.
 Os livros analisados são de caráter multidisciplinar, o que quer dizer que ambos fragmentam certa diversidade de assuntos de uma só vez de forma com que eles se encontrem e façam sentido na prática. A multidisciplinaridade do material muito tem a ver com a pluralidade da vida de um jovem ou adulto que normalmente passa por diariamente por experiências cercadas de múltiplas tarefas, assuntos, informações e responsabilidades que ao final encontram-se dentro dele, do indivíduo. Neste caso, a abordagem muito se assemelha a realidade do aluno da EJA, além de compactar os conteúdos evitando extensões desnecessárias ao momento. A ideia da educação a partir do diálogo entre educador e educando que além de criar um vínculo entre as experiências de ambos, esse momento pode gerar ao educador a oportunidade de tornar a fala do educando o seu próprio material de trabalho, daí a funcionalidade do processo de troca. Brandão (1986) explica a partir do conceito de Freire:
Paulo Freire pensou em um método de educação construído em cima da ideia de um diálogo entre educador e educando, onde há sempre partes de cada um no outro, não poderia começar com o educador trazendo pronto, do seu mundo, do seu saber, o seu método e o material da fala dele. (BRANDÃO, 1986, p. 89).
 Na contracapa dos livros analisados (Coleção Viver Aprender, 2009) encontra-se o seguinte informativo:
 As escolas das redes públicas de ensino e as entidades parceiras passam a receber, periodicamente, as obras referentes ao Programa Nacional do Livro Didático Educação de Jovens e Adultos – PNLD EJA, adquiridas e distribuídas pelo Ministério da Educação para todo o país por intermédio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, após criteriosa avaliação da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão, para que educadores e alunos contem com materiais de qualidade física e pedagógica.
 Esse livro foi pensado para ser seu. Você pode fazer uso dele na escola, em casa ou em qualquer luar, como elemento de apoio aos seus estudos e fonte de consulta para rever suas aprendizagens. No início de cada livro, é deixada uma mesma mensagem aos estudantes que explica a importância e a fundamentação dos conteúdos. O começo do quarto parágrafo expressa palavras que se encaixam com o a rejeição a educação bancária e incentiva o respeito e valorização da bagagem cultural e intelectual do aluno. “Para fazer as atividades, você vai usar os saberes que já possui e vai realizar novas aprendizagens.” (Coleção Viver Aprender: Vivências e Diversidade, BUZEN; MENDONÇA; MANSUTTI; VALADÃO; CATELLI; GIANSANTI; 2009. Contracapa).
 Os livros da coleção: Viver, Aprender distribuídos para EJA são divididos em eixos (de 4 a 5 eixos em cada livro). Os eixos são como minilivros que possuem mini capítulos, chamados de módulos.
 Os critérios para a seleção dos conteúdos para registro do processo de análise foi o nível de relevância para o aluno da EJA, tendo como base principal, os conceitos de Freiresob a óptica de Brandão.	 
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
 Conforme demonstram Ledesma (2010), Ghiraldelli Jr., (2008) e Moura (2003) a educação de jovens e adultos no Brasil existe desde a época da presença jesuíta nos idos anos do tempo colonial. Nesta época a alfabetização consistia em adquirir os rudimentos da escrita e da leitura com único objetivo de catequizar, propagando a fé cristã. Mesmo as reformas promovidas pelo Marquês de Pombal expulsando os jesuítas não promoveram uma melhora na qualidade da educação ofertada a população. Neste período o estudo, principalmente o universitário, era reservado a elite e seus filhos e continuou assim mesmo após a vinda da Família Real Portuguesa ao Brasil, durante o período Imperial e adentrando a época da república, como evidenciam Santana; Santos; Santos (2012), Paiva (1973) e Ledesma (2010).
 Conforme esclarecem Corso; Almeida (2015) e Cook-Gumperz (1991), a educação brasileira se expandiu para alcançar a classe popular durante o final do século XIX e século XX, no entendo, a grande maioria dos investimentos foram feitos nas etapas iniciais da educação básica, de forma que a educação de jovens e adultos ficou sempre relegada a um segundo plano, vista como um recurso disponível ao Estado para qualificar a mão de obra conforme as necessidades econômicas do país assim demandassem.
 Na época da Ditadura Militar Brasileira, conforme bem explicam Corso; Almeida (2015) esta visão econômica da educação tornou-se ainda mais evidente com a criação do ensino médio técnico e profissionalizante voltado especificamente para qualificar a mão de obra dos alunos que estavam concluindo o ensino médio, mas não seguiriam seus estudos na Universidade por não terem condições financeiras de fazê-lo. O interesse governamental era abertamente voltado a atender as necessidades da economia brasileira que crescia em ritmo acelerado e precisava de mão de obra eficiente e obediente para as indústrias e empresas em ascensão.
 Nesta época Paulo Freire, já envolvido ativamente com as questões educacionais acabou sendo exiliado por promover uma visão pedagógica abertamente contra os posicionamentos oficiais do governo. Dreyer (2011) e Lafin (2011) relatam como Paulo Freire progrediu em seus escritos e métodos de ensino para a alfabetização no tempo em que esteve exilado, e a educação de jovens e adultos somente voltou a progredir a partir de 1980, com a reabertura democrática do país, mesmo assim as condições de ensino para todas as etapas educacionais, incluso EJA, ainda eram muito precárias. A criação do MOBRAL, sua extinção e posterior substituição pela Fundação Educar, não teve um grande foco em realmente promover a qualidade da educação ofertada no EJA, mas sim conseguir qualificar estas pessoas para que pudessem adentrar o mercado de trabalho.
 Em 1996 com a nova Lei de Diretrizes e Bases Educacionais LDB/1996 o EJA finalmente passou a ser caracterizado como modalidade da Educação Básica, mas os investimentos que se seguiram no EJA foram superficiais e insuficientes, e esta modalidade continuou em funcionamento de forma precária. O governo FHC favoreceu o neoliberalismo globalizado e estruturou o modelo educacional brasileiro a fim de servir aos interesses desse contexto econômico e social específico. Durante os governos de Lula a situação do EJA melhorou superficialmente, segundo Frigotto (2011) embora diversos programas tenham sido desenvolvidos, como o PROEJA e o Projovem, ao analisar-se a questão de forma mais profunda percebe-se que a intenção original não mudou e a educação de jovens continua sendo direcionada a qualificar estas pessoas para o mercado de trabalho atual.
 Do ponto de vista dos alunos que integram o EJA, percebe-se que a necessidade de sobrevivência em uma sociedade capitalista e extremamente competitiva é o que leva a grande maioria destas pessoas a buscarem concluir seus estudos. Isso é mais um fato que chama a atenção para a realidade social e econômica brasileira, as pessoas buscam terminar seus estudos de nível básico em uma época da vida na qual deviam estar trabalhando ou se aposentando, por necessidade de sobreviver economicamente no atual contexto social. Todos estes aspectos precisam ser considerados ao se pensar a avaliação. Pelloso (2014) recorda o importante papel que avaliar possui em qualquer etapa educacional, pois a avaliação tanto fornece um feedback ao aluno de seu próprio desempenho quanto dá ao professor uma clara noção da efetividade de sua metodologia.
 Igualmente Carmo (2017) enfatiza a importância do papel docente no EJA considerando o contexto avaliativo. O professor que trabalha nesta modalidade precisa ter ciência das características do público atendido, e entender suas necessidades sem ser complacente com elas enquanto desculpas para não aprender. Um papel complexo, portanto, a avaliação não pode ser usada de forma taxativa ou meramente mecânica para atribuir uma nota, a avaliação precisa dar um real retorno da situação do aluno de forma que ele compreenda e sinta-se motivado a aprender.
 As questões trazidas a este ponto da discussão atentam para fatos concretos que dizem respeito a postura docente em sala de aula. Como este professor atuante no EJA se colocará diante de seus alunos, que metodologias empregará e como avaliará é o centro da questão, a diferença entre um processo avaliativo que massifica, excluir e promove a perpetuação de um ciclo de exploração da classe popular e a avaliação que desperta o sujeito para sua realidade histórica, que o coloca como construir do próprio destino.
 É aqui que a Pedagogia Libertadora de Paulo Freire toma forma concreta e se apresenta enquanto concepção de uma avaliação que promova uma conscientização do sujeito quanto a sua própria realidade bem como a real situação do mundo que o cerca, fazendo com que ele perceba as causas que o levaram a estar ali, e o que se esconde por trás desta necessidade de qualificação para sobreviver a todo custo, em suma, a realidade do quadro socioeconômico brasileiro, uma criticidade que uma educação voltada unicamente para a qualificação profissional não pode fornecer.
5. CONCLUSÃO
 Vivemos na Sociedade da Informação onde o avanço das TICs – Tecnologias da Informação e Comunicação – possibilitam, cada vez mais, a troca rápida de dados. Se é verdade que a inserção do computador nas sociedades constitui um invento complexo que possibilitaria a maximização da nossa capacidade de processamento de dados, o que presenciamos, na atualidade, é um fenômeno que tem se complexificado cada vez mais, transformando-se em um ambiente mutável de produção de significados, ideias, informações e conhecimentos. Com o advento desse novo modelo de sociedade, desponta, também, mais uma modalidade de excluídos. Surge, então, a importância das práticas de “Inclusão Digital” que, desenvolvidas através de reflexões e ações concretas, poderão proporcionar a inserção dos digitalmente excluídos na cibercultura. O projeto IncluEJA – Inclusão Digital na Educação de Jovens e Adultos – consiste em uma parceria entre o Programa EDAI – Programa de Educação com Aplicação na Informática – e o Projeto CAp-Social: Articulações e Redes no Rio Comprido e pretende proporcionar, a partir de uma ação concreta, a inclusão social de jovens e adultos, associando o resgate de um direito que lhes foi negado em algum momento da vida – o da continuação de sua vida escolar –, à ação da informática, como uma forma diferente e necessária de produção de saberes. Acreditamos, que o encontro da cultura, história, sujeitos e singularidades presentes neste projeto, possa servir como material para reflexões futuras desse/sobre esse 
REFERÊNCIAS
JULIO Mateus de Melo Nascimento e ets. Inclusão digital e a educação de jovens e adultos. Grupo de Trabalho – Educação de Jovens e Adultos. Disponível em: <https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2015/21130_10464.pdf >
 acesso 15 de Outubro de 2019.DÉBORA Grofalo. Eja encorajem os alunos com o uso das tecnologias. 09 de julho de 2017. Disponível em:<https://novaescola.org.br/conteudo/5000/eja-empodere-os-alunos-com-o-uso-das-tecnologias> acesso em: 15 de outubro de 2019.
LETICIA Augusto Vieira. A importância da educação do material didático para a educação de jovens e adultos. Disponível em: 
<https://monografias.brasilescola.uol.com.br/pedagogia/adequacao-material-didatico-para-educacao-jovens-adultos-brasil.htm> acesso 28 de outubro de 2019.
CRUZ, Antonio C, Dos Santos. Reflexões na avaliação EJA. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento.  Ano 04, Ed. 04, Vol. 03, pp. 81-99 Abril de 2019. ISSN: 2448-0959. Disponível em :
<https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/reflexoes-na-avaliacao-eja> acesso 31 de outubro de 2019
1 Dalila Teixeira Ramos, Eliane Fagundes do P. Menezes, Elen Sampaio Leandro, Luzinete Pereira de Almeida Bispo, Lídia Rodrigues da Costa, Simone Rodrigues da Costa e Rivaldo Rodrigues. – Acadêmicos do Curso de Pedagogia da UNIASSELVI, 6º semestre.
2 Laís Laura da Silva Ramalho, graduada em Pedagogia, especialização em Educação a Distância e as Novas Tecnologias e Gestão e Tutoria.
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (Pedagogia) – Prática do Módulo VI – 10/11/2019.

Outros materiais