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RESUMO DE DIREITO CIVIL.pdf

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YASMIM COZZI SANTIAGO VENTURINI CHEIM 
CURSO DE DIREITO CIVIL 
RESUMO DE DIREITO CIVIL I 
 
Contextualização: base estruturante para o desenvolvimento do Direito das obrigações, 
contratos, direito das coisas, de família e das sucessões. 
DIREITO CIVIL COMO RAMO DO DIREITO PRIVADO: 
 
PESSOA NATURAL 
• Dignidade da pessoa humana é um direito fundante, fundamental do sistema 
que abrange todos os outros direitos da pessoa humana. 
 
I. PERSONALIDADE JURÍDICA 
• Capacidade de ser titular de direitos e obrigações. 
• Valor ético: dignidade da pessoa humana. 
• Capacidade de fato: é a medida da personalidade; é a aptidão para exercer 
pessoalmente os direitos e deveres adquiridos em decorrência da 
personalidade. 
 
II. INICIO DA PERSONALIDADE CIVIL 
Teorias: 
• Teoria natalista: a personalidade se inicia com o nascimento com vida, 
independente do critério de viabilidade desta vida. 
• Teoria concepcionista: a personalidade se inicia desde a concepção. Se a 
criança está na barriga, a mesma já possui personalidade. 
• Teoria da personalidade condicional: a personalidade do nascituro está 
condicionada ao seu nascimento. É uma condição suspensiva. A doutrinadora 
Maria Helena Diniz, defende que enquanto não houver um nascimento com 
vida, há uma personalidade formal; implementada a condição, adquire-se a 
personalidade material. 
DIREITO CIVIL
CIVIL
EMPRESARIAL OU 
COMECIAL
DIREITO DE 
FAMÍLIA
DIREITO DE 
SUCESSÕES 
DIREITO DO 
CONSUMIDOR 
DIREITO DO 
TRABALHO
YASMIM COZZI SANTIAGO VENTURINI CHEIM 
CURSO DE DIREITO CIVIL 
Obs: o STF adota a teoria natalista e o STJ adota a teoria concepcionista. 
 
III. TUTELA JURÍDICA DO NASCITURO 
 
Em decorrência da fonte final do art.2, CC, o nascituro tem direitos a: 
• Titularidade de direitos personalíssimos 
• Receber doações 
• Direitos sucessórios 
• Direito a um curador 
• Alimentos gravídicos – Lei 11.804/08 (pensão para a gravida). 
 
IV. INCAPACIDADE 
 
• Capacidade de fato: aptidão (ser capaz). 
• Capacidade de direito: é a capacidade de praticar o ato jurídico 
• Capacidade plena: é a capacidade de fato e de direito. 
• Incapacidade absoluta: menores de 16 anos. 
• Incapacidade relativa: ébrios habituais, maiores de 16 e menores de 18 e 
aqueles que por causa permanente ou transitória não podem expressar a sua 
vontade. 
EMANCIPAÇÃO 
Emancipação (com efeitos cíveis): é uma forma de cessação de menor idade. 
Podendo ser: 
a) Voluntária (art.5, p, ú, I, primeira parte, CC): 
É a concessão pelos pais, de comum acordo, no exercício do poder familiar (art. 
1631, CC). 
Obs: não pode ser requerido pelo menor e não depende de homologação judicial. 
b) Judicial – é concedida pelo juiz nas seguintes hipóteses: 
Discordância entre os pais ou requerida pelo tutor 
c) Legal: 
Ope legis (decorre da própria lei) – art.5, CC 
Exemplos: casamento; concurso público; colação de grau em curso superior 
(estabelecimento de economia própria). 
 
O NOME CIVIL 
 
O nome, assim como o pseudônimo, utilizado para finalidades licitas (art.19, 
CC), por ser direto de personalidade, goza de proteção jurídica, não podendo 
ser empregado em publicações ou representações que exponham a pessoa ou 
desprezo público (art.17, CC), nem utilizado sem autorização para fins 
comerciais (art.18,CC). 
YASMIM COZZI SANTIAGO VENTURINI CHEIM 
CURSO DE DIREITO CIVIL 
Exemplos: 
Felipe Augusto (nome) de Góes (nome da esposa) dos Santos Melo (sobrenome). 
Julião (nome) da Silva (sobrenome) Junior (elemento diferenciador). 
• Princípio da imutabilidade do nome: 
Como regra, o nome não pode ser alterado, salvo em situações especiais e 
extraordinárias, previstas na lei de registros públicos, além da jurisprudência e de 
outras legislações. 
a) Correção de registro errado 
b) Nomes que exponham, o portador ao ridículo 
c) O nome de registro não é o nome pelo qual a pessoa é reconhecida. 
d) Inclusão de apelido público notório 
e) Proteção de vítimas e testemunhas 
f) Cônjuges 
g) Uso prolongado 
h) Inclusão de nome de descendente 
i) Inclusão de nome de padrasto ou madrasta 
j) Nomes homônimos (nomes iguais) 
k) Modificação do pronome do adotado 
l) União estável 
m) Tradução de nome estrangeiro 
n) Transgenitalização 
o) Maioridade civil (via administrativa o prazo é de um ano) 
 
DOMICÍLIO 
O conceito de domicilio civil é obtido pela conjugação dos artigos 70 e 71 do código 
civil. 
• Residência é o elemento externo e visível (conteúdo objetivo) 
• Animo definitivo é o elemento interno (conteúdo subjetivo) do domicilio civil. É 
evidenciado por elementos que demonstram o interesse da pessoa em 
comparecer no local. 
 
 
ELEMENTOS DO NOME 
PRENOME OU NOME 
PRÓPRIO
SOBRENOME, PATRONIMIO 
OU APELIDOS DE FAMILIA 
ELEMENTO DIFERENCIADOR 
YASMIM COZZI SANTIAGO VENTURINI CHEIM 
CURSO DE DIREITO CIVIL 
O código civil fala em: 
• Domicilio da pessoa natural (artigos 70,71 e 72, CC) 
• Domicilio da pessoa jurídica (art. 75, CC) 
• Domicilio necessário (art. 76, CC) 
• Domicilio legal (art. 77, CC) 
• Domicilio eleito (art. 78, CC) 
 
ESTADO CIVÍL 
 
MORTE NATURAL 
A morte acontece com o fim da atividade encefálica (lei de transporte de órgãos – 
L.9434/97). Com a morte se encerra a personalidade civil. 
a) Morte presumida: art.7, CC 
b) Morte por comoriencia: art.8, CC. 
Se dois indivíduos falecerem na mesma ocasião, não podendo averiguar se a 
morte de um procede o outro, presumir-se-ão simultaneamente mortos, não se 
operando a sucessão (herança) entre eles. 
c) Ausência: art. 22 ao 39, CC. 
Considera-se ausente a pessoa que deixa seu domicilio, sem deixar notícias, 
representante ou procurador que administre seus bens. Neste caso, a 
requerimento do MP ou de outro interessado, o juiz declarará ausência e 
nomeará curador provisório. Ao se analisar o tempo da ausência, três 
momentos podem ser destacados. A saber: 
➢ Curadoria dos bens do ausente: o desaparecimento é recente, de modo que a 
possibilidade de retorno é GRANDE. O legislador então, tem a preocupação de 
preservar os bens deixados. 
➢ Sucessão provisória: passado 1 ano de ausência ou 3 anos havendo 
procurador, por existir uma possibilidade REMOTA de retorno o legislador 
permite a abertura de uma sucessão provisória (inventario). 
➢ Sucessão definitiva: ocorrerá quando passados 10 anos do trânsito em julgado 
na sentença abertura da sucessão provisória, de modo que a divisão da 
herança se tornará definitiva. 
 
Obs: herança – primeiro para os descendentes, depois ascendentes, depois 
cônjuge sobrevivente e por último, para os colaterais. 
ESTADO CIVÍL 
FAMILIAR: NASCIMENTO, 
FILIAÇÃO...
POLÍTICO: TÍTULO DE 
ELEITOR, NACIONALIDADE...
INDIVIDUAL/PESSOAL: 
PROFISSÃO
YASMIM COZZI SANTIAGO VENTURINI CHEIM 
CURSO DE DIREITO CIVIL 
 
DIREITOS DA PERSONALIDADE 
 
1. Da teoria geral dos direitos da personalidade: 
Direitos da personalidade são inerentes a condição de pessoa, com base no princípio 
da dignidade da pessoa humana, servindo como meio de defesa do desenvolvimento 
pleno do homem no âmbito das relações jurídico-privadas. São direitos cujo objetivo 
são os atributos físicos, psíquicos e morais da pessoa em si e em sua projeção social. 
2. Características: 
1. Intransmissíveis: não podem ser transmitidos por herança. 
2. Irrenunciáveis 
3. Indisponíveis: não podem ser vendidos. 
4. Imprescritíveis: o direito de personalidade não prescreve. 
5. Inato: são adquiridos no momento do nascimento 
6. Extrapatrimoniais: não fazem parte de patrimônio econômico.7. Absolutos (oponível erga omnes): todo direito comporta relativização 
Exemplo: você possui direitos sobre a sua integridade moral, mas pode doar 
um órgão. 
8. Vitalícios: permanecem com a pessoa do nascimento até a morte. 
 
3. Os direitos da personalidade devem ser entendidos como direitos 
fundamentais, sendo possível afirmar que todo direito de personalidade é um 
direito fundamental, mas nem todo direito fundamental é um direito de 
personalidade. Tanto a CRFB/88 quanto o Código Civil, apresentam um rol 
meramente exemplificativo de direitos de personalidade (art. 5, CF e arts.11 ao 
21, CC). A doutrina costuma classificar os direitos de personalidade das 
seguintes maneiras: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VIDA E INTEGRIDADE FÍSICA 
CORPO VIVO
CADÁVER
VOZ
INTEGRIDADE PSÍQUICA E 
CRIAÇÕES INTELECTUAIS
LIBERDADE 
OBRAS AUTORAIS 
PRIVACIDADE 
INTEGRIDADE MORAL 
HONRA 
IDENTIDADE PESSOAL
IMAGEM 
YASMIM COZZI SANTIAGO VENTURINI CHEIM 
CURSO DE DIREITO CIVIL 
 
PESSOA JURÍDICA 
REQUISITOS ELEMENTARES PARA A CONSTITUIÇÃO: 
• Vontade humana concretizada pelos estatutos ou contratos sociais 
• Observância dos critérios legais 
• Fim ilícito 
A pessoa jurídica possui existência latente. São chamadas sociedades irregulares ou 
sociedades de fato, que passam a ser dotadas de personalidade jurídica a partir do 
registro (sistema das disposições normativas). 
CATEGORIAS: 
• Universitates personaum ou universidade de pessoas: agrupamento de 
pessoas com personalidades distintas de seus membros e patrimônios. 
• Universitates rerum ou universidade de bens: agrupamento de bens destinados 
a um fim específico, também com personalidade autônoma (fundações, por 
exemplo). 
PERSONALIDADE E CAPACIDADE: 
A pessoa jurídica adquire personalidade e capacidade plena ao mesmo tempo, a 
partir da inscrição de seus atos constitutivos no registro especifico. Em caso de 
defeito formal ou substancial do ato constitutivo, os interessados devem 
manifestar-se pela invalidade em 3 ano. Este prazo é decadente (art. 45, p, ú, CC). 
CLASSIFICAÇÃO: 
As pessoas jurídicas podem ser de direito público ou privado. 
➢ Direito público interno: 
Entes federativos; 
Autarquias, incluído as fundações públicas 
Demais entidades cuja a lei atribua personalidade de direito público. 
➢ Direito público externo: 
Estados estrangeiros 
Pessoas regidas pelo direito internacional público. 
➢ Direito privado: 
Associações; fundações sociedades; empresas individuais de responsabilidade 
ilimitada; organizações religiosas; partidos políticos. 
 
Representação da PJ (art. 47 e 49, CC) 
 
NACIONALIDADE E DOMICÍLIO DA PESSOA JURÍDICA: 
 
As pessoas jurídicas reclamam a identificação do núcleo ou no centro em que 
fulguram as relações jurídicas a partir do qual se desenvolvem as atividades 
que lhe são próprias, em conformidade com a sua natureza. 
YASMIM COZZI SANTIAGO VENTURINI CHEIM 
CURSO DE DIREITO CIVIL 
➢ Domicilio da PJ de Direito público: 
Limitou-se o Código Civil a ativar a regra consagrada na legislação anterior, 
acrescentando apenas, que o domicilio dos territórios são as respectivas capitais. 
Com efeito, diz o código que o domicilio: 
a) Da união é o Distrito Federal; 
b) Dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; 
c) Dos municípios, o lugar onde funcione a administração municipal. 
 
➢ Domicilio das demais pessoas jurídicas: 
As pessoas jurídicas de Direito público interno ou de Direito privado, tem como 
domicilio: 
a) Os lugares onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações; 
b) O lugar designado no estatuto ou contrato social ou ato constitutivo. 
c) Se a PJ se dispuser de estabelecimentos em lugares diferentes, será dotada 
de domicilio plural. 
RESPONSABILIDADE DA PESSOA JURÍDICA 
As pessoas jurídicas respondem com seu próprio patrimônio pelos atos que os seus 
agentes, nesta qualidade, pratiquem (art.43, CC). 
• Pessoa jurídica de direito privado: teoria subjetiva da responsabilidade. 
• Pessoa jurídica de direito publico e de direito privado prestadoras de 
serviço público: teoria objetiva da responsabilidade (risco administrativo). 
 
DIREITOS DE PERSONALIDADE DA PESSOA JURÍDICA 
O Código Civil de 2001, em seu art. 52, inovou ao conferir a pessoa jurídica, no 
que couber, proteção aos direitos de personalidade. 
 
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA 
Nas hipóteses de danos causados em decorrência de abuso de personalidade da 
pessoa jurídica, o princípio de que os bens dos administradores não confundem 
com os bens das pessoas jurídicas é afastado para atingir os patrimônios nos 
administradores e/ou dos sócios em caso de responsabilidade civil. O abuso de 
poder pode se caracterizar por: 
• Desvio de finalidade; 
• Confusão patrimonial; 
• Fraude à lei; 
• Fraude ao contrato. 
 
YASMIM COZZI SANTIAGO VENTURINI CHEIM 
CURSO DE DIREITO CIVIL 
TEORIAS SOBRE A DISCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA 
➢ Teoria menor: amparada pelo ordenamento jurídico, exclusivamente, pelas 
normas do direito do consumidor e do direito ambiental, que consideram como 
requisito a mera prova de insolvência da PJ, para o pagamento de suas 
obrigações, independentemente da existência de desvio de finalidade ou 
confusão patrimonial. 
➢ Teoria maior: faz-se necessária a comprovação inequívoca da fraude ou do 
abuso de direito de direito para que ocorra a desconsideração. Essa teoria 
distingue como elementos subjetivo e objetivo as espécies intrínsecas no 
abuso de direto. Respectivamente, o ato que configurar o desvio de finalidade 
ou a confusão patrimonial (esta é a teoria adotada pelo código) 
 
REGIME JURÍDICO DAS ASSOCIAÇÕES E FUNDAÇÕES 
 
➢ Associações: o art.53, CC, estabelece que a associações é a união de 
pessoas que se organizam para fins não lucrativos. 
Obs: as associações podem desenvolver atividades econômicas, desde que, 
não haja finalidade lucrativa. 
• Formalidades do registro (art. 54, CC) 
• Extinção da associação (art. 61, CC). 
➢ Fundações: a fundação é uma universalidade de bens a qual é atribuída 
personalidade jurídica para a consecução de uma finalidade. 
• Criação e organização da fundação: 
Dotação patrimonial; instituição (instrumento público ou testamento); 
elaboração do estatuto (prazo legal: 180 dias); aprovação do MP; registro. 
• Extinção das fundações (art. 69, CC) 
EXTINÇÃO DA PESSOA JURÍDICA 
Art. 51, CC: nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização 
para o seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação até que esta se 
conclua. 
BENS 
CONCEITO, PATRIMÔNIO E ESFERA JURÍDICA 
Bem é tudo aquilo que satisfaz uma necessidade humana (necessidade pode ser 
de ordem material ou imaterial). 
Obs: coisa é diferente de bem. 
Coisa é tudo que possui existência material, tem variação e pode ser objeto de 
apropriação. 
• Existem coisas não apropriáveis, porém úteis. Chamadas de rés communes. 
Como o ar, o mar, a luz, etc. há coisas que podem ser apropriadas, mas não 
YASMIM COZZI SANTIAGO VENTURINI CHEIM 
CURSO DE DIREITO CIVIL 
pertencem a ninguém. Por exemplo: animais de caça, coisas abandonadas, 
peixes no mar. 
• Tudo que tem valor, e é objeto de direito é bem. 
• O valor e a apropriação tornam coisas em bens. 
CLASSIFICAÇÃO: 
Bens corpóreos e incorpóreos: 
• Bens corpóreos: tem existência tangível. 
• Bens incorpóreos não tem existência tangível relativa aos direitos. 
Classificação dos bens no código Civil (art79 ao 103, CC): 
O código civil agrupa os bens em: 
a) Bens considerados em si mesmos: 
São os bens móveis e imóveisque são divididos com base em 3 critérios: 
• Natural 
• Especial 
• Ficcional ou legal 
 
BEM IMÓVEL 
Estabelece o Código Civil no art.79 que é bem IMÓVEL o solo e tudo quanto se lhe 
incorporar natural ou artificialmente. 
Exemplo: o terreno e a construção de um imóvel. 
➢ Os direitos reais sobre os imóveis e as regras que o assegurar. 
➢ O direito à sucessão aberta (direito à herança). 
BEM MÓVEL 
São caracterizados como aqueles que tem o movimento próprio. (semoventes), como 
os animais. São também, as coisas suscetíveis de remoção por força alheia sem 
alteração da sua substância ou destinação econômica (art.82, CC). 
BENS FUNGIVEIS E INFUNGÍVEIS 
Bem fungível é aquele que pode ser substituído por outro da mesma espécie, 
qualidade e quantidade. E bem infungível é o inverso. 
Obs: o dinheiro é um bem fungível por excelência. 
BENS CONSUMÍVEIS E INCONSUMÍVEIS 
Bens consumíveis são os bens que se exaurem no uso, isso é da própria destruição 
do bem. Já os bens inconsumíveis, não se exaurem pelo uso. 
YASMIM COZZI SANTIAGO VENTURINI CHEIM 
CURSO DE DIREITO CIVIL 
BENS SINGULARES E COLETIVOS 
➢ Bens singulares são aqueles que, embora reunidos, se consideram de per si, 
independente dos outros, tem individualidade e valores próprios. 
➢ Bens coletivos são aqueles que, embora constituídos de duas ou mais coisas 
singulares, consideram-se agrupados em um todo. 
 
Os bens coletivos dividem-se em: 
• Universalidade de fatos (universitas facti): 
Ocorre a pluralidade de bens singulares, simples ou compostos pertinentes a 
mesma pessoa., os quais se prestam a uma destinação unitária ou comum. 
Exemplo: os coletivos de um modo geral. 
• Universalidade de direito (universitas juris): 
Reúne-se uma complexidade de bens corpóreos ou incorpóreos, ativo ou 
passivo de uma pessoa natural ou jurídica, categorizando-a economicamente. 
Exemplo: a massa falida. 
 
BENS RECÍPROCAMENTE CONSIDERADOS 
É a relação entre o acessório e o principal (arts. 92 ao 97, CC) 
Benfeitorias podem ser: 
• Necessárias – manutenção 
• Uteis – agrega valor 
• Voluptuárias – luxo. 
 
BEM PÚBLICO (DO ART. 93 AO 103, CC). 
São aqueles pertencentes a União, aos Estados, ao DF, aos municípios as autarquias 
e as demais entidades de caráter público criadas por lei. 
Tudo que não é público é particular ou privado. 
• Bem de uso comum do povo. 
Exemplo: as ruas, praças públicas, praia, etc. 
• Bens de uso especial. 
Exemplo: ambulâncias, o prédio da prefeitura, etc. 
• Bens dominiais ou dominicais: são bens não afetados que compõe o 
patrimônio do ente público. 
Exemplo: prédios vazios, reservas financeiras da união. 
REGIME JURÍDICO PRÓPRIO 
➢ Inalienabilidade (art.100, CC): 
Em regra, os bens públicos não podem ser vendidos. Com exceção dos bens 
dominiais. 
• Imprescritibilidade: 
Os bens públicos não estão sujeitos a sofrer usucapião. 
• Impenhorabilidade: os bens jurídicos públicos não podem ser penhorados. 
 
YASMIM COZZI SANTIAGO VENTURINI CHEIM 
CURSO DE DIREITO CIVIL 
 
FATOS E NEGÓCIOS JURÍCOS 
Os fatos da vida são naturais ou humanos que tem relevância para o Direito. Existem 
fatos naturais que, excepcionalmente, podem ter relevância jurídica. 
Exemplo: uma pessoa fez o seguro do carro e este seguro prevê indenização por 
evento da natureza. Ou seja, se chover muito e o veiculo for levado na enchente, o 
dono do carro receberá a indenização. Este é um fato natural. Mas, o contrato o 
transformou em um fato jurídico. 
 
DIFERENÇAS ENTRE: FATO, ATO E NEGÓCIO. 
• O fato, pode recorrer a vontade humana ou pode ser natural. 
Exemplo: nascimento. 
• O ato pode ser licito ou ilícito. É aquele em que o teu elemento de vontade vai 
até a primeira manifestação. E as consequências jurídicas do ato são tiradas 
pela lei. 
Exemplo: doação. 
• Atos ilícitos são divididos em ilícito civil e ilícito penal. 
a) Ilícito civil: em regra, gera indenização. 
b) Ilícito penal: leva a uma pena criminal (privação de liberdade). 
• Ato-fato é a mistura. Existe voluntariedade e consequência inesperada. 
Exemplo: encontrar qualquer coisa com valor econômico. 
• Todo negócio é negociado. Se é negociado, é ato de voluntariedade. 
Geralmente é estabelecido um sujeito ativo e um sujeito passivo dentro de uma 
relação jurídica. 
Exemplo: compra e venda. 
 
ESCADA PONTEANA 
 
 
 
 
 
 
 
Existência: 
• Todo negócio tem que possuir uma manifestação de vontade (elemento 
volitivo). 
• O objeto deve ser: lícito, possível, determinado ou determinável. 
O objeto não pode violar preceitos normativos e morais. 
YASMIM COZZI SANTIAGO VENTURINI CHEIM 
CURSO DE DIREITO CIVIL 
• Forma: o ato para ser válido precisa ter a forma prescrita ou não defesa em lei. 
Forma prescrita é a que está na prescrição (lei). 
Obs: se a lei não disser qual é forma, é possível fazer de qualquer outra forma 
que a lei não proíba. 
DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO 
1. Erro e ignorância (arts. 138 ao 144, CC): 
Erro é a falsa representação da realidade que determina a manifestação da 
vontade, de tal forma que se os negociantes soubessem da verdade não 
celebrariam o tal negócio. Já a ignorância, é o total desconhecimento da realidade. 
Obs: tanto o erro quanto a ignorância são anuláveis. 
Requisitos do erro: 
• Natureza do ato 
• Objeto principal 
• Identidade ou qualidade principal da pessoa. 
• Art.139, III, CC. 
 
• Escusabilidade: o erro não pode ser grosseiro. É requisito subjetivo daquele 
que faz a declaração de vontade viciada. 
• Recognoscibilidade: também é um requisito subjetivo, e existe na possibilidade 
daquela que se aproveita do erro tê-lo reconhecido em face do negócio mas 
assim não o fez. 
 
SITUAÇÕES ESPECIAIS DO CÓDIGO CIVÍL 
a) Falso motivo: só invalida um negócio quando houver sido o seu motivo 
determinante. 
b) Transmissão errônea da vontade por meios interpostos: é erro acidental e só 
vicia se não for possível identificar a coisa ou a pessoa. 
c) Erro de indicação da pessoa ou da coisa: é erro acidental e só vicia se não for 
possível identificar a coisa ou a pessoa. 
d) Erro de cálculo: é erro acidental. Não enseja a anulação, apenas a retificação. 
Erro de cálculo é erro material e pode ser corrigido a qualquer tempo. 
➢ Excludentes do erro: não será anulado o negócio por erro. Quando a pessoa 
que dele se aproveitou se oferecer para realizar o negócio conforme a real 
vontade do declarante. 
ART. 
138,CC.
ESCUSABILIDADE: PODE 
RECUSAR 
RECOGNOSCIBILIDADE: 
PODE RECONHECER
YASMIM COZZI SANTIAGO VENTURINI CHEIM 
CURSO DE DIREITO CIVIL 
 
DOLO 
Dolo é intenção. Percebe-se a intenção da pessoa em fazer determinada coisa, 
toda vez que ela tem uma ação livre e voluntária (liberdade + consciência). 
CAPACIDADE X LEGITIMIDADE 
Capacidade é ter capacidade de acordo com a lei civil. Já a legitimidade, é estar 
em conformidade com determinado ato. 
Por exemplo: uma pessoa pretende vender seu imóvel. Mas, para que outra 
pessoa possa vende-lo em seu nome, é necessário que esta esteja legitimada 
(com uma procuração) para representar o proprietário do imóvel. 
EFICÁCIA 
• Eficácia é a produção de efeitos cíveis do negócio. 
 
TEORIA DAS NULIDADES 
Os atos que não preenche os requisitos de validade, será considerado nulo. 
• Partes capazes 
• Objeto lícito 
• Forma prescrita ou não defesa em lei. 
O ato ou negócio jurídico que não reúne estes elementos é considerado nulo. 
Será nulo se não for possível aproveitar e caso seja possível aproveitar, o ato 
será anulável. 
➢ O ato será nulo se ele estiver tratando de questão deordem pública – questões 
de ordem pública são matérias ligadas que afetam a sociedade como um todo. 
Por exemplo: um agente comprou um pó de 10. Este objeto é ilícito e o 
contrato nunca será validado. Pois, é uma questão de ordem pública. 
Nulo é o que não tem requisitos de validade, cujo o motivo determinante comum as 
partes foi ilícito. Aquilo que não tiver a solenidade que a lei considera essencial. 
COAÇÃO 
No sentido do código civil é o mesmo sentido do uso literal da palavra coação. A 
coação pode ser exercida tanto de maneira física quanto moral: 
• Coação física: obrigar alguém por modo de força física a fazer determinada 
coisa. 
• Coação moral: ameaça alguém que é próxima a pessoa. 
A coação pode ser praticada tanto pela pessoa que irá se beneficiar com o ato, como 
também por um terceiro. 
 
 
YASMIM COZZI SANTIAGO VENTURINI CHEIM 
CURSO DE DIREITO CIVIL 
ESTADO DE PERIGO/ DOLO DE APROVEITAMENTO 
“Configura-se em estado de perigo a pessoa que assume obrigação excessivamente 
onerosa para salvar-se, ou pessoa de sua família, de grave dano conhecido da outra 
parte.” 
Exemplo: a pessoa está com o carro quebrado na estrada às 02:00hs da manhã e 
passa o reboque. Porém, ao invés do reboque ser cobrado pelo preço justo, ele é 
cobrado mais caro por causa da hora. Isto é dolo de aproveitamento pois a pessoa 
estava em situação de perigo. Como consequência, aquilo que foi onerosamente 
obtido poderá ser estornado via judicial. 
Lesão (art.157, CC). 
FRAUDE CONTARA CREDOR 
Aliena-se o patrimônio próprio para fraudar a cobrança de alguém. O trabalho é que é 
necessário rastrear todos os bens. 
• Elementos característicos: 
➢ Eventus damni (insolvência): 
Insolvência é a falência da pessoa física. Nessa hipótese, a pessoa aliena 
patrimônio até a insolvência. 
Obs: é permitido alienar patrimônio tendo dívida. O que não é possível é ficar 
insolvente com dívida. 
A ação que tutela é a ação pauliana. 
➢ Consillium fraudis (concilio fraudulento). 
 
ELEMENTOS ACIDENTAIS DO NEGÓCIO JURÍDICO 
• Condição: 
É um negócio que está condicionado a uma ocorrência que é futura e incerta. 
Exemplo: o pai da Irene diz a ela que ela só ganhará o apartamento se a 
mesma casar. A condição para que o pai dela implemente obrigação dele que, 
neste caso, é dar o apartamento é o eventual casamento da Irene. Ela pode 
casar ou não. Por isso, é um evento futuro e incerto. 
 
• Termo: É um evento futuro e certo. O testamento, por exemplo, não possui 
condição e sim termo. A morte é termo pois a morte é certa. 
Exemplo: data, morte, hora, etc. 
REQUISITOS 
DA 
CONDIÇÃO
VOLUNTARIEDADE
INCERTEZA 
FUTURIDADE DO 
EVENTO
YASMIM COZZI SANTIAGO VENTURINI CHEIM 
CURSO DE DIREITO CIVIL 
• Encargo: é uma obrigação que deve ser executada para que haja o 
adimplemento da outra parte. 
Exemplo: no caso da Irene, ela tem o encargo de casar para que haja o 
adimplemento da condição. 
Obs: é possível ter na mesma cláusula condição, termo e encargo. 
 
INTERPRETAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO 
Nos negócios não solenes, a manifestação da vontade pode se dar de várias 
formas (arts.110 ao 114, CC). 
➢ Não raro, é necessário interpretar esta manifestação de vontade para saber se 
ela é o que de fato expressou. 
A manifestação de vontade subsiste ainda que seu autor tenha feito reserva 
mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha 
conhecimento. 
➢ “O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o 
autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa” – art.111, 
CC. 
➢ Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente. 
Negócios jurídicos benéficos são aqueles em que não há onerosidade. Por 
exemplo: doação. 
 
Obs: a regra é de vontade declarada. Sim é sim e não é não. 
 
COMO PROVAR UM NEGÓCIO JURÍDICO 
É possível provar através de quatro meios. São eles: 
1. Documento: É um texto expresso e material que tenha declaração de vontade 
e possa ter verificação de autenticidade. 
2. Testemunha. 
 
3. Perícia: exame técnico. 
 
4. Presunção: É aquilo que acredita ser. E podem ser relativas ou absolutas: 
Presunção relativa – é aquela em que é admitida a prova em contrário. 
Presunção absoluta – aquela que não admite prova ao contrário. 
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA 
MACETE: A PRESCRIÇÃO ESTÁ PREVISTA NA PARTE GERAL DO CÓDIGO CIVIL. O QUE NÃO ESTÁ 
PREVISTO NA PARTE GERAL É DECADÊNCIA. 
Fora do macete: 
a) Ações condenatórias correspondentes às pretensões, possuem prazos 
prescricionais. 
b) Ações constitutivas correspondentes aos direitos potestativos e possuem 
prazos decadenciais. 
YASMIM COZZI SANTIAGO VENTURINI CHEIM 
CURSO DE DIREITO CIVIL 
Exemplo: art.26 da lei 8078/90 – código de defesa do consumidor (caducar = 
decair/ decadência). 
c) As ações meramente decatórias, que só visam obter clareza jurídica, não estão 
sujeitas nem a prescrição, nem a decadência., sendo perpétuas. Salvo se a lei 
dispuser de modo diverso (decadência). 
 
ESPECIES DE PRESCRIÇÃO 
a) Extintiva: extingue a pretensão (art. 189, CC). 
b) Intercorrente: é aquela que ocorre no curso do processo, ou seja, já tendo o 
autor provocado a tutela jurisdicional por meio da ação. 
c) Aquisitiva (arts. 183 á 191, CC): se refere ao direito de propriedade. Trata-se 
do instituto da usucapião (preservação da propriedade). 
d) Ordinária: aquela cujo o prazo é geralmente previsto em lei (art.205, CC). 
e) Especial: os prazos prescricionais são pontualmente previstos em lei (art. 206, 
CC).

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