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Direito internacional privado 2º Bimestre

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1 
 
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO 
2° BIMESTRE 
 
 
12 DE SETEMBRO DE 2019 
 
O método conflitual é absolutamente insuficiente em matéria de direito, 
ocorrendo o crescimento de forma exponencial da arbitragem internacional (como 
uma necessidade do comércio internacional) e gradual incremento de adesões a 
contratos internacionais (tratados internacionais) que estabelecem regras 
substantivas (não mais indicam qual a lei aplicável, e sim regulamentam 
diretamente as operações internacionais). 
 
NÃO pode tratar de contratos internacionais com base em decisões do STF, STJ, da 
Suprema Corte Americana, Corte de Cassação Francesa. Assim, se o contrato é 
internacional desenvolva uma técnica hermenêutica de cláusulas contratuais, 
voltadas ao objeto internacional do contrato, ou seja, internacionalize. 
 
Enfatizando os usos e costumes de práticas comerciais (preceitos tipicamente 
internacionais), trazendo à tona: 
• lex mercatória: que é um direito comercial a partir de agentes 
econômicos. 
 
A necessidade que o comércio internacional representa é de neutralidade e 
reconhecimento de independência em relação a algumas coisas. Os princípios de 
UNIDROIT, explica porque não devemos ter uma visão nacionalista de operações 
econômicas internacionais. 
 
A ideia de equilíbrio fica prejudicada ou rompida com o método conflitual que 
indica um dos direitos passivos da relação. Por exemplo: que em determinado 
contrato será aplicado o direito chinês (os advogados brasileiro e chinês não 
estarão no mesmo grau de conhecimento), gerando assim a necessidade de um 
advogado chinês e maior custo para a empresa. 
 
Em um cenário internacional, tem seria necessário o conhecimento da 
jurisprudência nacional, e sim o conhecimento das jurisprudências internacionais 
emitidas pelos foros de arbitragem internacional – isso é reconhecido como 
Interpretação internacionalista de operações econômicas que se voltam ao 
retrato internacional. 
 
CONTRATOS INTERNACIONAIS 
 
1. CARACTERIZAÇÃO 
 
No contrato interno será aplicada a legislação interna, o código civil, codigo do 
consumidor, a legislação especifica brasileira. 
 
O que é um contrato internacional? Será necessária maior cautela, pois poderá ser 
a lei interna de um dos países envolvidos no contrato (a lei pessoal de um dos 
agentes envolvidos) ou uma fonte transnacional. 
 
Existem dois critérios para saber que se trata de um contrato internacional ou 
contrato interno, o primeiro deles originário da França que é o critério econômico 
e o outro jurídico (que alguns países continentais europeu adotam). 
Depois poderá ver se o Brasil tem um decreto de lei interna que auxilia identificar 
segundo o ordenamento brasileiro (positivado) o cenário internacional. 
 
1.1. CONCEITO ECONÔMICO: FLUXO TRANSNACIONACIONAL DE BENS. 
 
O contrato internacional segundo o conceito econômico é aquele cujo objeto 
contratual verifica o fluxo transnacional de bens. 
 
O que deve ser entendido como bens? Mercadorias, serviços e capital. Desde a 
década de 50, verifica que apenas haverá internacionalidade, se a operação 
econômica empregar na saída de bens de um país para outro. NÃO é o Brasil 
transferindo o dinheiro para outro. 
 
Tem que ter um agente econômico e o contrato faz/ permite que bens localizados 
no Brasil se destinem a França. Se existir fluxo transnacional. 
 
2 
 
Apenas haverá um contrato verdadeiramente internacional se alguma medida sair 
bens, houver a transposição de fronteira e divisas. Não importa qual seja o objetivo 
específico da operação econômica do contrato. 
Este conceito é propriamente econômico, porque ele trabalha com objetivos 
econômicos dos contratos. 
 
Além disso, tem os contratos que em essencial são econômicos (“nasceram para o 
cenário internacional”). Por exemplo: crédito documentário (linha de crédito 
internacional), leasing internacional (compra de aeronaves, jatos executivos), joing 
ventures. 
 
O Brasil aceita o critério econômico. 
 
1.2. CONCEITO JURÍDICO: ELEMENTO DE ESTRANEIDADE. 
Aquele contém o elemento de estraneidade, é reconhecer que um dos elementos 
da relação jurídica é transnacional. E por ser transnacional atrai a possível 
incidência de mais de um sistema jurídico. 
O mais comum na estraneidade é os agentes econômicos pertencerem a países 
diversos. 
 
1.3. DECRETO – LEI N°8.571/69, ARTIGO 2°: é um decreto que regula a 
aplicação de moeda estrangeira no Brasil. 
 
As exceções do uso forçado da moeda, são para contratos internacionais 
(autorizando a usar outra moeda que não seja a nacional). 
Uma fonte normativa interna que auxilia entender o que é o contrato internacional 
e um contrato interno. 
Esse decreto-lei irá usar os dois critérios. 
 
2. PRINCIPAIS FONTES NORMATIVAS 
 
O principal problema, porque temos que desenvolver uma interpretação 
internacionalista (embora a doutrina chame isso de interpretação 
internacionalista), podemos desenvolver para uma interpretação transnacional, 
aquele que não enfatiza o direito interno de um dos países envolvidos. 
 
2.1. EVOLUÇÃO DAS FONTES 
No século XIX – o que tinha ênfase eram as regras de conexão. 
Método conflitual em linhas gerais, dentre os agentes econômicos sediados em 
países diversos existira uma regra de conexão do país do foro que indicará qual o 
direito será aplicado. 
 
2.1.1. REGRAS DE CONEXÃO 
 
As regras de conexão: são regras sobre direitos, não são substantivas, não regendo 
diretamente o contrato elas indicam qual o direito será no contrato. 
Pelas regras de conexão, no seu perfil tradicional será o direito que pertence um 
dos agentes econômicos. 
O método conflitual indica uma lei nacional para ser aplicada, é um método 
rígido. Assim beneficia uma empresa em detrimento da outra (indiretamente). 
Criando maiores custos, dificuldade e distanciamento das partes do direito regente 
do contrato. 
 
2.1.2. ESCOLHA DA LEI (AUTONOMIA DA VONTADE) 
 
Criando o crescimento da arbitragem e mediante mecanismo da aproximação da 
escolha da lei entre as partes – lex contratos. 
 
• Lex contratos: as partes convencionam uma cláusula contratual em que 
fazem duas escolhas, a lei do foro e a lei que irá reger os contratos (podendo ser 
de um dos países ou uma fonte internacional). Via de regra, está acompanhada de 
uma cláusula compromissória ou arbitral em que ao invés de eleger o Poder 
Judiciário de um dos países se elege uma corte arbitral já consolidada, que tenha 
procedimentos também já consolidados. 
 
POR QUE NO BRASIL NÃO SE CONSOLIDA A ESCOLHA DA LEI? Por conta da 
desigualdade que existe entre as partes. 
Por exemplo: a Argentina dependeu de investimentos internacionais, e nesses 
contratos tem uma clausula umbrela, que o agente econômico que investe no país 
quer ter uma garantia de que terá um tratamento justo e razoável (ou seja, ele não 
poderá ser discriminado frente aos demais agentes econômico, inclusive os 
nacionais e não poderá sofrer com nenhum privilegio com o país). O outro 
problema tem a escolha da lei, e geralmente é lei do país investidor. 
3 
 
2.1.3. VÍNCULOS MAIS ESTRITOS (RE-CE 593/08): essa tratativa 
intermediária se dá com os vínculos mais estreitos, que foram adotados em alguns 
tratados internacionais, tais como o Tratado Europeu de Roma (Regulamento 
comunitário), Tratado do México (CIDIP). 
 
“O vínculo mais estreito estabelece que a lei aplicada ao contrato é aquela que tiver 
proximidade com o objeto do contrato”. 
• Quanto a execução do contrato o vínculo mais estreito será: a lei onde o 
contrato está sendo executado. 
• Quando aos critérios de formação: onde o contrato for assinado. 
PRINCÍPIO DA PROXIMIDADE: se não for possível delimitar o local mais estreito 
será aplicada a lei do local mais próxima a realizada das partes. Buscando criar 
uma flexibilidade maior para o regramento dos contratosinternacionais. 
Os vínculos mais estreitos promovem a depejage, para formação do contrato e a 
interpretação do contrato. 
2.1.4. REGRAS SUBSTANTIVAS 
É o tratado regrando diretamente aquela operação econômica, é um regramento 
direto da operação econômico. 
Não tem uma regra indicativa, e sim uma fonte verdadeiramente transnacional. 
Conjunto de regras voltadas para o direito internacional. 
O maior exemplo é a CIVCV. 
 
2.2. PRINCÍPIOS DE UNIDROIT (2016) – conjunto de regras neutras com o 
direito comparado. 
 
Princípios exclusivamente aplicados aos contratos internacionais, que foram 
compilados pelo instituto da UNIDROIT, criado em 1926 que tem como objetivo a 
uniformização do entendimento da legislação dos países em operações 
internacionais. 
Conjunto de regras de toda a teoria geral dos contratos, desde a formação 
passando pela interpretação e execução tudo isso é transformado pelos princípios. 
 
2.3. CONVENÇÃO DE VIENA SOBRE COMPRA E VENDA 
2.4. VALORIZAÇÃO DA AUTONOMIA 
2.5. BOA- FÉ (“FAOS DEALIVE”) 
3. PRINCÍPIOS UNIDROIT (VERSÃO 2016) 
3.1. ORIGENS DA UNIDROIT (DECRETO 884/93): internalizado no Brasil em 
1993. 
Com o objetivo de harmonizar a legislação, com relação a questões privadas. 
 
3.2. NATUREZA SOFT LAW: direito por adesão, de modo que alguns 
princípios da UNIDROIT são recomendações que passam a ser efetivamente 
vinculados se as partes aderirem a ela (as partes têm que escolher o princípio). 
 
3.3. TEORIA GERAL DO CONTRATO 
 
3.4. PRINCIPAIS REGRAS 
 
3.4.1. LIBERDADE CONTRATUAL (1.1) 
 
3.4.2. BOA-FÉ (1.7) 
 
3.4.3. “VEMIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM” (1.8): proibição de 
comportamentos contraditórios. 
Isso se materializa na regra que na parte não pode contraditar uma cláusula 
contratual em que ela no processo de formação deveria estar no contrato. 
Por exemplo: se eu insisto em determinada clausula, posteriormente eu não posso 
impugná-la. Pois ele assumiu o risco. 
 
3.4.4. PRIMAZIA DOS USOS E PRÁTICAS (1.5) 
 
3.4.5. REGRA CONTRA PROFERETEM (4.6) 
 
3.4.6. PRINCÍPIO DA RECEPÇÃO (1.10) 2.162): Toda e qualquer declaração 
de vontade apenas gera efeitos, após recepção por alguns agentes envolvidos, após 
conhecimento efetivo por parte dos agentes econômicos envolvidos. 
 
10 DE OUTUBRO DE 2019 
 
 
4 
 
CONVENÇÃO DE VIENA SOBRE COMPRA E VENDA INTERNACIONAL 
 
A mais importante convenção sobre a compra e venda internacional. No primeiro 
bimestre trabalhou o método conflitual, verificar qual o ordenamento jurídico irá 
reger materialmente o caso concreto. O método conflitual ele desequilibra a 
relação contratual. 
A CONVENÇÃO DE VIENA não aplica o método conflitual, não são regras de 
conexão, objetos de conexão e elementos de conexão, elas regulamentam 
diretamente aquela operação econômica. 
 
Ela contém regras de matéria, dividida em quatro partes, como se forma o contrato 
de compra e venda, obrigações das partes, disposições finais. São regras de direito 
internacional, com a participação de diversos países e agentes econômicos que 
levou à criação na década de 80 sobre a convenção de Viena sobre compra e venda 
internacional. 
 
O organismo que capitaneou a criação foi a ONU, que cuida da harmonização do 
comércio exterior. 
 
Ela tem uma série de institutos que regulam, o primeiro método é o de 
comparação, ou seja, do direito comparado, os países que foram influenciados 
para a criação das regras. 
 
1. APLICAÇÃO DA CONVENÇÃO 
É uma criação ocidental, mas tem aplicação sobre todos os demais ordenamentos. 
Aquilo que temos uma interpretação transnacional, não pode interpretar com base 
no ordenando jurídico brasileiro, não podendo se estender para agentes 
econômicos estrangeiros. 
Dessa maneira, tem uma interpretação autônoma, interpretação a luz do contexto 
internacional. 
 
1.1. APLICAÇÃO TERRITORIAL (artigo 1º) 
Primeiro momento temos uma aplicação territorial, em que o juiz ou árbitro com 
uma questão de compra e venda internacional terá que aplicar imediatamente a 
convenção. 
Ela foi internalizada por meio de um decreto-lei. 
QUANDO TEM UMA COMPRA E VENDA INTERNACIONAL? quando o comprador e 
o vendedor têm o estabelecimento sediados em países diversos e sejam signatários 
da convenção de Viena. A partir da sede comercial dos agentes econômicos 
envolvidos. 
Por exemplo: empresa localizada em recife e o agente vendedor é da Noruega, 
sendo aplicada a regra de aplicação é a convenção de Viena (ambos os países são 
signatários da convenção e foi internalizada, sendo ela internalizada e lei especial 
ao código civil). 
 
A segunda forma da aplicação territorial, que é através do MEIO INDIRETO, que é 
EXCEPCIONAL quando um dos agentes econômicos em territórios diversos e não 
são signatários da convenção. Será através do método conflitual. 
Por exemplo: artigo 9º a lei que rege os contratos/obrigações internacional é a lei 
do local da assinatura do contrato, com a aplicação da lei brasileira e o Brasil 
internalizou a convenção com a mesma interpretação, assim será aplicada a 
convenção e não o Código civil. 
Mas está sendo discutido no Brasil, se ao aplicar o artigo 9° remeter a aplicação 
do ordenamento ao país que não está internalizada a Convenção, utiliza-se o 
método conflitual. 
 
1.2. APLICAÇÃO MATERIAL (artigo 2º) 
Diz respeito a alguns conteúdos listados em cinco letras do artigo 2º, cujos 
conteúdos são excluídos da convenção e não aplicará envolvendo aqueles 
conteúdos específicos. 
 
O primeiro deles é o que diz respeito a CONSUMO: é a presença do destinatário 
final, quando um dos agentes envolvidos é o destinatário final (adquiri com o 
entendo de não repassá-los, retirando definitivamente o produto). Não se aplica 
por força expressa dos dispositivos de lei, aplicando a lei local do consumidor. 
 
COMPRA E VENDA DE ELETRICIDADE: aplica-se a lei do local da matriz energética. 
 
COMPRA E VENDA DE HASTAS PÚBLICAS, EXECUÇÃO FISCAL: aquelas que 
envolvam processo judicial, estão excluídas. Deve ser a lei do foro, em que há uma 
expropriação para concretizar. 
 
2. INTERPRETAÇÃO DA CONVENÇÃO (artigo 7º) 
5 
 
2.1. CARÁTER INTERNACIONAL: 
Interpretação autônoma – essa convenção será interpretada em consonância com 
o seu caráter internacional, não se interpreta a compra e venda de maneira 
nacionalizada. 
Não tem aplicação porque isso fere a isonomia e a segurança jurídica. Sob pena de 
quebrar o equilíbrio econômico e a isonomia. 
 
2.2. UNIFORMIZAÇÃO (cloud-case law): 
A interpretação autônoma leva há uma uniformização. Não pode ser levado em 
consideração a legislação interna de um país, não pode nacionalizar a 
interpretação. 
 
2.3. BOA-FÉ 
Toda a construção de negociar, todos os comportamentos adotados pelas partes 
tudo isso se volta como critério hermenêutico para as práticas adotadas. 
 
2.4. GAP-FILLING (7 (2)) 
Preenche lacunas com a utilização da interpretação autônoma. 
Superar lacunas e reconhecer que os contratos são por natureza incompletos (não 
consegue antever tudo que acontece). 
Qual os mecanismos de enfrentar as externalidades não previstas, vem trabalhar 
como forma de preencher lacunas, a partir do artigo 7. 
 
3. PONTOS IMPORTANTES SOBRE A CONVENÇÃO 
A compra e venda internacional é uma operação econômica que se insere no 
comércio exterior, que envolve muito dinheiro e que se trabalha mais na sua 
formação e construção não como uma técnica clausular mais efetiva, no sentido de 
se trocar de faturas, observar a descrição analítica e correta, a definição do preço, 
normalmente estão dispostos em documentos sintéticos. 
 
3.1. ACEITAÇÃO POR COMPORTAMENTO CONCLUDENTE (artigo 18) 
Comportamento adotado por um dos agentes econômicos visando formalizar o 
contrato, ou para aceitar a proposta, a troca de fatura, a liberação de créditos, 
envio de mercadorias. 
A mais comum é a comprae venda sobre documentos, aquela liberação de linha 
de crédito para exportação e importação. Por exemplo: BNDS. 
Não temos um aspecto formal, e sim uma proposta clara e abrangente, mais célere 
e eficaz para que promova uma conclusão em toda operação econômica que 
envolva a troca de bens, fatura. 
 
3.2. OBRIGAÇÃO FUNDAMENTAL (artigo 25) 
Pontua o correto adimplemento das obrigações internacionais, de modo que não 
tiverem essas características pode-se dizer que tem um inadimplemento. 
 
Em outras palavras, o artigo define o que foi corretamente pago e efetivado e 
define quando efetivamente terá o adimplemento, chamando de obrigação 
fundamental. 
 
A obrigação fundamental reúne três pontos, haverá uma quebra da obrigação 
quando existir um prejuízo fundamental previsível pelas partes e identificável pela 
pessoa condenada. 
• O prejuízo fundamental é uma privação daquilo que é esperado; 
• Previsível é aquilo que desde o momento da formação do contrato 
identificado; 
• Ponderado, é aquilo que razoavelmente se deu. 
 
3.2.1. PREJUÍZO FUNDAMENTAL 
É uma privação daquilo que era esperado com o contrato. 
 
3.2.2. PREVISIBILIDADE 
Desde o momento da constituição do contratado era aquilo que era identificado. 
 
3.2.3. PESSOA PONDERADA (pessoa razoável) 
O que tinha uma razoabilidade. 
Terá o adimplemento quando tiver a exatidão e a pontualidade, o que chamamos 
de adimplemento formal. 
 
A CONVENÇÃO DE VIENA não trabalha com o adimplemento formal, e sim o 
adimplemento substancial, tendo que provar os três itens acima mencionados. 
Assim não é o simples descumprimento do que está escrito que é verificado o 
inadimplemento, tem que ser inadimplemento material/ substancial. Podendo 
6 
 
verificar o inadimplemento antes do vencimento da prestação (inadimplemento 
antecipado). 
 
3.3. INADIMPLEMENTO ANTECIPADO (artigo 72): é um adimplemento 
substancial, podendo identificá-lo antes do vencimento da prestação. 
 
Por que o inadimplemento antecipado existe? Porque a convenção trabalha com 
o adimplemento substancial, não uma noção meramente formal. Isso diverge no 
direito interno, que é extremamente focado no adimplemento formal. 
 
3.4. EXTENSÃO PERDAS E DANOS (artigo 74 a 76) 
Os limites das perdas e danos, até onde pode efetivamente quantificar perdas e 
danos e como se quantifica as perdas e danos. Falando assim sobre perdas e danos, 
expectativas, lucro cessantes. 
 
3.5. “DUTY TO MITIGATE THE LOSS” (artigo 77) 
Dever de mitigar o prejuízo – o STJ aplicou em algumas situações internas no Brasil 
(inclusive existe um enunciado neste sentido), por força de interpretação do artigo 
422 do Código Civil. 
Neste artigo 77 diz que a pessoa lesada pelo inadimplemento tem o dever de litigar 
o próprio prejuízo, isso não é uma faculdade ou uma mera liberalidade, e sim tem 
o dever jurídico de limitar o próprio prejuízo. 
Ainda a convenção veda o dolo de aproveitamento (a pessoa se aproveitar da 
quebra da bolsa de valores, vantagens frente a perdas e danos), todas essas 
questões são afastadas frente ao inadimplemento material. 
 
3.6. COMPORTAMENTO CONTRADITÓRIO (artigo 80) 
Nenhum agente econômico pode se valer de um benefício que seja contrário ao 
comportamento concordado anteriormente, reconhecido como VEMIRE CONTRA 
FACTUM PROPRIUM. 
É aceito no ordenamento com base no abuso do direito, com fundamento no artigo 
187 do Código Civil. 
 
INCOTERMS 
 
1. CONCEITO E FUNÇÃO 
Não tem previsão específica na Convenção, os incoterms são cláusulas acessórias 
que distribuem os riscos, custos e logística em relação a isso, como se distribuem 
os riscos de uma forma inteligível, rápido se eficaz. 
Os incoterms foram elaborados para o ganho e eficiência, de maneira universal e 
de fácil compreensão de agentes econômicos de países distintos. 
 
Esses incoterms são mimetizáveis - transformando em siglas algo que é complexo. 
Sabendo qual dos agentes econômicos irá pagar o agente transportador, quem será 
responsável por apresentar o agente transportador, o modal utilizado. 
São siglas que sintetizam todas as obrigações. 
 
Isso surgiu na década de 20, na convenção de comercio francês – com função de 
fornecer segurança e previsibilidade maior ao comercio exterior, também minorar 
as diferenças de linguagem e costumes ao que se refere aos riscos do comercio de 
mercadorias. 
 
2. GRUPOS 
Esses grupos gradualmente vão aumentando a responsabilidade do exportador. O 
grupo E tem uma menor responsabilidade e o grupo D tem maior responsabilidade 
 
2.1. PARTIDA “È” – ex W 
Tem uma menor responsabilidade do exportador. 
Significa dizer que o importador/ comprador ele tem toda a responsabilidade de 
apanhar a mercadoria no local indicado pelo comprador, desembaraçá-la, colocar 
no transporte e trazer para o local de destino, desembaraçá-la no porto do local de 
destino e entregar no destinatário. 
Toda a responsabilidade é do comprador, isso é gradualmente tratado nos grupos. 
 
2.2. DESEMBARAÇO “F” – free 
Free – mercadoria desembaraçada. 
São livre dos custos aduaneiros, pois tudo tem um custo tanto material e tempo, 
que demandam agentes especializados sobre as questões aduaneiras. 
Existem custos aduaneiros na saída e na entrada em que será entregue. 
 
Free on board – que o exportador se compromete a entregar a mercadoria 
desembaraçada no porto de origem e entregá-la no porto do destinatário final. 
 
7 
 
2.3. DISTRIBUIÇÃO DE CUSTOS E RISCOS TRANSPORTE “C” – CAF 
Os grupos C é o custo de frete, são aqueles que distribuem os custos e riscos do 
transporte. 
Disciplinando quem vai arcar com o custo do frete, segurado e o risco das coisas 
transportadas. 
 
O exportador apenas arca com o custo do frete, mas os custos dos riscos do 
transporte e segurado são do importador/comprador. 
Também tem aqueles que os custos do frete serão divididos entre o exportador e 
o importador. Por fim, aquele que o custo pertence apenas ao importador ou 
exportador. 
Sendo assim, divididos em quadro grupos. 
 
2.4. ENTREGA “D” – delivery 
A responsabilidade maior é praticamente plena de exportador. Com o dever de 
desembaraçar com o custo e o frete até o destino. 
Dividido em três modalidades. 
 
A última foi criada com 11 termos. 
 
A cláusula hard chip está prevista nos princípios dos contratos da UNITROID, na 
hipótese de alteração de circunstâncias, assim, se a base material do contrato for 
alterada por circunstâncias excepcionais prevê um dever de renegociação do 
contrato. Se as partes não comparecerem para renegociar, haverá uma quebra do 
contrato e a parte lesada pela alteração da circunstância pode dar por extinto o 
contrato, caso não tenha uma repactuação também pode ser liberada da 
prestação. Cláusula de renegociação. 
 
 
17 DE OUTUBRO DE 2019 
 
 
CONDIÇÃO JURÍDICA DO MIGRANTE – LEI 13.445/17 E DECRETO 9.199/97 
 
1. PLANO DE ANÁLISE DO MIGRANTE NO BRASIL 
o Estatuto do Estrangeiro foi marcado pela aquilo que chamamos de doutrina da 
segurança nacional, que protegia o território brasileiros e os brasileiros, o 
estrangeiro era visto com desconfiança. 
Podendo o estrangeiro ser um elemento desagregador da sociedade brasileira, 
uma espécie de boicote (no sentido de criar problemas para tecnologia nacional, 
criando problemas para economia nacional). 
 
Assim, o Estatuto do estrangeiro de 1980/1982 foi proteger brasileiros em 
território brasileiro, frente a potenciais inimigos chamados de estrangeiros (não 
recepciona bem em território nacional, apenas abrindo brechas para vistos). 
Impedindo o estrangeiro de realizar manifestações políticas e até opinar 
politicamente, preso imediatamente com o medido de expulsão, sem garantias 
especiais do processo penal, condição positiva de ameaça. 
 
O Brasil foi gradualmente transformando o pensamento sobre o estrangeiro no 
paísdeixando se ser inimigo, transformando o deslocamento geográfico de pessoas 
em território não é apenas uma questão esporádica e um fenômeno isolado e nem 
pode ser visto apenas como invasões territoriais, busca de acesso de informações. 
O estrangeiro deixou de ser inimigo, e sim como parte integrante do processo de 
fluxo de trânsito de pessoas. 
 
Esse processo de fluxo de trânsito de pessoas é reconhecido como migração. 
Sendo assim a migração é o deslocamento. O MIGRANTE – é a pessoa que se 
desloca do país natal para outra região, podendo ser de maneira temporária ou 
com ares de definitividade. 
 
Ainda que não tenha a pretensão de morar no local, o estudante será migrante 
porque temporariamente está no país. E a gama de situações que envolve o fluxo 
de pessoas em processo migratório. 
 
Além do deslocamento para estudar, podem se deslocar para trabalhar, aliciadas 
para trabalhar, para serem escravas, tráfico sexual entrar com o objetivo de fugir 
de uma situação de calamidade pública, fugindo de uma situação em que há 
progressivas e sistemáticas perseguições de direitos humanos, perseguição 
politicas (com o atual ente dominante do país). 
 
8 
 
O que é condição jurídica do migrante? É como o Brasil regulamenta todas essas 
situações acima mencionadas. 
 
Ou seja, como o Brasil trata uma pessoa que entra em um dos aeroportos do país, 
em uma embaixada ou em território consular, ou quer vir para cá e se empregar no 
país, ou quando trata as pessoas que entra de maneira irregular, pessoas 
indocumentadas (seja documentadas ou indocumentadas) quais direitos possui 
frente aos nacionais, os internacionais. Quais as obrigações do poder publico para 
aceitar essas pessoas que não são brasileiras, em relação aos direitos das pessoas, 
se estão asseguradas no mesmo patamar de igualdade que os brasileiros, se há 
uma diferença de igualdade de tratamento, a oportunidade de empregos formais, 
acessos à educação formal pública, acesso à programas sociais públicos. 
 
A LEI DE MIGRAÇÃO – não vê o estrangeiro com um potencial infiltrador que 
poderia causar problemas, encarando como pessoas humanas em fluxo 
migratório/ que estão inseridas em um contexto de migração/ inseridas em 
um fenômeno global de trânsito de pessoas. Com o objetivo de aproximação 
das pessoas. Pautada em Direitos Humanos. 
 
1.1. ENTRADA DO MIGRANTE 
Quando se estuda o migrante em território nacional tem que saber como ele entra 
no território nacional, se possui discricionariedade e quais são as responsabilidades 
em relação aos migrantes admitidos. 
 
A partir do momento em que é admitido o migrante no Brasil, quais são as 
responsabilidades como país inserido em uma sociedade internacional voltada 
para a proteção dos direitos humanos, qual a responsabilidade que o país tem com 
os imigrantes admitidos, isso é a forma de entrada. 
 
Quais são os requisitos que o país pode estabelecer para que entrem no território 
nacional? Além disso, uma vez que já entraram como fica a lei para o migrante? 
 
2. PERMANÊNCIA DO MIGRANTE 
 
Quais direitos o migrante tem em território nacional? Se existe uma diferenciação 
entre migrantes e nacionais? É possível o Poder Público Brasileiro estabelecer 
diferenças entre migrantes e brasileiros? E quais seriam essas diferenças que não 
ofendam o princípio da igualdade? 
 
3. SAÍDA COMPULSÓRIA DO MIGRANTE: tem que ser interpretada a luz da 
proteção internacional dos direitos humanos, de modo não afrontar o direito das 
pessoas e a dignidade da pessoa que está sendo retirada do território nacional. 
 
Quando um país pode de maneira legitima sem ofender a proteção internacional 
dos direitos humanos pode retirar compulsoriamente o migrante em território 
nacional – deportar/extraditar/ impedir a entrada. 
 
4. CONCEITO BÁSICOS (LM 1º) 
 
4.1. MIGRANTE: pessoa inserida em um contexto migratório, é aquela 
pessoa que se desloca da sua região de origem, para outra região (está em um 
processo de deslocamento – saindo de sua região de origem e se desloca para outra 
região) para se estabelecer na nova região em termos definitivos ou temporários. 
 
Assim temos espécies de migrante: 
 
• IMIGRANTE: não nacional, que se deslocou da sua região de origem para o 
território nacional (sabe-se quem é nacional a partir do artigo 12 da CF). 
• EMIGRANTE: são brasileiros/ nacionais que saem do território nacional e 
vão se estabelecer em território estrangeiro, e que o brasil também tem o dever 
de protegê-los. Por isso existem as embaixadas em diversos países e consulados 
em principais cidades. 
 
4.2. RESIDENTE FRONTEIRIÇO (LM, 23 a 25): é muito importante para 
o Estado do Paraná, que diversos países ao lado com cidades fronteiriças. 
As cidades fronteiriças são aquelas que está no limite na divisa com outro país, 
por exemplo Foz do Iguaçu que tem divisa com a Argentina e o Paraguai, que ao 
atravessar uma ponte está em outro lugar. 
 
O que são residentes fronteiriços? São aquelas pessoas que residem em um país e 
trabalham em outro país. 
Nas cidades fronteiriças há uma divisão de países. 
9 
 
A lei de migração fala que a pessoa está em um fluxo migratório, sendo nesse 
fluxo está sobre a incidência de dois regimes jurídicos diferentes. Possuindo 
um registro especial que o habilita a trabalhar em território nacional mesmo 
sendo estrangeiro, há uma facilitação de circulação (isso faz com que as 
pessoas de uma maneira rápida e eficiente possam se deslocar). 
 
4.3. APÁTRIDA 
O Brasil é signatário da convenção Internacional de 1954 de proteção aos apátridas 
e restrição a apátridia, são aqueles que não possuem nenhum vínculo com o país, 
não pertencendo a nenhum país. 
 
O Brasil prima pela vedação da apátrida, criando restrições para vedação da 
apatridia. Sendo os apátridas também em fluxo migratório, pois eles saem de sua 
região de origem ainda que não reconhecidos como nacionais daquele país, e vem 
até o Brasil e necessitam de uma proteção. 
 
4.4. REFUGIADO (LEI 9.474/97): pessoa que está em deslocamento e 
não pode permanecer no seu estado de origem, porque há sistemáticas de 
violações dos direitos humanos fundamentais. O país de origem não consegue 
garantir que os direitos humanos fundamentais e básicos. 
 
As principais causas de refúgio: guerra, conflito armado, problemas ambientais 
(refugiados ambientais, pessoas que são vítimas de eventos climáticos como 
aconteceu no Haiti), no caso da Venezuela (o país não está conseguindo se 
estruturar suficientemente para assegurar os direitos básicos da população, seja 
por questões políticas, econômicas). 
 
O Brasil é receptor de refugiados, tendo dois países que são fontes desses 
refugiados um deles é a Venezuela e o Haiti. 
 
O asilo é diferente de refúgio. Sendo o asilo uma causa específica para o processo 
migratório, que são de caráter político: quando a pessoa está sofrendo perseguição 
política e busca em outro país a proteção 
 
• ASILO TERRITORIAL: por perseguição política a pessoa ingressa em 
território brasileiro e chega em uma fronteira terrestre e solicita o asilo político. 
Caso seja concedida, como um país não pode invadir no território do outro sob 
pena de um ilícito internacional grave e processo. o caso de apanhamento do 
asilado em território estrangeiro seria chamado de Abdução. 
Passando a ganhar proteção do país. 
 
• ASILO DIPLOMÁTICOS: aqueles que ocorrem nos consulados e 
embaixadas. De maneira tal, que a pessoa entra na embaixada e solicita o asilo. 
Proteção diplomática da pessoa, sendo abrigada politicamente dentro das 
embaixadas do país. 
 
4.5. AUTORIZAÇÃO DE RESIDÊNCIA (LM, 30 e 36): substituiu a figura do 
visto permanente. 
A autorização de residência se dá quando o migrante requer na Polícia Federal a 
permanência no país de maneira temporária ou definitiva, isso pode acontecer por 
meiode vários fundamentos. Por exemplo: saúde, estudo, trabalho, questões 
humanitárias, reunião familiar, filhos brasileiros. 
Está é justamente a autorização que se ao migrante para permanecer no Brasil e 
construir relações mais fortes, construir residências, utilizar de serviços públicos. 
 
Artigo 5 da CF – aqueles direitos fundamentais são extensivos a estrangeiros 
residentes no Brasil. O STF entende que não se limita a brasileiros residentes no 
Brasil, todo e qualquer migrante em território brasileiro. 
 
A pessoa que tiver em território nacional, mesmo que não documentada (sem 
autorização de residência) tem direito a cobertura previdenciária, assistência 
social, sistema único de saúde, segurança pública. 
O caso julgado pelo STF é de assistência social – LOAS. 
 
4.6. REUNIÃO FAMILIAR (LM, 37): se o estrangeiro tem filhos no 
território brasileira, cônjuge no território brasileiro, ascendentes tem direito a 
reunião familiar, podendo pedir a autorização para residência tendo como objetivo 
a integralidade familiar – que a família não pode ser desconstituída por conta do 
fluxo migratório. 
 
4.7. ACOLHIDA HUMANITÁRIA: é para hipóteses de asilo e refúgio, em 
que o Brasil reconhece e acolhe pessoas que estão em situação de hiper-
10 
 
vulnerabilidade decorrente do fluxo migratório, protegendo as pessoas asiladas e 
a situação de refúgio. 
 
Na Corte Interamericana de Direitos Humanos emite opiniões consultivas (são 
pareceres que os estados integrantes OEA pedem para interpretar alguns dos 
dispositivos da Convenção de UNIDROID, Tratados), sendo duas importantes: 
 
• Opinião consultiva 18/2003: migrantes indocumentados, são aquelas 
pessoas que estão em situação de extrema vulnerabilidade. E ingressam em 
território nacional sem ter o visto/ autorização de residência/acolhida 
humanitária/ reunião familiar. 
Se a pessoa está indocumentada, ela não pode ter um emprego formal e sofrer 
com a escravidão urbana. 
Essa opinião fala, não expulse uma pessoa por problemas documentais, integre a 
pessoa no contexto de trabalho e evite ao máximo retorná-la ao estado de origem. 
Porque se ela está no seu país porque no país de origem não está bom. 
 
A ESCRAVIDÃO URBANA tem como objeto de destino estrangeiros 
indocumentados. 
 
Estabelecendo um dever para todos os países que são signatários do acordo, 
determinado que não se deporte imediatamente, se busque regulamentar e apenas 
na real impossibilidade de se documentar a pessoa que será deportada para países 
que não coloquem o migrante de risco a sua integridade física. 
 
• Opinião consultiva 21/2014: recebimento em aeroportos, portos, 
terminais de entradas de crianças e adolescentes em fluxo migratório. Aplicando a 
doutrina da proteção integral da criança e adolescente no processo de entrada, 
restringindo o arbítrio da aceitação dos estrangeiros no território nacional. Com o 
objetivo de não se separar a criança e adolescente no processo migratório. 
 
5. VISTOS: é uma pré-autorização de entrada no país, por si só o visto não 
confere o direito de entrada no país. É apenas uma pré-análise documental, caso 
esteja em ordem é emitida uma pré-autorização de entrada nos países. 
Os países não são obrigados a aceitar estrangeiros no seu território nacional, os 
países podem impedir a entrada dos estrangeiros em território nacional. 
Por exemplo: como aconteceu no dia 11 de setembro em que o EUA proibiu a 
entrada de pessoas no país. 
A Proteção De Direitos Internacional uma vez que o estrangeiro em território 
nacional, ele tem dever jurídico internacional de proteger na mesma dimensão de 
que os seus nacionais. 
 
5.1. VISITA 
• Visto de visita/ turista/ negócios – só que este visto proíbe o estrangeiro 
de realizar atividades remuneratórias no território nacional (antes ou ser 
remunerado por não nacionais). Sendo do período 90 dias de um ano migratório. 
 
5.2. TEMPORÁRIO: para permanecer um período no país e exercer um 
serviço e se remunerado. Também para tratamento de saúde, educacionais, 
formação. 
 
Tanto o visto de visita como o visto temporário podem ser revertidos para 
autorização de residência, quando eles extrapolam o período estabelecido 
incialmente, se o custo e a pessoa necessitam auferir dinheiro. 
 
5.3. OFICIAL: em sentido estrito: são para períodos curtos. E fornecidos 
para autoridade públicas oficiais estrangerias emitido diretamente pelo Ministério 
das Relações Exteriores. 
 
5.4. DIPLOMÁTICO: para os integrantes de missões diplomáticas de 
países admitidos em território nacional. 
 
5.5. CORTESIA: são para os empregados e funcionários ligados aos 
integrantes da carreira diplomática. Por exemplo: babas, cozinheiros, motoristas. 
São os integrantes das funções diplomáticas, que permitem múltiplas entradas. 
Que prestam serviços diretamente aos diplomatas e admitem múltiplas entradas 
e saídas. 
 
6. DIREITOS DO MIGRANTE NO BRASIL 
Diferença entre migrante e nacional apenas na Constituição Federal, que permite 
o tratamento diferenciado. Como os cargos públicos que podem ser ocupados 
11 
 
apenas por brasileiros natos e naturalizados, determina lei federal limitar o 
funcionalismo público estrangeiro (artigo 37, I, CF; 207 CF). 
 
Para obter emprego formal, o estrangeiro tem que requerer no Conselho Nacional 
de Imigração (CNI). No pedido de autorização de residência para que o imigrante 
obtenha um emprego formal. 
 
CONARE – Conselho Nacional de Refugiados, está em situação de vulnerabilidade 
e terá problemas para conseguir empregos. Devendo ser realizada a acolhida 
humanitária, analisando a situação de refúgio e protege para que sofra maiores 
problemas com relação a sua integralidade física. 
 
7. SAÍDA COMPULSÓRIA DO MIGRANTE: quando o país não deseja aquele 
migrante permaneça em território nacional. 
 
7.1. IMPEDIMENTO DE INGRESSO E REPATRIAÇÃO (LM, 45 e 49; 
Decreto, 171 a 175). Portaria 770/19/ MJ: o impedimento de ingresso e 
repatriação no país. Quando o migrante é impedido de entrar no território 
nacional, devendo regressar imediatamente. 
 
Verifica que o não nacional não chega entrar em território nacional. O fato de ter 
que voltar imediatamente é reconhecido como repatriação – devolver o 
estrangeiro. 
A Portaria Regulamenta – estabelece hipóteses do impedimento de ingressos, são 
as pessoas consideradas perigosas e aquele estrangeiro não está autorizado a 
entrar no país; pessoas que já condenadas em conflitos e eventos esportivos; 
pessoas investigadas de Estado, Tratado de Roma; pessoas enquadradas em crimes 
de terrorismo; pessoas que não tenham visto e seja exigido o visto. 
 
Essa repatriação obedece ao prazo de 5 dias, com direito a acessória da DPU. 
 
A pessoa está sendo temporariamente impedida de entrar no país. Nenhuma 
hipótese pode se repatriar pessoa e colocá-la em Estado de risco. 
 
7.2. DEPORTAÇÃO (LM, 50 a 53; 187 a 191, Dec.): problema 
documental, com a diferença que a pessoa já está em território nacional, mas está 
irregular. 
Nesse caso tem que se conceder prazo para o migrante regularize a sua condição, 
caso não consiga será realizada a deportação com o procedimento semelhante com 
a repatriação. 
 
7.3. EXPULSÃO (LM, 50 a 60): é o caso do estrangeiro não desejado, 
que ofendeu a ordem pública, que cometeu crimes desde que não sejam de menor 
potencial ofensivo e que evidentemente não sejam de menor potencial ofensivo e 
sejam previstos como crime na legislação no Brasil. 
 
7.4. EXTRADIÇÃO (COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL – LM, 
ART. 81 a 97): é uma hipótese de cooperação jurídica internacional, sendo um 
pedido pela via diplomática, que o país requer o seu nacional seja encaminhado 
para que responda o processo criminal ou cumpra a pena no país de origem. 
A decisão é compartilhada entre o STF e o Presidente. 
 
24 DE OUTUBRO DE 2019Fato transnacional – que contenha elemento de estraneidade, acarreta o 
entendimento sobre a possível incidência de dois ou mais ordenamentos jurídicos. 
Em alguns momentos será necessário enfrentar essa questão jurídica (em qual 
momento se aplica o fato de natureza transnacional – quais os possíveis 
ordenamentos jurídicos incidentes sobre aquela questão serão determinantes/ 
escolhido para aquele fato) – essa é a ideia central do direito internacional 
privado. 
 
Até então tem o conflito de leis materiais, leis que regram o ordenamento em si 
(com um método conflitual que indicava qual o ordenamento jurídico aplicável ao 
fato transnacional, com regras transnacionais). 
 
ANTES DE SABER EFETIVAMENTE QUAL LEI SE APLICA A AQUELE FATO DE 
NATUREZA TRANSNACIONAL, TEMOS QUE SABER SE O JUIZ NACIONAL É 
COMPETETE (JURISDIÇÃO) PARA ENFRENTAR AQUELA FATO DE NATUREZA 
TRANSNACIONAL. Isso está relacionado aos limites da jurisdição brasileira que tem 
consequências importantes na esfera jurídica e no limite da soberania brasileira 
frente à soberania dos outros países (até que ponto o juiz brasileiro tem poder de 
interferir na esfera jurídica de um não brasileiro ou de uma empresa que não seja 
nacional). 
12 
 
“COMPETÊNCIA INTERNACIONAL DO JUIZ BRASILEIRO” – artigo 21 do CPC. Trata 
dos limites da jurisdição nacional frente a estrangeiro, ou seja, frente a fatos que 
se conectam a outros ordenamentos jurídicos. É nesse sentido que se fala de uma 
delimitação da jurisdição internacional brasileiro, os limites de aplicação de uma 
lei. 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL INTERNACIONAL – são regras adjetivas que 
regulamentam o processo, com seus princípios e seus diretrizes voltados a fatos de 
natureza processual. 
 
Os MECANISMOS DE COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL – um processo que 
tenha repercussão em outros países, e muitas vezes o fato está sendo processado 
nesses países e eles precisam de ajuda para a realização de determinados atos nos 
processos. É a ajuda mútua para o desenvolvimento de processos judiciais que 
tenham como objeto fatos de natureza transnacional/fatos que por outra razão 
se interconectam com outros sistemas normativos. 
Por exemplo: Brasil pode pedir ajuda a um país para o desenvolvimento do 
processo, sendo a recíproca verdadeira. 
 
1. LIMITES DA JURISDIÇÃO: jurisdição é o exercício de poder/ de soberania. 
Então o limite de jurisdição é o poder de resolver litígios concretos existentes em 
um determinado território. 
Respeito mútuo entre os países – com relação a soberania jurisdicional. 
 
1.1. CONFLITO DE JURISDIÇÃO: é a possível incidência de mais de um 
Poder Judiciário sobre o mesmo fato transnacional. 
 
“O Conflito de jurisdição é quando dois ou mais países não estão harmonizados em 
relação ao enfrentamento de determinado fato que tem repercussão 
internacional”. 
Por exemplo: se uma empresa holandesa negocia com brasileiro em território 
brasileiro, haverá conflito de jurisdição se o ordenamento jurídico holandês quiser 
julgar o fato por ser uma empresa nacional holandesa. E o ordenamento jurídico 
brasileiro quiser julgar o fato por ter sido negociado em território brasileiro. 
Quando os fatos não estão em harmonia entre si. 
 
 
1.2. CONFLITO POSITIVO DE JURISDIÇÃO: no sentido de que dois ou 
mais países reivindicam/ declaração a jurisdição sobre aquele fato. 
 
Nesse caso gera a litispendência de processos relacionados ao cenário 
internacional, isso é uma consequência do conflito positivo de jurisdição, quando 
dois países exercem a jurisdição sobre o mesmo fato. 
 
1.3. CONFLITO NEGATIVO DE JURISDIÇÃO: quando ou dois ou mais 
país/ ou simplesmente nenhum país quer julgar o fato. 
Negativa do acesso a jurisdição de todos os países envolvidos no fato transnacional. 
Por exemplo: caso famoso da África e empresa Norte Americana de exploração de 
petróleo. 
 
1.4. CONTEÚDO NEGATIVO DE JURISDIÇÃO (LIMITES): visam 
enfrentamento da problemática de conflito negativo de jurisdição. 
 
O conteúdo negativo é quando limita a jurisdição – não tem legislação para além 
disso/ a jurisdição do juiz é apenas até determinados assuntos. 
Dessa maneira, existiram assuntos e questões/ temáticas que estão fora do alcance 
do poder jurisdicional brasileiro, passa a ser um conteúdo negativo. 
 
1.5. CONTEÚDO POSITIVO DE JURISDIÇÃO (DEVER DE JULGAR): é mais 
comum no direito penal. 
Vem as fontes internacionais/ internas harmonizando-se entre si e determina que 
o juiz tem que julgar isso, não importa o que os outros juízes de outros países 
queiram, não importa tratados internacionais que o país é signatário. Essa matéria 
você tem o dever de julgar/ obrigatoriamente julgar. 
 
 - Artigo 7° do Código Penal Brasileiro. 
 
1.6. JURISDIÇÃO ABUSIVA (“FÓRUM NON GNVENIERS”): esses dois 
conteúdos geram uma grande discussão no cenário internacional, para o que é 
reconhecido como jurisdição abusiva, em contraposição ao acesso à justiça. 
 
Confronto entre o exercício extremamente amplo de jurisdição que repercutiu em 
uma jurisprudência internacional reativa. 
 
13 
 
Jurisdição abusiva é quando o país diz que pode julgar qualquer coisa. Ele começa 
a tomar decisões judiciais que envolvam fatos que não tenham a mínima conexão 
com relações jurídicas internas, consequentemente repercutindo suas decisões em 
pessoas não nacionais, estrangeiras e pessoas que evidentemente não tiveram 
relações com aquele país. Isso aconteceu de maneira forte no EUA 
(responsabilidades de empresas multinacionais/ transnacionais que se envolveram 
em situações danosas no exterior). 
 
 - CASO CHEVROM (empresa de exploração de petróleo): acidente de 
derramamento de petróleo no Equador, danos à saúde das pessoas, ao meio 
ambiente e a Chevron foi condenada e a do Equador não tinha dinheiro suficiente. 
Começaram a pedir a homologação da sentença em lugares em que a Chevron 
tinha subsidiaria. Solicitaram uma homologação de sentença estrangeira 
contestada – STJ – com o objetivo de condenar a Chevron ao pagamento. O STJ 
reconheceu que a Chevron do Brasil não compõe o título executivo judicial e a 
subsidiaria estava apenas a título de investimento (não era uma extensão), então 
o poder decisório da matriz não repercutia diretamente na subsidiária brasileira, 
nesse caso não há conexão que ligue a Chevron ao território brasileiro, 
consequentemente não tem como condenar a Chevron brasileira, porque carece 
o juiz brasileiro a jurisdição. 
 
São quatro fatos que verificam se há conexão daquilo que ocorreu no território 
estrangeiro com o território nacional, se não preenchidos não terá conexão 
nacional. 
• Se as pessoas envolvidas também atuam em território nacional; 
• Se há repercussão econômica daquela relação no território nacional; 
 
1.7. ACESSO A JUSTIÇA (“FÓRUM NECESSATIS”): em contraposição a isso 
não se pode negar o acesso à justiça. 
FORUM NECESSATIS – tem que existir um foro da causa necessário, esse direito 
humano está previsto em tratados internacionais. 
 
Não pode ser criados mecanismos que impeçam um foro de jurisdição, pois estarão 
elas sem o poder de exercício do seu direito. 
 
- CASO SENEGAL VS BÉLGICA. 
2. DELIMITAÇÃO DA JURISDIÇÃO INTERNACIONAL NO BRASIL 
Delimitar a jurisdição internacional no Brasil. 
 
2.1. FONTES INTERNACIONAIS: atualmente são pautadas em tratados 
internacionais. 
Se a questão judicial versão sobre alguma matéria envolvida nesses tratados, como 
são internalizados o juiz não irá adotar o codigo de processo civil (artigo 13 CPC), 
isso se dá pela lei especial derroga a lei geral. 
Tratados internacionais sobre direitos humanos segundo a jurisprudência do STJ 
são recebidos como normas supralegal. 
 
 1° Convenções de Haia – Sequestro Civil de Crianças e Adolescentes 
(problema do direito de visita – artigo 12 – fixa a competência no domicílio 
habitual da criança) e Alimentos(artigo 22, alínea “a” “b” – fixa a competência do 
juiz do domicilio do credor alimentando, estende a competência para o local onde 
os bens do devedor/alimentante dos alimentos esteja localizado); 
 2° Protocolo de Buenos Aires – fixa a competência das discussões 
contratuais ocorrida no âmbito do Mercosul. 
 3° Tratados de extradição. 
 
2.2. FONTES NACIONAIS: o regramento está pautado no Código de 
Processo civil, nos artigos 21 e ss, conjuntamente o regimento interno do Superior 
Tribunal de Justiça (afeta a competência STJ). 
Esses dispositivos delimitam a jurisdição do juiz brasileiro em casos de conexão 
nacional, que enfrentam fatos transnacionais. 
 
2.2.1. COMPETÊNCIA CONCORRENTE (CPC, 21 e 22): a ordem 
jurídica brasileira também reconhece competência/jurisdição estrangeira. 
Em função disso, as ações acabam tramitando em paralelo irá prevalecer aquela 
que primeiro for concluída e reconhecida em território nacional 
Por isso, deve se ler os artigos 21 e 22 do CPC em conjunto com o artigo 24 (que irá 
determinar a ausência de litispendência no cenário jurídico internacional), então 
se a competência for concorrente é possível ter uma ação tramitando p. ex. em 
Paris e Rio de Janeiro. 
São seis hipóteses de competência concorrente, três delas estão descritas no 
artigo 21 e três no artigo 22 do CPC. 
14 
 
• Pessoas que estão domiciliadas em território nacional (§único – aquelas 
que tem sede em território nacional), se uma das partes envolvida residir em 
território nacional. 
• Se a obrigação travada na relação jurídica transnacional e discutida no 
processo judicial tem o dever de ser cumprida em território nacional. Por exemplo: 
assinado em Paris, mas uma das partes fixou a obrigação em território nacional (p. 
exe. Realizar a entrega de um bem). 
• Se o fundamento da causa ou fato que originou a causa ocorreu no Brasil, 
se repercute de maneira danosa em território nacional. 
• Os alimentos têm o mesmo regramento da Convenção de Haia – fixa a 
competência para a jurisdição brasileira quando o alimentando tiver domicílio em 
território nacional e o alimentante tiver bens em território nacional. 
• Fixa a competência em território brasileiro para pessoa/ consumidor que 
estiver domiciliado em território nacional (consumidor a parte vulnerável). 
• Quando as partes convencionarem que a jurisdição será exercida em 
território nacional. 
 
Caso a decisão estrangeira ocorrer antes de uma decisão brasileira, será realizada 
a homologação pelo STJ. 
 
2.2.2. COMPETÊNCIA EXCLUSIVA (CPC, 23): são assuntos que 
dizem respeito diretamente a soberania do país. 
Será de competência de juiz brasileiro, se isso não ocorrer não terá efeitos em 
território nacional. 
• Questões envolvendo território (imóveis, inventário, herança, sucessão 
testamentaria, legado que envolva imóveis, herdeiros testamentários que 
impliquem a transmissão dos imóveis, partilha de bens referente a imóveis). 
Competência exclusiva. 
 
2.3. AUSÊNCIA DE LITISPENDÊNCIA (CPC, 24): privilegia a lei especial 
(tratado internacional) afastando o codigo de processo civil. 
Salvo o que diga em tratado, não há litispendência internacional, ou seja, o 
processo pode correr em paralelo com outro país 
Se não houver a decisão definitiva no Brasil, será promovida a homologação de 
decisão estrangeiro no STJ e terá efeitos no Brasil. 
 
2.4. ELEIÇÃO DE FORO (CPC, 25): que as partes convencionam o foro. 
 
 
COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL 
 
Cooperação jurídica internacional não é apenas delimitar que o juiz brasileiro é de 
fato competente ou não. 
 
Quando estamos falando em cooperar é administrar um processo já em curso e 
reconhecer que em determinados atos processuais terão eficácia apenas com a 
decisão estrangeira, de modo que precisa de um auxílio. 
 
Cooperação jurídica internacional – é o auxílio bruto realizado entre países para 
regular a eficácia para o desenvolvimento, que atos processuais estrangeiros 
possam ter eficácia em território brasileiro e vice e versa. 
 
O poder público brasileiro que está cooperando com o Estado estrangeiro, ou é um 
ato processual (que interessa em processo brasileiro) que deverá ser realizado em 
território estrangeiro ou repercutir em território estrangeiro (é uma ajuda mútua). 
 
Os PRINCÍPIOS estão dispostos no artigo 26 do CPC e os objetivos (artigo 27), 
geralmente apenas se coopera se houver respeito ao devido processo legal/ 
contraditório/ correta produção probatória/ publicidade/ direito à defesa. 
 
Os OBJETIVOS refletem os diversos mecanismos de cooperação jurídica 
internacional – promova a oitiva de testemunhas. 
 
HOMOLOGAÇÃO DE DECISÃO ESTRANGEIRA é o reconhecimento em território 
nacional os efeitos de uma decisão internacional. Sendo homologado através do 
procedimento do artigo 960/965. 
 
AUXÍLIO DIRETO aquele que se dá mediante autoridades centrais, em que o Brasil 
pede que uma medida seja promovida em seu interesse em território estrangeiro. 
Por exemplo: se uma brasileira teve filho com norte americano e precisa que pague 
alimentos, ela se vale dos mecanismos das autoridades centrais norte américas e 
15 
 
de acordo com o direito norte americano, com base no direito local terá uma 
decisão. 
PEDIDO DE INFORMAÇÕES é a requisição de informações que estão presentes em 
outros países. 
 
EXTRADIÇÃO que é a entrega de pessoa que está em outro país ou cumprimento 
pena em país estrangeiro. 
 
31 DE OUTUBRO DE 2019 
Continuação... 
 
1. CARACTERIZAÇÃO 
Fatos transnacionais que atraem o exercício de dois ou mais países, isso é o 
exercício da cooperação jurídica internacional. 
 
1.1. CONCEITO: é um auxílio mútuo entre países para exercer com 
eficiência e eficácia a função jurisdicional, os países precisam cooperar para que 
atos e decisões gerem efeitos em território estrangeiro. 
 
“Auxilia que o processo judicial chegue ao seu final através da cooperação 
internacional”. 
 
1.2. FUNDAMENTO: ESTADO COOPERATIVO (CR, 4°, IX): autoriza o auxílio 
mútuo entre os países. 
 
Deixa de ver os outros países como inimigos, e sim como auxílio mútuo. Com uma 
integração regional (MERCOSUL), UNIÃO EUROPEIA. 
As soberanias passam a ser mais flexíveis, com conteúdo mais aproximativas e 
cooperativas, então não é inconstitucional se reconhecer a possibilidade de gerar 
efeitos de uma decisão estrangeira em território nacional, tem fundamentos sobre 
a possibilidade de se apreender documentos, coagir determinados patrimônios, 
em interesses de outros países. 
Existe outro fundamento relacionado aos direitos humanos, pois se não tiver uma 
efetiva cooperação jurídica internacional não se instrumentará/ materializará o 
acesso à justiça. 
 
1.3. ACESSO À JUSTIÇA E IGUALDADE: fundamento relacionado aos 
direitos humanos, pois se não tiver cooperação não será possível instrumentalizar 
o acesso à justiça. 
• Pacto internacional de direitos cíveis e política 
• Convenção interamericana de direitos humanos 
• 100 regras de Brasília – para acesso à justiça de pessoas vulneráveis. 
 
Não adiantaria ser regras e métodos para o fornecimento ao acesso á justiça sem 
ter uma cooperação internacional entre os países. Além disso, fere a igualdade, 
pois com a cooperação jurídica internacional consegue tratar duas pessoas de 
maneira igualitária, não diferenciar um tratamento jurisdicional. 
 
1.4. PLURALIDADE DE INSTRUMENTOS (CIVEIS E CRIMINAIS): ambos são 
atendidos por um rol de instrumentos, alguns são apenas para a persecução penal 
(p. exe. Extradição) e outro para questões cíveis. 
 
Alguns dos instrumentos para a cooperação: 
• Homologação de decisão estrangeira; 
• Carta rogatória 
• Auxílio direito 
• Oitiva de testemunha 
 
2. HOMOLOGAÇAO DE DECISÃO ESTRANGEIRA (CPC, 960 a 965; RISTJ, 216 – 
A a 216 – M). 
A homologação de decisão estrangeira é uma ação,mediante o procedimento 
especial e tem natureza constitutiva e tem como objetivo o reconhecimento da 
eficácia jurídica de atos estrangeiros de natureza jurisdicional em território 
nacional. 
• NATUREZA CONSTITUTIVA: constituir os efeitos; 
• Reconhecer EFICÁCIA JURÍDICA: consequências a atos estrangeiros de 
natureza jurisdicional em território nacional. 
• O PEDIDO é o reconhecimento dos efeitos jurídicos da decisão em 
território nacional. 
• Na homologação de decisão estrangeira não se enfrenta MÉRITO da 
decisão estrangeira. Se enfrentar o mérito estará afrontando a soberania do Estado 
estrangeiro, o que se faz é JUÍZO DE DELIBAÇÃO – e análise se essa decisão 
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estrangeira de fato foi corretamente produzida, se é legitima (juiz competente, 
permitiu a produção de produção de provas, não ofende a ordem pública 
brasileira, dignidade da pessoa, não coloca riscos), ai sim faz a homologação. 
 
Artigo 205, inciso I, “i” da CF – competência concentrada, direta e originaria 
do STJ. 
 
2.1. PRODUÇÃO DE EFICÁCIA DE DECISÃO ESTRANGEIRA: as 
consequências da decisão proferida por juiz estrangeiro terão efeito em território 
nacional, sendo necessário à sua homologação. 
 
2.2. APLICAÇÃO INDIRETA DO DIREITO ESTRANGEIRO: a lei é aplicada por 
juiz estrangeiro e apenas homologado pelo STJ, com efeitos que podem ser 
reconhecidos no território nacional. 
 
2.3. MODELO DE AUTORIZAÇÃO: ATO JURÍDICO ESTRANGEIRO 
CODICIONADO: o ato jurídico só produzirá afeitos se passar pelo juízo de 
deliberação. Por isso é considerado condicionado. 
 
2.4. CONTROLE LIMITADO: JUÍZO DE DELIBAÇÃO 
É limitado para não ofender a soberania do país não adentra em questões de 
mérito. 
Na homologação de decisão estrangeira não faz juízo de revisão (reforma da 
decisão estrangeira) e nem juízo de cassação. Analisa-se apenas se a decisão foi 
legitima e respeitou os requisitos fundamentais do Brasil. 
 
3. AÇÃO DE HOMOLOGAÇÃO DE DECISÃO ESTRANGEIRA 
3.1. AÇÃO JUDICIAL CONSTITUTIVA: constitui efeitos em território 
nacional. 
 
3.2. CONTENCIOSIDADE LIMITADA: as contestações são restritas, os 
conteúdos alegáveis em contestação são limitados. Artigo 963 do CPC. 
 
3.3. DECISÃO DE NATUREZA JURISDICIONAL: PARALELISMO (CPC, 960, 
§1°): não é necessário para que seja homologada a decisão estrangeira que essa 
decisão tenha sido proferida por uma autoridade judicial, é possível que 
autoridades administrativas tenham proferido decisões com natureza judicial. 
Também questões que não precisam de homologação, como no caso de divorcio 
consensual sem filhos menores, ou bens imóveis poderá ser reconhecida de 
maneira direta (porque não precisaria de um juiz brasileiro). 
 
3.4. CONCESSÃO DO EXEQUATUR: promove a execução da decisão, como 
ato final da ação. 
3.5. REQUISITOS PARA HOMOLOGAÇÃO (CPC, 963) 
 
3.5.1. PRESSUPOSTOS FORMAIS (963, IV): são requisitos para o correto 
processamento da ação. 
• Tradutor juramentado; 
• Chancela consular (carimbo). 
 
3.5.2. CITAÇÃO VÁLIDA (963, II): no processo originário a pessoa tem que 
ter sido citada e a possibilidade e a prerrogativa de se defender e produzir provas. 
 
3.5.3. EXECUTORIDADE DA DECISÃO (963, III e IV): exigível e o trânsito em 
julgado no estrangeiro, dai ela se torna exequível e provar que não tem coisa 
julgada no Brasil. 
 
3.5.4. JURISDIÇÃO INTERNACIONAL (963, I e 964): Tem que ser 
competente perante o direito estrangeiro e não pode ser hipótese de jurisdição 
exclusiva brasileira. 
 
3.5.5. AUSÊNCIA DE OFENSA À ORDEM PÚBLICA (963, V): tem que 
observar os princípios fundamentais básicos não podem ser homologada e não 
podem apresentar efeitos em território nacional.

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