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MARIANA COUTINHO |FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA| IPSA01 | PSICOLOGIA I | PROFª CAROLINA DE MATOS| 2019.2 Resumo do texto: FURTADO, O.; BOCK, A. M. B.; TEIXEIRA, M. L. T. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. CAP. III: Behaviorismo. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 1999. BEHAVIORISMO O ESTUDO DO COMPORTAMENTO Behavior, do inglês “comportamento” foi inaugurado pela estadunidense John B. Watson. Também conhecido como “comportamentalismo”, “teoria comportamental”, “análise experimental do comportamento”. Watson postulava o comportamento como objetivo da psicologia, dando a ela um status de ciência, desvinculando-a da filosofia. Watson também defendia uma perspectiva funcionalista para a psicologia, isto é, o comportamento deveria ser estudado como função de certas variáveis do meio. Certos estímulos levam o organismo a dar determinadas respostas e isso ocorre porque os organismos se ajustam aos seus ambientes por meio de equipamentos hereditários e pela formação de hábitos. Hodiernamente, o Behaviorismo dedica-se ao estudo de interações entre o indivíduo e o ambiente, entre as ações do indivíduo (suas respostas) e o ambiente (as estimulações). Os psicólogos desta abordagem chegaram aos termos “resposta” e “estímulo” para se referirem àquilo que o organismo faz e às variáveis ambientais que interagem com o sujeito. Para explicar a adoção desses termos, duas razões podem ser apontadas: uma metodológica e outra histórica. 1. Razão metodológica: deve-se ao fato de que os analistas experimentais do comportamento tomaram, como modo preferencial de investigação, um método experimental e analítico.Com isso, os experimentadores sentiram a necessidade de dividir o objeto para efeito de investigação, chegando a unidades de análise. 2. Razão histórica: refere-se aos termos escolhidos e popularizados, que foram mantidos posteriormente por outros estudiosos do comportamento, devido ao seu uso generalizado. BEHAVIORISMO DE WATSON Behaviorismo metodológico O COMPORTAMENTO RESPONDENTE: também chamado de reflexo, é o que usualmente chamamos de “não-voluntário” e inclui as respostas que são eliciadas (“produzidas”) por estímulos antecedentes do ambiente. Ex: contraímos pupilas quando uma luz forte incide sobre os olhos, choramos ao cortar cebolas, etc. Esses comportamentos são interações estímulo-resposta (ambiente-sujeito), e independem de aprendizagem. MARIANA COUTINHO |FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA| IPSA01 | PSICOLOGIA I | PROFª CAROLINA DE MATOS| 2019.2 Contudo, estímulos que originalmente não culminavam em respostas podem ser temporariamente pareados com estímulos que podem. Assim, o organismo pode aprender a reagir a determinados estímulos que antes não respondia. Ex: suponha que, numa sala aquecida, sua mão direita seja mergulhada numa vasilha de água gelada um certo número de vezes, em intervalos de três ou quatro minutos (a temperatura da mão cai, sendo um comportamento respondente), e que esse comportamento será acompanhado de uma modificação semelhante na mão esquerda. Suponha ainda que você ouça uma campainha pouco antes de cada imersão. Lá pelo vigésimo pareamento do som da campainha com a água fria, a mudança de temperatura nas mãos poderá ser eliciada apenas pelo som, isto é, sem necessidade de imergir uma das mãos. Neste exemplo, a queda da temperatura da mão, eliciada pela água fria, é uma resposta incondicionada, enquanto a queda da temperatura, eliciada pelo som, é uma resposta condicionada (aprendida): a água é um estímulo incondicionado, e o som, um estímulo condicionado. O BEHAVIORISMO RADICAL DE SKINNER B.F. Skinner é o mais importante behaviorista que sucedeu Watson. O seu Behaviorismo radical propôs uma análise experimental do comportamento. Inicialmente, Skinner desenvolveu a teoria do comportamento correspondente. O COMPORTAMENTO OPERANTE: Inclui todos os movimentos de um organismo que, em algum momento, têm efeito ou fazem algo ao mundo em redor. O comportamento operante opera sobre o mundo, por assim dizer, quer direta ou indiretamente. Escrever uma carta, tocar um instrumento, chamar um táxi, etc. Ex: Um ratinho é deixado numa caixa privado de água por 24h. Dentro da caixa, havia um botão que, quando pressionado, liberava uma gotinha de água. Na primeira vez, o ratinho a pressionou por acaso; mas constatando a probabilidade, o ratinho a pressionou novamente quando teve sede. Neste caso de comportamento operante, o que propicia a aprendizagem dos comportamentos é a ação do organismo sobre o meio e o efeito dela resultante — a satisfação de alguma necessidade, ou seja, a aprendizagem está na relação entre uma ação e seu efeito. O comportamento operante refere-se à interação sujeito-ambiente. Nessa interação, chama-se de relação fundamental à relação entre a ação do indivíduo (a emissão da resposta) e as conseqüências. Assim, agimos ou operamos sobre o mundo em função das conseqüências criadas pela nossa ação. As conseqüências da resposta são as variáveis de controle mais relevantes. MARIANA COUTINHO |FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA| IPSA01 | PSICOLOGIA I | PROFª CAROLINA DE MATOS| 2019.2 REFORÇAMENTO: É toda a consequência que, seguindo uma resposta, altera a probabilidade futura de ocorrência dessa resposta. ➔ Reforço positivo: quando o comportamento desejado é alcançado um elemento de recompensa é adicionado. Para exemplificar o reforço positivo consideremos um experimento onde um rato é privado de comida. Quando este puxa determinada alavanca (comportamento desejado) é disponibilizado o alimento (elemento de recompensa). Com o passar do tempo o rato ao sentir fome irá puxar a alavanca para receber o alimento. Desta forma o indivíduo exposto ao reforço positivo aprende o comportamento adequado. ➔ Reforço negativo um elemento aversivo ao indivíduo é retirado do ambiente como reforço para a continuação do comportamento. Como por exemplo uma mãe que diz ao filho que ele não precisará lavar a louça enquanto estiver mantendo seu quarto limpo. Ela retira um elemento aversivo para o filho (Lavar a louça) para que ele continue com o comportamento de manter o quarto limpo. Esquiva: após o estímulo condicionado, o indivíduo apresenta um comportamento que é reforçado pela necessidade de reduzir ou evitar o segundo estímulo, que também é aversivo, ou seja, após a visão do raio, o indivíduo manifesta um comportamento (tapar os ouvidos), que é reforçado pela necessidade de reduzir o segundo estímulo (o barulho do trovão) — igualmente aversivo. Fuga: o comportamento reforçado é aquele que termina com um estímulo aversivo já em andamento. PUNIÇÃO: ao contrário do reforçamento negativo (que visa a continuação do comportamento), tem como objetivo a extinção do comportamento, ou seja, com o passar do tempo, a probabilidade de ele ocorrer novamente diminui. O reforçamento negativo, não é um evento punitivo: é a remoção de um eventopunitivo. Ambos utilizam de estímulos aversivos. ➔ As punições podem ser de dois tipos: por adição (punição positiva), quando experiências aversivas são adicionadas, ou por subtração (punição negativa), quando facilitadores do comportamento são subtraídos. Ambas as técnicas levam a aquilo que chamamos de extinção. ➔ A punição pode acarretar uma série de problemas: esse tipo de estimulação aversiva, acarreta respostas do sistema nervoso, entendidas como ansiedade, depressão, baixa auto-estima. Além do mais, o comportamento punido não é esquecido, ele é suprimido. Pode ser que após a estimulação aversiva ter sido eliminada, o comportamento volte a ocorrer: a criança pode simplesmente aprender MARIANA COUTINHO |FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA| IPSA01 | PSICOLOGIA I | PROFª CAROLINA DE MATOS| 2019.2 a não dizer palavrões em casa, mas continuar a usá-los em outros lugares. Ela também suprime o comportamento indesejado, mas não guia a pessoa para um comportamento mais desejável. A punição diz o que não fazer, o reforço diz o que fazer. Uma punição combinada com um reforçamento positivo de comportamentos desejáveis é mais eficiente. Em suma, a punição rápida e segura pode ser eficaz, e pode de vez em quando causar menos dor do que o comportamento autodestrutivo que suprime. Mas ele pode reaparecer, se for possível evitar a punição. Essa estimulação aversiva também pode provocar efeitos colaterais indesejáveis, como ansiedade e ensinar agressividade. Os psicólogos preferem dar mais ênfase ao reforço positivo do que à punição. EXTINÇÃO: é quando a emissão de respostas a determinado comportamento deixa de existir. Um exemplo fácil disso pode ser explicado através de relacionamentos amorosos. Ao terminar com a namorada o Joãozinho para toda e qualquer resposta a ligações, a contatos, ou seja a mariazinha liga para ele todos os dias, e o joãozinho simplesmente não responde e nem atende as ligações dela, colocando assim o comportamento de ligar da mariazinha em extinção. Segundo Skinner quando o comportamento entra em extinção a tendência é que ocorra um aumento na emissão destes comportamentos, ou seja, quanto menos o joãozinho atende a mariazinha mais ela liga para ele. CONTROLE DE ESTÍMULOS DISCRIMINAÇÃO: Diz-se que se desenvolveu uma discriminação de estímulos quando uma resposta se mantém na presença de um estímulo, mas sofre certo grau de extinção na presença de outro. Ex: para o motorista, o semáforo vermelho tenha se tornado um estímulo discriminativo para a emissão do comportamento de parar. GENERALIZAÇÃO: um estímulo adquire controle sobre uma resposta devido ao reforço na presença de um estímulo similar, mas diferente. Na generalização, respondemos de forma semelhante a um conjunto de estímulos percebidos como semelhantes. Esse princípio da generalização é fundamental quando pensamos na aprendizagem escolar. Nós aprendemos na escola alguns conceitos básicos, como fazer contas e escrever. Graças à generalização, podemos transferir esses aprendizados para diferentes situações, como dar ou receber troco, escrever uma carta para a namorada distante, aplicar conceitos da Física para consertar aparelhos eletrodomésticos etc. Na vida cotidiana, MARIANA COUTINHO |FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA| IPSA01 | PSICOLOGIA I | PROFª CAROLINA DE MATOS| 2019.2 também aprendemos a nos comportar em diferentes situações sociais, dada a nossa capacidade de generalização no aprendizado de regras e normas sociais.
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