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PATOLOGIA Módulo II PROBLEMA 1 LÂMINA ANATPAT - Trombose de basilar e infarto de ponte na anemia falciforme Trombo na artéria basilar fotografado sob lupa. Cerca de 15 dias após sua formação, o trombo tem cor rósea avermelhada e está aderido à artéria em grande parte de sua circunferência. Presumimos que fosse totalmente oclusivo quando recente. Na microscopia, há sinais claros de organização e canalização. PROBLEMA 2 LÂMINA A.259 ANATPAT Focos de necrose na camada cortical. Aparecem como pequenas áreas róseas onde os contornos celulares e a arquitetura colunar da camada fasciculada ainda são perceptíveis. As células perderam seus núcleos e o citoplasma está fortemente eosinófilo. Em torno, observam-se células viáveis, com núcleos e gotículas lipídicas no citoplasma. As células normais da camada cortical da supra-renal são ricas em lípides porque secretam hormônios esteróides. O mecanismo da necrose tecidual no choque é por anóxia focal, devida à lentidão da microcirculação, e por lesão do endotélio vascular, com formação de trombos em capilares (coagulação intravascular disseminada). Hemorragia na camada medular. O foco hemorrágico é recente, reconhecendo-se as hemácias. À E, porção profunda da supra-renal, parcialmente necrótica. Lâm. A. 259. Necrose e hemorragia na supra-renal na síndrome de Waterhouse-Friderichsen. A síndrome de Waterhouse-Friderichsen é um choque séptico fulminante causado freqüentemente por meningococos muito virulentos, mas também por outras bactérias. Há septicemia, lesão generalizada do endotélio e coagulação intravascular disseminada. Nesta lâmina observamos hematoma na camada medular na supra-renal e necrose multifocal da camada cortical. As lesões são interpretadas como secundárias à formação de trombos hialinos na microcirculação na vigência de CIVD. O consumo dos fatores de coagulação (síndrome de desfibrinogenação) e a alta densidade capilar na camada medular colaboram para a ocorrência de hemorragia. LÂMINA A.371 ANATPAT - SARA, fase crônica proliferativa Imagens escaneadas da lâmina de pulmão, mostrando aspecto em favos de mel. As pequenas cavidades correspondem a bronquíolos. Entre eles há tecido fibroso no local onde anteriormente havia alvéolos. A isto se chama fibrose pulmonar difusa. As cavidades são, na maior parte, bronquíolos dilatados. Entre eles há fibrose difusa do parênquima pulmonar, com ausência praticamente total de alvéolos funcionantes. Lesões nos bronquíolos. Os bronquíolos dilatados estão desepitelizados. Os elementos nobres da parede, como musculatura lisa, cartilagem e glândulas também não estão mais presentes. No lugar deles há tecido conjuntivo neoformado, com fibroblastos proeminentes e intenso edema intersticial. Entre os bronquíolos, onde deveriam estar os alvéolos, também se nota tecido conjuntivo jovem, com fibras colágenas e fibroblastos de aspecto ativo. Nestes, chama a atenção a cromatina frouxa e o nucléolo evidente, indicando síntese ativa de colágeno. O resultado é a chamada fibrose pulmonar difusa, em que o tecido funcionante do pulmão é substituído por tecido fibroso. Lesões nos alvéolos. Nos poucos alvéolos remanescentes, observa-se intensa hiperplasia e hipertrofia dos pneumócitos II, que aparecem como células arredondadas salientes na luz dos alvéolos. Há espessamento dos septos interalveolares por fibrose e edema. LÂMINA A.26 ANATPAT - Isquemia de glomérulos na necrose tubular aguda Isquemia glomerular glomérulos normais, para comparar Lâm. A. 26. Necrose tubular aguda por picada de cascavel (nefrose hemoglobinúrica) (+ A. 17, rim normal, para comparar). Usaremos a lâmina A. 26 para demonstrar isquemia (diminuição da quantidade de sangue em um tecido ou órgão) a nível microscópico (para o aspecto macroscópico ver peças, links na barra de navegação embaixo). Neste corte de rim, os glomérulos apresentam-se virtualmente sem hemácias. Por isso, há redução no volume dos tufos capilares e leve alargamento do espaço de Bowman. Comparar com os glomérulos normais da lâmina A. 17. Outra feição muito chamativa na lâmina A. 26 são os cristais de oxalato de cálcio na luz tubular. O oxalato é normalmente excretado pelos rins e precipita-se nos túbulos com a diminuição do fluxo de filtrado glomerular. Os cristais são amarelados e têm estrutura radiada, sendo classicamente comparados a fatias de abacaxi. Origem da isquemia glomerular. Trata-se de um paciente que sofreu picada de cascavel (Crotalus durissus terrificus). Apresentou oligúria (diminuição da produção de urina) e a urina tornou-se escura, com 'cor de coca-cola'. O caso enquadra-se na chamada necrose tubular aguda (NTA), uma alteração renal comum e grave, que é discutida em detalhe no módulo de Uronefropatologia, na Patologia Especial). O mecanismo é o seguinte: o veneno crotálico tem como principal toxina a crotoxina, uma fosfolipase de grande potência que digere a membrana das hemácias, liberando hemoglobina no sangue. Também tem capacidade de lesar fibras musculares esqueléticas liberando mioglobina. A hemoglobina e a mioglobina, moléculas proteicas relativamente pequenas, são filtradas nos glomérulos e concentradas nos túbulos, levando à obstrução dos mesmos. Através de mecanismo reflexo, ocorre vasoconstrição da arteríola aferente glomerular, levando a isquemia dos glomérulos e forte redução da filtração glomerular, responsável pela oligúria. Além disso, a isquemia causa lesão nos túbulos porque a irrigação dos túbulos depende de sangue que antes passou pelos glomérulos. Há necrose de células tubulares de forma esparsa (não demonstrada aqui). Necrose tubular aguda (NTA) A NTA é responsável por 3/4 dos casos de insuficiência renal aguda. A grande maioria dos casos pertence à variedade isquêmica, objeto do presente exemplo. É causada mais comumente por estado de choque, hemólise intravascular como na picada de cascavel (provocando hemoglobinúria) ou mionecrose (causando mioglobinúria). Há também uma variedade tóxica de NTA, causada por ingestão de substâncias como o bicloreto de mercúrio ou o herbicida paraquat. Em todas estas situações há redução drástica do fluxo urinário com conseqüente aumento nos níveis de uréia e creatinina no sangue. O paciente necessita diálise; se sobreviver a esta fase, há regeneração das células tubulares e retorno da função renal em aproximadamente uma semana. LÂMINA A.349 ANATPAT - infarto cerebral recente (exemplo de necrose liquefativa) Se o infarto do miocárdio e a necrose caseosa representam bons exemplos de necrose coagulativa, o exemplo clássico da chamada necrose liqüefativa é o infarto cerebral. Na necrose liqüefativa, ao contrário da coagulativa, a eliminação do material necrótico é rápida, levando de algumas horas a poucos dias. No cérebro, a eliminação se dá por ação de macrófagos (chamados células grânulo-adiposas e já vistas na lâmina de infarto cerebral antigo, A. 350), que afluem à área infartada já nas primeiras 24 horas após a morte tecidual. Isto é favorecido porque, devido a peculiaridades do tecido nervoso, não há interrupção completa da circulação, mesmo em infartos extensos, permitindo a chegada de macrófagos do sangue. Admite-se também que a riqueza de lípides do tecido nervoso favoreça o caráter liqüefativo, isto é, o rápido amolecimento do material necrótico. A lâmina mostra a maior parte de um giro cerebral. O córtex está delimitado pela linha verde. Grande parte dele está necrótico e esta é a região para observar os neurônios em degeneração. Ainda existem áreas normais onde se podem ver neurônios viáveis para comparar.O infarto atinge também quase toda a substância branca. Em certas regiões esta mostra edema, que aparece com tonalidade mais clara. Esta é o melhor lugar para ver células grânulo-adiposas. Notar que o edema não corresponde exatamente à necrose (esta é mais extensa). O córtex infartado mostra maior celularidade (concentração de núcleos por unidade de área) que o normal. Isto se deve à tumefação e proliferação das células endoteliais, que é uma resposta do tecido à anóxia. Detalhes abaixo. Neurônios necróticos perdem a basofilia normal do citoplasma, que se torna eosinófilo. O citoplasma normal é basófilo (roxo) porque contém substância de Nissl, formada por ribossomos (ativos na síntese proteica). Com a necrose, o RNA citoplasmático se desintegra. O núcleo torna-se escuro e denso (picnótico) e pode sofrer cariolise (empalidece até desaparecer). As alterações começam a ficar evidentes na microscopia óptica (necrofanerose) cerca de 6 horas após a necrose. Os neurônios necróticos são fagocitados por células grânulo-adiposas e desaparecem em cerca de 4 dias. CÓRTEX CEREBRAL COM INFARTO RECENTE - CÉLULAS GRÂNULO-ADIPOSAS E PROLIFERAÇÃO ENDOTELIAL Células grânulo-adiposas surgem na área de infarto em cerca de 24 horas. São macrófagos com citoplasma espumoso, que fagocitam restos necróticos. Sua origem é cerca de um terço na micróglia (pré-existente), e o restante em monócitos do sangue. Estão presentes tanto no córtex como na substância branca. A tumefação e proliferação das células endoteliais dos capilares cerebrais, muito evidente neste caso de infarto, é uma resposta do tecido à anóxia. Admite-se que isto ocorra porque no tecido submetido à anóxia as células liberem fatores angioproliferativos, como o VEGF (vascular endothelium growth factor). INFARTO CÓRTEX NORMAL SUBSTÂNCIA BRANCA NECRÓTICA COM EDEMA FOCAL Na substância branca, focos de edema são vistos como áreas mais claras. Aí é fácil observar as células grânulo-adiposas, cujo citoplasma espumoso contém restos dos axônios mielínicos necróticos. O grande e rápido afluxo das células grânulo-adiposas à área necrótica é o elemento principal para a liquefação da necrose LÂMINA A.374 ANATPAT - infarto agudo do miocárdio (exemplo de infarto anêmico recente) NORMAL COM INFARTO Lâm. A. 374. Infarto agudo do miocárdio (exemplo de infarto anêmico). É uma necrose coagulativa do miocárdio de origem isquêmica (obstrução de uma artéria coronária), e recente (algumas horas a poucos dias). As fibras do miocárdio necróticas (figs à D.) caracterizam-se por ausência de núcleos. Em algumas fibras há bandas de hipercontração. Estas ocorrem por entrada abundante de cálcio no interior da célula quando há ruptura da membrana plasmática. O cálcio causa contraturas localizadas das miofibrilas, que são evidência adicional de necrose. Além disso, notam-se vários neutrófilos no interstício, além de alguns macrófagos. Ambos tipos de células inflamatórias são responsáveis pela fagocitose das fibras necróticas. Os neutrófilos têm núcleo polilobado e citoplasma rosa pálido. Comparar com miocárdio normal da mesma lâmina (figs à E.). Embaixo, área de infarto antigo do miocárdio, na mesma lâmina do infarto recente. As fibras necróticas desapareceram e foram substituidas por tecido fibroso (processo de reparo, pois no miocárdio não há regeneração). Ver também as lâminas A. 100 (infarto em reabsorção) e A. 212 (fibrose do miocárdio pós infarto). LÂMINA A.24/29 ANATPAT - necrose coagulativa da adenohipófise O objetivo desta página é demonstrar o aspecto que tomam células mortas, ou seja que sofreram necrose. Usamos como exemplo as células da adenohipófise, um epitélio glandular. A causa da necrose foi vascular: hipotensão acentuada por hemorragia durante o trabalho de parto (ver quadro abaixo). As características morfológicas fundamentais de uma célula necrótica são : ● no núcleo ocorre inicialmente picnose (retração, condensação da cromatina, que toma aspecto denso e escuro), depois há palidez progressiva e finalmente desaparecimento do núcleo (cariolise). Em algumas células pode haver fragmentação da cromatina (cariorexe). ● no citoplasma ocorre eosinofilia, ou seja, perda do tom róseo levemente arroxeado para um tom róseo forte e aspecto homogêneo. Isto se deve à degradação do RNA citoplasmático e aglutinação das organelas. O tempo necessário para manifestação destas alterações (ou seja, para a necrofanerose) é de algumas horas. O tipo de necrose demonstrado aqui é conhecido como necrose coagulativa, porque as células mortas permanecem no local por algum tempo (dias ou semanas) antes de serem removidas (geralmente através de fagocitose a partir das áreas vizinhas não necróticas). Para necrose liquefativa, ver a lâmina A. 349, de infarto cerebral recente. Necrose hipofisária de Sheehan A hipófise desta lâmina corresponde à chamada necrose hipofisária de Sheehan, que ocorre quando o parto é complicado por hemorragia profusa. A adenohipófise é uma estrutura já normalmente de irrigação deficiente, pois não é nutrida por artérias, mas somente por veias, provenientes do sistema porta hipotálamo-hipofisário. São veias que passam pelos núcleos hipotalâmicos, agrupam-se para passar pelo talo hipofisário, e voltam a ramificar-se para irrigar a adenohipófise. Na gravidez, a hipófise aumenta de volume (até o dobro do normal) e fica comprimida pela sela turca, cujo volume não aumenta. Se houver choque durante o parto (por hemorragia útero-vaginal), a irrigação da adenohipófise pode cair abaixo do limite mínimo para manter as células vivas e segue-se necrose difusa. As células necróticas não regeneram e a glândula sofre atrofia. Clinicamente a expressão é panhipopituitarismo. PROBLEMA 3 LÂMINA A.28 ANATPAT - Glomerulonefrite membrano-proliferativa Glomerulonefrite membrano-proliferativa. Nesta forma de glomerulonefrite, os glomérulos mostram nítida acentuação da lobulação (os tufos glomerulares se destacam uns dos outros à maneira de folhas de trevo). Há hipercelularidade, principalmente às custas dascélulas mesangiais, e espessamento da parede dos capilares glomerulares, mais fácil de observar na periferia dos lóbulos. Em alguns glomérulos notam-se aderências dos tufos capilares (portanto, do folheto visceral da cápsula de Bowman) ao folheto parietal da mesma. Alguns glomérulos estão totalmente hialinizados. LÂMINA A.41 ANATPAT - Glomerulonefrite Crescêntrica Glomerulonefrite rapidamente progressiva ou crescêntica. Esta forma grave de glomerulonefrite se caracteriza clinicamente por perda rapidamente progressiva da função renal e oligúria, levando à insuficiência renal aguda. Histologicamente, a alteração característica são as crescentes, constituídas por células proliferadas do folheto parietal da cápsula de Bowman e monócitos, que reduzem ou obliteram o espaço de Bowman e se fundem com os tufos capilares. Isto reduz ou impede a filtração glomerular. Crescentes são a alteração característica desta forma de glomerulonefrite. Correspondem a proliferação das células do folheto parietal da cápsula de Bowman, estimuladas por deposição de fibrina. Esta (não visível aqui) pode ser demonstrada por imunofluorescência. Em algumas crescentes é possível observar mitoses. Células inflamatórias estão presentes na crescente. Classicamente, descrevem-se principalmente monócitos, mas no presente caso há também vários neutrófilos. As células proliferadas aderem ao tufo capilar e efetivamente obliteram o espaço de Bowman. As células epiteliais proliferadas do folheto parietal da cápsula de Bowman têm núcleos grandes com cromatina frouxa. Entre elas notam-se célulasinflamatórias, sendo algumas mononucledas, com vários neutrófilos. LÂMINA A.140 ANATPAT - Glomerulonefrite Difusa Aguda (doença imune por deposição de imunocomplexos) Comparando-se as duas colunas, nota-se que os glomérulos com GNDA são maiores e mais celulares que os correspondentes normais. O espaço de Bowman é comprimido pelo maior volume dos tufos capilares. O aumento da celularidade se deve não só à proliferação das células glomerulares, mas também à infiltração por neutrófilos, atraídos pela fixação do complemento, conseqüente à deposição de imunocomplexos. Todas fotos deste quadro no mesmo aumento. Lâm. A. 140. Glomerulonefrite difusa aguda (GNDA) pós-estreptocócica (exemplo de doença imune por deposição de imunocomplexos).Biópsia renal de paciente com 8 anos de idade e história de oligúria, urina escura e edema de face, com início cerca de 10 dias após uma infecção de orofaringe. Observar que todos os glomérulos estão aumentados de volume, hipercelulares e com numerosos neutrófilos. Este é um caso de glomerulonefrite difusa aguda (GNDA) pós-estreptocócica. Nesta doença há formação de imunocomplexos que estão depositados nos glomérulos. Em geral as imunoglobulinas depositadas são IgG, havendo ativação do complemento e quimiotaxia para neutrófilos através da fração c5a. A GNDA é um exemplo de doença imune por mecanismos adaptativos humorais do tipo por deposição de imunocomplexos. PROBLEMA 4 LÂMINA A.67/80/81 ANATPAT - Aterosclerose e trombose arterial Lâm. A. 67/80/81. Aterosclerose e trombose em artérias coronárias. Nesta lâmina, o conjunto de oito cortes corresponde a fragmentos de artéria coronária. Um deles está obstruído por um trombo em organização e apresenta aterosclerose (ver abaixo). Há grande espessamento da parede arterial devido à presença de tecido fibroso denso na íntima. Nesta também observam-se lípides (áreas claras) e um foco calcificado. O trombo está em fase de organização (para evolução dos trombos, ver página anterior). Os outros cortes da lâmina são apresentados na página seguinte. Aterosclerose Aterosclerose é a causa mais comum de trombose de importância clínica, sendo responsável pelo infarto do miocárdio e grande parte dos infartos cerebrais, entre outros. O mecanismo pelo qual a aterosclerose causa trombose é através de lesão do endotélio vascular, o que propicia agregação de plaquetas sobre o colágeno subendotelial (um dos elementos da tríade de Virchow). A aterosclerose é o espessamento da camada íntima de uma artéria. Esta camada normalmente se restringe ao endotélio, sendo portanto finíssima. Porém, na aterosclerose, a íntima pode ficar mais espessa que a própria camada média. O espessamento consiste de tecido fibroso denso e geralmente contém fibras musculares lisas (aqui não demonstradas). Leva a redução variável do diâmetro da luz, até obliteração. O espessamento pode ser difuso ou localizado, formando placas. Estas são chamadas placas de aterosclerose, placas ateromatosasou ateromas. Na íntima espessada e nas placas é comum a deposição de lípides, inclusive cristais de colesterol. Os lípides têm cor amarela e consistência mole, por isso o centro da placa freqüentemente tem aspecto de papa, que origina o nome da lesão (atheros = papa em grego). Também é comum calcificação, que no corte aparece como material amorfo de cor roxa. Se a calcificação for extensa, dá consistência quebradiça à artéria, lembrando casca de ovo. LÂMINA A.317/323 ANATPAT - Trombos em várias fases Lâm. A. 317/323. Trombos em várias fases de evolução (em hemorróidas). Dilatações das veias do plexo hemorroidário que ficam na submucosa retal (hemorróidas) são comuns. A grande maioria origina-se por fraqueza constitucional da parede venosa. Algumas resultam de hipertensão portal. A lentidão do fluxo nas veias dilatadas propicia a trombose. Aqui temos na mesma lâmina trombos em três fases: recente, em organização e recanalização. Assim que se forma, o trombo é constituido apenas por células do sangue e fibrina. A fibrina forma grumos e/ou filamentos róseos dispostos em várias direções entre as hemácias. Após algum tempo, células provenientes da parede vascular invadem o trombo. São células endoteliais e células conjuntivas totipotentes, que se distribuem entre a fibrina e as hemácias e são notadas pelos seus núcleos (praticamente não se observa citoplasma). As hemácias nesta fase já estão em grande parte hemolizadas e seu número parece menor que no trombo recente. As células se organizam para formar capilares neoformados, que em parte confluem em outros de maior calibre. Este processo, chamado recanalização, porém, é abortivo na grande maioria dos casos, pois em geral não há reconstituição da luz original do vaso. O processo de organização dos trombos é semelhante em artérias e veias. LÂMINA A.317a ANATPAT - Trombose e canalização Trombose recente (em veia) e antiga (em artéria femoral), em membro inferior amputado por gangrena. A veia mostra-se fortemente dilatada por trombo recente. Observe massa trombótica constituída por sangue (hemácias integras e lisadas), alguns neutrófilos e abundante fibrina. A fibrina é rósea, na forma de grumos e/ou filamentos em várias direções. Em alguns pontos da parede do vaso há aderência do trombo. Nestes trechos, células endoteliais e mesenquimais totipotentes começam a proliferar e permear a massa trombótica e a se organizar, formando alguns pequenos lumens vasculares (inicio da organização). Há também macrófagos claros xantomatosos (contendo gotículas de gordura) e hemossiderófagos (hemossiderina), ambos decorrente da lise de hemácias. A artéria apresenta trombose antiga canalizada: a luz original do vaso está totalmente preenchida por células conjuntivas e crivada por novos lumens vasculares, revestidos por endotélio. Do ponto de vista funcional, porém, a canalização é insuficiente, pois não há restabelecimento de fluxo sanguíneo abundante. Estes cortes no Tricrômico de Masson. O tricrômico de Masson, uma coloração para tecido conjuntivo (para técnica, clique), é muito útil para estudar as etapas da trombose, porque distingue as fibras colágenas (coram-se em azul) das células dos varios tipos (coram-se em vermelho). Embolia gordurosa cerebral Embolia gordurosa cerebral A embolia gordurosa ocorre em fraturas de ossos longos, cuja medula óssea é amarela (só tecido adiposo). Gotículas lipídicas ganham a circulação sistêmica, chegando ao pulmão. Grande parte fica retida aí e a morte pode ocorrer nesta fase, com dispnéia e colapso circulatório, se mais que 2/3 dos vasos ficarem obstruidos. Contudo, uma parte dos êmbolos lipídicos passa, porque os capilares pulmonares têm diâmetro maior que os de outros territórios e porque a gordura é líquida à temperatura corporal. Estes chegam a todos os órgãos, podendo ser demonstrados em cortes de congelação corados por Sudão Vermelho. Na maioria dos parênquimas são inócuos, menos no cérebro. No cérebro as lesões ficam restritas à substância branca e se caracterizam pela formação de petéquias, ou seja, hemorragias puntiformes e disseminadas. O quadro é conhecido como púrpura cerebral. Há também intenso edema cerebral associado, o que em si é suficiente para causar o óbito. Contudo, não há petéquias na substância cinzenta, como córtex cerebral ou núcleos da base. Qual o motivo desta curiosa preferência pela substância branca? A substância branca é 5 vezes menos vascularizada que a cinzenta. Os capilares são mais espaçados, retilíneos e com poucas anastomoses. Se um capilar é obstruido por um êmbolo gorduroso, a circulação naquele microterritórioé interrompida, e há necrose do endotélio, que permite um extravasamento puntiforme de sangue (petéquia). O tecido nervoso nas proximidades também sofre necrose, lesando axônios responsáveis pela associação das grandes áreas do córtex cerebral. Já na substância cinzenta, como os capilares são próximos uns dos outros e há uma extensa rede anastomótica, a obstrução de um deles tem pouco efeito porque sempre há fluxo pelas anastomoses e os neurônios não sofrem necrose. Por isso, não há formação de petéquias na substância cinzenta. Quadro clínico O quadro clínico da embolia gordurosa cerebral também é paradoxal, porque os pacientes não costumam ter alterações neurológicas nas primeiras horas após o trauma. Só algumas horas ou dias após instala-se um quadro progressivo de obnubilação mental chegando ao coma, com alta mortalidade. O primeiro período sem sinais de sofrimento cerebral corresponde ao tempo em que as gotículas lipídicas estão retidas no pulmão; o segundo período, com diminuição do nível de consciência, é devido à chegada do lípide ao cérebro, com lesão irreversível da substância branca. PROBLEMA 5 LÂMINA A.321 ANATPAT - Trombos Hialinos em glomérulos renais - CIVD ANOTAÇÕES AULA: Trombo venoso - muita hemacia Trombo branco - mais plaqueta do que hemacia Trombo misto Trombo hialino - PRINCIPALMENTE fibrina porque cai plaqueta → história sobre CIVD - qual o trombo? De CIVD (rim) Trombos hialinos em glomérulos Trombos hialinos em capilares glomerulares (na coagulação intravascular disseminada ou CIVD). Os trombos hialinos são agregações microscópicas de plaquetas e fibrina e podem ser observados em capilares quando a coagulação do sangue é ativada dentro dos vasos in vivo. Este fenômeno, chamado coagulação intravascular disseminada ou CIVD, ocorre em várias complicações obstétricas e no estado de choque avançado. Os trombos hialinos aparecem como pequenas massas homogêneas e eosinófilas que preenchem e distendem alças capilares de vários glomérulos, tomando por vezes a forma tortuosa dos próprios capilares. São muito maiores que as hemácias e sua cor é um róseo mais pálido que o delas. A.259 ANATPAT - Fer disse que não precisa saber… aterosclerose Ateroma - na tunica intima 1o uma capsula fibrosa 2o centro necrotico (tem oq?...) Placa pode sofrer calcificação -> pode romper e gerar um trombo Tem que ter lesão do endotélio para formar a placa! Isso q precisa saber *estrias de gordura! lembrar ! é a fase/tipo 2 → linhas amarelas, dificeis de ver.. Entao usa um corante - Celulas gordinhas = macrofagos espumosos *fase 5 = placa formadinha (placa de ateroma - íntima espessada, lipide dissolvido e cristais de colesterol dentro do centro necrótico) tudo em azul é colágeno *fase 6 = rompimento da placa Placa de ateroma F = cápsula fibrosa → neovasos (setas inteiras) + calcificação (ponta da seta) L = lúmen C = centro fibrótico
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