Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
G ilberto C ézar G utierrez da C osta Novos conhecimentos, novas tecnologias e uma nova revolução: o surgimento de uma civilização do conhecimento e da informação, que dá origem a uma economia digital. Produtos e serviços se integram a bits que trafegam pelas redes de computadores, transformando as atividades de pessoas e organizações. Neste livro, são amplamente examinadas as operações e as ferramentas que caracterizam o e-business e o e-commerce, bem como os benefícios alcançados com o emprego das várias modalidades de relacionamento eletrônico. São tematizados ainda os sistemas integrados empresariais no e-business, o marketing pela internet e a segurança na web. Estamos presenciando o desenvolvimento de uma sociedade que elabora processos de negócios por meio de empresas digitais. Negócios eletrônicos: uma abordagem estratégica e gerencial se apresenta, assim, como uma obra capaz de desvendar para o leitor os principais fundamentos dessa nova realidade. Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. N e g ó c i o s e le t r ô n i c o s : u m a a b o r d a g e m e s t r a t é g ica e geren ci al G i l b e r t o C é z a r G u t i e r r e z d a C o s t a Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. Conselho editorial Dr. Ivo José Both (presidente) Dr.ª Elena Godoy Dr. Nelson Luís Dias Dr. Ulf Gregor Baranow Editor-chefe ˘ Lindsay Azambuja Editor-assistente ˘ Ariadne Nunes Wenger Editor de Arte ˘ Raphael Bernadelli Revisão de texto ˘ Schirley H. Gois Hartmann Capa ˘ Denis Kaio Tanaami Projeto gráfico ˘ Raphael Bernadelli Diagramação ˘ Bruno Oliveira Informamos que é de inteira responsabilidade do autor a emissão de conceitos. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização da Editora Ibpex. A violação dos direitos autorais é crime estabele- cido na Lei nº 9.610/1998 e punido pelo art. 184 do Código Penal. Esta obra é utilizada como material didático nos cursos oferecidos pelo Grupo Uninter. Av. Vicente Machado, 317, 14º andar Centro, Curitiba, Paraná, CEP 80420-010 Fone: (41) 2103-7306 www.editoraibpex.com.br editora@editoraibpex.com.br Costa, Gilberto Cézar Gutierrez Negócios eletrônicos: uma abordagem estratégica e gerencial [livro eletrônico] / Gilberto Cézar Gutierrez da Costa. – Curitiba: Ibpex, 2012. – (Série Administração Estratégica). 2 Mb ; PDF ISBN 978-85-7838-411-1 1. Administração de empresas 2. Competitividade 3. Estratégia empresarial 4. Internet (Rede de computadores) 5. Negócios I. Título. II. Série. 12-15053 CDD-650.0285 Índices para catálogo sistemático: 1. Negócios eletrônicos: Administração de empresas 650.0285 F o i f e i t o o d e p ó s i t o l e g a l . 1 ª e d i ç ã o , 2 0 1 2 . Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. S u m á r i o Apresentação ˘ 9 Lista de siglas ˘ 13 1 Internet ˘ 17 1.1 Histórico da internet ˘ 22 1.2 Infraestrutura e funcionamento da internet ˘ 26 1.3 Protocolos da internet ˘ 30 1.4 Endereços na internet ˘ 31 1.5 Tecnologia cliente/servidor ˘ 33 1.6 Navegadores (browsers) ˘ 36 1.7 Serviços da internet ˘ 37 1.8 Intranets e extranets ˘ 45 1.9 Provedores de serviços para internet ˘ 50 2 Negócios eletrônicos ˘ 55 2.1 Definição de e-business ˘ 57 2.2 Classificação dos negócios eletrônicos ˘ 63 2.3 Portais ˘ 69 2.4 E-learning ˘ 78 Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 3 Modelos de negócios eletrônicos ˘ 83 3.1 Modelo de Tapscott, Ticoll e Lowy ˘ 85 3.2 Estratégia com as b-webs ˘ 104 4 Comércio eletrônico ˘ 111 4.1 Aplicações de comércio eletrônico para o mercado B2C ˘ 118 4.2 Aplicações de comércio eletrônico para o mercado B2B ˘ 126 4.3 Transações monetárias na internet ˘ 128 5 M-business ˘ 137 5.1 Tecnologia sem fio (wireless) ˘ 140 6 Sistemas integrados e o e-business ˘ 151 6.1 Sistemas ERP ˘ 155 6.2 Sistemas CRM ˘ 163 6.3 Sistemas SCM ˘ 168 6.4 Relacionamento entre os sistemas ERP, CRM e SCM ˘ 178 6.5 Integração do e-business com os sistemas ERP, CRM e SCM ˘ 179 7 Marketing na internet ˘ 191 7.1 Pesquisa de marketing na internet ˘ 194 7.2 Marketing por e-mail (e-mail marketing) ˘ 195 7.3 Banners ˘ 196 7.4 Afiliação ˘ 198 7.5 Promoções ˘ 199 Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 7.6 Propaganda em e-business ˘ 200 7.7 Marketing em ferramentas de busca (Search Engine Marketing) ˘ 202 8 Segurança na internet ˘ 205 8.1 Ataques à segurança ˘ 208 8.2 Criptografia ˘ 214 8.3 Assinaturas digitais ˘ 217 8.4 Protocolos SSL e SET ˘ 219 8.5 Segurança nas redes ˘ 221 Considerações finais ˘ 225 Estudos de caso ˘ 227 1 Modelos de negócios eletrônicos ˘ 227 2 Comércio eletrônico ˘ 233 3 Marketing na internet ˘ 237 4 Segurança na internet ˘ 239 Referências ˘ 247 Sobre o autor ˘ 255 Ne nhum a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. A p r e s e n t a ç ã o A internet é um dos mais importantes canais de negócios do sé- culo XXI. Desde o seu surgimento, ela vem revolucionando a vida das pessoas e influenciando as instituições de todos os tipos. O acelerado desenvolvimento das tecnologias e das ferramentas que envolvem a internet propiciou o surgimento dos negócios eletrônicos, que estão sendo adotados pelas empresas como es- tratégia para obter vantagem competitiva, oferecer valor agre- gado aos clientes ou criar novos modelos de negócios. Pensando nesse foco, este livro é voltado para profissionais e estudantes que desejam compreender os conceitos fundamen- tais da tecnologia da internet e dos negócios eletrônicos e como eles podem ser utilizados estrategicamente nas organizações. Cabe ressaltar que o objetivo desta obra não é aprofundar o co- nhecimento relativo aos aspectos técnicos dos negócios eletrô- nicos, mas apresentar uma visão estratégica e gerencial do tema. Com o intuito de facilitar a compreensão do assunto abordado, o conteúdo deste livro foi estruturado de modo a guiar o leitor por Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. essa área. Assim, a introdução consiste em um breve texto a res- peito das características do ambiente organizacional contempo- râneo, levando em conta a emergência dos negócios eletrônicos. O primeiro capítulo, “Internet”, aborda os aspectos técnicos fundamentais sobre a tecnologia da internet, com uma pers- pectiva gerencial. O segundo capítulo, “Negócios eletrônicos”, apresenta defini- ções dos negócios eletrônicos e sua classificação, soluções de portais e de e-learning. Esse assunto é aprofundado no terceiro capítulo, “Modelos de negócios eletrônicos”, que traz uma mo- delagem de negócios eletrônicos baseada na proposta de três autores consagrados. O quarto capítulo, “Comércio eletrônico”, trata das mais signi- ficativas soluções atuais para o comércio eletrônico e as transa- ções monetárias na internet. O m-business é enfocado no quinto capítulo, em que são analisa- dos os principais recursos em tecnologia sem fio e dispositivos móveis, assim como algumas de suas aplicações aos negócios. No sexto capítulo, “Sistemas integrados e o e-business”, são abordados os principais sistemas integrados, suas inter-rela- ções e integração com o e-business. Nos dois últimos capítulos, são examinados os temas referen- tes ao marketing e à segurança na internet, analisando-se as formas de realizar marketing por meio da internet, bem como os meios de garantir segurança para o ambiente da web e para os negócios eletrônicos. Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. Ao final de cada capítulo foram colocadas questões para discus- são sobre os temas tratados e, ao final do livro, há um anexo com quatro estudos de caso para contribuir na consolidação dos conteúdos abordados. Boa leitura! Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. L i s t a d e s i g l a s ANI Automatic Number Identification AMPS Advanced Mobile Phone System Arpa Advanced Research Projects Agency ASP Application Service Provider B2B Business-to-Business B2C Business-to-Consumer ou Business to Customer B2E Business-to-Employee B2G Business-to-Government BI Business Intelligence BZ Below Zero CBT Computer Based Training C2B Consumer-to-Business ou Customer-to-Business C2C Consumer-to-Consumer CDMA Code Division Multiple Access CE Comércio eletrônico CERN Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire C2G Citizen-to-Government CMP Cliente de maior potencial CMV Cliente de maior valor CRM Customer Relationship Management DNS Domain Name System DoS Denial-of-Service Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. EAI Enterprise Application Integration E2B Employee-to-Business EDI Electronic Data Interchange EFT Electronic Funds Transfer ERP Enterprise Resource Planning FTP File Transfer Protocol G2B Government-to-Business G2C Government-to-Citizen G2G Government-to-Government GPS Global Position System GSM Global Standard Mobile HTML HyperText Markup Language HTTP HyperText Transfer Protocol HTTPS HiperText Transfer Protocol Secure IAP Interactive Advertising Bureau IM Instant Messaging IP Internet Protocol ISP Internet Service Provider LAN Local Area Network LMS Learning Management System Milnet Military Net MRP Material Requirement Planning MRP II Manufacture Resource Planning MSP Management Service Provider NAPNetwork Access Point NCSA National Center Mobile Telephone NMT Nordic Mobile Telephone NNTP Network News Transfer Protocol NSF National Science Foundation PDA Personal Digital Assistant P2P Peer-to-Peer RNP Rede Nacional de Ensino e Pesquisa SCC Supply-Chain Council SCM Supply Chain Management Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. SCOR Supply-Chain Operations Reference SET Secure Electronic Transaction SMS Short Message System SSL Secure Sockets Layer SSP Storage Service Provider TACS Total Access Communication System TCP Transmission Control Protocol TDMA Time Division Multiple Access TI Tecnologia da informação TLS Transport Layer Security URL Uniform Resource Locator VAN Value Added Network VPN Virtual Private Network XML EXtensible Markup Language WAP Wireless Application Protocol W3C World Wide Web Consortium WLAN Wireless Local Area Network WML Wireless Markup Language WI-FI Wireless Fidelity WWW World Wide Web Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. I n t e r n e t capítulo 1 Nenh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 19 A economia mundial atravessou mudanças radicais nas últimas décadas. De acordo com Castells (1999), o capitalismo passa por um processo de profunda reestruturação, que possui ca- racterísticas marcantes, como: maior flexibilidade de geren- ciamento; descentralização das empresas e sua organização em redes, tanto internamente quanto nas relações com outras empresas; individualização e diversificação cada vez maior das relações de trabalho; intervenção estatal para desregulamentar os mercados de forma seletiva e desfazer o estado do bem-es- tar social com diferentes intensidades e orientações; aumento da concorrência econômica global em um contexto de progressiva diferenciação dos cenários geográficos e culturais para acumu- lação e gestão do capital. Estudos realizados sobre o desenvolvimento econômico mun- dial apontam que a evolução das economias e das sociedades ocorre com base no seguinte mecanismo: novos conhecimen- tos levam ao desenvolvimento de novas tecnologias. A aplica- ção destas no ambiente provoca mudanças econômicas que re- sultam em mudanças sociais e políticas. A rapidez, a agilidade e a amplitude das atuais transformações são características que evidenciam o surgimento de uma nova revolução, muito diferente de outros marcos históricos de nossa sociedade, isto é, não se trata de um saldo qualitativo no acú- mulo de conhecimento humano, mas do surgimento de uma nova civilização denominada de civilização do conhecimento e da informação. Em outras palavras, presenciamos um novo paradigma, uma nova visão de mundo. Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 20 Tapscott (1997) denomina essa nova economia de economia di- gital, em que a informação, em todas as suas formas, tornou- -se digital, reduzida a bits armazenados em computadores, tra- fegando pelas redes, integrada a produtos e serviços. A evolução tecnológica tem participação direta nas atuais transformações. Segundo Tapscott, Ticoll e Lowy (2000), em toda a história, novas tecnologias de informação possi- bilitaram e estimularam o avanço das formas organizacionais. O desenvolvimento que vem ocorrendo, principalmente no am- biente da internet com o advento da World Wide Web (WWW), está transformando a maioria das atividades das empresas e dos consumidores. Com isso, as organizações enfrentam enor- mes modificações, muitas delas ocorrendo simultaneamente. Essas inovações que ocorreram nas áreas de informática e te- lecomunicações nos últimos anos propiciaram a expansão da internet. Com isso, novas ferramentas surgiram e permitiram o desenvolvimento do e-business, ou electronic business (negócio eletrônico), não somente no ambiente da internet, mas também no da intranet e da extranet. Por meio do poder da tecnologia da internet, os gestores pro- curam desenvolver diferentes soluções para proporcionar valor agregado aos clientes finais. Laudon e Laudon (2004) apontam que a tecnologia da internet está servindo de base para novos modelos empresariais, processos de negócios e modos de dis- tribuir o conhecimento. A chamada empresa digital é aquela em que todos os relacionamentos empresariais signifi- cativos com clientes, fornecedores, parceiros e funcionários são Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 21 habilitados e mediados digitalmente. Nesta nova concepção em- presarial, os processos denegócios essenciais são realizados por meio de redes digitais que abrangem toda a organização ou que interligam múltiplas organizações. (Id.) A internet surgiu no final do século como um grande fenômeno, situação na qual permanece no período atual (Mazzeo, 2000, p. 7). Devido à enorme velocidade de disseminação em quase todo o mundo, em um curto espaço de tempo, desde o seu sur- gimento, a internet se destaca entre as novas tecnologias de informação e comunicação. Enquanto o telefone levou 74 anos para atingir 50 milhões de usuários, a internet levou apenas 4 anos para obter essa marca. Tabela 1: Comparativo entre meios de comunicação para atingir 50 milhões de usuários Meio de comunicação Tempo para atingir 50 milhões de usuários (em anos) Telefone 74 Rádio 38 Televisão 13 Computador 16 Telefone celular 5 Internet 4 Fonte: Takahashi, 2000; Veja on-line, 2006. A tecnologia teve papel fundamental na expansão da internet, principalmente com o desenvolvimento da informática e das telecomunicações ocorrido nos últimos anos. Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 22 Considerada a maior e a mais amplamente usada rede do mun- do, a internet é, na verdade, “uma rede internacional de redes”. Segundo Laudon e Laudon (2004, p. 16), a internet conecta centenas de milhares de diferentes redes em mais de 200 países no mundo inteiro. Mais de 500 milhões de pessoas que trabalham em ciência, educação, governo e negócios usam a internet para trocar informações ou realizar transações de negócios com outras organizações ao redor do globo. A internet destaca-se também porque está tornando-se a platafor- ma tecnológica universal e fundamental para o desenvolvimento dos negócios eletrônicos. Ela tem a capacidade de elimiar barrei- ras técnicas, temporais, geográficas, de custos e, assim, permitir novas utilizações dos sistemas de informação e a criação de novos modelos de negócios (Ibid., p. 17). Nesse contexto, as possibilidades oferecidas pela internet e pelos negócios eletrônicos são de espe- cial interesse para os organizações e para os seus administradores. Histórico da internet Para que possamos compreender como a internet se tornou a grande rede mundial de computadores, devemos estudar a sua história. O início da internet se deu no final da década de 1960, nos Estados Unidos. Nessa época, ocorria a chamada Guerra Fria, designação dada ao conflito político-ideológico entre os Estados Unidos, que defendia o capitalismo, e a extinta União Soviética, que defendia o socialismo. Nesse período, um dos maiores 1.1 Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 23 temores do governo americano era perder informações arma- zenadas nos servidores localizados em quartéis-generais estra- tégicos, caso eles fossem bombardeados. Para minimizar esse risco, uma subdivisão do Departamento de Defesa dos Estados Unidos chamada Arpa, sigla de Advanced Research Projects Agency (Agência de Projetos de Pesquisa Avançada), buscou desenvolver o projeto de um sistema de rede que permitisse a troca de informações entre os computadores militares, de uma base militar para outra. Surgiu, então, em 1969, a antecessora da internet (Pinho, 2000, p. 30) – a rede chamada Arpanet, um projeto bem-sucedido que garantia a integridade das informações, caso uma das conexões da rede sofresse um ataque inimigo (Stair, 1998, p. 206). Com o enfraquecimento da União Soviética, no início da década de 1980, uma nova utilidade da Arpanet foi interligar laborató- rios e universidades nos Estados Unidos e, mais tarde, em outros países. Em 1984, a NSF – National Science Foundation (Fundação de Ciência Nacional), um órgão independente do governo ameri- cano, passou a ser responsável pela manutenção da Arpanet. O grande e rápido crescimento do número dos participantes da Arpanet tornou difícil seu gerenciamento, principalmente com a proliferação das páginas das universidades. Com isso, a Arpanet foi desmembrada em duas redes: a Milnet (Military Net), que englobava todos os sites militares, e a Arpanet, que abrangia todos os sites não militares. As duas permaneceram, contudo, conectadas pelo uso do protocolo de internet – IP (Internet Protocol), que permitia a transferência do tráfego de uma rede para outra, conforme a necessidade (Ibid., p. 207). Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 24 Nessa época surgiu também o nome internet. Segundo Pierre Lévy (1999, p. 255), essa designação vem de termo inglês inter- networking (ligação entre redes). De acordo com o autor, em- bora seja geralmente interpretada como uma rede, a internet é um conjunto de redes interligadas. No final da década de 1980, a internet passou a ser considera- da um eficiente veículo de comunicação mundial e utilizada, de forma intensa, não somente por cientistas e acadêmicos, mas também por usuários comerciais. Nesse tempo, a rede operava somente no formato de texto, porém já se iniciava o desenvolvi- mento de serviços cada vez mais simplificados para os usuários. Um grupo liderado pelo físico suíço Tim Berners-Lee, do Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire – CERN (Centro Europeu de Pesquisas Nucleares), em Genebra, desenvolveu e popularizou o conceito de hipertexto – sistema em que par- tes dos textos são marcadas e, uma vez selecionadas, levam a informações adicionais sobre o assunto em questão. Em 1991, esse mesmo grupo criou a WWW ou simplesmente web, que, no início, era composta predominantemente de texto, com ra- ros elementos gráficos (Abranet, 2007). Para Tapscott (1997, p. 20), o que realmente fez a internet cres- cer em escala geométrica foi a WWW. Logo no ano seguinte, Marc Andersen, do National Center for Supercomputer Activity – NCSA (Centro Nacional de Aplicações de Supercomputação), criou o primeiro navegador para internet, chamado Mosaic. Com esse novo recurso, o usuário poderia ter acesso a informa- ções sem se preocupar com a conversão de arquivos e formatos, Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is éc rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 25 comunicar-se com outros usuários, transferir arquivos, enviar e receber mensagens, além de interpretar gráficos e poder nave- gar por meio de hipertextos. Andersen demitiu-se em seguida da NCSA para formar a companhia que mais tarde ficou conhe- cida como Netscape Communication Corporation. Em 1994, a Netscape lançou o produto Netscape Navigator, que contribuiu fortemente para popularizar a web e permitiu o acesso à rede a qualquer pessoa que dispusesse de um computador pessoal. A linguagem HTML – HyperText Markup Language (lingua- gem de marcação de hipertexto) tornou-se padrão para a pro- gramação das páginas da internet e possibilitou a exibição das informações nos mais variados formatos, como texto, imagem, vídeo, áudio, animações, cores e diagramações diferenciadas. Com isso, surgiu a hipermídia, que abriu aos usuários novas opções de linguagem além do texto e permitiu a exploração de opções quase infinitas de expressão em rede. Assim, o poten- cial comercial da internet foi definitivamente reconhecido, o que deu início à sua grande expansão. É possível perceber hoje a internet cada vez mais presente no cotidiano das organizações e na vida das pessoas. No entanto, como afirma Peter Drucker (2000), o impacto da chamada re- volução da informação está apenas começando. O surgimento da internet vem mudando rapidamente a economia, a sociedade e a política, mas o futuro é totalmente inesperado e sem prece- dentes. Estamos vivenciando um tempo de intensas novidades, redescobertas e quebras de paradigmas. Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 26 1.2 Infraestrutura e funcionamento da internet Conforme abordado anteriormente, a internet é um conjunto glo- bal de redes de computadores de tamanhos variados e que se co- nectam de várias formas, constituindo uma grande teia. Em ou- tras palavras, a internet é um conjunto de redes interconectadas. A internet não possui um proprietário, ou seja, nenhuma organi- zação, governo ou instituição controla a internet. Apesar disso, ela é monitorada e mantida de diferentes modos. Formada em 1992, a Internet Society (Sociedade da Internet), um grupo sem fins lucrati- vos, supervisiona a formação de políticas e protocolos que definem como usamos e interagimos com a internet (Tyson, 2007). Apesar de o projeto inicial da internet ter sido concebido pelo governo americano, atualmente ele paga somente uma pequena parcela dos custos da internet, geralmente voltados para o fi- nanciamento de projetos de processos administrativos básicos, como o desenvolvimento de padrões e o sistema de nomes de domínios (Domain Name System – DNS). As demais entidades, ou seja, cada governo, empresa ou instituição, são responsáveis por instalar e manter suas partes na rede mundial e, assim, permitem que a informação enviada pela internet transite pelas suas rotas até os respectivos destinos. Hierarquia das redes A internet possui uma infraestrutura diversificada, mas mui- to bem definida. Quem realmente oferece a infraestrutura do backbone (linhas de comunicação de alta velocidade e de longa 1.2 Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 27 distância da internet) da rede física da internet, a qual permite gerenciar o fluxo do tráfego de informações pela rede, são empre- sas de comunicações comerciais, como a UUNet (uma empresa do Grupo MCI WorldCom), a GTE Internetworking, a Sprint, entre outras (Turban; Rainer Junior; Potter, 2003, p. 210). As organizações e os assinantes individuais se conectam com a internet por meio desses e de outros pequenos provedores de serviços de internet. Tanto os provedores backbone quanto os provedores de acesso são denominados provedores de serviços de internet (Internet Service Providers – ISP). Os assinantes e as empresas pagam aos provedores de acesso conforme o tipo de conexão contratada, e estes pagam aos provedores backbone conforme a largura de banda, o tráfego e o tempo de acesso. Os provedores backbone, por sua vez, mantêm conexões entre si e com os provedores de acesso, formando, assim, as redes backbone, também chamadas de espinha dorsal da internet. Cada computador conectado à internet faz parte de uma rede. Um usuário residencial geralmente utiliza um dispositivo cha- mado modem para conectar-se a um provedor de acesso (ISP). Um funcionário de uma empresa pode fazer parte de uma rede local (Local Area Network – LAN) conectada à internet usan- do um provedor de acesso contratado pela empresa. Ao fazer isso, tanto o usuário doméstico quanto o funcionário se tornam parte da rede do provedor de acesso, que, por sua vez, está co- nectado a umas rede maior, ou seja, formam redes de redes. Os provedores de acesso se conectam a outras redes de alto nível, conectadas umas com as outras, por meio de pontos de acesso de rede ( Network Access Point – NAP), que permitem a comunicação entre backbones de operadoras diferentes (Tyson, op. cit). Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 28 Uma estrutura hierárquica típica de acesso se parece com a figura a seguir. Figura 1: Estrutura hierárquica típica de acesso à internet Legenda Modem Computador Internet NAP ISP Residencial Lan Comercial Fonte: Adaptado de Tyson, 2007. Roteadores Segundo Shiva, citado por Pinho (2000, p. 38), “a internet é um meio e não um fim em si mesmo. Fisicamente, ela é uma estrada de informação, um mecanismo de transporte que conduz a um ca- minho de milhões de computadores interligados, no qual se pode viajar para enviar e receber informação de um site para outro”. A internet transmite dados de um computador de origem para outro de destino por meio de um sistema conhecido como rede de pacotes de dados comutados. Nesse sistema, as mensagens, ou arquivos, são divididas em pequenas partes (de 1.500 bytes), que são “empacotadas” com informações adicionais sobre o en- dereço do remetente, do destinatário, do espaço ocupado pela Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia autor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 29 mensagem no pacote e um dígito verificador. Com isso, os paco- tes de dados são enviados para o destino pela melhor via dispo- nível (Tyson, op. cit.). Os dispositivos que definem o caminho que cada pacote deve percorrer até chegar ao seu destino são os roteadores, compu- tadores específicos desenvolvidos para essa função. As prin- cipais tarefas efetuadas pelos roteadores são garantir que as informações sejam encaminhadas para o destino correto e, ao mesmo tempo, assegurar que as informações não sejam dire- cionadas para onde elas não são necessárias (Id.). Além disso, as redes de roteadores têm a capacidade de reconfigurar os ca- minhos que os pacotes devem percorrer, balanceando as cargas entre os vários equipamentos que compõem a rede, e redirecio- nar pacotes caso um trecho da rede apresente algum problema. Figura 2: Estrutura de roteadores Usuário Servidor web Fonte: Adaptado de Tyson, 2007. Backbone O backbone (espinha dorsal) é a estrutura de nível superior em uma rede composta por várias sub-redes. No ambiente da internet, utiliza-se normalmente o termo backbone em refe- rência aos cabos de fibra óptica de grande capacidade e longa Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 30 distância (continental ou internacional), por onde transita a maior parte do tráfego da internet. No Brasil, foi a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), quem criou o primeiro backbone brasileiro da internet em 1991. A Embratel começou a montar um backbone paralelo ao da RNP em 1995 para oferecer serviços de conexão a empresas privadas (Folha On-line, 2007). 1.3 Protocolos da internet Um protocolo é um conjunto padrão de regras e procedimen- tos que determinam como são realizadas as comunicações em uma rede (O’Brien, 2004). No ambiente da internet, existem diferentes tipos de protocolos. Os mais conhecidos são: • TCP – Transmission Control Protocol (protocolo de controle de transmissão): tem como função definir as re- gras e os procedimentos de comunicação em uma rede, ve- rificando se os dados foram enviados de forma correta, na sequência correta e sem erros. • IP – Internet Protocol (protocolo de internet): tem como função descobrir o caminho adequado entre o reme- tente e o destinatário ao enviar pacotes de dados. Esses dois protocolos geralmente são utilizados juntos na maio- ria das aplicações da internet. Por isso, costumam ser citados como protocolo TCP/IP (Turban; Rainer Junior; Potter, 2003, p. 212). 1.3 Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 31 Endereços na internet Para cada computador na internet é atribuído um endereço IP, que o identifica com exclusividade e o diferencia de todos os ou- tros computadores. Esse endereço é composto por quatro partes, separadas por pontos. Por exemplo: o endereço IP da Editora Ibpex (http://www.editoraibpex.com.br) é 200.247.73.136. Os computadores se comunicam em formato binário, ou seja, com zeros e uns. Ao converter o endereço IP da Editora Ibpex do formato decimal para o binário, o resultado é 11001000.1111 0111.01001001.10001000, números que, agrupados, formam nú- meros de 32 posições. Por isso, os números IP são considerados números de 32 bits. Cada número binário ocupa 8 posições e é chamado de octeto. O número total de combinações possíveis por octeto é de 28 ou 256, variando de 0 a 255. Combinando-se os 4 octetos, forma-se um número de 4.294.967.296 combina- ções possíveis, ou seja, esse é o número possível de endereços IP. Geralmente são utilizados nomes em vez de endereços IP, pois os nomes são mais fáceis de serem lembrados. Esses nomes são registrados em um sistema de nomeação (DNS) para identifi- car os websites (conjunto de páginas na internet de uma empre- sa, entidade ou pessoa física). Os nomes de domínios são formados por algumas partes sepa- radas por pontos e interpretados da direita para a esquerda. Para acessar um website, o usuário deve digitar seu URL – Uniform Resource Locator (localizador uniforme de recursos), que é o endereço de um recurso na web. Por exemplo, para acessar o 1.4 Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 32 website da Editora Ibpex, o usuário deve digitar a URL <http:// www.editoraibpex.com.br>. As partes que compõem essa URL são as seguintes: • br – Essas duas letras identificam o país do website. Para o Brasil, utilizam-se as letras br; para os Estados Unidos, us; para a Itália, it; e assim por diante. • com – Essas três letras representam a especificação de nível superior ou zona na qual se enquadra o website. A especifica- ção com indica que se trata de um website comercial. Existem várias especificações de nível superior, como, por exemplo, edu para sites educacionais, gov para sites do governo, org para organizações etc. Para maiores detalhes, acesse o site de registro de domínios no Brasil: <http://registro.br>. • editoraibpex – É o termo de identificação do website. Esse termo pode ser o nome de uma empresa que fez o registro do domínio, de uma entidade, de uma pessoa física ou um nome qualquer definido pelo proprietário. • WWW – Representa o serviço WWW que deverá será acionado quando o website for acessado; • HTTP:// – Representa o método de acesso e o protocolo HTTP – HyperText Transfer Protocol (protocolo de trans- ferência de hipertexto), padrão de comunicação usado para transferir páginas através do serviço WWW na internet. Outros métodos podem ser utilizados, como, por exemplo, o FTP – File Transfer Protocol (protocolo de transferência de arquivo). Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nido p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 33 1.5 Tecnologia cliente/servidor A internet é baseada na tecnologia cliente/servidor, ou seja, ao utilizarem a internet, os usuários controlam o que fazem por meio de aplicativos clientes, como, por exemplo, um software de navegação (browser) ou um aplicativo cliente de e-mail. Todos os dados, como mensagens de e-mail ou páginas web, ficam armazenados em um servidor. O usuário requisita informações de um determinado servidor, e este envia as informações re- quisitadas ao usuário (cliente) (Laudon; Laudon, 2004, p. 289). Quando um usuário digita um URL de um website no seu navegador, por exemplo, o da Editora Ibpex (http://www. editoraibpex.com.br), o navegador envia a requisição ao com- putador servidor onde se encontra o website da Editora Ibpex, que faz a página inicial (home page) retornar ao computador do usuário, mostrando seu conteúdo no navegador. As plataformas clientes atuais não se restringem somente a com- putadores pessoais ou notebooks; incluem também PDAs – personal digital assistants (assistentes pessoais digitais), smart phones (telefo- nes inteligentes) e até videogames com modem e teclado (Id.). Servidores para internet Os servidores para internet são responsáveis pelo gerencia- mento dos serviços de internet. Podemos citar, por exemplo, os servidores web, responsáveis pelo armazenamento das páginas e das aplicações de mais de um website, pelo recebimento das requisições das páginas, pelo processamento e pelo envio das 1.5 Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 34 páginas web aos clientes; os servidores de e-mail, responsáveis pelo armazenamento, pelo envio e pelo recebimento de mensa- gens de correio eletrônico; os servidores de FTP, responsáveis pelo recebimento e pelo envio de arquivos; os servidores proxy, que atuam armazenando páginas da internet recém-visitadas, aumentado a velocidade de carregamento dessas páginas quan- do requisitadas novamente. Servidores web Os servidores web são equipamentos com configurações adequa- das às necessidades de hospedagem e acesso aos websites para os quais são designados. Se esses websites tiverem uma expecta- tiva de grande volume de acessos, os servidores devem possuir capacidade de processamento, armazenamento e memória que suporte o volume de acessos com desempenho aceitável, além de agregar recursos de segurança da informação. Destacamos, porém, que, ao projetar os recursos de hardware para um servi- dor web, é recomendável considerar futuras ampliações de capa- cidade, ou seja, analisar a escalabilidade das soluções adotadas. O software utilizado nos servidores web para administrar websites e prover-lhes acesso são sistemas específicos para essa finalida- de. Os mais conhecidos softwares dessa categoria são: Apache HTTP Server, da Apache Software Foundation (http://www. apache.org); Internet Information Services (IIS), da Microsoft (http://www.microsoft.com/iis); Sun Java System Web Server, da Sun Microsystem (http://www.sun.com/webserver). Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 35 As principais características desse tipo de software são: • Protocolo HTTP – Opera aceitando requisições no pro- tocolo HTTP e fornece respostas nesse mesmo protocolo, normalmente por meio de documentos HTML, mas tam- bém pode ser por meio de arquivos de textos, imagens ou outros formatos típicos da internet. • Loggins (registros) – Possui a capacidade de registrar as requisições efetuadas aos websites hospedados e as respostas fornecidas, o que permite posterior aplicação de estatísticas e análises. • Configuração – Permite personalizar a configuração do software para adequá-lo às necessidades às quais se propõe a atender. • Autenticação – Possibilita configurar uma estrutura de au- tenticação, geralmente com o nome e a senha dos usuários, designando quais recursos a que cada usuário terá acesso. • Conteúdo dinâmico – Pode ser configurado para proces- sar scripts (sequência de comandos) escritos em linguagens de programação para web, tais como PHP, JSP, ASP, ASP. NET, CGI etc., e interação com sistemas gerenciadores de bancos de dados, como MySQL, PostgreSQL, Oracle, Sybase, Interbase etc. • HTTPS (HyperText Transfer Protocol Secure) – Possibilita utilizar protocolos de segurança na transferên- cia de informações, como o SSL (Secure Sockets Layer) e o TLS (Transport Layer Security). Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 36 • Virtual Host (domínio virtual) – Permite configurar mais de um website usando um único número IP por meio do domínio virtual. Os conteúdos enviados em resposta às requisições HTTP efe- tuadas aos websites hospedados nos servidores web podem ser de duas formas, conforme sua origem: • estáticos: conteúdos em arquivos previamente armaze- nados nos diretórios, como páginas HTML, arquivos de texto, imagens etc. e • dinâmicos: conteúdos gerados dinamicamente por meio de scripts desenvolvidos com linguagens de programação para web. A estrutura e a configuração dos servidores de serviços de in- ternet podem variar muito. Um servidor pode ser dedicado a um determinado serviço da internet ou acumular diversos ser- viços. Um serviço pode ser implementado por um ou mais pro- gramas de software e estar implementado em um ou mais servi- dores. Os dados desses serviços podem estar armazenados em um disco ou em diversos discos, dependendo da quantidade de informações armazenadas. 1.6 Navegadores (browsers) Um navegador (browser) é uma aplicação de software utilizada para que os usuários possam navegar pelos recursos da inter- net hospedados em servidores web, intranets e extranets. O na- vegador se comunica com os servidores acessando documentos 1.6 Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 37 em formato HTML e arquivosde multimídia, usando prima- riamente o protocolo de transferência de arquivos HTTP. A maior parte dos navegadores modernos suporta uma grande variedade de formatos de arquivos de imagens (gif, jpeg, png), áudio e vídeo, bem como diversas funcionalidades, como ar- quivos de estilos (CSS), bloqueio de anúncios (janelas pop-up), aplicativos java applets, XML (eXtensible Markup Language), entre outras. Os navegadores atuais permitem também adi- cionar pequenos programas chamados plugins, que adicionam funcionalidades específicas ao navegador. O exemplo mais co- mum de plugin é o Adobe Flash (antigo Macromedia Flash), geralmente utilizado para apresentar animações interativas nos navegadores. Os mais usados atualmente são o Microsoft Internet Explorer, o Mozilla Firefox, o Netscape Browser, o Apple Safari e o Opera. 1.7 Serviços da internet Os principais serviços da internet podem ser classificados em quatro tipos: comunicação, recuperação de informações, WWW e pesquisa. Serviços de comunicação Os serviços de comunicação atualmente disponíveis para uso na internet representam uma revolução nas comunicações pessoais e organizacionais. Esses recursos permitem a comuni- cação interativa com pessoas ou grupos, de forma síncrona ou assíncrona, independente da distância geográfica. Basta, para 1.7 Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 38 isso, possuir acesso à internet e utilizar os serviços de comuni- cação para internet. Os principais serviços de comunicação para internet são: • Correio eletrônico (e-mail) – Considerado o mais im- portante serviço da internet, o e-mail é uma aplicação que permite o envio e o recebimento de mensagens eletrônicas entre indivíduos ou grupos. Além de mensagens de texto, o e-mail possibilita também incorporar sons e imagens às mensagens e anexar arquivos com os mais diversos conteú- dos, como textos, planilhas eletrônicas, arquivos de áudio ou vídeo, programas etc. Para o envio e o recebimento de mensagens de e-mail, é necessário um sistema de correio eletrônico composto por dois tipos de programas: um que possui as funcionalidades de cliente de e-mail e outro que funciona como um servidor de e-mail, o qual, por meio de um endereço de correio eletrônico, permite transferir mensagens de um remetente para um ou mais destinatá- rios. Nos últimos anos, com a popularização da internet, muitos portais públicos e provedores de acesso gratuito começaram a oferecer endereços de e-mail gratuitos. As mensagens de e-mail podem ser lidas por meio do acesso ao site que fornece o e-mail gratuito, sem a necessidade de um programa específico, utilizando-se um tipo de aplicação chamada webmail. • Grupos de discussão (fóruns) – Esse serviço consiste em um sistema que usa o protocolo NNTP – Network News Transfer Protocol (protocolo de transferência de notícias em rede), que descreve como os grupos de mensagens são Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 39 armazenados ou enviados entre computadores. Os usuá- rios de fóruns são grupos internacionais interessados em discutir, compartilhar informações e ideias sobre um ou mais assuntos. Um servidor desse tipo de serviço se encar- rega de armazenar e agrupar as mensagens postadas pelos usuários. Os participantes podem se conectar ao servidor do serviço para ler as mensagens ou utilizar um software cliente que “baixa” as mensagens mais recentes dos gru- pos aos quais pertencem e, assim, podem ler as mensagens quando lhes for mais conveniente. • Salas de bate-papo (chatting) – Trata-se de um serviço que permite a duas ou mais pessoas conectadas simultane- mente à internet estabelecer um diálogo em tempo real, in- terativo e por escrito. Utilizado incialmente como um ser- viço voltado ao entretenimento, o bate-papo também é uma ferramenta eficiente para os negócios eletrônicos. Muitos websites têm utilizado o bate-papo como uma opção de co- municação para os usuários interagirem diretamente com atendentes, consultores ou outros profissionais e, assim, sa- narem dúvidas e questionamentos que poderiam impedir a realização dos negócios. • Telnet – Esse serviço utiliza um protocolo que permite o acesso remoto a um computador. Os usuários da telnet po- dem, por exemplo, acessar de suas casas ou de outras locali- dades, por meio da internet, os computadores localizados nos seus locais de trabalho. Outra aplicação típica desse serviço é a manutenção de sistemas efetuada por profissionais locali- zados remotamente, sem que haja a necessidade do desloca- mento para onde se encontram os computadores. Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 40 • Instant messaging (IM) – Esse serviço permite a conver- sação entre uma ou mais pessoas em tempo real ou simples- mente o envio e o recebimento de mensagens. Cada usuário pode cadastrar em sua lista de contatos as pessoas com as quais deseja comunicar-se. O sistema possui mecanismos que identificam se os usuários estão conectados à rede (on- -line) e estes, assim, podem iniciar um diálogo instantanea- mente. Caso o destinatário de uma mensagem não esteja conectado, o sistema possibilita armazenar a mensagem em uma caixa postal que será enviada quando ele se conectar à rede. As aplicações atuais de IM incorporam recursos como envio de imagens, conversações em áudio, videoconferência e troca de arquivos. As aplicações mais populares para essa finalidade são: MSN Messenger, ICQ, Yahoo Messenger, AIM e Google Talk. • Internet telephony (telefonia via internet) – Esse ser- viço permite estabelecer conversações telefônicas utilizando a internet como meio. A telefonia via internet utiliza a tec- nologia Voice over IP ou VoIP, que consiste na digitalização da voz do emitente em pacotes de dados para que possam ser transmitidos por uma rede de dados e depois ser convertidos em voz novamente para emissão ao destinatário. A principal vantagem da telefonia via internet é a expressiva redução de custos de telefonia, principalmente nas ligações de longa distância e internacionais, pois o sistema de tarifação não se- gue as mesmas regras da telefonia convencional. Em alguns casos, a qualidade do som pode se tornar deficiente devi- do ao retardo de tempo durante o processo de transmissão Ne nh um a p ar te desta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 41 (latência) ou apresentar instabilidade na conexão, principal- mente quando há um tráfego muito intenso na rede ou a co- nexão utilizada não é de alta velocidade. Algumas das prin- cipais aplicações para essa finalidade são: Skype, VoxFone, Universal Voip, Google Talk, entre outras. • Internet fax – Esse serviço permite a transmissão de fax por meio da internet. Tal serviço é particularmente inte- ressante quando há a necessidade do envio de fax de longa distância, pois possibilita uma redução substancial dos cus- tos tarifários. O serviço é provido por uma empresa que re- cebe o fax proveniente de uma máquina de fax convencional, converte-o em pacotes de dados para transmissão pela rede e posteriormente o envia para o aparelho de fax do destina- tário, via linha comutada. • Streaming de áudio e vídeo – Esse serviço permite aos usuários visualizar arquivos de vídeo ou ouvir arquivos de áudio, à medida que são transmitidos de um servidor na in- ternet. A vantagem é que não há a necessidade de aguardar a transferência completa do arquivo para a sua posterior reprodução. O streaming de áudio permite a difusão de pro- gramas de rádio, música, coletivas à imprensa, palestras etc. O streaming de vídeo permite aplicações como treinamen- tos, comunicação, publicidade e marketing. Serviços de recuperação de informações • FTP – File Transfer Protocol (protocolo de transfe- rência de arquivos) – Esse serviço utiliza o protocolo FTP, que permite acessar computadores remotos (servidores Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 42 FTP) e recuperar arquivos armazenados nele. Geralmente os websites são armazenados em servidores de hospedagem em uma área predefinida. A transferência de arquivos para essa área pode ser feita por meio de uma aplicação cliente FTP, como o Leech FTP, o FTP Commander, o Cute FTP, o WS FTP, o Smart FTP, entre outras. Serviços WWW Ao contrário do que muitas pessoas acreditam, a WWW, ou rede de alcance mundial, também chamada somente de web, não é a internet, mas um de seus serviços. Trata-se de uma tec- nologia baseada na arquitetura cliente/servidor e é composto por padrões mundialmente aceitos e voltados para o armazena- mento, a recuperação, a formatação e a apresentação de infor- mações na internet. Esses padrões são a URL e os protocolos HTTP e HTML (Turban; Rainer Junior; Potter, 2003, p. 220). Para que as empresas, as instituições ou as pessoas possam fornecer informações na internet, é necessária a criação de um website, que pode ser composto por um ou vários documentos interligados escritos dentro dos padrões do HTML. Esses do- cumentos também são chamados de páginas. A web utiliza em suas páginas vários tipos de informações digi- tais na forma de hipermídia, incluindo textos, gráficos, vídeos, som e hipertexto. As páginas devem ser armazenadas em um servidor e acessadas por meio de um navegador (browser), digi- tando-se o seu endereço (URL). A primeira página do website (página inicial) é chamada de home page, que geralmente possui hyperlinks (ou simplesmente links), os quais conduzem às outras Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 43 páginas do website. Ao clicar em um hyperlink, o navegador car- rega outra página indicada nesse link e exibe-a para o usuário. O ato de clicar e seguir os links é comumente chamado de “navegar” ou “surfar” na internet. Segundo Laudon e Laudon (2004, p. 293), a WWW foi o grande impulsionador do crescimento explosivo da internet. Criado por Tim Berners-Lee em 1991, a rede continua em evo- lução e novas tecnologias são constantemente desenvolvidas. O consórcio W3C (World Wide Web Consortium), liderado por Berners-Lee, desenvolve e controla os padrões da WWW e de outras tecnologias vinculadas, garantindo a evolução e a interoperabilidade. Websites desenvolvidos dentro dos padrões estabelecidos pelo W3C podem ser acessados e visualizados por qualquer pessoa, independente do hardware ou do software utilizado, como, por exemplo, PCs, computadores da Apple, te- lefones celulares, smartphones, PDAs ou palmtops. Pesquisa na internet O volume de informações contidas na internet é imenso. De acordo com o levantamento realizado pela Netcraft (2007) em julho de 2007, foram identificados 125,6 milhões de sites na internet, um crescimento de 20,4 milhões de sites em rela- ção ao ano passado. A finalidade desses sites é diversificada, e eles pertencem tanto a pessoas físicas quanto a jurídicas. O conteú do também é amplo e variado. O internauta pode encon- trar informações dos mais diversos tipos, tais como infor- mações sobre as empresas, seus produtos e serviços, artigos jornalísticos sobre vários temas (esportes, política, economia, Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 44 saúde, ciência e tecnologia, educação, arte etc.), horóscopos, artigos e trabalhos acadêmicos, pesquisas, empregos, entre outros. As informações podem ser encontradas nos formatos de textos e imagens, sons ou vídeos. Existem até enciclopédias on-line, como a Wikipé dia (http://pt.wikipedia.org), rádios on-line, como a Jovem Pan FM (http://www.jovempanfm.com. br), e TVs on-line, como a TV Tuga (http://www.tvtuga.com). Para facilitar o processo de pesquisa na internet, algumas empre- sas criaram websites providos de mecanismos (ou motores) de bus- ca que facilitam esse processo, possibilitando buscar e listar pági- nas da internet a partir de palavras-chave digitadas pelos usuários. Os mecanismos de busca foram umas das primeiras aplicações disponibilizadas na internet e tinham como intenção facilitar o processo de procura por qualquer informação na web, tornan- do-o rápido e eficiente, bem como apresentar os resultados de maneira organizada. Com isso, algumas empresas se desenvol- veram rapidamente e se tornaram muito valiosas. A pesquisa na internet é consideradaa segunda mais popular função utilizada na web. De acordo com Turban, Rainer Junior e Potter (2003, p. 223), cerca de 80% dos internautas utilizam os mecanismos de busca. Alguns mecanismos de busca são mais abrangentes ou atualiza- dos do que outros, dependendo de como seus componentes são ajustados, ou seja, da estrutura dos seus bancos de dados e de in- dexação, bem como dos mecanismos de atualização das bases de dados. O Google, por exemplo, utiliza um software que indexa e classifica websites com base na relevância medida pelo número Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 45 de usuários que os acessam e pelo número de links externos para determinada página (Laudon; Laudon, 2004, p. 294). Para melhorar a divulgação dos seus websites, muitas empresas efetuam seus cadastros nos websites de busca com o intuito de aumentar as visitas dos internautas. Esse procedimento per- mite cadastrar as empresas em todas as categorias nas quais elas podem se encaixar e, assim, aumentar as possibilidades de encontrá-las nas buscas realizadas pelos internautas. Entre os maiores websites de busca atuais, destacam-se o Google, o Yahoo, o Altavista e o Lycos. Segundo Turban, Rainer Junior e Potter (Op. cit., p. 224), o Google é considerado o maior me- canismo de busca da internet e foi o primeiro a indexar mais de um bilhão de páginas. 1.8 Intranets e extranets O crescimento e a disseminação do uso da internet por todos os tipos de organização mudaram a forma de atuação das em- presas e inspiraram a criação de novos modelos de negócios. De acordo com Stair (1998, p. 222), o potencial para negócios pela internet está apenas começando a ser explorado, porém alguns modelos de negócios que utilizam a tecnologia da inter- net estão se destacando no mercado: as intranets e as extranets, examinadas a seguir. Intranets A intranet corporativa é uma rede privada que utiliza a tecno- logia da internet para oferecer aos seus funcionários acesso 1.8 Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 46 rápido, fácil e intuitivo às informações da empresa. Com o uso da intranet, todos os documentos da empresa (listas telefônicas internas, manuais de procedimentos, formulários de requisição etc.) podem ser convertidos para o formato digital e disponibi- lizados para todos os seus colaboradores. Geralmente, as empresas já possuem uma infraestrutura de rede instalada. Para criar uma intranet corporativa, basta que a rede permita a utilização dos padrões de conectividade da internet (TCP/IP) e da WWW. Com isso, é possível criar aplicações em rede e disponibilizá-las a todos os funcionários da empresa, possibilitando, inclusive, que as aplicações sejam acessíveis a vários tipos de computadores, abrangendo compu- tadores de mesa, computadores de mão, dispositivos de acesso remoto sem fio, entre outros (Laudon; Laudon, 2004, p. 296). As intranets são redes privadas e, portanto, devem ser isoladas de visitas públicas não autorizadas. Em geral, possuem uma conexão com a internet, mas são protegidas por ferramentas chamadas firewalls, que podem ser dispositivos de hardware, software ou uma combinação de ambos. Essas ferramentas têm como finalidade monitorar e restringir o fluxo de entrada e saída de informações da rede com base na política de acesso da organização. Na maior parte das empresas, os funcionários po- dem acessar a internet pública, mas usuários sem autorização não podem acessar a rede interna. Segundo Laudon e Laudon (Ibid., p. 129), os principais benefí- cios proporcionados pelas intranets às organizações são: • conectividade: as intranets podem ser acessadas a partir da maior parte das plataformas de computação; Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 47 • integração com os sistemas corporativos: as intranets podem ser integradas aos sistemas corporativos e aos ban- cos de dados das empresas e, assim, disponibilizar acesso às transações essenciais das organizações; • aplicações interativas: a tecnologia da internet utilizada nas intranets permite a criação de aplicações interativas com a utilização de textos, imagens, áudio e vídeo. Isso proporciona aos funcionários um ambiente de informação mais rico e receptivo; • adequação às infraestruturas de tecnologia da infor- mação das empresas: as intranets podem ser adaptadas e adequadas às plataformas de computação estabelecidas para as organizações; • facilidade de uso: as intranets utilizam os padrões da WWW, e o acesso aos seus conteúdos se dá por meio dos navegadores. Geralmente os funcionários já estão familiarizados com essa tecnologia, pois é a mesma da internet, não necessitando, pois, de treinamentos específicos para utilizá-la; • baixos custos de implantação: geralmente as intranets são implantadas sobre as estruturas de rede disponíveis nas empresas. Em alguns casos, pode ser necessário adqui- rir alguns recursos adicionais, como servidores de aplica- ções, software e ferramentas de segurança, contudo existem muitas soluções gratuitas ou de baixo custo. Além disso, as atuais ferramentas de desenvolvimento de aplicações web permitem a criação relativamente rápida de aplicações com custos reduzidos; • redução dos custos de distribuição da informação: as informações podem ser disponibilizadas a todos os Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 48 funcionários da organização que tenham acesso às intra- nets, reduzindo, com isso, a necessidade de papel; • trabalho colaborativo: as intranets permitem a utiliza- ção de um conjunto de ferramentas para criar ambientes virtuais colaborativos nos quais os membros das organiza- ções podem trocar ideias, compartilhar informações e tra- balhar em equipes de projetos, independentemente de suas localizações físicas. As intranets podem ser empregadas também para simplificar e integrar processos
Compartilhar