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Disciplina: Mecânica dos Solos Disciplina: Mecânica dos Solos Professor(a): Suelaine Rodrigues Xavier– M.Sc. TENSÕES IN SITU TENSÕES IN SITU A tensão é definida com sendo a razão entre a força aplicada sobre uma superfície e a área de aplicação da mesma. O conceito de tensão aplicado ao solo, discute as tensões que existem em umaas tensões que existem em uma massa de solo como resultado de seu peso próprio e/ou atuação de forças externas. A figura ao lado ilustra a tensão transmitida ao elemento de solo devido ao peso próprio das camadas sobrejacentes. TENSÕES IN SITU O estudo das tensões em solo é importante para a análise de problemas, tais como: � Compressibilidade; �Controle de recalques; �Controle de recalques; � Avaliação da capacidade de carga das fundações; �Avaliação da estabilidade de taludes; �Empuxo em estruturas de contenção, dentre outros. Tensões in situ A transmissão de forças partícula à A transmissão de forças por meio partícula gera tensão, ou seja, tensão efetiva que é a parcela responsável pelo controle da variação de volume e resistência dos solos. A tensão pode ser entendida como sendo a soma das componentes verticais das forças desenvolvidas nos pontos de contato, por unidade de área de seção transversal da massa de solo. A transmissão de forças por meio da água existente no poros do solo gera pressão, ou seja, poropressão que é a parcela da tensão suportada pela água. A poropressão atua com igual intensidade em todas as direções. A poropressão pode ser positiva (reduz a resistência) ou negativa (aumenta a resistência). Tensões in situ Na ausência de água (solo seco), a parcela de tensão suportada pela água será nula e as tensões serão sempre definidas em termos de tensões efetivas. Tensões in situ Partículas granulares ou equidimensionais (siltes, areias e pedregulhos) transmitem esforços através do contato grão a grão. Partículas finas ou lamelares (argilas e siltes relativamente finos) possuem dimensões tão reduzidas que sofrem grande influência de forças eletrostáticas. A transmissão de esforços se dá por áreas muito pequenas, podendo até mesmo ocorrer através da água adsorvida. Tensões in situ – Tensões de Contato As tensões de contato são obtidas por uma simplificação, devido ao grande número de contatos e à impossibilidade de se definir, precisamente, a área e a força transmitida em cada contato. Assim, considera-se que o solo seja um meio contínuo. Tensões in situ – Tensões de Contato Simplificação para cálculo de tensões verticais: Sendo: N = força normal; V = volume de solo; γ = peso específico ou peso por unidade de volume; A = área de aplicação; h = altura da camada de solo. Tensões in situ – Condição geostática A condição geostática é encontrada, especialmente, em solos sedimentares. Nesta condição, as tensões em cada ponto do solo ocorrem apenas devido a seu peso próprio, ou seja, peso das camadas que se sobrepõem ao ponto de análise. Tensões in situ – Variação do Peso Específico O peso específico, normalmente, não é constante com a profundidade. Pois o solo se torna mais denso com o aumento da profundidade por causa da compressão induzida pelo peso próprio. Contudo, a definição de uma expressão que relacione esta variação é raramente necessária na prática, e para efeito de simplificação, o peso específico passa a ser tomado como sendo constante com a profundidade. Neste caso, o cálculo da tensão remete-se a expressão inicialmente apresentada.expressão inicialmente apresentada. Tensões in situ – Variação do Peso Específico Se o solo for estratificado e o peso específico diferente para cada camada, a tensão vertical pode ser calculada pelo somatório das tensões de cada camada sobrejacente ao ponto em estudo. Logo: Tensões in situ As equações vistas até agora são empregadas quando não se considera a presença de água no solo. Estas mesmas equações podem ser usadas para determinar a tensão em um solo úmido, porém, agora, o peso específico admitido nos cálculos passa a ser um peso específico total. Assim, as expressões para cálculo de tensão em solo úmido serão dadas por: Tensões in situ Para um solo seco, as tensões determinadas já são as tensões efetivas do solo. Enquanto para um solo saturado, as tensões normalmente definidas são as tensões totais e, somente a partir destas, calculam-se as tensões efetivas. Tensões in situ Valores típicos do índice de vazios, peso específico saturado e peso específico seco, são apresentados na tabela. Tensões em Solo Saturado A figura ao lado ilustra um perfil de solo saturado com lâmina d’água superficial. A tensão total em um plano que passa por um ponto A qualquer pode ser obtida a partir do peso específico total do solo saturado e do peso específico da água acima deste ponto. Tensões em Solo Saturado Tensões em Solo Saturado A figura mostra uma camada de solo homogêneo sobre a qual localiza-se uma lâmina d’água superficial. Esta situação simplista será empregada para ilustrar o cálculo de tensões e poropressões ao longo da profundidade de uma camada de solo, sendo extremamente útil para avaliações iniciais. Tensões em Solo Saturado Variações de tensão total (σ), poropressão (u) e tensão efetiva (σ’), em função da profundidade (z): Observe que o diagrama de tensão efetiva é resultante da diferença entre os diagramas de tensão total e poropressão. Tensões Horizontais Tensões Horizontais Geralmente, as tensões verticais são superiores às tensões horizontais (K< 1). Porém existe evidências que indicam que a tensão horizontal pode exceder a tensão vertical (K >1), a depender da história de tensões do depósito de solo. Este histórico diz se o solo foi ou não pré-adensado noo solo foi ou não pré-adensado no passado. Em solos que tenham sido intensamente pré-carregados no passado acontece um confinamento “adicional” devido a uma sobrecarga “temporária”, e este confinamento permanece mesmo após a remoção desta sobrecarga. Tensões Horizontais Os valores de K, também denominado K0, podem ser obtidos experimentalmente a partir de ensaios de compressão confinada. Existe uma ampla faixa de valores possíveis para o coeficiente e empuxo lateral. O valor de K0 pode variar dentro de gama de valores em função de fatores, tais como: tipo de solo, história de tensões, plasticidade, dentre outros. Tensões Horizontais OCR = razão de sobreadensamento. Variação de k0 em Variação de k0 em função do índice de plasticidade (IP) para diferentes valores de OCR (Lambe & Whitman, 1969). Tensões Horizontais Jaki (1944) propôs um método que se tornou clássico para determinação do coeficiente de empuxo no repouso, para solos arenosos: Esta equação foi posteriormente adaptada para argilas sobre- adensadas: Em que, Ø’ o ângulo de atrito interno efetivo do solo. NOTA: Depósitos de solo residual apresentam tensões horizontais dependentes das tensões internas originárias da rocha mãe, ou mesmo do processo de evolução sofrido, nestes casos, o coeficiente de empuxo lateral no repouso passa a ser de difícil mensuração e as equações apresentadas não se aplicam. Efeito da Ascensão Capilar sobre as Tensões Tensões efetivas em solos parcialmente saturados, Bishop (1960): Em que, σ’ = Tensão efetiva σ = Tensão total ua = Pressão do ar nos poros uw = Pressão da água nos poros Na qual χ varia de 0 a 1 e depende do grau de saturação S. Definição da altura de ascensão da água em um tubo capilar A interpretação da ascensão capilar que ocorre em solos pode ser feita com base na análise da ascensão de água (elevação acima do nível(elevação acima do nível freático) que ocorre em um tubo capilardevida a tensão superficial desenvolvida entre a água e a superfície do tubo, como ilustrado na figura. Definição da altura de ascensão da água em um tubo capilar Definição da altura de ascensão da água em um tubo capilar Definição da altura de ascensão da água em um tubo capilar Os “tubos” formados pela interligação de vazios do solo possuem uma variação na nas seções transversais. Hazen (1930) propõem uma expressão para a altura máxima de ascensão capilar correspondente aos menores vazios no solo: Ascensão Capilar – Tensões efetivas Ensaio de Capilaridade em Solo Coesivo Exemplo Uma obra será construída sobre um terreno areno siltoso, cujo peso específico natural é 16kN/m³, peso específico saturado de 20kN/m³, ângulo de atrito efetivo igual a 30°, com nível d’água estático localizado a 2m de profundidade. Despreze os possíveis efeitos de ascensão capilar. Determine as tensões vertical e horizontal num ponto situado à 6m de profundidade antes da construção. Cálculo da tensão efetiva total vertical: σV= (16kN/m³ x 2m) + (20kN/m³ x 4m) = σV= 112kN/m² = 112kPa Cálculo da poropressão: u = (6m–2m) x 10kN/m³ = 40kN/m² u = 40kPa Cálculo da tensão efetiva vertical σ’V= σV – u = 112kPa – 40kPa = 72kPa Exemplo Cálculo do coeficiente de empuxo no repouso: K0 = 1 – sen Ø’ = 1 – sen 30° = 0,5 Cálculo das tensão efetiva horizontal σ’h = σ’v x K0 σ’h = σ’v x K0 σ’h = 72kPa x 0,5 = 36kPa Cálculo da tensão total horizontal σh = σ’h + u σh = 36kPa + 40kPa = 76kPa BIBLIOGRAFIA 01. Gutemberg, S. Tensões no Solo; Mecânica dos Solos (notas de aula). PUC-MINAS. 02. Craig, R. F. Mecânica dos Solos. Rio de Janeiro: LTC, 2007. 03. Das, Braja M. Fundamentos de Engenharia Geotécnica. São Paulo: Thomson Learning, 2007. 05. Lambe, T. W. & Whitman, R. V. Soil Mechanics. United States of America:05. Lambe, T. W. & Whitman, R. V. Soil Mechanics. United States of America: John Wiley & Sons, Inc., 1969. 06. Pinto, C. S. Curso Básico de Mecânica dos Solos em 16 Aulas/2ªEdição. São Paulo: Oficina de Textos, 2002.
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