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TÍTULO DE CRÉDITO RURAL

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TÍTULOS DE CRÉDITO RURAL
O CRÉDITO RURAL (Lei Federal nº 4.829/65 e Decreto nº 58.380/66)
Os títulos de crédito rural destinam-se exclusivamente ao financiamento de atividades rurais com objetivo de suprir de recursos os produtores e as cooperativas agrícolas.
O crédito rural visa atender a necessidade de estímulo e incremento aos investimentos agrícolas e à produção agropecuária favorecendo o desenvolvimento e comercialização e consequentemente fortalece os pequenos investidores.
Para emissão de um título de crédito rural, obriga-se que o emitente comprove sua efetiva aplicação no financiamento e exploração de atividades rurais. (art. 2º DL 167/67)
São, portanto, títulos causais, posto que vinculados à atividade rural. Leva-se em conta a finalidade para que foram criados e as peculiaridades de que se revestem.
Relacionam-se a certos tipos de operações, como Mútuo, Abertura de Crédito, Compra e Venda, Entrega da Produção, Recebimento de Insumos.
E subjetivamente estão presos aos produtores rurais (proprietários, meeiros e arrendatários) e suas cooperativas e ainda, às instituições financeiras que atuam no financiamento rural.
ESPÉCIES DE TÍTULOS DE CRÉDITO RURAL- São títulos de crédito rural:
Nota promissória rural;
Duplicata rural;
Célula Rural Pignoratícia;
Célula Rural Hipotecária;
Célula Rural Pignoratícia e Hipotecária;
Nota de Crédito Rural;
Célula de Produto Rural.
Os dois primeiros dizem respeito a contratos de venda a prazo de bens agrícolas. Os demais se relacionam, tão somente à financiamentos ou instituições financeiras. E são considerados pelo Decreto Lei 167/67 como títulos civis. 
Aplicam-se à cédula de crédito rural, à nota promissória rural e à duplicata rural as normas de direito cambiário, inclusive quanto ao aval, DISPENSADO O PROTESTO PARA AÇÃO DE REGRESSO CONTRA ENDOSSANTES E AVALISTAS. (art. 60 DL).
 NOTA PROMISSÓRIA RURAL: Nos termos do Decreto – Lei nº 167/67 (art.41, parágrafo 1º) constitui-se em título líquido e certo, e enseja ação executiva, com as restrições da promulgação do CPC, art.784.
É uma espécie do gênero Nota Promissória, com características que lhe confere matriz especial, contendo a descrição dos produtos negociados lhe conferindo natureza causal, razão porque fora criada.
A Nota Promissória Rural e a Duplicata Rural gozam de privilégio especial sobre os bens disciplinados no art. 964 CC. Aberto o concurso de credores atende-se à ordem de preferência estabelecida em lei – art. 955 e seguintes do CC – levando-se em conta a distinção entre crédito real e por privilégio geral (todos que não sujeitos a crédito real ou especial).
São requisitos essenciais da Nota Promissória:
A denominação “Nota Promissória Rural”;
A data do pagamento;
O nome do emitente;
A cláusula à ordem;
O nome do credor ou à quem se deve pagar;
A praça de pagamento;
A soma a pagar em algarismo ou por extenso;
A discriminação dos produtos objetos da venda e compra;
Data e localidade da emissão;
Assinatura do próprio punho do emitente ou de mandatário especial.
A Nota promissória será emitida nos seguintes casos:
Vendas a prazo de bens de natureza agrícola extrativa ou pastoril, quando efetuadas diretamente pelo produtor rural ou por suas cooperativas;
Nos recebimentos, pelas cooperativas, de produtos da mesma natureza entregues por seus cooperados;
Fornecimento, por cooperativas, de bens de produção e/ou consumo a associados, como obrigação do cooperado emitente para com sua cooperativa beneficiária. 
No caso de inadimplemento, cabe ação executiva para cobrança da nota promissória. Penhorados bens indicados no título ou pertencentes ao emitente, o credor tem o direito de promover, independente de contestação, a venda daqueles bens em leilão público, em razão da nota gozar de privilégios especial sobre créditos com privilégio especial.
É nulo o aval ou qualquer outra garantia real ou pessoal, dado em nota promissória rural, salvo dado por pessoas físicas participantes da empresa emitente ou por pessoas jurídicas. (art. 60, parágrafo 2º do Decreto). Esta regra é excepcionada quando as transações são realizadas entre produtores rurais, ou entre estes e suas cooperativas.
 
Há possibilidade de pagamento parcial, caso em que o credor declara no verso do título sob sua assinatura a importância recebida e a data do pagamento, tornando exigível apenas o saldo (art. 74 do DL).
DUPLICATA RURAL
É um título de crédito rural utilizado na compra e venda de bens agropastoris, por produtos rurais e cooperativas agrícolas. 
Título de crédito de iniciativa do próprio produtor ou da cooperativa, que nela figura como sacador, aparecendo como sacado ou aceitante o comprador de bens de natureza agropastoril.
O Dl 167/67 prevê em seus artigos 46 e ss, a possibilidade de emissão de duplicata mercantil nas vendas a prazo de quaisquer bens de natureza agrícola, extrativa ou pastoril, quando efetuadas diretamente por produtores rurais e cooperativas.
São Requisitos da Duplicata:
A denominação “Duplicata Rural”;
A data do vencimento, a expressão “à vista”, se o for ou a declaração de dar-se a tantos dias da data da apresentação;
O nome e o endereço do sacador (vendedor);
O nome e endereço do sacado (comprador);
A importância a ser paga, em algarismos e por extenso que corresponderá ao preço dos produtos adquiridos;
A discriminação dos produtos vendidos;
A praça de pagamento;
A data e a localidade da emissão;
A cláusula à ordem; 
A assinatura do próprio punho de emitente ou de mandatário especial;
A assinatura- aceite- do comprador;
Uma vez emitida, a duplicata deve ser remetida pelo vendedor ou representantes, por instituições financeiras ou por procuradores, ao comprador na praça ou no local de seu domicílio, devendo o mesmo devolvê-la ou permanecer com a mesma até o resgate. Se não for devolvida com o aceite, torna-se possível o protesto por falta de aceite.
Se não for paga na data aprazada, cabe ação executiva, gozando de privilégio de crédito ( art. 53 do DL e 963 e 965, VIII do CC).
É nulo o aval ou qualquer outra garantia real ou pessoal, dado em nota promissória rural, salvo dado por pessoas físicas participantes da empresa emitente ou por pessoas jurídicas. (art. 60, parágrafo 2º do Decreto). Esta regra é excepcionada quando as transações são realizadas entre produtores rurais, ou entre estes e suas cooperativas.
Há possibilidade de pagamento parcial, caso em que o credor declara no verso do título sob sua assinatura a importância recebida e a data do pagamento, tornando exigível apenas o saldo (art. 74 do DL).
Se a duplicata for emitida sem uma efetiva venda de bens de natureza agrícola, extrativa ou pastoril constitui crime. (art. 54 DL 167/67).
A CÉDULA RURAL PIGNORATÍCIA
A Célula Rural Pignoratícia é título representativo de constituição de dívida “obrigatoriamente lastreada por garantia real.”
“Se caracteriza pelo fato de o crédito ser incorporado no título com a garantia de penhor rural ou de penhor mercantil. O devedor será sempre um ruralista ou pecuarista e a garantia oferecida poderá ser de bens móveis relacionados com a atividade rural ou comercial”. Rubens Requião
Os bens dados em penhor agrícola permanecem em poder do produtor ou cooperativa, que responde por sua guarda e conservação como fiel depositário. Podem também servir de garantia os bens adquiridos e pagos nos financiamentos.
São requisitos essenciais da Cédula Rural Pignoratícia:
A denominação “Célula Rural Pignoratícia”;
A data e condição do pagamento;
O nome do credor;
Cláusula “à ordem”;
O valor do crédito em algarismos e por extenso, com a expressa menção do fim a que se destina o financiamento;
A descrição dos bens dados em penhor, com discriminação da espécie, quantidade e qualidade;
A taxa de juros;
A praça de pagamento;
A data e localidade da emissão;
A assinatura do aceitante.
CÉDULA RURAL HIPOTECÁRIA (ART. 24 DECRETO-LEI nº 167/67)
A Cédula Rural Hipotecária representa o crédito e a garantia hipotecária dada pelodevedor, aplicando-se à ela os princípios da legislação ordinária sobre hipoteca, desta distanciando-se no que diz respeito à inscrição.
Requisitos:
A denominação “Célula Rural Hipotecária”;
A data e condições de pagamento;
O nome do credor;
A cláusula à ordem;
O valor do crédito em algarismos e por extenso, com indicação da finalidade a que se destina o empréstimo;
Descrição do imóvel hipotecado;
Taxas dos juros a serem pagos e comissões, se houver;
A praça do pagamento;
A data e lugar de emissão;
A assinatura do emitente.
CÉDULA RURAL PIGNORATÍCIA E HIPOTECÁRIA
Pode acontecer que a garantia oferecida pelo título abranja tanto bens móveis como imóveis.
Requisitos:
A denominação “Célula Rural Pignoratícia e Hipotecária”;
A data e condições do pagamento;
O nome do credor;
A cláusula à ordem;
O valor do crédito e a finalidade do empréstimo;
Descrição detalhada dos bens móveis dados em penhor;
Discriminação circunstanciada do imóvel hipotecado;
Taxa de juros a serem pagos e comissões, se houver;
A praça de pagamento;
A data e lugar da emissão;
A assinatura do emitente
A NOTA DE CRÉDITO RURAL
A nota de crédito rural, não se reveste de garantia pignoratícia nem hipotecária e goza de privilégio especial sobre bens discriminados. (art. 964 CC). Difere-se da Nota Promissória e da Duplicata porque estas dizem respeito à contratos de compra e venda de bens agropecuários, a Nota de Crédito Rural representa financiamento. Tem como requisitos essenciais:
A denominação “Nota de Crédito Rural”;
Data e condições de pagamento;
O nome do credor;
Cláusula “à ordem”;
O valor do crédito em algarismo e por extenso;
Finalidade do empréstimo e sua utilização;
A taxa de juros e comissões se houver;
A praça de pagamento;
A assinatura do próprio punho do emitente ou de representante com poderes especiais;
A CÉDULA DE PRODUTO RURAL (Lei nº 8.929/94)
A CÉDULA DE PRODUTO RURAL é uma espécie de título de crédito representativo de promessa de entrega de produtos rurais. Objetiva estimular e incrementar os investimentos agrícolas. 
Por força do título nominado, fica o emitente (necessariamente, produtor rural, suas associações e cooperativas) obrigado a entregar, em local e data prefixados, ao credor (ou à sua ordem), o produto rural indicado, na qualidade e quantidade especificadas.
Requisitos:
Denominação “Cédula de Produto Rural”;
Data da entrega;
Nome do credor e cláusula à ordem;
Promessa pura e simples de entregar o produto, sua indicação e as especificações de qualidade e quantidade;
O local e condições de entrega;
Descrição dos bens cedularmente vinculados em garantia;
Data e lugar da emissão;
Assinatura do emitente.
A necessidade de se especificar o que seja produto rural é importante porque a dicção legal é clara: só pode tipificar a CPR aquilo que seja classificado como produto rural e não qualquer outro bem. 
A situação aqui é bem diferente daquela que ocorre, por exemplo, com a cédula de crédito rural onde o objeto é o empréstimo de dinheiro.
Portanto, não ficando caracterizado que o objeto da CPR seja um produto rural tem se que o título de crédito por defeito absoluto objeto ilícito e inválido, ensejando essa arguição através de ação de nulidade autônoma, através de embargos à execução ou até mesmo, se estes já foram ajuizados, como mero incidente processual deste processo porque sendo a CPR nula por força de lei há carência de ação por falta de interesse de agir, matéria processual de ordem pública, que pode ser conhecida em qualquer grau de jurisdição.
A garantia cedular pode consistir em : I- Hipoteca, II- Penhor, III- Alienação Fiduciária
Na hipótese da hipoteca, os bens dados em garantia hão de ser imóveis rurais e urbanos, a ela se aplicando a legislação hipotecária, salvo se colidentes com a Lei específica.
Os bens dados em garantia permanecem sob a responsabilidade do emitente da Cédula que responde por sua guarda e conservação. Se forem títulos de crédito, permanecem em poder do credor.
“A alienação é o negócio jurídico pelo qual uma das partes adquire, em confiança, a propriedade de um bem, obrigando-se a devolvê-la, quando se verifique o acontecimento a que tenha subordinado tal obrigação, ou lhe seja pedida restituição”.
Na Cédula de Crédito de Produto Rural, a alienação fiduciária é utilizada como garantia da promessa nela contida de entregar ao credor um produto rural na forma especificada no título.
Tanto na hipoteca, quanto no penhor e na garantia fiduciária os bens dados em garantia podem ser discriminados no contesto da cédula ou em documento à parte assinado pelo emitente, com menção desta circunstância.
Admite adiantamento e retificação datados e assinados pelo emitente e credor e consignados na cédula.
Para valer contra terceiros, deve estar inscrita no Cartório de Registro de Imóveis do domicílio do emitente além de averbada na matrícula do imóvel se tratar-se de garantia hipotecária. 
Por ser promessa de entrega de produto rural, na eventualidade de o emitente não cumprir o avençado, pode o credor intentar ação de execução para entrega de coisa certa. Goza de privilégio especial, de vez que é impenhorável e não pode ser objeto de sequestro por outras dívidas. 
Embora o art. 11 da Lei nº 8.929/94 afirme que o emitente da CPR responde pela evicção e que não pode invocar em seu benefício o caso fortuito ou de força maior, afastando com isso alegações passíveis de serem formuladas pelo devedor de uma clássica obrigação de dar, no entanto, criou uma variante similar consistente na possibilidade de liquidação financeira do título através do acréscimo do art. 4º A ao permitir que a obrigação de dar coisa incerta se transforme em obrigação de pagar quantia certa.
DA EFICÁCIA EXECUTIVA DOS TÍTULOS DE CRÉDITO RURAL (A VENDA ANTECIPADA DOS BENS CONSTITUTIVOS DA GARANTIA REAL).
O Decreto-Lei nº 167/67 nos artigos 41,44 e 52 deixam patente a eficácia executiva dos títulos de crédito rural, sendo conveniente citar que o artigo 784, inciso XII, do CPC reconhece como títulos executivos extrajudiciais, além dos expressamente numerados, todos os demais títulos que a lei por disposição expressa atribuir força executiva.
Existe controvérsia sobre qual procedimento executivo devemos adotar posto que no art. 41 do Decreto-Lei nº 167/67 admite a venda antecipada de bens pelo credor ou o procedimento do art. 784 do CPC.
O STJ sustenta a revogação dos ritos executivos dos Decretos-Lei nº 167/67 e 143/69 em face da unificação do processo de execução do CPC:
“ Cédula de Crédito Rural- Execução- Embargo do Devedor- Efeito Suspensivo- Impossibilidade da venda antecipada dos bens penhorados previstas no art. 41, parágrafo 1º, do Decreto-Lei nº 167/67- Ressalva da providências cautelares urgentes (art. 793 do CPC). Execução. A ação regida por lei especial- confronto porém com modelo disciplinado posteriormente em legislação codificada- Hipótese em que se impõe exegese sistemática, afastando daquela o que conflita e não harmoniza com as normas do código.
Emenda Oficial: oferecidos os embargos do devedor, o efeito suspensivo deste tem o condão de impedir a venda antecipada dos bens penhorados previstas no art. 41 parágrafo 1º do Decreto-Lei nº 167/67, salvo se presentes as circunstâncias ensejadoras de providências cautelares urgentes (CPC, art. 793, a exemplo das contempladas no art. 1113 do CPC” (STJ, Resp 22.486-3 GO – 4º T., Rel. Min. Sálvio Figueiredo- DJU 29-06-1992).

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