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1 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO 2° BIMESTRE 12 DE SETEMBRO DE 2019 O método conflitual é absolutamente insuficiente em matéria de direito, ocorrendo o crescimento de forma exponencial da arbitragem internacional (como uma necessidade do comércio internacional) e gradual incremento de adesões a contratos internacionais (tratados internacionais) que estabelecem regras substantivas (não mais indicam qual a lei aplicável, e sim regulamentam diretamente as operações internacionais). NÃO pode tratar de contratos internacionais com base em decisões do STF, STJ, da Suprema Corte Americana, Corte de Cassação Francesa. Assim, se o contrato é internacional desenvolva uma técnica hermenêutica de cláusulas contratuais, voltadas ao objeto internacional do contrato, ou seja, internacionalize. Enfatizando os usos e costumes de práticas comerciais (preceitos tipicamente internacionais), trazendo à tona: • lex mercatória: que é um direito comercial a partir de agentes econômicos. A necessidade que o comércio internacional representa é de neutralidade e reconhecimento de independência em relação a algumas coisas. Os princípios de UNIDROIT, explica porque não devemos ter uma visão nacionalista de operações econômicas internacionais. A ideia de equilíbrio fica prejudicada ou rompida com o método conflitual que indica um dos direitos passivos da relação. Por exemplo: que em determinado contrato será aplicado o direito chinês (os advogados brasileiro e chinês não estarão no mesmo grau de conhecimento), gerando assim a necessidade de um advogado chinês e maior custo para a empresa. Em um cenário internacional, tem seria necessário o conhecimento da jurisprudência nacional, e sim o conhecimento das jurisprudências internacionais emitidas pelos foros de arbitragem internacional – isso é reconhecido como Interpretação internacionalista de operações econômicas que se voltam ao retrato internacional. CONTRATOS INTERNACIONAIS 1. CARACTERIZAÇÃO No contrato interno será aplicada a legislação interna, o código civil, codigo do consumidor, a legislação especifica brasileira. O que é um contrato internacional? Será necessária maior cautela, pois poderá ser a lei interna de um dos países envolvidos no contrato (a lei pessoal de um dos agentes envolvidos) ou uma fonte transnacional. Existem dois critérios para saber que se trata de um contrato internacional ou contrato interno, o primeiro deles originário da França que é o critério econômico e o outro jurídico (que alguns países continentais europeu adotam). Depois poderá ver se o Brasil tem um decreto de lei interna que auxilia identificar segundo o ordenamento brasileiro (positivado) o cenário internacional. 1.1. CONCEITO ECONÔMICO: FLUXO TRANSNACIONACIONAL DE BENS. O contrato internacional segundo o conceito econômico é aquele cujo objeto contratual verifica o fluxo transnacional de bens. O que deve ser entendido como bens? Mercadorias, serviços e capital. Desde a década de 50, verifica que apenas haverá internacionalidade, se a operação econômica empregar na saída de bens de um país para outro. NÃO é o Brasil transferindo o dinheiro para outro. Tem que ter um agente econômico e o contrato faz/ permite que bens localizados no Brasil se destinem a França. Se existir fluxo transnacional. 2 Apenas haverá um contrato verdadeiramente internacional se alguma medida sair bens, houver a transposição de fronteira e divisas. Não importa qual seja o objetivo específico da operação econômica do contrato. Este conceito é propriamente econômico, porque ele trabalha com objetivos econômicos dos contratos. Além disso, tem os contratos que em essencial são econômicos (“nasceram para o cenário internacional”). Por exemplo: crédito documentário (linha de crédito internacional), leasing internacional (compra de aeronaves, jatos executivos), joing ventures. O Brasil aceita o critério econômico. 1.2. CONCEITO JURÍDICO: ELEMENTO DE ESTRANEIDADE. Aquele contém o elemento de estraneidade, é reconhecer que um dos elementos da relação jurídica é transnacional. E por ser transnacional atrai a possível incidência de mais de um sistema jurídico. O mais comum na estraneidade é os agentes econômicos pertencerem a países diversos. 1.3. DECRETO – LEI N°8.571/69, ARTIGO 2°: é um decreto que regula a aplicação de moeda estrangeira no Brasil. As exceções do uso forçado da moeda, são para contratos internacionais (autorizando a usar outra moeda que não seja a nacional). Uma fonte normativa interna que auxilia entender o que é o contrato internacional e um contrato interno. Esse decreto-lei irá usar os dois critérios. 2. PRINCIPAIS FONTES NORMATIVAS O principal problema, porque temos que desenvolver uma interpretação internacionalista (embora a doutrina chame isso de interpretação internacionalista), podemos desenvolver para uma interpretação transnacional, aquele que não enfatiza o direito interno de um dos países envolvidos. 2.1. EVOLUÇÃO DAS FONTES No século XIX – o que tinha ênfase eram as regras de conexão. Método conflitual em linhas gerais, dentre os agentes econômicos sediados em países diversos existira uma regra de conexão do país do foro que indicará qual o direito será aplicado. 2.1.1. REGRAS DE CONEXÃO As regras de conexão: são regras sobre direitos, não são substantivas, não regendo diretamente o contrato elas indicam qual o direito será no contrato. Pelas regras de conexão, no seu perfil tradicional será o direito que pertence um dos agentes econômicos. O método conflitual indica uma lei nacional para ser aplicada, é um método rígido. Assim beneficia uma empresa em detrimento da outra (indiretamente). Criando maiores custos, dificuldade e distanciamento das partes do direito regente do contrato. 2.1.2. ESCOLHA DA LEI (AUTONOMIA DA VONTADE) Criando o crescimento da arbitragem e mediante mecanismo da aproximação da escolha da lei entre as partes – lex contratos. • Lex contratos: as partes convencionam uma cláusula contratual em que fazem duas escolhas, a lei do foro e a lei que irá reger os contratos (podendo ser de um dos países ou uma fonte internacional). Via de regra, está acompanhada de uma cláusula compromissória ou arbitral em que ao invés de eleger o Poder Judiciário de um dos países se elege uma corte arbitral já consolidada, que tenha procedimentos também já consolidados. POR QUE NO BRASIL NÃO SE CONSOLIDA A ESCOLHA DA LEI? Por conta da desigualdade que existe entre as partes. Por exemplo: a Argentina dependeu de investimentos internacionais, e nesses contratos tem uma clausula umbrela, que o agente econômico que investe no país quer ter uma garantia de que terá um tratamento justo e razoável (ou seja, ele não poderá ser discriminado frente aos demais agentes econômico, inclusive os nacionais e não poderá sofrer com nenhum privilegio com o país). O outro problema tem a escolha da lei, e geralmente é lei do país investidor. 3 2.1.3. VÍNCULOS MAIS ESTRITOS (RE-CE 593/08): essa tratativa intermediária se dá com os vínculos mais estreitos, que foram adotados em alguns tratados internacionais, tais como o Tratado Europeu de Roma (Regulamento comunitário), Tratado do México (CIDIP). “O vínculo mais estreito estabelece que a lei aplicada ao contrato é aquela que tiver proximidade com o objeto do contrato”. • Quanto a execução do contrato o vínculo mais estreito será: a lei onde o contrato está sendo executado. • Quando aos critérios de formação: onde o contrato for assinado. PRINCÍPIO DA PROXIMIDADE: se não for possível delimitar o local mais estreito será aplicada a lei do local mais próxima a realizada das partes. Buscando criar uma flexibilidade maior para o regramento dos contratosinternacionais. Os vínculos mais estreitos promovem a depejage, para formação do contrato e a interpretação do contrato. 2.1.4. REGRAS SUBSTANTIVAS É o tratado regrando diretamente aquela operação econômica, é um regramento direto da operação econômico. Não tem uma regra indicativa, e sim uma fonte verdadeiramente transnacional. Conjunto de regras voltadas para o direito internacional. O maior exemplo é a CIVCV. 2.2. PRINCÍPIOS DE UNIDROIT (2016) – conjunto de regras neutras com o direito comparado. Princípios exclusivamente aplicados aos contratos internacionais, que foram compilados pelo instituto da UNIDROIT, criado em 1926 que tem como objetivo a uniformização do entendimento da legislação dos países em operações internacionais. Conjunto de regras de toda a teoria geral dos contratos, desde a formação passando pela interpretação e execução tudo isso é transformado pelos princípios. 2.3. CONVENÇÃO DE VIENA SOBRE COMPRA E VENDA 2.4. VALORIZAÇÃO DA AUTONOMIA 2.5. BOA- FÉ (“FAOS DEALIVE”) 3. PRINCÍPIOS UNIDROIT (VERSÃO 2016) 3.1. ORIGENS DA UNIDROIT (DECRETO 884/93): internalizado no Brasil em 1993. Com o objetivo de harmonizar a legislação, com relação a questões privadas. 3.2. NATUREZA SOFT LAW: direito por adesão, de modo que alguns princípios da UNIDROIT são recomendações que passam a ser efetivamente vinculados se as partes aderirem a ela (as partes têm que escolher o princípio). 3.3. TEORIA GERAL DO CONTRATO 3.4. PRINCIPAIS REGRAS 3.4.1. LIBERDADE CONTRATUAL (1.1) 3.4.2. BOA-FÉ (1.7) 3.4.3. “VEMIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM” (1.8): proibição de comportamentos contraditórios. Isso se materializa na regra que na parte não pode contraditar uma cláusula contratual em que ela no processo de formação deveria estar no contrato. Por exemplo: se eu insisto em determinada clausula, posteriormente eu não posso impugná-la. Pois ele assumiu o risco. 3.4.4. PRIMAZIA DOS USOS E PRÁTICAS (1.5) 3.4.5. REGRA CONTRA PROFERETEM (4.6) 3.4.6. PRINCÍPIO DA RECEPÇÃO (1.10) 2.162): Toda e qualquer declaração de vontade apenas gera efeitos, após recepção por alguns agentes envolvidos, após conhecimento efetivo por parte dos agentes econômicos envolvidos. 10 DE OUTUBRO DE 2019 4 CONVENÇÃO DE VIENA SOBRE COMPRA E VENDA INTERNACIONAL A mais importante convenção sobre a compra e venda internacional. No primeiro bimestre trabalhou o método conflitual, verificar qual o ordenamento jurídico irá reger materialmente o caso concreto. O método conflitual ele desequilibra a relação contratual. A CONVENÇÃO DE VIENA não aplica o método conflitual, não são regras de conexão, objetos de conexão e elementos de conexão, elas regulamentam diretamente aquela operação econômica. Ela contém regras de matéria, dividida em quatro partes, como se forma o contrato de compra e venda, obrigações das partes, disposições finais. São regras de direito internacional, com a participação de diversos países e agentes econômicos que levou à criação na década de 80 sobre a convenção de Viena sobre compra e venda internacional. O organismo que capitaneou a criação foi a ONU, que cuida da harmonização do comércio exterior. Ela tem uma série de institutos que regulam, o primeiro método é o de comparação, ou seja, do direito comparado, os países que foram influenciados para a criação das regras. 1. APLICAÇÃO DA CONVENÇÃO É uma criação ocidental, mas tem aplicação sobre todos os demais ordenamentos. Aquilo que temos uma interpretação transnacional, não pode interpretar com base no ordenando jurídico brasileiro, não podendo se estender para agentes econômicos estrangeiros. Dessa maneira, tem uma interpretação autônoma, interpretação a luz do contexto internacional. 1.1. APLICAÇÃO TERRITORIAL (artigo 1º) Primeiro momento temos uma aplicação territorial, em que o juiz ou árbitro com uma questão de compra e venda internacional terá que aplicar imediatamente a convenção. Ela foi internalizada por meio de um decreto-lei. QUANDO TEM UMA COMPRA E VENDA INTERNACIONAL? quando o comprador e o vendedor têm o estabelecimento sediados em países diversos e sejam signatários da convenção de Viena. A partir da sede comercial dos agentes econômicos envolvidos. Por exemplo: empresa localizada em recife e o agente vendedor é da Noruega, sendo aplicada a regra de aplicação é a convenção de Viena (ambos os países são signatários da convenção e foi internalizada, sendo ela internalizada e lei especial ao código civil). A segunda forma da aplicação territorial, que é através do MEIO INDIRETO, que é EXCEPCIONAL quando um dos agentes econômicos em territórios diversos e não são signatários da convenção. Será através do método conflitual. Por exemplo: artigo 9º a lei que rege os contratos/obrigações internacional é a lei do local da assinatura do contrato, com a aplicação da lei brasileira e o Brasil internalizou a convenção com a mesma interpretação, assim será aplicada a convenção e não o Código civil. Mas está sendo discutido no Brasil, se ao aplicar o artigo 9° remeter a aplicação do ordenamento ao país que não está internalizada a Convenção, utiliza-se o método conflitual. 1.2. APLICAÇÃO MATERIAL (artigo 2º) Diz respeito a alguns conteúdos listados em cinco letras do artigo 2º, cujos conteúdos são excluídos da convenção e não aplicará envolvendo aqueles conteúdos específicos. O primeiro deles é o que diz respeito a CONSUMO: é a presença do destinatário final, quando um dos agentes envolvidos é o destinatário final (adquiri com o entendo de não repassá-los, retirando definitivamente o produto). Não se aplica por força expressa dos dispositivos de lei, aplicando a lei local do consumidor. COMPRA E VENDA DE ELETRICIDADE: aplica-se a lei do local da matriz energética. COMPRA E VENDA DE HASTAS PÚBLICAS, EXECUÇÃO FISCAL: aquelas que envolvam processo judicial, estão excluídas. Deve ser a lei do foro, em que há uma expropriação para concretizar. 2. INTERPRETAÇÃO DA CONVENÇÃO (artigo 7º) 5 2.1. CARÁTER INTERNACIONAL: Interpretação autônoma – essa convenção será interpretada em consonância com o seu caráter internacional, não se interpreta a compra e venda de maneira nacionalizada. Não tem aplicação porque isso fere a isonomia e a segurança jurídica. Sob pena de quebrar o equilíbrio econômico e a isonomia. 2.2. UNIFORMIZAÇÃO (cloud-case law): A interpretação autônoma leva há uma uniformização. Não pode ser levado em consideração a legislação interna de um país, não pode nacionalizar a interpretação. 2.3. BOA-FÉ Toda a construção de negociar, todos os comportamentos adotados pelas partes tudo isso se volta como critério hermenêutico para as práticas adotadas. 2.4. GAP-FILLING (7 (2)) Preenche lacunas com a utilização da interpretação autônoma. Superar lacunas e reconhecer que os contratos são por natureza incompletos (não consegue antever tudo que acontece). Qual os mecanismos de enfrentar as externalidades não previstas, vem trabalhar como forma de preencher lacunas, a partir do artigo 7. 3. PONTOS IMPORTANTES SOBRE A CONVENÇÃO A compra e venda internacional é uma operação econômica que se insere no comércio exterior, que envolve muito dinheiro e que se trabalha mais na sua formação e construção não como uma técnica clausular mais efetiva, no sentido de se trocar de faturas, observar a descrição analítica e correta, a definição do preço, normalmente estão dispostos em documentos sintéticos. 3.1. ACEITAÇÃO POR COMPORTAMENTO CONCLUDENTE (artigo 18) Comportamento adotado por um dos agentes econômicos visando formalizar o contrato, ou para aceitar a proposta, a troca de fatura, a liberação de créditos, envio de mercadorias. A mais comum é a comprae venda sobre documentos, aquela liberação de linha de crédito para exportação e importação. Por exemplo: BNDS. Não temos um aspecto formal, e sim uma proposta clara e abrangente, mais célere e eficaz para que promova uma conclusão em toda operação econômica que envolva a troca de bens, fatura. 3.2. OBRIGAÇÃO FUNDAMENTAL (artigo 25) Pontua o correto adimplemento das obrigações internacionais, de modo que não tiverem essas características pode-se dizer que tem um inadimplemento. Em outras palavras, o artigo define o que foi corretamente pago e efetivado e define quando efetivamente terá o adimplemento, chamando de obrigação fundamental. A obrigação fundamental reúne três pontos, haverá uma quebra da obrigação quando existir um prejuízo fundamental previsível pelas partes e identificável pela pessoa condenada. • O prejuízo fundamental é uma privação daquilo que é esperado; • Previsível é aquilo que desde o momento da formação do contrato identificado; • Ponderado, é aquilo que razoavelmente se deu. 3.2.1. PREJUÍZO FUNDAMENTAL É uma privação daquilo que era esperado com o contrato. 3.2.2. PREVISIBILIDADE Desde o momento da constituição do contratado era aquilo que era identificado. 3.2.3. PESSOA PONDERADA (pessoa razoável) O que tinha uma razoabilidade. Terá o adimplemento quando tiver a exatidão e a pontualidade, o que chamamos de adimplemento formal. A CONVENÇÃO DE VIENA não trabalha com o adimplemento formal, e sim o adimplemento substancial, tendo que provar os três itens acima mencionados. Assim não é o simples descumprimento do que está escrito que é verificado o inadimplemento, tem que ser inadimplemento material/ substancial. Podendo 6 verificar o inadimplemento antes do vencimento da prestação (inadimplemento antecipado). 3.3. INADIMPLEMENTO ANTECIPADO (artigo 72): é um adimplemento substancial, podendo identificá-lo antes do vencimento da prestação. Por que o inadimplemento antecipado existe? Porque a convenção trabalha com o adimplemento substancial, não uma noção meramente formal. Isso diverge no direito interno, que é extremamente focado no adimplemento formal. 3.4. EXTENSÃO PERDAS E DANOS (artigo 74 a 76) Os limites das perdas e danos, até onde pode efetivamente quantificar perdas e danos e como se quantifica as perdas e danos. Falando assim sobre perdas e danos, expectativas, lucro cessantes. 3.5. “DUTY TO MITIGATE THE LOSS” (artigo 77) Dever de mitigar o prejuízo – o STJ aplicou em algumas situações internas no Brasil (inclusive existe um enunciado neste sentido), por força de interpretação do artigo 422 do Código Civil. Neste artigo 77 diz que a pessoa lesada pelo inadimplemento tem o dever de litigar o próprio prejuízo, isso não é uma faculdade ou uma mera liberalidade, e sim tem o dever jurídico de limitar o próprio prejuízo. Ainda a convenção veda o dolo de aproveitamento (a pessoa se aproveitar da quebra da bolsa de valores, vantagens frente a perdas e danos), todas essas questões são afastadas frente ao inadimplemento material. 3.6. COMPORTAMENTO CONTRADITÓRIO (artigo 80) Nenhum agente econômico pode se valer de um benefício que seja contrário ao comportamento concordado anteriormente, reconhecido como VEMIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM. É aceito no ordenamento com base no abuso do direito, com fundamento no artigo 187 do Código Civil. INCOTERMS 1. CONCEITO E FUNÇÃO Não tem previsão específica na Convenção, os incoterms são cláusulas acessórias que distribuem os riscos, custos e logística em relação a isso, como se distribuem os riscos de uma forma inteligível, rápido se eficaz. Os incoterms foram elaborados para o ganho e eficiência, de maneira universal e de fácil compreensão de agentes econômicos de países distintos. Esses incoterms são mimetizáveis - transformando em siglas algo que é complexo. Sabendo qual dos agentes econômicos irá pagar o agente transportador, quem será responsável por apresentar o agente transportador, o modal utilizado. São siglas que sintetizam todas as obrigações. Isso surgiu na década de 20, na convenção de comercio francês – com função de fornecer segurança e previsibilidade maior ao comercio exterior, também minorar as diferenças de linguagem e costumes ao que se refere aos riscos do comercio de mercadorias. 2. GRUPOS Esses grupos gradualmente vão aumentando a responsabilidade do exportador. O grupo E tem uma menor responsabilidade e o grupo D tem maior responsabilidade 2.1. PARTIDA “È” – ex W Tem uma menor responsabilidade do exportador. Significa dizer que o importador/ comprador ele tem toda a responsabilidade de apanhar a mercadoria no local indicado pelo comprador, desembaraçá-la, colocar no transporte e trazer para o local de destino, desembaraçá-la no porto do local de destino e entregar no destinatário. Toda a responsabilidade é do comprador, isso é gradualmente tratado nos grupos. 2.2. DESEMBARAÇO “F” – free Free – mercadoria desembaraçada. São livre dos custos aduaneiros, pois tudo tem um custo tanto material e tempo, que demandam agentes especializados sobre as questões aduaneiras. Existem custos aduaneiros na saída e na entrada em que será entregue. Free on board – que o exportador se compromete a entregar a mercadoria desembaraçada no porto de origem e entregá-la no porto do destinatário final. 7 2.3. DISTRIBUIÇÃO DE CUSTOS E RISCOS TRANSPORTE “C” – CAF Os grupos C é o custo de frete, são aqueles que distribuem os custos e riscos do transporte. Disciplinando quem vai arcar com o custo do frete, segurado e o risco das coisas transportadas. O exportador apenas arca com o custo do frete, mas os custos dos riscos do transporte e segurado são do importador/comprador. Também tem aqueles que os custos do frete serão divididos entre o exportador e o importador. Por fim, aquele que o custo pertence apenas ao importador ou exportador. Sendo assim, divididos em quadro grupos. 2.4. ENTREGA “D” – delivery A responsabilidade maior é praticamente plena de exportador. Com o dever de desembaraçar com o custo e o frete até o destino. Dividido em três modalidades. A última foi criada com 11 termos. A cláusula hard chip está prevista nos princípios dos contratos da UNITROID, na hipótese de alteração de circunstâncias, assim, se a base material do contrato for alterada por circunstâncias excepcionais prevê um dever de renegociação do contrato. Se as partes não comparecerem para renegociar, haverá uma quebra do contrato e a parte lesada pela alteração da circunstância pode dar por extinto o contrato, caso não tenha uma repactuação também pode ser liberada da prestação. Cláusula de renegociação. 17 DE OUTUBRO DE 2019 CONDIÇÃO JURÍDICA DO MIGRANTE – LEI 13.445/17 E DECRETO 9.199/97 1. PLANO DE ANÁLISE DO MIGRANTE NO BRASIL o Estatuto do Estrangeiro foi marcado pela aquilo que chamamos de doutrina da segurança nacional, que protegia o território brasileiros e os brasileiros, o estrangeiro era visto com desconfiança. Podendo o estrangeiro ser um elemento desagregador da sociedade brasileira, uma espécie de boicote (no sentido de criar problemas para tecnologia nacional, criando problemas para economia nacional). Assim, o Estatuto do estrangeiro de 1980/1982 foi proteger brasileiros em território brasileiro, frente a potenciais inimigos chamados de estrangeiros (não recepciona bem em território nacional, apenas abrindo brechas para vistos). Impedindo o estrangeiro de realizar manifestações políticas e até opinar politicamente, preso imediatamente com o medido de expulsão, sem garantias especiais do processo penal, condição positiva de ameaça. O Brasil foi gradualmente transformando o pensamento sobre o estrangeiro no paísdeixando se ser inimigo, transformando o deslocamento geográfico de pessoas em território não é apenas uma questão esporádica e um fenômeno isolado e nem pode ser visto apenas como invasões territoriais, busca de acesso de informações. O estrangeiro deixou de ser inimigo, e sim como parte integrante do processo de fluxo de trânsito de pessoas. Esse processo de fluxo de trânsito de pessoas é reconhecido como migração. Sendo assim a migração é o deslocamento. O MIGRANTE – é a pessoa que se desloca do país natal para outra região, podendo ser de maneira temporária ou com ares de definitividade. Ainda que não tenha a pretensão de morar no local, o estudante será migrante porque temporariamente está no país. E a gama de situações que envolve o fluxo de pessoas em processo migratório. Além do deslocamento para estudar, podem se deslocar para trabalhar, aliciadas para trabalhar, para serem escravas, tráfico sexual entrar com o objetivo de fugir de uma situação de calamidade pública, fugindo de uma situação em que há progressivas e sistemáticas perseguições de direitos humanos, perseguição politicas (com o atual ente dominante do país). 8 O que é condição jurídica do migrante? É como o Brasil regulamenta todas essas situações acima mencionadas. Ou seja, como o Brasil trata uma pessoa que entra em um dos aeroportos do país, em uma embaixada ou em território consular, ou quer vir para cá e se empregar no país, ou quando trata as pessoas que entra de maneira irregular, pessoas indocumentadas (seja documentadas ou indocumentadas) quais direitos possui frente aos nacionais, os internacionais. Quais as obrigações do poder publico para aceitar essas pessoas que não são brasileiras, em relação aos direitos das pessoas, se estão asseguradas no mesmo patamar de igualdade que os brasileiros, se há uma diferença de igualdade de tratamento, a oportunidade de empregos formais, acessos à educação formal pública, acesso à programas sociais públicos. A LEI DE MIGRAÇÃO – não vê o estrangeiro com um potencial infiltrador que poderia causar problemas, encarando como pessoas humanas em fluxo migratório/ que estão inseridas em um contexto de migração/ inseridas em um fenômeno global de trânsito de pessoas. Com o objetivo de aproximação das pessoas. Pautada em Direitos Humanos. 1.1. ENTRADA DO MIGRANTE Quando se estuda o migrante em território nacional tem que saber como ele entra no território nacional, se possui discricionariedade e quais são as responsabilidades em relação aos migrantes admitidos. A partir do momento em que é admitido o migrante no Brasil, quais são as responsabilidades como país inserido em uma sociedade internacional voltada para a proteção dos direitos humanos, qual a responsabilidade que o país tem com os imigrantes admitidos, isso é a forma de entrada. Quais são os requisitos que o país pode estabelecer para que entrem no território nacional? Além disso, uma vez que já entraram como fica a lei para o migrante? 2. PERMANÊNCIA DO MIGRANTE Quais direitos o migrante tem em território nacional? Se existe uma diferenciação entre migrantes e nacionais? É possível o Poder Público Brasileiro estabelecer diferenças entre migrantes e brasileiros? E quais seriam essas diferenças que não ofendam o princípio da igualdade? 3. SAÍDA COMPULSÓRIA DO MIGRANTE: tem que ser interpretada a luz da proteção internacional dos direitos humanos, de modo não afrontar o direito das pessoas e a dignidade da pessoa que está sendo retirada do território nacional. Quando um país pode de maneira legitima sem ofender a proteção internacional dos direitos humanos pode retirar compulsoriamente o migrante em território nacional – deportar/extraditar/ impedir a entrada. 4. CONCEITO BÁSICOS (LM 1º) 4.1. MIGRANTE: pessoa inserida em um contexto migratório, é aquela pessoa que se desloca da sua região de origem, para outra região (está em um processo de deslocamento – saindo de sua região de origem e se desloca para outra região) para se estabelecer na nova região em termos definitivos ou temporários. Assim temos espécies de migrante: • IMIGRANTE: não nacional, que se deslocou da sua região de origem para o território nacional (sabe-se quem é nacional a partir do artigo 12 da CF). • EMIGRANTE: são brasileiros/ nacionais que saem do território nacional e vão se estabelecer em território estrangeiro, e que o brasil também tem o dever de protegê-los. Por isso existem as embaixadas em diversos países e consulados em principais cidades. 4.2. RESIDENTE FRONTEIRIÇO (LM, 23 a 25): é muito importante para o Estado do Paraná, que diversos países ao lado com cidades fronteiriças. As cidades fronteiriças são aquelas que está no limite na divisa com outro país, por exemplo Foz do Iguaçu que tem divisa com a Argentina e o Paraguai, que ao atravessar uma ponte está em outro lugar. O que são residentes fronteiriços? São aquelas pessoas que residem em um país e trabalham em outro país. Nas cidades fronteiriças há uma divisão de países. 9 A lei de migração fala que a pessoa está em um fluxo migratório, sendo nesse fluxo está sobre a incidência de dois regimes jurídicos diferentes. Possuindo um registro especial que o habilita a trabalhar em território nacional mesmo sendo estrangeiro, há uma facilitação de circulação (isso faz com que as pessoas de uma maneira rápida e eficiente possam se deslocar). 4.3. APÁTRIDA O Brasil é signatário da convenção Internacional de 1954 de proteção aos apátridas e restrição a apátridia, são aqueles que não possuem nenhum vínculo com o país, não pertencendo a nenhum país. O Brasil prima pela vedação da apátrida, criando restrições para vedação da apatridia. Sendo os apátridas também em fluxo migratório, pois eles saem de sua região de origem ainda que não reconhecidos como nacionais daquele país, e vem até o Brasil e necessitam de uma proteção. 4.4. REFUGIADO (LEI 9.474/97): pessoa que está em deslocamento e não pode permanecer no seu estado de origem, porque há sistemáticas de violações dos direitos humanos fundamentais. O país de origem não consegue garantir que os direitos humanos fundamentais e básicos. As principais causas de refúgio: guerra, conflito armado, problemas ambientais (refugiados ambientais, pessoas que são vítimas de eventos climáticos como aconteceu no Haiti), no caso da Venezuela (o país não está conseguindo se estruturar suficientemente para assegurar os direitos básicos da população, seja por questões políticas, econômicas). O Brasil é receptor de refugiados, tendo dois países que são fontes desses refugiados um deles é a Venezuela e o Haiti. O asilo é diferente de refúgio. Sendo o asilo uma causa específica para o processo migratório, que são de caráter político: quando a pessoa está sofrendo perseguição política e busca em outro país a proteção • ASILO TERRITORIAL: por perseguição política a pessoa ingressa em território brasileiro e chega em uma fronteira terrestre e solicita o asilo político. Caso seja concedida, como um país não pode invadir no território do outro sob pena de um ilícito internacional grave e processo. o caso de apanhamento do asilado em território estrangeiro seria chamado de Abdução. Passando a ganhar proteção do país. • ASILO DIPLOMÁTICOS: aqueles que ocorrem nos consulados e embaixadas. De maneira tal, que a pessoa entra na embaixada e solicita o asilo. Proteção diplomática da pessoa, sendo abrigada politicamente dentro das embaixadas do país. 4.5. AUTORIZAÇÃO DE RESIDÊNCIA (LM, 30 e 36): substituiu a figura do visto permanente. A autorização de residência se dá quando o migrante requer na Polícia Federal a permanência no país de maneira temporária ou definitiva, isso pode acontecer por meiode vários fundamentos. Por exemplo: saúde, estudo, trabalho, questões humanitárias, reunião familiar, filhos brasileiros. Está é justamente a autorização que se ao migrante para permanecer no Brasil e construir relações mais fortes, construir residências, utilizar de serviços públicos. Artigo 5 da CF – aqueles direitos fundamentais são extensivos a estrangeiros residentes no Brasil. O STF entende que não se limita a brasileiros residentes no Brasil, todo e qualquer migrante em território brasileiro. A pessoa que tiver em território nacional, mesmo que não documentada (sem autorização de residência) tem direito a cobertura previdenciária, assistência social, sistema único de saúde, segurança pública. O caso julgado pelo STF é de assistência social – LOAS. 4.6. REUNIÃO FAMILIAR (LM, 37): se o estrangeiro tem filhos no território brasileira, cônjuge no território brasileiro, ascendentes tem direito a reunião familiar, podendo pedir a autorização para residência tendo como objetivo a integralidade familiar – que a família não pode ser desconstituída por conta do fluxo migratório. 4.7. ACOLHIDA HUMANITÁRIA: é para hipóteses de asilo e refúgio, em que o Brasil reconhece e acolhe pessoas que estão em situação de hiper- 10 vulnerabilidade decorrente do fluxo migratório, protegendo as pessoas asiladas e a situação de refúgio. Na Corte Interamericana de Direitos Humanos emite opiniões consultivas (são pareceres que os estados integrantes OEA pedem para interpretar alguns dos dispositivos da Convenção de UNIDROID, Tratados), sendo duas importantes: • Opinião consultiva 18/2003: migrantes indocumentados, são aquelas pessoas que estão em situação de extrema vulnerabilidade. E ingressam em território nacional sem ter o visto/ autorização de residência/acolhida humanitária/ reunião familiar. Se a pessoa está indocumentada, ela não pode ter um emprego formal e sofrer com a escravidão urbana. Essa opinião fala, não expulse uma pessoa por problemas documentais, integre a pessoa no contexto de trabalho e evite ao máximo retorná-la ao estado de origem. Porque se ela está no seu país porque no país de origem não está bom. A ESCRAVIDÃO URBANA tem como objeto de destino estrangeiros indocumentados. Estabelecendo um dever para todos os países que são signatários do acordo, determinado que não se deporte imediatamente, se busque regulamentar e apenas na real impossibilidade de se documentar a pessoa que será deportada para países que não coloquem o migrante de risco a sua integridade física. • Opinião consultiva 21/2014: recebimento em aeroportos, portos, terminais de entradas de crianças e adolescentes em fluxo migratório. Aplicando a doutrina da proteção integral da criança e adolescente no processo de entrada, restringindo o arbítrio da aceitação dos estrangeiros no território nacional. Com o objetivo de não se separar a criança e adolescente no processo migratório. 5. VISTOS: é uma pré-autorização de entrada no país, por si só o visto não confere o direito de entrada no país. É apenas uma pré-análise documental, caso esteja em ordem é emitida uma pré-autorização de entrada nos países. Os países não são obrigados a aceitar estrangeiros no seu território nacional, os países podem impedir a entrada dos estrangeiros em território nacional. Por exemplo: como aconteceu no dia 11 de setembro em que o EUA proibiu a entrada de pessoas no país. A Proteção De Direitos Internacional uma vez que o estrangeiro em território nacional, ele tem dever jurídico internacional de proteger na mesma dimensão de que os seus nacionais. 5.1. VISITA • Visto de visita/ turista/ negócios – só que este visto proíbe o estrangeiro de realizar atividades remuneratórias no território nacional (antes ou ser remunerado por não nacionais). Sendo do período 90 dias de um ano migratório. 5.2. TEMPORÁRIO: para permanecer um período no país e exercer um serviço e se remunerado. Também para tratamento de saúde, educacionais, formação. Tanto o visto de visita como o visto temporário podem ser revertidos para autorização de residência, quando eles extrapolam o período estabelecido incialmente, se o custo e a pessoa necessitam auferir dinheiro. 5.3. OFICIAL: em sentido estrito: são para períodos curtos. E fornecidos para autoridade públicas oficiais estrangerias emitido diretamente pelo Ministério das Relações Exteriores. 5.4. DIPLOMÁTICO: para os integrantes de missões diplomáticas de países admitidos em território nacional. 5.5. CORTESIA: são para os empregados e funcionários ligados aos integrantes da carreira diplomática. Por exemplo: babas, cozinheiros, motoristas. São os integrantes das funções diplomáticas, que permitem múltiplas entradas. Que prestam serviços diretamente aos diplomatas e admitem múltiplas entradas e saídas. 6. DIREITOS DO MIGRANTE NO BRASIL Diferença entre migrante e nacional apenas na Constituição Federal, que permite o tratamento diferenciado. Como os cargos públicos que podem ser ocupados 11 apenas por brasileiros natos e naturalizados, determina lei federal limitar o funcionalismo público estrangeiro (artigo 37, I, CF; 207 CF). Para obter emprego formal, o estrangeiro tem que requerer no Conselho Nacional de Imigração (CNI). No pedido de autorização de residência para que o imigrante obtenha um emprego formal. CONARE – Conselho Nacional de Refugiados, está em situação de vulnerabilidade e terá problemas para conseguir empregos. Devendo ser realizada a acolhida humanitária, analisando a situação de refúgio e protege para que sofra maiores problemas com relação a sua integralidade física. 7. SAÍDA COMPULSÓRIA DO MIGRANTE: quando o país não deseja aquele migrante permaneça em território nacional. 7.1. IMPEDIMENTO DE INGRESSO E REPATRIAÇÃO (LM, 45 e 49; Decreto, 171 a 175). Portaria 770/19/ MJ: o impedimento de ingresso e repatriação no país. Quando o migrante é impedido de entrar no território nacional, devendo regressar imediatamente. Verifica que o não nacional não chega entrar em território nacional. O fato de ter que voltar imediatamente é reconhecido como repatriação – devolver o estrangeiro. A Portaria Regulamenta – estabelece hipóteses do impedimento de ingressos, são as pessoas consideradas perigosas e aquele estrangeiro não está autorizado a entrar no país; pessoas que já condenadas em conflitos e eventos esportivos; pessoas investigadas de Estado, Tratado de Roma; pessoas enquadradas em crimes de terrorismo; pessoas que não tenham visto e seja exigido o visto. Essa repatriação obedece ao prazo de 5 dias, com direito a acessória da DPU. A pessoa está sendo temporariamente impedida de entrar no país. Nenhuma hipótese pode se repatriar pessoa e colocá-la em Estado de risco. 7.2. DEPORTAÇÃO (LM, 50 a 53; 187 a 191, Dec.): problema documental, com a diferença que a pessoa já está em território nacional, mas está irregular. Nesse caso tem que se conceder prazo para o migrante regularize a sua condição, caso não consiga será realizada a deportação com o procedimento semelhante com a repatriação. 7.3. EXPULSÃO (LM, 50 a 60): é o caso do estrangeiro não desejado, que ofendeu a ordem pública, que cometeu crimes desde que não sejam de menor potencial ofensivo e que evidentemente não sejam de menor potencial ofensivo e sejam previstos como crime na legislação no Brasil. 7.4. EXTRADIÇÃO (COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL – LM, ART. 81 a 97): é uma hipótese de cooperação jurídica internacional, sendo um pedido pela via diplomática, que o país requer o seu nacional seja encaminhado para que responda o processo criminal ou cumpra a pena no país de origem. A decisão é compartilhada entre o STF e o Presidente. 24 DE OUTUBRO DE 2019Fato transnacional – que contenha elemento de estraneidade, acarreta o entendimento sobre a possível incidência de dois ou mais ordenamentos jurídicos. Em alguns momentos será necessário enfrentar essa questão jurídica (em qual momento se aplica o fato de natureza transnacional – quais os possíveis ordenamentos jurídicos incidentes sobre aquela questão serão determinantes/ escolhido para aquele fato) – essa é a ideia central do direito internacional privado. Até então tem o conflito de leis materiais, leis que regram o ordenamento em si (com um método conflitual que indicava qual o ordenamento jurídico aplicável ao fato transnacional, com regras transnacionais). ANTES DE SABER EFETIVAMENTE QUAL LEI SE APLICA A AQUELE FATO DE NATUREZA TRANSNACIONAL, TEMOS QUE SABER SE O JUIZ NACIONAL É COMPETETE (JURISDIÇÃO) PARA ENFRENTAR AQUELA FATO DE NATUREZA TRANSNACIONAL. Isso está relacionado aos limites da jurisdição brasileira que tem consequências importantes na esfera jurídica e no limite da soberania brasileira frente à soberania dos outros países (até que ponto o juiz brasileiro tem poder de interferir na esfera jurídica de um não brasileiro ou de uma empresa que não seja nacional). 12 “COMPETÊNCIA INTERNACIONAL DO JUIZ BRASILEIRO” – artigo 21 do CPC. Trata dos limites da jurisdição nacional frente a estrangeiro, ou seja, frente a fatos que se conectam a outros ordenamentos jurídicos. É nesse sentido que se fala de uma delimitação da jurisdição internacional brasileiro, os limites de aplicação de uma lei. DIREITO PROCESSUAL CIVIL INTERNACIONAL – são regras adjetivas que regulamentam o processo, com seus princípios e seus diretrizes voltados a fatos de natureza processual. Os MECANISMOS DE COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL – um processo que tenha repercussão em outros países, e muitas vezes o fato está sendo processado nesses países e eles precisam de ajuda para a realização de determinados atos nos processos. É a ajuda mútua para o desenvolvimento de processos judiciais que tenham como objeto fatos de natureza transnacional/fatos que por outra razão se interconectam com outros sistemas normativos. Por exemplo: Brasil pode pedir ajuda a um país para o desenvolvimento do processo, sendo a recíproca verdadeira. 1. LIMITES DA JURISDIÇÃO: jurisdição é o exercício de poder/ de soberania. Então o limite de jurisdição é o poder de resolver litígios concretos existentes em um determinado território. Respeito mútuo entre os países – com relação a soberania jurisdicional. 1.1. CONFLITO DE JURISDIÇÃO: é a possível incidência de mais de um Poder Judiciário sobre o mesmo fato transnacional. “O Conflito de jurisdição é quando dois ou mais países não estão harmonizados em relação ao enfrentamento de determinado fato que tem repercussão internacional”. Por exemplo: se uma empresa holandesa negocia com brasileiro em território brasileiro, haverá conflito de jurisdição se o ordenamento jurídico holandês quiser julgar o fato por ser uma empresa nacional holandesa. E o ordenamento jurídico brasileiro quiser julgar o fato por ter sido negociado em território brasileiro. Quando os fatos não estão em harmonia entre si. 1.2. CONFLITO POSITIVO DE JURISDIÇÃO: no sentido de que dois ou mais países reivindicam/ declaração a jurisdição sobre aquele fato. Nesse caso gera a litispendência de processos relacionados ao cenário internacional, isso é uma consequência do conflito positivo de jurisdição, quando dois países exercem a jurisdição sobre o mesmo fato. 1.3. CONFLITO NEGATIVO DE JURISDIÇÃO: quando ou dois ou mais país/ ou simplesmente nenhum país quer julgar o fato. Negativa do acesso a jurisdição de todos os países envolvidos no fato transnacional. Por exemplo: caso famoso da África e empresa Norte Americana de exploração de petróleo. 1.4. CONTEÚDO NEGATIVO DE JURISDIÇÃO (LIMITES): visam enfrentamento da problemática de conflito negativo de jurisdição. O conteúdo negativo é quando limita a jurisdição – não tem legislação para além disso/ a jurisdição do juiz é apenas até determinados assuntos. Dessa maneira, existiram assuntos e questões/ temáticas que estão fora do alcance do poder jurisdicional brasileiro, passa a ser um conteúdo negativo. 1.5. CONTEÚDO POSITIVO DE JURISDIÇÃO (DEVER DE JULGAR): é mais comum no direito penal. Vem as fontes internacionais/ internas harmonizando-se entre si e determina que o juiz tem que julgar isso, não importa o que os outros juízes de outros países queiram, não importa tratados internacionais que o país é signatário. Essa matéria você tem o dever de julgar/ obrigatoriamente julgar. - Artigo 7° do Código Penal Brasileiro. 1.6. JURISDIÇÃO ABUSIVA (“FÓRUM NON GNVENIERS”): esses dois conteúdos geram uma grande discussão no cenário internacional, para o que é reconhecido como jurisdição abusiva, em contraposição ao acesso à justiça. Confronto entre o exercício extremamente amplo de jurisdição que repercutiu em uma jurisprudência internacional reativa. 13 Jurisdição abusiva é quando o país diz que pode julgar qualquer coisa. Ele começa a tomar decisões judiciais que envolvam fatos que não tenham a mínima conexão com relações jurídicas internas, consequentemente repercutindo suas decisões em pessoas não nacionais, estrangeiras e pessoas que evidentemente não tiveram relações com aquele país. Isso aconteceu de maneira forte no EUA (responsabilidades de empresas multinacionais/ transnacionais que se envolveram em situações danosas no exterior). - CASO CHEVROM (empresa de exploração de petróleo): acidente de derramamento de petróleo no Equador, danos à saúde das pessoas, ao meio ambiente e a Chevron foi condenada e a do Equador não tinha dinheiro suficiente. Começaram a pedir a homologação da sentença em lugares em que a Chevron tinha subsidiaria. Solicitaram uma homologação de sentença estrangeira contestada – STJ – com o objetivo de condenar a Chevron ao pagamento. O STJ reconheceu que a Chevron do Brasil não compõe o título executivo judicial e a subsidiaria estava apenas a título de investimento (não era uma extensão), então o poder decisório da matriz não repercutia diretamente na subsidiária brasileira, nesse caso não há conexão que ligue a Chevron ao território brasileiro, consequentemente não tem como condenar a Chevron brasileira, porque carece o juiz brasileiro a jurisdição. São quatro fatos que verificam se há conexão daquilo que ocorreu no território estrangeiro com o território nacional, se não preenchidos não terá conexão nacional. • Se as pessoas envolvidas também atuam em território nacional; • Se há repercussão econômica daquela relação no território nacional; 1.7. ACESSO A JUSTIÇA (“FÓRUM NECESSATIS”): em contraposição a isso não se pode negar o acesso à justiça. FORUM NECESSATIS – tem que existir um foro da causa necessário, esse direito humano está previsto em tratados internacionais. Não pode ser criados mecanismos que impeçam um foro de jurisdição, pois estarão elas sem o poder de exercício do seu direito. - CASO SENEGAL VS BÉLGICA. 2. DELIMITAÇÃO DA JURISDIÇÃO INTERNACIONAL NO BRASIL Delimitar a jurisdição internacional no Brasil. 2.1. FONTES INTERNACIONAIS: atualmente são pautadas em tratados internacionais. Se a questão judicial versão sobre alguma matéria envolvida nesses tratados, como são internalizados o juiz não irá adotar o codigo de processo civil (artigo 13 CPC), isso se dá pela lei especial derroga a lei geral. Tratados internacionais sobre direitos humanos segundo a jurisprudência do STJ são recebidos como normas supralegal. 1° Convenções de Haia – Sequestro Civil de Crianças e Adolescentes (problema do direito de visita – artigo 12 – fixa a competência no domicílio habitual da criança) e Alimentos(artigo 22, alínea “a” “b” – fixa a competência do juiz do domicilio do credor alimentando, estende a competência para o local onde os bens do devedor/alimentante dos alimentos esteja localizado); 2° Protocolo de Buenos Aires – fixa a competência das discussões contratuais ocorrida no âmbito do Mercosul. 3° Tratados de extradição. 2.2. FONTES NACIONAIS: o regramento está pautado no Código de Processo civil, nos artigos 21 e ss, conjuntamente o regimento interno do Superior Tribunal de Justiça (afeta a competência STJ). Esses dispositivos delimitam a jurisdição do juiz brasileiro em casos de conexão nacional, que enfrentam fatos transnacionais. 2.2.1. COMPETÊNCIA CONCORRENTE (CPC, 21 e 22): a ordem jurídica brasileira também reconhece competência/jurisdição estrangeira. Em função disso, as ações acabam tramitando em paralelo irá prevalecer aquela que primeiro for concluída e reconhecida em território nacional Por isso, deve se ler os artigos 21 e 22 do CPC em conjunto com o artigo 24 (que irá determinar a ausência de litispendência no cenário jurídico internacional), então se a competência for concorrente é possível ter uma ação tramitando p. ex. em Paris e Rio de Janeiro. São seis hipóteses de competência concorrente, três delas estão descritas no artigo 21 e três no artigo 22 do CPC. 14 • Pessoas que estão domiciliadas em território nacional (§único – aquelas que tem sede em território nacional), se uma das partes envolvida residir em território nacional. • Se a obrigação travada na relação jurídica transnacional e discutida no processo judicial tem o dever de ser cumprida em território nacional. Por exemplo: assinado em Paris, mas uma das partes fixou a obrigação em território nacional (p. exe. Realizar a entrega de um bem). • Se o fundamento da causa ou fato que originou a causa ocorreu no Brasil, se repercute de maneira danosa em território nacional. • Os alimentos têm o mesmo regramento da Convenção de Haia – fixa a competência para a jurisdição brasileira quando o alimentando tiver domicílio em território nacional e o alimentante tiver bens em território nacional. • Fixa a competência em território brasileiro para pessoa/ consumidor que estiver domiciliado em território nacional (consumidor a parte vulnerável). • Quando as partes convencionarem que a jurisdição será exercida em território nacional. Caso a decisão estrangeira ocorrer antes de uma decisão brasileira, será realizada a homologação pelo STJ. 2.2.2. COMPETÊNCIA EXCLUSIVA (CPC, 23): são assuntos que dizem respeito diretamente a soberania do país. Será de competência de juiz brasileiro, se isso não ocorrer não terá efeitos em território nacional. • Questões envolvendo território (imóveis, inventário, herança, sucessão testamentaria, legado que envolva imóveis, herdeiros testamentários que impliquem a transmissão dos imóveis, partilha de bens referente a imóveis). Competência exclusiva. 2.3. AUSÊNCIA DE LITISPENDÊNCIA (CPC, 24): privilegia a lei especial (tratado internacional) afastando o codigo de processo civil. Salvo o que diga em tratado, não há litispendência internacional, ou seja, o processo pode correr em paralelo com outro país Se não houver a decisão definitiva no Brasil, será promovida a homologação de decisão estrangeiro no STJ e terá efeitos no Brasil. 2.4. ELEIÇÃO DE FORO (CPC, 25): que as partes convencionam o foro. COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL Cooperação jurídica internacional não é apenas delimitar que o juiz brasileiro é de fato competente ou não. Quando estamos falando em cooperar é administrar um processo já em curso e reconhecer que em determinados atos processuais terão eficácia apenas com a decisão estrangeira, de modo que precisa de um auxílio. Cooperação jurídica internacional – é o auxílio bruto realizado entre países para regular a eficácia para o desenvolvimento, que atos processuais estrangeiros possam ter eficácia em território brasileiro e vice e versa. O poder público brasileiro que está cooperando com o Estado estrangeiro, ou é um ato processual (que interessa em processo brasileiro) que deverá ser realizado em território estrangeiro ou repercutir em território estrangeiro (é uma ajuda mútua). Os PRINCÍPIOS estão dispostos no artigo 26 do CPC e os objetivos (artigo 27), geralmente apenas se coopera se houver respeito ao devido processo legal/ contraditório/ correta produção probatória/ publicidade/ direito à defesa. Os OBJETIVOS refletem os diversos mecanismos de cooperação jurídica internacional – promova a oitiva de testemunhas. HOMOLOGAÇÃO DE DECISÃO ESTRANGEIRA é o reconhecimento em território nacional os efeitos de uma decisão internacional. Sendo homologado através do procedimento do artigo 960/965. AUXÍLIO DIRETO aquele que se dá mediante autoridades centrais, em que o Brasil pede que uma medida seja promovida em seu interesse em território estrangeiro. Por exemplo: se uma brasileira teve filho com norte americano e precisa que pague alimentos, ela se vale dos mecanismos das autoridades centrais norte américas e 15 de acordo com o direito norte americano, com base no direito local terá uma decisão. PEDIDO DE INFORMAÇÕES é a requisição de informações que estão presentes em outros países. EXTRADIÇÃO que é a entrega de pessoa que está em outro país ou cumprimento pena em país estrangeiro. 31 DE OUTUBRO DE 2019 Continuação... 1. CARACTERIZAÇÃO Fatos transnacionais que atraem o exercício de dois ou mais países, isso é o exercício da cooperação jurídica internacional. 1.1. CONCEITO: é um auxílio mútuo entre países para exercer com eficiência e eficácia a função jurisdicional, os países precisam cooperar para que atos e decisões gerem efeitos em território estrangeiro. “Auxilia que o processo judicial chegue ao seu final através da cooperação internacional”. 1.2. FUNDAMENTO: ESTADO COOPERATIVO (CR, 4°, IX): autoriza o auxílio mútuo entre os países. Deixa de ver os outros países como inimigos, e sim como auxílio mútuo. Com uma integração regional (MERCOSUL), UNIÃO EUROPEIA. As soberanias passam a ser mais flexíveis, com conteúdo mais aproximativas e cooperativas, então não é inconstitucional se reconhecer a possibilidade de gerar efeitos de uma decisão estrangeira em território nacional, tem fundamentos sobre a possibilidade de se apreender documentos, coagir determinados patrimônios, em interesses de outros países. Existe outro fundamento relacionado aos direitos humanos, pois se não tiver uma efetiva cooperação jurídica internacional não se instrumentará/ materializará o acesso à justiça. 1.3. ACESSO À JUSTIÇA E IGUALDADE: fundamento relacionado aos direitos humanos, pois se não tiver cooperação não será possível instrumentalizar o acesso à justiça. • Pacto internacional de direitos cíveis e política • Convenção interamericana de direitos humanos • 100 regras de Brasília – para acesso à justiça de pessoas vulneráveis. Não adiantaria ser regras e métodos para o fornecimento ao acesso á justiça sem ter uma cooperação internacional entre os países. Além disso, fere a igualdade, pois com a cooperação jurídica internacional consegue tratar duas pessoas de maneira igualitária, não diferenciar um tratamento jurisdicional. 1.4. PLURALIDADE DE INSTRUMENTOS (CIVEIS E CRIMINAIS): ambos são atendidos por um rol de instrumentos, alguns são apenas para a persecução penal (p. exe. Extradição) e outro para questões cíveis. Alguns dos instrumentos para a cooperação: • Homologação de decisão estrangeira; • Carta rogatória • Auxílio direito • Oitiva de testemunha 2. HOMOLOGAÇAO DE DECISÃO ESTRANGEIRA (CPC, 960 a 965; RISTJ, 216 – A a 216 – M). A homologação de decisão estrangeira é uma ação,mediante o procedimento especial e tem natureza constitutiva e tem como objetivo o reconhecimento da eficácia jurídica de atos estrangeiros de natureza jurisdicional em território nacional. • NATUREZA CONSTITUTIVA: constituir os efeitos; • Reconhecer EFICÁCIA JURÍDICA: consequências a atos estrangeiros de natureza jurisdicional em território nacional. • O PEDIDO é o reconhecimento dos efeitos jurídicos da decisão em território nacional. • Na homologação de decisão estrangeira não se enfrenta MÉRITO da decisão estrangeira. Se enfrentar o mérito estará afrontando a soberania do Estado estrangeiro, o que se faz é JUÍZO DE DELIBAÇÃO – e análise se essa decisão 16 estrangeira de fato foi corretamente produzida, se é legitima (juiz competente, permitiu a produção de produção de provas, não ofende a ordem pública brasileira, dignidade da pessoa, não coloca riscos), ai sim faz a homologação. Artigo 205, inciso I, “i” da CF – competência concentrada, direta e originaria do STJ. 2.1. PRODUÇÃO DE EFICÁCIA DE DECISÃO ESTRANGEIRA: as consequências da decisão proferida por juiz estrangeiro terão efeito em território nacional, sendo necessário à sua homologação. 2.2. APLICAÇÃO INDIRETA DO DIREITO ESTRANGEIRO: a lei é aplicada por juiz estrangeiro e apenas homologado pelo STJ, com efeitos que podem ser reconhecidos no território nacional. 2.3. MODELO DE AUTORIZAÇÃO: ATO JURÍDICO ESTRANGEIRO CODICIONADO: o ato jurídico só produzirá afeitos se passar pelo juízo de deliberação. Por isso é considerado condicionado. 2.4. CONTROLE LIMITADO: JUÍZO DE DELIBAÇÃO É limitado para não ofender a soberania do país não adentra em questões de mérito. Na homologação de decisão estrangeira não faz juízo de revisão (reforma da decisão estrangeira) e nem juízo de cassação. Analisa-se apenas se a decisão foi legitima e respeitou os requisitos fundamentais do Brasil. 3. AÇÃO DE HOMOLOGAÇÃO DE DECISÃO ESTRANGEIRA 3.1. AÇÃO JUDICIAL CONSTITUTIVA: constitui efeitos em território nacional. 3.2. CONTENCIOSIDADE LIMITADA: as contestações são restritas, os conteúdos alegáveis em contestação são limitados. Artigo 963 do CPC. 3.3. DECISÃO DE NATUREZA JURISDICIONAL: PARALELISMO (CPC, 960, §1°): não é necessário para que seja homologada a decisão estrangeira que essa decisão tenha sido proferida por uma autoridade judicial, é possível que autoridades administrativas tenham proferido decisões com natureza judicial. Também questões que não precisam de homologação, como no caso de divorcio consensual sem filhos menores, ou bens imóveis poderá ser reconhecida de maneira direta (porque não precisaria de um juiz brasileiro). 3.4. CONCESSÃO DO EXEQUATUR: promove a execução da decisão, como ato final da ação. 3.5. REQUISITOS PARA HOMOLOGAÇÃO (CPC, 963) 3.5.1. PRESSUPOSTOS FORMAIS (963, IV): são requisitos para o correto processamento da ação. • Tradutor juramentado; • Chancela consular (carimbo). 3.5.2. CITAÇÃO VÁLIDA (963, II): no processo originário a pessoa tem que ter sido citada e a possibilidade e a prerrogativa de se defender e produzir provas. 3.5.3. EXECUTORIDADE DA DECISÃO (963, III e IV): exigível e o trânsito em julgado no estrangeiro, dai ela se torna exequível e provar que não tem coisa julgada no Brasil. 3.5.4. JURISDIÇÃO INTERNACIONAL (963, I e 964): Tem que ser competente perante o direito estrangeiro e não pode ser hipótese de jurisdição exclusiva brasileira. 3.5.5. AUSÊNCIA DE OFENSA À ORDEM PÚBLICA (963, V): tem que observar os princípios fundamentais básicos não podem ser homologada e não podem apresentar efeitos em território nacional.
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