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Ascaridíase: Morfologia, Aspectos Biológicos e Clínicos

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1. INTRODUÇÃO
Ascaris lumbricoides, parasita nematelminto da classe dos nematóides, conhecido como "lombriga", causa infecção intestinal em humanos, em geral assintomática ou com poucos sintomas, como dor abdominal, diarréia, vômitos e anorexia. Em infecções maciças pode causar importantes complicações, como deficiência nutricional, pneumonite, obstrução intestinal e dos duetos pancreático e biliar, entre outras, algumas vezes fatais.
As parasitoses intestinais estão associadas aos altos índices de mortalidade em todo o mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (WHO, 2000), estima-se que o número de infectados no mundo seja de aproximadamente 3,5 bilhões de pessoas, das quais 450 milhões, a maior parte crianças, estejam doentes.
 Atualmente, o Brasil é um dos países campeões em doenças decorrentes da falta de saneamento básico. Entre as enteroparasitoses, a ascaridíase é a helmintíase de maior prevalência no mundo, acometendo cerca de 30% da população mundial (COSTA MACEDO, 1999; CRUA, 2003) estimaram que o Brasil está no grupo dos países mais infectados por Ascaris lumbricoides.
A prevalência elevada de ascaridíase está associada a precárias condições sanitárias, constituindo importante indicador do estado de saúde de uma população. 
Os fatores que podem interferir no aumento da prevalência dessa infecção são: área geográfica estudada, tipo de comunidade (aberta ou fechada), nível socioeconômico, acessibilidade a bens e serviços, estado nutricional, idade e ocorrências de predisposição à infecção parasitária (CAMPOS et al., 2002)
2. MORFOLOGIA
O gênero Ascaris pertence ao reino Animalia, filo Nematoda, Classe Secernentea, ordem Ascaridida, família Ascarididae, subfamília Ascaridinae (SILVA; MASSARA, 2016).
 Em A. lumbricoides, as formas adultas são longas, robustas, cilíndricas e com extremidades afiladas, sobretudo na região anterior. Este parasito não possui sistema circulatório; e todas as vísceras dos parasitos adultos, incluindo os sistemas digestório, excretor, nervoso e reprodutivo, estão suspensos na cavidade corporal ou pseudoceloma .
O tamanho do parasito depende da carga parasitária e do estado nutricional do indivíduo parasitado, desse modo, as dimensões descritas se referem à nematódeos recolhidos de crianças com baixa carga parasitária e bem nutridas (REY, 2011; SILVA; MASSARA, 2016). 
Os machos adultos medem em torno de 20 a 30 cm de comprimento por 2 a 4 mm de largura. Possuem cutícula lisa, brilhante e com finas estriações anulares de coloração branco marfim ou rosada. Na extremidade anterior encontra-se a boca ou vestíbulo bucal, contornada por três grandes lábios (um dorsal e dois látero-ventrais) providos de papilas sensoriais, com serrilha de dentículos e sem interlábios. Após, estão localizados o esôfago musculoso e o intestino retilíneo e achatado.
 O reto é envolvido por músculos depressores e se comunica com o exterior por um ânus em forma de fenda transversal. Ao seu entorno agrupam-se numerosas papilas sensoriais. Apresenta testículo filiforme e enovelado, que se diferencia em canal deferente, em seguida têm-se o canal ejaculador que se abre na cloaca. 
O macho apresenta ainda 21 dois espículos grossos, curvos e iguais, que podem ser projetados para fora da cloaca ou ficar retraídos, e funcionam como órgãos acessórios da cópula. A extremidade caudal possui um enrolamento ventral, espiralado, e este é o caráter sexual externo de diferenciação da fêmea. Na cauda também são encontradas papilas pré-cloacais e cloacais (REY, 2011; SILVA; MASSARA, 2016).
As fêmeas adultas são maiores e mais grossas que os machos, medindo cerca de 30 a 40 cm de comprimento por 3 a 6 mm de largura. Porém, quando muitas dezenas ou centenas de parasitos ocupam o mesmo habitat, as dimensões reduzem-se, com as fêmeas atingindo de 10 a 15 cm de comprimento. Possuem cutícula, boca e aparelho digestivo semelhantes aos do macho. Grande parte da cavidade pseudocelômica é ocupada pelos órgãos genitais. 
Possuem dois ovários filiformes e enovelados que se apresentam como um filamento branco longo e delgado que dão sequência a ovidutos,se diferenciando em úteros. 
Cada útero começa na região posterior do corpo do helminto e se dirige para frente, se unindo em uma única vagina, que se exterioriza pela vulva, localizada no terço anterior do parasito. 
A abertura vaginal é quase imperceptível e encontra-se na face ventral, sobre a linha mediana. A extremidade posterior da fêmea é retilínea ou ligeiramente curvada (REY, 2011; SILVA; MASSARA, 2016). 
Os ovos originalmente são brancos, porém em contato com as fezes adquirem cor castanha. São grandes, em torno de 50 x 60 |im, ovais ou quase esféricos e possuem cápsula espessa, devido a membrana externa mamilonada, que é secretada pela parede uterina e formada por mucopolissacarídeos. A presença dessa membrana facilita a aderência dos ovos a superfícies, propiciando sua disseminação. 
A esse envoltório seguem-se uma membrana média, constituída por quitina e proteínas, e outra mais interna, delgada e impermeável à água, constituída 25% de proteínas e 75% de lipídios. Essa última camada confere ao ovo grande resistência às condições do ambiente e dessecação. Ainda internamente, o ovo apresenta uma massa de células germinativas.
 As fêmeas não fecundadas podem eliminar ovos inférteis, portanto incapazes de posterior evolução. Estes são mais alongados (80 a 90 |im de comprimento) e possuem membrana mamilonada mais delgada, camada albuminosa muito reduzida e citoplasma granuloso. Algumas vezes também são encontrados nas fezes ovos férteis, porém com membrana mamilonada ausente (REY, 2011; SILVA; MASSARA, 2016).
3. ASPECTOS BIOLÓGICOS
O ciclo biológico é do tipo monoxênico, o desenvolvimento dos ovos férteis, torna-os embrionários, num período de 15 dias, formam uma larva (L), recebe nome de rabditoide. No interior do ovo essa larva infectante passa por duas mudas, ciclos L2 e L3, ao final de L3 essa larva transforma-se em infectante, podendo permanecer vários meses no solo até sua ingestão. 
Ao ser deglutido passará por eclosão no interior do intestino delgado, proporcionando o atravessamento para as veias e vasos linfáticos. Invadem o fígado, num período de 18 a 24 horas após a infecção, num período de 2 a 3 dias vão para o coração direito, pela veia inferior chegam ao pulmão, após 5 dias da infecção, onde irá passar por novas mudas, num período de 8 a 9 dias após a ingestão. 
Atravessam o capilar indo para os alvéolos, passam por outra muda, vão pela árvore brônquica, traqueia, indo até a faringe, podendo ser expelida ou deglutida, passando pelo estômago e fixando-se no intestino delgado. 
Agora temos um adulto jovem, num período de 20 a 30 dias após infecção. A maturidade sexual ocorre após 60 dias, podendo ser observado ovos nas fezes do hospedeiro. No interior do organismo humano o verme pode viver mais de um ano. 
3.1 Passo a passo do ciclo dessa verminose: 
Quando uma pessoa ingere água ou alimentos (frutas e verduras) contaminados podem estar ingerindo ovos de lombriga que irá contaminar o tubo digestório humano. 
No interior do intestino delgado, os ovos rompem-se e libera uma larva. 
A larva penetra na parede do intestino caindo na corrente sanguínea, indo ao fígado, coração e pulmões, onde ocorre algumas alterações de cutícula e aumenta de tamanho.
Nos alvéolos pulmonares pode causar sintomas semelhantes ao de pneumonia. 
Ao sair dos alvéolos vai para os brônquios traqueia, laringe. Provocando tosse com o movimento que executam na faringe.
São engolido indo para o intestino delgado, lá elas crescem se transformam em vermes adultos. 
Depois do acasalamento, a fêmea libera os ovos, em média de 200.000 por dia. Esse ciclo iniciou com a ingestão de ovos, até a formação do verme adultos, dura em média de dois meses. 
Nesta fase os ovos são eliminados com as fezes, que irá contaminar água e alimentos. No interior de cada ovo, ocorre o desenvolvimento de um embrião, esse ovo possui umacasca protetora. Depois de algum tempo, dará origem a uma larva, completando o ciclo de vida.
4. ASPECTOS CLÍNICOS 
No estágio larvário, dificilmente provocam algum sintoma relato, podendo ser comuns manifestações intestinais pois as larvas migram para veia porta. Na sua passagem pelos pulmões, podem provocar, infecções moderadas que por vezes podem evoluir e levam à tosse, febre, dispneia, dor torácica, roncos, sibilos e moderada ou intensa eosinofilia. O diagnóstico é dado por amostragem de larvas no escarro e, na criança pequena, pelo lavado gástrico. A cura geralmente é espontânea em até duas semanas.
Na sua migração pelo fígado, as larvas podem provocar, embora sem comprovação, hepatomegalia, acompanhadas de eosinofilia intensa (94%), hiperglobulinemia, mal-estar geral e febre persistente e moderada.
No estágio adulto, a ascaridíase intestinal geralmente é bem tolerada, suas principais manifestações são acentuação da lordose lombar e abdome proeminente, pois podem aumentar o conteúdo abdominal e interferir na digestão e absorção entéricas. O desconforto abdominal se manifesta por dor em cólica podendo ocorrer náuseas. A desnutrição também está relacionada embora ainda não comprovada, por ação de utilização do nitrogênio e gordura, tolerância à lactose e utilização de vitamina A pelo verme.
Precedendo esse quadro, pode ocorrer também a eliminação espontânea do verme pela boca, narinas e ânus. Quando o quadro de obstrução intestinal persistir por muito tempo, pode ocorrer isquemia intestinal com consequente necrose. 
5. ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS
Doença parasitária do homem, causada por um helminto. Habitualmente, não causa sintomatologia, mas pode manifestar-se por dor abdominal, diarreia, náuseas e anorexia. Quando há grande número de vermes, pode ocorrer quadro de obstrução intestinal. 
Em virtude do ciclo pulmonar da larva, alguns pacientes apresentam manifestações pulmonares com broncoespasmo, hemoptise e pneumonite, caracterizando a síndrome de Löefler, que cursa com eosinofilia importante. Quando há grande número de vermes, pode ocorrer quadro de obstrução intestinal. 
Sinonímia - Infecção por Ascaris.
Agente etiológico - Ascaris lumbricoides, ou lombriga.
Reservatório - O próprio homem: o verme habita o intestino delgado
 5.1 Características epidemiológicas 
O Ascaris é o parasita que infecta o homem com maior frequência, estando mais presente em países de clima tropical, subtropical e temperado. As más condições de higiene e saneamento básico e a utilização de fezes como fertilizantes contribuem para a prevalência dessa helmintose nos países do Terceiro Mundo.
.
6.0 TRANSMISSÃO
A transmissão do áscaris ocorre quando uma pessoa sadia ingere acidentalmente estes ovos presentes no ambiente. Durante todo o período em que o indivíduo portar o verme ele vai estar eliminando ovos pelas fezes. 
As fêmeas fecundadas no aparelho digestivo podem produzir cerca de 200.000 ovos por dia. A duração média de vida dos vermes adultos é de 12 meses. Quando os ovos embrionados encontram um meio favorável, Portanto, é longo quando não se institui o tratamento adequado.
Em locais sem saneamento básico adequado, estas fezes contaminam solos e água. Crianças costumam se infectar ao brincar em solos contaminados. As mãos sujas podem levar os ovos diretamente para a boca ou contaminar brinquedos ou objetos, que entrarão, posteriormente, em contato com a boca de outras crianças. Já os adultos, geralmente, se infectam ao ingerir água ou alimentos contaminados.
No entanto, a filtragem da água, cozimento de alimentos e lavagem adequada de frutas e verduras cruas são suficientes para eliminar os ovos e impedir contaminações de novos indivíduos.
Uma infecção prévia pelo Ascaris não garante imunidade, sendo perfeitamente possível uma mesma pessoa desenvolver a parasitose várias vezes ao longo da vida.
7.0 SINTOMAS
Muitas pessoas com ascaridíase não apresentam sintomas. Porém, a migração das larvas pelos pulmões pode causar febre, tosse, respiração sibilante e, às vezes, sangue na expectoração (escarro).
A presença de um grande número de vermes no intestino pode provocar cólicas e, por vezes, sua obstrução, ocorrendo com mais frequência em crianças que vivem em áreas com más condições sanitárias. Uma obstrução pode causar enjoo, vômito, inchaço abdominal (distensão) e dor abdominal.
Algumas vezes, os vermes adultos migram para a boca ou nariz, são vomitados ou expulsos pelas fezes, situações que podem ser psicologicamente agonizantes. Os vermes adultos às vezes bloqueiam a abertura do apêndice, dos dutos biliares ou do duto pancreático, provocando uma intensa dor abdominal.
As crianças infectadas podem não crescer ou ganhar peso normalmente.
8.0 PROFILAXIA 
A profilaxia desta verminose é a educação sanitária, construção de fossas, tratamento em massa da população periodicamente durante três anos consecutivos e proteção dos alimentos contra poeiras e insetos (DOHMS, 2008).  
A adoção dessas medidas preventivas para o controle das doenças parasitaria, contribuem para a redução dos gastos anuais com o tratamento específico (PITTNER et al., 2007). 
9.0 CONTROLE
O controle de cura é feito em repetição do exame parasitológico de fezes um mês após tratamento, sendo necessário repetir os mesmo 30 a 60 dias após, pois, é possível a presença de larvas em fase pulmonar por ocasião do primeiro tratamento.
Porém, vale ressaltar que a maioria dos tratamentos feitos com habitantes de áreas sem saneamento básico tem efeito de curto prazo e os ganhos obtidos são frequentemente superados pelas reinfecções que em muitos casos podem levar as cargas parasitárias mais altas que as observadas antes do tratamento.
Em decorrência dos efeitos deletérios á saúde dos indivíduos e sobre tudo, das repercussões econômicas, vários programas têm sido dirigidos para o controle das parasitoses intestinais em diferentes países, mas constata-se um descompasso entre o êxito alcançado nos países desenvolvidos, quando comparado com os subdesenvolvidos. 
Além do custo financeiro, a falta de projetos educativos com a participação da comunidade dificulta a implementação das ações de controle para o sucesso dos programas.
Podemos observar que a ascaridíase é uma helmintíase que acomete principalmente crianças com idade entre 0 a 5 anos, e adolescentes entre 11 e 14 anos, decorrente da falta de infraestruturas das cidades, relacionando-se à falta de saneamento básico, falta de higiene e falta de informação sanitária, para evitar a contaminação do indivíduo. 
A ascaridíase é distribuída principalmente em regiões tropicais e temperada do mundo, ela incide mais intensamente em lugares com climas quentes e úmidos, bem como em locais onde as condições higiênicas da população são mais precárias, favorecendo o desenvolvimento da larva infectante, no estágio (L2).
A ascaridíase é adquirida por meio da ingestão do ovo, que pode ser encontrado nos alimentos e na água contaminada, entretanto esse tipo de verminose apresenta tratamento eficaz e simples, com utilização de medicamentos por via oral e a prática de higiene que associada a sensibilização da população por meio de informações vinculadas pelo poder público de saúde, pode minimizar a ocorrência dessa helmintíase.
10. DIAGNÓSTICO 
 O diagnóstico da ascaridíase é realizado pela microscopia óptica, a partir da observação de ovos do parasito nas fezes do hospedeiro através do exame parasitológico de fezes (CLAUS et al., 2018). Porém, não é possível fazer a diferenciação dos ovos de origem humana ou suína, uma vez que eles são idênticos (LELES et al., 2012). 
Uma vez que as fêmeas liberam milhares de ovos diariamente, não há necessidade de uma metodologia específica, bastando a técnica de sedimentação espontânea. Em inquéritos epidemiológicos, a Organização Mundial da Saúde(OMS) recomenda a técnica de Kato-Katz para a realização do diagnóstico, pois esta permite a quantificação dos ovos e grau de parasitismo dos hospedeiros (SILVA; MASSARA, 2016). 
Entretanto, o exame parasitológico de fezes não é eficiente na fase pulmonar e no estágio inicial da fase intestinal, devido ao período pré-patente ter cerca de 60 dias (BHARTI; KHURANA, 2017).
 Em infecções exclusivamente com fêmeas adultas, todos os ovos liberados serão inférteis, enquanto em infecções somente com machos adultos o exame de fezes será negativo (SILVA; MASSARA, 2016). 
Além disso, em programas de controle de doenças, quando a intensidade da infecção é baixa e infecções leves podem não ser 27 detectadas após o tratamento ferramentas mais sensíveis são necessárias para um diagnóstico preciso, de modo que esses programas não acabem antes da eliminação da infecção, uma vez que esses indivíduos podem atuar como reservatórios. 
Menos rotineiramente, larvas de A. lumbricoides podem ser encontradas no escarro ou lavagem gástrica, e os adultos podem ser expelidos pela boca ou anus; ademais, o indivíduo pode ser diagnosticado durante o processo de cirurgia abdominal.
 Para os casos graves de ascaridíase, pode ser realizado o diagnóstico de imagem, como a ultrassonografia e endoscopia. Os métodos imunológicos podem ser uma alternativa ao diagnóstico parasitológico; dentre estes testes, pode-se citar o enzyme-linked immunosorbent assay (ELISA), immunoblotting e imunofluorescência indireta.
O método mais utilizado em laboratórios de pesquisa é a reação de ELISA, que se caracteriza pelas interações entre antígeno-anticorpo, podendo ser detectados anticorpos específicos, antígenos parasitários e imunocomplexos circulantes em amostras de soro, saliva, lavado broncoalveolar e fezes. Entretanto, estes testes ainda apresentam algumas limitações, como a reatividade cruzada com outros parasitos (JOURDAN et al., 2017; KHURANA;2017).
Outro método que pode ser utilizado é o diagnóstico molecular como o polymerase chain reaction (PCR) em tempo real, que se baseia na detecção de DNA de Ascaris sp. em amostras fecais. Este é um método altamente específico e com melhor sensibilidade em relação aos métodos parasitológicos, no entanto, o método não está disponível em todos os centros de diagnóstico e no momento, é aplicável apenas em situações de pesquisa (JOURDAN et al., 2017). 
Desse modo, novas ferramentas de diagnóstico aprimoradas e acessíveis são necessárias para facilitar a detecção de Ascaris sp. em indivíduos infectados, incluindo testes de detecção de anticorpos para avaliar a transmissão em áreas de baixa endemicidade, e testes de identificação de antígenos e imunocomplexos para determinar infecções ativas.
11. TRATAMENTO
O tratamento da ascaridíase muitas vezes é simples e individual, mas ocasionalmente, implica em toda a comunidade, tanto por razões epidemiológicas como para manter o custo baixo (MARQUES et al., 2005), entretanto é obrigatório, mesmo em pequenas infecções, devido ao risco de migrações anômalas (MELO et al., 2004). 
11.1 Os principais medicamentos utilizados são: 
O Pirantel que é um produto sintético, na forma de um pó cristalino, amarelo, insolúvel em água e pouco absorvível pelo intestino, que atua no bloqueio da atividade neuromuscular, geralmente é administrado como dose única de 10 mg por quilo de peso do indivíduo, podendo gerar efeitos colaterais para o paciente;
Mebendazol atua sobre as tubulinas e causa o desaparecimento dos microtúbulos celulares, por isso, bloqueia transporte de grânulos de secreção e movimento das organelas, nas células epiteliais do intestino dos nematódeos, sua dose recomendada é de 100mg duas vezes ao dia durante três dias; Levamisol é um anti-helmíntico do mesmo grupo do mebendazol sua dose única é de 2,5 mg por quilo de peso. 
Piperazina é um antagonista do ácido GABA que se encontra distribuído nas junções neuromusculares dos nematóides, o resultado de sua ação é uma paralisia flácida dos Áscaris seguida de expulsão passiva, recomenda-se o medicamento na forma de tablete ou xarope com dose de 50 a 75mg por quilo do peso, durante cinco dias (REY, 2001).
12. REFERÊNCIAS
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ASPECTOS CLÍNICOS E RADIOLÓGICOS DA ASCARIDÍASE NO TRATO BILIAR.
Disponível em: http://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/02/879928/aspectos-clinicos-e-radiologicos-da-ascaridiase-no-trato-biliar.pdf
BHARTI, B.; BHARTI, S.; KHURANA, S. WORM INFESTATION: DIAGNOSIS, TREATMENT AND PREVENTION. INDIAN JOURNAL OF PEDIATRICS, P. 1-8, 2017.
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