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AÇÃO ANULATÓRIA TRIBUTÁRIO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA … ª VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE ...
		PEDRO, nacionalidade, estado civil, profissão, RG nº ..., CPF nº …, residente e domiciliado à Rua …, nº ..., bairro …, Cidade/Estado, por seus procuradores signatários (procuração em anexo), os quais recebem intimações no endereço profissional, à Rua …, bairro …, Cidade/Estado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente
AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL COM 
PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA
em face da UNIÃO (Fazenda Nacional), representada pela Procuradoria da Fazenda Nacional em …, com endereço …, requerendo que a mesma seja citada na pessoa de seus respectivos representantes legais, pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos.
1. DOS FATOS
		O autor elaborou sua declaração de imposto de renda exercício 2016, ano base 2015, apurando um saldo de imposto a pagar no valor de R$ 37.978,15 o qual foi quitado em parcela única através do DARF no dia 29 de abril de 2016, último dia para entrega da DIRPF/2016 e para o pagamento do saldo do IRPF.
		O objeto da presente ação é uma multa recebida pelo autor em decorrência da entrega em atraso de sua declaração de ajuste de imposto de renda - DIRPF exercício 2016, ano base 2015, a qual reputa inconstitucional.
		A multa é da importância original de R$ 37.978,15, valor este que representa 100% de todo o imposto apurado na declaração de imposto de renda – DIRPF/2016 do autor, conforme informam os respectivos documentos.
		Cabe ressaltar que o Autor elaborou sua declaração de imposto de renda exercício 2016, ano base 2015, apurando um saldo de imposto a pagar no valor de R$ 37.978,15 o qual foi quitado em parcela única através do DARF no dia 26 de abril de 2016 (doc. anexo), último dia para entrega da DIRPF/2016 e para o pagamento do saldo do IRPF.
		Desta forma, quitado o saldo de IRPF relativo ao período de apuração de 2015, o autor extinguiu sua obrigação tributária deste período estando em dia com o pagamento de seus tributos para com a Receita Federal.
		Todavia, no dia 28 de setembro deste ano, o autor recebeu o extrato referente ao processamento de sua DIRPF/2016, no qual, para sua surpresa, continha a informação "não consta entrega de declaração" para o exercício 2015.
		No próprio extrato era informado que os demais exercícios, quais sejam: 2012, 2013 e 2014 estavam normalmente processados, faltando apenas o exercício 2015.
Investigando a aludida informação junto aos seus documentos, Pedro constatou que havia preenchido e impresso a DIRPF/2016, bem como efetuado o pagamento do saldo devedor em quota única dentro do prazo legal, mas não a tinha transmitido via internet, pois não tinha o recibo de entrega.
		Ou seja, por algum motivo, que não se sabe qual é ao certo (mas que também não importa, haja vista a norma disposta no Art. 136 do CTN), o autor preencheu sua declaração de imposto de renda, apurando o saldo do imposto a pagar, efetuou o pagamento no prazo legal, mas deixou de enviar a DIRPF/2016 via internet.
		Deste modo o autor decidiu, alguns dias depois (15/05/2016), enviar sua DIRPF/2016 pela internet, a fim de regularizar sua situação perante a Receita Federal.
		Não se nega que a entrega em atraso resulta na imposição de uma penalidade, no entanto, a multa imposta é injusta, irrazoável, desproporcional e por conseguinte, inconstitucional, uma vez que multaram com a mesma intensidade com que seria multado um contribuinte que não pagou seus impostos.
2. DIREITO
		A multa pela entrega de declaração de imposto de renda da pessoa física em atraso está prevista no Art. 88 da Lei 8.981/95, combinado com o Art. 30 da Lei 9.249 de 26/12/1995 e Art. 27 da Lei 9.532/97, in verbs:
Lei 8.981/95
Art. 88. A falta de apresentação da declaração de rendimentos ou a sua apresentação fora do prazo fixado, sujeitará a pessoa física ou jurídica:
I - à multa de mora de um por cento ao mês ou fração sobre o imposto de renda devido, ainda que integralmente pago; 
II - à multa de duzentas UFIR a oito mil UFIR, no caso de declaração de que não resulte imposto devido.
§ 1º - O valor mínimo a ser aplicado será:
a) de duzentas UFIR, para as pessoas físicas;
b) de quinhentas UFIR, para as pessoas jurídicas.
§ 2º - A não regularização no prazo previsto na intimação, ou em caso de reincidência, acarretará o agravamento da multa em cem por cento sobre o valor anteriormente aplicado.
Lei 9.249/95
Art. 30. Os valores constantes da legislação tributária, expressos em quantidade de UFIR, serão convertidos em Reais pelo valor da UFIR vigente em 1º de janeiro de 1996. (informe nosso: em 01/01/96, 1 UFIR = R$ 0,8287)
 
Lei 9.532/97
Art. 27. A multa a que se refere o inciso I do art. 88 da Lei nº 8.981, de 1995, é limitada a vinte por cento do imposto de renda devido, respeitado o valor mínimo de que trata o § 1º do referido art. 88, convertido em reais de acordo com o disposto no art. 30 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995.
Parágrafo único. A multa a que se refere o art. 88 da Lei nº 8.981, de 1995, será:
a) deduzida do imposto a ser restituído ao contribuinte, se este tiver direito à restituição;
b) exigida por meio de lançamento efetuado pela Secretaria da Receita Federal, notificado ao contribuinte. (Grifos nossos)
		Integrando a legislação acima descrita e analisando apenas o que concerne às pessoas físicas chega-se, em suma, as conclusões de que a multa pelo atraso na entrega da DIRPF é de 1% ao mês ou fração de atraso sobre o imposto devido, ainda que integralmente pago, observando-se os valores mínimos de R$ 165,74 e o máximo de 20% do imposto devido, e no caso de inexistir imposto devido, multa de R$ 165,74.
		O referido texto legal estabeleceu dois tipos diferentes de penalidades, uma para quem apurou imposto a pagar na DIRPF e outra para quem não apurou imposto a pagar na mesma. Quem apurou imposto a pagar na DIRPF, mesmo que já o tenha pago, ficará sujeito a uma multa calculada com base em dois critérios cumulativos, quais sejam, o montante de imposto que apurar na DIRPF servirá como base de cálculo, e a quantidade de meses em atraso - 1% ao mês - que terá relevância até o 20º mês de atraso, a partir do qual o valor da multa se mantém.
		Diferentemente, no segundo caso, inexistindo imposto a pagar o legislador estabeleceu um valor fixo - R$ 165,74 - e desconsiderou a quantidade de meses em atraso para a fixação da multa.
		Como se pode perceber há uma grande diferença na aplicação da penalidade para a mesma infração - não apresentar a DIRPF, de acordo com a condição econômico/jurídica do contribuinte.
		Interpreta-se que o legislador procurou estabelecer uma penalidade mais rigorosa para aqueles contribuintes que, por terem apurado imposto de renda a pagar e não apresentado a DIRPF, provavelmente causarão maior prejuízo ao erário público e interesses públicos, uma vez que deixarão de recolher as importâncias devidas e dificultarão a fiscalização.
		Contudo, e aqui está o cerne da questão proposta, o legislador da norma ora em análise equiparou o contribuinte que pagou seu tributo ao contribuinte que não pagou seu tributo imputando-lhes a mesma penalidade, para a hipótese de não entrega de DIRPF.
		A penalidade prevista no inciso I do Art. 88 da Lei 8.981/95, segundo o legislador, deve ser aplicada tanto ao contribuinte que pagou quanto ao contribuinte que não pagou seu imposto, caso ambos não apresentem a DIRPF.
É inconstitucional equiparar dois contribuintes em situações tão díspares. Os dois contribuintes acima mencionados não estão na mesma condição, nem jurídica, nem econômica e, portanto, não podem ser equiparados sob pena de infração direta ao consagrado princípio da igualdade, insculpido no caput do Art. 5º de nossa carta maior.
		A equiparação, no presente caso, só poderia ser feita entre os contribuintes que se encontram em estado similar, como é o caso do contribuinte que não apurou imposto a pagar e o contribuinte que pagou seu imposto. Amboscumpriram suas obrigações principais e descumpriram as obrigações acessórias.
		Logo, a multa pelo atraso na entrega da DIRPF do Autor deveria ser de R$ 165,74. Todavia, a legislação que ora se discute manda aplicar a mesma penalidade, da pessoa que apurou imposto, não pagou o mesmo e não apresentou declaração - descumprimento de duas obrigações (principal e acessória), sendo essa indiscutivelmente mais gravosa ao fisco/erário, pois além da declaração, ele deixa de recolher o imposto que é a obrigação principal e finalidade maior do sistema tributário.
		Todavia, aquele que não apurou imposto e não apresentou declaração (descumprimento de uma obrigação acessória), e aquele que apurou imposto, pagou o mesmo e não apresentou declaração (descumprimento de uma obrigação acessória), não trazem nenhum prejuízo ao erário, pois não há falta de recolhimento de impostos. O prejuízo se situa apenas no âmbito da fiscalização e da administração tributária.
Deste modo, estes contribuintes devem ser punidos também, mas com menor rigor, como prevê o inciso II do Art. 88 da Lei 8.981/95 (apenas R$ 165,74).
Para fins do disposto no Art. 151, II do CTN, bem como no Art. 38 da Lei 6.830/80, o autor depositará em juízo o montante cobrado pelo fisco acrescido dos juros, calculados até a presente data no quantum de R$ ....
3. DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA
O artigo 300 do Código de Processo Civil possibilita ao requerente a antecipação dos efeitos da tutela jurisdicional, condicionada a demonstração de prova inequívoca dos fatos conducente à verossimilhança das alegações, para verificação de sua conformidade aos fundamentos do pedido. Além disso exige o fundado receito do dano irreparável ou de difícil reparação.
O art. 88 da Lei 8.981/95, combinado com o Art. 30 da Lei 9.249 de 26/12/1995 e Art. 27 da Lei 9.532/97, foram violados, o que contrariando o princípio da legalidade e consubstanciando a prova inequívoca da alegação.
Quanto ao dano irreparável ou de difícil reparação é evidenciado pela eminente inscrição na Dívida Ativa, o que inevitavelmente acarretará em uma Execução Fiscal, e caso o autor não queira sofrer a execução deverá pagar o absurdo valor, para depois receber o montante pago, pelo tortuoso caminho do solve et repete.
Demonstra-se dessa forma a presença dos requisitos exigidos artigo 300 do Código de Processo Civil, aguardando, assim o deferimento do pedido de antecipação de tutela.
4. DOS PEDIDOS
		Ante o exposto, requer:
		a) a concessão da tutela de provisória antecipada de urgência, nos termos do artigo 300 do CPC, para os fins de suspender a exigibilidade do crédito tributário, conforme o artigo 151, V, do CTN;
b) o integral provimento da presente demanda para anular a penalidade de multa de R$ 37.978,15, imposta ao Autor, decorrente do inciso I do Art. 88 da Lei 8.981/95, por ser inaplicável à infração cometida;
		b) a substituição da penalidade anulada pela penalidade de R$ 165,74, prevista no inciso II do Art. 88 da Lei 8.981/95, c/c Art. 30 da Lei 9.249/95 e Art. 27 da Lei 9.532/97;
		c) seja a Ré citada para, querendo, contestar a presente ação no prazo legal;
		d) a produção de todas as provas em direito admitidas e que se façam necessárias;
		e) a condenação da ré em honorários advocatícios e demais ônus sucumbenciais.
		
Termos em que pede e espera deferimento.
Dá-se a causa o valor de R$ 37.978,15.
Local, data.
Advogado
OAB�
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