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A Terceira Lei de Newton

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Física I 
 
 
 
 
 A TERCEIRA LEI DE NEWTON 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Sumário 
 
Introdução ............................................................................................................................................................. 2 
Objetivo ................................................................................................................................................................. 2 
1. Aspectos Introdutórios da 3ª Lei de Newton .............................................................................................. 2 
2. Aplicações Envonvendo a Ação e Reação ................................................................................................... 4 
Exercícios .............................................................................................................................................................. 5 
Resumo ................................................................................................................................................................. 8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Introdução 
É muito provável que você de alguma forma já ouviu falar ou até mesmo 
passou por alguma situação envolvendo a terceira lei de Newton. Num primeiro 
momento, podemos associar a terceira lei de Newton à resposta a indagação que 
envolve “A toda força de ação necessariamente temos uma força de reação?” Essa 
lei é conhecida na literatura como Princípio da Ação e Reação. 
Seguindo ainda essa argumentação, seria de mesma intensidade e direção? E 
o sentido? Situações rotineiras do nosso dia a dia podem ser interpretadas e 
respondidas com base nessa terceira lei de Newton. Salienta-se que essa seria a 
última lei do conjunto conhecido como as leis de Newton para a mecânica clássica. 
Nessa apostila estaremos interessados na descrição da terceira lei de Newton 
e suas principais propriedades, bem como o de apresentar aplicações envolvendo tal 
lei. Vamos lá? 
 
Objetivo 
• Conhecer a terceira lei de Newton. 
• Compreender a importância da terceira lei de Newton em situações 
cotidianas do ser humano. 
 
1. Aspectos Introdutórios da 3ª Lei de Newton 
Com relação às duas primeiras leis de Newton, vimos que as mesmas 
descrevem o comportamento de uma partícula quando submetida à ação de forças. 
A 3ª Lei de Newton, rotineiramente chamada de Princípio da Ação e Reação, 
averigua a troca dessas forças entre a partícula e os corpos que interagem com ela. 
Proposto por Isaac Newton constitui também um dos alicerces fundamentais 
da mecânica clássica. 
Formalmente, o Princípio da Ação e Reação fundamenta a terceira Lei de 
Newton e pode ser visualizado como: Se um corpo A aplicar uma força sobre um 
corpo B, o corpo A receberá do corpo B, uma força de mesma intensidade, 
mesma direção e sentido oposto à força que aplicou em B. 
Observe a figura a seguir. 
 
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 Claramente percebemos que a força que o corpo A exerce em B (F) e a 
correspondente força que B exerce em A (FBA) constituem o par ação-reação dessa 
interação. Logicamente, escrevemos:𝐹𝐴𝐵⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ = – 𝐹𝐵𝐴⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ . 
 
EXEMPLO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aqui devemos parar um pouco e refletir sobre duas considerações relevantes 
a serem comentados, que são: 
O cinto de segurança é um equipamento de utilização 
obrigatória para todos os ocupantes de um carro, pois ele 
tem contribuído para evitar acidentes diversos. Com base 
nas três Leis de Newton, julgue as afirmativas seguintes 
relacionadas ao uso do cinto de segurança. 
I. De acordo com a 2ª Lei de Newton, o cinto de 
segurança, de massa m, exerce sobre o corpo de um 
ocupante do veículo uma força dada por F = m · a, no 
sentido contrário ao movimento do veículo. 
II. O cinto de segurança é um dispositivo usado para 
neutralizar a Lei da inércia, evitando que os ocupantes 
do veículo continuem deslocando-se para frente, 
quando o carro diminui sua velocidade bruscamente. 
III. O cinto de segurança funciona com base na 3ª Lei de 
Newton, pois o veículo exerce uma força no cinto e ele 
reage, aplicando na pessoa uma força igual e de sentido 
contrário. 
Assim, temos que: 
I. Incorreta. Não é a massa do cinto de segurança. 
II. Correta. 
III. Incorreta. As forças citadas não formam um par ação-
reação. 
 
 
 
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1º - As duas forças do par ação e reação, possuem sempre a mesma natureza, 
ou seja, se uma for de atração gravitacional, a outra também será; se uma for força 
de contato, perpendicular à superfície, N, a outra também será de contato e normal 
à superfície, e assim sucessivamente, sempre com mesma intensidade, mesma 
direção, mas sentidos opostos. 
2º - As forças de ação e reação sempre estão aplicadas em corpos diferentes, 
ou seja, nunca a ação e a reação aparecem no mesmo ponto material, de forma que 
em nenhum momento poderão encontrar o equilíbrio. De outro modo, embora o 
nome ”ação e reação” possa sugerir que uma anteceda a outra, a interação é sempre 
concomitante. 
 
SAIBA MAIS! 
 
 
 
 
. 
 
2. Aplicações Envonvendo a Ação e Reação 
 Deve ficar evidente que toda força que um ponto material recebe é reação 
de uma força que ele aplicou. Assim sendo, se inserirmos o corpo numa situação na 
qual ele não pode de forma alguma aplicar forças, não poderá receber também a 
ação de forças. 
 Você saberia exemplificar onde podemos visualizar a 3ª Lei de Newton 
sendo aplicada? Em verdade, quando caminhamos, quando voamos de avião, são 
situações que comparecem o Princípio da Ação e Reação, conforme veremos agora. 
Vamos verificar? 
 Quando um indivíduo inicia uma caminhada, recebe uma força que o 
impulsiona para frente e o retira da posição de repouso, colocando-o em 
movimento. Essa força é recebida pelo indivíduo, já que no ato de caminhar ele 
empurra o chão para trás com o pé e, por consequência, recebe no mesmo momento 
a reação, para frente. 
 
A toda ação corresponde uma reação de mesma 
intensidade e sentido oposto. Nesse contexto, algumas 
indagações poderiam surgir, como por exemplo: Qual 
dessas forças é a ação? E qual das forças é a reação? O que 
podemos afirmar é que não é necessário diferenciar qual é 
a ação e qual seria a reação. O ponto chave inserido no 
princípio é que as forças se manifestam de modo 
simultâneo e aos pares: não existe ação sem reação. 
 
 
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 É interessante comentarmos de forma adicional, que se o piso sobre o 
qual o indivíduo se encontra é polido a ponto de não permitir a troca de ações 
tangenciais, aqui podemos citar como exemplo a superfície congelada de uma mina 
ou lago, seu pé não consegue empurrar o chão para trás e, por conseguinte, ele não 
consegue caminhar, já que não recebe a reação para frente. 
 Por outro lado, temos que a 3ª Lei de Newton justifica o mecanismo de 
funcionamento das hélices de aviões ou de lanchas, já que as mesmas empurram 
para trás o fluido, ar ou água, respectivamente, e recebem a reação para frente, que 
impulsiona o avião ou lancha em questão. 
 Assim, podemos notar que por conta disso nenhum veículo movido por 
hélices poderia funcionar no vácuo, já que no espaço vazio não temos fluido para 
receber a ação e fornecer a reação, logo a hélice ficaria girando continuamente em 
falso e o veículo não poderia serimpulsionado. Analisando um pouco mais tal 
contextualização, você poderia indagar, de que forma o foguete de uma espaçonave 
consegue impulsioná-la no vácuo? A resposta para tal inquietação, é que a 
espaçonave é impulsionada no vácuo por um mecanismo fundamentado na 3ª Lei de 
Newton. Em verdade, o motor da espaçonave aplica no combustível uma força para 
trás, expulsando-o com grande velocidade e, por consequência, pelo Princípio da 
Ação e Reação, o combustível aplica ao motor uma força no sentido contrário, 
impulsionando assim a espaçonave para frente. 
 
SAIBAMAIS! 
 
 
 
 
Exercícios 
1- (Autor, 2019) O bloco 1, de 4 kg, e o bloco 2, de 1 kg, representados 
graficamente na figura a seguir, estão justapostos e apoiados sobre uma superfície 
plana e horizontal. Eles são acelerados pela força horizontal F, de valor absoluto 
equivalente a 10 N, aplicada ao bloco 1 e passam a deslizar sobre a superfície com 
atrito sendo considerado desprezível. 
 
Como seriam as manobras de uma espaçonave em 
movimentos curvos? Grosso modo, quando a espaçonave 
necessita receber forças laterais para manobrar, por 
exemplo, numa curva, ela se utiliza de pequenos motores 
complementares que expulsam combustível ou ar 
comprimido em outras direções. 
 
 
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A disposição geométrica do problema. 
 
Desta forma, pede-se: 
a) Determinar a direção e o sentido da força F1,2 exercida pelo bloco 1 sobre o 
bloco 2 e caracterize o valor de seu módulo. 
b) Determinar a direção e o sentido da força F2,1 exercida pelo bloco 2 sobre o 
bloco 1 e characterize o valor de seu módulo. 
Poderia colocar um item primeiramente pedindo a aceleração do conjunto. 
 
2- (Autor, 2019) Uma locomotiva puxa 3 vagões de carga com uma 
aceleração de 2,0 m/s2, conforme é mostrado na figura a seguir. Cada vagão tem 10 
toneladas de massa. Qual a tensão na barra de engate entre o primeiro e o segundo 
vagões, em unidades de 103 N? (Despreze o atrito com os trilhos). 
 
 
A disposição geométrica do problema. 
 
3- (Alves 2019) Os corpos A e B situam-se apoiados sobre uma superfície 
horizontal plana completamente lisa. Uma força de intensidade igual a 40 N é 
aplicada em A conforme visualizamos na figura abaixo. Dados mA=2 kg e mB= 8 kg, 
pede-se: 
a) O valor da aceleração dos corpos A e B. 
b) O valor do modulo da força que A exerce em B. 
 
 
 
 
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A disposição geométrica do problema. 
Se trocar a ordem dos exercícios 2 e 3 fica melhor (em ordem crescente de dificuldade) 
 
Gabarito 
1- Com base na 3ª Lei de Newton, podemos verificar a disposição das forças 
associadas conforme mostramos na figura a seguir. 
 
A disposição gráfica das forças que agem nos corpos. 
 
Desta maneira, podemos escrever que: 
 
Corpo 1: F – F2,1 = m1. a 
Corpo 2: F1,2 = m2. a 
Somando as duas equações 
F = (m1 + m2).a 
10 = (4 + 1).a 
10 = 5.a 
a = 2 m/s² 
Além disso, como: 
F1,2 = F2,1 = m2.a 
Vem que, 
F1,2 = 1.2 
F1,2 = 2 N 
E, portanto: 
a) Para a força F1,2: Módulo: 2 N, Direção: Horizontal e Sentido: da 
esquerda para a direita. 
b) Para a força F2,1: Módulo: 2 N, Direção: Horizontal e Sentido: da direita 
para a esquerda. 
 
2- Primeiramente vejamos a interpretação das forças que agem nos 
vagões conforme figura a seguir. 
 
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A disposição gráfica das forças que agem nos corpos. 
 
Assim sendo, podemos escrever que: 
F – T1 = m1. a 
T1 – T2 = m2. a 
T2 = m3. a 
Logo, a resultante é dada por: lembrar que potência de 10 vem de toneladas 
F = (m1 + m2 + m3).a 
F = (10.10³ + 10.10³ + 10.10³).2 
F = (30. 10³).2 
F = 60.10³ N = 60 000 N 
Além disso, percebemos que a tensão na barra que liga os corpos (1) e (2) é 
igual a: 
F – T1 = m1. a 
F – m1. a = T1 
60000 – 10000.(2) = T1 
T1 = 40000 N = 40.10³ N 
 
3- Neste caso, temos que: 
a) Para determinar a aceleração utlizaremos a formulação: evitar colocar uma 
fórmula pronta e mostrar como chegou a ela 
2
BA
s/m4a
82
40
a
mm
F
a
=
+
=
+
=
 
 
b) A força que A exerce em B é dada pela reação do corpo B em A. 
N32F
48F
amF
=
=
= 
 
Resumo 
Como as forças podem descrever a interação entre objetos? Em verdade, 
vimos que elas sempre serão representadas por pares, com características próprias, 
 
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de forma que ambos os objetos fiquem sujeitos a uma das forças do par, ao qual 
chamamos de ação e reação. Assim sendo, nesta apostila discutimos nas entrelinhas 
a terceira Lei de Newton que descreve a força de ação e reação envolvendo dois 
corpos distintos ligados entre si. 
Grosso modo, tal lei afirma que “se um corpo A aplicar uma força sobre um 
corpo B, o corpo A receberá do corpo B, uma força de mesma intensidade, mesma 
direção e sentido oposto à força que aplicou em B”. Popularmente falando, dizemos 
que a toda força de ação corresponde prontamente uma força de reação. Note sem 
grandes dificuldades, que em diversos momentos você já deve ter se deparado com 
situações usuais que demandam da terceira lei de Newton para serem devidamente 
interpretadas. 
É importante salientarmos de modo adicional que o funcionamento das 
hélices de aviões e foguetes, são devidamente justificadas pela terceira Lei de 
Newton ou Princípio da Ação e Reação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Referências bibliográficas 
ALONSO, Marcelo; FINN, Edward. Física: um curso universitário.São Paulo: Edgard Blucher, 2009. Vol. – 1 
CAMPOS, Agostinho Aurélio; ALVES, Elmo Salomão; SPEZIALI, Nivaldo L.. Física experimental básica na 
universidade. 2. ed.. Belo Horizonte: UFMG, 2008. 
NUSSENZVEIG, H. M. Curso de Física Básica. 4ª ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2002. Vol. 1 
RESNICK, Robert; HALLIDAY, David; KRANE, Kenneth.. Física 1. 5. ed.. Rio de Janeiro: LTC, 2008. v. 1 
TIPLER, Paul A. Física para cientistas e engenheiros: Volume 1: mecânica, oscilações e ondas, 
termodinâmica.. Rio de Janeiro: LTC, 1995. v. 1. 
YOUNG, Hugh D.. Física 1. São Paulo: Addison Wesley, 2008. 
 
Referências imagéticas 
FIGURA 2. https://delinea.deduca.com.br/mediabank/8700 - Acessado em: 11/05/2019 às 17h39. 
FIGURA 3. https://delinea.deduca.com.br/mediabank/4601- Acessado em: 12/05/2019 às 17h39. 
FIGURA 4. https://delinea.deduca.com.br/mediabank/7070- Acessado em: 12/05/2019 às 17h39. 
www.fisicaaplicada.com.br – Acessado em 06/03/2019 às 09h50- Acessado em: 16/03/2019 às 18h23.

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