Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS – CAMPUS SALINAS LICENCIATURA EM QUÍMICA PROF. PAULO F. R. MATRANGOLO LUAN GABRIEL SOUZA SANTOS JÂNIO SANTOS ALMEIDA JOÃO PAULO RODRIGUES SOUSA PRÁTICA 6: Padronização do Nitrato de Prata; Determinação do NaCl no soro fisiológico e no sal de cozinha SALINAS/MG JUNHO/2019 1. INTRODUÇÃO Este relatório tem por objetivo retratar procedimentos de volumetria e padronização. Volumetria baseia-se na medição do volume do reagente, de concentração conhecida, necessário para precipitar completamente o componente que se deseja determinar. As reações devem obedecer às seguintes condições: o precipitado formado deve ser praticamente insolúvel; a formação do precipitado dever ser suficientemente rápida para que não se verifique o fenômeno da sobressaturação; o ponto de equivalência da reação deve ser facilmente detectável; e não se resista a ocorrência de formação de depósitos de substâncias geralmente solúveis conjuntamente com o precipitado, devido a fenômenos de adsorção. Um obstáculo que surge ao efetuar uma volumetria de precipitação é a não existência de indicadores com caráter geral. Assim, nas volumetrias de precipitação, os indicadores a utilizar são específicos de cada titulação, dependendo da reação química que lhes serve de base. De entre as reações que se pode utilizar em volumetria de precipitação com resultados satisfatórios, as mais importantes são aquelas em que se precipita o íon prata (Ag+). Esta solução de AgNO3 é aplicada rotineiramente no controle de qualidade para a detecção do grau de pureza do cloreto de sódio comercial em amostras na indústria de alimentos,cosméticos e medicamentos. Faz-se necessária a padronização da solução de AgNO3,para garantir a precisão da análise. Evitando equívocos, e garantindo a repetibilidade dos resultados da análise do teor de Cloreto. A padronização é realizada através princípio da volumetria de Precipitação e pelo método de Mohr que se baseia em titular o nitrato de prata com solução-padrão de cloreto de sódio (padrão primário), usando solução de cromato de potássio como indicador. A reação deve processar-se praticamente de forma quantitativa no ponto de equivalência, completar-se em tempo relativamente curto e oferecer condições para uma sinalização do ponto final. O titulante mais empregado é a solução padrão de AgNO3 e nesse experimento a volumetria de precipitação será utilizada para determinar a porcentagem de NaCl no sal de cozinha. O sal de cozinha é uma mistura de alguns sais: NaCl (cloreto de sódio - o constituinte principal, acima de 99%), KI (iodeto de potássio - responsável pela presença de iodo no sal), ferrocianeto de sódio e alumínio silicato de sódio (responsáveis pela diminuição da umidade do produto, evita que o sal empedre). O sal de cozinha quando dissolvido em água, forma uma solução turva, que é decorrente da não solubilidade destes anti-umectantes em água. A diferença entre o sal de cozinha e o NaCl está no fato do sal de cozinha ser uma mistura de NaCl e compostos de iodo, que são introduzidos com o intuito de prevenir os chamados "DDI", abreviação de Distúrbios por Deficiência de Iodo, que são problemas de saúde, tais como: o bócio, abortos prematuros, retardos mentais, etc. Para consumo humano, é considerada adequada, para um adulto, a ingestão de 0,15 mg de iodo por dia. O teor presente no sal de cozinha é de 20 a 60 mg de iodo por quilo do produto final. Esta é uma regulamentação do Ministério da Saúde. 2. OBJETIVOS Preparar e padronizar uma solução de AgNO3 0,1N Determinar o teor (% m/v) de NaCl no soro fisiológico (Método de Mohr). Determinar o teor de NaCL no sal de cozinha. 3. MATERIAIS E REAGENTES Nitrato de prata – AgNO3; Sal de cozinha– NaCl; Soro Fisiológico; Erlenmeyer; Espátula; Bureta; Água destilada; Balança analítica Pisseta; Balão volumétrico; Suporte universal; Proveta; Béquer. 4. METODOLOGIA De inicio na Padronização do Nitrato de prata, pesou-se duas amostras de 1,70g de AgNO3 e preparou uma solução de 200 mL (2x1000mL) de Nitrato de prata – AgNO3 0,100 mol/L. Na Determinação do teor de NaCl no soro foi adicionado 10 mL em um erlenmeyer de 100 mL e diluído, posteriormente foi feita a sua titulação juntamente com o AgNO3 0,1 mol/l e 10 mL de água destilada mais 1,0 mL de K2CrO4 5%. Já na Determinação do teor de NaCl, foi feita duas soluções, pesando 0,100g de sal de cozinha em um erlenmeyer, em duplicata, anotando assim suas respectivas massas. Ao erlenmeyer foi adcionado 10 mL de água destilada e 1,0 mL de K2CrO4 5%, logo após foi realizada a titulação juntamente com o AgNO3 até a mudança de cor. Realizando em duplicata. 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO Para padronização do AgNO3, realizou-se os seguintes cálculos: M = m / MM*V 0,100 mol/L = m / (169,9 g/mol)* (0,1 L) m = 1,70 g de AgNO3 para preparo da solução 0,1 mol/L Na padronização do Nitrato de Prata, utilizou-se como analito o NaCl (0,1023 g). Neste processo, o volume gasto (Vg) do titulante (AgNO3), foi de em média 17,3 L, em que se verificou a mudança de cor. Partindo dessa premissa, identificou-se a molaridade real. Mreal fc = MR / MT Dados: mmédia = 0,1023 g de NaCl ; Vmédio = 17, 3 mL de AgNO3 No ponto de equivalência, conforme as reações, tem-se: 1. NaCl → Na+ + Cl- 2. AgNO3 → Ag + + NO3- 3. Ag+ + Cl- → AgCl (s) nAg+ = nCl- = nNaCl MR*Vg = mméd / MM MR = (0,1023 g) / (58,5 g/mol) * (0,0173 L) MR = 0,101 mol/L fc = MR / MT fc = (0,101 mol/L) / (0,100 mol/L) fc = 1,01 Determinação do teor (% m/v) de NaCl no Soro Fisiológico Dados: Vsoro fisiológico = 10 mL; Vg,méd = 1,8 mL de AgNO3. nAg+ = nCl- = nNaCl nNaCl = M*V nNaCl = (0,101 mol/L)*(1,8x10^ -3 L) nNaCl = 1,82x10^ -4 mol n = m / MM m = n*MM m = (1,82x10^-4 mol)*(58,5 g/mol) m = 0,0106 g de NaCl em 10 mL de alíquota. 0,0106 g ------------- 10 mL m ---------------- 100 mL m = 0,106 g de NaCl % m/v = (0,106 g) / (10 mL) * (100) % m/v = 1,06% Determinação do teor (% m/m) de NaCl no Sal de Cozinha Dados: msal de cozinha = 5,0040 g; Vg,méd = 16,5 mL de AgNO3. nAg+ = nCl- = nNaCl nNaCl = M*V nNaCl = (0,101 mol/L)*(16,5 x10^ -3 L) nNaCl = 1,66x10^ -3 mol 1,66x10^-3 mol --------------- 10 mL n ----------------------- 500 mL n = 0,083 mol de NaCl n = m / MM m = n*MM m = (0,083 mol)*(58,5 g/mol) m = 4,87 g de NaCl em 500 mL. % m/v = (4,87 g) / (5,0040 g) * (100) % m/m = 97,32% 6. CONCLUSÃO Com base nos resultados apresentados, foi possível padronizar a solução de nitrato de prata a fim de obter por meio do método de Mohr, o teor de NaCl no soro fisiológico e no sal de cozinha. O soro fisiológico comercial, apresenta um teor de NaCl 0,9%, com base no experimento foi possível obter 1,06%, um valor bem próximo do que é estabelecido no rótulo. Para o sal de cozinha, foi de 97,32% de NaCl na amostra de sal desconhecida. 7. REFERÊNCIAS VOGEL. Analise Química Quantitativa. 6ª Ed.; Rio de Janeiro; Editora LTC, 2002. MENDHAM, J.; DENNEY, R.C.; BARNES, J.D.; THOMAS, M.J.K. VOGEL. Análise Química Quantitativa. 5ª ed. Rio de Janeiro: LTC Editora, 2002. 5. ROCHA, J. C.; ROSA, A. H CHEMELLO, Emiliano. A Química na Cozinha apresenta: O Sal. Revista Eletrônica ZOOM da Editora Cia da Escola – São Paulo, Ano 6, nº 3, 2005.
Compartilhar