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Aula 7-Virologia

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VIROLOGIA
Medicina Veterinária
Microbiologia Veterinária
UNIFAI
Profa. Ms. Daniele de Oliveira Moura Silva 
1.0. Histórico
1.1.Descoberta dos vírus
-1892: Dmitri Ivanoviski
 doença do mosaico do tabaco – “veneno filtrável”
-1940: Wendell Stanley 
 cristalização do MTV 
1.2. Características
****Acelulares****
• -menores agentes infecciosos que existem ( 20 a 300nm)
• -Genoma constituído por DNA ou RNA
• -Parasitismo intracelular obrigatório
 Ausência de Metabolismo 
1.3.Origem
a) Teoria da Evolução Rétrograda
→parasitas intracelulares que perderam autonomia metabólica
b) Teoria da origem celular
→componentes celulares (RNA, plasmídio) que ganham autonomia
Classificação e Nomenclatura
 Ordem, Famílias e gêneros 
 Sufixo Ales: Ordem 
- Sufixo “viridae”: Família
- Sufixo “Vírus”: gênero
- Nome vulgar: espécie Subespécie: Número 
a) Tipo de ácido nucléico 
b) Número de fitas 
c) Presença ou ausência de envelope 
d) Simetria 
Uma espécie viral compreende um grupo de vírus que compartilham a mesma 
informação genética e o mesmo nicho ecológico (espectro de hospedeiros).
Ex: Ordem: Mononegavirales
Família Rhabdoviridae
Gênero Lyssavirus
vírus da raiva 
1.4. Componentes da partícula viral
→1 tipo de ácido nucléico 
→Capsídeo: envolve ac. nucléico 
→ Ac nucléico + Capsídeo→ nucleocapsídeo
→Capsômero: unidades que constituem o capsídeo
→Envoltório: reveste o nucleocapsídeo (Lipídeos ou glicoproteínas)
Capsídeo
DNA ou RNA
Envelope
1.5. Tipos de simetria Viral-Morfologia
COMPLEXA ICOSAÉDRICA HELICOIDAL
Influenza Hepatite
Peste suína 
Rotavirus 
Coriomeningite linfocitária
Material Genético
 Vírus DNA ou RNA 
a) DNA
b) RNA 
b1- RNA fita simples de polaridade positiva ( fita senso)
 Traduzidos diretamente em proteínas 
b2- RNA fita simples de polaridade negativa (fita anti senso)
 Transcritos em outra fita de RNA complementar que é traduzida pelos ribossomos
b3-RNA dupla fita 
b4-Retrovírus 
 RNA é copiado em DNA 
 transcriptase reversa 
 DNA integrado no DNA hospeiro
 Integrase 
Etapas da Multiplicação Viral
I-Adsorção
- Interação entre molécula de superfície celular + proteína da superfície externa vírus 
 
Receptor Anti-Receptor 
II-Penetração 
III-Decapsidação
IV-Biossíntese
V-Maturação
VI-Liberação
Ciclo Lítico x Lisogênico 
Vírus
Núcleo
Para Replicação os vírus dependem:
- célula eucariótica ou procariótica
∟ fornecem a total ou parcialmente a “maquinaria”
para replicação do material genético e capsídeo
Célula Eucarionte x Replicação Viral
Influenza
Penetração de vírus com envelope por endocitose
Tipos de Influenza: A, B e C
Influenza A 
-altamente variável, responsável pelos casos de pandemia. 
-contém cepas humanas e animais (aves, equinos, suínos,focas e baleias, gatos)
Influenza B
-pode apresentar variações e raramente pode ocasionar pandêmias.
-Contém cepas humanas
Influenza C 
-antigênicamente estável e só afeta individuos imunologicamente comprometidos.
-contém cepas humanas e suínos 
Até hoje foram diagnosticados 15 subtipos de Hemaglutinina e 9 de neuraminidase
São vírus RNA, simetria helicoidal, envelopados. 
O genoma é segmentado, em média 8 segmentos 
de RNA.
Variações antigênicas:
a)Drift 
-alterações antigenicas menores 
-geralmente ocasionadas por mutações no RNA 
viral 
b)Shift 
Alterações antigênicas maiores (H e N).
-ocasiadas por rearranjo gênico ( rearranjo de 
RNAS)
A infecciosidade é destruida por solventes lipidicos, 
formaldeido e irradiação.
Influenza
Gripe aviária- H5N1
H7N9 
H7N9 é um novo tipo da gripe aviária gerada por uma recombinação entre os 
vírus dos patos domésticos e os da gripe H9N2 que circulavam nos frangos“
Influenza aviário: 
Hospedeiro Natural: Aves aquáticas migratórias
resistentes
transmissor para aves domésticas 
morte
HOMEM 
Sintomas Aves
-problemas respiratórios (tosse, espirro, corrimento nasal, pneumonia)
-dificuldade locomoção
-edemas cristas e pernas
-Hemorragia muscular
-Morte
Transmissão GRIPE AVIARIA /Humanos 
-Contato direto com aves doentes
- Contato com secreções (corrimento nasal, espirros)
-Contato com fezes de aves
Preocupação 
Recombinação Influenza aviário + Influenza humano
Transmissão HOMEM / HOMEM 
Medidas de controle:
-Destruição de todas aves infectadas ou expostas
-descarte adequado das carcaças 
- quarentena e desinfecção rigorosa das granjas 
-Restrições ao transporte de aves
Subtipos antigênicos do vírus A da gripe associados a pandemias
México, 2009: H1H1- Nova gripe (gripe súina)
Gripe espanhola (H1N1)-1918: morte de 100 milhões de pessoas
Família Parvoviridae
Vírus DNA, não envelopado
1-Panleucopenia Felina (VPF)
-Infecção viral aguda de gatos, altamente contagiosa.
-Caracterizada por: febre alta (40 à 40,5 ºC)
anorexia
depressão
vômito 
-diarreia, desidratação, óbito em poucos dias 
-Período de incubação: 4 dias 
-Gatos de todas as idades são suscetíveis 
-Infecção intra-uterina: morte neonatal ou anormalidades congênitas
-Infecção: via oral ou respiratória 
-Excreção do vírus na urina, fezes, secreções corpóreas 
-Resistente à fatores ambientais: solução de hipoclorito de Na
à 0,175% (Clorox 1:30) é eficaz. 
2-PARVOVIROSE CANINA 
-Infecção viral aguda
-Caracterizada pelo aparecimento súbito 
de diarreia sanguinolenta, vômito, 
anorexia, febre.
-Mortalidade: Maior em filhotes que em 
adultos 
-Prevenção: Vacinação.
HIV
Família RETROVIRIDAE
Penetração de vírus envelopado por fusão
Família Retroviridae
Leucemia Felina (FeLV)
-Mais perigosas e importantes doenças
infecciosas dos gatos.
-Imunossupressão intensa que resulta no
desenvolvimento de infecções oportunistas
secundárias óbito.
-Gato é o único reservatório:
Transmissão por mordida, lambedura,
contaminação de recipientes utilizados na
alimentação, congênita.
Síndrome da Imunodeficiência Felina Adquirida
SIDAF (FIV-Vírus da Imunodeficiência Felina) 
PAPOVAVIRUS
PAPILOMATOSE, VERRUCOSE OU FIGUEIRA
Papilomatose bucal canina 
FAMILIA PAPOVIRIDAE
-Vírus DNA, icosaédricos.
PAPOVAVIRUS
PAPILOMATOSE
VERRUCOSE OU FIGUEIRA
Papilomatose Bovina 
Papiloma (HPV)
Condiloma 
-infecção da pele e mucosas / tumores- verrugas
Varíola (POXVIRIDAE)
-Cowpox
-Bufalopox
-Camelpox
-Horsepox
-Monkeypox
-Smallpox
Lesões pustulares
Molusco Contagioso – poxvirus 
Contato direto, relação sexual 
FAMILIA ADENOVIRIDAE
Hepatite infecciosa canina (HIC)
-Febre alta (40ºC)
-Aumento da sede, anorexia, tonsilite, congestão e hemorragia das mucosas.
-Sensibilidade abdominal por aumento do fígado
-Conjuntivite, fotobia
-edema subcutâneo da cabeça e pescoço;
-A maioria dos cães com infecções não 
complicadas recuperam-se rapidamente; cães 
com doença hiperaguda, morrem em poucas 
horas após o surgimento dos sinais clínicos. 
Vírus DNA, ICOSAÉDRICOS 
-pode ser transmitida tanto pelo contato direto
de um cachorro saudável com um cão doente,
como pelo seu contato com secreções (urina,
fezes, etc.) e objetos utilizados pelos animais
contaminados.
-Prevenção: Vacinação (V8 ou V10)
Cães que se recuperam da doença podem apresentar
uveíte e edema corneal, levando a uma condição
conhecida como “olho azul
adenovírus canino 1 (CAV-1).
Família Paramyxoviridae
Vírus RNA, helicoidal, envelopados
Cinomose canina- Vírus da Cinomose Canina(VCC)
-Doença viral mais séria dos cães
-Infecção viral aguda, caracterizada por febre, secreção nasal, ocular, anorexia,
depressão, dificuldade respiratória, espasmos musculares e sinais de
comprometimento do sistema nervoso central (pneumonia e encefalite).
-Rapidamente inativado por desinfetantes (amônio quaternário) e solução de fenol.
-Pode persistir por longo tempo em ambientes gelados e escuros, ou em restos tissulares.
Rhabdoviridae
Vírus RNA fita simples, envelopados
Raiva
Desmodus rotundus-Infecta todos animais de sangue quente 
*Humanos 
*Cães
*Gatos
*Bovinos 
Equinos
-doença grave, fatal
-Afeta sistema nervoso
**Vacinação**
Transmissão: mordedura de cão infectado
morcegos hematófagos 
 desmatamento: invasão ambiente silvestre
inalação de poeira contaminada (cavernas)
Sintomas:
inquietação, mudança de habito 
agressividade, alucinações, “engasgo”, convulsão
sialorréia
hidrofobia 
paralisia 
Tratamento
vacina e soro anti rábico 
Lavagem da área da mordedura com água e sabão 
seguindo anti-sepsia com álcool iodado 
sedativos, anti-espasmódicos
Febre Aftosa: 
PICORNAVIRIDAE
Vírus RNA-Icosaédrico
• Febre
• Depressão
• Sialorréia
• Lesões vesiculares nas mucosas da boca, 
coxim dental, gengivas, pele do 
focinho,espaços interdigitais, úbere.
• Lesões no epitélio da faringe, laringe, 
traquéia, esôfago, rúmem, musculatura do 
coração.
Consequências:
Redução do consumo de alimento
Perda de peso
Infecções secundárias 
-Complicações podais
-respiratórias 
-Glândula mamária 
Baixa mortalidade, alta morbidade;
Desinfecção: hidróxido de sódio 1%
Transmissão: inalação, agua e alimentos 
-vírus presente em todas secreções/excreções
-transito de pessoas, veículos
Sintomas
-anorexia
-febre
-sialorréia 
-diminuição produção de leite
-vesículas e úlceras mucosa bucal e espaços intergititais
-claudicação
-infecções secundárias 
Impacto econômico:
-Local: redução lucro
diminuição disponibilidade carne para consumo
-Nacional: Redução crescimento econômico pecuária 
Limita acesso ao mercado internacional
Comparação entre vírus e bactérias
Parasita Intracelular NÃO SIM
Membrana Plasmática SIM NÃO
Fissão Binária SIM NÃO
Passagem por filtros 
bacteriológicos
NÃO SIM
Possui ambos: 
DNA e RNA
SIM NÃO
Geração de ATP SIM NÃO
Ribossomos SIM NÃO
Sensíveis a antibióticos SIM NÃO
BACTERIAS VIRUS
PRIONS
PROTEINACEOUS INFECTIONS PARTICLE 
Partícula Protéica Infecciosa
ENCEFALOPATIAS ESPONGIFORMES
“Doença da Vaca Louca “
PRIONS
•Partículas infecciosas proteicas (PrP)
• Resistem a inativação por processos que destroem ácidos nucléicos
I- Doença da VACA LOUCA – (EEB ou BSE)
•Ingestão de ração preparada com farinha de carne e ossos 
• alteração do comportamento
•postura anormal
• excitabilidade, agressividade
•coceira continua nas narinas 
•enfraquecimento grave e progressivo 
II- SCRAPIE – ovinos e caprinos 
•incoordenação, prurido, paralisia 
III-DOENÇA DE CREUTZFELDT- JAKOB – Seres Humanos
• Ataxia, demência 
• Ingestão de carne bovina (crua) contaminada
• Transplante de córnea
• acidentes cirúrgicos
• injeção de hormônio de crescimento proveniente de tecido humano
a) GLICOPROTEÍNA NORMAL DO HOSPEDEIRO: PrPC
b) PrPC produzida pelas células e secretada para superfície celular 
Função: adesão celular; reconhecimento, incorporação de elementos 
c) PrPC PrPSC
d) PrPSC é absorvida por meio de endocitose e se acumula nos lisossomos
CAUSA REAL DO DANO CELULAR: DESCONHECIDA
Presença do prion
IV- Insonia Familiar fatal
V- Síndrome de Gerstmann-Sträussler-Scheinker
• ataxia cerebelar progressiva
• tremores e disartria (distúrbio da articulação da fala)
• diminuição de reflexos
• evolução clínica é mais lenta se comparada com a CJD,
• atinge pacientes de 30 a 60 anos, com sobrevida média de 5
anos após o início dos sintomas.
• O EEG pode ser normal ou discretamente lentificado e os
exames de neuroimagem mostram atrofia cerebral e
cerebelar.
• Estima-se que a incidência da GSS seja de 2 casos em cada
100 milhões de habitantes.
• doença hereditária causada pela alteração dos PrPc
• manifesta-se a partir da meia idade. 
• Dificuldade em dormir, evoluindo para uma insônia intensa. 
Isso ocorre porque o tálamo (responsável pelo controle do 
sono-vigília e auxiliar na resposta dos sentidos) é 
comprometido. 
• Colapso das funções vitais e morte 
VI-KURU- Seres Humanos X Canibalismo 
• Irritabilidade
• Tremores
• paralisia 
• Morte 
Nova Guiné 
INCINERAÇÃO
Cultivo de Vírus
a) Ovo embrionado
b) Cultura de Tecido
→ “células in vitro” ( rim feto humano, rim de macaco)
c)Animais 
→ Hospedeiro
Efeito citopático (CPE)
Qualquer mudança detectável na célula hospedeira devido à infecção viral é conhecida como
efeito citopático.
Efeitos citopáticos (CPE) consistem na curvatura da célula, desorientação, inchaço ou
murchamento, morte, destacamento da superfície, etc.
Muitos virus induzem apoptose (morte celulas programada) nas células infectadas. Isso pode
ser uma parte importante da defesa da célula hospedeira contra um virus – morte celular
antes de completar o ciclo de replicação viral pode limitar o número de descendentes e o
espalhamento da infecção.
Teste de formação de placas: 
Detecção do CPE e quantificação de partículas virais
• Diluições seriadas de um vírus são plaqueadas em culturas de células em
monocamadas.
• Uma placa é produzida quando uma partícula viral infecta uma célula, replica e
depois mata a célula. As células que a rodeiam são infectadas pelo virus recém
replicado e também são mortas. Este processo se repete várias vezes.
• As células são então coradas com um corante que cora apenas células vivas.
As células mortas na placa não se coram e aparecem como áreas descoradas
em um fundo de cor.
DROGAS ANTIVIRAIS
1.0. Análogos de Nucleotídeos 
❑ Aciclovir
9-{2-hidroxietoxi}metil]-9H-guanina
❑ Ribavirina 
(1-b-D-ribofuranosil-1,2,4-tiazole-3-carboxamida)
-proteínas não funcionais na transcrição e tradução
2.0. Antiretrovirais
❑ Zidovudina 
❑ Tenofovir 
❑ Revirapina 
3.0.Outros inibidores enzimáticos
❑ zanamivir (neuraminidase)
❑ Fosfato de oseltamivir 
4.0.Interferons
 Citocinas produzidas por células de defesa
Boa semana!

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