1 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO 2° BIMESTRE 12 DE SETEMBRO DE 2019 O método conflitual é absolutamente insuficiente em matéria de direito, ocorrendo o crescimento de forma exponencial da arbitragem internacional (como uma necessidade do comércio internacional) e gradual incremento de adesões a contratos internacionais (tratados internacionais) que estabelecem regras substantivas (não mais indicam qual a lei aplicável, e sim regulamentam diretamente as operações internacionais). NÃO pode tratar de contratos internacionais com base em decisões do STF, STJ, da Suprema Corte Americana, Corte de Cassação Francesa. Assim, se o contrato é internacional desenvolva uma técnica hermenêutica de cláusulas contratuais, voltadas ao objeto internacional do contrato, ou seja, internacionalize. Enfatizando os usos e costumes de práticas comerciais (preceitos tipicamente internacionais), trazendo à tona: • lex mercatória: que é um direito comercial a partir de agentes econômicos. A necessidade que o comércio internacional representa é de neutralidade e reconhecimento de independência em relação a algumas coisas. Os princípios de UNIDROIT, explica porque não devemos ter uma visão nacionalista de operações econômicas internacionais. A ideia de equilíbrio fica prejudicada ou rompida com o método conflitual que indica um dos direitos passivos da relação. Por exemplo: que em determinado contrato será aplicado o direito chinês (os advogados brasileiro e chinês não estarão no mesmo grau de conhecimento), gerando assim a necessidade de um advogado chinês e maior custo para a empresa. Em um cenário internacional, tem seria necessário o conhecimento da jurisprudência nacional, e sim o conhecimento das jurisprudências internacionais emitidas pelos foros de arbitragem internacional – isso é reconhecido como Interpretação internacionalista de operações econômicas que se voltam ao retrato internacional. CONTRATOS INTERNACIONAIS 1. CARACTERIZAÇÃO No contrato interno será aplicada a legislação interna, o código civil, codigo do consumidor, a legislação especifica brasileira. O que é um contrato internacional? Será necessária maior cautela, pois poderá ser a lei interna de um dos países envolvidos no contrato (a lei pessoal de um dos agentes envolvidos) ou uma fonte transnacional. Existem dois critérios para saber que se trata de um contrato internacional ou contrato interno, o primeiro deles originário da França que é o critério econômico e o outro jurídico (que alguns países continentais europeu adotam). Depois poderá ver se o Brasil tem um decreto de lei interna que auxilia identificar segundo o ordenamento brasileiro (positivado) o cenário internacional. 1.1. CONCEITO ECONÔMICO: FLUXO TRANSNACIONACIONAL DE BENS. O contrato internacional segundo o conceito econômico é aquele cujo objeto contratual verifica o fluxo transnacional de bens. O que deve ser entendido como bens? Mercadorias, serviços e capital. Desde a década de 50, verifica que apenas haverá internacionalidade, se a operação econômica empregar na saída de bens de um país para outro. NÃO é o Brasil transferindo o dinheiro para outro. Tem que ter um agente econômico e o contrato faz/ permite que bens localizados no Brasil se destinem a França. Se existir fluxo transnacional. 2 Apenas haverá um contrato verdadeiramente internacional se alguma medida sair bens, houver a transposição de fronteira e divisas. Não importa qual seja o objetivo específico da operação econômica do contrato. Este conceito é propriamente econômico, porque ele trabalha com objetivos econômicos dos contratos. Além disso, tem os contratos que em essencial são econômicos (“nasceram para o cenário internacional”). Por exemplo: crédito documentário (linha de crédito internacional), leasing internacional (compra de aeronaves, jatos executivos), joing ventures. O Brasil aceita o critério econômico. 1.2. CONCEITO JURÍDICO: ELEMENTO DE ESTRANEIDADE. Aquele contém o elemento de estraneidade, é reconhecer que um dos elementos da relação jurídica é transnacional. E por ser transnacional atrai a possível incidência de mais de um sistema jurídico. O mais comum na estraneidade é os agentes econômicos pertencerem a países diversos. 1.3. DECRETO – LEI N°8.571/69, ARTIGO 2°: é um decreto que regula a aplicação de moeda estrangeira no Brasil. As exceções do uso forçado da moeda, são para contratos internacionais (autorizando a usar outra moeda que não seja a nacional). Uma fonte normativa interna que auxilia entender o que é o contrato internacional e um contrato interno. Esse decreto-lei irá usar os dois critérios. 2. PRINCIPAIS FONTES NORMATIVAS O principal problema, porque temos que desenvolver uma interpretação internacionalista (embora a doutrina chame isso de interpretação internacionalista), podemos desenvolver para uma interpretação transnacional, aquele que não enfatiza o direito interno de um dos países envolvidos. 2.1. EVOLUÇÃO DAS FONTES No século XIX – o que tinha ênfase eram as regras de conexão. Método conflitual em linhas gerais, dentre os agentes econômicos sediados em países diversos existira uma regra de conexão do país do foro que indicará qual o direito será aplicado. 2.1.1. REGRAS DE CONEXÃO As regras de conexão: são regras sobre direitos, não são substantivas, não regendo diretamente o contrato elas indicam qual o direito será no contrato. Pelas regras de conexão, no seu perfil tradicional será o direito que pertence um dos agentes econômicos. O método conflitual indica uma lei nacional para ser aplicada, é um método rígido. Assim beneficia uma empresa em detrimento da outra (indiretamente). Criando maiores custos, dificuldade e distanciamento das partes do direito regente do contrato. 2.1.2. ESCOLHA DA LEI (AUTONOMIA DA VONTADE) Criando o crescimento da arbitragem e mediante mecanismo da aproximação da escolha da lei entre as partes – lex contratos. • Lex contratos: as partes convencionam uma cláusula contratual em que fazem duas escolhas, a lei do foro e a lei que irá reger os contratos (podendo ser de um dos países ou uma fonte internacional). Via de regra, está acompanhada de uma cláusula compromissória ou arbitral em que ao invés de eleger o Poder Judiciário de um dos países se elege uma corte arbitral já consolidada, que tenha procedimentos também já consolidados. POR QUE NO BRASIL NÃO SE CONSOLIDA A ESCOLHA DA LEI? Por conta da desigualdade que existe entre as partes. Por exemplo: a Argentina dependeu de investimentos internacionais, e nesses contratos tem uma clausula umbrela, que o agente econômico que investe no país quer ter uma garantia de que terá um tratamento justo e razoável (ou seja, ele não poderá ser discriminado frente aos demais agentes econômico, inclusive os nacionais e não poderá sofrer com nenhum privilegio com o país). O outro problema tem a escolha da lei, e geralmente é lei do país investidor. 3 2.1.3. VÍNCULOS MAIS ESTRITOS (RE-CE 593/08): essa tratativa intermediária se dá com os vínculos mais estreitos, que foram adotados em alguns tratados internacionais, tais como o Tratado Europeu de Roma (Regulamento comunitário), Tratado do México (CIDIP). “O vínculo mais estreito estabelece que a lei aplicada ao contrato é aquela que tiver proximidade com o objeto do contrato”. • Quanto a execução do contrato o vínculo mais estreito será: a lei onde o contrato está sendo executado. • Quando aos critérios de formação: onde o contrato for assinado. PRINCÍPIO DA PROXIMIDADE: se não for possível delimitar o local mais estreito será aplicada a lei do local mais próxima a realizada das partes. Buscando criar uma flexibilidade maior para o regramento dos contratos