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Marcela Maria Lopes Costa – 14º Turma de Medicina da Universidade Estadual do Maranhão Urologia Litíase Urinária 1.0 INTRODUÇÃO Frequente no trato urinário, em cerca de 1-5% da população adulta. Afeta 3 homens/1 mulher Mas há também outros cristais presentes, como ácido úrico, triantereno, xantina, cistina. 2.0 ETIOLOGIA Principais causas: • Desidratação; • Infecção por bactérias desdobradoras de ureia (Proteus, Klebsiella, Pseudomonas e Staphylococcus); • Excesso de purinas ou oxalato na dieta; • Sedentarismo ou imobilização prolongada; • Doenças hereditárias (acidose tubular renal, cistinúria, oxalúria); • Hipercalcemia (hiperparatireoidismo, uso de corticoides); • Uso de medicações (tiazídicos, indinavir). Fatores etiológicos de alguns cálculos ® Um fenômeno bastante relacionado com a litíase urinária é a supersaturação de compostos químicos no organismo. Diante dessa situação, a solução torna- se instável e começa a se cristalizar. A partir de coalescência entre eles + nucleação/agregação com células epiteliais há a formação do cálculo urinário. Por isso a importância de se aumentar a ingesta hídrica. Existem ainda, fatores conhecidos como inibidores do crescimento do cálculo: Dentre os inibidores diversos, citrato, magnésio e pirofosfato são responsáveis por 20% da atividade inibitória. Citrato atua como inibidor de cálculos de oxalato de cálcio e de fosfato de cálcio por redução de cálcio iônico disponível. Magnésio diminui a concentração de oxalato iônico e eleva o ponto de saturação do oxalato de cálcio. De maneira semelhantes, o pirofosfato altera a saturação de fosfato de cálcio. Glicoproteínas (nefrocalcina e proteína de Tamm-Horsfall) diminuem a agregação de cristais de oxalato de cálcio monoidratado. Então podemos compreender que existem fatores promotores com a urina saturada, que muitas vezes é necessário a avaliação metabólica para se analisar a presença de: Marcela Maria Lopes Costa – 14º Turma de Medicina da Universidade Estadual do Maranhão • Cálcio • Oxalato • Fosfato • Citrato • pH adequado e baixo volume urinário Os cálculos mais comuns são os de oxalato de cálcio (80-85%), ácido úrico (7-10%), estruvita (ou fosfato amônio-magnesiano) e fosfato de cálcio (5-10% cada) e cistina (1-3%). Algumas alterações bioquímicas são reconhecidas como formadoras de cálculo renal: Hipercalciúrica, hiperuricosúria, hiperoxalúria, hipocitatúria, acidose tubular renal, cistinúria, cálculos de estruvita. Reconhecendo que existem fatores predisponentes a formação de cálculos, podemos então já prever tratamentos profiláticos! Condições Causas Tratamento Profilático Hipercalciúria reabsortiva Hiperparatireoidismo pimário Paratireoidectomia Hipercalciúria absortiva absorção de calcio Restrição de cálcio + líquidos Hipercalciúria renal reabsorção tubular de calcio Diurético tiazídico Hipruricosúria ¯ pH urinário (gota 25%) Bicarbonato de sódio + líquidos Hiperoxalúria primária D. autossômica recessiva Piridoxina Hiperoxalúria entérica Má absorção intestinal ¯ oxalato e gordura + líquidos e suplementação de cálcio Hiperoxalúria exógena Ingestao de oxalato Restição de dieta Hipocitratúria Dieta restrita em citrato Ingestão de citrato Acidose tubular renal Acidose tubular renal Alcalinização da urina Cistinúria D. autossômica recessiva Restriçao de cistina + líquidos e alcalinzação da urina Cálculo de estruvita ITU + estase urinária Retira calculo e tto infecção A chance de se formar outro cálculo, após um primeiro episódio, é de 26-50%. Os pacientes com maior chance de recorrência podem ser identificados pela avaliação metabólica. 3.0 CLÍNICA A sintomatologia é bastante variada. Desde casos assintomáticos, até pessoas com cólica renal. Esses sintomas relacionam-se principalmente em casos de obstrução da luz urinária. • 25% na junção ureteropiélica • 5% no cruzamento de vasos ilíacos • 60% transição ureterovesical • Mas também há cálculos intravesicais, principalmente em HPB Cálculos calicinais (renais) Desde assintomáticos até quadros com dor lombar relativa, distinção de parênquima e capsula renal. § Por estar relacionado com SNA, ocorre náuseas, vômitos e até hematúria macroscópica e distenção abdominal. § Quando associado com febre e calafrios: infecção? Junção ureterovesical Pode manifestar quadro semelhante ao anterior por provocar distensão renal. Mas um ponto característico é dor na fossa ilíaca ipsilateral + dor irradiada para virilha (grandes lábios e testículos). Marcela Maria Lopes Costa – 14º Turma de Medicina da Universidade Estadual do Maranhão Cálculo coraliforme Proteus desdobra ureia em amônia e causa coalescência de cálcio e magnésio produzindo o calculo de estruvita, produzindo o calculo coraliforme que compõe todo o cálice renal. Podendo levar a ITU de repetição. 4.0 DIAGNÓSTICO • Sinais vitais • Pesquisa por abaulamentos • Giordano +? • Sensibilidade testicular • Urina tipo 1: Hematúria, leucocitúria, bacteriúria? pH > 7,6? (produtas de uréase) • Hemograma, ureia, creatinina, potássio • Urocultura e antibiograma • Imagem: 1. RX tem baixa sensibilidade (50-90%) 2. US possui pontos cegos no ureter médio, ureter distal antes da JUV. Melhor para > 5mm. 3. Urografia excretora: contraste iodado venoso, contraindicado se Cr > 2mg/dl 4. TC: padrão ouro! Sem contraste. 96% de sensibilidade e 97% de especificidade. No entanto, existe um cálculo radiotransparente tanto no RX quanto TC relacionado ao uso do Indinavir que é um inibidor da protease usado no tto da AIDS, produz cáculos moles e gelatinosos. O diagnósticos nesse caso, depende da história. 5.0 TRATAMENTO Cálculo ureteral Analgesia da cólica: • Analgésicos e antiespamóticos • Opioides – usa-se escada analgésica. • Outros sintomáticos A obstrução uretral aguda estimula a produção da PGE2 que provoca aumento do fluxo renal, vasodilatação renal e depressão do hormônio anti- diurético com aumento da pressão intra-piélica e distensão aguda da cápsula e pelve renal provocando a DOR. Intervenção depende do tamanho do cálculo: • < 4 mm - 90% eliminação espontânea • 4-6 mm – 50% eliminação espontânea Tratamento Conservador Indicado para cálculos abaixo de 6mm e pode acontecer tanto pela observação como pela terapia expulsiva medicamentosa. a) Alfabloqueador para dilatação da JUV que se encontra obstruído pelo cálculo, tende a contrair. - Tamsulon, Secotex 1cp 0,4mg usados em HPB para melhora de fluxo urinário. Intervenção Imediata Pacientes em alto grau de obstrução, com risco de perda disfunção ou em casos de ITU por uropatia obstrutiva. • Endoscopia para retirada do cálculo e o uso de cateter duplo J para garantir a permeabilidade do trato urinário – terapia mais eficaz para litíase distal! • Nefrostomia percutânea é mais usada em casos de obstrução proximal na qual se usa US Marcela Maria Lopes Costa – 14º Turma de Medicina da Universidade Estadual do Maranhão e faz uma drenagem do conteúdo urinário, aliviando a dor e a estase. Opções endoscópicas a) Ureterolitotripsia Indicado para cálculo renal obstrutivo com repercussão sistêmica. Dor refrataria ao tratamento, falha da litrotripsia extracorpóreae em fragmentos múltiplos obstruindo o ureter. Complicações: perfuração, sangramento, avulsão, fistula urinária (em apenas 1-2% dos casos). b) Ureterolitotripsia a laser Indicado para cálculos maiores (1cm mais ou menos) que não conseguem ser capturados pela ureterolitotripsia. Litotripsia extracorpórea por ondas de choque Indicado para casos de cálculo grande sem obstrução. Fatores de sucesso: • Distância pele-cálculo < 15 cm • Cálculo <1cm • Densidade < 1000H Contraindicado para distúrbios coagulação, hidronefrose, gravidez, suspeita de infecção, cálculos > 1cm no ureter, mas se for no rim, pode ser até 2cm. Ureterolitotripsia laparoscópica Cálculos uretrais >2cm (laser atua até 2cm), mas muitas vezes, será necessário fazer ureterolitotomia aberta convencional. Não esquecer do duplo J por até 30 dias. Cálculo renal LECO (Litotropsia Extracoporea) No Cálculo renal, alcança até de 2cm Mesmas complicações e contraindicações da Litotropsia ureteral. Ureterorrenolitotripsia flexível Cálculos no ureter proximal Cálculos renais com fragmentação Na impossibilidade de casos anteriores, podemos fazer Nefrolitotripsia percutânea para cálculos >2cm no qual há a punção do rim e com auxílio do endoscópio, fragmentamos os cálculos. Usado em cálculos coraliformes. Marcela Maria Lopes Costa – 14º Turma de Medicina da Universidade Estadual do Maranhão Atenção: essa manipulação pode liberar cálculos e obstruir o ureter. Para isso, coloca-se o duplo J. • Cirurgia laparoscópica • Cirurgia aberta convencional Conceito “Rua de cálculos”: quando vários cálculos são produzidos após nefrolitotripsia percutânea. Faz- se um tratamento conservador até 6 sem e se os cálculos não saírem, coloca-se o duplo J. Cálculo do Trato Urinário Inferior Mais prevalente em homens, relacionado com disfunção intravesical. Clínica: dor, hematúria, ITU de repetição Diagnóstico: RX, US e citoscopia. Tratamento: via endoscópica ou cirúrgia convencional.
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