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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1º VARA CÍVEL DA COMARCA DE CAMPINAS PROCESSO Nº: 1234 JULIANA FLORES, já devidamente qualificada, por sua advogada, com endereço profissional XXX, nos autos da AÇÃO DE ANULAÇÃO DO NEGÓCIO JURIDICO, pelo procedimento comum, movida por SUZANA MARQUES, já qualificada, vem a este juízo oferecer: CONTESTAÇÃO Para expor e requerer o que segue: DAS PRELIMINARES DA COISA JULGADA Preliminarmente, argui a coisa julgada, pois esta é a segunda ação intentada pela autora em face da ré, com os mesmos argumentos e finalidade, sendo que a primeira, o proc. nº XXX, proposta em 10 de abril de 2015, tramitou perante a 2º vara cível da Comarca de Campinas, tendo sido julgado improcedente o pedido e transitado em julgado a sentença. Assim, conforme art. 337, inc. VII e §4º do Código de Processo Civil, está caracterizada a coisa julgada; há mesmas partes, mesmo pedido e mesma causa de pedir. Diante disso, requer a extinção do processo sem resolução do mérito, na forma do art. 485, inc. V do Código de Processo Civil. DA AUSÊNCIA DE LEGITIMIDADE Sendo certo que a autora doou um sítio para o Orfanato Semente do Amanhã, nada tem haver a ré com o negócio jurídico celebrado, uma vez que era funcionária do Orfanato e que desde 2013 não exerce mais nenhuma função lá. Há então ilegitimidade passiva, conforme art. 337, inc. XI do Código de Processo Civil, já que a ré não participou do negócio jurídico mencionado. Pede-se, portanto, a intimação da parte autora para regularizar o polo passivo, devendo excluir a parte re, no prazo de 15 dias, conforme art. 338 do Código de Processo Civil, sob pena de extinção do processo sem resolução do mérito, conforme art. 485, inc. VI do Código de Processo Civil. DA PREJUDICIAL DE MÉRITO Dispõe o art. 178, inc. I do Código Civil que é de 4 anos o prazo para pleitear a ação de Anulação, contado no caso de coação do dia em que ela cessou. Visto que a autora se demitiu da empresa em que a ré era sócia em abril de 2012, ou seja, um mês após a doação feita em 18 de março de 2012, percebe-se a cessação da suposta coação, já que não possuíam mais nenhum vínculo. Assim, desde esse fato até a data do ajuizamento da ação em 20 de janeiro de 2017, já transcorreram mais de 4 anos para tal, tendo, então, acontecido a decadência do direito do autor. Por essa razão deve ser extinto o processo com resolução do mérito, na forma do art. 487, inc. II do Código de Processo Civil. DO MÉRITO Caso sejam ultrapassadas as preliminares e a prejudicial de mérito acima arguidas, cabe refutar as alegações da autora da seguinte forma: A ré jamais coagiu a autora a realizar qualquer doação, não houve vício na declaração de vontade, conforma prescreve o art. 151 do Código Civil, sendo a liberalidade realizada por livre vontade da autora, já que não possuía nenhuma influência na vida pessoal da mesma, logo não existe a possibilidade de anulação de negócio jurídico do art. 171, inc. II do Código Civil. Sendo certo que ambas pertencem a mesma religião, a ré sugeria que praticasse atos de caridade, como também aos demais funcionário da empresa XYZ Ltda., na qual é sócia. Não há que se falar em receio de ser demitida, já que um mês aos a doação, a própria autora pediu demissão por ter aceitado a proposta de emprego feita pela concorrente em fevereiro de 2012, que foi um mês antes da doação. DO PEDIDO Diante do exposto, a parte ré requer: 1. O acolhimento da primeira preliminar, de coisa julgada, com a consequente extinção do processo, conforme art. 337, inc. VII e § 4º c/c art. 485, inc. V, ambos do Código de Processo Civil. 2. O acolhimento da segunda preliminar, de ausência de legitimidade, com a consequente substituição da ré e a extinção do processo em relação a ela, conforme art. 337, inc. XI c/c art. 485, inc. VI, ambos do Código de Processo Civil. 3. O reconhecimento da decadência, extinguindo-se o processo, segundo art. 178, inc. I do Código Civil c/c art. 487, inc. II do Código de Processo Civil. 4. No mérito, a improcedência do pedido autoral, do art. 151 c/c art. 171, inc. II do Código Civil. 5. A condenação de autora às custa processuais e aos honorário advocatícios, de acordo com o art. 85 do Código de Processo Civil. DAS PROVAS Requer todas as provas admitidas em direito, na amplitude do art. 369, do Código de Processo Civil. Neste termos, pede deferimento. (local), (data) Advogada OAB/RJ nº XXX
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