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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE INSTITUTO DE NUTRIÇÃO JOSUÉ DE CASTRO DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO BÁSICA E EXPERIMENTAL DISCIPLINA DE BROMATOLOGIA CAROLINA VARELA DOS SANTOS FERNANDA PINTO MARCELINO KAREN ANDRADE RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: CONTROLE DE QUALIDADE DE OVOS RIO DE JANEIRO 2019 Aula de Ovos - Controle de qualidade de ovos: Prova de Ovoscopia, flutuação e observação das estruturas internas 1. DEFINIÇÃO De acordo com a PORTARIA Nº 1, DE 21 DE FEVEREIRO DE 1990 - MAPA, "ovo" entende-se o ovo de galinha em casca, sendo os demais acompanhados da indicação da espécie de que procedem (Art.709). 2. COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO OVO Tabela 1 - Constituintes do ovo inteiro, da clara e da gema expressos em porcentagem 3. ESTRUTURA • Casca (9-12%) • Clara (aprox. 60%) • Gema (30-33%) • Membranas da casca • Chalazas • Membrana vitelina • Câmara de ar 4. CLASSIFICAÇÃO DOS OVOS DE GALINHA Perto ao local de recepção será o local destinado a ovoscopia e classificação, onde deverão existir todos os requisitos necessários para a realização das operações, preservados os requisitos higiênicos pertinentes. Ovos destinados à industrialização deverão ser previamente lavados; observados os requisitos estabelecidos pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF) para o procedimento mencionado. Os seguintes requisitos devem ser atendidos para a operação de lavagem de ovos em natureza: - A lavagem deverá ser realizada totalmente por meios mecânicos com procedimentos que impeçam a penetração microbiana no interior do ovo, através de sistema devidamente aprovado pelo SIF. - A lavagem deverá ser contínua e completada o mais rápido possível, não permitindo equipamentos de lavagem de ovos do tipo de “imersão". - A água de lavagem dos ovos deverá ser mantida em temperaturas de 35 à 45ºC, de forma que durante todo o procedimento, a temperatura da água permaneça pelo menos 10ºC acima da temperatura dos ovos a serem lavados. - Os ovos destinados à comercialização na forma “in natura” deverão ser secados rapidamente logo após a lavagem, de forma contínua. - Para os ovos destinados ao consumo “in natura” não é recomendado adicionar na água de lavagem, sanitizantes à base de compostos de cloro com níveis superiores a 50 ppm. - Não é recomendada a adição de sanitizantes à base de iodo na água de lavagem. Tabela 2 – Classificação brasileira dos tipos de ovos em função do peso. Tabela 3 – Classes de ovos de acordo com as normas brasileiras. 5. CONTROLE DE QUALIDADE 5.1. FATORES DE QUALIDADE EXTERNOS ● Peso: utilizada para padronizar a comercialização, influi na qualidade comercial. ● Forma : deve apresentar formato ovóide e regular (IO = 0,75) para padronizar as caixas e evitar a quebra durante o transporte. Índice do Ovo (IO) = razão entre o diâmetro menor e diâmetro maior. ● Textura: lisa, sem deformação, sem manchas; ● Integridade: a casca deve se apresentar íntegra; ● Cor: não influencia na qualidade nutricional do ovo. Resolução 05 /1991 do CIPOA/ MAPA – “Padrão de Identidade e Qualidade para Ovo in natura” 5.2. FATORES DE QUALIDADE INTERNOS São analisados através da técnica da Ovoscopia, que consiste na observação de ovos por translucidação, utilizando-se uma câmara escura na qual se instala um ponto de luz, sobre o qual são dispostos os ovos a serem avaliados. Além disso, os aspectos internos também podem ser avaliados por Prova de Flutuação 6. OVOSCOPIA Para verificação da qualidade do ovo deve-se dispor do exame pela OVOSCOPIA (Art.713 do RIISPOA). É um exame visual usado para verificação da qualidade do ovo, o qual deverá ser realizado em câmara destinada exclusivamente a esta finalidade. Para os ovos destinados à comercialização “in natura”, a ovoscopia deverá ser realizada preferencialmente após a operação de lavagem. A câmara de ovoscopia deverá ser adequadamente escurecida para assegurar precisão na remoção dos ovos impróprios através do exame visual. A ovoscopia revela a condição da casca do ovo, bem como o seu aspecto interno através de um foco de luz incidente sobre os ovos em movimento de rotação, mantendo-se o local escuro para perfeita visualização. Com a Ovoscopia, é possível observar a câmara de ar. No ovo velho ocorre perda da umidade para o ambiente, havendo um aumento da câmara. O máximo para um ovo fresco é de 10mm. Na gema, pode-se observar a presença de manchas de sangue, localização da gema e sinais de fecundação. Em um ovo novo, o posicionamento da gema é central, mantida pelas calazas. em um ovo velho, a clara encontra-se fluidificada e as calazas não sustentam mais a gema. Resolução 05 /1991 do CIPOA/ MAPA – “Padrão de Identidade e Qualidade para Ovo in natura” 7. PROVA DE FLUTUAÇÃO A medida em que o ovo envelhece, acontecem trocas gasosas entre o meio interno e externo, assim como permite a evaporação da água presente no meio interno. Isso se justifica pelo fato da casca do ovo ser uma estrutura porosa. Esse processo faz com que a câmara de ar do ovo aumente, levando os ovos mais velhos a boiarem quando adicionados em recipiente com água. Na Prova de Flutuação, os ovos são colocados cuidadosamente em um recipiente com água. No ovo fresco, a clara consistente sustenta a gema no centro do ovo (ovo afunda), além do ovo novo ter sua câmara de ar íntegra. Já no ovo velho, a clara encontra-se fluidificada, as calazas não sustentam mais a gema no centro, além do ovo velho ter uma câmera de ar que aumentou de tamanho, auxiliando na redução da densidade. Dessa maneira, os ovos velhos boiam em água, sendo necessário que os mesmos sejam descartados, já que não são mais próprios para o consumo. Tabela 4 - Controle de Qualidade - Prova de Flutuação 8. OBSERVAÇÃO DAS ESTRUTURAS INTERNAS Com o intuito de observar as estruturas internas do ovo, há uma abertura automática para inspeção a partir da quebra da casca e deposição do conteúdo em uma superfície sem detalhes. Na gema, é preciso avaliar a sua forma e, na clara, a sua viscosidade e consistência. Nos ovos novos, a gema é esférica e firme e a clara viscosa. Nos ovos velhos, a clara é menos viscosa e a gema vai absorvendo a água da clara (tornando-se achatada) e enfraquecendo até romper sua membrana. 9. RESULTADOS Tabela 5 - Resultados obtidos na prática Ovo 1 “novo” (Permaneceu dentro da geladeira) Ovo 2 “velho” (Fora da geladeira há 10 dias) Peso 52,56g 50,71g Casca Mais fosca e porosa Mais lisa e brilhosa Clara Espessa Aparentemente aguada Gema Centralizada, redonda Espalhada, fluida Flutuação Não ocorreu Ocorreu Ao analisar os resultados da tabela 5, observamos no teste de consistência, a gema é um fator de qualidade interna que possui relação com a perda de peso devido à evaporação de água para o meio externo através dos poros da casca. Quanto maior a fluidificação da clara, maiorserá essa evaporação, levando a uma diminuição da altura da clara densa, consequentemente a altura gema será reduzida. O ovo 1 se encontra apto para a comercialização, já o ovo 2, não. 10. BIBLIOGRAFIA ● PORTARIA Nº 1, DE 21 DE FEVEREIRO DE 1990 - http://www.agricultura.gov.br/assuntos/inspecao/produtos-animal/empresario/ arquivos/Portaria11990ovos.pdf ● Resolução 05 /1991 do CIPOA/ MAPA – “Padrão de Identidade e Qualidade para Ovo in natura” ● Slide da aula de Ovos - Nutricionista e Doutora em Ciências Nutricionais, Paola Maia
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