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EXCELENTÍSSIMO JUIZO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ANÁPOLIS/GO PROCESSO Nº: XXX JOÃO PINHO, Já qualificado nos autos do processo em epígrafe, pelo intermédio de seu advogado, com endereço profissional constante da procuração em anexo, para fins do artigo 77, inc. V, do CPC, nos autos da AÇÃO PAULIANA, que tramita em rito comum (art.318, CPC), movida por EMPRESA XYZ, também já qualificada, vem a este juízo oferecer CONTESTAÇÃO I- DAS PRELIMINARES (art. 337, CPC) 1) INCOMPETÊNCIA É esse Juízo incompetente para julgamento da presente ação. Como já informado nos autos, a PARTE RÉ é residente e domiciliada na cidade de Goiânia/GO, e, de acordo com a previsão expressa no art. 46 do CPC, é competente o foro do domicílio do réu para as ações fundadas em direito pessoal. Portanto, é competente para o julgamento da presente ação o Juízo Cível da Comarca da cidade de Goiânia/GO, devendo os autos serem remetidos àquele Juízo, conforme determinação constante do art. 64, §3º, do CPC. Segue como entendimento do Tribunal de Justiça de Santa Catarina: REGRA DE COMPETÊNCIA TERRITORIAL (CPC, ART. 46, CAPUT). NATUREZA RELATIVA. IMPOSSIBILIDADE DE DECLINAÇÃO DE OFÍCIO. NECESSIDADE DE IMPUGNAÇÃO DO DEMANDADO, EM PRELIMINAR DE CONTESTAÇÃO (CPC/2015 ARTS. 64 E 65), SOB PENA DE PRORROGAÇÃO. SÚMULA N. 33 DO STJ. CONFLITO PROCEDENTE. A ação fundada em direito pessoal será proposta, em regra, no domicílio do réu (CPC, art. 46, caput). Por tratar-se de competência territorial e, portanto, de natureza relativa, prorroga-se na hipótese de o réu não alegar a incompetência em preliminar de contestação (CPC, art. 64 e 65), não podendo ser declarada de ofício, a teor do enunciado da Súmula 33 do STJ. TJ-SC - Conflito de Competência CC 00001429720198240000 São José 0000142- 97.2019.8.24.0000 (TJ-SC) Jurisprudência Assim como o pensamento do doutrinador Bueno, Cassio Scarpinella – Novo Código de Processo Civil anotado/Cassio Scarpinella Bueno. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 73 que o diz: “O art. 46 mantém a regra fundamental do art. 94 do CPC de 1973, qual seja, a competência do foro do domicílio do réu quando o direito em conflito for obrigacional.”. 2) DEFEITO DE REPRESENTAÇÃO De atenta análise dos autos, resta evidente a ausência de procuração do advogado representando a PARTE AUTORA, configurando-se, dessa forma, o defeito de representação. Diante disso, deve a PARTE AUTORA ser intimada por esse Douto Juízo para que proceda à correção da irregularidade, sob pena de extinção do feito sem resolução do mérito, na forma do art. 485, IV, do Código de Processo Civil. Segue como entendimento do Tribunal de Justiça do Distrito Federal: ART. 485, IV, CPC. CABIMENTO. ART.330, § 2º, DO CPC. SENTENÇA MANTIDA. 1. Não há que se acolher a preliminar de não conhecimento do recurso por ausência de impugnação específica se as teses apresentadas em sede recursal se contrapõem aos argumentos expostos na sentença. 2. Cabe a aplicação do art. 485, IV, do CPC, notadamente quando a parte não atende às especificações dispostas no art. 330, § 2º, do CPC. 3. Preliminar rejeitada. Recurso conhecido e desprovido. TJ-DF - 20160110854829 DF 0024232-48.2016.8.07.0001 (TJ-DF) Assim como o pensamento do doutrinador Moller, Guilherme Moller Mestrando em Direito Público pelo Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Bacharel em Direito pela Universidade Regional de Blumenau (FURB). Autor de livros e de mais de duas dezena de artigos científicos relacionados ao Direito Processual Civil, à Teoria Geral do Processo e ao Direito Constitucional. Membro do Instituto Brasileiro de Direito Processual (IBDP) e da Associação Brasileira de Direito Processual (ABDPro) “Mais uma vez, destaco que é muito difícil encontrar, na prática, algum caso que seja extinto por carecer de um dos pressupostos do processo, normalmente são questões passíveis de serem sanadas, ou seja, um mero despacho ou uma decisão são suficientes para assegurar a continuidade do processo, porém, quando isso não ocorre é totalmente plausível a extinção do processo com fundamento no art. 485, IV do CPC.” 3) PREJUDICIAL AO MÉRITO - DECADÊNCIA A ação é plenamente improcedente, uma vez que a direito do autor encontra-se totalmente fulminado pela DECADÊNCIA. Assevera o artigo 178, II, do Código Civil que, no caso de fraude contra credores, é de quatro anos prazo decadencial para se pleitear a anulação do negócio jurídico, contado do dia em que se realizou o ato. A doação feita pela PARTE RÉ às filhas ocorreu no dia 06/01/2012, tendo a PARTE AUTORA ajuizado a ação somente no dia 08/11/2016, ou seja, exatos 4 anos, 10 meses e 2 dias após o prazo decadencial, tendo a PARTE AUTORA decaído do direito de ação. Segue como entendimento do Supremo Tribunal de Justiça de Minas Gerais: I -Seja em razão de suposta coação ou por lesão, é de 4 anos o prazo decadencial para se pleitear a anulação do negócio jurídico (art. 178 CC ); nessa esteira, o pleito de reconhecimento da nulidade do ato de migração para novo plano sob a alegação de que houve vício de consentimento, um dos fundamentos da revisão de benefício pretendida, encontra-se fulminado pela decadência. TJ-MG - Apelação Cível AC 10543140006833001 MG (TJ-MG) Assim como o pensamento do doutrinador ALVIM, Arruda, et al; Código do Consumidor Comentado, 2. ed. rev. e amp., São Paulo: Revista dos Tribunais, 1995. “A decadência atinge diretamente o direito em razão também da desídia do titular durante certo lapso temporal. Portanto, a decadência é a extinção do direito pela inércia do titular, quando a eficácia desse direito estava originalmente subordinada ao exercício dentro de determinado prazo, que se esgotou, sem o respectivo exercício. O tempo age, no caso de decadência, como um requisito do ato.” II- MÉRITO De fato, consta do art. 158 do CC a previsão de que os negócios de transmissão gratuita de bens, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos. Porém, por uma questão notavelmente lógica, fez o legislador questão de salientar, uma vez que, em um país como o nosso, até o óbvio sempre precisa ser dito, no §2º do citado artigo que só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação deles. E é exatamente nesse ponto que reside a grande questão. O contrato de locação, que, conforme consta da inicial, hoje vigora por prazo indeterminado, inicialmente, possuía o prazo de duração de 30 meses. Dispõe o art. 39 da Lei nº 8.245, de 18 de outubro de 1991 – a Lei do Inquilinato -, que salvo disposição contratual em contrário, qualquer das garantias da locação se estende até a efetiva devolução do imóvel, ainda que prorrogada a locação por prazo indeterminado, Ciente das obrigações que lhe cabiam, com total zelo e diligência, mesmo diante do fato de ser o contrato de locação por prazo determinado, a PARTE RÉ, com 120 dias de antecedência do término do contrato, notificou o locador e o locatário de que não renovaria a fiança em caso de prorrogação do contrato, o que, na forma do inc. X do art. 40 da Lei do Inquilinato, desobriga o fiador dos efeitos da fiança após os 120 dias posteriores à notificação. É claro o art. 819 do CC quando estabelece que a fiança dar-se-á por escrito, enão admite interpretação extensiva. Portanto, se, após a notificação ao locador e ao locatário de que a fiança não seria renovada. Diante disso, como não houve a assinatura da PARTE RÉ em novo contrato de fiança, com o fim do contrato de locação, finalizou- se também o contrato de fiança celebrado entre as partes, não podendo ser demandada a PARTE RÉ por obrigações posteriores ao término do contrato de locação. Ademais, com a doação dos imóveis às herdeiras, a PARTE RÉ antecipou a legítima, consoante permissão legal prevista no art. 544 do CC, por terem os imóveis de igual valor os imóveis e ser a última vontade declarada por esposa da PARTE AUTORA em seu leito de morte para que, no futuro, as irmãs não viessem a se desentender por conta de herança. III – DOS PEDIDOS (art. 322 e ss, CPC): Isso posto, requer a V. Exa.: 1 – A apreciação e o acolhimento da preliminar de defeito de representação, com a consequente extinção do processo sem resolução do mérito, na forma do art. 485, inc. IV, do CPC; 2 – A apreciação e o acolhimento da preliminar de incompetência, com a consequente remessa dos autos para a Comarca de Goiânia/GO, conforme previsão constante do art. 64, §3º, do CPC; 3 – A apreciação e o acolhimento da prejudicial de mérito, com a consequente extinção do processo com resolução do mérito, na forma do art. 487, inc. II, do CPC; 4 - No mérito, a improcedência do pedido autoral; 5 – A condenação da PARTE AUTORA ao pagamento das despesas processuais e os honorários advocatícios de sucumbência. IV – DAS PROVAS (art. 369 e ss, CPC): Requer a produção de todos os meios de prova em direito admitidos, na amplitude dos artigos 369 e seguintes do CPC, em especial a prova documental, testemunhal, bem como depoimento pessoal da parte Autora. Termos em que Pede deferimento. Local, (Dia), (Mês) de (ano) Nome do Advogado OAB/UF no ........
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