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DOCUMENTOSCOPIA 
MODERNA
Indaial - 2019
UNIASSELVI-PÓS
Autoria: Patrícia Esteves de Mendonça
1ª Edição
Documentoscopia Moderna.indd 1 10/07/2019 14:44:16
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Hermínio Kloch
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: 
Carlos Fabiano Fistarol
Ilana Gunilda Gerber Cavichioli
Jóice Gadotti Consatti
Norberto Siegel
Julia dos Santos
Ariana Monique Dalri
Marcelo Bucci
Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2019
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
M539d
Mendonça, Patrícia Esteves de
Documentoscopia moderna. / Patrícia Esteves de Mendonça. – 
Indaial: UNIASSELVI, 2019.
100 p.; il.
ISBN 978-85-7141-374-0
ISBN Digital 978-85-7141-375-7
1.Documentoscopia moderna. - Brasil. II. Centro Universitário 
Leonardo Da Vinci.
CDD 340
Documentoscopia Moderna.indd 2 10/07/2019 14:44:16
Sumário
APRESENTAÇÃO ............................................................................5
CAPÍTULO 1
Introdução À Documentoscopia ................................................. 7
CAPÍTULO 2
Identificação Gráfica .................................................................. 43
CAPÍTULO 3
Papéis de Segurança ................................................................... 71
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APRESENTAÇÃO
O objetivo deste livro é trazer informações a respeito do papel e dos 
outros meios utilizados como base para documentos, bem como rudimentos de 
segurança agregados a eles e em sua impressão. Desta forma, serão estudados 
o papel e a sua importância nas normas de associação da linguagem, bem como 
serão observadas questões consideradas relevantes, como a deterioração do 
papel, com a finalidade de se verificar a data da produção do documento.
A Documentoscopia é a ciência que estuda a investigação forense de 
documentos, considerando a palavra forense de forma ampla, não apenas 
relacionada a uma análise judicial. Seria uma aplicação do termo em inglês 
Forensic Science, permitindo a utilização de diversos ramos da ciência para 
solucionar questões judiciais. A Documentoscopia é, desta forma, uma “Ciência 
Forense”, responsável pela análise de documentos, verificando sua autenticidade 
ou identificando a autoria dos mesmos. 
A documentoscopia foi chamada de documentostologia no início do século 
XIX. Nessa época surgiram as primeiras preocupações, com possíveis fraudes 
documentais. Apenas os “mestres escrivães” ou escribas poderiam analisar a 
autenticidade de documentos nesse período, pois eram os únicos que detinham 
o conhecimento de leituras em textos paleográficos. Posteriormente, foram 
substituídos pelos notários.
No final do século XIX, adulteradores descobriram algumas espécies de 
reagentes químicos capazes de apagar qualquer escrita feita a pena e a tinta sem 
deixar vestígios aparentes. E com isso fica demonstrada a necessidade de se 
verificar a autenticidade documental.
A documentoscopia é uma grande aliada da Justiça, uma vez que, de 
forma técnica e científica, auxilia no fornecimento de subsídios probantes 
de materialidade e de autoria, angariando, por consequência, prestígio e 
respeitabilidade. Portanto, será objeto de estudo deste livro, com a finalidade de 
iniciar um caminho para a especialização.
Profa. Patrícia Esteves de Mendonça
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CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO À 
DOCUMENTOSCOPIA
A partir da perspectiva do saber-fazer, são apresentados os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
� conceituar de Documentoscopia, identificar documento e suporte;
� conhecer autenticidade e autoria;
� diferenciar grafismos ou manuscritos e mecanografias;
� conhecer os alfabetos;
� aprender o princípio fundamental, verificar os postulados e leis do grafismo;
� saber traço e traçado;
� identificar tipos de traços;
� conhecer os elementos que compõem as letras;
� conhecer as etapas da escrita;
� saber os elementos dinâmicos, estáticos, formais e informais da escrita;
� identificar as causas modificadoras da escrita;
� saber padrões de confronto e peças questionadas;
� conhecer a fraude documental: falsificações, alterações e autenticidades;
� identificar os tipos de falsários e tipos de falsificações;
� verificar autenticidades e alterações.
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 Documentoscopia Moderna
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INTRODUÇÃO À DOCUMENTOSCOPIA Capítulo 1 
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Documentoscopia é uma palavra que não encontra definição nos dicionários, 
mas foi consagrada como termo adequado para definir a ciência que estuda a 
autenticidade de documentos, conforme Costa (1995, p. 13): 
Documentoscopia é a denominação ampla que abrange todas 
as especialidades que objetiva, em questões especificas, a 
obtenção de soluções para as seguintes questões: estabelecer 
a autenticidade ou falsidade de um documento e em caso de 
falsidade identificar o autor. 
A documentoscopia é a parte da Criminalística que verifica a autenticidade 
ou a autoria de documentos. Assim, utiliza os diferentes meios de conhecimento, 
técnicos, científicos e artísticos, quando necessários.
Existem outras disciplinas que também estudam os documentos, mas não 
se confundem com a documentoscopia, que tem um viés policial. Assim, para tal 
disciplina, não basta verificar que o documento é falso, mas deve-se investigar a 
autoria e os meio utilizados para sua confecção. “Documentoscopia é a parte da 
criminalística que estuda os documentos para verificar se são autênticos e, em 
caso contrário, determinar a sua autoria“ (MENDES, 1999, p. 9). 
O estudo da documentoscopia abrange a Grafoscopia, que analisa os 
grafismos dos diversos tipos de instrumentos de escrita, das inúmeras espécies 
de documentos e os suportes utilizados para elaboração dos documentos. O 
suporte mais habitual é o papel, porém não será o único a ser considerado, como 
disposto mais adiante neste capítulo. 
Ao se examinar um documento, analisam-se a sua autenticidade e 
autoria, através de seus selos, grafias ou inscrições, produzidas manual 
ou mecanicamente. Caso seja verificada sua falsidade, sendo declarada a 
inautenticidade de um documento, mediante análise documentoscópica, cuida-se 
de procurar a autoria. 
As diversas modalidades de falsificações e fraudes documentais também 
interessam ao estudo da documentoscopia, mediante o estudo da verificação das 
características dos papéis onde apostos os documentos e, quando for o caso, os 
elementos de segurança inseridos.
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 Documentoscopia Moderna
2 CONCEITO DE DIVISÃO
A Lei Federal nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, regula o acesso a 
informações. O artigo 4º, inciso II, define documento como “unidade de registro 
de informações, qualquer que seja o suporte ou formato” (BRASIL, 2011). Dessa 
forma, não estão restritos os suportes e formatos dos documentos. Considera-se, 
assim, o documento como representação material, idônea, da manifestação do 
pensamento humano. 
Portanto, documento é “toda coisa capaz de representar um fato” 
(MARINONI; ARENHART, 2005). O artigo 232 do Código de Processo 
Penal dispõe que documentos são “quaisquer escritos,instrumentos 
ou papéis, públicos ou particulares”. Não sendo limitado ao papel com escritas, 
a visão amplia-se, abrangendo fotografias, tatuagens etc., desde que consigam 
comprovar a ocorrência de algum fato. 
Portanto, documento 
é “toda coisa capaz de 
representar um fato”.
FIGURA 1 – EXEMPLOS DE DOCUMENTO
FONTE: D’Almeida (2015, p.10)
Os documentos podem ser diferenciados pela existência ou não de elementos 
de segurança. 
No primeiro caso (por exemplo, um passaporte), o caminho 
para a prova de autenticidade se apoia nos elementos de 
segurança presentes no documento original. Já no segundo 
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INTRODUÇÃO À DOCUMENTOSCOPIA Capítulo 1 
caso (por exemplo, uma escritura de imóvel), deve-se buscar 
no suporte, na impressão ou na escrita, elementos que provem 
a autenticidade do documento (D’ALMEIDA, 2015, p. 10).
Os documentos que possuem elementos de segurança podem tê-los 
incorporados aos materiais que constituem o documento, como o papel, a tinta 
de impressão, ou ainda, podem ser aderidos a ele, como uma holografia ou a 
impressão de microletras, com função diferencial. Essa categoria designa-se 
por documentos de segurança e tem como exemplos passaporte, carteira de 
identidade, carteira de motorista, bilhetes de loteria, cédulas de dinheiro, cheques, 
selos, certidões de nascimento e de óbito, diploma (UNODC, 2010).
FIGURA 2 – PASSAPORTE
FONTE: <https://projeto101paises.com.br/como-tirar-o-
passaporte/>. Acesso em: 27 maio 2019.
Os elementos de segurança a serem utilizados consideram, principalmente, a 
finalidade do documento; o modo de utilização do documento; os possíveis processos 
de fraude envolvidos; o reconhecimento dos elementos por leigos e peritos, custos/
benefícios (D’ALMEIDA, 2015, p. 11). O nível de segurança associado acompanha o 
valor, monetário ou legal, inerente ao documento (LIMA, 2013).
A quantidade e especificidade dos elementos de segurança a serem utilizados 
consideram a função do documento, frequência com que será utilizado, forma 
como será armazenado e portado, expectativa de vida útil, entre outros (SILVA; 
FEUERHARMEL, 2013).
Vale lembrar que os elementos de segurança devem ser aparentes, permitindo 
que os responsáveis possam examinar a autenticidade visualmente ou através do 
tato. Se, diante de suspeitas remanescentes, uma análise mais rigorosa se fizer 
necessária, esta será realizada por instrumentação mais complexa de atribuição dos 
especialistas em Documentoscopia (UNODC, 2011). 
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 Documentoscopia Moderna
As técnicas analíticas são utilizadas para verificação da autenticidade de todos 
os documentos, possuam ou não elementos de segurança. A tarefa de análise não é 
fácil e demanda conhecimento das técnicas específicas. 
São estabelecidos três níveis de elementos de segurança (ABNT, NBR 
15368:2006). Os elementos de primeiro nível são de segurança aberta, que utilizam 
análise visual e tátil, de fácil verificação pelo homem médio, por exemplo, a marca 
d’água e as impressões em alto relevo. Os elementos de segundo nível são aqueles 
de segurança semiaberta, identificados por pessoas treinadas, como o uso de 
equipamentos simples, por exemplo, lâmpadas de radiação ultravioleta e lentes 
de aumento. Os elementos de terceiro nível são os de segurança fechada, que 
necessitam treinamento específico e uso de equipamentos de laboratório. Ilustram o 
último nível os marcadores físicos e químicos (LIMA, 2013; SILVA; FEUERHARMEL, 
2013).
Outra distinção importante a ser feita é se o documento é público ou privado. O 
documento público poderá ser exigido do Estado, assim que preenchidos os requisitos 
estabelecidos pela lei, sendo o Estado obrigado a emiti-lo, a exemplo da emissão da 
CNH, para aqueles que forem aprovados no exame de direção e preencherem os 
requisitos estabelecidos no Código Brasileiro de Trânsito (CBT). 
O documento particular, ao contrário, só pode ser emitido voluntariamente. 
Caso seja constatada uma conduta de violência para realização de documento, há 
caracterizada a coação, conforme artigo 151 do Código Civil: 
Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de 
ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e 
considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens.
Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à 
família do paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, decidirá 
se houve coação.
Dessa maneira, sua principal consequência é a possibilidade de anulação do 
negócio jurídico na forma do artigo 171, inciso II do Código Civil
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é 
anulável o negócio jurídico:
I - por incapacidade relativa do agente;
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, 
lesão ou fraude contra credores.
Se um particular se recusa a emitir um documento e alguém o constrange, 
fazendo ameaças a sua integridade, a sua família ou aos seus bens, o documento 
poderá ser anulado no prazo de quatro anos a contar da data em que cessar a 
coação, conforme artigo 178, inciso I do Código Civil.
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INTRODUÇÃO À DOCUMENTOSCOPIA Capítulo 1 
2.1 DIVISÃO DA DOCUMENTOSCOPIA 
I. Grafotécnica
A grafotécnica, também denominada de grafística, grafocinética e perícia gráfica, 
é a parte da documentoscopia que verifica a autenticidade dos documentos pela 
grafia e, sendo verificada falsidade, busca-se a autoria. 
 Diferencia-se da grafologia, que é o estudo da personalidade do homem 
através do gesto gráfico, e a paleografia, que é estudo das escritas antigas, em 
especial por sua característica investigativa. Para a grafotécnica não basta declarar a 
inautenticidade de um documento, é preciso buscar a verdadeira autoria, para fins de 
aplicação das leis penais cabíveis.
II. Mecanografia
É a parte da documentoscopia que analisa escritos mecânicos, como os textos 
datilografados e textos computadorizados. Assim, encarrega-se dos exames em 
documentos impressos por máquina de escrever, impressoras, fax, ou carimbo com o 
objetivo de identificar ou, ao menos, eliminar determinado equipamento de impressão. 
III. As alterações de documentos
É a parte da documentoscopia que se dedica à análise de documentos com 
elementos de segurança e também em documentos sem elementos de segurança. 
Assim, verificam-se documentos contrafeitos ou falsos – reproduzidos sem 
autorização – e documentos alterados ou falsificados – resultantes de modificações 
em documentos autênticos (SILVA; FEUERHARMEL, 2013). Cumpre ressaltar que 
os primeiros são falsos em sua totalidade, enquanto os últimos apresentam falsidade 
parcial. É nesse contexto que exames de cruzamento de traços, lavagem química e 
datação de tintas tomam forma.
2.2 O PAPEL COMO SUPORTE DE 
DOCUMENTOS
O papel foi inventado pelo chinês Ts’ai Lun (105 a.C.) e é uma trama de fibras de 
celulose colocadas aleatoriamente. 
Os chineses mantiveram o segredo da fabricação do papel 
dentro de suas fronteiras até o ano de 751 DC, quando árabes 
instalados em Samarkanda, grande entreposto das caravanas 
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 Documentoscopia Moderna
provenientes da China, tomaram conhecimento da arte de fazer 
papel. O monopólio chinês termina com o início da produção 
de papel em Bagdá, em 795 DC. A partir de então, a difusão 
sobre a manufatura artesanal do papel acompanhou a expansão 
muçulmana ao longo da costa norte da África até a Península 
Ibérica. O modo de fabricação do papel levou aproximadamente 
mil anos para chegar a Europa e mil e quinhentos anos para 
chegar a América (D’ALMEIDA, 2015, p. 13).
O papelé um material proporcional à incorporação de materiais, revestimento, 
deposições, laminações, impregnações, criando inúmeras espécies de produtos. 
Cada espécie de papel se destina a uma função desempenhada por ele.
Os papéis da classe de papéis para imprimir e escrever são utilizados nos 
documentos, objeto de estudo pela documentoscopia. Entretanto, os documentos 
que possuem elementos de segurança poderão ser considerados papéis para fins 
especiais, porque possuem elementos de identificação especiais, os quais serão 
utilizados evitando falsidade. 
Os papéis para imprimir e escrever são encontrados cm facilidade no mercado. 
Por outro lado, os papéis de documentos com elementos de segurança são 
personalizados, o que os torna de produção exclusiva e controlada. 
A fabricação do papel para imprimir e para escrever se inicia com a preparação 
da massa (figura a seguir), na qual se formula o papel que se pretende fabricar. Esta 
preparação consiste na desagregação da pasta celulósica em água e na adição de 
materiais que darão ao papel características específicas e desejadas (D’ALMEIDA, 
2015, p. 24).
FIGURA 3 – FABRICAÇÃO DE PAPEL
FONTE: D’Almeida (2015, p. 24)
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INTRODUÇÃO À DOCUMENTOSCOPIA Capítulo 1 
Após a preparação da massa, forma-se a folha pelo sistema de mesa plana 
e de forma redonda. O primeiro a massa e lançada sobre uma tela formadora, 
cuja ação filtrante combinada com um sistema de vácuo, extrai a maior parte da 
água contida nessa massa, formando a folha de papel. A máquina de papel com 
esse sistema é conhecida também pelo nome de Fourdrinier, devido aos irmãos 
Fourdrinier terem adquirido em 1807 todos os direitos de patente da máquina 
(SILVA; KUAN, 1988).
O segundo sistema, criado em 1800 (KEIM, 1966, p. 127), consiste no uso de 
um cilindro oco, chamado de tambor, revestido com uma tela, em que é colocado, 
submerso, dentro de um tanque. Então, fluirá de forma contínua a massa para 
fazer papel e através de um movimento de rotação do cilindro forma em sua 
superfície a folha de papel.
Existem diversas espécies de forma, as de fluxo direto ou paralelo, no qual o 
fluxo de massa corre no mesmo sentido de rotação do cilindro e as de contrafluxo, 
no qual a massa para papel flui em sentido oposto ao de rotação do cilindro. Ainda, 
existe o formador que utiliza o vácuo no interior do cilindro. Os formadores de 
forma redonda são aplicados principalmente na confecção de papéis especiais, 
como os para cédula bancária (SILVA; KUAN, 1988).
Nos dois sistemas se faz necessário que a folha seja prensada entre dois 
rolos aquecidos para que seja extraída toda a água, pelo sistema de evaporação. 
Deve ser ressaltado que variações podem ser efetuadas nos sistemas de 
formação de folhas visando fins específicos (D’ALMEIDA, 2015).
Para melhorar a superfície do papel para impressão, e comum 
fazer uma aplicação em sua superfície de uma solução 
coloidal de amido e, algumas vezes, de outro hidrocoloide 
como gelatina, dimeros de alquilceteno ou co-polimeros 
de acrílico em suspensão de amido (MOUTINHO et al., 
2010). Esta operação e denominada size press ou colagem 
superficial (Kuan & Benazzi, 1988). Este procedimento torna 
a superfície do papel mais regular e resistente a absorção de 
água, melhorando a qualidade de impressão. Entretanto, não 
é possível ver em microscópio este agente na superfície do 
papel, sendo observadas na superfície apenas fibras aparentes 
entrelaçadas (D’ALMEIDA, 2015, p. 26).
O caulim e o carbonato de cálcio são os pigmentos mais comuns encontrados 
na produção do papel para imprimir e para escrever, o qual, atualmente, tem a 
sua fração mineral revestido de no mínimo dois pigmentos diferentes. 
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 Documentoscopia Moderna
2.3 ELEMENTOS DE SEGURANÇA 
INCORPORADOS AO PAPEL
Um papel de segurança difere do papel para imprimir e escrever, 
principalmente, em relação ao número de elementos existentes, permitindo assim, 
maior grau de segurança. Os elementos de segurança são delimitados conforme 
uma tabela que define cada elemento, a qual foi retirada de normas ABNT NBR, 
que descrevem o procedimento de detecção desses elementos no papel. 
QUADRO 1 – DEFINIÇÃO DOS ELEMENTOS DE SEGURANÇA
ELEMENTO NORMA DEFINIÇÃO
Fibras de segurança
(security fibres, fibras de
seguridad)
ABNT NBR 14894:2008
Determinação da presença, 
concentração e comprimento 
de fibras de segurança.
“Fibras com características 
particulares, normalmente sin-
téticas, de dimensões e con-
centração especificadas, incor-
poradas durante o processo de 
fabricação de papel. Podem ser 
fibras visíveis, observadas a 
olho nu, ou invisíveis a olho nu, 
detectadas com auxílio de equi-
pamentos específicos.”
Confetes
(planchettes,
planchetes)
ABNT NBR 14895:2008
Determinação da presença
e concentração de confetes.
“Termo genérico para designar 
fragmentos, normalmente col-
oridos, de formas variadas e 
concentração especificada, in-
corporados durante o processo 
de fabricação do papel. 
Podem ser visíveis, observados 
a olho nu, ou invisíveis a olho 
nu, detectados com auxílio de 
equipamentos específicos. Po-
dem ter características modi-
ficáveis sob ação de agentes 
externos, por exemplo, luz ou 
calor e apresentar impressão, 
geralmente microletras.”
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INTRODUÇÃO À DOCUMENTOSCOPIA Capítulo 1 
Fio de segurança
(security
thread, hilo de
seguridad)
ABNT NBR 14927:2008
Determinação da presença de 
fio de segurança.
“Fio incorporado ao papel du-
rante sua fabricação, com apli-
cação contínua ou janelada, 
podendo ser colorido, metal-
izado, magnetizado e ainda 
conter outros elementos de 
segurança, como, por exemplo, 
microimpressões e DOV (dis-
positivo óptico variável, que se 
revela de acordo com o ângulo 
de incidência da luz).”
“fio de segurança contínuo: se 
apresenta totalmente incorpora-
do ao papel.”
“fio de segurança janelado: se 
apresenta em uma das faces do 
papel, de modo intercalado, ou 
seja, apresenta partes contidas 
no papel e partes na superfície 
deste, de forma alternada. As 
distâncias de intercalação são 
normalmente predefinidas.”
Substâncias que tornam o
papel reativo à ação de agentes 
físicos
ABNT NBR 14982:2008
Determinação da presença de 
substâncias sensíveis à ação 
de agentes físicos.
“Papel sensibilizado (sensitized 
paper, papel sensibilizado): pa-
pel que tem em sua composição 
substâncias que reagem de for-
ma visível mediante a ação de 
agentes físicos, por exemplo, 
luz ou calor.”
“Partículas sensibilizadas (sen-
sitized particle, partículas sen-
sibilizadas): partículas distribuí-
das aleatoriamente no papel 
em concentração controlada, 
apresentando luminescência 
quando expostas à iluminação 
ultravioleta. Podem ser visíveis, 
observadas a olho nu, ou in-
visíveis, detectadas sob luz ul-
travioleta.”
Substâncias que tornam o pa-
pel reativo à ação de agentes 
químicos.
ABNT NBR 14983:2008
Determinação da presença de 
substâncias reativas a agentes 
químicos.
“Papel reativo (reactive paper; 
papel reativo): papel com sub-
stâncias químicas incorporadas 
em sua composição original, 
que reagem de forma visível 
mediante a aplicação de produ-
tos químicos específicos.”
FONTE: D’Almeida (2015, p. 32-33)
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18
 Documentoscopia Moderna
A marca d’água é um importante elemento de segurança, mas não foi listado 
na tabela acima. Esse elemento é produzido durante a fabricação do papel e pode 
ser visualizado quando é colocado contra a luz. 
A norma ABNT NBR 14928:2013 classifica quatro tipos de 
marca:
−marca d’agua multitonal - imagens normalmente complexas 
constituídas
de nuancas de tons dégradé de claro a escuro;
− marca d’agua clara e escura - imagens constituídas de 
apenas dois
tons, claro e escuro;
− marca d’agua clara - imagens constituídas apenas por tom 
claro;
− marca d’agua escura - imagem constituída apenas por tom 
escuro (D’ALMEIDA, 2015, p. 34).
Ao se utilizar o sistema de formação de folhas redondas é possível a 
colocação de telas na superfície do cilindro, o que permite a confecção de marcas 
d’água mais elaboradas, em degradê e tridimensionais, como as utilizadas em 
papel-moeda para fabricação de dinheiro. 
FIGURA 5 – MARCAS D’ÁGUA
FONTE: <http://www.brasil.gov.br/governo/2009/11/conheca-a-historia-
das-cedulas-e-moedas-nacionais>. Acesso em: 27 maio 2019.
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INTRODUÇÃO À DOCUMENTOSCOPIA Capítulo 1 
No sistema de mesa plana, a marca d’água pode ser confeccionada na seção 
de formação, se drenar da massa e consolidação da folha na tela formadora, 
através do bailarino (dandy roll), um cilindro telado que comprime a folha contra a 
tela formadora, marcando-a.
Além dessa, existe a possibilidade da formação da marca d’água na seção 
de prensagem, utilizando cilindros metálicos ou emborrachados, que marcam a 
folha de papel, após sua formação. 
3 A ESCRITA E SEUS ELEMENTOS
A escrita é um gesto gráfico psicossomático que contém um número 
mínimo de elementos que possibilitam sua individualização. A escrita é, assim, 
considerada um gesto, pois é o registro de ideias através da utilização dos braços 
e das mãos. Desta forma, a escrita é um gesto aprendido que faz registro material 
permanente.
Vale lembrar, que para ser considerada a escrita exige-se um número mínimo 
de elementos, pois poderá ser considerado, apenas, um traço ou rabisco, que não 
atende aos objetivos da própria grafotécnica (MENDES, 2015, p. 3).
A escrita fez com que o homem evoluísse, permitindo a troca de 
conhecimentos, de registros históricos e o relacionamento entre as diversas 
nações. Tal é a importância da escrita que levou o tratadista alemão Ludwig 
Klages, autor de primorosas obras sobre o estudo das escritas, a definir o homem 
como animal que escreve (MENDES, 2015, p. 4).
Os hieróglifos são considerados o primeiro sistema gráfico e surgiram no 
Egito em 5 mil a.C. Essa escrita era dominada, apenas, pelos sacerdotes, por isso 
era considerada sagrada. As coisas eram representadas por um símbolo e graças 
a essa simbologia, foi criado um alfabeto hieróglifos.
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FIGURA 6 – HIERÓGLIFOS
FONTE: Mendes (2015, p. 4)
Ao longo do tempo, os hieróglifos saíram dos templos e chegaram aos 
comerciantes, que eram considerados a classe mais culta da sociedade. 
E sofreram modificações até se transformarem na escrita hierática, que 
posteriormente sofre nova modificação e se transforma no sistema demótico, que 
chegou até o ano 473 d.C.
A escrita ideográfica substituiu os hieróglifos para facilitar a expressão de 
sentimentos, como amor e dor, pois os hieróglifos só exprimiam coisas materiais. 
Esse sistema ganhou repercussão na China, onde sofreu alterações.
A primeira escrita chinesa de que se tem conhecimento era 
denominada ku-wen. Era do tipo pictórico.
No século VIII a.C., esse sistema foi substituído pelo ideograma 
por chi-tchem. Com esse tipo de escrita Confúcio escreveu a 
sua obra. Mais tarde ocorreu nova modificação, era a escrita 
li, que podia ser registrada na seda ou em madeira, com 
caracteres laqueados.
Foi esse sistema que se aperfeiçoou ainda mais com o 
surgimento do papel. A escrita chinesa ainda hoje é ideográfica 
(MENDES, 2015, p. 7).
Na Assíria se usava a escrita cuneiforme. Tal escrita era gravada em blocos 
de argila por cuneu, hastes de madeira que possuíam em uma das extremidades, 
em relevo, um símbolo. Foi por meio dessa escrita que, em 2.600 a.C., foi escrito 
o Código de Hamurabi. 
O Código foi encontrado em 1901, nos arredores da antiga 
cidade Susa, pelo arqueólogo francês Jacques de Morgan. Era 
constituído por um cilindro de pedra negra (diorito) de 2,25 m 
de altura e 1,90 de circunferência na base.
São 46 colunas, 3.600 linhas de gravações cuneiformes, 
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INTRODUÇÃO À DOCUMENTOSCOPIA Capítulo 1 
tendo 282 artigos, cujo conteúdo visava a implantar justiça na 
terra, destruir os maus e o mal, prevenir a opressão do fraco 
pelo forte, iluminar o mundo e propiciar o bem-estar do povo 
(MENDES, 2015, p. 9).
A escrita fonética pelos sumerianos que atribuíram símbolos ao som da fala. 
Essa escrita perdura até os dias atuais. Fizeram um paralelo da linguagem falada 
e da escrita. O princípio do alfabeto fonético foi logo adotado e usado para os 
vários sistemas. Os egípcios também passaram a usar o método fonético para o 
seu sistema hieroglífico (MENDES, 2015, p. 10).
Em Roma a escrita foi aprimorada e o alfabeto latino serviu de inspiração 
para criação de outros que até hoje são utilizados. No século V, a escrita uncial 
se instalou. Avançando no tempo, chegando no século VI, surgiu um novo tipo de 
escrita, mais fluente, a escriptura libraria, que perdurou até o século VIII. Até que 
foi adotada a escrita uncial.
Hoje, basicamente, podemos distinguir cinco tipos de alfabetos:
• Latino: em uso nas três Américas e grande parte da Europa;
• Gótico: em uso na Alemanha, Áustria e Suíça;
• Grego: privativo da Grécia; 
• Eslavo: usado na União Soviética e pelos povos ao oeste dos 
Urais;
• Hebraico: no Oriente Médio e pelos povos da nação árabe.
Somente o Japão usa o alfabeto katakana. A China ainda usa 
a escrita ideográfica (MENDES, 2015, p. 13).
Assim, com a consolidação da escrita os documentos tornaram-se, 
naturalmente, escritos e servem como comprovação da existência de algum fato 
ou negócio jurídico, que necessite de comprovação em um momento posterior. 
3.1 O FENÔMENO DA ESCRITA
A produção do gesto gráfico é explicada por duas teorias distintas, a teoria 
neurológica e a teoria psicológica. A primeira entende que o calamus scriptorius 
é um centro nervoso que comanda a escrita, o que restou comprovado, pois 
pessoas que sofrem lesões cerebrais passam a ter dificuldade na escrita. 
Durante o aprendizado da escrita, a criança inicia copiando 
modelos bem simples até chegar aos mais complexos. Durante 
esse período, vai ela treinando movimentos que criam formas 
alfabéticas. O resultado desse aprendizado fica armazenado 
no centro nervoso da escrita. Chegará a hora em que esse 
órgão já contém todos os movimentos que criam formas, e a 
musculatura do braço e da mão já estão adaptados a realizá-
los. A criança não mais copia, mas escreve. O gesto gráfico já 
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está instalado (MENDES, 2015, p. 18-19).
A escrita se consubstancia na visão das palavras escritas; na compreensão 
do sentido convenciona e na possibilidade de exprimir ideias. Assim, para que seja 
produzido um texto é necessário que estejam agindo conjuntamente os sistemas 
das funções sensoriais específicas, auditiva e visual; o sistema de sensibilidade 
geral e o sistema da atividade motora. 
Para entender a Teoria Psicológica é fundamental que seja esclarecida a 
teoria freudiana, que Mendes explica 
Existem dois planos em nossa mente: o consciente ou racional 
e o subconsciente, o irracional. 
A mente consciente é também chamada de mente objetiva. 
Ela toma conhecimento do mundo exterior através dos cinco 
sentidos. Ela aprende através da observação, pela experiência 
e pela educação. Sua maior função é o raciocínio. 
A mente subjetiva toma conhecimentodo meio ambiente por 
caminhos independentes dos cinco sentidos. Ela aprende por 
intuição. É a sede das emoções e o depósito da memória. Suas 
funções se exercitam mesmo quando os sentidos objetivos 
estão momentaneamente adormecidos. 
O sistema cérebro-espinal é o canal pelo qual se exerce a 
percepção consciente dos sentidos e o controle sobre os 
movimentos do corpo. 
O canal do subconsciente – que alimenta inconscientemente 
as funções vitais do organismo humano – é o sistema 
simpático, também chamado de sistema nervoso involuntário. 
O subconsciente tem o seu centro numa massa ganglionária 
situada atrás do estômago, conhecida por Plexo Solar ou por 
cérebro abdominal. 
Muitos autores comparam o consciente a uma casa de força, 
cuja energia gerada põe em movimento o subconsciente. 
Outros comparam a um navio, onde o capitão é o consciente, 
que determina as ordens que serão cumpridas, sem discussão, 
pelos marujos – o subconsciente. 
A escrita é um gesto aprendido. Assim, tudo quanto a mente 
consciente capta dos movimentos que são necessários para 
criar determinadas formas gráficas é jogado no subconsciente, 
que é o depositário da memória dessas experiências. Desta 
forma, a escrita é a memorização de tudo quanto o consciente 
experimentou no campo da grafia e, por isso, é produto da 
mente subconsciente (MENDES, 2015, p. 22).
O consciente, então, determina a vontade de escrever, o subconsciente 
recebe a informação e determina ao plexo solar que escreva. A musculatura do 
braço é movida pelo sistema nervoso simpático e ocorre a escrita. 
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INTRODUÇÃO À DOCUMENTOSCOPIA Capítulo 1 
3.2 A ESCRITA E SEUS ELEMENTOS
O traço, ou grama, é a unidade grafotécnica e a letra é a unidade do alfabeto. 
A escrituração do traço em locomoção se denomina traçado, ou lançamento 
gráfico. O traçado pode ser ascendente, descendente, sinistrovolvente, quando 
traçado com sentido para a esquerda ou destrovolvente quando traçado com 
sentido para a direita.
A composição do traço requer a aplicação de duas forças exercidas 
pelo punho do autor, uma vertical e outra lateral. O estudo da progressão 
está relacionado com a velocidade gráfica, ou seja, se a escrita é rápida ou 
morosa. A progressão também determina a direção da escrita, se é ascendente, 
descendente, sinistrovolvente ou destrovolvente.
Os traços podem ser retilíneos, como próprio nome está dizendo, quando 
são retos, ou curvilíneo, quando se apresentam sob a forma de arcos. Podem ser 
ascendentes ou descendentes, à direita ou à esquerda.
FIGURA 7 – EXEMPLOS DE TRAÇADOS 
FONTE: Base de Cartas Forenses – PUCPR (2014, p. 21)
Nota: Elemento dinâmico: pressão da escrita: a) escrita tensa, b) escrita frouxa
A ligação é a união entre dois traços. As ligações normais verificam que o 
autor toca com a pena o papel e, progressivamente, exerce a pressão; os sulcados 
o traço inicia com forte pressão, havendo abertura imediata dos bicos das penas, 
ou forte descarga de massa de tinta; as ligações ensaiadas antes de iniciar o 
traço, o autor realiza vários movimentos no ar, chegando, às vezes, a pena a tocar 
levemente no papel, marcando neste, vários filetes, quase sempre com direção 
espiralada; a ligação que inicia através de ponto de repouso o escritor descansa 
a pena no suporte, demorando-se uma fração de tempo. A tinta escorre da pena, 
registrando a marca.
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As ligações, ainda, podem ser feitas com o movimento de produção do traço, 
sendo precedido de outro de pequena extensão, em ligeiras curvas laterais à 
direita, à esquerda, superior e inferior, conhecidos como ganchados ou anelados.
Quando as ligações antes de começar o traço propriamente dito, o escritor 
realiza pequenos movimentos laterais, que, quando registrados no papel, formam 
“colchetes”, conforme a situação dos traços, as torções serão para a direita, para 
a esquerda, superior ou inferior, são denominadas colchetes em torção ou arpões. 
E, por fim, as ligações evanescentes, que são extremamente leves, ganhando 
pressão progressivamente. 
Vale ressaltar que a linha de impulso é um traço longo que precede a 
formação do lançamento. A cetra é um traço ornamental existente no remate que 
conclui o lançamento, sobretudo nas assinaturas. Os traços ornamentais são 
acessórios adicionados a determinadas letras, com interesse estético. Aparecem, 
mais frequentemente, nos ataques e remates.
As letras são compostas dos seguintes elementos:
• Não passantes: quando não existe nenhum traço acima ou abaixo do 
corpo da letra.
• Passantes superiores: traços superiores ao corpo da letra. Pode ser em 
laçada ou em haste.
• Passantes inferiores: traços localizados abaixo do corpo da letra. 
Também em laçada ou em haste.
• Dupla passante.
• Presilha.
• Dupla presilha.
• Anel.
• Platô.
• Traços complementares:
o	 O pingo do “i” e do “j”;
o	 A cedilha do “c”;
o	 O corte do “t” e o til (~).
A Escrita é composta pelos seguintes elementos:
A) Dinâmico – Também chamado de gênese gráfica, é a sucessão de 
movimentos determinados pelos impulsos celebrais e que dão origem à forma 
gráfica, por isso é o elemento dinâmico. É específico e inerente a cada punho 
e depende das condições psicossomáticas de cada indivíduo. Portanto, não 
existem duas pessoas com movimentos iguais. Todo movimento tem as seguintes 
características:
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INTRODUÇÃO À DOCUMENTOSCOPIA Capítulo 1 
• Início: ataque do lançamento;
• Projeção: refere-se à evolução do lançamento;
• Intensidade: relacionada à pressão do punho escritor;
• Aceleração: relativo à velocidade;
• Direção: determinada pelo alinhamento dos traçados;
• Duração: é o andamento, determinado pelos momentos gráficos;
• Cessação: é o remate do registro. 
B) Estáticos – É o desenho, o feitio da escrita, criado pelo movimento, a gênese 
gráfica. É elemento genérico, sendo, consequentemente, comum a tantos quantos 
escreverem utilizando o mesmo tipo de alfabeto.
C) Formais – São elementos objetivos, são o andamento gráfico, a conduta 
da escrita aquele elemento que é estabelecido através do momento gráfico. 
O momento gráfico é definido pelos traçados feitos com o mesmo lançamento 
constante. 
A quantidade de momentos gráficos de uma palavra será determinada pelo 
número de traçados feitos continuamente. As interrupções são provocadas pelo 
autor ao levantar a pena do papel, ou seja, quando o referido instrumento perde 
o contato com o papel. Desta forma, a análise do andamento gráfico será a 
determinação da quantidade de momentos gráficos de um grafismo.
Não se confunde escritas com formas semelhantes e escritas com 
gêneses harmônicas. Nos disfarces, por exemplo, as formas dos caracteres são 
semelhantes, entretanto, há conflito na gênese, uma vez que os escritos original e 
fraudulento terão sido grafados por autores distintos. 
Logicamente, o autor do escrito original, ao escrever, terá movimentação de 
punho e mão diferente do autor da peça fraudulenta, ainda que haja semelhança 
no desenho, forma gráficas, entre ambas as grafias.
Na imitação, o falsificador imita a forma e não a origem, movimentação do 
punho ao escrever.
A inclinação axial é o comportamento dos eixos gramaticais. É a rumo do 
traço. As letras ou gramas possuem, cada uma, inclinação própria, variando entre 
verticalizada; inclinada para direita; inclinada para a esquerda e a reversão, que 
tem a grama diferente das demais letras.
A análise para se definir a direção é feita da seguinte maneira: faz-se a 
projeção de linhas retas, acompanhando a direção de cada traço. Tais traços são 
os eixos gramáticos, os quais, no conjunto, nos dão a inclinaçãoaxial.
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No geral, as palavras se alinham às pautas impressas ou imaginárias, é o 
que chamamos de alinhamento gráfico. Considera as linhas de pauta, que são 
traços retilíneos, imaginários, impressos, desenhados ou vistos por transparência, 
que visam orientar a direção das palavras. E, ainda, as linhas de base que é 
aquela que orienta o alinhamento de cada vocábulo, isoladamente. É tirada da 
base da primeira letra minúscula por último.
As escritas, de acordo com o alinhamento gráfico, podem ser: 
• alinhada/apoiada na linha de pauta;
• acima da linha de pauta;
• ascendente;
• descendente;
• sobre a linha de pauta;
• sob a linha de pauta;
• atravessando a linha de pauta; e 
• irregular.
O espaçamento gráfico analisa a simetria entre os elementos gráficos. O 
punho do autor, ao escrever, executa um determinado gesto gráfico, várias vezes, 
o faz com similar simetria espacial. Assim, serão analisadas junto ao movimento 
gráfico, as características do espaçamento, para analisar a autenticidade de um 
documento. 
Existem quatro tipos de espaçamento:
1. Intergramáticos – distância entre os traços.
2. Interliterais – distância entre as letras.
3. Intervocabulares – distância entre as palavras.
4. Interlineares – distâncias entre as linhas de um contexto, em um papel sem 
pauta.
Outra análise, muito importante, a ser feita pelo grafismo é referente a 
características de grandeza. Considera a escrita através do seu calibre, quanto 
à extensão das passantes, ao desenvolvimento lateral e quanto à relação de 
proporcionalidade gramatical. O calibre se refere à altura das minúsculas não 
passantes. Em outras palavras: é a altura do corpo da letra. 
As letras de pequeno calibre não ultrapassam 3 mm de altura; as de calibre 
médio, medem entre 3 mm e 4 mm; e as de grande calibre, são aquelas que 
medem mais de 4 mm. Isso irá auxiliar o perito na análise grafotécnica.
Quanto à extensão dos passantes, variam entre longas ou curtas, superiores 
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INTRODUÇÃO À DOCUMENTOSCOPIA Capítulo 1 
ou inferiores. Elas se precipitam de acordo com os estímulos frequentes do autor 
e variam quando consideradas uma em relação à outra, de acordo com sua 
localização no vocábulo e na linha. 
O desenvolvimento lateral representa a expansão dos traços lançados 
à direita ou à esquerda. Os círculos abrem-se nas escritas de grande 
desenvolvimento e os traços laterais, principalmente os de ligação, prolongam-se. 
Quando ocorre compressão desses traços, tem-se a escrita aglutinada.
Já a relação de proporcionalidade refere-se ao tamanho das letras ou 
caracteres, quando comparados uns com os outros. São comparadas as letras 
maiúsculas com as minúsculas não passantes; as minúsculas não passantes com 
suas respectivas passantes e as letras passantes entre si.
São limitantes verbais ou gramaticais as pequenas linhas que delimitam 
as bases e topos das letras. Nas bases, ficam localizadas as limitantes verbais 
inferiores já nos topos, as limitantes gramaticais superiores. Gladiolagem acontece 
quando as limitantes superiores e inferiores fecham-se progressivamente.
A escrita realiza-se em curvas ou ângulos, que podem ser assinalados e 
medidos. Em alguns escritos, predominam as formações curvilíneas, noutros, as 
angulares. São os chamados valores angulares e curvilíneos.
É importante ressaltar que os elementos subjetivos são os aspectos gerais da 
escrita e na qualidade do traço que, por sua vez, depende do grau de habilidade 
de punho, do ritmo da escrita, da velocidade e do dinamismo gráfico. Diferente do 
que ocorre com os elementos objetivos, os elementos subjetivos não podem ser 
demonstrados, embora sentidos pelo examinador.
O grafismo é dividido em quatro etapas, considerando a sua evolução. Porém, 
os períodos de evolução não são fixados pela progressão do desenvolvimento 
humano, porque cada indivíduo poderá se desenvolver em seu próprio tempo. 
Desta forma, é complicado fixar um período delimitado de evolução do grafismo.
De todo modo, a primeira etapa é chamada de escrita canhestra. Nessa fase 
o traçado inexpressivo e arrastado pode ocorrer a malformação das gramas e 
apresenta indecisão na orientação do lançamento e pressão exagerada. 
Posteriormente temos a escrita escolar que é mais caligrafada, com o 
cuidado de ser legível e feita com velocidade reduzida. É aquela apresentada em 
fase de alfabetização, ou logo após.
Em seguida adota-se a escrita automatizada, quando se abandona o 
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modelo escolar, ganha-se velocidade na escrita e são introduzidos os elementos 
particulares. Nessa fase é que se torna absolutamente particular a escrita.
A última é a escrita senil, que acontece com a perda da tonicidade dos 
músculos dos braços e das mãos, os impulsos cerebrais se tornam mais 
demorados, o que resulta na produção da escrita com maior dificuldade. Percebe-
se a ocorrência de tremores e indecisões, porém, a grafia preserva certo esmero.
A escrita pode sofrer modificações por causas involuntárias normais, que 
são as que dizem respeito à própria evolução e posterior involução do gesto 
gráfico e acidentais, nas quais a alteração da escrita provocada por causas que 
independem da vontade do escritor. 
As causas acidentais são de duas naturezas: intrínsecas, como emoção, 
euforia, depressão, pavor, atenção, ira e embriaguez, e extrínsecas, que são 
alheias ao sistema produtor da escrita (cerebral e muscular), tais como mau 
estado do instrumento escrevente, posição incômoda no ato de escrever, suporte 
inadequado, iluminação inadequada, calor, frio etc.
As modificações voluntárias são as introduzidas, pelo autor, na sua escrita 
habitual deliberadamente, com o objetivo de disfarçar a própria escrita ou com a 
intenção de imitar a escrita de terceiros.
A escrita, ainda, pode sofrer modificações por razões patológicas, que 
acarretam deformações na estrutura da escrita e podem ser passageiras ou 
irreversíveis, dependendo da natureza e da intensidade. São exemplos de 
causas patológicas o tremor vertical próprio do alcoolismo crônico, o tremor 
horizontal típico das escritas envelhecidas e da doença conhecida como Doença 
de Parkinson. As passageiras podem ser averiguadas posteriormente, as 
permanentes nem sempre. 
4 GRAFOTÉCNICA
É parte da documentoscopia que trata exclusivamente do grafismo, isto é, 
da escrita direta do gesto executado pelo homem. Tem por objetivo verificar a 
autenticidade ou determinar a autoria dos grafismos ou manuscritos. 
O grafismo tem como objetivo principal identificar uma pessoa, mas 
diferentemente de outros exames com a mesma finalidade, como o DNA e 
o papiloscópico, a escrita é decorrente de um processo comportamental, e 
comportamentos podem ser variáveis, alteráveis, imitáveis, ocultos ou até mesmo 
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INTRODUÇÃO À DOCUMENTOSCOPIA Capítulo 1 
disfarçados; daí a necessidade do uso de critérios científicos na análise (E.S. 
CÂMARA, 2014).
A análise feita através do grafismo considera, portanto, na comparação 
de hábitos gráficos de uma determinada pessoa com aqueles observados nos 
escritos cuja autoria se deseja identificar (E. S. CÂMARA, 2014). As propriedades 
mais constantes na escrita contribuem com a identificação do indivíduo, 
diferenciando a sua escrita da população em geral.
QUADRO 2 – CARACTERÍSTICAS A SEREM 
CONSIDERADAS NA ANÁLISE GRAFOSCÓPICA
Característica Descrição
Morfologia Conteúdo e estilo das escritas questionada 
e padrão devem ser o mesmo para a análise. 
Caso contrário, há incompatibilidade 
gráfica.Natureza Distinção entre assinaturas, rubricas ou 
texto.
Alógrafos Variações de cada grafema (letra) na 
escrita.
Inclinação da Escrita É avaliada em relação ao seu eixo vertical, 
perpendicular à base da escrita.
Espaçamentos Espaço entre a linha e o texto, entre 
palavras, entre letras e entre cada um dos 
traços que constituem as letras.
Calibre e Proporções Tamanho absoluto de letras e de palavras 
e proporções entre zonas baixas, médias e 
baixas da escrita.
Alinhamento Posicionamento da escrita em relação à 
linha de pauta.
Valores Angulares e Curvilíneos Em geral os autores adotam um ou o outro 
estilo (angular ou curvilíneos). Existem 
autores que adotam um estilo misto.
Posicionamento Quando houver um campo gráfico, pode-
se analisar o posicionamento da palavra 
nesse campo.
Linhas Limitantes Verbais Linhas imaginárias que delimitam 
a base e o topo das letras minúsculas, 
refletindo a homogeneidade dos calibres 
das letras e o seu posicionamento.
Andamento Gráfico Distribuição dos levantamentos da caneta 
durante a escrita.
Ritmo Gráfico A sequência de movimentos dos músculos 
do braço resulta no ritmo gráfico, que pode 
ser harmônico ou intercortado.
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Conexões Como as letras são ligadas umas nas 
outras em uma palavra.
Método de Construção É o sentido dos traços feitos com a caneta 
(grafocinética).
Ataques e Arremates Ataques são os pontos onde a caneta inicia 
a escrita. Arremates são os pontos onde a 
caneta desconecta do papel.
Velocidade Velocidade com que a caneta deslizou 
sobre o suporte para produzir os traçados.
Pressão Verifica-se a profundidade dos sulcos, 
a largura dos traços e a intensidade do 
entitamento.
Dinamismo Verifica-se que o escritor consegue aplicar 
a pressão adequada em cada porção do 
traçado, de acordo com a velocidade do 
movimento.
Acentos e Sinais de Pontuação Pode-se analisar o formato, a posição e o 
sentido de formação dos acentos e sinais 
de pontuação.
Grau de Habilidade do Punho Escritor Pode-se excluir a autoria de uma 
determinada pessoa, quando se prova 
que um determinado escritor não possui 
habilidade suficiente para reproduzir uma 
determinada escrita.
Variabilidade Grau de variabilidade na escrita de um 
escritor. Existem escritores constantes em 
seus hábitos gráficos, enquanto outros 
apresentam variações.
FONTE: Adaptado de E. S. Câmara (2014, p. 54)
Os diversos tipos de alfabeto trazem variedade quanto à individualização 
das escritas, alguns permitem que se façam com maior ou menor facilidade. 
Porém, todos permitem que ocorra a individualização, porque todos eles podem 
ser submetidos às leis que regem o grafismo. Existem características que 
individualizam a escrita e são genéricas. Assim, não importa o alfabeto utilizado 
para a aplicação do grafismo com o objetivo de identificação através da escrita.
 
Edmond Solange Pellat, cientista forense pioneiro, elaborou as chamadas 
leis do grafismo em seu Tratado de Criminalística (1927): 
A 1ª lei do grafismo – “O gesto gráfico está sob a influência imediata do 
cérebro. Sua forma não é modificada pelo órgão escritor, se este funciona 
normalmente e se encontra suficientemente adaptado à sua função”.
De acordo com a 1ª lei do grafismo, o cérebro comanda a produção da 
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INTRODUÇÃO À DOCUMENTOSCOPIA Capítulo 1 
escrita, sem a influência do organismo muscular, nem braço, nem punho e mãos. 
O cérebro normalmente desenvolvido desempenha a função com facilidade. As 
crianças, que ainda não tiveram seu organismo plenamente desenvolvido, não 
conseguem escrever. 
Desta forma, o cérebro recebe as informações captadas pelos sentidos 
humanos e envia instruções aos músculos, para a execução dos movimentos que 
originarão as formas gráficas, ou seja, os manuscritos. Logo, a falta de adaptação 
ou a deficiência não executarão eficazmente as ordens vindas do cérebro, 
produzindo deturpações.
A 2ª lei do grafismo – “Quando se escreve, o eu está em ação, mas 
o sentimento quase inconsciente de que o “eu” age passa por alternativas 
contínuas de intensidade e de enfraquecimento. Ele está em seu máximo de 
intensidade onde existe um esforço a fazer, isto é, nos inícios, e em seu mínimo 
onde o movimento escritural é secundado pelo impulso adquirido, isto é, nas 
extremidades”.
A 2ª lei estabelece que ao iniciar a escrita, os movimentos do punho 
escritor são atos conscientes e, à medida que avançam, tornam-se automáticos, 
inconscientes.
Essa situação pode ser verificada em falsificações. Ao iniciar a escrita, o 
falsário, demonstra preocupação, desenvolve, então, a tarefa de forma consciente. 
Após determinado tempo, passa a escrever de forma inconsciente, deixando seus 
próprios hábitos, o que possibilita a sua identificação. 
A 3ª lei do grafismo – “Não se pode modificar voluntariamente, em dado 
momento, a própria escrita natural, senão introduzindo no traçado marca do 
esforço que se fez para obter a modificação”.
Conforme esta lei, a grafia não poderá ser modificada voluntariamente. A 
mudança exige treinamento e esforço. Os hábitos presentes na escrita só podem 
ser alterados mediante prática criada pelo autor, com o objetivo de modificar sua 
grafia. 
Algumas vezes, nos disfarces e imitações lentas, os autores tentam 
modificar a própria grafia. Quando o autor imita a grafia alheia, além de reproduzir 
os hábitos gráficos de outra pessoa, precisa disfarçar os seus próprios hábitos. 
O grafismo consegue identificar a falsidade identificando inserção de traços 
indecisos, paradas involuntárias etc.
A 4ª lei do grafismo – “O escritor que age sob circunstâncias em que o ato de 
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escrever é particularmente difícil, traça, instintivamente, formas de letras que lhe 
são mais costumeiras ou mais simples e de esquema mais fácil de ser construído”.
A 4ª lei do grafismo também é chamada de “lei do menor esforço”, se verifica 
em situações desfavoráveis ou anormais para produção de um escrito, quando 
alguém escreve sem apoio ou no interior de um carro, por exemplo. Nessas 
hipóteses, o autor utiliza formas de letras mais simples e fáceis de escrever. 
O exame grafoscópico tem como método a análise criteriosa e comparação 
de hábitos gráficos. A conclusão é estabelecida por meios de comparação e 
ponderação entre semelhanças e diferenças entre a escrita questionada e a 
escrita padrão, levando-se em consideração as peculiaridades de cada uma 
delas. 
Desta forma, o perito avalia a escrita padrão, analisando quais as 
propriedades gráficas são mais marcantes, no que se refere aquele autor e a 
compara com a peça que está sendo questionada. 
A análise prioritária é a morfologia, na qual se analisa o padrão gráfico. A 
comparação de escritos precisa analisar regiões equivalentes entre ambos. 
Assim, não se pode comparar uma assinatura legível com uma ilegível. 
Em seguida se avaliam os hábitos gráficos, isto é, imprecisões que ocorrem 
a cada vez que um escritor executa a escrita. É importante ressaltar, que ninguém 
consegue escrever da mesma maneira duas vezes, mas as variações naturais, 
entre cada execução de um escritor, tendem a diminuir com o aumento do grau 
de qualidade da escrita, e cada hábito gráfico de um escritor possui uma faixa 
própria de variação natural.
As assinaturas são, no geral, o maior objeto de exames de grafismo. São 
elas que exteriorizam os hábitos gráficos mais marcantes dos indivíduos. As 
assinaturas possuem a função de demonstrar conhecimento e concordância a um 
documento, devendo, portanto, ser produzida apenas pela pessoa indicada para 
serconsiderada autêntica.
FIGURA 8 – IMAGENS DE ASSINATURAS
FONTE: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S2176-45732014000200006>. Acesso em: 27 maio 2019.
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INTRODUÇÃO À DOCUMENTOSCOPIA Capítulo 1 
A falsificação da assinatura pode utilizar técnicas com o intuito de simular a 
realidade. A saber:
a) Falsificação sem imitação, onde o falsário desconhece a assinatura da vítima e 
inventa uma assinatura. 
b) Falsificação de memória, na qual o falsário viu a assinatura original da vítima, 
porém não a possui para uso como modelo.
c) Falsificação por imitação servil, uma falsificação feita por meio de cópia de uma 
assinatura produzindo semelhanças formais. 
d) Falsificação por imitação exercitada, na qual há um rigoroso treinamento para a 
reprodução da assinatura da vítima sem a necessidade de consulta. 
e) Falsificação por decalque, onde o falsário copia a assinatura colocando uma 
folha por cima da assinatura original (modo direto) ou faz a cópia com o uso 
de papel carbono ou de outra técnica (modo indireto) – atualmente é comum o 
transplante mecânico de assinaturas a partir de impressos eletrônicos jato de 
tinta, por exemplo, e o posterior recobrimento (MONTEIRO, 2008).
O disfarce gráfico é outro meio utilizado para falsificação de assinatura, 
designado pela intencionalidade e pelo esforço consciente para mudar suas 
características gráficas. O grafismo, nesta hipótese, considera que ninguém 
consegue se livrar e nem inserir características gráficas cuja existência não 
perceba. 
Diferenças associadas a uma assinatura questionada disfarçada 
podem ser atribuídas ao comportamento de simulação e 
levar à conclusão de que a assinatura não foi feita por esse 
escritor. O contrário também pode acontecer: diferenças de 
uma assinatura questionada simulada podem ser atribuídas 
ao disfarce e levar à conclusão de que a assinatura foi feita 
pelo escritor dos padrões. Ambas as conclusões conduzem ao 
erro quanto à opinião de autoria. Ainda, alguns peritos podem 
não encontrar diferenças entre a assinatura questionada e as 
assinaturas padrão, ou ainda presumir que as diferenças foram 
produto de variação natural do autor (BIRD, 2010, p. 1291).
Os disfarces podem confundir os peritos grafotécnicos e os induzirem a erro 
na avaliação da autoria de determinadas assinaturas. Também é fundamental 
analisar e ponderar cada caso minuciosamente para formular uma conclusão, 
e não apenas considerar as características mais frequentemente encontradas, 
mencionadas, acima neste capítulo. 
Cumpre salientar que as características gráficas menos frequentes devem 
ser consideradas ao analisar uma assinatura disfarçada, desta forma, seria menor 
a possibilidade de ocorrência de erros ao se analisar a autenticidade de uma 
assinatura. 
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 Documentoscopia Moderna
5 FRAUDE DOCUMENTAL
A fraude em documentos é a maior preocupação da documentoscopia 
moderna. A autenticidade dos registros é fundamental para garantir a segurança 
jurídica, seja em relação a documentos públicos, seja em documentos particulares. 
Se a avaliação pericial for relacionada ao grafismo, têm-se os padrões gráficos ou 
lançamentos padrões, como já foi comentado neste capítulo. 
Os peritos para avaliar a autenticidade de uma documentação levam em 
consideração determinados padrões de confronto, que equivalem ao paradigma 
que se toma como ponto de partida para as comparações. São documentos 
autênticos, sobre os quais não há qualquer dúvida de sua veracidade ou autoria. 
É importante ressaltar que qualquer produto pode ser utilizado como padrão. 
As Peças Questionadas são os documentos ou escritas, sejam elas 
mecanografadas ou grafadas manualmente, os grafismos, sobre os quais recai a 
suspeição de falsidade. São os documentos questionados que serão submetidos 
aos exames periciais a fim de confirmar a suspeição da falsidade dos mesmos. Os 
referidos exames periciais, a que são submetidos os Documentos Questionados, 
são análises comparativas entre eles e os Padrões de Confronto.
Se houver harmonia entre o documento questionado e o documento padrão, 
o documento questionado pode ser verdadeiro, quando a assinatura presente no 
documento é, de fato, autêntica, não tendo sofrido falsificações ou alterações, 
como alegava seu autor visando fugir de alguma responsabilidade, ou, ainda, 
pode-se estar diante da autoria de uma falsificação, quando se descobre o autor 
de uma fraude.
Em ocorrendo desencontro entre o padrão e o documento questionado, pode 
ser que o documento seja falso, nesta hipótese, a divergência decorre do fato de 
que a assinatura presente do documento questionado não ter sido produzida pelo 
punho da vítima, isto é, a pessoa legitimada a assinar o documento.
A fraude documental pode ser distribuída por três categorias: falsificações, 
alterações e autenticidades. As falsificações podem ser sem imitação; de 
memória; servil; exercitada; e por decalques direto ou indireto. As fraudes 
por alterações podem ser físicas, por meio de rasuras ou acréscimos cursivos 
e mecanográficos, ou químicas, por meio de lavagem química. As fraudes que 
ocorrem por autenticidades dividem-se em servil; autofalsificação; simulação do 
falso; negativa de autenticidade e transplante.
Os falsários dividem-se em dois grandes grupos: os ocasionais ou eventuais, 
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INTRODUÇÃO À DOCUMENTOSCOPIA Capítulo 1 
aqueles que não fazem da falsificação um meio de vida, e os profissionais, que 
podem agir isoladamente ou em quadrilha, em que cada elemento tem uma 
função.
A falsificação pode ser sem imitação, na qual a reprodução de assinatura, sem 
se preocupar em imitar as formas das assinaturas legítimas, que se desconhece. 
Este processo é utilizado por falsários eventuais ou primários. O lançamento falso 
não guarda semelhança formal com a assinatura do proprietário do cheque e, por 
isso, não passa em uma verificação de firma em um estabelecimento bancário, 
por exemplo.
Nessa espécie de falsificações, não se encontram coincidências genéticas 
nem mesmo nos elementos formais. A assinatura colocada pelo falsário é 
utilizando o próprio grafismo, com o nome de terceiro, o que facilita a prova da 
autoria. Muitas vezes são introduzidos artificialismos, prejudicando as formas, 
mas os elementos genéticos do falsário ali estão para a prova de autoria.
A falsificação de memória é aquela em que o falsário, estando familiarizado 
com a assinatura de sua vítima, procura reproduzi-la sem ver o modelo, valendo-
se da memória. O falsificador tem em sua memória os gestos gráficos mais 
marcantes da vítima e tenta reproduzi-los, sem memorizar o conjunto todo.
Cumpre esclarecer que o traçado dessas falsificações é híbrido: há traços 
morosos, aqueles que estão sendo reproduzidos pela memória, e outros mais 
rápidos, que são resultantes da própria escrita do falsário. Assim, ao se confrontar 
o documento padrão com o questionado, percebem-se registros de pequenas 
semelhanças formais, contudo as discrepâncias são em número maior.
A imitação servil é considerada a mais desprovida dos processos de 
falsificação. O adulterador, firme ao modelo, o reproduz no documento que está 
falsificado. A comparação entre a assinatura legítima e o produto da imitação 
mostra diferença na qualidade do traçado e total discrepância dos elementos 
genéticos. Há apenas coincidências de ordem formal. Eventualmente, serão feitos 
retoques após a falsificação, deixando, assim, mais marcas na peça. 
As falsificações exercitadas são as mais perigosas e difíceis tipo de 
falsificação. O falsário se apossa de um modelo autêntico e, depois de cuidadoso 
treino, o reproduz. Ao ser confrontadaa falsificação com o modelo, aparecem 
inúmeras coincidências na qualidade do traço, podendo haver semelhança quanto 
aos elementos formais.
Os Decalques são processos primários de falsificação, pois os resultados são 
grosseiros. São divididos em direto, no qual o modelo é colocado sob o suporte 
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 Documentoscopia Moderna
da peça que se prepara, e por transparência, quando o traçado é recoberto.
Normalmente, apresentam semelhança formal com o modelo, mas o seu 
traçado é bem lento, cheio de trêmulos e hesitações, com paradas do instrumento 
escrevente e subsequente retomada do traço, porém, os elementos genéticos 
ficam prejudicados pela operação (cópia).
Ao serem examinado isoladamente, o decalque se confunde com as 
falsificações servis, porém, ao se verificar uma série de documentos, a 
perfeita superposição das várias assinaturas entre si evidencia o processo. A 
demonstração da fraude se dá fotografando as duas assinaturas e copiando-as, 
em mesmo grau de ampliação, e fazer a prova de superposição.
No decalque indireto, o falsário reproduz o modelo primeiramente a lápis, 
ou transfere, com emprego de papel carbono, para depois recobrir. Desta 
forma, a falsificação, consequentemente, apresenta vícios dessas operações. O 
traço é vagaroso, tremido e cheio de indecisões. Apresenta paradas anormais 
do instrumento e vestígios de texto subjacente. Vale lembrar que os decalques 
(diretos e indiretos) não permitem a prova da autoria, ou seja, não permitem a 
identificação dos autores da falsificação.
A falsificação por recorte, também chamada de découpage, consiste na 
montagem de um texto, com recortes de letras, grupos de letras e palavras, 
retiradas do manuscrito da pessoa a que se deseja atribuir a autoria.
A falsificação ideológica ocorre quando o vício recai sobre o teor do 
documento. O documento não possui vícios materiais, mas apenas uma mentira 
reduzida à escrita. Na falsificação ideológica, a assinatura é verdadeira, mas o 
teor da peça não representa a vontade do seu subscritor.
O estudo do cruzamento de traços entre o texto e as assinaturas pode 
permitir desmascarar esta fraude. Os anacronismos também são considerados, 
porém, a presença de expressões que na data do documento não eram utilizadas 
ou fatos narrados de épocas diferentes são mais eficientes em provar a falsidade 
do documento.
Outros indícios de falsificação ideológica são:
• Discordância de um ato de outros precedentes.
• Silêncio ou segredo acerca do contrato em questão, no tempo que 
deveria ter dado ou tido conhecimento dele.
• Diversidade de estilo na construção de frases etc.
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INTRODUÇÃO À DOCUMENTOSCOPIA Capítulo 1 
A assinatura à mão guiada é raramente verificada. Pode ocorrer à mão 
inerte, quando um terceiro guia a mão do indivíduo paralítico, por exemplo, para 
exarar sua assinatura, a seu pedido; à mão ajudada, se a pessoa impossibilitada 
de escrever pede a terceiros que a ajudem a assinar ou à mão forçada, no caso 
do sujeito tem sua mão guiada contra sua vontade. Todos os casos resultam em 
falsidade.
A autofalsificação ocorre quando o sujeito assina, modificando seus traços 
para lesar uma vítima. Com essa finalidade reduz a velocidade do lançamento, 
deforma os caracteres, muda a inclinação do eixo gramatical habitual, introduz 
trêmulos, e, depois, com base nesses vícios, afirma a falsidade da assinatura. 
Porém, o autor não pode controlar a gênese de sua escrita, uma vez que a gênese 
é referente a movimentos ditados pelo cérebro.
A perícia chegará ao resultado do exame se baseando na coincidência 
da gênese gráfica da peça questionada com a do padrão de confronto, para a 
afirmação da autenticidade e, na repulsa, no caso de falsidade. Nesta hipótese, 
não se pode basear na semelhança ou não dos elementos gerais da escrita, pois 
estes são elementos secundários. 
O autor pode, ainda, fazer uma simulação do falso, lançando sua assinatura 
normal e em seguida a contagia com defeitos que a torne falsa. A diferença entre 
a autofalsificação e a simulação é que na primeira os vícios são introduzidos no 
ato de lançar a assinatura e, na segunda, depois de ela ter sido exarada.
Os exames deverão mostrar uma convergência total dos elementos 
genéticos, o suficiente para se provar que o lançamento é idôneo. O próprio 
escritor pode retocar sua assinatura sem a intenção da simulação do falso, 
contudo, na simulação, os retoques são feitos cautelosamente, para que não 
fiquem evidentes, pois o falsário não deseja que eles sejam percebidos. 
A negativa de autenticidade se dá com o lançamento, pelo autor, de sua 
assinatura e para fugir à responsabilidade, nega a sua veracidade. Ao ser 
confrontada fica claro que existem afinidade tanto na gênese gráfica, quanto nos 
elementos formais. 
Na falsificação material de um documento, há de se distinguir duas formas 
de alterações. A primeira é a falsificação, quando o falsário cria um documento, 
o documento passa a existir como resultado do trabalho do falsário. A segunda 
é o caso em que o documento preexiste à ação do forjador, que nele insere 
modificações, subtraindo ou adicionando lançamentos, dando à peça sentido 
diverso do primitivo. O falsário adultera um documento que anteriormente era 
autêntico, conhecido como alteração.
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 Documentoscopia Moderna
Os documentos alterados podem ser assim feitos por alterações físicas, 
que são remoção de dizeres de um texto com o emprego de uma borracha ou 
instrumento similar. São rasuras que podem ser superficiais, rasas ou profundas, 
variações auferidas pela intensidade do uso da borracha.
As alterações por acréscimo se verificam por lançamentos presentes em 
textos datilografados ou confeccionados em escrita cursiva. São constatados 
pela tinta ser diferente; por punhos diferente; por aglutinações de palavras e por 
reflexo de evitamento.
A falsificação química ou lavagem química é feita por meio da aplicação de um 
reagente químico para retirar o lançamento presente no documento. Geralmente, 
são utilizados produtos à base de cloro. No caso das canetas esferográficas, a 
fim de removê-las, a lavagem pode ser com a utilização de álcool ou acetona. 
Os papéis de segurança não comportam lavagens nem rasuras, pois a ação do 
reagente provoca descoramento do suporte.
6 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Concluímos, então, que a documentoscopia é uma aliada fundamental da 
polícia forense, permitindo que, através da análise de documentos, se verifique a 
autenticidade do mesmo e em caso de apuração de verdadeira autoria para que 
seja possível a punição do falsário.
Verificamos neste capítulo as espécies de documentos a serem consideradas 
em nosso ordenamento jurídico. Assim, restou demonstrado que qualquer tipo de 
registro de fatos e negócios jurídicos será considerado documento, não apenas 
os apostos em papel, mas qualquer tipo de demonstração idônea do registro de 
um fato.
A escrita evoluiu muito através do tempo e, ao se tornar cada vez mais 
presente nas relações interpessoais, passaram a ser fundamentais para a 
elaboração de documentos que representam os direitos e deveres dentro das 
sociedades.
Os documentos passam a utilizar, na maioria dos casos, o papel como base 
para sua confecção. Os papéis produzidos com base de celulose são de maior 
ou menor complexidade, podendo ter ou não elementos de segurança. Os que 
contêm elementos de segurança garantem uma maior proteção na aplicação de 
fraudes.
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INTRODUÇÃO À DOCUMENTOSCOPIA Capítulo 1 
Assim, o grafismo se torna um dos principais aliados da documentoscopia na 
análisede autenticidade de documentos, já que mediante a comparação entre um 
documento base e um documento que se suponha ser fraudado, o perito utiliza 
meios de comparação entre ambos para analisar a autenticidade.
Os falsificadores podem fazer a adulteração dos documentos de forma 
ocasional, se aproveitando de determinada situação de descuido da vítima ou de 
forma “profissional”, na qual na maioria dos casos se associam em organizações 
criminosas em que cada um desempenha um papel específico, na falsificação e 
na utilização do documento falso no intuito de auferir alguma vantagem. 
As alterações de documentos podem ser feitas mediante acréscimos ou 
por meio de alterações químicas para que se transforme o que foi colocado de 
forma intencional em algo que permita que o falsário se beneficie de algum modo 
daquele documento. 
Diante de todo o exposto, o estudo procurou proporcionar ao estudante 
maior respaldo na verificação documental.
1 O que é documentoscopia?
2 O que é documento?
3 O que são elementos de segurança?
4 Quais os elementos que compõem a escrita?
5 Qual a importância do grafismo? 
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 Documentoscopia Moderna
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CAPÍTULO 2
IDENTIFICAÇÃO GRÁFICA
A partir da perspectiva do saber-fazer, são apresentados os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
� escrever com autoria gráfica;
� utilizar Instrumentos escreventes;
� examinar a massa corante das canetas esferográficas;
� coletar padrões.
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IDENTIFICAÇÃO GRÁFICA Capítulo 2 
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
A falsidade de documentos data, praticamente, da mesma época do 
surgimento da escrita. Desde os primórdios da sociedade, pessoas mal-
intencionadas utilizam a alteração de documentos para obterem benefícios. Tais 
alterações podem ocorrer de diversas formas, como visto no capítulo anterior.
A partir daí é preciso definir como verificar a autenticidade de uma assinatura 
e o que poderá ser feito caso seja comprovada a falsificação. Cumpre-se 
fundamental, então, aprofundarmos o conceito de autenticidade e autoria gráfica 
e abordada a diferença entre ambas, embora possa ocorrer simultaneamente.
Assim, é importante entender as características dos diversos tipos de 
escritas: naturais, disfarçadas, imitadas, bem como compreender, sucintamente, 
situações nas quais a escrita é produzida com a concorrência de uma segunda 
pessoa.
Os problemas de documentoscopia demandam muito esforço do perito, 
como a determinação da idade do documento, o cruzamento de traços, as letras 
de forma e os algarismos e as montagens.
2 A AUTORIA GRÁFICA 
O objetivo da Grafotécnica é determinar a autoria gráfica de um lançamento. 
Pode ser a busca pela autenticidade de uma escrita, isto é, verificar se está 
relacionada a uma só pessoa, aquela que deveria lançar tal escrita, a pessoa que 
tinha a competência no lançamento de tal escrita. 
Pode, também, buscar a autoria de determinada escrita, sendo que aqui o 
que se quer é determinar quem foi o autor de dessa escrita, independentemente 
de o autor ter ou não a competência para produzir tal grafia. Nessa

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