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O PARTO O parto é o estágio resolutivo da gestação, é a retirada do feto por através de via vaginal ou abdominal; Fatores que participam do parto vaginal são: Trajeto; O feto; Motor; Conceitos: Parto a termo: 37 semanas completas e 42 incompletas; Parto pré-termo: Antes de 37 semanas completas, porém após 20-22 semanas; Abortamento: término da gestação antes de completar 20-22 semanas ou < 500g; Pós-termo: gestação completa 42 semanas; Pós- datismo: gravidez que ultrapassam 40 semanas, mas não 42; Pós-maturidade: RN com características clínicas de uma gravidez prolongada; Parto espontâneo: desencadeia e evolui sem interferências; Parto Induzido: desencadeado por medicamentos e manobras; Parto assistido: o obstetra intervém para manter a boa dinâmica uterina (não intervém para o início); Parto operatório: efetuada alguma operação para concluir o parto (fórcipe); Parto normal: ocorre de forma fisiológica; Distórcico: perturbado com condições anômalas ou patologias. ESTUDO DO TRAJETO A pelve feminina divide-se anatomicamente em: Orgãos genitais externos: Vulva + períneo; Orgãos genitais internos: vagina + útero + trompas de falópio + ovários; O trajeto do parto estende-se do útero a fenda vulvar, há nele 3 estreitamentos anulares: Orifício cervical; Diafragma pélvico; Óstio vaginal; As partes moles do canal de parto são sustentadas pela bacia óssea; Trajeto mole: Constituído pelo segmento inferior do útero , colo do útero, vagina e região vulvoperineal; Segmento inferior do útero: parte inferior do corpo uterino que se estende até o orifício interno do colo; Colo uterino: possui 2 orifícios, um interno e outro externo; Apagamento: diminuição da espessura do colo (3 cm -> 0,5 cm); Dilatação: (0 até 10 cm); Vagina: cilíndrica, achatada, musculomembranosa, as paredes adquirem elasticidade durante a gestação; Irrigação e inervação: Região vulvoperineal: Composta por músculos e aponeuroses que devem conter as vísceras pélvicas e abdominais; Corpo perineal: Tendão perineal central que reforça a rafe mediana do músculo elevador do ânus; Distocias do trajeto mole: Essas anomalias podem se localizar em qualquer porção do canal de parto; Trajeto duro: Apresenta o maior significado na prática obstétrica; A bacia ou a pelve é o canal ósseo do parto, é constituída: 2 ossos ilíacos; Sacro; Coccige; Pubes A pelve pode ser dividida em dois grandes espaços: grande (pelve falsa) e pequena bacia(pelve obstétrica); A pequena bacia é a mais importante no parto, seu diâmetro deve ser compatível com a biometria fetal para que o parto possa ocorrer; 1. Estreito superior: Delimitações: Anterior: Pube; Lateral: linha terminal; Posterior: saliência do promotório e asa do sacro; Diâmetros: Anteroposterior: Menor distância entre promotório e sínfise púbica (10,5 cm); Vera anatômica: Borda superior da sinfise púbica ao promotório (11 cm) Vera obstétrica: Promotório e face inferna da sinfise púbica (10,5 cm) Diagonalis: Promotório e borda inferior do osso púbico 12 cm (o diâmetro da conjugata obstétrica é 1,5 menor que a diagonalis); Oblíquo: eminências ileopquitíneas até articulação sacroilíaca (12,5 cm); Transverso: linha inominada de um lado a outro da pelve; 2. Estreito médio: Borda inferior do osso púbico e pelas espinhas esquiáticas; As espinhas ciáticas representam o plano 0 de De Lee, delas emergem o os nervos pudendo (podem ser anestesiados no parto vaginal). 3. Estreito inferior: Partes moles (músculos que unem o osso sacro as espinhas esquiáticas e o isquio ao coccige. Morfologia da pelve: Quatro tipos principais de bacia: 1. Bacia ginecóide: bacia típica feminina (50%); Melhor prognóstico para o parto vaginal; 2. Bacia andróide: bacia masculina (20%); Parto não tem bom prognóstico. 3. Bacia antropóide: (25%) Se não houver distocia no estreito superior não haverá no inferior; 4. Bacia platipeloide: Raro (5%) Planos da bacia: Planos imaginários com a intenção de avaliar a altura da apresentação na pelve; Plano de De Lee: Plano de Hodge: Pelvimetria: A pelvimetria externa não é mais realizada; A pelvimetria interna faz parte do exame físico e deve ser realizada de forma ordenada e seqüencial; Avaliação do estreito superior: Avaliação da diagonalis -> o diâmetro da conjugata obstétrica é 1,5 menor que a diagonalis; Diagonalis > 11,5 = provavelmente adequado; Avaliação do estreito médio: A avaliação direta não é possível; Espinhas ciáticas proeminentes e paredes pélvicas convergentes -> provável estreitamento; Avaliação do estreito inferior: Avaliação do diâmetro entre as tuberosidades ciáticas (> 8 cm); Exames complementares: Raio X, TC, USG; ESTÁTICA FETAL: A relação do feto com a bacia e com o útero define a estática fetal; É descrita em relação a situação, apresentação, e posição fetal; O feto: O diâmetros e circunferência da cabeça são importantes no momento do parto pois em conjunto com o diâmetro da bacia . Situação fetal: A situação longitudinal é encontrada em 99% dos casos; Apresentação fetal: Atitudes do pólo cefálico: Eixo anteroposterior: Eixo laterolateral: Sinclitismo: a sutura sagital está a igual distância do pube e do sacro; Assinclitismo anterior ( obliquidade de Nagele): a sutura sagital está mais próxima do sacro; Assinclitismo posterior (obliquidade de Litzman): a sutura sagital está mais próxima do pube; Atitude do pólo pélvico: Correspondem a 3 a 4%; Mais comum na gestação pré-termo; Pélvica simples/ completa/ Procedência de pés ou joelhos; Apresentação da altura: Alta e móvel: plano fetal mais baixo não toma conta do estreito superior. Ajustada: plano fetal mais baixo ocupa ES. Fixa: não é possível mobizá-lo a palpação. Insinuada: o maior diâmetro transverso ultrapassa ES. Posição fetal: Variedades de posição: É a relação entre o ponto de referência da apresentação e o ponto de referência da pelve materna; Pontos de referência materno: 1.Pube 2. Eminências iliopectíneas direita ou esquerda - esquerda ou direita anterior. 3. Extremidade do diâmetro transverso máximo direito ou esquerdo. 4. Articualaçao sacroilíaca direita ou esquerda - esquerda ou direita posterior. 5.Sacro. Avaliação da estática fetal: Nomeclatura: A 1ª letra corresponde ao local onde se encontra o ponto de referência fetal (O). A 2º posição fetal podendo ser D ou E. A 3º a variedade de posição do feto (A) (P) (T). ASSISTÊNCIA AO PARTO VAGINAL: Períodos clínicos do parto: Habitualmente, o trabalho de parto ativo é dividido em 3 estágios (fases clínicas do parto); Pré-parto: antes de iniciar o trabalho de parto o útero sofre modificações ao longo de várias semanas 1ª fase clínica – PERÍODO DE DILATAÇÃO: Contrações uterinas com freqüência, intensidade e duração suficientes para produzir apagamento e dilatação completa do colo; 2ª fase clínica – PERÍODO EXPULSIVO: Se inicia com a completa dilatação do colo e vai até o nascimento da criança; 3ª fase – DEQUITAÇÃO: Começa com a saída da criança e termina com a saída da placenta e anexos; 4ª fase: corresponde as primeiras 1 a 2 horas após a saída da placenta (hemorragias); Principais características de cada período: PRÉ-PARTO: (Não é propriamente uma fase clínica) Tem inicio entre a 30 e 36 semanas; Contrações uterinas, cólicas, incoordenadas, irregulares, podem ser confundidas com trabalho de parto; Com a aproximação da data do parto há aumento de secreções mucosas e podem ser acompanhadas de raias de sangue; Pródromos de trabalho de parto; Contrações se tornam progressivamente mais intensas; Duração máxima de 14 horas em multíparas e 20 horas em nulíparas; 2. PERÍODO DE DILATAÇÃO: Dilatação total do colo uterino; Primíparas: 10 a 12 horas; Multíparas: 6 a 8 horas; Segundo o MS a definição de trabalho de parto é quando há presença de contrações uterinas regulares e dilatação > 4 cm; 3. PERÍODO EXPULSIVO: Início na dilatação completa e final na expulsão fetal; Dura em média 50 minutos nas primíparas (0,5 a 2,5h) e 20 minutos nas multíparas (1h); As contrações uterinas atingem seu máximo com uma freqüência de 5 em 10 minutos, durando de 60 a 70 segundos; 4. SECUNDAMENTO: Descolamento e expulsão da placenta; 10 a 20 minutos após o parto; É considerado prolongado quando ultrapassa 30 minutos; Baudelocque-Schultze: implantação placentária no fundo uterino, sangramento após a saída da placenta; Baudelocque-Ducan: implantação nas paredes laterais, sangramento precede a saída da placenta; 5. QUARTO PERÍODO: Observação cautelosa pelo risco de hemorragias; ASSISTÊNCIA CLÍNICA AO PARTO: 1º PERÍODO: Tricotomia é uma pratica questionável; Hidratação venosa é indispensável pela necessidade de correção de anormalidades de contratilidade; Enteroclise deve ser evitada pelo risco de contaminação do campo cirúrgico; A ingestão de alimentos sódios deve ser evitada; Atentar para a reposição calórica de fluidos e de glicose; A paciente pode deambular; A paciente deve adotar a posição que é mais confortável; O decúbito dorsal é o menos indicado pelo risco da síndrome da hipotensão supina; Caso necessite o esvaziamento vesical e a paciente não consiga fazer espontaneamente, pode ser inserido um cateter vesical; A necessidade do toque vaginal deve ser avaliada caso a caso; Avaliação do bem-estar-fetal (sonnar) antes, durante e após a contração uterina a cada 30 minutos ; Avaliação dos sinais vitais maternos; Analgésicos, anestesia de condução e ocitocina; Ocitocina em doses fisiológicas (1 a 8 mU/min), a dose pode ser dobrada a cada 30 minutos; Efeitos adversos: hiperestimulação uterina, sofrimento fetal, efeito antidiurético; Os efeitos podem ser facilmente revertidos com a suspensão da droga (meia-vida 5 min); Analgesia peridural / opiáceos; Meperidina 50 mg IM, podendo ser aplicada a casa 2 horas; 2º PERÍODO: Contrações uterinas mais freqüentes e intensas; Avaliação constante do bem-estar fetal (a cada 5min); Posição do parto: Litotomia / Laborie-Duncan; Caso a paciente não esteja com a peridural, pode ser realizada a anestesia do períneo; Bloqueio do nervo pudendo é feito na altura das espinhas ciáticas e superficial se for realizar a episiotomia; Episiotomia: A mais utilizada é a médio-lateral direita; Indicações: Parto com fórcepe; Períneo rígido; ICC materna; Exaustão materna; Feto grande; Período expulsivo prolongado; Sofrimento fetal agudo; Apresentação pélvica; Proteção do períneo: manobra de Ritgen modificada: Fórcipe obstétrico: Necessidade de abreviação do tempo de desprendimento; Manobra de kristeller está contraindicada (compressão do fundo uterino) -> Rotura uterina, lesões perineais graves, hemorragia. O uso do cotovelo e antebraço é condenado, quando necessário utiliza-se a palma das mãos; Após a saída do feto deve-se mantê-lo na altura do intróito vaginal com a face para baixo ou apoiá-lo sobre o abdome materno -> Clampeamento do cordão umbilical aproximadamente a 10 cm da inserção do RN; O momento ideal para clampear o cordão é quando a circulação do cordão cessou (cordão achatado e sem pulso ( aprox 3 min); O clampeamento precoce está recomendado para gestantes Rh negativo, HIV positivo e se houve sofrimento fetal agudo; 3º PERÍODO: Avaliação do descolamento placentário; Nenhuma manobra mais intempestiva deverá ser feita (inversão uterina); Ociotocina profilática 10U IM de forma rotineira imediatamente após a expulsão; Pinçamento do cordão umbilical; Tração discreta; Palpação abdominal; Sensação de peso no reto referida pela paciente; Casos de hemorragia ou retenção pode ser indicado a extração manual da placenta; Graus de laceração: 1º grau: lesão de períneo, fúrcula e mucosa vaginal; 2º grau: Fáscia e músculo do períneo, sem lesão da muscular do esfíncter; 3º grau: lesão muscular do esfíncter anal; 4º grau: lesão da mucosa retal, expondo a luz do reto.
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