Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Marcela Maria Lopes Costa – 14º Turma de Medicina da Universidade Estadual do Maranhão Urologia Emergências Urológicas 1.0 CÓLICA RENAL Caracterizada por dor lombar intensa com irradiação para abdome, flanco, ilíaca e inguinal (paciente fica agitado). Pode estar associado a náuseas e vômitos pela união dos plexos celíacos e mesentérico superior também chamado de plexo solar. Obstrução aguda do ureter ® aumento da pressão intraluminar ® distensão do sistema coletor ® estimulação dos terminais nervosos ® espasmo do m. liso uretral ® produção de ácido lático ® estímulo das vias aferentes da dor (T11-L1) Torna-se então necessário fazer diagnóstico diferencial com causas urológicas de dor em flanco: • Cálculo renal ou ureteral • ITU – melhoram com a posição, piora com respiração. • Obstrução uretral • Desordens renovascular • Necrose papular • Sangramento intra ou perirrenal Mas também com causas não urológicas de dor em flanco: • Aneurisma aórtico • Colelitíase/colecistite • Dirtúrbios gastrointestinais • Pancreatite • Desordens ginecológicas • Doenca musculoesquelética Sintomatologia • Depende da localização da obstrução; • Depende da história e exame físico; • Paciente com risco de eventos tromboembólicos • Uso de anticoagulantes • Tumor? Sangramento? Avaliação laboratorial e imagem: • Urina (urinálise e cultura) • Hemograma, creatinina • PCR • Raio x • US • Urografia • TC – padrão ouro. Tratamento • Analgesia, outros sintomáticos (vômitos...) • Tratamento da causa Marcela Maria Lopes Costa – 14º Turma de Medicina da Universidade Estadual do Maranhão 2.0 RETENÇÃO URINÁRIA Interrupção brupta de eliminação de urina por fatores anatômicos, obstrutivos e funcionais Bexigoma? É válido fazer diagnóstico diferencial com distensão abdominal: no momento da percussão, a região paraumbilical e distendida devem estar MACIÇAS. Necessidade de cateterismo esvaziador!! Etiologia • Tumores vesicais e uretrais • Cálculos vesicais e uretrais • Disfunções neurogênicas • Medicamentos - opióides • Obstrução prostática • Fimose • Mulher (puerpério 1-10º dia) Sintomas Dor hipogástrica, globo vesical (lembrar que a distenção pode levar a estimulo vagal com sintomas simuladores de choque), sudorese, palidez, poliúria, nictúria, interrupção do jato. Tratamento Cateterismo evacuador – vesical ou punção suprapúbica. E lembrar de fazer esvaziamento vagaroso a fim de se evitar uma hematúria por compressão das paredes do órgão. 3.0 PRIAPISMO Ereção contínua e persistente na qual a glande permanece flácida por pelo menos 4h! A. Priapismo isquêmico (mais comum) Causado pela diminuição de retorno venoso e estase produzindo isquemia em uma síndrome compartimental do pênis. Sangue aspirado é vermelho escuro Diversas origens a) 30-50% idiopática b) 20% medicamentos injetáveis intrapenianos c) 10-30% anemia falciforme d) 7% DM juvenil e) 3% disfunção neurológica f) 3-6% leucemia adultos g) 15% leucemia em crianças B. Priapismo não isquêmico (alto fluxo ou arterial) Condição menos comum e quase não doloroso por retorno venoso normal. O sangue aspirado é vermelho claro. Aqui pode-se aplicar o tratamento não urgêncial com coleta de exames anteriormente. Diagnóstico • Gasometria o Isquêmico: pO2 <30mmHg, PCO2 >60mmHG, PH <7,25. o Arterial: PO2 >90mmHg • USG Doppler: no arterial, demonstra sinais de fístula arteriocavernosa (principal causa). • Arteriografia: Embolização em não isquêmico. Marcela Maria Lopes Costa – 14º Turma de Medicina da Universidade Estadual do Maranhão Tratamento • Isquêmico: punção e esvaziamento, mas quando evolui sem resolução, pode-se fazer medicamento intracavernoso (agonista alfa- adrenérgico). Caso persista, faz-se um Shunt corpo cavernoso e esponjoso (técnica de Al Ghorab). • Priapismo de alto fluxo: não há indicação de esvaziamento. Faz-se sedação, analgesia, hidratação e gelo. Pode-se adoar Alfa- adrenérgicos intracavernosos, arteriografia com emboliacao seletiva e até ligadura arterial. Complicações O tratamento não pode atrasar em 4 horas! Sob o risco de veno-oclusao por fibrose dos corpos cavernosos podendo levar a impotência. 4.0 ESCROTO AGUDO Quadro doloroso súbito com aumento de volume escrotal unilateral (maioria), edema, rubor. Associado a manifestações gerais como febre, sudorese e vômitos). Epididimite, orquite e orquiepididimite aguda • Viral (caxumba), bacteriana (IST) ou idiopático o < 40 anos – Chlamydia e Neisseria o > 40 anos gram negativa e via retrógrada • Início insidioso • Geralmente unilateral • Após 24h do comprometimento testicular, evolui com orquiepididimite. • Diagnóstico diferencial: Torção. • Tratamento clínico! Torção de cordão espermático Possui uma distribuição bimodal (neonatal e adolescência): • Extravaginal (neonatal – 12%) – torção em torno do cordão inguinal) • Intravaginal: puberal – torção em torno da circulação dentro da túnica vaginal normalmente por anomalia da fixação do testículo. Clínica Dor súbita + náuseas e vômitos o Sinal de Angell: quando o paciente fica em pé o testículo contralateral está horizontalizado. o Sinal de Prehn: piora da dor com elevação do testículo na torção e melhora da dor a elevação na orquiepididimite. USG doppler: confirma falta de vascularização. Tratamento cirúrgico em 6 horas! Com via de acesso através de inguinotomia. Distorção e fixação dos dois testículos. Necrose: orquiextomia e orquidopexia contralateral. Torção dos apêndices testiculares No exame físico podemos ver a hidátide torcida que no momento em que se realiza a transiluminação, vemos um ponto escuro, chamado de blue dot. US Doppler auxilia no diagnóstico e o tratamento pode ser clínico ou cirúrgico. 5.0 PARAFIMOSE Afeta mais crianças Marcela Maria Lopes Costa – 14º Turma de Medicina da Universidade Estadual do Maranhão Prepúcio não retrátil (Fimose) que faz uma abertura estenótica prendendo a glande no sulco balanoprepucial (pafimose). Evolui com dor, edema e perda de fluxo na extremidade. Tratamento com redução manual (com lidocaína e empurra a glande com os dois polegares). Pode-se ainda fazer incisão dorsal para redução ou até postectomia. 6.0 FASCIITE NECROSANTE / SÍNDROME DE FOURNIER Quando a fasciite necrosante quando afeta períneo e escroto, é chamada de síndrome de fournier. Trata-se de uma Infecção polimicromiana. o Streptococcus/Staphylococcus o Anaeróbico/aeróbicos gram + Comprometimento das fáscias do que na pele que pode se associar a grave acometimento sistêmico. Com suspeita diagnostico alta. CUIDADO: O paciente pode desenvolver dor exacerbada com hiperestesia cutânea, comprometimento sistêmico com gás subcutâneo e múltiplas fístulas. Comprometimento das fáscias e descolamento subcutâneo! Tratamento: associação antimicrobiana, retirar o foco com cirurgia agressiva com ressecção de pele maior do que aparenta macroscopicamente.
Compartilhar