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2013
AdministrAção
AmbientAl
Prof. Flávio de Andrade 
Prof. Sandro Sabino
Copyright © UNIASSELV 2013
Elaboração:
Prof. Flávio de Andrade
Prof. Sandro Sabino
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
 
344.046
A553a Andrade, Flávio de
Administração ambiental / Flávio de Andrade; Sandro Sabino. 
Indaial : Uniasselvi, 2013.
 
262 p. : il
 
 
ISBN 978-85-7830- 699-1
1. Proteção ambiental.
2. Administração ambiental.
I. Centro Universitário Leonardo da Vinci. 
III
ApresentAção
Prezado(a) acadêmico(a)!
Na sociedade moderna, é comum vermos e experimentarmos a convivência 
do ser humano com empresas que, de muitos modos, afetam o meio ambien-
te: uso físico de áreas em que se instalam, uso de matérias-primas e insumos 
de produção, consumo de água, energia e combustíveis, geração de resíduos 
sólidos e despejos industriais, emissão de poluentes na atmosfera...
Diante de todos esses impactos, ocorre a necessidade de constante aprimo-
ramento da imagem da empresa, através da melhoria do seu desempenho 
ambiental, tendo em vista uma maior satisfação dos clientes, a conquista de 
novos mercados, a redução de custos e de riscos, a obtenção de certificações 
diversas, a garantia de um ambiente saudável para as gerações futuras...
Para a conquista desse desempenho é importante a implantação, dentro da 
empresa, de novos modelos de gestão, cuja base deveria estar assentada na 
responsabilidade ambiental, aliando, ao mesmo tempo, lucro, responsabili-
dade econômica e social.
Trata-se da administração ambiental, cujo assunto será tratado no presente 
Caderno de Estudos. Nosso intuito é abordar as questões ambientais ineren-
tes à administração de uma empresa, buscando capacitar você a analisar e 
criticar o impacto do termo “meio ambiente” sobre as empresas e a sociedade.
Esperamos que este estudo possa oferecer a você, acadêmico(a), parte do 
aporte necessário ao desempenho da sua tarefa enquanto gestor ambiental.
Prof. Flávio de Andrade
Prof. Sandro Sabino
IV
V
UNI
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades 
em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o 
material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato 
mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação 
no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir 
a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
VI
VII
sumário
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO E CONCEITOS FUNDAMENTAIS ......................................... 1
TÓPICO 1: CONCEITOS FUNDAMENTAIS .................................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 OBJETIVOS E FINALIDADE ............................................................................................................. 3
3 FUNDAMENTOS BÁSICOS DA ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL ...................................... 6
4 NECESSIDADE E IMPORTÂNCIA DA ADMINISTRAÇÃO
 AMBIENTAL PARA A EMPRESA ..................................................................................................... 8
5 FINALIDADES BÁSICAS DA ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL E EMPRESARIAL ......... 9
6 O QUE É AMBIENTE .......................................................................................................................... 10
6.1 CONCEITO DE MEIO AMBIENTE ............................................................................................. 10
6.2 AMBIENTE DA ORGANIZAÇÃO ............................................................................................... 11
6.3 AMBIENTE DA TAREFA............................................................................................................... 12
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 13
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 14
TÓPICO 2: QUESTÕES BÁSICAS DA ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL ............................... 15
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 15
2 CONCEITOS DE POLUIÇÃO ............................................................................................................ 15
3 A INDUSTRIALIZAÇÃO E A URBANIZAÇÃO .......................................................................... 16
4 EMPRESA E MEIO AMBIENTE ....................................................................................................... 20
5 PREVENÇÃO DA POLUIÇÃO ......................................................................................................... 21
6 CONCILIANDO AS NECESSIDADES DA ORGANIZAÇÃO
 COM AS QUESTÕES AMBIENTAIS ............................................................................................... 22
7 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL........................................................................................ 23
8 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE DAS EMPRESAS BRASILEIRAS ..................... 23
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 29
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 30
TÓPICO 3: EMPRESA E MEIO AMBIENTE ...................................................................................... 31
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 31
2 A ADMINISTRAÇÃO VERDE .......................................................................................................... 31
3 APRENDER A SE COMUNICAR: A PRIMEIRA URGÊNCIA ................................................... 32
4 ENTENDER O MEIO AMBIENTE .................................................................................................... 33
5 COMPREENDER O MEIO AMBIENTE PARA PRESERVAR ..................................................... 34
5.1 FERRAMENTAS DA QUALIDADE APLICADAS
 À ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL .................................................................................... 36
5.1.1 PDCA – Planejar – Executar – Verificar – Atuar .................................................................36
5.1.2 O que é o 5W2H e como ele é utilizado? ............................................................................. 38
5.1.3 Diagrama causa e efeito ......................................................................................................... 39
5.1.4 Diagrama de Pareto ................................................................................................................ 40
5.1.5 Folhas de verificação ............................................................................................................. 43
5.1.6 Fluxogramas ........................................................................................................................... 44
6 CAPITAL X MEIO AMBIENTE ......................................................................................................... 47
VIII
7 MODELOS DE ADMINISTRAÇÃO ............................................................................................... 48
7.1 A EMPRESA TRADICIONAL ....................................................................................................... 48
7.2 O MODELO DE CONFLITO ......................................................................................................... 49
7.3 O MODELO DO MUNDO REAL .................................................................................................. 49
8 A ESTRATÉGIA VERDE ..................................................................................................................... 50
8.1 IDENTIFICAÇÃO DE PRIORIDADES ........................................................................................ 51
8.2 DIAGNÓSTICO ............................................................................................................................... 52
8.3 PLANOS DE AÇÃO ........................................................................................................................ 52
8.4 SÍNTESE ............................................................................................................................................ 53
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 54
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 56
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 57
TÓPICO 4: PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS, ROTULAGEM AMBIENTAL E 
 MARKETING VERDE ADOTADO PELAS ORGANIZAÇÕES .....................59
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 59
2 OBJETIVOS E RESULTADOS DE PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS ............................. 59
3 CONCEITOS, NORMAS E OBJETIVOS DA ROTULAGEM AMBIENTAL ......... 65
4 MARKETING VERDE NAS ORGANIZAÇÕES ................................................................. 72
4.1 MARKETING VERDE X GREENWASHING (LAVAGEM VERDE) ......................... 81
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................ 86
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 88
UNIDADE 2 – ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL ........................................................... 89
TÓPICO 1: ÉTICA .................................................................................................................................... 91
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 91
2 ÉTICA, MORAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL ................................................................... 91
3 O QUE É ÉTICA? ................................................................................................................................. 93
4 O QUE É UM CÓDIGO DE ÉTICA? ................................................................................................ 96
4.1 CÓDIGO DE ÉTICA OU GUIA DE CONDUTA ......................................................................... 112
5 VANTAGENS DOS CÓDIGOS DE ÉTICA .................................................................................... 113
6 ÉTICA NOS NEGÓCIOS ................................................................................................................... 114
6.1 TODAS AS PESSOAS QUEREM SER ÉTICAS. E AS EMPRESAS? ......................................... 115
6.2 DOIS GRANDES DESAFIOS ......................................................................................................... 115
6.3 GESTÃO DA ÉTICA ....................................................................................................................... 116
6.4 O EMPRESÁRIO ÉTICO NO SEU DIA A DIA ............................................................................ 117
7 CONFRONTO DE DUAS ÉTICAS: ÉTICA DO CAPITAL X ÉTICA DO SOCIAL ............... 118
8 A ÉTICA DA RESPONSABILIDADE SOCIAL .............................................................................. 118
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 120
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 121
TÓPICO 2: RESPONSABILIDADE SOCIAL ..................................................................................... 123
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 123
2 EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE RESPONSABILIDADE SOCIAL ....................................... 123
3 O QUE É RESPONSABILIDADE SOCIAL? ................................................................................... 125
4 RESPONSABILIDADE SOCIAL PARA QUEM? .......................................................................... 126
5 BALANÇO SOCIAL ............................................................................................................................ 127
5.1 O QUE É? .......................................................................................................................................... 127
5.2 HISTÓRICO ...................................................................................................................................... 127
5.3 POR QUE FAZER? ........................................................................................................................... 128
5.4 OS BENEFICIÁRIOS ....................................................................................................................... 129
IX
6 TENDÊNCIAS E DESAFIOS PARA A RESPONSABILIDA
 DE SOCIAL NOS NEGÓCIOS .......................................................................................................... 130
7 DA RESPONSABILIDADE SOCIAL PARA A SUSTENTABILIDADE SOCIAL ................... 130
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 135
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 136
TÓPICO 3: IMPACTO DAS DECISÕES EMPRESARIAIS NA
 SOCIEDADE E NO MEIO AMBIENTE ......................................................................... 137
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 137
2 AS RELAÇÕES DA EMPRESA COM A SOCIEDADE .................................................................137
3 O QUE É UMA EMPRESA SOCIAL E AMBIENTALMENTE RESPONSÁVEL? .................... 138
4 IMPACTO DAS EMPRESAS NA SOCIEDADE E MEIO AMBIENTE ...................................... 142
4.1 IMPACTOS BENÉFICOS ................................................................................................................ 143
4.2 IMPACTOS NEGATIVOS ............................................................................................................... 143
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 152
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 160
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 161
UNIDADE 3 – GERENCIAMENTO AMBIENTAL ........................................................................... 163
TÓPICO 1: O PROCESSO DE GERENCIAMENTO AMBIENTAL............................................... 165
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 165
2 DIRETRIZES EM GERENCIAMENTO AMBIENTAL .................................................................. 166
3 ATENDIMENTO LEGAL ................................................................................................................... 167
4 ESTRATÉGIAS ..................................................................................................................................... 168
5 ISO 14001 E GERENCIAMENTO AMBIENTAL ........................................................................... 170
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 172
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 173
TÓPICO 2: GERENCIAMENTO DE CRISES AMBIENTAIS ......................................................... 175
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 175
2 O QUE FAZER QUANDO TUDO DÁ ERRADO? ........................................................................ 176
3 PLANOS DE EMERGÊNCIA OU CONTINGÊNCIAS ................................................................. 177
3.1 PLANO DE CONTINGÊNCIAS .................................................................................................... 178
3.2 GERENCIAMENTO DO PLANO ................................................................................................. 179
4 INVESTIGAÇÃO DE CAUSAS E EFEITOS .................................................................................. 181
5 COMUNICAÇÃO COM A COMUNIDADE, MÍDIA E ÓRGÃOS DE FISCALIZAÇÃO .... 182
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 183
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 184
TÓPICO 3: MODELOS DE GESTÃO .................................................................................................. 185
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 185
2 MODELO DE GESTÃO AMBIENTAL ............................................................................................ 186
2.1 CICLO PDCA .................................................................................................................................. 186
2.2 IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL ........................................... 187
2.2.1 O que diz a NBR ISO 14004 ................................................................................................... 189
2.3 ESTABELECIMENTO DA POLÍTICA AMBIENTAL ................................................................. 190
2.3.1 O que diz a NBR ISO 14001 ................................................................................................... 192
2.4 PRINCÍPIOS E ELEMENTOS DE UM SGA ................................................................................. 193
2.4.1 O que diz a NBR ISO 14004 ................................................................................................... 193
2.4.1.1 Planejamento ............................................................................................................... 194
2.4.1.2 Implementação ............................................................................................................ 206
X
2.4.1.3 Medição e avaliação ................................................................................................... 209
2.4.1.4 Análise crítica e melhoria .......................................................................................... 209
3 MODELO DE GESTÃO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL .................................................. 210
3.1 ANÁLISE CRÍTICA INICIAL ........................................................................................................ 212
3.2 ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE IMPLANTAÇÃO DA
 GESTÃO DE RESPONSABILIDADE SOCIAL ............................................................................ 213
3.3 ESTRUTURAÇÃO DAS EQUIPES DE TRABALHO QUE PARTICIPARÃO DA 
IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO ....................................................................... 215
3.4 CAPACITAÇÃO (TREINAMENTO) DAS EQUIPES DE TRABALHO ................................... 216
3.5 ESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO DA RESPONSABILIDADE
 SOCIAL E SUA EFETIVA IMPLEMENTAÇÃO .......................................................................... 216
3.6 ELEMENTOS NORMATIVOS E SUA INTERPRETAÇÃO ....................................................... 218
3.7 DEFINIÇÕES .................................................................................................................................... 220
3.7.1 Empresa .................................................................................................................................... 220
3.7.2 Fornecedor ............................................................................................................................... 221
3.7.3 Subcontratado ......................................................................................................................... 221
3.7.4 Ação de reparação .................................................................................................................. 221
3.7.5 Ação corretiva .......................................................................................................................... 221
3.7.6 Parte interessada ..................................................................................................................... 221
3.7.7 Criança...................................................................................................................................... 221
3.7.8 Trabalhador jovem.................................................................................................................. 221
3.7.9 Trabalhador infantil ............................................................................................................... 222
3.7.10 Trabalho forçado ................................................................................................................... 222
3.7.11 Reparação de crianças .......................................................................................................... 222
4 REQUISITOS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL ......................................................................222
4.1 TRABALHO INFANTIL ................................................................................................................ 223
4.2 TRABALHO FORÇADO ............................................................................................................... 223
4.3 SAÚDE E SEGURANÇA ............................................................................................................... 224
4.4 LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO & DIREITO À NEGOCIAÇÃO COLETIVA ...................... 224
4.5 DISCRIMINAÇÃO ......................................................................................................................... 225
4.6 PRÁTICAS DISCIPLINARES ........................................................................................................ 225
4.7 HORÁRIO DE TRABALHO .......................................................................................................... 225
4.8 REMUNERAÇÃO ............................................................................................................................ 226
4.9 SISTEMAS DE GESTÃO ................................................................................................................. 226
4.9.1 Política ...................................................................................................................................... 226
4.9.2 Análise crítica pela alta administração ............................................................................... 227
4.9.3 Representantes da empresa ................................................................................................... 227
4.9.4 Planejamento e implementação ............................................................................................ 227
4.9.5 Controle de fornecedores....................................................................................................... 228
4.9.6 Tratando das preocupações e tomando ação corretiva ..................................................... 228
4.9.7 Comunicação externa ............................................................................................................. 229
4.9.8 Acesso para verificação .......................................................................................................... 229
4.9.9 Registros ................................................................................................................................... 229
5 SISTEMAS E PROCESSOS PARA MELHORIA CONTÍNUA DE
 DESEMPENHO ENERGÉTICO (NORMA ABNT NBR ISO 50001:2011 -
 SISTEMA DE GESTÃO DE ENERGIA) ............................................................................................ 229
6 GESTÃO DE RISCOS, PRINCÍPIOS E DIRETRIZES - ABNT NBR ISO 31000 ........................ 238
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 243
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 245
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 246
XI
TÓPICO 4: INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS DE GESTÃO .............................................................. 247
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 247
2 MODELOS DE SISTEMAS DE GESTÃO INTEGRADOS .......................................................... 247
3 IMPLEMENTAR INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS DE GESTÃO ................................................ 248
4 ASPECTOS POSITIVOS E NEGATIVOS DE INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS ...................... 249
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 250
RESUMO DO TÓPICO 4 ....................................................................................................................... 253
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 255
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................... 257
XII
1
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO E CONCEITOS 
FUNDAMENTAIS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você estará apto(a) a:
• apresentar um conceito de meio ambiente;
• apontar objetivos e finalidades da administração ambiental;
• descrever as relações existentes entre industrialização, urbanização e meio 
ambiente;
• relacionar a importância da preservação ambiental ao crescimento da empresa;
• identificar estratégias para viabilizar a administração ambiental no âmbito 
empresarial.
• conhecer as práticas sustentáveis adotadas pelas organizações.
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No final de cada um deles, 
você encontrará atividades que o(a) auxiliarão a fixar os conhecimentos 
desenvolvidos.
TÓPICO 1 – CONCEITOS FUNDAMENTAIS
TÓPICO 2 – QUESTÕES BÁSICAS DA ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL
TÓPICO 3 – EMPRESA E MEIO AMBIENTE
TÓPICO 4 – PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS, ROTULAGEM AMBIENTAL E 
 MARKETING VERDE ADOTADO PELAS ORGANIZAÇÕES
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
1 INTRODUÇÃO
Iniciamos os estudos de uma disciplina que demonstrará a importância do 
meio ambiente, mas, não somente com boas intenções, visto que, mesmo a melhor 
das intenções pode acarretar resultados infrutíferos se não houver organização, 
planejamento e disciplina.
Nesse ínterim é que abordaremos a administração ambiental, como maneira 
de organizar e, de maneira coerente, demonstrar sua utilização na rotina diária de 
uma organização.
Esse tópico tratará dos conceitos fundamentais da disciplina, os quais, 
durante todo o seu transcurso, estarão presentes de modo direto e indireto, visto 
serem de primordial importância para a compreensão do conteúdo.
UNI
Caro(a) acadêmico(a)! O desafio foi lançado. Começaremos neste momento a 
abordagem da metodologia de temas ambientais importantes sobre como a administração 
ambiental pode aperfeiçoar a preservação ambiental nas empresas e comunidades.
2 OBJETIVOS E FINALIDADE
Com o avanço da tecnologia, o ser humano obteve uma capacidade sem 
precedentes na história de destruição do meio ambiente.
Possuímos meios cada vez mais modernos e ágeis de produção, mas, nem 
sempre esses meios são “ambientalmente corretos”. Em contrapartida, também 
temos tecnologias de controle da poluição em franco processo de desenvolvimento. 
Por que, então, não conseguimos resolver esse impasse?
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
4
Temos situações negativas - geração de poluição, de consumo de recursos 
naturais, degradação de ambientes. Também temos tecnologias que nos permitem 
reduzir e praticamente eliminar essas situações. Então, o que está faltando?
Talvez, um pouco de planejamento, organização, controle do processo. Em 
resumo: precisamos administrar nossa situação. Nesse ponto é que surge nossa 
disciplina “administração ambiental”. Mas, o que é administração ambiental?
Para sobreviver em um mercado tão competitivo e exigente, as organizações 
devem considerar as questões ambientais, identificando os aspectos ambientais 
de seus processos, e administrá-las da mesma forma como administram outros 
aspectos (produção, qualidade e pessoas). 
As questões ambientais que não são administradas pelas organizações 
acabam influenciando seus resultados de diversas formas: 
	consumidores e/ou clientes conscientes que buscam comprar produtos e/ou 
serviços de empresas que preservam o meio ambiente; 
	indenizações e multas para aquelas empresas que causam impactos ambientais,por 
falta de controle de seus processos; 
	custo de produção elevado devido à falta de processos ecoeficientes. 
Essas influências e fatores afetam direta ou indiretamente o custo dos 
produtos ou serviços fornecidos. E qual deve ser a atitude dos empresários e 
administradores com as questões ambientais que envolvem todas as organizações?
A solução dos problemas ambientais, ou sua minimização, exige uma 
nova atitude dos empresários e administradores, que devem passar 
a considerar o meio ambiente em suas decisões e adotar concepções 
administrativas e tecnológicas que contribuam para ampliar a 
capacidade de suporte da terra. (BARBIERI, 2011, p.103).
Mas de que forma surgiram os problemas ambientais nas empresas, que 
precisam ser administrados? 
Com o avanço da tecnologia, o ser humano obteve uma capacidade de 
destruição sem precedentes na história. Possuímos meios cada vez mais modernos 
e ágeis de produção, mas nem sempre esses meios são “ambientalmente corretos”. 
Em contrapartida, também temos tecnologias de controle da poluição em franco 
processo de desenvolvimento. Por que, então, não conseguimos resolver esse 
impasse?
Temos situações negativas – geração de poluição, de consumo de recursos 
naturais, degradação de ambientes. Também temos tecnologias que nos permitem 
reduzir e praticamente eliminar essas situações. Então, o que está faltando?
TÓPICO 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS
5
Talvez um pouco de planejamento, organização, controle do processo. Em 
resumo: precisamos administrar nossa situação. Nesse ponto é que surge nossa 
disciplina “administração ambiental”. Mas, o que é administração ambiental?
Para uma melhor compreensão de administração ambiental, precisamos 
antes entender o conceito de administração. Mas, o que é administração? 
Conforme Park (1997, p.1), “Administração tem a função de coordenar 
pessoas e recursos, com vistas a cumprir seus objetivos e metas”.
QUADRO 1 – FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO E TÓPICOS CORRELATOS
Planejamento
O QUE (WHAT) FAZER
POR QUE (WHY) FAZER
COMO (HOW) FAZER
Organização
QUEM (WHO) VAI FAZER
ONDE (WHERE) FAZER
QUANDO (WHEN) FAZER
Direção
EFICIÊNCIA E EFICÁCIA
LIDERANÇA E MOTIVAÇÃO
COMANDO EFICAZ
Controle
COMPARAÇÃO COM OS PADRÕES
CORREÇÃO DE RUMOS
SUBSÍDIOS AO APERFEIÇOAMENTO
FONTE: Costa Neto e Canuto (2010, p. 45)
Conforme verificamos no quadro anterior, as funções da administração 
exigem uma série de ações organizadas, visando sempre a resultados. Essas 
funções podem ser aplicadas na administração ambiental em qualquer tipo de 
organização. 
O que é administração ambiental? 
Administração ambiental ou simplesmente gestão ambiental, será 
aqui entendida como diretrizes e as atividades administrativas e 
operacionais, tais como planejamento, direção, controle, alocação de 
recursos e outras realizadas com objetivo de obter efeitos positivos 
sobre o meio ambiente, tanto reduzindo, eliminando ou compensando 
os danos ou problemas causados pelas ações humanas, tanto evitando 
que eles surjam. (BARBIERI, 2011, p. 190).
Como vimos, os conceitos de administração e administração ambiental 
têm algo em comum: planejamento, direção e controle, visando obter resultados, 
através de pessoas e recursos. No entanto, na administração ambiental, o foco é 
a preservação do meio ambiente, através de instrumentos e/ou ferramentas, que 
serão apresentados no Tópico 3, da respectiva unidade, que trata de ferramentas 
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
6
da qualidade aplicadas na administração ambiental e em modelos de gestão 
ambiental na Unidade 3, Tópico 3, do Caderno de Estudos. 
Importante entender que alguns fatores motivam as organizações a investir 
na administração ambiental, e esses motivos estão representados na figura a seguir:
FONTE: Donaire,1995
FIGURA 1 – FATORES MOTIVACIONAIS PARA A PROTEÇÃO AMBIENTAL DE UMA ORGANIZAÇÃO
Demais objetivos e resultados da administração ambiental serão 
apresentados no Tópico 4, da respectiva unidade, quando abordaremos práticas 
sustentáveis, rotulagem ambiental e marketing verde adotado pelas organizações.
3 FUNDAMENTOS BÁSICOS DA ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL
O que é um fundamento? Quando você inicia a construção de uma casa, 
qual a primeira etapa a ser realizada? É o fundamento. Em seguida, erguem-se as 
paredes, dando continuidade à construção, ou seja, fundamento é a base na qual 
está alicerçada a casa. Na administração ambiental o conceito é essencialmente o 
mesmo.
O fundamento da administração ambiental é a base, ou seja, os motivos 
que levam uma empresa a adotar as práticas ambientais corretas. Esses motivos 
podem ser: ideológicos, administrativos, comerciais, legais ou outros. Porém, 
TÓPICO 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS
7
independentemente de quais forem, eles foram a força motriz que levaram uma 
organização a adotar essa prática.
As causas variam de uma organização para outra. Mas, podemos resumi-
los em alguns itens básicos:
 
• As matérias-primas (recursos naturais) utilizadas na empresa nos processos 
de transformação estão cada vez mais escassas e caras. Por exemplo, água, ar, 
madeira, entre outros, já não são mais bens “livres/grátis”. Certas empresas, 
conforme o tipo de produto/serviço, necessitam de localização que disponha de 
recursos naturais com qualidade e em grande quantidade, podendo esse fator ser 
determinante para a instalação ou permanente da mesma, em uma localidade.
• O crescimento da população, principalmente nas grandes regiões metropolitanas 
e nos países em desenvolvimento, tem grande influência sobre o meio ambiente 
de suas localidades. 
• A legislação ambiental está cada vez mais rígida, obrigando uma maior 
preocupação ambiental.
• A cobrança da comunidade local, através da população vizinha, ONGs, 
associações comunitárias, órgãos de imprensa em nível nacional e internacional. 
• No que se refere às seguradoras e agentes financeiros, em países desenvolvidos 
essa prática é muito comum. Empresas ambientalmente corretas conseguem 
redução nas apólices de seguros, taxa de financiamento e outros benefícios.
• Clientes que estão cada vez mais exigentes, não querendo associar suas marcas 
a de empresas que não tenham um histórico ambiental saudável. Em países 
desenvolvidos, a questão ambiental é decisiva para conclusão de negócios.
• Investidores e acionistas conscientes da responsabilidade ambiental preferem 
investir em empresas ambientalmente corretas.
UNI
Relembre do exemplo do EXXON Valdez, cujo desastre ambiental no Alasca quase 
faliu a maior companhia de petróleo do mundo na década de 1980.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
8
• O consumo de itens produzidos de maneira ambientalmente correta aumenta 
no mundo todo. Os consumidores, em certos países, dispensam produtos ou 
serviços que causam danos ambientais. 
Esses fundamentos relacionados não são definitivos, mas são uma 
amostra das principais razões que justificam uma empresa a adotar um modelo 
administrativo ambientalmente correto.
4 NECESSIDADE E IMPORTÂNCIA DA ADMINISTRAÇÃO 
AMBIENTAL PARA A EMPRESA
Devemos frisar que uma empresa é a única responsável por adotar uma 
estrutura administrativa ambientalmente correta. Porém, após sua implantação, a 
mesma passa a ser “lei”, que deverá ser cumprida integralmente, sob pena de ela 
entrar em descrédito, não atingindo o foco principal, que é a preservação do meio 
ambiente.
Pelo que abordamos até o momento, qual seria, então, a necessidade 
e importância da administração ambiental para a empresa? Preservar o meio 
ambiente? Mas será somente isso?
Uma empresa, mesmo sendo ambientalmente correta, precisa de “lucro”. 
Sem ele não teremos recursos para investimentos ambientais. Sem lucro, uma 
empresa deixará de existir, ou seja, o lucro significa a sobrevivência da empresa.
Então, a administraçãoambiental visará conciliar e dosar a medida de certas 
práticas administrativas que resultem em proteção ao meio ambiente, mantendo a 
empresa lucrando e ativa no mercado.
Uma empresa sem enfoque ambiental está cometendo um erro estratégico 
enorme, possivelmente decretando futuramente sua extinção. Conforme 
verificamos a cada dia, a população está cada vez mais consciente e atuante na 
questão ambiental, procurando empresas que forneçam produtos e serviços 
ambientalmente corretos. Não é um modismo, pois essa tendência será cada vez 
mais forte e predominante. Então, uma empresa com uma posição oposta com 
certeza não existirá no futuro.
Portanto, a questão, além de preservação ambiental, também é sobrevivência 
empresarial, manutenção de empregos, distribuição de riqueza e responsabilidade 
social.
TÓPICO 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS
9
FONTE: Disponível em: <www.geocities.com>. Acesso em: 7 nov. 2008.
FIGURA 2 – PRESSÕES PARA PRÁTICAS AMBIENTAIS NAS EMPRESAS
5 FINALIDADES BÁSICAS DA ADMINISTRAÇÃO
AMBIENTAL E EMPRESARIAL
As finalidades básicas da administração ambiental de uma empresa devem 
estar alinhadas com as suas metas, atividades e responsabilidades empresariais. 
Elas não devem ser gerenciadas isoladamente, mas em conjunto, mesmo que exista 
uma tendência de considerar um mais importante do que o outro. 
Podemos dividir essas responsabilidades empresariais em:
• responsabilidade ambiental; 
• responsabilidade econômica; 
Lembre-se da Figura 2, que apresenta os principais agentes de pressão para que 
uma empresa adote práticas ambientais em sua administração. Isso será necessário para o 
andamento futuro dos nossos trabalhos.
ATENCAO
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
10
• responsabilidade social. 
Dentro da responsabilidade ambiental temos como finalidades básicas:
• O máximo de rendimento com o mínimo de utilização dos recursos naturais.
• Buscar a compatibilidade ambiental dos processos produtivos e dos seus 
produtos ou serviços. Com isso, busca-se a preservação do meio ambiente.
• Apresentar o desempenho ambiental compatível com as metas traçadas.
• Designar investimentos para áreas com oportunidades de melhorias ambientais.
6 O QUE É AMBIENTE
Primeiramente, o que é um ambiente? Qual sua definição? 
Podemos definir ambiente como um conjunto de substâncias, circunstâncias 
ou condições em que existe determinado objeto ou em que ocorre determinada 
ação. 
Porém, o termo ambiente aplica-se a vários campos de trabalho:
• Na ecologia e meio ambiente, destaque aos aspectos naturais, incluindo a luz, o 
ar, a água, o solo ou os outros seres vivos e suas inter-relações. 
• Na política, sociedade, econômica, estética, filosófica.
• Na área de administração, cujo ambiente externo é o entorno de um sistema 
administrativo (ambiente da organização) e o componente individual desses 
sistema é o ambiente interno (ambiente do trabalho ou tarefa).
6.1 CONCEITO DE MEIO AMBIENTE
O que realmente significa meio ambiente? Qual seu conceito?
Bem, o conceito de meio ambiente, tal qual como conhecemos atualmente, 
não foi criado repentinamente, mas foi uma evolução ao longo do tempo, baseado 
em ciências e conceitos preexistentes.
Inicialmente, todas as questões ambientais eram tratadas pela Ecologia, que 
era definida como o estudo do lugar em que se vive, com ênfase sobre a totalidade 
ou padrão de relações entre os organismos e o seu ambiente. Derivada do grego 
TÓPICO 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS
11
oikos = casa e logos = estudo, ecologia significa o estudo do meio ambiente em que 
vivemos e sua relação e interação com todos os seres vivos.
[...] A palavra ecologia foi definida pela primeira vez em 1866, por 
Ernst Heinrich Haeckel [...] Segundo ele, a ecologia era ciência capaz 
de compreender a relação do organismo com o seu ambiente.[...] Assim 
a ecologia pode ser definida como: o estudo científico da distribuição 
e abundância de organismos e das interações que determinam a 
distribuição e abundância. (TOWNSED; BEGON; HARPER, 2010, p.16).
Com o surgimento dos estudos ambientais, criou-se o conceito de meio 
ambiente. Inicialmente, o mesmo relacionava-se apenas às condições naturais. 
Porém, após a Rio-92, o fator humano foi incorporado ao conceito de meio ambiente, 
incluindo os problemas decorrentes das atividades humanas relacionadas à 
questão ambiental. 
Hoje, a definição clássica de meio ambiente foi alterada para uma visão 
mais abrangente. Conforme o art. 3º, I, da Lei nº 6.938/81, o meio ambiente é 
definido como “[...]o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem 
física, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.” Posteriormente, 
na Constituição Federal de 1988, meio ambiente foi dividido em físico ou natural, 
cultural, artificial e do trabalho. 
O meio ambiente físico ou natural é constituído pela flora, fauna, solo, 
água, atmosfera etc., incluindo os ecossistemas (art. 225, §1º, I, VII). Meio ambiente 
cultural constitui-se pelo patrimônio cultural, artístico, arqueológico, paisagístico, 
manifestações culturais, populares etc. (art. 215, §1º e §2º). Meio ambiente artificial é 
o conjunto de edificações particulares ou públicas, principalmente na zona urbana 
(art. 182, art. 21, XX e art. 5º, XXIII) e meio ambiente do trabalho é o conjunto 
de condições existentes no local de trabalho, relativas à qualidade de vida do 
trabalhador (art. 7º, XXXIII e art. 200). 
 
Portanto, o homem passou a integrar plenamente o meio ambiente no 
caminho para a preservação dos recursos naturais e desenvolvimento sustentável.
6.2 AMBIENTE DA ORGANIZAÇÃO
Como vimos, meio ambiente não significa apenas a natureza. Engloba 
também os aspectos sociais, econômicos, culturais e políticos de uma instituição 
pública ou privada.
Na administração, ambiente da organização é o entorno de um sistema 
administrativo, ou seja, o ambiente externo de uma empresa.
Então, o ambiente da organização é o conjunto de todos os setores que 
constituem a empresa. Portanto, cada setor, apesar de possuir características 
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
12
peculiares de trabalho, contribui para a preservação ambiental e para o 
cumprimento das metas estabelecidas, sendo os responsáveis pelo sucesso ou não 
dos programas ambientais estabelecidos pela administração.
6.3 AMBIENTE DA TAREFA
Numa organização, o ambiente da tarefa refere-se às condições sociais ou 
psicológicas que afetam as funções dos seus membros. 
O ambiente da tarefa pode ser definido como sendo o conjunto de bens, 
instrumentos e meios de natureza material e imaterial, em face do qual o ser 
humano exerce atividades laborais (art. 200, VIII da CF). Representa o complexo 
de fatores físicos, climáticos ou quaisquer outros que, interligados ou não, estão 
presentes e envolvem o local de trabalho da pessoa.
Vimos, nesse primeiro tópico, os fundamentos básicos da administração 
ambiental e a importância do meio ambiente no contexto das organizações. No 
próximo tópico, vamos nos aprofundar ainda mais no assunto, verificando a 
relação empresa, industrialização, meio ambiente e administração ambiental.
13
Neste tópico, caro(a) acadêmico(a), você teve oportunidade de estudar os 
seguintes itens referentes à administração ambiental:
• Objetivos, finalidades e fundamentos da administração ambiental.
• A necessidade e sua importância para uma organização nos dias atuais.
• Os conceitos de ambiente e seus desdobramentos: 
• ambiente da organização;
• ambiente da tarefa e;
• meio ambiente.
RESUMO DO TÓPICO 1
14
Concluímos o primeiro tópico. Você teve contato com os conceitos da 
administração ambiental e sua importância. Neste sentido, sugiro que você 
elabore um texto sobre os principais problemas ambientais que estão ocorrendono mundo atual e suas consequências para o equilíbrio dos ecossistemas. 
Escolher apenas um tema dos apresentados a seguir:
• Desmatamento
• Efeito estufa
• Buraco na camada de ozônio
• Crescimento populacional
• Resíduos sólidos
• Contaminação de recursos hídricos
• Desertificação
• Mudanças climáticas
AUTOATIVIDADE
15
TÓPICO 2
QUESTÕES BÁSICAS DA 
ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Nesse tópico abordaremos questões básicas da administração ambiental, 
como poluição e sua geração, nas indústrias e nas cidades, o impacto do crescimento 
populacional sobre o meio ambiente e as relações entre empresa e meio ambiente.
Sendo assim, conheceremos alguns pontos importantes, bem como as inter-
relações existentes em comunidade, empresa e meio ambiente.
2 CONCEITOS DE POLUIÇÃO
Toda atividade humana tem como consequência o consumo de matéria-
prima e geração de resíduos. Esses resíduos, normalmente, são descartados no 
meio ambiente. Tal descarte gera um impacto negativo nas localidades que o 
recebem, sendo conhecido como poluição.
Todos já ouviram ou leram sobre esse tema, mas exatamente o que é 
poluição? Conforme estabelece a Lei nº 6.938/1981 - Lei da Política Nacional de 
Meio Ambiente, “poluição é a degradação da qualidade ambiental, resultante de 
atividades que, direta ou indiretamente:
 
• prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
• criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; 
• afetem desfavoravelmente a biota; 
• afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; 
• lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais 
estabelecidos.“ 
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
16
Portanto, poluição é um impacto ambiental, que pode ser negativo ou 
positivo, mas, no caso da poluição, ele sempre será negativo. Podemos considerar 
um impacto ambiental como sendo qualquer alteração das propriedades físicas, 
químicas e biológicas do meio ambiente, cuja causa pode estar em qualquer 
forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta 
ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as 
atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio 
ambiente; a qualidade dos recursos ambientais.
3 A INDUSTRIALIZAÇÃO E A URBANIZAÇÃO
A primeira Conferência das Nações Unidas sobre meio ambiente, realizada 
em Estocolmo em junho de 1972, colocou a questão ambiental em foco, reunindo, 
pela primeira vez, representantes de governos, para discutir a necessidade de 
tomar medidas efetivas de controle dos fatores que causam degradação ambiental.
Nesse evento popularizou-se a frase da então primeira ministra da Índia, 
Indira Ghandi: “A pobreza é a maior das poluições”. Foi nesse contexto que os 
países do Sul afirmaram que a solução da poluição não era brecar o desenvolvimento 
e, sim, orientar o desenvolvimento para preservar o meio ambiente e os recursos 
não renováveis.
O crescimento da população mundial e a migração para os grandes 
centros urbanos criaram uma situação de impacto ambiental em nível mundial. 
Consequentemente, a atividade industrial cresceu para atender à demanda por 
produtos industrializados, carros, roupas, alimentos, remédios, lazer, água, 
combustíveis, etc.
DICAS
Para aprofundar seus conhecimentos sobre as principais fontes de poluição, 
inicialmente consulte os seguintes sites: 
<http://ambientes.ambientebrasil.com.br/gestao/areas_degradadas/saneamento_e_poluicao.html> 
e <http://www.cetesb.sp.gov.br/ar/Informa??es-B?sicas/21-Poluentes>.
Caso desejar, poderá também consultar literaturas correlatas sobre o tema.
ESTUDOS FU
TUROS
Você verá, mais tarde, a importância desses elementos no transcorrer de nossos estudos.
TÓPICO 2 | QUESTÕES BÁSICAS DA ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL
17
Esse aumento populacional e industrial está consumindo os recursos 
naturais num ritmo que não permite a sua autorregeneração. Exemplo disso, 
temos a atual crise do aumento de preços dos alimentos. Nunca tivemos uma 
área cultivada tão grande no mundo, também nunca a produção de alimentos foi 
tão grande, a eficiência das culturas agrícolas está cada vez maior. Então, como 
justificar a falta de alimentos e o aumento dos preços?
Primeiramente, é a distribuição de alimentos, muitas vezes nos locais 
em que são cultivados e industrializados, não sendo este, às vezes, o local de 
maior consumo. Muitos países em vias de desenvolvimento e subdesenvolvidos 
têm como atividade econômica principal o setor agrícola, mas, como principal 
fonte de recursos financeiros, eles acabam exportando sua produção para países 
desenvolvidos, ficando somente o excedente para o mercado interno.
Segundo, o destino desses alimentos. Um exemplo típico é a questão dos 
biocombustíveis. Nos EUA, a geração de etanol utiliza como matéria-prima o 
milho. Como a lucratividade é maior na produção de álcool do que em produtos 
alimentares, os produtores de milho estão destinando suas safras para o setor de 
álcool. Com isso, o preço do milho subiu no setor alimentar, elevando os custos em 
toda a cadeia alimentar.
A preocupação ambiental para encontrar substitutos aos combustíveis 
fósseis está gerando, em contrapartida, falta de alimentos para a população 
mundial, ou seja, faltou visão, faltou administração ambiental.
FONTE: Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (1987) – ONU
FIGURA 3 – CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO MUNDIAL DE 1950 - 2100
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
18
O gráfico da figura anterior mostra como a situação é preocupante, 
pois os países considerados desenvolvidos possuem uma taxa de crescimento 
populacional estável. Normalmente, esses países possuem recursos financeiros e 
poucos recursos naturais para se autossustentar. Exemplo típico - Japão e Europa. 
Os EUA possuem recursos naturais abundantes, entretanto, seu ritmo de consumo 
é tão acelerado que ele busca recursos em outros países.
Segundo a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento 
– ONU (1987), essa situação faz com que os países menos desenvolvidos exportem 
a produção para os países desenvolvidos, a maioria das vezes não levando em 
consideração processos ambientalmente corretos, por diversos motivos: são caros, 
não detêm tecnologia, não possuem legislação ambiental e etc.
O aumento da população causa impactos ambientais, elevando o consumo 
de recursos naturais e agravando a emissão de gases de efeito estufa. Veja o que 
dizem os pesquisadores americanos.
AUMENTO DA POPULAÇÃO AGRAVA A EMISSÃO DE GASES DE 
EFEITO ESTUFA
PESQUISADORES AMERICANOS INDICAM QUE A CADA AUMENTO DE 
1% DA POPULAÇÃO, A EMISSÃO DE GASES CRESCE EM MAIS DE 1%
A superpopulação é um dos fatores que pressionam o meio ambiente, 
ao aumentar o consumo de recursos naturais. Uma nova pesquisa, porém, 
indica que o impacto do crescimento populacional pode ser maior do que se 
imaginava. "Olhando para a maioria das nações durante as últimas décadas, 
nós descobrimos que para cada 1% de aumento da população, nós atingimos 
um pouco mais de 1% no aumento de emissões", afirma Thomas Dietz, 
pesquisador da Universidade do Estado de Michigan.
Dietz e seu colega Eugene Rosa, da Universidade do Estado de 
Washington, publicaram no último domingo um artigo na revista Nature 
Climate Change detalhando esse fenômeno. No trabalho, eles analisaram 
de forma crítica os vários fatores que vêm sendo considerados suspeitos 
dos causadores da mudança climática, principalmente o crescimento da 
população mundial.
No final do ano passado, a ONU divulgou que a população 
mundial chegou a 7 bilhões. As projeções são de que, até o final do 
século, esse número cresça para 10 bilhões. De acordo com Dietz, "[...] isso 
inquestionavelmente vai aumentar o impacto que nós causamosno planeta". 
 
 Segundo os autores, até pouco tempo atrás o debate de mudanças 
climáticas estava focado em se ela foi provocada pela atividade humana. 
Recentemente, o debate mudou para que tipos de atividades estão criando 
esse efeito.
TÓPICO 2 | QUESTÕES BÁSICAS DA ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL
19
"Nenhum fator age de forma independente do outro", diz Dietz, 
professor de sociologia e política e ciência do meio ambiente. "O efeito 
do tamanho da população depende do consumo, os efeitos de consumo 
dependem de quantas pessoas estão consumindo e em que nível".
Tecnologia a favor do meio ambiente - O estudo analisou e levou 
em conta parâmetros como o nível de consumo, a prosperidade dos países 
e o aumento da população. Muitos acreditam que a mudança climática está 
relacionada com o desenvolvimento de um Estado: as nações mais prósperas 
usam mais recursos e então geram mais emissões. 
Os autores indicam que, por outro lado, cidadãos de nações mais 
prósperas costumam ter mais consciência social e geralmente estão mais 
dispostos a trabalhar e pagar por um ambiente mais limpo.
 
 "O aumento do uso de eletricidade gerada por fontes renováveis 
que não emitem gases do efeito estufa, por exemplo, pode parcialmente ou 
completamente compensar a tendência do aumento de emissões gerado pelo 
crescimento de prosperidade", afirma Dietz.
De acordo com o estudo, o crescimento esperado para as próximas 
décadas em termos de economia e de número da população tende a elevar as 
emissões substancialmente.
A única salvação, para os autores, é o aprimoramento tecnológico e 
mudanças na forma que o homem usa os recursos. "Estas alterações terão de 
ser enormes, porque elas devem contrabalancear os aumentos substanciais da 
população, especialmente com o aumento da prosperidade", afirma Dietz.
FONTE: Disponível em: <http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/aumento-da-populacao-agrava-a-
emissao-de-gases-de-efeito-estufa>. Acesso em: 10 out. 2012.
NOTA
Caro(a) acadêmico(a), para aprofundar seus conhecimentos, sugerimos uma 
pesquisa sobre o tema: crescimento populacional e falta de alimentos.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
20
4 EMPRESA E MEIO AMBIENTE
Desde o início de nossa história, a interação entre a atividade humana e o 
seu meio ambiente foi fator dominante na moldagem de um pelo outro.
Quando esta atividade, por força da sua organização, passa a ser 
denominada uma empresa, ela se torna, inevitavelmente, um elo essencial na 
cadeia de equilíbrio do meio ambiente como um todo.
Vale a pena ler o texto disponível no site <www.pactomataatlantica.org.br> 
e refletir sobre a importância da Mata Atlântica para humanidade.
A FLORESTA E SUA HISTÓRIA
A Mata Atlântica é um dos cinco hotspots de biodiversidade mais 
importantes da Terra e a maior Reserva da Biosfera designada pela UNESCO, 
representando uma das regiões prioritárias para conservação a nível mundial. 
Séculos atrás, a floresta se estendia por mais de 130 milhões de hectares ao 
longo da costa leste brasileira, abrangendo trechos do norte da Argentina 
e leste do Paraguai. Hoje, no Brasil, restam apenas 7% da Mata Atlântica 
em bom estado de conservação, distribuídos em fragmentos isolados 
acima de 1.000 hectares cada. Os últimos remanescentes desta exuberante 
floresta abrigam uma riqueza de diversidade biológica comparável à célebre 
Amazônia. Nos locais onde ela sobrevive, a Mata Atlântica apresenta uma 
das paisagens mais espetaculares da Terra, como a deslumbrante costa do 
Rio de Janeiro.
O desmatamento da Mata Atlântica teve início nos séculos XVI e 
XVII quando valiosas madeiras nobres, ideais para a construção naval e 
indústria moveleira, eram enviadas para a Europa. Entretanto, a maior 
parte do desmatamento ocorreu nos últimos cem anos. Hoje, algumas áreas 
de florestas ainda estão sendo derrubadas para o plantio de soja, cana-de-
açúcar, pínus e eucaliptos, além da pecuária e do comércio ilegal de madeira. 
A expansão das cidades e o desenvolvimento do litoral transformaram 
a vasta floresta na região mais densamente habitada e industrializada da 
América Latina. Apenas no Brasil, 70% da população, mais de 130 milhões de 
pessoas, residem na Mata Atlântica. Preservar o que resta da Mata Atlântica é 
uma prioridade de conservação global e um desafio urgente. 
FONTE: Disponível em: <http://www.pactomataatlantica.org.br/floresta-sua-historia.aspx?lang=pt-
br>. Acesso em: 15 out. 2012.
TÓPICO 2 | QUESTÕES BÁSICAS DA ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL
21
A preservação das grandes florestas depende do homem. A destruição das 
florestas também depende do homem. A diferença está na responsabilidade e na 
competência administrativa.
A degradação, ponto central da maioria das preocupações ambientais, 
refere-se a quatro grandes categorias de poluidores:
• INDÚSTRIA: ela produz resíduos sólidos, efluentes líquidos, emissões 
atmosféricas que provocam acidentes que, geralmente, deterioram de maneira 
permanente os locais.
• SERVIÇOS: eles produzem resíduos sólidos (meios de transportes, 
computadores, meios de comunicação), efluentes líquidos (turismo de verão) e 
emissões atmosféricas (autoestrada).
• DISTRIBUIÇÃO: ela produz resíduos sólidos (as embalagens e os objetos 
usados), acidentes (incêndios de armazéns com emissões atmosféricas), efluentes 
líquidos (limpeza) e fumaça (incineração).
• RESIDENCIAL: produzem resíduos sólidos, efluentes líquidos, emissões 
atmosféricas e descarte de montanhas de produtos consumidos.
Entretanto, existe um novo tipo de indústria – a INDÚSTRIA DO MEIO 
AMBIENTE –, que procura minimizar o impacto causado pela atividade humana 
no meio ambiente. Ela foi criada a partir da conscientização generalizada da 
década de oitenta e está se estruturando, no mundo inteiro. Temos três setores:
• as indústrias de reciclagem e limpeza;
• a engenharia das tecnologias limpas; 
• a indústria de medida de controle. 
5 PREVENÇÃO DA POLUIÇÃO
Com o advento da geração da poluição pelas instituições criadas pelo 
homem, inicialmente, tivemos a necessidade de destinar esses resíduos para algum 
local que não interferisse na rotina diária de nossas vidas. Com isso, criaram-se 
os aterros sanitários, processos, práticas, materiais ou produtos que evitem ou 
reduzam a poluição, os quais podem incluir a reciclagem, tratamento, mudanças 
no processo, mecanismos de controle, o uso eficiente de recursos e de substituição 
de materiais.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
22
6 CONCILIANDO AS NECESSIDADES DA ORGANIZAÇÃO 
COM AS QUESTÕES AMBIENTAIS
As empresas, como tudo no mundo evoluiu, também se modernizaram, e 
assim, também, a maneira de administrá-las. Sabe-se que a busca do lucro sempre 
fez parte das intenções das empresas. Esta busca frenética pelo lucro, entretanto, 
tornou as empresas míopes em relação a noções fundamentais de sobrevivência. 
As preocupações ambientais surgiram na década de setenta e ganharam 
força a partir da década de oitenta, forçando as indústrias a conciliar seu 
desenvolvimento com a proteção ambiental. Inicialmente, muitas empresas 
ficaram preocupadas, não compreendendo essa questão. 
Sobre estes aspectos, sabe-se que, para qualquer empresa se estabelecer, 
precisa da autorização do poder público.
Hoje, a comunidade tem poder para impedir a implantação de um 
empreendimento num processo de licenciamento ambiental, com base nas leis 
brasileiras, podendo solicitar também o fechamento de uma empresa em operação 
que esteja transgredindo a legislação ambiental.
Assim, as empresas precisam entender que sua missão é atender a uma 
demanda, em primeiro lugar, a sociedade. A sociedade precisa de empresas, 
produtos, serviços, mas também de qualidade de vida e responsabilidade 
ambiental.
UNI
UNI
Para aprofundar seus conhecimentos e detalhesda implantação de programa 
de prevenção ambiental, consulte o site: <http://www.cetesb.sp.gov.br/tecnologia-ambiental/
Produ??o-e-Consumo-Sustent?vel/11-Documentos>.
Agora que você já viu o conceito de poluição, prevenção de poluição e as 
necessidades das empresas em relação ao meio ambiente, podemos abordar como deveremos 
proceder para alcançarmos o desenvolvimento sustentável. É o que faremos na sequência.
TÓPICO 2 | QUESTÕES BÁSICAS DA ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL
23
7 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Em poucas palavras, é o desenvolvimento “limpo”, sem altos custos 
ambientais. A conscientização de que o crescimento econômico não poderia mais 
se desenvolver a qualquer custo e de que o planeta sofria de uma crise ambiental 
crônica - motivada por modelos de desenvolvimento que desconsideravam 
totalmente o meio ambiente - foi assumida pela primeira vez em Estocolmo, na 
Suécia, em 1972.
O Desenvolvimento Sustentável é um modelo que visa manter o 
crescimento das empresas, levando em consideração as variáveis éticas, sociais, 
políticas, respeitando o meio ambiente, sem perder o foco financeiro dos negócios, 
agindo com pró-atividade e atuando de forma responsável. Evita desperdícios de 
investimentos, recursos naturais e humanos, surgimento de passivos desnecessários, 
autuações e ações de responsabilidade civil, administrativa e criminal. Com isso, 
direciona a Instituição para um futuro sólido, sem o risco do comprometimento da 
sua imagem e do negócio.
O conceito de sustentabilidade atinge as dimensões econômicas, ambientais 
e sociais, tornando-se um grande desafio na prática. 
A grande surpresa é que o meio empresarial respondeu de maneira melhor 
que a própria sociedade civil, que enfrenta dificuldades em modificar seus hábitos 
de consumo. Contudo, a conclusão é simples: o Desenvolvimento Sustentável é 
uma obrigação e não uma escolha perante um futuro digno para o nosso planeta.
Para Donaire, o conceito de desenvolvimento sustentável tem três 
vertentes principais: crescimento econômico, equidade social e equilíbrio 
ecológico. Segundo o autor, a tecnologia deverá ser orientada para metas 
de equilíbrio com a natureza. Sob esta ótica, o conceito de desenvolvimento 
apresenta pontos básicos que devem considerar, de maneira harmônica, 
crescimento econômico, maior percepção com os resultados sociais 
decorrentes e equilíbrio ecológico. (DONAIRE,1995 apud MOTA, 2000).
Sob esta ótica, o conceito de desenvolvimento apresenta pontos básicos, 
que devem considerar de maneira harmônica crescimento econômico, maior 
percepção com os resultados sociais decorrentes e equilíbrio ecológico na utilização 
dos recursos naturais.
8 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE DAS
EMPRESAS BRASILEIRAS
Os indicadores de sustentabilidade tornaram-se importante instrumento 
para demonstrar o quanto as empresas adotam práticas sociais, ambientais e 
econômicas sustentáveis. Indicadores são fundamentais para toda organização 
que deseja monitorar suas ações, mensurar seus resultados e buscar melhorias em 
seus processos, visando à sustentabilidade.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
24
Indicadores são formas de representação quantificáveis usadas para medir 
a qualidade relativa de um produto, serviço, item, operação, processo ou sistema. 
(PRAZERES, 1996 apud BLAUTH, 2006).
Para entender a situação das empresas brasileiras sobre questões de 
sustentabilidade, veja a seguir pesquisas com indicadores que retratam a real 
situação das empresas no Brasil.
QUASE 60% DAS EMPRESAS DO PAÍS JÁ ADOTAM PRÁTICAS 
SUSTENTÁVEIS
Levantamento da Amcham revela que 57% das empresas localizadas 
no Brasil investem em iniciativas deste tipo
Por Eliane Quinalia
 
SÃO PAULO – As empresas brasileiras estão adotando cada vez mais 
práticas sustentáveis. Ao menos é isso o que aponta um recente levantamento 
da Amcham-SP.
De acordo com o estudo divulgado durante a entrega do Prêmio 
ECO 2011, quase 60% das companhias localizadas no país relataram já 
ter incorporado às suas operações algum tipo de ação sustentável. “Essa 
consciência cada vez maior por parte dos empresários é o que realmente 
move a sustentabilidade adiante”, declarou o CEO da Amcham, Gabriel 
Rico, ao apresentar os destaques da sondagem.
Demais empresas
Já para as demais empresas, a sustentabilidade é considerada 
relevante, mas sua integração ao negócio ainda é incipiente, afinal, somente 
17% analisam a possibilidade de implementar projetos nessa área e 14% 
desenvolvem ações sociais e ambientais com foco em comunidades – do 
entorno ou não –.
O estudo revela ainda que 12% realizam iniciativas sustentáveis não 
integradas ao negócio, em que declaram sentir a necessidade dessa integração.
Ações adotadas
Entre as principais, destacam-se principalmente, por exemplo, aquelas 
que visam reduzir os impactos ambientais causados por tais empresas, 
com 18% dos votos, a ética corporativa (17%) e a incorporação do tema aos 
sistemas de gestão (10%). A preocupação com clientes e gestores, entretanto, 
costuma aparecer na sequência, com 10% dos votos, sendo seguida pela 
governança corporativa (9%) e pelos relatórios de sustentabilidade, com 8%.
Os reais motivos
Mas engana-se quem imaginar que o envolvimento de uma empresa 
com tal prática costuma ocorrer unicamente para fins ecológicos.
TÓPICO 2 | QUESTÕES BÁSICAS DA ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL
25
Segundo o próprio estudo, a maioria dos empresários consultados 
é categórica ao afirmar que a sustentabilidade traz vantagens comerciais, 
especialmente no que diz respeito à imagem.
A afirmação foi feita por 32% dos executivos entrevistados. Já outros 
26%, no entanto, defendem a melhoria do capital humano e o aprendizado 
organizacional como principais valores agregados do negócio.
Outros itens apontados pelo levantamento foram o aperfeiçoamento 
da gestão, mencionado por 18% dos profissionais, a minimização dos riscos 
(7%) e o aumento nas vendas e margens (4%).
Pesquisa
A pesquisa avaliou a opinião de 76 executivos de empresas associadas 
de variados portes e setores da economia entre os dias 4 e 25 de novembro.
FONTE: Disponível em: <http://www.infomoney.com.br/negocios/noticia/2276303/quase-das-
empresas-pais-adotam-praticas-sustentaveis>. Acesso em: 10 jan. 2013.
Segundo Tachizawa (2010, p. 405), “Indicadores de Desenvolvimento 
Humano Organizacional – IDHO –, como proposta alternativa de instrumento 
de monitoramento da sustentabilidade empresarial, servem como diagnóstico 
de sustentabilidade, possibilitando verificar ações socioambientais no universo 
empresarial de empresas brasileiras”. 
Foram pesquisados e analisados os fatores de influência da sustentabilidade 
através de pesquisa com as maiores organizações do ramo industrial, comercial e 
de prestação de serviços que atuam na economia nacional (critério da publicação, 
Melhores e Maiores 2009 da revista Exame). 
QUADRO 2 – AÇÕES SOCIOAMBIENTAIS
Discriminação Serviços Industrial Comercial
Educação 36,4 % 44,7 % 25,5 %
Meio Ambiente 11,9 % 75,8 % 43,1%
Saúde 37,8 % 22,3 % 35,4 %
Ações Comunitárias 44, 3% 31, 1% 49, 8%
FONTE: Tachizawa (2010, p. 407)
Conforme Tachizawa (2010), as respostas evidenciaram uma preponderância 
de ações de proteção ambiental nas empresas industriais (75,8%). Nas demais 
empresas, serviços (11,9%) e comerciais (43,1%), notou-se menor ênfase com 
relação ao meio ambiente. Outras ações sociais e comunitárias se distribuíram 
equilibradamente, com ligeiro destaque aos setores comerciais e de serviços.
O tema sustentabilidade faz parte da agenda das empresas conforme 
pesquisa realizada pelo Ibope Ambiental, apresentando os seguintes resultados:
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
26
• cerca de metade das empresas já possui áreas estruturadas e políticas com 
metas e ações planejadas dedicadas exclusivamenteà sustentabilidade;
• para cada 10 empresas, 6 declaram ter um plano estratégico de 
sustentabilidade em suas organizações;
• o desenvolvimento das empresas em relação à sustentabilidade revela que 
o maior motivo que leva as empresas a investir em processos sustentáveis 
são os aspectos externos às organizações (pressões do mercado, de clientes, 
da sociedade civil, atender exigências de regulamentação etc.);
• 70% afirmam que seus clientes já buscaram informações sobre o engajamento 
da empresa no tema, sendo uma tendência que deverá se acentuar nos 
próximos anos;
• a relação custo-benefício será impactada pela incorporação de valores e 
práticas relacionadas à sustentabilidade.
FONTE: Disponível em: <http://www4.ibope.com.br/ambiental>. Acesso em: 15 out. 2012.
Apesar das práticas sustentáveis das empresas, as organizações não 
demonstram preocupação para a falta de recursos naturais em curto prazo, 
conforme demonstra a pesquisa pela consultoria britânica. Leia a seguir.
PESQUISA DA CONSULTORIA BRITÂNICA CARBON TRUST COM 475 
EXECUTIVOS NOS EUA, BRASIL, CHINA, COREIA DO SUL E REINO 
UNIDO MOSTRA QUE A MAIORIA DAS COMPANHIAS IGNORA O 
PROBLEMA NO CURTO PRAZO
TÓPICO 2 | QUESTÕES BÁSICAS DA ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL
27
FONTE: Disponível em: <http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/desenvolvimento/empresas-
falta-recursos-naturais-negocios-sustentabilidade-729490.shtml>. Acesso em: 15 out. 2012.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
28
Todas as pesquisas apresentadas indicam que as organizações estão 
desenvolvendo ações de sustentabilidade influenciadas por pressões externas. 
Essas ações ambientais são mais aplicadas pelas indústrias, devido ao maior 
risco de impactos ambientais dos processos industriais. De maneira geral, as 
organizações possuem conhecimento sobre o tema e entendem que não basta ter 
ações sustentáveis, devem utilizar indicadores para divulgar seus resultados. 
A partir dos indicadores de sustentabilidade, empresas de todos os tipos 
e porte podem utilizar essas informações para estabelecerem ações em seus 
planejamentos estratégicos e ações internas para melhorar o desempenho de 
sustentabilidade. 
Há uma forte tendência das empresas de utilizarem indicadores à medida 
que as pressões dos stakeholders aumentam, visando demonstrar melhorias de 
desempenho de sustentabilidade. No Tópico 4, da respectiva unidade, serão 
apresentados práticas de sustentabilidade em complemento a este assunto.
NOTA
O termo stakeholders, em inglês, significa “stake”, interesse; e “holder”, aquele que 
possui. Na prática são todos aqueles que influenciam uma empresa. São os interessados pelos 
projetos, gerenciamento, mercado e produtos de uma empresa.
São os colaboradores, funcionários, clientes, consumidores, planejadores, acionistas, 
fornecedores, governo e demais instituições que direta ou indiretamente interfiram nas 
atividades gerenciais e de resultado de uma organização.
É qualquer indivíduo ou entidade que afete as atividades de uma empresa. O termo foi 
inaugurado pelo filósofo Robert Edward Freeman, que defendia a ideia da interferência dos 
stakeholders como fundamental no planejamento estratégico.
FONTE: REBOUÇAS, Fernando. Disponível em: <http://www.infoescola.com/administracao_/
stakeholders/>. Acesso em: 6 out. 2012. 
29
RESUMO DO TÓPICO 2
Nesse tópico, caro(a) acadêmico(a), você teve oportunidade de estudar os 
seguintes itens referentes à administração ambiental:
	Conceito de poluição, que se refere a toda degradação ambiental causada por 
atividades humanas, bem como, maneiras de prevenção desta poluição.
	O impacto da industrialização e do crescimento urbano e populacional sobre o 
meio ambiente.
	A relação entre as empresas e o meio ambiente.
	A conciliação entre as necessidades de uma organização empresarial e as 
questões ambientais.
	O conceito de desenvolvimento sustentável e sua importância.
	Conhecer indicadores de sustentabilidade das empresas brasileiras.
30
Você deve ter notado que o tema do Tópico 2 nos direciona - a partir do conceito 
da poluição, da responsabilidade que a sociedade possui na geração, redução e 
tratamento dos poluentes - ao desenvolvimento sustentável.
Nesses termos, sugerimos que realize uma pesquisa sobre os principais 
acidentes ambientais ocorridos no século XX e quais foram as principais falhas 
que os causaram, conforme lista a seguir.
	Minamata, Japão, anos 50 => A indústria química Chisso despeja 460 
toneladas de materiais poluentes na Baía de Yatsushiro.
	Ontário, Canadá, 1982 => Chuvas ácidas, queima de combustíveis em 
território norte-americano, mortandade de peixes em 147 lagos. 
	Cubatão, São Paulo, 1984 => Rompimento de oleoduto da Petrobrás, 
incêndio, favela de Socó, uma das áreas mais poluídas do planeta. 
	Bhopal, Índia, 1984 => Vazamento de isocianeto de metila em fábrica de 
pesticidas da Union Carbide mata mais de 2000 pessoas.
	Chernobyl, antiga URSS, 1985 => Explosão destrói um reator da usina 
atômica, lançando 100 milhões de curies de radiação na atmosfera. 
	Basileia, Suíça, 1986 => Incêndio em indústria química da Sandoz atira no 
Reno 30 toneladas de pesticidas e outros produtos tóxicos. 
	Alasca, EUA, 1989 => Petroleiro Exxon Valdez bate em recife e derrama 41,5 
milhões de litros de petróleo no estreito de P. Willian. 
	Rio de Janeiro (RJ), Araucária (PR), 2000 => Rompimento de dutos 
transportadores de óleo, comprometendo a baía de Guanabara e o rio 
Barigui, afluente do Rio Iguaçu.
	Golfo do México, 2010 => Explosão na plataforma de petróleo da BP no Golfo 
do México provocou a morte de 11 pessoas, além de jogar no mar mais de 4 
milhões de barris de óleo, no pior desastre ambiental da história dos Estados 
Unidos.
AUTOATIVIDADE
31
TÓPICO 3
EMPRESA E MEIO AMBIENTE
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Nesse tópico abordaremos a inter-relação da empresa com o meio ambiente, 
seus impactos, o entendimento do meio ambiente, a importância da comunicação 
na organização para a preservação e como podemos utilizar todos esses itens para 
maximizar a eficiência da administração ambiental na empresa.
2 A ADMINISTRAÇÃO VERDE
De tantos confrontos entre empresas e o meio ambiente, esquecemos 
que, na realidade, ambos estão integrados em um único ecossistema. Procurem 
relembrar a definição de meio ambiente. E este deve ser administrado de maneira 
responsável.
Atualmente, um dos setores que mais se desenvolvem é o da biotecnologia, 
para a qual uma das primeiras técnicas, a fermentação, foi aprendida no estado 
natural, há alguns milhares de anos. O próprio tema biotecnologia denota a 
aplicação de técnicas biológicas em escala industrial. Então, temos demonstrada 
nesse simples exemplo a integração da organização industrial com o meio ambiente.
Esse compartilhamento de ferramentas, métodos e conhecimento não só 
se refere aos aspectos técnicos, mas também financeiros, comerciais, de recursos 
humanos, administrativos e de pesquisa e desenvolvimento.
A razão básica que explica a hesitação por parte dos empresários em aceitar 
o fator ambiental em sua administração é devida ao fato de que os mesmos não 
possuem uma mentalidade de que o meio ambiente interage com a administração 
rotineira de uma empresa. Essa realidade não é facilmente assimilada por pessoas 
que, normalmente, gerenciam atividades voltadas apenas para resultados 
financeiros.
Por conseguinte, em sua lógica, considera-se o tema meio ambiente 
problema dos outros, adotando uma postura, com frequência, defensiva.
Então, é necessária a transformação da questão ambiental em um valor da 
organização. Essa transformação dependerá de ações da Alta Administração e de 
suas gerências. Os exemplos que elas darão sobre a importância do meio ambiente 
32
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E CONCEITOSFUNDAMENTAIS
provocarão consequências no resto da organização. O comparecimento em 
reuniões para especificar a prioridade das agendas indicará se, realmente, a causa 
ambiental é importante. A omissão dessa questão nas reuniões ou sua inclusão 
ocasional podem sugerir baixa prioridade. As chefias e os subordinados captarão 
esse comportamento e agirão de acordo com essa percepção.
É bom não esquecer que os colaboradores dessa empresa serão os 
responsáveis por garantir a imagem ambiental da empresa internamente e 
disseminar isto junto à comunidade local em que vivem. Da mesma maneira, os 
empresários e a Alta Administração têm importante papel na transmissão dessa 
imagem para o mundo exterior da empresa, à sociedade, ao governo e aos órgãos 
de controle ambiental.
3 APRENDER A SE COMUNICAR: A PRIMEIRA URGÊNCIA
O primeiro obstáculo que o empresário tem em matéria de administração 
ambiental é o da comunicação, seja ela interna ou externa.
Embora o empresário tenha certeza de que possui um produto 
ambientalmente correto, o mesmo não dispõe das ferramentas necessárias para 
transmitir essas informações ao público interno e externo.
Faltam-lhe argumentos que demonstrem a eficácia de seu trabalho, 
com relação aos aspectos ambientais gerados, ao funcionamento do sistema de 
administração ambiental, às responsabilidades de cada indivíduo dentro da 
empresa.
Para elucidar essa questão, a melhor maneira é a exposição simples e direta, 
demonstrando a realidade da situação da forma mais honesta e aberta possível.
Mesmo assim, a comunicação pode ser ou não conclusiva. Em questões 
ambientais, podemos ter situações complexas de serem abordadas e solucionadas. 
Como exemplo disso, existe a situação da energia nuclear. A seguir, veja um 
diálogo hipotético entre um representante da Comissão Nacional de Energia 
Nuclear (CNEN) e ativistas ambientais:
• CNEN – A energia nuclear é a mais limpa de todas as energias.
• Ativistas – Hiroshima!
• CNEN – O controle pacífico do setor nuclear assegurará à humanidade uma 
fonte de energia inesgotável.
• Ativistas – Nagasaki!
TÓPICO 3 | EMPRESA E MEIO AMBIENTE
33
• CNEN – Os procedimentos de controle que foram implantados são excelentes e 
eliminam a hipótese de qualquer tipo de acidente.
• Ativistas – Chernobyl!
• CNEN – Mas afinal, o que vocês querem?
• Ativistas – Queremos energia limpa!
• CNEN – Mas, a energia nuclear é a mais limpa de todas as energias.
• Ativistas – Hiroshima!
Esse embate prosseguirá interminavelmente, pois, apesar deles estarem 
conversando, não existe comunicação. Ambos têm pontos relevantes sobre 
a questão, mas a intransigência faz com que a comunicação não prossiga e a 
negociação emperre.
Realmente, a energia nuclear é a energia mais limpa criada até hoje, também 
a energia nuclear é potencialmente poluidora para as regiões em que estas usinas 
estão instaladas.
Porém, também o são: centrais hidroelétricas, termoelétricas, manipulação 
genética, agrotóxicos, pragas ambientais por desequilíbrios nos ecossistemas etc. A 
quantidade de situações potencialmente danosas e impactantes ao meio ambiente 
é grande. A diferença está na administração má ou incompetente de cada situação.
Então, em questão de comunicação ambiental, temos que possuir 
argumentos, clareza, simplicidade, objetividade, honestidade, mas ter a capacidade 
de conciliar posições conflitantes.
4 ENTENDER O MEIO AMBIENTE
O meio ambiente foi, é e será sempre alterado pela atividade humana. Em 
todos os tempos, a atividade humana planificou, moldou e administrou a natureza.
O que muda, a partir de agora, é a responsabilidade pela maneira com que 
administraremos essa utilização.
A empresa deve assumir as consequências de sua má ou boa administração 
dos recursos naturais e, para isso, ela deverá definir objetivos, estratégias e um 
modo de administração responsável. A administração ambiental empresarial 
não é, de jeito nenhum, a consequência de uma vontade de dominar, destruir ou 
antagonizar.
Trata-se da consequência lógica da responsabilidade coletiva econômica, 
que é, atualmente, a de todos os envolvidos no equilíbrio ambiental do planeta.
34
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
5 COMPREENDER O MEIO AMBIENTE PARA PRESERVAR
O assunto meio ambiente, por mais discutido que seja, ainda não é muito 
claro para a maioria das pessoas. É muito comum pensar que meio ambiente se 
resume à flora e à fauna, sem fazer a ligação entre elas, as pessoas e as indústrias.
Para preservar o meio ambiente é necessário compreender o contexto 
relacionado ao assunto. Veja, a seguir, alguns exemplos aplicados pelas empresas 
no sentido de obter uma visão melhor das questões ambientais.
A Renault, a Mercedes-Benz e a Audi-Volkswagen decidiram que os 
técnicos em equipamentos que eles escolherão no futuro deverão ser capazes de 
reciclar os componentes da sucata dos carros, cuja recuperação ficará a cargo das 
suas redes de revendedores respectivos.
A Shell, a Petrobras, a ESPN e outras grandes companhias de petróleo 
possuem departamentos de desenvolvimento, buscando soluções alternativas 
para reduzir o impacto ambiental de suas atividades.
Nas relações entre a indústria e o meio ambiente, todos os especialistas 
concordam com, pelo menos, um ponto: há soluções técnicas para os problemas de 
meio ambiente provocados pela indústria.
Uma pesquisa recente feita com trinta mil executivos da área industrial, na 
Europa, aponta que 80% deles consideram que os problemas do meio ambiente 
sejam importantes ou muito importantes.
Então, por que muitas empresas se adaptam com tamanha lentidão no que 
se refere à tomada de medidas para preservação do meio ambiente? Talvez porque 
as empresas são administradas, em parte, por uma geração de administradores 
que não possui nenhum tipo de cultura do meio ambiente.
O engenheiro encarregado de criar uma estrada fará como ele aprendeu, indo 
do ponto A ao ponto B, levando, eventualmente, em consideração as exigências e 
pressões políticas e cronogramas de prazo e recursos financeiros. Onde ele poderia 
ter aprendido a integrar a estrada ao equilíbrio do meio ambiente local? Será que 
então é necessário retirar toda a sua responsabilidade e a sua liberdade de decisão?
O que falta ao nosso engenheiro, assim como a muitos dirigentes, é o 
conhecimento de três campos essenciais.
• Saber explicar a necessidade em matéria de defesa ou melhoria do meio 
ambiente
O meio ambiente é um sistema interativo complexo, que deveria ser estudado 
através de uma abordagem interdisciplinar. Mas, para tanto, é necessário que as 
autoridades possam expressar as suas necessidades aos especialistas encarregados 
de aplicar as suas decisões.
TÓPICO 3 | EMPRESA E MEIO AMBIENTE
35
Sem uma formação elementar sobre os problemas do meio ambiente, os 
nossos governantes estão, na melhor das hipóteses, capacitados para aplicar o bom 
senso do cidadão comum e, na pior das hipóteses, preparados para negar o fator 
ambiental.
• Dispor de ferramentas de gestão ambiental
 Existem diversas ferramentas disponíveis para fazer uma boa administração 
ambiental, mas é necessário, antes de aplicá-las, conhecê-las e analisar qual é a mais 
adequada, levando em consideração todos os aspectos de acordo com cada tipo de 
empresa. Ainda neste tópico, vamos conhecer algumas ferramentas da qualidade 
que podem ser utilizadas para fazer gestão ambiental. Na Unidade 3, Tópico 1, 
vamos conhecer o processo de gerenciamento ambiental em complemento a este 
assunto. 
• Saber administrar o meio ambiente que ele contribui para criar
Ninguém tem o monopólio do meio ambiente. Isto é válido tanto para o 
empresário, o gerente, um representante do poder público ou um ativista ambiental. 
Vale dizer, também, que as decisões tomadas por cada um deles, geralmente, 
comprometem todaa comunidade e moldam o meio ambiente por várias gerações.
O mínimo que se pode pedir aos responsáveis políticos e empresários é 
que sejam capazes de negociar as suas decisões, aprendam a viver com o meio 
ambiente e tomem consciência de que ele tornou-se uma prioridade absoluta.
IMPORTANT
E
Essa compreensão do meio ambiente é de fundamental importância para 
implantação de qualquer prática de preservação ambiental.
36
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
5.1 FERRAMENTAS DA QUALIDADE APLICADAS À 
ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL
Para administrar qualquer tipo de organização de forma eficiente na busca 
de resultados, é necessário conhecer e aplicar algumas ferramentas de gestão que 
são utilizadas desde o século XX pelas empresas e ainda muito utilizadas pelas 
organizações atualmente em todo o planeta. 
Vamos verificar a aplicabilidade de algumas ferramentas da qualidade na 
administração ambiental.
5.1.1 PDCA – Planejar – Executar – Verificar – Atuar
A ferramenta da qualidade muito utilizada por muitas empresas em 
Sistemas de Gestão da Qualidade, Sistema de Gestão Ambiental NBR ISO 14001 
e Sistema de Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional (OSHAS 18001) é o ciclo 
PDCA, de Shewhart-Deming, que visa à melhoria contínua.
QUADRO 3 – CICLO PDCA
FONTE: Adaptado de: Blauth (2006) 
Segundo Blauth (2006, p. 206-207), em cada etapa do ciclo ocorrem as seguintes 
ações:
Etapa Planejar – P 
Nessa etapa ocorre:
• diagnóstico da situação atual; 
• determinação da situação desejada;
• determinação daquilo que deve ser feito para sair da situação atual e chegar à 
situação desejada;
TÓPICO 3 | EMPRESA E MEIO AMBIENTE
37
• plano de ação para eliminar o problema.
Etapa Executar – D
Nessa etapa ocorre:
• implementar o plano de ação;
• registrar os resultados e observar os fatos significativos para o sucesso do plano 
de ação.
Etapa Verificar – C
Nessa etapa ocorre:
• comparar os resultados alcançados com a situação desejada;
• investigar as causas caso o resultado não tenha alcançado o previsto no plano;
• registrar outros efeitos secundários indesejados não previstos que surgiram 
durante a implementação do plano de ação.
Etapa Atuar – A
Nessa etapa ocorre:
• atuar conforme resultados;
• caso a situação desejada tenha sido alcançada, iniciar novo Ciclo PDCA visando 
sempre melhorar ainda mais os resultados;
• caso a situação desejada não tenha sido alcançada, estabelecer novos planos de 
ação visando eliminar a lacuna e feitos secundários indesejados. 
A ferramenta PDCA possibilita fazer a administração ambiental de 
qualquer tipo de organização. Essa ferramenta pode ser utilizada mesmo que a 
empresa não tenha adotado um sistema de gestão ambiental com base na norma 
NBR ISO 14001. 
Para fazer uma administração ambiental eficiente todo gestor necessita 
fazer um planejamento e para isso precisa conhecer bem a empresa, seus processos 
e os aspectos ambientais relacionados. Um diagnóstico ambiental inicial é um 
instrumento importante, pois possibilitará uma avaliação mais aprofundada da 
empresa e o gestor poderá planejar ações com base na avaliação realizada.
38
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
A partir de um diagnóstico ambiental inicial, a empresa poderá estabelecer 
ações para melhorias ambientais em seus processos. Para estabelecer essas ações, 
a empresa poderá adotar a ferramenta 5W2H.
5.1.2 O que é o 5W2H e como ele é utilizado?
Segundo Blauth (2006, p. 61-62), 5W2H é “[...] uma forma muito utilizada 
para estabelecer planos de ação. É uma relação padronizada de perguntas a serem 
respondidas por quem está elaborando o plano de ação”. Nada mais é do que uma 
ferramenta para orientar a execução de atividades.
Para exemplificar o uso dessa ferramenta na administração ambiental, 
vamos aplicá-la em uma ação ambiental na empresa supostamente levantada em 
um diagnóstico ambiental inicial.
Exemplo: Plano de ação para melhoria na separação de resíduos nas áreas 
avaliadas. Obs.: Foram identificadas muitas lixeiras com resíduos misturados 
durante a avaliação de diagnóstico ambiental inicial.
QUADRO 4 – PLANO DE AÇÃO
5W2H
What? O quê? Plano de ação para a correta separação de resíduos nas 
lixeiras pelos funcionários
Why? Por quê?
Possibilitar a destinação correta dos resíduos para os 
devidos aterros industriais ou sanitários, reciclagem ou 
reaproveitamento, evitando desperdícios de recursos e 
impactos ambientais
Who? Quem?
Equipe de meio ambiente capacita supervisores 
das áreas que fazem educação ambiental em suas 
respectivas áreas
When? Quando? 30 dias para capacitar supervisores – 30 dias para 
capacitar demais funcionários
Where? Onde?
Nas áreas operacionais da empresa XX, priorizando 
os locais com maior incidência de resíduos misturados 
conforme comprova o diagnóstico
UNI
Caro(a) acadêmico(a), vamos estudar na Unidade 3 a formatação de um 
diagnóstico inicial e a aplicação do PDCA, visando à implantação da NBR ISO 14001.
TÓPICO 3 | EMPRESA E MEIO AMBIENTE
39
FONTE: Os autores
A ferramenta 5W2H poderá ser aplicada para tratamento de não 
conformidades e/ou melhorias ambientais levantadas em diagnóstico ambiental, 
conforme verificamos no exemplo do quadro anterior.
5.1.3 Diagrama causa e efeito
Foi desenvolvido em 1943 por Ishikawa no Japão para explicar como vários 
fatores poderiam ser comuns entre si e estar relacionados. Também é conhecido por 
diagrama de Ishikawa ou espinha de peixe, sendo considerado uma representação 
gráfica que permite a organização das informações possibilitando a identificação 
das possíveis causas de um determinado problema ou efeito.
“O diagrama de causa e efeito é uma técnica visual que integra os resultados 
(efeitos) com os fatores (causas) que contribuem para ocorrência” (PRAZERES, 
1996 apud BLAUTH, 2006, p. 95).
FIGURA 4 – DIAGRAMA DE CAUSA E EFEITO – ESPINHA DE PEIXE
FONTE: Disponível em: <http://condominial.blogspot.com.br/2012/05/gestor-condominial.html>. 
Acesso em: 20 out. 2012.
How? Como?
Treinamento de 30 minutos em sala sobre a correta 
separação de resíduos e a importância do processo de 
coleta seletiva
How much? 
Quanto custa?
Horas-homens trabalhadas da equipe SGA, supervisores 
e funcionários capacitados. Custo com tempo gasto 
de cada pessoa envolvida no treinamento e/ou custo 
com redução ou parada de produção para execução do 
treinamento definido no item How? Como? 
Essa ferramenta poderá ser utilizada no planejamento de ações para identificar 
ou resolver problemas ambientais encontrados em diagnóstico ambiental inicial.
40
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
FIGURA 5 – DIAGRAMA CAUSA E EFEITO – PROBLEMA: ALTO CONSUMO DE COMBUSTÍVEL
Diagrama Causa e Efeito: Problema
Método Carro
Motorista Material
ALTO CONSUMO
DE
COMBUST VELÍ
Desconhecimento do
manual do proprietário
Não escutar
o motor
Rádio alto
Problema de audição
Uso incorreto
das marchas
Dirigir muito
rápido
Sempre
atrasado
Impaciência
Pouco treinamento
Direção
imprópria
Falta de
atenção Manutençãoinadequada
Falta de
conhecimento
Combustível fora
de especificação
Falta de manual
Falta de óleo
Óleo incorreto
Lubrificação
inadequada
Manutenção
do motor
Ajuste ingnição
Velas
Ajuste marcha
lenta
Ajuste
carburador
Calibração incorreta
Falta de calibração
Pressãopneus
FONTE: Disponível em: <http://www.guaraparivirtual.com.br/colunista.asp?varid=4&varcod=12>. 
Acesso em: 20 out. 2012.
Zafenate Desidério
Diagrama de Pareto é um recurso gráfico utilizado para estabelecer 
uma ordenação nas causas de perdas que devem ser sanadas, e é originário 
dos estudos de um economista italiano chamado Pareto.
O alto consumo de combustível é um problema que gera um impactoambiental (redução dos recursos naturais e emissões atmosféricas). Durante um 
diagnóstico ambiental geralmente é identificado somente o problema em que, 
posteriormente com o relatório da avaliação, a empresa poderá usar a ferramenta 
causa efeito para identificar as possíveis causas e tomar as devidas ações. 
5.1.4 Diagrama de Pareto
É uma ferramenta da qualidade muito utilizada para estabelecer uma 
ordenação de causas de perdas que devem ser sanadas, permitindo uma melhor 
visualização das prioridades, bem como o estabelecimento de ações e metas.
Veja, a seguir, a aplicação do recurso do Diagrama de Pareto.
Exemplo:
TÓPICO 3 | EMPRESA E MEIO AMBIENTE
41
O diagrama de Pareto tem o objetivo de compreender a relação ação/
benefício, ou seja, prioriza a ação que trará o melhor resultado. O diagrama é 
composto por um gráfico de barras que ordena as frequências das ocorrências 
em ordem decrescente, e permite a localização de problemas vitais e a 
eliminação de futuras perdas. O diagrama é uma das sete ferramentas básicas 
da qualidade e baseia-se no princípio de que a maioria das perdas tem poucas 
causas ou que poucas causas são vitais, a maioria é trivial.
Para o Diagrama ser aplicado, é importante seguir seis passos básicos:
1 determinar o objetivo do diagrama, ou seja, que tipo de perda você quer investigar;
2 definir o aspecto do tipo de perda, ou seja, como os dados serão classificados;
3 em uma tabela, ou folha de verificação, organizar os dados com as categorias 
do aspecto definido;
4 fazer os cálculos de frequência e agrupar as categorias que ocorrem com 
baixa frequência sob a denominação outros, calcular também o total e a 
porcentagem de cada item sobre o total e o acumulado;
5 traçar o diagrama.
FONTE: Disponível em: <http://www.significados.com.br/diagrama-de-pareto/>. Acesso em: 21 dez. 2012.
Para desenvolver um gráfico de Pareto utilize o Microsoft Excel ou similar. 
A seguir você conhecerá a tabela para coleta de dados e o Gráfico de Pareto 
detalhado, explicando sua função.
TABELA DE COLETA DE DADOS
A tabela de coleta de dados tem como função realizar o registro de 
cada falha que está sendo controlada para gerar o Gráfico de Pareto, para isso 
identifiquei cada campo.
• A - Descrição da falha: Neste campo você deve inserir o nome dado à falha 
identificada nos processos controlados, lembrando que este mesmo nome 
42
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
• A - Este eixo lhe auxilia na comparação do problema mais crítico identificado 
no processo que foi realizado na coleta de dados, neste caso conseguimos 
ver que o item rebarbas tem o nível mais crítico e o item sem usinagem é a 
falha com menor frequência de rejeição.
• B - Coluna gerada conforme dados lançados na tabela de coleta de dados, 
identificando estatisticamente a criticidade de cada falha.
deve estar identificado em fichas de identificação na peça para impedir 
que peças boas se misturem com peças com defeitos, utilize um ficha de 
produto não conforme para o mesmo.
• B - Total: Nesta coluna deveremos registrar o total de peças para cada falha, 
no exemplo acima temos para a falha de rebarbas 445 peças rejeitadas por 
esta não conformidade. [A não conformidade, no caso, é a rebarba, pois não 
atende os padrões estabelecidos pela empresa, por isso foram rejeitadas.]
• C - % por falha: Nesta coluna temos a soma do total de peças rejeitadas por cada 
falha (B) dividido pelo total de peças rejeitadas no geral (D) neste exemplo a 
fórmula é = C5/$C$15 para a falha de rebarbas, onde esta me gerou 40% de rejeição.
• D - % Acumulado: Na coluna segue o resultado da soma de uma falha para 
a seguinte, gerando o total acumulado.
• E - Total de peças rejeitadas: Neste campo fica a soma de toda a coluna C, 
gerando o total de todas as peças rejeitadas.
Dica: Quando você utilizar esta tabela, lançado a descrição da falha (A) 
e o total (B), o cálculo é realizado automaticamente, gerando após o Gráfico 
que veremos logo a seguir.
O Gráfico de Pareto abaixo é gerado após você preencher a tabela de 
coleta de dados, na qual você consegue identificar o percentual de cada falha, 
mas de modo gráfico você conseguirá interpretar e traduzir a prioridade de 
ação para cada problema.
TÓPICO 3 | EMPRESA E MEIO AMBIENTE
43
• C - Identificação da coluna.
• D - Linha que é gerada pelo % acumulado.
• E - Legendas do Gráfico de Pareto.
• F - Percentual acumulado.
Pronto, veja como é simples esta metodologia do Gráfico de Pareto, 
onde você deve seguir 3 passos para a conclusão deste trabalho, sendo eles:
• a. coleta de dados;
• b. preenchimento da tabela de coleta de dados;
• c. tomada de ação corretiva sobre a falha mais crítica.
FONTE: Disponível em: <http://www.qualidadebrasil.com.br/noticia/qualidade_criando_um_
grafico_pareto>. Acesso em: 22 dez. 2012.
Através do Diagrama de Pareto é possível visualizar os problemas e definir 
uma ordem de prioridade de acordo com o grau de importância de cada falha, 
devendo direcionar a ação sobre a mais crítica.
Na administração ambiental o diagrama poderá ser utilizado para demonstrar 
o percentual de cada problema ambiental encontrado, possibilitando ao gestor 
estabelecer prioridades de acordo com o nível de importância de cada situação.
5.1.5 Folhas de verificação
Segundo Blauth (2006, p. 73-74), “Folha de verificação é um formulário 
utilizado para facilitar e organizar a coleta e registros de dados”. 
Na área ambiental o formulário é muito útil em auditorias ambientais, 
inspeções e avaliação ambiental. Devido à grande quantidade de informações que 
é verificada durante um trabalho de avaliação ambiental, a folha de verificação 
facilitará na busca de evidências de conformidades e não conformidades.
Veja parte de um modelo de folha de verificação utilizado durante uma 
avaliação ambiental inicial ou em auditorias ambientais:
Lista de verificação - resíduos
a) Existe um levantamento atualizado de resíduos? (origem, classificação, 
quantificação)?
b) Os coletores de resíduos estão adequados nas áreas e atendem as necessidades 
(coletor por tipo de resíduo) e são suficientes?
c) As pessoas recebem orientação para a utilização dos coletores que permita a 
utilização adequada?
44
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
d) Existe local apropriado para o armazenamento de resíduos sólidos 
(impermeabilização, separação, identificação de dispositivos para evitar a 
contaminação do solo e o carreamento de resíduos para drenagem pluvial)?
e) Como são as condições de armazenamento de produtos ou resíduos perigosos? 
Obedecem às normas de segurança pertinentes?
f) Qual o destino de lâmpadas fluorescentes usadas, pilhas, baterias, pneus? É 
adequado? 
g) O destino de óleos, estopas, embalagens, sucatas contaminados com óleo é 
adequado?
h) Os resíduos atendem a legislação de resíduos?
A lista de verificação poderá ser ampliada ou adaptada de acordo com o que 
se quer avaliar e ainda ser criadas outras listas de verificação para efluentes, emissões 
atmosféricas, ruídos em áreas habitadas e atendimento à legislação ambiental etc.
5.1.6 Fluxogramas
Segundo Blauth (2006, p. 65), “[...] fluxograma é uma representação gráfica 
visual por meio de um conjunto de figuras esquemáticas padronizadas que 
representam as partes de um processo – atividades, pontos de medição e pontos 
de decisão – em sequência cronológica de realização”.
FIGURA 6 – SÍMBOLOS DO FLUXOGRAMA
TÓPICO 3 | EMPRESA E MEIO AMBIENTE
45
46
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
FONTE: Disponível em: <http://www.forumdaqualidade.com.br/viewtopic.php?f=12&t=879>. Acesso em: 2 jan. 2013.
Vamos ver, a seguir, um modelo de fluxograma utilizado na prática.
FIGURA 7 – FLUXOGRAMA DE IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS, ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAISFONTE: Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAABf7MAG/ferramentas-gestao-
qualidade-fluxograma>. Acesso em: 2 jan. 2013.
TÓPICO 3 | EMPRESA E MEIO AMBIENTE
47
Através da representação gráfica apresentada na figura anterior, é possível 
compreender o processo de identificação de riscos, aspectos e impactos ambientais 
ou documentos entre os elementos que participam no processo em causa. 
O fluxograma deve ser utilizado para:
• mapear fluxo e identificar possíveis desvios no processo, que pode afetar o 
produto ou serviço;
• para acompanhar os passos de um processo e verificar a relação entre cada 
operação ou processo;
• para identificar possíveis melhorias e oportunidade de mudanças nos processos.
Outras ferramentas da qualidade também são utilizadas na administração 
ambiental, como: histogramas, gráficos de dispersão, cartas de controle etc.
6 CAPITAL X MEIO AMBIENTE
A conclusão de tudo que vimos até agora é que, tanto os objetivos 
econômicos, como os objetivos ambientais, deveriam estar interligados.
Se há somente um meio ambiente, se o problema é administrá-lo de 
maneira responsável, basta aprender a fazê-lo, principalmente porque as técnicas 
para resolver os problemas ambientais já existem.
A relação de forças entre as empresas e o meio ambiente está oscilando. Do 
início da Revolução Industrial até meados dos anos oitenta, tínhamos uma visão 
extremamente capitalista. Em geral, essas empresas foram concebidas sem muita 
preocupação com o meio ambiente (que acreditávamos ser infinitamente vasto).
De meados dos anos oitenta até o início do século XXI, progressivamente, 
o mundo vem adotando uma postura extremamente ambientalista, em alguns 
casos até violenta, destruição de plantações de grãos geneticamente modificados, 
invasão e depuração de empresas particulares e órgãos públicos, ou seja, partimos 
de um extremo ao outro, quando, na realidade, o que precisamos encontrar é 
o caminho do meio, conforme vimos anteriormente, talvez, neste caso, seja o 
desenvolvimento sustentável.
É por isso que, agora, temos que assumir a responsabilidade pelo 
ecossistema mundial, que empresários, ambientalistas, governos, ONG´s, 
deveriam diagnosticar a real situação, avaliar e criar uma estratégia coesa para 
uma administração ambiental correta.
Na luta de “Capital x Meio Ambiente” não há vencedores, pois todos saem 
perdedores. Pelo contrário, deveríamos transformar essa contraposição em uma 
única caminhada de “Capital + Meio Ambiente”.
48
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
7 MODELOS DE ADMINISTRAÇÃO
A seguir, veremos que os modelos de administração dividem-se em: A 
Empresa Tradicional, O Modelo de Conflito, O modelo do Mundo Real.
7.1 A EMPRESA TRADICIONAL
Para os modelos nos quais se baseiam os métodos e ferramentas de 
administração tradicionais, as empresas são mal adaptadas à aceitação da 
responsabilidade em relação ao meio ambiente.
A razão desta incapacidade de adaptação é que esses modelos se baseiam 
essencialmente na filosofia de que uma empresa é um conjunto coerente de 
indivíduos e grupos com uma única identidade – a da empresa – e um único 
objetivo – o da empresa.
Percebe-se, deste modo, que a organização é um bloco monolítico, tendo um 
único e singular objetivo econômico, lucro, que utiliza todas as forças e recursos de 
que dispõe para atingi-lo, arrasando tudo por onde passa, inclusive e se necessário 
for, o equilíbrio da natureza e meio ambiente.
De maneira esquemática, o modelo da empresa tradicional é uma pirâmide 
com uma extensa base, trabalhando em prol da cúpula, ou seja, do empresário.
FONTE: Backer (2002)
FIGURA 8 – O MODELO DA EMPRESA TRADICIONAL
Como o objetivo desta organização é o de atingir a qualquer preço a sua 
meta lucrativa, torna-se evidente que, mais cedo ou mais tarde, ele será uma 
ameaça para o meio ambiente.
Isso explica a necessidade de uma legislação ambiental repressiva, de 
maneira a coibir e anular a capacidade de destruição do meio ambiente.
TÓPICO 3 | EMPRESA E MEIO AMBIENTE
49
7.2 O MODELO DE CONFLITO
Como já verificamos, a empresa não é um sistema que possa ou deva 
ser separado do resto do meio ambiente. Muito pelo contrário, ela é o lugar 
de convergência e o local em que ocorrem os conflitos entre grupos e pessoas 
com interesses, que, aparentemente, são opostos, mas que, na realidade, 
se complementam: desenvolvimento tecnológico, crescimento econômico, 
desenvolvimento social, distribuição de renda, preservação do meio, entre outros.
Para cada um desses grupos, com um objetivo específico, existem afinidades 
e sentimentos de identidades em relação à empresa, a outras organizações, a 
grupos ou valores sociais que são perfeitamente contraditórios.
Portanto, cabe ao administrador realizar seu papel fundamental, 
administrar e conciliar os pontos conflitantes e atingir a real meta da organização.
7.3 O MODELO DO MUNDO REAL
A empresa, cujo modelo tradicional é representada por uma pirâmide, 
tendo como objetivo final o lucro financeiro, em detrimento de qualquer outra 
aspiração, nos dias atuais está destinada ao esquecimento.
A empresa do mundo real, aquela que deverá ser realidade para o nosso 
presente e futuro, é um conjunto de grupos e pessoas com múltiplos objetivos 
complementares, comparável a um emaranhado de tendências que deverão ser 
organizadas para formar uma força coesa, cujo objetivo é o desenvolvimento 
sustentável.
O aparecimento do fator ambiental na vida da empresa obriga, mais do que 
nunca, o administrador a considerar a sua competência e os seus objetivos como 
uma arbitragem permanente entre os interesses e os objetivos dos grupos e dos 
indivíduos que são ou se sentem diretamente ou mesmo indiretamente ligados à 
empresa.
A negociação dos objetivos da empresa, incluindo os objetivos em relação 
ao meio ambiente, não é somente feita entre a empresa e o mundo externo, mas 
com a comunidade, fornecedores, clientes e outras partes interessadas que estão 
em constante relacionamento com a empresa.
50
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
FONTE: Backer (2002)
FIGURA 9 – INTEGRAÇÃO DA EMPRESA COM O MUNDO REAL
A integração das empresas com o mundo real visualizada na figura anterior 
demonstra relação entre todos os grupos, pessoas e o meio ambiente. No entanto, 
no mundo real, isto é, na prática, o entendimento do assunto ainda é superficial por 
grande parte dos administradores. Além disso, os objetivos de cada pessoa e grupos 
envolvidos buscam interesses que conflitam entre as partes, dificultando a mudança 
do modelo tradicional para o modelo ideal, isto é, modelo do mundo real apresentado.
8 A ESTRATÉGIA VERDE
Nenhuma estratégia tem sentido se não for adaptada ao campo de batalha. 
Ao fixar as fronteiras da ação da empresa além do perímetro econômico-social, a 
estratégia ecológica obriga o administrador a estabelecer um mapa do campo no 
qual a ação irá desenvolver-se.
Este campo, ainda que tenha a empresa como centro, tem um relevo que, 
raramente, depende unicamente das forças internas da empresa.
Entretanto, como em qualquer outra estratégia, é necessário identificar, 
para cada um dos setores da empresa:
• os objetivos;
• a estratégia;
• as ferramentas e a intendência.
Levando-se em consideração os setores da empresa, o quadro sinóptico da 
estratégia ecológica apresenta tarefas de gestão ambiental que os responsáveis da 
empresa terão que assumir.
TÓPICO 3 | EMPRESA E MEIO AMBIENTE
51
Poder-se-ia, então, afirmar que a criação de uma estratégia ambiental tem 
quatro fases: 
• identificação de prioridades: o que é mais importante? o que deve ser priorizado? 
como identificar prioridades?;
• diagnóstico: avaliação para definição de prioridades e planos de ação tomando 
como base um diagnóstico ambiental;
• planosde ação: com base no diagnóstico e prioridades definidas, define-se o 
plano de ação utilizando a ferramenta 5W2H;
• síntese: toda a estratégia ambiental deve ser documentada visando manter registros 
das evidências das ações, possibilitando o acompanhamento das melhorias e 
divulgação dos resultados.
8.1 IDENTIFICAÇÃO DE PRIORIDADES
O empresário mais bem intencionado para com o meio ambiente, quando 
herda uma situação existente ou quando está imerso em problemas de criação de uma 
nova atividade, nem sempre é capaz de dar toda a atenção e tomar decisões em todas 
as frentes, ao mesmo tempo.
Então, ele precisa realizar um levantamento das prioridades das situações 
de emergência e evitar que a empresa se precipite sobre o primeiro problema que 
aparecer.
Esta fase permite uma análise lúcida dos pontos fortes e fracos da empresa, 
identificar os campos nos quais devem ser feitos esforços para chegar à altura da 
necessidade de uma estratégia ecológica global e também identificar os pontos 
em que a empresa pode, com razão, fazer valer os seus sucessos em matéria de 
integração e responsabilidade dentro do sistema.
Esta fase também deve permitir a criação de um calendário e um orçamento, 
e também a relação de assistentes, ou consultores, que ficarão encarregados da 
elaboração dos planos setoriais.
ESTUDOS FU
TUROS
Você verá, mais tarde, que estes elementos serão de fundamental importância 
para elaboração de projetos de preservação ambiental.
52
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
Esses grupos de assistentes ficarão encarregados, cada um em seu setor, 
da elaboração do diagnóstico específico por setor e também do plano ambiental 
correspondente.
8.2 DIAGNÓSTICO
Tente criar, para cada um dos setores analisados, a partir de suas experiências, 
um conjunto de tabelas de análise aplicáveis à maioria dos setores industriais.
Se a adaptação parece aqui e ali indispensável, acho que persiste a constância 
de uma análise possível de cada departamento, de cada setor industrial, baseada 
no tipo de escalas.
O diagnóstico, sobretudo quando é guiado por escalas de análise, é fundamental 
para termos um raio-X do departamento, do setor industrial, da empresa.
As tabelas serão as ferramentas que formarão a base para a discussão sobre 
o meio ambiente, a distribuição de responsabilidades e o papel da empresa no 
meio ambiente.
8.3 PLANOS DE AÇÃO
Os planos de ação que serão elaborados pelos diferentes setores da 
empresa deverão complementar-se e, num primeiro momento, poderão parecer 
contraditórios e desconexos, mas com uma administração correta poderão ser 
implementados em uma ordem cronológica que os torne coesos.
ESTUDOS FU
TUROS
ESTUDOS FU
TUROS
Nos estudos da Unidade 3, Tópico 3, você verá a metodologia de avaliação para 
definição de prioridades aplicáveis a modelos de gestão ambiental.
Podem-se utilizar algumas ferramentas da qualidade para fins de diagnóstico, 
estudadas anteriormente neste mesmo tópico, como: diagrama causa/efeito e folhas de 
verificação, que serão complementados com outros instrumentos nos estudos da Unidade 3.
TÓPICO 3 | EMPRESA E MEIO AMBIENTE
53
Como exemplo, podemos supor a criação de um plano de ação para uma 
hipotética empresa do setor automobilístico. Nesta empresa, abriremos alguns 
planos de ação, sendo eles:
• Cumprir todas as legislações ambientais vigentes e pertinentes ao setor.
• Criar uma equipe de desenvolvimento de um “motor limpo”, com baixa geração 
de emissões atmosféricas.
• Anunciar uma política ambiental que leve em consideração todas as atividades 
individuais e coletivas da empresa.
• Estruturar equipe para análise e implantação da legislação ambiental, assim 
como acompanhar o trâmite das legislações para, quando as mesmas estiverem 
sendo apreciadas, antecipar medidas que possam impactar em nossos processos.
• Desenvolver uma linha de fabricação com emissão zero de resíduos sólidos, 
efluentes líquidos e emissões atmosféricas.
A princípio, torna-se evidente que a estratégia da empresa não poderá adotar 
todos os planos traçados inicialmente. O mérito da administração ambiental será 
o de existirem e poderem ser implantados, quando chegar o momento adequado.
Para aplicação dos planos de ação, tomando como base um diagnóstico 
ambiental, a ferramenta da qualidade 5W2H abordada no Tópico 3, Quadro 4, 
é muito útil e utilizada pelos gestores ambientais para o estabelecimento de um 
planejamento estratégico ambiental.
Vimos nesta unidade, Tópico 3, a ferramenta da qualidade 5W2H que 
exemplifica na prática o que é um plano de ação.
8.4 SÍNTESE
A concretização dessa estratégia deverá ser formalizada, pode ser um livro, 
um manual, uma política. O importante é que deverão ser descritos de forma 
clara e simples os objetivos, problemas e sucessos da empresa, em matéria de 
administração ambiental.
Com o prosseguimento dos trabalhos, devem ser gerados relatórios de 
desempenho para apresentar ao Comitê da Alta Administração, à empresa, à 
comunidade, tornando suas conquistas públicas, tornando-as mais do que uma 
ferramenta publicitária, adquirindo credibilidade.
Esse material não deve ser apenas um material promocional, mas, sim, 
uma apresentação da maneira mais honesta possível dos esforços da empresa em 
questões ambientais.
54
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
LEITURA COMPLEMENTAR
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E COMPETITIVIDADE
Ivan Lira de Carvalho
Em um modelo de organização política que prestigia a livre iniciativa, 
pondo-a como uma das pilastras fundamentais da República Federativa do Brasil 
(Constituição Federal, artigo 1º, inciso IV), é curial que sejam ofertados mecanismos 
de proteção para que a atividade empresarial seja exercida com chances de sucesso. 
Entretanto, não se pode pensar em um Estado absenteísta, pois, conforme já foi 
por mim consignado em escrito anterior, não se pode desconhecer “que entre o 
puro liberalismo dos meios de produção e consumo pregados por ADAM SMITH no 
Século Dezoito e o Estado Social idealizado por KARL MARX, tem preponderância, 
hoje em dia, o que LÉON DIGUIT chamou de “Estado do Bem-Estar”.
Pois bem. O liberalismo que dá tônica à ordem constitucional vigente, e 
nesta está incluída, por óbvio, a ordem econômica, não pode ser exercido sem 
contemplar outras balizas importantes, que asseguram - ou pelo menos pretendem 
assegurar - o chamado Estado Democrático de Direito. Assim é que a atividade 
econômica se submete a vários limites, conforme será adiante analisado, e dentre 
estes está a sujeição ao princípio do desenvolvimento sustentável.
CRISTIANE DERANI informa que a expressão desenvolvimento sustentável, 
dentro da perspectiva de conservação dos recursos naturais, foi usada oficialmente 
como princípio diretor para o planejamento do desenvolvimento econômico pela 
WCED (World Commission on Environment and Development), em 1987, segundo a 
qual “desenvolvimento é sustentável quando satisfaz as necessidades presentes 
sem comprometer a habilidade das futuras gerações em satisfazer suas próprias 
necessidades”. Ao comentar o chamado Informe Brundtland, um estudo de 
alternativas para o meio ambiente e o desenvolvimento, elaborado sob a encomenda 
da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas em 1983, CRISTIANE 
DERANI destaca que o resultado desse ensaio comporta a seguinte norma de 
conduta: “modificar a natureza através de sua apropriação ou através de emissões, 
somente quando for para a manutenção da vida humana ou para a proteção de 
outro valor básico, ou quando for justificada a capacidade de se apropriar dos 
meios sem danificar a sua reprodução. Donde se conclui que a sustentabilidade é 
um princípio válido para todos os recursos renováveis.”.
Dando uma feição mais capitalista à expressão desenvolvimento sustentável, 
o professor norte-americanoDENNIS C. KINLAW prefere chamar desempenho 
sustentável à atuação das empresas que estão em sintonia com as modernas 
preocupações do equacionamento das questões ligadas à produção de bens e 
serviços com a preservação da qualidade de vida no nosso planeta. Registrando 
que no mundo inteiro as empresas estão cada vez mais responsáveis pelos seus 
efeitos ambientais, quer dizer, “estão se tornando verdes”, KINLAW lembra a 
“receita” de MAURICE STRONG, Secretário-Geral da Conferência das Nações 
TÓPICO 3 | EMPRESA E MEIO AMBIENTE
55
Unidas Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (ECO 92): “As empresas 
eficientes estão na dianteira do movimento rumo ao desenvolvimento sustentável. 
As organizações que estão na liderança de uma nova geração de oportunidades 
criada pela transição rumo ao desenvolvimento sustentável serão as mais bem-
sucedidas em termos de lucro e interesses de seus acionistas. As organizações 
defensivas, que continuam enfrentando as batalhas de ontem, ficarão à margem e 
serão tragadas pela contramaré da onda do futuro”.
Destacando a sua preocupação com os desafios apresentados à área 
empresarial com as intervenções - por vezes desastradas e desastrosas - do 
homem no meio ambiente, KINLAW lista as pressões a responder. Dentre estas, a 
observância à lei, propondo o enquadramento das atividades empresariais às normas 
traçadas pelo Estado para a preservação ambiental; os custos punitivos, advindos 
da aplicação de multas ou de condenações reparatórias; a culpabilidade pessoal e a 
possibilidade de prisão dos responsáveis pelos erros da empresa na área ambiental; 
a efetiva participação controladora das organizações ativistas ambientais, a exemplo 
do Greenpeace; a cidadania despertada, com o crescimento de heróis e de causas locais 
e a aceitação social de movimentos como o “Not in my back yard” (Não no meu 
quintal); o advento de códigos internacionais pró-desempenho ambiental; o crescente 
número de investidores ambientalmente conscientes; o refinamento da preferência do 
consumidor e outras pressões importantes.
A preocupação com um respeitável posicionamento das empresas perante 
a sociedade consumidora e crítica vai além dos livros. Por exemplo: o Foro 
Empresarial, organização não-governamental que tem por fito a congregação 
de ideias calcadas no livre-mercado, fez publicar na sua home page as sugestões 
de ação na área de desenvolvimento econômico sustentável, a saber: “examinar 
a responsabilidade do setor privado na preservação do meio ambiente no 
hemisfério e a necessidade de maior conscientização do segmento empresarial 
com relação à importância do desenvolvimento sustentável; examinar as 
divergências e convergências das legislações nacionais sobre meio ambiente e 
seus impactos sobre o comércio na região e elaborar sugestões para um processo 
de harmonização das legislações nacionais que evite transformá-las em barreiras 
ao comércio; enfocar a importância do desenvolvimento de recursos humanos da 
região, em nível condizente com as necessidades da economia globalizada. Isto 
requer forte compromisso com uma estrutura social sadia e habilitada às funções 
do mundo moderno. Indicar mecanismos de trabalho conjunto com os governos, 
principalmente nas áreas de educação, saúde e previdência social.”.
Dos tópicos ora comentados pode advir a conclusão de que a empresa 
moderna tem que estar afinada com os anseios sociais, que são cada dia mais 
presentes em termos ambientais. A permanência de uma empresa no mercado 
passa, inexoravelmente, pela sua capacidade gerencial em adequá-la a esses 
desafios.
FONTE: Adaptado de: CARVALHO, Ivan Lira de. Desenvolvimento sustentável e criatividade. In: A 
Empresa e o Meio Ambiente. Disponível em: <www.jfrn.gov.br/docs/doutrina172.doc>. Acesso 
em: 18 nov. 2008.
56
RESUMO DO TÓPICO 3
Ao final deste tópico, caro(a) acadêmico(a), você pôde estudar os seguintes 
conteúdos relacionados à administração ambiental:
• A importância da administração ambiental para uma organização.
• Que a comunicação é a base para o bom entendimento do meio ambiente.
• A importância de conhecer bem o meio ambiente para preservar.
• As relações de capital x meio ambiente devem ser cooperativas e não 
concorrentes.
• Os modelos de empresas existentes no passado e o atual.
• Modelos de estratégias ambientais que uma empresa pode adotar.
57
Como maneira de compreender melhor o impacto que a atividade industrial 
pode causar ao meio ambiente, recomendamos assistir ao vídeo ou ler o livro 
“Uma Verdade Inconveniente” (An Inconvenient Truth), do ex-vice-presidente 
americano Al Gore.
AUTOATIVIDADE
FICHA TÉCNICA
Título Original: An Inconvenient Truth
Gênero: Documentário
Tempo de Duração: 100 minutos 
Ano de Lançamento (EUA): 2006
Site Oficial: www.climatecrisis.net
Estúdio: Lawrence Bender Productions / Participant Productions
Distribuição: Paramount Classics / UIP 
Direção: Davis Guggenheim 
Produção: Lawrence Bender, Scott Burns, Laurie Lennard e Scott Z. Burns 
Música: Michael Brook e Melissa Etheridge
Edição: Jay Lash Cassidy e Dan Swietlik
SINOPSE
O ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore apresenta uma análise da 
questão do aquecimento global, mostrando os mitos e equívocos existentes em 
torno do tema e também possíveis saídas para que o planeta não passe por uma 
catástrofe climática nas próximas décadas.
FONTE: www.climatecrisis.net
58
59
TÓPICO 4
PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS, ROTULAGEM 
AMBIENTAL E MARKETING VERDE ADOTADO 
PELAS ORGANIZAÇÕES
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Caro(a) acadêmico(a), neste tópico vamos estudar os objetivos e resultados 
das práticas sustentáveis adotados pelas empresas. Trataremos também de 
conceitos e normas sobre rotulagem ambiental e marketing verde adotado pelas 
organizações.
Organizações de todos os tipos e portes adotam algum tipo de prática 
ambiental de acordo com as exigências dos stakeholders. As empresas de modo geral, 
conforme suas necessidades, precisam ter processos sustentáveis e demonstrar 
para as partes interessadas suas ações de sustentabilidade, através do Marketing 
Verde, isto é, agir internamente de forma sustentável, apresentando os resultados 
para os interessados, “stakeholders”.
2 OBJETIVOS E RESULTADOS DE PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS
Os objetivos das práticas sustentáveis são definidos de acordo com os 
resultados que se desejam alcançar. Cada empresa possui particularidades e 
interesses que a direcionam para práticas sustentáveis diferentes uma das outras. 
Algumas empresas decidem adotar normas NBR ISO 14001 como método para 
buscar práticas sustentáveis. Outras definem adotar algum tipo de rotulagem 
ambiental ou selo verde, entre outras comprovações de práticas sustentáveis. 
Nos tópicos seguintes vamos estudar alguns meios utilizados pelas 
organizações para práticas sustentáveis, mas, antes, vamos fazer a leitura de 
artigos referentes a empresas e práticas sustentáveis.
60
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
EMPRESA VERDE: UM DIFERENCIAL PARA SEUS NEGÓCIOS E 
CONSUMIDORES
 
Por Timothy Altaffer, Consultor da Axialent Brasil
Vivemos a época em que as limitações de recursos naturais começam 
a aparecer. Estimativas do Instituto Internacional para o Meio Ambiente e 
Desenvolvimento revelam que, considerando os níveis atuais de produção, as 
reservas de cobre da Terra poderão se esgotar em 28 anos, as de prata em 17 e 
as de estanho em 37 anos. A escassez de água também começa a se tornar um 
problema: segundo projeções dos estudiosos, no ano de 2030 um em cada três 
seres humanos não terá água suficiente para consumo próprio – ou correrá o 
risco de morrer, caso beba a água que estiver disponível.
Com tal cenário, fica ainda mais perceptível a movimentação de 
empresas para se tornarem “sustentáveis”: organizações que não forem 
consideradas “ecoeficientes”terão dificuldades em competir quando os 
recursos se tornarem mais escassos. O meio ambiente entrou definitivamente 
na pauta de negócios. Empresas de todos os setores sabem que só há um 
caminho para se adaptar aos novos tempos: inovar para transformar a crise 
ambiental em vantagem competitiva. 
Essa tendência se acentuou recentemente, quando a consciência 
ambiental se tornou tópico comum nas conversas do mundo corporativo. De 
certo modo, a sustentabilidade começa a ser também um tema importante 
para os consumidores e clientes, que têm a preferência por produtos que não 
prejudiquem o meio ambiente ou que ajudam a comunidade ao redor de sua 
fábrica. Não ter o posicionamento verde é um risco grande para a empresa, 
que pode perder muitos consumidores. 
Desta forma, muitas empresas tentam se reposicionar para se adequar 
aos desejos e expectativas dos clientes. A competitividade entre companhias 
para provar quem é o mais verde, quem é mais consciente, também aumentou. 
Além da imagem positiva para seu público, as empresas estão apurando seu 
senso de ética e começam a perceber a necessidade de existir responsabilidade 
filantrópica na relação com o mercado. 
Algumas instituições já possuem em sua cultura a sustentabilidade. 
Isso facilita todo o processo de consciência na empresa, pois a companhia foi 
formada dessa maneira, isso já está em sua raiz. Infelizmente tal princípio é 
raro: na empreitada de ser conhecido como verde, a maioria das companhias 
decide tomar o caminho mais superficial e menos eficaz. Estas empresas 
acreditam que, por meio de palestras com a participação de colaboradores 
e comunicados ao mercado com mensagens de sustentabilidade, já são 
suficientes para torná-las conhecidas como conscientes. Mas o exercício dessas 
atividades não vão tornar a companhia “verde”. A ideia de sustentabilidade 
deve estar no coração da empresa. 
TÓPICO 4 | PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS, ROTULAGEM AMBIENTAL E MARKETING VERDE ADOTADO PELAS ORGANIZAÇÕES
61
Para se tornar sustentável de verdade, para ter o princípio em seus 
pilares, as companhias devem possuir executivos conscientes, que reconheçam 
as mudanças que o planeta está enfrentando: o líder que traça as estratégias 
da empresa para o futuro, baseado no sucesso do passado, transforma a 
companhia em um fracasso. Incorporar a filosofia verde implica trazer esse 
pensamento para as questões mais profundas da condução de negócio. Os 
processos organizacionais, decisões da alta liderança, de alocação de recursos 
e o envolvimento das pessoas em projetos internos devem ocorrer com a 
sustentabilidade em mente e ser alinhados com o discurso da empresa.
Se a conscientização for profunda e contínua, a organização consegue 
implantar em sua cultura a sustentabilidade. Se for um programa superficial, 
dentro de pouco tempo, a antiga mentalidade pode retornar e os velhos hábitos 
de consumo exagerado e falta de consciência também. A companhia não pode 
se esquecer de seus stakeholders e transmitir a mensagem a todos: deve haver 
uma nova cultura de se relacionar com clientes, comunidade e colaboradores. 
O responsável pelo projeto deve definir quais são os valores individuais 
e da empresa, e começar a trabalhar com essa cultura. No entanto, não será 
simples: as companhias terão que percorrer um longo caminho para se igualar 
a instituições que já foram criadas com a cultura verde. Muitos negócios 
terão que redefinir suas principais vantagens competitivas num mundo com 
recursos restritos. Outros encontrarão novos potenciais de mercado.
O conceito deve se tornar um hábito. O termo “verde” não deve estar 
apenas relacionado à preservação do meio ambiente, mas também com a 
proteção da comunidade. A sustentabilidade precisa ser vista e trabalhada 
como sendo a integração de todas as cadeias de atuação da sociedade em 
sintonia com a natureza. Só assim, todos juntos, podemos atingir um propósito 
maior: manter a qualidade de vida no planeta.
FONTE: Disponível em: <http://rmai.com.br/v4/Read/777/empresa-verde-um-diferencial-para-
seus-negocios-e-consumidores.aspx>. Acesso em: 2 out. 2012.
Podemos verificar no texto que as limitações de recursos naturais influenciam 
indiretamente as empresas a adotarem práticas sustentáveis, pois terão dificuldades 
em competir quando os recursos se tornarem mais escassos. Pode-se evidenciar 
também que as exigências de clientes e consumidores têm levado as empresas a 
demonstrarem que são mais sustentáveis, gerando uma competição entre elas. 
Empresas que não adotarem um posicionamento sustentável correm o risco de 
perder espaço no mercado tão competitivo e exigente conforme vimos no texto.
A Rio + 20 foi um marco importante de debates sobre sustentabilidade 
envolvendo empresas, governos e a sociedade. Veja, a seguir, o que diz a representante 
Marina Grossi, presidente executiva do CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro 
para o Desenvolvimento Sustentável).
62
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
FONTE: Disponível em: <http://www.cebds.org.br/rumo-sustentabilidade/>. Acesso em: 12 jan. 2013.
RUMO À SUSTENTABILIDADE
Por Marina Grossi (*)
A Rio+20 foi um marco da consolidação das empresas no palco principal 
do debate sobre sustentabilidade, ao lado dos governos e da sociedade. É uma 
conquista histórica, principalmente quando se leva em consideração que há 20 
anos, na Rio 92, o setor empresarial era considerado um vilão. No entanto, esse 
reconhecimento ainda não alcançou a sociedade como um todo, principalmente 
os jovens, como se pôde ver na Cúpula dos Povos, em que as empresas ainda 
eram encaradas como forças negativas contra a sustentabilidade. Aproximar 
empresas e sociedade e fazer com que as pessoas queiram estar perto do setor 
empresarial, não só para fiscalizar, mas também para ajudar a construir o caminho 
para a sustentabilidade, é um dos desafios desse período pós-conferência. 
Mais de 300 compromissos individuais de empresas foram registrados no site 
da ONU por meio da parceria entre o Conselho Empresarial Mundial para o 
Desenvolvimento Sustentável (WBCSD, na sigla em inglês) e o Pacto Global. 
Outras se comprometeram com as plataformas transformadoras das Nações 
Unidas, como a Energia Sustentável para Todos, o Desafio de Fome Zero, a 
Plataforma da Indústria Verde e o Instituto Global de Crescimento Verde.
Grandes corporações, instituições de investidores e governos desenharam 
um arcabouço para negócios inclusivos e cinco bolsas de valores mundiais, 
com 4.600 empresas, assumiram compromisso público para a promoção de 
investimentos sustentáveis. No setor agrícola, 16 empresas lançaram princípios 
voluntários de boas práticas e políticas para a agricultura sustentável; 45 
executivos enviaram um comunicado para os governos visando à melhor gestão 
dos recursos hídricos; 400 executivos aderiram aos Princípios de Empoderamento 
das Mulheres; 26 universidades endossaram a Declaração do Ensino Superior, 
que visa incorporar a sustentabilidade no ensino, pesquisa e gestão. Também 
merecem destaque os 10 compromissos assumidos pela Rede Brasileira do Pacto 
Global, com a adesão de aproximadamente 200 executivos; e a criação do Centro 
Mundial de Desenvolvimento Sustentável Rio+ (Centro Rio+), uma ação do 
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e Ministério do 
Meio Ambiente, com o apoio de dezenas de entidades, incluindo o CEBDS.
O caminho será lento se empresas, sociedade e governos trilharem 
percursos separados. Por isso, a contribuição do CEBDS na Rio+20 foi o Visão 
Brasil 2050, um documento que convida todos esses atores a buscar o melhor 
caminho. É uma plataforma de diálogo que, a partir de nove temas, apresenta o 
que deve ser feito para que o país se torne um país sustentável até 2050. Um país 
que terá combatido a corrupção, terá saneamento básico, educação de qualidade, 
será destaque em inovação eque até 2020 terá conseguido dar valor real aos seus 
produtos e serviços. Bastar ter vontade de fazer diferente.
*Marina Grossi é presidente executiva do CEBDS (Conselho 
Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável)
TÓPICO 4 | PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS, ROTULAGEM AMBIENTAL E MARKETING VERDE ADOTADO PELAS ORGANIZAÇÕES
63
Novamente podemos verificar no texto a importância, os compromissos e 
os grandes desafios das empresas rumo à sustentabilidade.
Mas afinal, como alcançar a sustentabilidade?, como agir de forma 
sustentável?, quais objetivos e resultados de práticas sustentáveis?. Veja, a seguir, 
o artigo sobre essas questões.
O FUTURO A GENTE FAZ AGORA
UM PROBLEMA QUE LEVANTA MUITAS QUESTÕES EXIGE MÚLTIPLAS 
RESPOSTAS
PLANETA SUSTENTÁVEL
Por Caco de Paula, jornalista e publisher do Planeta Sustentável
Atender às necessidades do presente sem comprometer as possibilidades 
de as futuras gerações atenderem às suas próprias necessidades. Esta é uma 
das definições mais abrangentes de sustentabilidade.
Para ser sustentável, qualquer empreendimento humano deve ser 
ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e 
culturalmente aceito. Mas esses conceitos, que parecem óbvios, simples sinais 
de bom senso, infelizmente ainda estão longe da prática cotidiana de muitas 
pessoas, grupos, empresas e governos. Tanto que um movimento mundial pela 
sustentabilidade surge como resposta ao seu contrário: a insustentabilidade 
provocada pelo que é ecologicamente errado, economicamente inviável, 
socialmente injusto, culturalmente inaceitável. 
Para agir de forma sustentável, devemos ter visão de longo prazo, 
consciência de que nossas relações sociais e nosso estilo de vida impactam 
diretamente a realidade à nossa volta - e que devemos ter solidariedade 
com nossos descendentes. Para que isso aconteça de fato, é preciso entender 
a construção da sustentabilidade como um desafio de muitas faces. Só assim 
conseguiremos encontrar as múltiplas respostas que o problema impõe. É 
exatamente essa a missão do projeto Planeta Sustentável, que se destina a 
estimular o debate, reconhecer boas práticas e difundir conhecimento. A face 
mais visível desse desafio está ligada ao ambiente, principalmente por causa da 
emergência do aquecimento global, hoje, mais do que um alerta, dramático sinal 
das consequências causadas pelo que fizemos e pelo que deixamos de fazer. 
Sustentabilidade é um tema em construção. Há muito o que aprender 
a respeito. Mas já sabemos que tem a ver com atos de nosso cotidiano. Desde 
estilo de vida e consumo de cada um de nós, até a forma como lidamos ou 
deixamos de lidar com o lixo que produzimos. Tem a ver com a maneira como 
usamos os recursos e energias disponíveis. Tem muito a ver com nossa atitude 
em cada momento de nossas vidas. 
Nem sempre, é claro, problemas e soluções estão diretamente nas mãos 
de cada um de nós. Mas, de alguma maneira, ainda que indireta, podemos 
64
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
influir em decisões que dependem de políticos que elegemos ou deixamos 
que fossem eleitos, ou de empresas que são mantidas por quem compra seus 
produtos. É nessas esferas, político-econômicas, que estão grandes decisões 
a respeito de modelos de desenvolvimento, políticas de saúde, projetos de 
educação. Hoje, cada vez mais, as pessoas entendem os problemas da biosfera 
e passam a pensar globalmente. Isso é ótimo. Mas não é tudo. É preciso também 
pensar e agir localmente. Procurar ter mais influência no que acontece em 
nossa própria cidade. Saber o que e como pode ser feito em soluções para a 
casa e a cidade. 
O Planeta Sustentável tem a participação de dezenas de revistas e sites da 
Editora Abril e conta com um conselho consultivo, composto por especialistas 
de diversas áreas, além de representantes de empresas patrocinadoras (veja 
nos Canais Especiais) interessadas na difusão de conhecimentos. Em sua 
primeira fase de um ano, o projeto prevê a realização de fóruns de discussão e 
de produção de conteúdo capaz de informar e qualificar as ações. E, para isso, 
se propõe a manter um constante debate, com a participação de uma série de 
organizações convidadas. 
Algum sábio já disse que é melhor resolver os problemas quando eles 
ainda são pequenos. Em muitos dos desafios que temos de enfrentar para 
conseguir uma vida mais sustentável, talvez já tenhamos perdido algumas 
oportunidades de enfrentar problemas ainda pequenos. Mas é sábio lidar 
com eles antes que cresçam ainda mais. Para isso, é preciso enxergá-los 
imediatamente, ver quais são as soluções possíveis e buscá-las. Essa é a nossa 
missão - e o convite para que você participe da construção de algo a ser legado 
às próximas gerações: um planeta sustentável. 
FONTE: Disponível em: <http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/sustentabilidade/conteudo_226382.
shtmlCaco de Paula>. Acesso em: 24 fev. 2013.
Os meios para alcançar a sustentabilidade são diferenciados, mas as 
empresas, de modo geral, pretendem com essas práticas a preservação do meio 
ambiente, responsabilidade social e econômica. 
As pessoas têm papel importante no processo de sustentabilidade, mudando 
o estilo de vida em relação ao meio ambiente, tendo um consumo sustentável, 
participando das ações ambientais movidas pelo governo e empresas. 
Os objetivos gerais e resultados esperados por todos são: atender às 
necessidades do presente sem comprometer as possibilidades de as futuras 
gerações atenderem às suas próprias necessidades. 
TÓPICO 4 | PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS, ROTULAGEM AMBIENTAL E MARKETING VERDE ADOTADO PELAS ORGANIZAÇÕES
65
Segundo a norma NBR ISO 14020, rotulagem ambiental é um conjunto 
de instrumentos informativos que procura estimular a procura de produtos 
e serviços com baixos impactos ambientais através da disponibilização de 
informação relevante sobre os seus desempenhos ambientais.
 A Organização Internacional de Normalização (ISO) determinou 
um conjunto de critérios para avaliar os esquemas de rotulagem ambiental, 
conhecida pela série ISO 14020. De acordo com a classificação ISO existem três 
tipos voluntários de esquemas de rótulos ambientais:
Tipo I: Rótulos ambientais certificados 
Tipo II: Autodeclarações 
Tipo III: Declarações Ambientais do Produto, EPDs
A NBR ISO 14024 estabelece quinze princípios e práticas para a rotulagem 
ecológica 
Esta Norma estabelece os princípios e procedimentos para o 
desenvolvimento de programas de rotulagem ambiental do tipo l, incluindo 
a seleção de categorias de produtos, critérios ambientais dos produtos 
e características funcionais dos produtos, e para avaliar e demonstrar 
sua conformidade. Esta Norma também estabelece os procedimentos de 
certificação para a concessão do rótulo.
3 CONCEITOS, NORMAS E OBJETIVOS DA ROTULAGEM 
AMBIENTAL
Existe uma grande variedade de rótulos e declarações de desempenho 
ambiental, quer voluntários quer obrigatórios.
Conforme Tachizawa (2010, p. 77), “Os Programas de rotulagem ambiental 
adotados em diferentes países são criados com base em análise de ciclo de vida 
e conferidos por instituições independentes, sejam governamentais, sejam não 
governamentais”. 
Os primeiros rótulos foram adotados na década de 40 do século XX 
nos produtos tóxicos com advertências acerca de sua composição e uso. Mas a 
disseminação dos processos de certificação e rótulos ambientais datam da década 
de 70 do século passado devido a vários acidentes ambientais.
Veja o que diz a NBR ISO 14020 e NBR ISO 14024 sobre rotulagem ambiental:
FONTE: Disponível em: <http://www.startipp.gr/toolkit3_pt.htm>. Acesso em: 13 jan. 2013.
FONTE: Disponível em: <http://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=1255>. Acesso em: 13 
jan. 2013.
66
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
Mas afinal, quais são os principais selos? Quaissão os principais selos 
ecológicos no mercado? Veja, a seguir, um texto publicado sobre o assunto.
UNI
Caro(a) acadêmico(a), você pode aprofundar os estudos sobre o assunto nos sites 
pesquisados.
EXISTEM MAIS DE 30 CERTIFICADORAS VERDES NO PAÍS, MAS ESSA 
DIVERSIDADE DE SELOS PODE CONFUNDIR
Por *Yuri Vasconcelos, Elisa Correa, Liane Alves e Priscilla Santos
Existem mais de 30 certificadoras “verdes” no país, mas, segundo 
Lisa Gunn, coordenadora executiva do Instituto de Defesa do Consumidor 
(Idec), essa diversidade de selos pode confundir. “O consumidor deve ficar 
atento para distinguir entre uma certificação conferida por um organismo 
independente e os selos autodeclaratórios, que são colocados nos produtos 
pelos próprios fabricantes”, diz. Confira abaixo os principais selos ecológicos 
do mercado conferidos por certificadoras terceirizadas.
ISO 14001 
O que certifica: sistema de gestão ambiental de empresas e 
empreendimentos de qualquer setor.
Como é: em sua operação, a empresa deve levar em conta o uso racional 
de recursos naturais, a proteção de florestas e a preservação da biodiversidade, 
entre outros quesitos. No Brasil, quem confere essa certificação é a Associação 
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Ao contrário das demais certificações, 
não há um selo visível em produtos. Para saber se uma empresa tem o ISO 14001, 
deve-se consultar seu site ou centro de atendimento ao cliente. <www.abnt.org>
TÓPICO 4 | PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS, ROTULAGEM AMBIENTAL E MARKETING VERDE ADOTADO PELAS ORGANIZAÇÕES
67
FSC (Forest Stewardship Council) 
O que certifica: áreas e produtos florestais, como toras de madeira, 
móveis, lenha, papel, nozes e sementes. Como é: atesta que o produto vem 
de um processo produtivo ecologicamente adequado, socialmente justo e 
economicamente viável. Dez princípios devem ser atendidos, entre eles a 
obediência às leis ambientais, o respeito aos direitos dos povos indígenas e a 
regularização fundiária. <www.fsc.org.br>
Outro selo dessa categoria: Ceflor
LEED (Liderança em Energia e Design Ambiental) 
O que certifica: prédios e outras edificações.
Como é: concedido a edificações que minimizam impactos ambientais, 
tanto na fase de construção quanto na de uso. Materiais renováveis, implantação 
Procel
 
O que certifica: equipamentos eletrônicos e eletrodomésticos.
Como é: o selo do Programa Nacional de Conservação de Energia 
Elétrica indica os produtos que apresentam os melhores níveis de 
eficiência energética dentro de cada categoria. Os equipamentos passam 
por rigorosos testes feitos em laboratórios credenciados no programa. 
<www.eletrobras.gov.br/procel>
68
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
de sistemas que economizem energia elétrica, água e gás e controle da poluição 
durante a construção são alguns dos critérios. <www.usgbc.org/leed>
Rainforest Alliance Certified
O que certifica: produtos agrícolas como frutas, café, cacau e chás. Como 
é: trata-se de uma certificação socioambiental. Comprova que os produtores 
respeitam a biodiversidade e os trabalhadores rurais envolvidos no processo. 
Com grande aceitação na Europa e nos EUA, é auditado no Brasil pelo Instituto 
de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora). <www.imaflora.org>
ECOCERT 
O que certifica: alimentos orgânicos e cosméticos naturais ou orgânicos. 
Como: os alimentos processados devem conter um mínimo de 95% de 
ingredientes orgânicos para serem certificados. Para ganhar um selo de cosmético 
orgânico, um produto deve ter ao menos 95% de ingredientes vegetais e 95% 
destes ingredientes devem ser orgânicos certificados – no caso de cosméticos 
naturais, 50% dos insumos vegetais devem ser orgânicos. O selo Ecocert é um 
só (este ao lado). Mas, por contrato com a certificadora, o fabricante é obrigado a 
identificar no rótulo se o produto é orgânico ou natural. <www.ecocert.com.br>
TÓPICO 4 | PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS, ROTULAGEM AMBIENTAL E MARKETING VERDE ADOTADO PELAS ORGANIZAÇÕES
69
IBD (Instituto Biodinâmico) 
O que certifica: alimentos, cosméticos e algodão orgânicos. 
Como é: além de cumprir os requisitos básicos para a produção 
orgânica (como fazer rotação de culturas e não usar agrotóxicos), garante 
que a fabricação daquele produto obedece ao Código Florestal Brasileiro e às 
leis trabalhistas. Os produtos industrializados devem ter ao menos 95% de 
ingredientes orgânicos certificados – a água e o sal são desconsiderados nesse 
cálculo tanto para cosméticos quanto para alimentos. <www.ibd.com.br> 
Outros selos dessa categoria: Ecocert (leia acima), Demeter, CMO 
(Certificadora Mokiti Okada) e IMO (Institute for Marketecology).
O QUE É RÓTULO ECOLÓGICO
O Rótulo Ecológico ABNT é um programa de rotulagem 
ambiental (Ecolabelling), que é uma metodologia voluntária de certificação e 
rotulagem de desempenho ambiental de produtos ou serviços que vem sendo 
praticada ao redor do mundo. 
É um importante mecanismo de implementação de políticas 
ambientais dirigido aos consumidores, auxiliando-os na escolha de produtos 
menos agressivos ao meio ambiente. É também um instrumento de marketing 
para as organizações que investem nesta área e querem oferecer produtos 
diferenciados no mercado.
 
 A atribuição do Rótulo Ecológico (Selo Verde) é similar a uma premiação, 
uma vez que os critérios são elaborados visando à excelência ambiental 
para a promoção e melhoria dos produtos e processos de forma a atender às 
preferências dos consumidores. 
FONTE: Disponível em: <http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/desenvolvimento conteudo 
_298573.shtml>. Acesso em: 13 jan. 2013.
70
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
Em contraste com outros símbolos “verdes” ou declarações feitas por 
fabricantes ou fornecedores de serviços, um rótulo ambiental é concedido 
por uma entidade de terceira parte, de forma imparcial, para determinados 
produtos ou serviços que são avaliados com base em critérios múltiplos 
previamente definidos.
BENEFÍCIOS 
• o mercado consumidor está cada vez mais preocupado em adquirir 
produtos produzidos de forma ecologicamente correta;
• o rótulo ecológico ABNT é uma garantia de que o produto/serviço da empresa 
tem menor impacto ambiental do que seu similar que não tem o rótulo;
• garante ao mercado que a sua empresa está preocupada com as próximas 
gerações;
• preservação do meio ambiente;
• redução de desperdícios (reciclagem);
• aumento da receita (venda de refugos para reciclagem);
• visibilidade da empresa no mercado;
• diferenciação no mercado;
• aumento das possibilidades de exportação.
FONTE: Adaptado de: <http://www.abntonline.com.br/rotulo/Abnt.aspx>. Acesso em: 8 jan. 2013.
Leia agora as perguntas frequentes sobre Rótulo Ecológico.
TÓPICO 4 | PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS, ROTULAGEM AMBIENTAL E MARKETING VERDE ADOTADO PELAS ORGANIZAÇÕES
71
1. Que tipo de empresa pode solicitar a concessão do Rótulo Ecológico?
Em princípio, qualquer empresa pode solicitar a concessão do Rótulo 
Ecológico ABNT. Entretanto, todas as solicitações estão sujeitas a uma análise 
técnica de viabilidade. 
2. Que tipo de produto/serviço pode ser rotulado?
Em princípio, qualquer produto/serviço pode receber o Rótulo 
Ecológico ABNT. Entretanto, todas as solicitações estão sujeitas a uma análise 
técnica de viabilidade. 
3. Em quanto tempo a empresa pode obter a concessão do Rótulo Ecológico?
Caso já existam critérios para o produto/serviço em questão e a 
empresa já esteja adequada aos critérios, o processo de certificação leva de 45 
a 60 [dias], em média. Caso seja necessário desenvolver critérios, o processo 
completo pode levar de 4 a 6 meses. 
4. O que a empresa precisa para solicitar a concessão do Rótulo Ecológico?
A empresa deve preencher o Questionário de Avaliação Preliminar,disponível no seguinte endereço eletrônico: http://www.abntonline.com.
br/rotulo/Cadastro.aspx. De posse do questionário preenchido a ABNT irá 
elaborar uma proposta técnico-comercial. 
5. Preciso certificar todos os produtos da empresa ou apenas uma linha deles?
A empresa pode optar pela certificação de apenas uma linha de 
produtos.
6. Existe a necessidade de estar em conformidade com a Norma ABNT NBR 
14024 para obter a concessão do Rótulo Ecológico?
Não. A empresa deve se adequar ao Procedimento Específico para a 
certificação do seu produto/serviço. 
7. O que significa GEN?
GEN significa Global Ecolabelling Network. O GEN é uma organização 
não governamental que desenvolve e promove a rotulagem ambiental de 
produtos e serviços ao redor do mundo. Esta organização concentra informações 
referentes a critérios ambientais estabelecidos pelo mundo, sendo utilizada 
como fonte de pesquisa para o desenvolvimento dos critérios da ABNT. 
8. O que o Rótulo Ecológico pode trazer de benefícios para a minha empresa?
• Garante ao mercado que a sua empresa está preocupada com as próximas 
gerações.
• Redução de desperdícios (reciclagem).
• Visibilidade/diferenciação da empresa no mercado.
• Aumento das possibilidades de exportação.
72
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
• Marketing, considerando que o rótulo ecológico ABNT é uma garantia de 
que o produto/serviço da empresa tem menor impacto ambiental do que 
seu similar que não tem o rótulo. 
9. Qual o custo da obtenção do Rótulo Ecológico ABNT?
O custo varia de acordo com diversos fatores tais como: tamanho da 
empresa, quantidade de sites que fabricam o produto, tipo de produto a ser 
certificado, quantidade de produtos diferentes a serem certificados, entre outros. 
10. Onde pode ser utilizado o logo do Rótulo Ecológico, após a concessão da 
certificação?
O logo do Rótulo pode ser colocado no próprio produto ou na sua 
embalagem. Para a certificação de serviço pode ser divulgado em sites, 
panfletos, entre outros meios de comunicação. 
11. Um produto com o Rótulo Ecológico atende aos requisitos das construções 
sustentáveis?
Os produtos que obtêm o Rótulo Ecológico ABNT comprovam ter 
menor impacto ambiental que seus similares existentes no mercado, ao longo 
de todo seu ciclo de vida. Portanto apresentam as características necessárias 
para atender a requisitos gerais de sustentabilidade. 
12. Existem níveis de certificação de Rotulagem Ambiental?
O programa de rotulagem ambiental da ABNT não estabelece níveis 
de certificação. 
FONTE: Disponível em: <http://www.abntonline.com.br/rotulo/faq.html>. Acesso em: 8 jan. 2013.
Como você pode perceber, existe uma grande variedade de rótulos e 
declarações de desempenho ambiental, quer voluntários quer obrigatórios. Cabe 
aos administradores verificar a sua importância e definir qual o mais adequado 
que atende os objetivos da empresa em que atua.
Caro(a) acadêmico(a), consulte o site ABNT <http://www.abntonline.com.
br/rotulo/Abnt.aspx> e aprofunde seus conhecimentos sobre os critérios e os 
detalhes de todos os produtos que obtiveram o RÓTULO ECOLÓGICO ABNT. 
4 MARKETING VERDE NAS ORGANIZAÇÕES
Como vimos nos tópicos anteriores, a preocupação com as questões de 
sustentabilidade movimenta o mercado globalizado. Veja, a seguir, artigo sobre 
marketing ambiental.
TÓPICO 4 | PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS, ROTULAGEM AMBIENTAL E MARKETING VERDE ADOTADO PELAS ORGANIZAÇÕES
73
O MARKETING AMBIENTAL TAMBÉM CONHECIDO COMO 
MARKETING VERDE, ECOLOGICAMENTE CORRETO OU 
ECOMARKETING
O marketing ambiental pode ser assimilado pelas empresas como uma 
ferramenta estratégica. Para viabilizar este objetivo é necessário desenvolver uma 
cultura de comunicação capaz de integrar conteúdos de vários departamentos 
técnicos ligados ao meio ambiente e qualidade de vida. É responsável em dar 
forma à política ambiental da empresa, auxiliando a otimizar e a implementar 
seu aperfeiçoamento integrado a um Sistema de Gestão Ambiental (SGA).
Trata-se de uma ferramenta capaz de projetar e sustentar a imagem 
da empresa, difundindo-a com uma nova visão de mercado, destacando 
sua diferenciação ecologicamente correta com a sociedade, fornecedores, 
funcionários e com o mercado. O marketing ambiental é também conhecido 
como marketing verde, ecologicamente correto ou ecomarketing. Extrapola 
a mera publicidade ou divulgação dos produtos ou serviços oferecidos por 
empresas que querem veicular na mídia e no meio profissional ou para o 
consumidor a aplicação de métodos ambientalmente corretos aplicados ao seu 
gerenciamento interno ou na produção ou prestação de serviços.
O marketing verde é uma verdadeira e ampla adoção de políticas 
ambientais que vão do início, desde a coleta da matéria-prima até sua 
disposição; é a compreensão gerencial ampla, dotada de métodos abrangentes 
e envolventes. Envolve a área de recursos humanos, ciência e tecnologia, 
educação, tudo enfim que estiver envolvido com a produção ou a prestação 
de serviços. Será uma necessidade empresarial. A empresa poluidora 
ou eticamente incorreta sob o ponto de vista ambiental será expurgada 
gradativamente pelos consumidores.
O marketing ambiental não se limita à promoção de produtos que tenham 
alguns atributos verdes (tais como recicláveis e produtos que não destruam 
a camada de ozônio). Isso porque, para posicionar-se como ambientalmente 
responsável, a empresa deve, antes de mais nada, organizar-se para ser uma 
empresa ambientalmente responsável em todas as suas atividades. Para 
isso, todos os funcionários devem estar conscientes de que a empresa não 
pode ter nenhuma falha em seu comportamento ambiental, pois é muito 
difícil e demorado o processo de reconstrução da imagem de uma empresa 
previamente retratada na mídia como ambientalmente irresponsável. Além 
disso, a empresa deve adotar um comportamento proativo, ou seja, deve estar 
sempre aperfeiçoando seu comportamento ambiental, pois as expectativas 
da população quanto ao verde está em constante mudança e os objetivos que 
as empresas devem buscar atingir, em termos de emissões atmosféricas, por 
exemplo, são ideais (emissão zero de partículas poluentes). Por isso, para 
atingir tais objetivos, as empresas devem traçar metas cada vez mais rígidas.
Alguns (bons) motivos para que a sua empresa adote um programa 
de marketing ambiental
1. Funcionários e acionistas sentem-se melhor por estarem associados 
a uma empresa ambientalmente responsável, e essa satisfação pode até mesmo 
resultar em aumento de produtividade da empresa.
74
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
2. Redução de custos - Ocorre à medida que a poluição representa 
materiais mal aproveitados devolvidos ao meio ambiente, ou seja, a maior parte 
da poluição resulta de processos ineficientes, que não aproveitam completamente 
os materiais utilizados. Além disso, a simples auditoria ambiental pode 
identificar custos desnecessários que a empresa pode eliminar.
3. Facilidades na obtenção de recursos - Bancos e, principalmente, 
organizações de desenvolvimento (como o BNDES e o BID) oferecem linhas 
de crédito específicas para projetos ligados ao meio ambiente com melhores 
condições, tais como maior prazo de carência e menores taxas de juros. Além 
disso, a maior parte dos bancos analisa a performance ambiental das empresas no 
momento de conceder financiamentos. Dessa forma, empresas mais agressivas 
ao meio ambiente podem precisar pagar juros mais altos ou até mesmo ver 
negado seu pedido de financiamento.
4. Pressão governamental - Os diversos governos no mundo, através 
de legislação, vêm buscando punir, através de multas e proibições, práticas 
das empresas que tenham impactos ambientais significativos. A legislação 
vem sendo cada vez mais rigorosa na busca pelo "Impacto Ambiental Zero". 
O governo ainda podeatuar através de suas compras, ou seja, proibindo 
a aquisição, por parte de suas empresas e órgãos, de produtos que afetem 
significativamente o ambiente físico e estimulando a consumo de produtos 
"ecologicamente corretos".
5. Pressão das ONGs - As diversas ONGs pressionam empresas através 
de campanhas veiculadas na imprensa e lobby com legisladores. Empresa 
sob a mira de uma das principais ONGs será bombardeada na imprensa e 
provavelmente passará a ser percebida pela população como ambientalmente 
irresponsável, o que representa forte publicidade negativa.
Alguns termos ligados ao marketing ambiental
Auditoria ambiental: análise dos processos e produtos da empresa 
para avaliar seus impactos ambientais.
Certificação ambiental: certificados conferidos por organizações 
independentes que garantem que a empresa certificada mantém em 
funcionamento um sistema de garantia da qualidade ambiental. A certificação 
ambiental mais importante é a da série ISO 14000.
Ciclo de vida: período que abrange todas as diversas fases da "vida" 
de um produto, que se inicia com a obtenção da matéria-prima até o momento 
em que ele é descartado, passando pelo seu processo de produção, embalagem 
e transporte, entre outros.
Impacto ambiental: efeito de degradação do meio ambiente causado 
por um produto (seja em sua fabricação, utilização, embalagem ou descarte) 
ou empresa.
Marketing verde: é representado pelos esforços das organizações em 
satisfazer às expectativas dos consumidores por produtos que determinem 
menores impactos ambientais ao longo de seu ciclo de vida (produção, 
TÓPICO 4 | PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS, ROTULAGEM AMBIENTAL E MARKETING VERDE ADOTADO PELAS ORGANIZAÇÕES
75
embalagem, consumo, descarte...) e a divulgação desses esforços de modo a 
gerar maior consumo desses produtos e maiores lucros para as empresas.
ONGs: Organizações Não Governamentais, empresas independentes, 
sem vínculo com entidades oficiais.
Rotulagem ambiental: são os chamados "selos verdes", conferidos por 
organizações independentes, assegurando a qualidade ambiental de produtos.
Quando a questão do marketing ambiental é aplicável a empresas que 
comercializam bens e/ou serviços relacionados ao controle ambiental, tudo 
anteriormente exposto deve ser tratado pensando que o seu cliente comprador 
dispõe de um mínimo de cultura ambiental crescente e conhecimentos técnicos 
suficientes para diferenciar o que é um simples argumento de propaganda, 
uma apologia, o que, dependendo do caso, pode até resultar em dúvidas ou 
desqualificações.
Hoje, as equipes envolvidas na compra ou contratação conseguem 
avaliar e diferenciar, não somente aquilo que é mostrado e até demonstrado 
no produto ou serviço, os conhecimentos culturais dos contratos diretos, assim 
como verificar o engajamento e conhecimento da empresa na problemática e 
soluções ambientais no contexto global, questões essas cada vez mais relevantes.
À medida que a humanidade vai tomando consciência de seu papel 
social, muito se tem questionado acerca da responsabilidade social de algumas 
empresas, perante o impacto ambiental negativo decorrente das atividades 
produtivas e mercadológicas. O processo de industrialização percorrido pelas 
nações ao longo dos últimos séculos trouxe, de um lado, diversos benefícios 
econômicos e, de outro, sérias consequências ambientais. Se é permitido à 
humanidade usufruir, nesta era virtual, do conforto proporcionado por uma 
vasta gama de produtos e serviços, não se pode esquecer que muitos destes 
benefícios tiveram um custo ambiental bastante elevado. Nos últimos anos, 
os governos de diversos países, em parceria com a iniciativa privada, têm se 
mobilizado em busca de soluções para o conflito desenvolvimento econômico 
e preservação ambiental. O chamado desenvolvimento sustentável ainda está 
longe de ser alcançado pelos países e suas organizações, tendo em vista os 
inúmeros problemas ambientais decorrentes das atividades produtivas tais 
como: efeito estufa, chuva ácida, lixo nuclear, poluição atmosférica e aquática, 
entre outros. Exatamente por isto é preciso repensar a atividade produtiva 
e mercadológica, a fim de que se possam encontrar soluções viáveis para o 
conflito capital e natureza e também conciliar os interesses de governos, 
FONTE: <www.amda.org.br>. Disponível em: <http://ambientes.ambientebrasil.com.br/gestao/
artigos/marketing_ambiental.html?query=Marketing+Ambiental>. Acesso em: 13 jan. 2013.
Veja, a seguir, artigo sobre marketing verde e aprofunde ainda mais seus 
conhecimentos.
76
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
empresas e sociedade neste processo. E um dos recursos mercadológicos, que, 
a princípio, permite que as organizações sejam lucrativas e ao mesmo tempo 
ambientalmente responsáveis é a implantação do chamado marketing verde.
O MARKETING ECOLÓGICO E A PRESERVAÇÃO AMBIENTAL
O termo marketing verde, ecológico ou ambiental, surgiu nos anos setenta, 
quando a AMA (American Marketing Association) realizou um workshop com a 
intenção de discutir o impacto do marketing sobre o meio ambiente. Após esse 
evento o marketing ecológico foi assim definido: “O estudo dos aspectos positivos 
e negativos das atividades de marketing em relação à poluição, ao esgotamento 
de energia e ao esgotamento dos recursos não renováveis”. Posteriormente, o 
marketing ambiental também foi discutido por Kotler que o definiu como sendo: 
“[...] um movimento das empresas para criar e colocar no mercado produtos 
ambientalmente responsáveis em relação ao meio ambiente”. Polonsky, autor 
de várias obras sobre o tema, propõe um conceito para o marketing verde, que 
ele próprio considera como sendo o conceito mais abrangente: “Marketing 
verde ou ambiental consiste em todas as atividades desenvolvidas para gerar e 
facilitar quaisquer trocas com a intenção de satisfazer os desejos e necessidades 
dos consumidores, desde que a satisfação de tais desejos e necessidades ocorra 
com o mínimo de impacto negativo sobre o meio ambiente”. 
O marketing ecológico consiste, portanto, na prática de todas aquelas 
atividades inerentes ao marketing, porém incorporando a preocupação 
ambiental e contribuindo para a conscientização ambiental por parte do 
mercado consumidor.
Ao adotar o marketing verde, a organização deve informar a seus 
consumidores acerca das vantagens de se adquirir produtos e serviços 
ambientalmente responsáveis, de forma a estimular (onde já exista) e despertar 
(onde ainda não exista) o desejo do mercado por esta categoria de produtos. O 
marketing moderno consiste em criar e ofertar produtos e serviços capazes de 
satisfazer os desejos e necessidades dos consumidores. No marketing verde, os 
consumidores desejam encontrar a qualidade ambiental nos produtos e serviços 
que adquirem. Percebemos, assim, que nenhum esforço por parte das empresas tem 
sentido, se os consumidores insistirem em continuar consumindo determinados 
bens que agridam a natureza. Por exemplo, uma indústria têxtil pode substituir 
peles de ursos, ovelhas, tigres e outras espécies por fibras sintéticas; mas se o 
desejo dos consumidores for o de continuar adquirindo vestimentas feitas a partir 
da pele destes animais, o esforço da organização, por mais bem intencionado que 
seja, não causará nenhum impacto positivo sobre a demanda. 
A PRESERVAÇÃO DAS ESPÉCIES E SEUS HABITATS NATURAIS
Apesar da importância da flora e da fauna para gerar produtos que 
atendam às necessidades dos consumidores, sabemos que muitas espécies estão 
em processo de extinção e, portanto, precisam ser poupadas. A preservação 
TÓPICO 4 | PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS, ROTULAGEM AMBIENTAL E MARKETING VERDE ADOTADO PELAS ORGANIZAÇÕES
77
de espécies animais e vegetais, quando o marketing verde é adotado por 
uma empresa, pode ocorrer de duas formas. A primeira é quando durante 
o processo produtivo a empresanão causou danos a estas espécies ou pelo 
menos procurou minimizá-los. Podemos citar como exemplo a L’ácqua di Fiori, 
empresa do setor de cosméticos, que garante que seus produtos não são testados 
em animais. A segunda forma é quando uma empresa realiza ou patrocina 
um projeto com o objetivo de salvaguardar determinada espécie animal em 
extinção ou recuperar determinada área ambientalmente degradada. Neste 
caso, não há necessidade de a empresa, que desenvolveu a ação ambiental 
corretiva, ser a própria empresa responsável pela degradação ou uma 
empresa cujas atividades possam impactar negativamente o meio ambiente. 
Tal ação pode ser promovida por qualquer empresa, independentemente do 
setor econômico do qual ela faça parte, como é o caso do Unibanco com o 
programa Unibanco Ecologia, responsável por patrocinar projetos ecológicos. 
Contudo, algumas ações ecológicas, em nível de fortalecimento da imagem 
institucional, costumam surtir mais efeito quando são realizadas por empresas 
cujas atividades estão diretamente relacionadas ao meio ambiente. Exemplo 
disto é a MBR (Minerações Brasileiras Reunidas) com a recuperação da 
Praça da Liberdade em Belo Horizonte. O fato de a empresa ter literalmente 
destruído a Serra do Curral deixou-a numa posição desfavorável em relação 
à sua imagem no mercado; como pode ser confirmado com as comunidades 
adjacentes à área onde a empresa minera. Entretanto, parte desta credibilidade 
corporativa perante a opinião pública foi resgatada após a recuperação da 
praça, sendo que o trabalho foi muito bem desenvolvido e apreciado pela 
maioria da população que teve este importante espaço público revitalizado. 
Contudo, uma questão problemática referente ao patrocínio de projetos, e 
que não pode deixar de ser considerada, é que assim como ocorre nas outras 
formas de marketing institucional como o marketing esportivo e o cultural, em 
que a organização somente patrocina o atleta ou o artista que já tem uma certa 
projeção no mercado, no marketing verde costuma ocorrer o mesmo. Muitas 
empresas dão prioridade a projetos ecológicos que têm como alvo áreas que 
possuem forte imageabilidade e destaque na cidade, como os chamados 
cartões-postais, quando nem sempre estas áreas são as prioritárias. Não é raro 
constatar a existência de outras áreas, cujo estado de degradação se encontra em 
nível muito mais avançado e, portanto, necessitando urgentemente de serem 
recuperadas. Porém, se forem áreas periféricas e de pouco destaque dificilmente 
despertarão a atenção das empresas. Aliás, as áreas periféricas, devido à maior 
concentração de miséria, geralmente são as mais ambientalmente degradadas. 
Neste caso, o problema ambiental torna-se difícil de ser resolvido, porque o 
Poder Público, que, na verdade, é o responsável por gerir o meio ambiente, 
promove ações paliativas e sem continuidade. Além destes problemas que 
envolvem o patrocínio de projetos, existem alguns feitos ecológicos realizados 
por algumas empresas, que não passam de cumprimento a determinadas 
penalidades, aplicadas exatamente pelo fato de elas terem agredido o meio 
ambiente. Exemplo disto é o de uma empresa que devastou uma área proibida 
na capital mineira e por isso foi penalizada pela PBH, tendo que refazer o 
78
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
plantio das mudas arrancadas por toda a cidade. Para aqueles que transitam 
por Belo Horizonte e não sabem do que está por trás das inúmeras árvores, 
que exibem a marca da empresa em suas redes de proteção, pode parecer 
que esta se preocupou com a natureza e com a qualidade de vida de seus 
consumidores, quando, na realidade, o que ocorreu foi o contrário. Este é um 
exemplo de penalidade que acabou se transformando numa ferramenta da 
propaganda verde. E assim como o marketing não se resume em propaganda 
(ao contrário do que muitos pensam), o marketing verde também não está 
restrito à propaganda ecológica. No marketing verde, o ideal é que as empresas 
adotem a chamada comunicação de atitude, ou seja, divulguem o que elas 
realmente têm desenvolvido em prol do meio ambiente e não o que existe 
de belo na natureza para ser explorado em mera campanha publicitária. A 
despeito disto, muitas empresas associam suas marcas a imagens ecológicas 
como: matas, cachoeiras, pássaros, montanhas etc. sem nada contribuírem 
para a preservação destes ecossistemas. Tais empresas não estão realizando, de 
fato, o marketing ecológico, pois suas ações se restringem à mera propaganda. 
Além disto, as ações de marketing ambiental devem estar integradas às ações 
de marketing social e de marketing de relacionamento, porque o marketing 
verde propõe uma abordagem integrada das relações da empresa com seus 
públicos internos e externos, buscando assim a satisfação de todos: empresas, 
consumidores e meio ambiente.
A PRESERVAÇÃO DOS RECURSOS ESCASSOS
Se formos analisar o conceito de escassez na ótica econômica, 
percebemos que, de um lado, temos os recursos naturais que são limitados 
e, de outro, as necessidades humanas, que são ilimitadas. Como os recursos 
são escassos, torna-se uma condição indispensável ao pleno desenvolvimento 
econômico de um país a maximização da eficiência produtiva através da 
correta alocação destes recursos para satisfazer as demandas sociais, que, como 
já vimos, estão em constante evolução. Contudo, sabemos que, exatamente 
por estes recursos serem escassos, eles devem ser racionalmente utilizados 
de modo que não se esgotem rapidamente, o que prejudicaria a própria 
capacidade econômica e também as condições que geram e preservam a vida 
no planeta. Assim, quando uma empresa adquire consciência preservacionista 
e resolve implantar o marketing verde, ela muda sua postura face às questões 
ambientais, pois entende que qualquer ação desenvolvida hoje no sentido de 
preservar os recursos escassos trará no futuro, além de benefícios à natureza e 
à sociedade, vantagens à própria organização. Entre estas vantagens, podemos 
citar algumas, somente para efeito de exemplificação: redução dos custos de 
produção através da utilização de materiais e resíduos reciclados; redução 
de desperdícios; redução dos custos incorridos em multas pelo desrespeito 
a algumas normas ambientais; aumento de competitividade no mercado 
podendo, inclusive, canalizar o montante economizado a longo prazo para 
investimentos em outras atividades.
TÓPICO 4 | PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS, ROTULAGEM AMBIENTAL E MARKETING VERDE ADOTADO PELAS ORGANIZAÇÕES
79
A INCORPORAÇÃO DE CARACTERÍSTICAS AMBIENTAIS AOS 
PRODUTOS
A incorporação de características ambientais aos produtos é uma tarefa 
que envolve, em alguns casos, mudanças drásticas no processo produtivo, 
visando ao abandono de tudo aquilo que possa comprometer a qualidade 
ambiental do que está sendo produzido. O controle do processo produtivo 
no marketing ecológico envolve a análise de todo o ciclo de vida dos produtos, 
desde sua produção, embalagem, transporte e consumo até sua utilização e 
posterior descarte. Isto significa que durante todas as etapas do ciclo de vida 
de um produto, seus impactos ambientalmente negativos foram avaliados e 
corrigidos para que ele se tornasse não somente mais saudável para o consumo, 
como também menos agressivo ao meio ambiente. Para isso, são controladas 
as formas como as matérias-primas são extraídas da natureza e as formas 
como elas são trabalhadas no processo produtivo, tendo em vista a redução 
da emissão de poluentes para o meio ambiente. O produto final também deve 
ter qualidade ambiental agregada, sendo um produto não poluente e que, 
além de não provocar danos à saúde das pessoas, quando de sua utilização, 
também não provocará efeitos ambientais negativos, quando de seu descarte. 
Enfim, o marketing ecológico envolve a adoção de diversas práticas 
preservacionistas, por parte das organizações, visando à eliminação ou,pelo 
menos, redução dos danos ecológicos em todas as fases do ciclo de vida dos 
produtos. 
A COMUNICAÇÃO VERDE DAS EMPRESAS
O objetivo principal da comunicação verde é mostrar ao consumidor 
que um artigo ecologicamente correto é também mais saudável para o 
consumo, a partir do momento em que, reduzindo-se os danos ambientais, 
a qualidade de vida das pessoas, indiretamente, sofre melhorias. Ou seja, no 
marketing verde, a empresa divulga o que tem feito em prol do meio ambiente e, 
desse modo, procura sensibilizar o consumidor para que ele também participe 
deste processo, já que a responsabilidade de preservar os recursos escassos é 
de todos.
Vejamos alguns exemplos de mensagens informativas e educativas 
que os fabricantes poderiam incluir nos rótulos de seus produtos: “Esta 
embalagem é biodegradável. Apesar disso, você deve descartá-la em um local 
adequado...” “Não jogue sua latinha no chão, pois ela pode ser reciclada. 
Procure em sua cidade um posto de coleta...” “Você sabia que o vidro é 100 % 
reciclável? Se você deseja contribuir para a coletiva seletiva de lixo, procure em 
sua cidade...” “Nosso produto não contém CFCs. Saiba aqui o que o CFC pode 
causar ao meio ambiente e à sua saúde...” “Veja o que acontece com a natureza 
toda vez que você joga lixo no chão...” “Nossas lâmpadas foram fabricadas... 
Saiba mais como economizar energia...” “Nosso produto possui um rótulo 
80
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
ecológico. Isto significa que ele foi desenvolvido...” “Esta embalagem é de fato 
degradável. Isto quer dizer que...” 
Num país como o Brasil, marcado por uma baixa distribuição de renda 
e por diversos planos econômicos malsucedidos, que deixaram o mercado 
em situação instável, os consumidores ainda têm orientado seus hábitos de 
consumo de acordo com a melhor relação custo-benefício que um artigo pode 
trazer. Pesquisas indicam que as motivações consumistas em nosso contexto 
sócio-econômico ainda não abarcam completamente a qualidade ambiental 
dos produtos – quando comparadas ao fator “preço” –, apesar de uma pequena 
parcela do mercado já começar a se preocupar com a questão ambiental. Assim 
torna-se difícil transplantar certos conceitos como o do Green Marketing para a 
nossa cultura, sendo de extrema importância esclarecer que o maior lucro do 
marketing ambiental vem a longo prazo, com a adoção da referida comunicação 
de atitude. Nesta a imagem das empresas será fortalecida perante um mercado 
que já tem consciência das questões ecológicas. 
Não basta os fabricantes serem verdes, se o consumidor final ainda 
estiver limitado pelo fator renda no momento da aquisição dos produtos. O 
mercado para os produtos ecológicos ainda é constituído por uma elite que 
se preocupa com a natureza e com a saúde ao mesmo tempo em que possui 
condições financeiras para optar por empresas e produtos ambientalmente 
responsáveis. Assim, tentar usar a comunicação de marketing verde de forma 
persuasiva constitui um equívoco, pois seu caráter é muito mais de educação 
ambiental do que mero estímulo à compra imediata. 
No Brasil, o lucro através da venda de produtos com ecoqualidade 
será uma consequência da mudança de valores por parte das organizações 
e seus mercados. A educação ambiental assume um importante papel como 
uma ferramenta do marketing verde capaz de fazer o mercado internalizar 
mensagens de conteúdo informativo e participar do processo de construção 
das relações de troca do futuro, onde produtos existirão não somente 
para satisfazer as necessidades e expectativas humanas, mas também as 
necessidades da natureza em todas as suas formas.
Alessandra Teixeira, professora, consultora e pesquisadora nas 
áreas de marketing, turismo e gestão ambiental integrada. Mestre em Gestão 
Sustentável do Turismo e Hospitalidade pela UIB (Universidade das Ilhas 
Baleares, Palma de Mallorca, Espanha). Especialista em Marketing pela UFMG, 
com pesquisa voltada para o tema “Gestão ambiental e marketing ambiental”.
Artigo original da autora: The Environmental Management Systems 
as a Tool of the Green Marketing. Conferência de Marketing e Administração 
do BALAS (Business Association for Latin American Studies), Caracas, VE, 14 
abr. 2000.
FONTE: Disponível em: <http://www.marketing.com.br/index.php?option=com content&view=artic 
le&id=121&joscclean=1&comment_id=669>. Acesso em: 6 out. 2012.
TÓPICO 4 | PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS, ROTULAGEM AMBIENTAL E MARKETING VERDE ADOTADO PELAS ORGANIZAÇÕES
81
O QUE SIGNIFICA GREENWASHING
Publicado em 15 de junho de 2010
Segundo a Wikipédia, greenwashing (traduzido como branqueamento 
ecológico) ou greenwash (traduzido como lavagem verde) é um termo utilizado 
para designar um procedimento de marketing utilizado por uma organização 
(empresa, governo etc.) com o objetivo de dar à opinião pública uma imagem 
ecologicamente responsável dos seus serviços ou produtos, ou mesmo da 
própria organização.
UNI
Imageabilidade, segundo Lynch (1999), é a característica que um objeto possui que 
lhe confere uma alta probabilidade de evocar uma imagem forte em qualquer observador dado, 
criando imagens mentais claramente identificadas, altamente estruturadas e extremamente 
úteis ao ambiente. Essa característica também pode ser chamada de legibilidade ou visibilidade. 
Desta forma, as imagens ficam retidas na memória do observador (pregnância) e lhe fornecem 
um senso de orientação, permitindo, entre outras coisas, uma locomoção mais fácil e rápida, 
facilitando a sua apropriação do ambiente.
FONTE: Disponível em: <http://www.fau.ufrj.br/prolugar/arq_pdf/dissertacoes/Dissert_
Michael%20D%20Hosken%202005/14%20-%20MDHA%20-%203%20-%20MATERIAIS%20E%20
M%90TODOS.pdf>.
Vimos que o marketing verde ou ambiental é uma ferramenta estratégica 
utilizada pelas empresas para projetar e sustentar a imagem de uma organização 
sustentável. 
4.1 MARKETING VERDE X GREENWASHING (LAVAGEM VERDE)
Falamos no estudo anterior sobre marketing verde, agora vamos tratar do 
greenwashing, ou "lavagem verde", em português. Veja, a seguir, artigo que trata 
do assunto.
82
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
O interessante é que, em inglês, o termo greenwash é uma mistura de 
dois termos: green e whitewash. Green, como já vimos, significa verde e whitewash 
é uma espécie de tinta branca barata aplicada na fachada de casas. Por isso 
essa expressão é usada por ambientalistas para se referir às propagandas 
corporativas que tentam mascarar um desempenho ambiental fraco por parte 
da empresa.
Informações enganosas difundidas por algumas empresas e 
organizações podem confundir consumidores e gerar ceticismo, o que 
pode significar uma ameaça à conscientização ambiental. Esse processo de 
desinformação anula os esforços de varejistas e fabricantes que procuram, 
conscientemente, melhorar seu desempenho. É claro que muitas empresas 
estão verdadeiramente melhorando o seu desempenho ambiental de maneira 
ética e estão fazendo isso apenas com os melhores motivos. Mas outros veem 
nessa ferramenta de marketing novas possibilidades de lucros e exageram em 
seu discurso verde. Vem crescendo o número de denúncias contra empresas 
que aplicam o golpe de empresa verde. Fazem parte dessa estatística desde 
microempresas até grandes organizações.
Por isso, qualquer profissional das áreas de design, publicidade, 
marketing e vendas precisa se assegurar de que seus produtos e campanhas 
passem no teste do greenwash, para não cair em discursos vazios.
Há uma definição mais completa para o conceito em um artigo de 
Thiago Araújo, publicado no Ambiente Brasil.
Greenwashing é um termo em língua inglesa usado quando uma 
empresa, organização não governamental (ONG), ou mesmo o próprio 
governo, propaga práticas ambientais positivas e, na verdade, possui 
atuação contrária aos interesses e bens ambientais.Trata-se do uso de ideias 
ambientais para construção de uma imagem pública positiva de “amigo do 
meio ambiente” que, porém, não é condizente com a real gestão, negativa e 
causadora de degradação ambiental.
Isso não quer dizer que as empresas não podem divulgar o que estão 
fazendo pelo meio ambiente, mas sim que devem agir de modo transparente. 
Um produto que consome menos energia ou emite menos gases poluentes não 
pode ser intitulado como “ecológico” se o seu processo produtivo também 
não foi adaptado para diminuir as agressões à natureza.
Um estudo da empresa americana Terra Choice Environmental 
Marketing, citado na revista Business do Bem e também no Ambiente Brasil, 
apontou os seis pecados cometidos pelo “greenwashing” ao fazer propaganda 
das qualidades de um produto. Fique de olho na hora das compras:
1 Malefícios escondidos
TÓPICO 4 | PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS, ROTULAGEM AMBIENTAL E MARKETING VERDE ADOTADO PELAS ORGANIZAÇÕES
83
BRASIL É O PAÍS QUE MENOS PRATICA GREENWASHING
Mônica Nunes/Débora Spitzcovsky
Planeta Sustentável - 16/06/2010
Pesquisa sobre greenwashing, realizada pela Market Analysis, mostrou 
que os produtos brasileiros são os que usam menos apelos em suas embalagens 
para dar ao consumidor uma falsa impressão de preocupação ambiental. 
Ainda assim, a prática é frequente no país: 90% de todos os produtos nacionais 
analisados pela pesquisa possuem algum tipo de apelo ecológico.
Os consumidores do mundo inteiro andam mais preocupados com o 
impacto dos produtos que consomem e, no Brasil, não é diferente. Nosso país 
chegou a ficar em segundo lugar no ranking das nações mais preocupadas 
com consumo consciente, na pesquisa Greendex 2009, realizada pela National 
Geographic Society (saiba mais em Brasil é o segundo país em consumo 
sustentável).
 
 Para ganhar a simpatia dos consumidores, muitas empresas estão divulgando 
por aí suas ações de responsabilidade socioambiental, mas, segundo o relatório 
2 Falta de provas (certificações duvidosas, por exemplo)
3 Promessa vaga (informações chamativas como “100% verde” sem 
explicações sobre o que realmente significam)
4 Dois demônios (produtos “ecológicos”, mas que naturalmente trazem 
malefícios, como cigarros orgânicos)
5 Irrelevância
6 Mentira (qualidades falsas)
FONTE: PROJETO jogo limpo. Disponível em: <http://www.funverde.org.br/blog/archives/6886>. 
Acesso em: 13 jan. 2013.
Podemos verificar no artigo que a prática greenwashing é uma forma de 
marketing que as empresas utilizam para demonstrar à opinião pública uma 
imagem ecologicamente responsável dos seus serviços ou produtos, ou mesmo da 
própria organização, que não condiz com a realidade. 
Veja, a seguir, pesquisa sobre a situação do Brasil em relação à prática de 
greenwashing. 
84
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
Monitor de Responsabilidade Social Corporativa, publicado anualmente pelo 
instituto de pesquisas Market Analysis, apenas 6% das companhias divulgam 
os resultados reais de suas iniciativas sustentáveis, o que significa que muitas 
empresas andam praticando “greenwashing”, ou seja, passando uma imagem 
ecologicamente responsável que não condiz com a realidade. 
Nesse cenário, para saber exatamente quais companhias estão querendo 
enganar os consumidores com apelos ecológicos, a Market Analysis realizou 
uma nova pesquisa, a Greenwashing no Brasil, para mapear e quantificar os 
produtos nacionais que, de alguma maneira, tentam iludir o consumidor em suas 
embalagens. O estudo cruzou dados com iniciativas semelhantes – promovidas 
nos EUA, Canadá, Inglaterra e Austrália, pela consultora internacional Terra 
Choice – e apontou que o Brasil é o país que possui menos apelos ecológicos 
nos rótulos de seus produtos: nossa média é de 1,8 apelo por artigo analisado, 
enquanto os EUA lideram o ranking, com 2,3 apelos por produto. 
Além disso, a pesquisa mostrou que o Brasil é o país que apresenta 
o maior número de produtos sem qualquer tipo de “greenwashing”: 
foram 87, dos 500 itens analisados. Ainda assim, 90% dos artigos 
nacionais avaliados pela iniciativa contêm, pelo menos, um apelo 
ecológico em suas embalagens, sendo que a maioria desses produtos 
é lançada no mercado pelo segmento de cosméticos e higiene pessoal. 
 
OS SETE PECADOS NAS EMBALAGENS 
Para avaliar os produtos brasileiros, a Market Analysis usou os mesmos 
critérios da canadense Terra Choice: os Seven Sins of Greenwashing, que 
classificam os tais apelos ecológicos em sete categorias. 
 
 São elas: 
– custo ambiental camuflado: refere-se aos rótulos que destacam uma qualidade 
ambiental do produto para camuflar outras características insustentáveis 
que, juntas, têm um custo ambiental muito maior;
 
– falta de prova: analisa as declarações vagas nas embalagens dos produtos, 
como “ambientalmente correto”, que não especificam os fatos em que são 
baseadas; 
 
– incerteza: refere-se a expressões que provocam dúvida no consumidor, como 
o termo “material reciclado”, que não indica, exatamente, a porcentagem do 
produto que foi feita do reaproveitamento de materiais; 
 
– culto a falsos rótulos: condena as embalagens que, a partir de palavras ou 
imagens, querem passar a falsa ideia de endosso de entidades de renome, 
como a FSC;
TÓPICO 4 | PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS, ROTULAGEM AMBIENTAL E MARKETING VERDE ADOTADO PELAS ORGANIZAÇÕES
85
 
– irrelevância: refere-se aos rótulos de produtos que indicam uma qualidade 
que, na verdade, possui benefício ambiental quase nulo;
 
– mentira: indica embalagens que contêm declarações totalmente falsas e 
 
– menos pior: refere-se a produtos que, por mais que tenham qualidades 
ambientais, só trazem malefícios para o consumidor e para o meio ambiente, 
como o cigarro orgânico.
 No Brasil, o “pecado” mais presente nos rótulos dos produtos é o da 
incerteza: 46% das embalagens nacionais provocam, propositalmente ou não, 
algum tipo de dúvida no consumidor, enquanto nos demais países, o pecado do 
custo ambiental camuflado é mais frequente. 
 Para diminuir o número de vítimas do greenwashing, os pesquisadores 
da Market Analysis dão uma dica aos consumidores: é preciso procurar, sempre, 
nos rótulos dos produtos, os selos oficiais das entidades comprometidas com a 
responsabilidade socioambiental. Entre elas: o Procel, de economia de energia, 
e o FSC, que atesta os produtos que não contribuem para o desmatamento das 
florestas (para saber mais, leia a reportagem Como os selos verdes podem 
ajudar?). 
FONTE: Disponível em: <http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/desenvolvimento/
greenwashing-brasil-marketing-propaganda-verde-produtos-570487.shtml>. Acesso em: 2 jan. 2013.
Caro(a) acadêmico(a), você pode ampliar seus conhecimentos assistindo 
ao vídeo sobre: Estudo sobre Maquiagem Verde, ou greenwashing, que investigou 
501 produtos no Brasil. Está disponível no site <http://globotv.globo.com/globo-
news/cidades-e-solucoes/v/estudo-sobre-maquiagem-verde-ou-greenwashing-
investigou-501-produtos-no-brasil/1847755>. Pode também acessar o site e verificar 
o estudo no Brasil sobre greenwashing.
86
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você viu que:
• Os objetivos das práticas sustentáveis são definidos de acordo com os resultados 
que se deseja alcançar. Cada empresa tem suas particularidades e interesses que 
a direcionam para práticas sustentáveis diferentes uma das outras.
• As limitações de recursos naturais influenciam as empresas a adotarem 
práticas sustentáveis, pois terão dificuldades em competir quando os recursos 
se tornarem mais escassos. Pode-se evidenciar também que as exigências de 
clientes e consumidores têm levado as empresas a demonstrarem que são mais 
sustentáveis, gerando uma competição entre elas.
• Os meios para alcançar a sustentabilidade são diferenciados,mas as empresas, 
de modo geral, pretendem com essas práticas a preservação do meio ambiente, 
responsabilidade social e econômica. 
• As pessoas têm papel importante no processo de sustentabilidade, mudando 
o estilo de vida em relação ao meio ambiente, tendo um consumo sustentável, 
participando das ações ambientais movidas pelo governo e empresas. 
• Os programas de rotulagem ambiental adotados em diferentes países são 
criados com base em análise de ciclo de vida e conferidos por instituições 
independentes, sejam governamentais, sejam não governamentais.
• Segundo a norma NBR ISO 14020, rotulagem ambiental é um conjunto de 
instrumentos informativos que procura estimular a procura de produtos 
e serviços com baixos impactos ambientais através da disponibilização de 
informação relevante sobre os seus desempenhos ambientais.
• A NBR ISO 14024 estabelece os princípios e procedimentos para o desenvolvimento 
de programas de rotulagem ambiental do tipo l, incluindo a seleção de categorias 
de produtos, critérios ambientais dos produtos e características funcionais dos 
produtos, e para avaliar e demonstrar sua conformidade. Esta Norma também 
estabelece os procedimentos de certificação para a concessão do rótulo.
• O marketing verde ou ambiental é uma ferramenta estratégica utilizada pelas 
empresas para projetar e sustentar a imagem de uma organização sustentável. 
Trata-se de uma ferramenta capaz de projetar e sustentar a imagem da empresa, 
difundindo-a com uma nova visão de mercado, destacando sua diferenciação 
ecologicamente correta com a sociedade, fornecedores, funcionários e com o 
mercado.
87
• Greenwashing é uma forma de marketing que as empresas utilizam para 
demonstrar à opinião pública uma imagem ecologicamente responsável dos 
seus serviços ou produtos, ou mesmo da própria organização, que não condiz 
com a realidade. 
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AUTOATIVIDADE
Faça uma pesquisa na internet sobre práticas sustentáveis de empresas 
instaladas no Brasil e compartilhe o resultado com os demais acadêmicos no 
próximo encontro presencial.
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UNIDADE 2
ÉTICA E RESPONSABILIDADE 
SOCIAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você estará apto(a) a:
• combinar os conceitos de ética, moral e responsabilidade social;
• discutir o conceito de responsabilidade social no tocante ao papel das em-
presas;
• abordar as relações das empresas com a sociedade e o meio ambiente, bem 
como os impactos das suas decisões;
• conceituar responsabilidade social e ambiental de uma empresa.
• identificar o surgimento e evolução da responsabilidade social no Brasil.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um deles você 
encontrará atividades que o(a) auxiliarão no aprimoramento dos conheci-
mentos.
TÓPICO 1 – ÉTICA
TÓPICO 2 – RESPONSABILIDADE SOCIAL 
TÓPICO 3 – IMPACTO DAS DECISÕES EMPRESARIAIS NA SOCIEDADE 
 E NO MEIO AMBIENTE
90
91
TÓPICO 1
ÉTICA
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Nesse tópico apresentaremos a noção de ética e sua relação com a 
responsabilidade social. Vocês tomarão consciência de que a ética, atualmente, 
é inseparável da noção de responsabilidade social para qualquer organização 
idônea.
O próprio fato de se considerar que uma organização tem determinadas 
responsabilidades com seus interlocutores envolve uma ética empresarial e um 
compromisso de responsabilidade com esses.
2 ÉTICA, MORAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL
Atualmente, muito se tem falado sobre ética, moral e responsabilidade social, 
mas falta uma explicação mais clara e sistemática do que realmente significam esses 
termos.
As “responsabilidades éticas correspondem a atividades, práticas, políticas e 
comportamentos esperados (no sentido positivo) ou proibidos (no sentido negativo) 
por membros da sociedade, apesar de não codificados em leis” (VELOSO, 2006, p. 5 
apud GARCIA, 2007).
Os motivos podem ser diversos, mas, sem o devido comprometimento, fere-
se o primeiro item do nosso estudo, a Ética, pois uma organização que tenta implantar 
e passar a imagem de uma empresa ética, moral e responsável socialmente, sem 
realmente ter a menor intenção de prosseguir nesse caminho, não possui ética.
Parece correto afirmar que, hoje, as organizações precisam não somente estar 
atentas às responsabilidades econômicas e legais, mas também às responsabilidades 
éticas, morais e sociais.
A responsabilidade ética corresponde às atividades práticas, políticas e 
comportamentos esperados ou proibidos, pela organização ou membros da mesma. 
Essas responsabilidades éticas correspondem a valores morais específicos. 
Valores morais dizem respeito a crenças pessoais sobre comportamentos eticamente 
corretos ou incorretos, tanto da parte do próprio indivíduo quanto com relação 
aos outros. Dessa maneira, valores morais e éticos se complementam. A moral 
UNIDADE 2 | ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL
92
pode ser definida como um conjunto de valores e regras de comportamento que a 
coletividade adota por julgar correta ou desejável. Ela abrange um ideal imaginário 
de comportamentos que são bem vistos, como o politicamente correto, o que é bem 
e mal, o permitido e o proibido, o certo e o errado, a virtude e o vício. A ética é 
mais sistematizada e rígida, a moral é menos rígida e sofre influência do ambiente, 
organização, grupo social, nacionalidade, cultura e do próprio indivíduo.
Resumidamente, valores morais de uma organização definem o que é ser 
ético para si; daí em diante, elaboram-se rígidos códigos de ética que devem ser 
seguidos, sob pena de ferirem os valores morais preestabelecidos.
Segundo Dias (2010), quando se trata de Responsabilidade Social
[...] são estratégias pensadas para orientar as ações das empresas em 
consonância com as necessidades sociais, de modo que a empresa 
garanta, além do lucro e da satisfação de seus clientes, o bem-estar da 
sociedade. A empresa está inserida nela e seus negócios dependerão 
de seu desenvolvimento e, portanto, esse envolvimento deverá ser 
duradouro. É um comprometimento (TOLDO, 2002, p. 84 apud DIAS, 
2010, p. 154).
Então, como podemos conciliar ética e moral com a meta obstinada de obter 
o almejado lucro que as empresas tanto desejam?
Portanto, para Chiavenato (2002, p. 594):
A responsabilidadesocial está voltada para a atitude e comportamento da 
organização em face das exigências sociais da sociedade em consequência 
das suas atividades. Ocorre quando, depois de cumpridas as prescrições 
de leis e de contratos, constitui uma resposta da organização às 
necessidades da sociedade.
Dias (2010) afirma que a responsabilidade social é um dos aspectos mais 
visíveis do movimento gerado em torno da questão ambiental nos últimos anos, 
tanto de indivíduos quanto de organizações. Isso tudo tem levado as organizações a 
adotarem práticas que extrapolam os deveres básicos do cidadão e das organizações. 
Essas ações, em sua maioria, são voluntárias e implicam comprometimento maior 
que uma simples adesão formal em virtude de obrigações advindas da legislação.
Para isso, a responsabilidade social é mais importante do que nunca. A ética 
afeta desde os lucros, a credibilidade das organizações até a sua sobrevivência.
As organizações terão que aprender a equacionar a necessidade de obter 
lucros, obedecer às leis, ter um comportamento ético e envolver-se em atividades 
filantrópicas nas comunidades em que estão inseridas, adotando medidas como as 
maneiras como são concebidos e comercializados produtos e serviços, as tecnologias 
utilizadas, mudanças de padrões de qualidade, enfim, uma reestruturação global da 
estrutura organizacional da empresa.
TÓPICO 1 | ÉTICA
93
A responsabilidade social é a característica que melhor define a nova ética. 
Em resumo, está se tornando unanimidade que os negócios de uma empresa 
devem ser feitos de maneira ética, obedecendo a valores morais, de acordo com 
comportamentos universalmente aceitos como apropriados.
Dessa maneira, as atitudes e atividades de uma organização precisam 
caracterizar-se por:
• Preocupação com atitudes éticas e moralmente corretas que afetam todos os 
envolvidos.
• Promoção de valores e comportamentos morais que respeitem os padrões 
universais de direitos humanos, de cidadania e participação na sociedade.
• Respeito ao meio ambiente e contribuição para sua sustentabilidade em todo o 
mundo.
• Maior envolvimento nas comunidades em que se insere a organização, 
contribuindo para o desenvolvimento econômico e humano dos indivíduos ou 
atuando diretamente na área social, em parceria com governos ou isoladamente.
3 O QUE É ÉTICA?
Ética é uma característica inerente a toda ação humana e, por esta razão, é 
um elemento vital na produção da realidade social. Todo homem possui um senso 
ético, uma espécie de “consciência moral”, avaliando e julgando constantemente 
suas ações para saber se são boas ou más, certas ou erradas, justas ou injustas.
Grave os quatro pontos que caracterizam uma organização como socialmente 
responsável.
ATENCAO
UNIDADE 2 | ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL
94
Com relação à palavra ética, acompanhe o artigo sobre o sentido da palavra:
O QUE É ÉTICA *
A origem da palavra ética vem do grego ethos, que quer dizer o modo 
de ser, o caráter. Os romanos traduziram o ethos grego para o latim mos (ou no 
plural mores), que quer dizer costume, de onde vem a palavra moral. 
Tanto ethos (caráter) como mos (costume) indicam um tipo de 
comportamento propriamente humano que não é natural, o homem não nasce 
com ele como se fosse um instinto, mas que é "adquirido ou conquistado por 
hábito" (VÁZQUEZ). Portanto, ética e moral, pela própria etimologia, dizem 
respeito a uma realidade humana que é construída histórica e socialmente a 
partir das relações coletivas dos seres humanos nas sociedades onde nascem 
e vivem. 
No nosso dia a dia não fazemos distinção entre ética e moral, usamos 
as duas palavras como sinônimos. Mas os estudiosos da questão fazem 
uma distinção entre as duas palavras. Assim, a moral é definida como o 
conjunto de normas, princípios, preceitos, costumes, valores que norteiam 
o comportamento do indivíduo no seu grupo social. A moral é normativa. 
Enquanto a ética é definida como a teoria, o conhecimento ou a ciência do 
comportamento moral, que busca explicar, compreender, justificar e criticar a 
moral ou as morais de uma sociedade. A ética é filosófica e científica. 
"Nenhum homem é uma ilha". Esta famosa frase do filósofo 
inglês, Thomas Morus, ajuda-nos a compreender que a vida humana 
é convívio. Para o ser humano viver é conviver. É justamente na 
convivência, na vida social e comunitária, que o ser humano se descobre e 
se realiza enquanto um ser moral e ético. É na relação com o outro que 
surgem os problemas e as indagações morais: o que devo fazer? Como agir 
em determinada situação? Como comportar-me perante o outro? Diante da 
corrupção e das injustiças, o que fazer? 
Portanto, constantemente no nosso cotidiano encontramos situações 
que nos colocam problemas morais. São problemas práticos e concretos da 
nossa vida em sociedade, ou seja, problemas que dizem respeito às nossas 
decisões, escolhas, ações e comportamentos – os quais exigem uma avaliação, 
um julgamento, um juízo de valor entre o que socialmente é considerado bom 
ou mau, justo ou injusto, certo ou errado, pela moral vigente. O problema é 
que não costumamos refletir e buscar os "porquês" de nossas escolhas, dos 
comportamentos, dos valores. Agimos por força do hábito, dos costumes e 
da tradição, tendendo a naturalizar a realidade social, política, econômica e 
cultural. Com isto, perdemos nossa capacidade crítica diante da realidade. Em 
outras palavras, não costumamos fazer ética, pois não fazemos a crítica, nem 
buscamos compreender e explicitar a nossa realidade moral. 
TÓPICO 1 | ÉTICA
95
No Brasil, encontramos vários exemplos para o que afirmamos acima. 
Historicamente marcada pelas injustiças socioeconômicas, pelo preconceito 
racial e sexual, pela exploração da mão de obra infantil, pelo "jeitinho" e a 
"lei de Gerson" etc. etc. A realidade brasileira nos coloca diante de problemas 
éticos bastante sérios. Contudo, já estamos por demais acostumados com 
nossas misérias de toda ordem. Naturalizamos a injustiça e consideramos 
normal conviver lado a lado com as mansões e os barracos, as crianças e os 
mendigos nas ruas; achamos inteligente e esperto levar vantagem em tudo e 
tendemos a considerar como sendo otário quem procura ser honesto. 
Na vida pública, exemplos é o que não faltam na nossa 
história recente: "anões do orçamento", impeachment de presidente 
por corrupção, compras de parlamentares para a reeleição, os 
medicamentos, máfia do crime organizado, desvio do Fundef etc. etc. Não sem 
motivos fala-se numa crise ética, já que tal realidade não pode ser reduzida tão 
somente ao campo político-econômico. Envolve questões de valor, de convivência, 
de consciência, de justiça. Envolve vidas humanas. Onde há vida humana em 
jogo, impõe-se necessariamente um problema ético. O homem, enquanto ser 
ético, enxerga o seu semelhante, não lhe é indiferente. O apelo que o outro me 
lança é de ser tratado como gente e não como coisa ou bicho. Neste sentido, a Ética 
vem denunciar toda realidade onde o ser humano é coisificado e animalizado, 
ou seja, onde o ser humano concreto é desrespeitado na sua condição humana. 
 
*Enciclopédia Digital Direitos Humanos II* - <www.dhnet.org.br>
FONTE: Disponível em: <http://www.eticapublica.furg.br/index.php?option=com content&view=arti 
cle&id=26&Itemid=23>. Acesso em: 19 jan. 2013.
Em suma, a palavra ética está relacionada com o modo de ser, o caráter, a 
moral, baseando-se em comportamentos humanos que podem ser individuais ou 
em grupos. 
De acordo com Daft (1999, p. 83):
Ética pode ser mais claramente entendida quando comparada com 
comportamentos governados por leis ou livre escolha. O comportamento 
humano se enquadra em três categorias. A primeira é o código de leis, 
no qual os valores ou padrões são escritos dentro de um sistema legal e 
cumpridos nos tribunais. Nesta área, os legisladoresestabelecem que as 
pessoas e organizações devem comportar-se de certo modo, tais como 
tirar carteira para dirigir ou pagar impostos. O domínio da livre escolha 
se refere ao comportamento sobre o qual a lei não diz nada e para o 
qual o indivíduo ou associação goza de completa liberdade. A liberdade 
religiosa individual ou a escolha da quantidade de lava-louças a serem 
fabricadas por uma empresa são exemplos de livre escolha.
Assim, ética é o código de princípios e valores morais que governam o 
comportamento de uma pessoa ou um grupo quanto ao que é certo ou errado.
UNIDADE 2 | ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL
96
Ao iniciar um trabalho que envolve a ética como objeto de estudo, 
consideramos importante, como ponto de partida, estudar o conceito de ética, 
estabelecendo seu campo de aplicação e fazendo uma pequena abordagem das 
doutrinas éticas que consideramos mais importantes para o nosso trabalho.
A ética seria, então, uma espécie de teoria sobre a prática moral, uma 
reflexão teórica que analisa e critica os fundamentos e princípios que regem um 
determinado sistema moral. Abbagnano, entre outras considerações, diz que a 
ética é, “em geral, a ciência da conduta” (ABBAGNANO, 1998, p. 360), e Vásquez 
(1995, p.12) amplia a definição afirmando que “a ética é a teoria ou ciência do 
comportamento moral dos homens em sociedade. Ou seja, é ciência de uma forma 
específica de comportamento humano.”
4 O QUE É UM CÓDIGO DE ÉTICA?
Códigos de ética são conjuntos de normas de conduta que procuram 
oferecer diretrizes para a tomada de decisões e estabelecer a diferença entre o certo 
e o errado em uma organização.
Conforme Schermerhorn Junior (1999, p. 77):
Códigos de ética formais – diretrizes escritas oficiais sobre como se 
comportar em situações capazes de criar dilemas éticos – são encontrados 
em profissões como engenharia, medicina, direito e contabilidade 
pública. Os códigos tentam assegurar que o comportamento dos 
indivíduos seja coerente com as normas históricas e compartilhadas 
pelo grupo profissional.
Veja, a seguir, exemplos de códigos de ética aplicados por grandes empresas 
e conselhos de profissionais no Brasil.
PRINCÍPIOS ÉTICOS DO SISTEMA PETROBRAS
I. O respeito à vida e a todos os seres humanos, a integridade, a verdade, 
a honestidade, a justiça, a equidade, a lealdade institucional, a 
responsabilidade, o zelo, o mérito, a transparência, a legalidade, a 
impessoalidade, a coerência entre o discurso e a prática são os princípios 
éticos que norteiam as ações do Sistema Petrobras.
II. O respeito à vida em todas as suas formas, manifestações e situações é o 
principio ético fundamental e norteia o cuidado com a qualidade de vida, a 
saúde, o meio ambiente e a segurança no Sistema Petrobras.
III. A honestidade, a integridade, a justiça, a equidade, a verdade, a coerência 
entre o discurso e a prática referenciam as relações do Sistema Petrobras 
com pessoas e instituições, e se manifestam no respeito às diferenças e 
TÓPICO 1 | ÉTICA
97
diversidades de condição étnica, religiosa, social, cultural, linguística, 
política, estética, etária, física, mental e psíquica, de gênero, de orientação 
sexual e outras.
IV. A lealdade ao Sistema Petrobras se manifesta como responsabilidade, 
zelo e disciplina no trabalho e no trato com todos os seres humanos e 
com os bens materiais e imateriais do Sistema, no cumprimento da sua 
Missão, Visão e Valores, em condutas compatíveis com a efetivação de sua 
Estratégia Corporativa, com espírito empreendedor e comprometido com 
a superação de desafios.
V. A transparência se manifesta como respeito ao interesse público e de todas 
as partes interessadas e se realiza de modo compatível com os direitos 
de privacidade pessoal e com a Política de Segurança da Informação do 
Sistema Petrobras.
VI. O mérito é o critério decisivo para todas as formas de reconhecimento, 
recompensa, avaliação e investimento em pessoas, sendo o favorecimento 
e o nepotismo inaceitáveis no Sistema Petrobras.
VII. A legalidade e a impessoalidade são princípios constitucionais que 
preservam a ordem jurídica e determinam a distinção entre interesses 
pessoais e profissionais na conduta dos membros dos Conselhos de 
Administração, dos Conselhos Fiscais e das Diretorias Executivas e dos 
empregados do Sistema Petrobras.
VIII. O Sistema Petrobras compromete-se com o respeito e a valorização 
das pessoas em sua diversidade e dignidade, em relações de trabalho 
justas, numa ambiência saudável, com confiança mútua, cooperação e 
solidariedade.
IX. O Sistema Petrobras desenvolve as atividades de seu negócio reconhecendo 
e valorizando os interesses e direitos de todas as partes interessadas.
X. O Sistema Petrobras atua proativamente em busca de níveis crescentes de 
competitividade, excelência e rentabilidade, com responsabilidade social 
e ambiental, contribuindo para o desenvolvimento sustentável do Brasil e 
dos países onde atua.
XI. O Sistema Petrobras busca a excelência em qualidade, segurança, meio ambiente, 
saúde e recursos humanos, e para isso promove a educação, capacitação e 
comprometimento dos empregados, envolvendo as partes interessadas.
XII. O Sistema Petrobras reconhece e respeita as particularidades legais, sociais 
e culturais dos diversos ambientes, regiões e países em que atua, adotando 
sempre o critério de máxima realização dos direitos, cumprimento da lei, 
das normas e dos procedimentos internos.
FONTE: Disponível em: <http://www.br.com.br/wps/portal/portalconteudo/acompanhia codigode 
etica/!ut/p/c5/04>. Acesso em: 27 jan. 2013.
UNIDADE 2 | ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL
98
Veja parte dos princípios éticos da organização Bradesco:
VALORES E PRINCÍPIOS ÉTICOS – ORGANIZAÇÃO BRADESCO
Todos os Colaboradores da Organização Bradesco devem seguir os 
padrões éticos pelos quais são incentivados e responsabilizados, regidos pelos 
valores e princípios abaixo:
Valores
a) Cliente como razão da existência da Organização. 
b) Transparência em todos os relacionamentos internos e externos. 
c) Respeito à concorrência.
d) Crença no valor e na capacidade de desenvolvimento das pessoas.
e) Respeito à dignidade e diversidade do ser humano.
f) Responsabilidade socioambiental, com promoção e incentivo de ações para 
o desenvolvimento sustentável. 
g) Compromisso com a melhoria contínua da qualidade do atendimento, de 
produtos e de serviços.
Princípios
Integridade
Integridade significa a qualidade de inteireza, de conduta reta e 
imparcial, cuja natureza de ação nos dá uma imagem de honestidade. Significa 
também o respeito integral às leis do país e às normas que regem as atividades 
de nosso setor e de nossa Organização.
Conflito de Interesses
O conflito de interesses ocorre quando existe a possibilidade de 
confronto direto ou indireto entre os interesses pessoais de colaboradores 
e os da Organização, que possam comprometer ou influenciar de maneira 
indevida o desempenho de suas atribuições e responsabilidades. O interesse 
é caracterizado por toda e qualquer vantagem material em favor próprio ou 
de terceiros (parentes, amigos etc.) com os quais temos ou tivemos relações 
pessoais, comerciais ou políticas. Diante desses conflitos, o colaborador 
deverá posicionar seu superior imediato para que este tome a decisão cabível, 
sempre zelando pelo patrimônio da Organização, de seus clientes, acionistas, 
investidores e demais partes relacionadas.
Devemos recusar presentes, vantagens pecuniárias ou materiais, de 
quem quer que sejam, que possam representar relacionamento impróprio ou 
prejuízo financeiro ou de reputação para a Organização.
TÓPICO 1 | ÉTICA
99
Equidade
Equidade pressupõe o conceito de uma justiça fundada na igualdade 
de direitos, ou seja, é uma justiça natural com disposição para reconhecer 
imparcialmente o direito decada um.
Esse princípio se materializa pela preservação da individualidade 
e privacidade, não admitindo a prática de quaisquer atos discriminatórios, 
tais como origem, condição social, posição hierárquica, grau de escolaridade, 
religião, crença ou filosofia de vida, deficiência, cor, raça, sexo, estado civil, 
situação familiar, ideologia política ou associação com entidades de classe.
Compromisso com a Informação
Uma Organização comprometida com a informação é a que vai além 
das obrigações legais e estatutárias. É aquela que é aberta à comunicação, ao 
diálogo e à busca de soluções para os problemas que afetam seus clientes, 
acionistas, investidores, colaboradores, os seus negócios, o meio ambiente e, 
enfim, toda a sociedade.
a) Informação privilegiada
Considera-se informação privilegiada aquela informação relativa a atos 
ou fatos relevantes até que sejam divulgados aos órgãos reguladores, às Bolsas 
de Valores ou outras entidades similares e, simultaneamente, aos acionistas e 
investidores em geral, por meio de ampla disseminação e publicação dessas 
informações pelos órgãos da imprensa.
Com base nisso, os colaboradores, que em função de suas atividades 
tenham acesso à “informação privilegiada”, devem cumprir rigorosamente as 
políticas de divulgação de ato ou fato relevante e de negociação de valores 
mobiliários de emissão do Banco Bradesco S.A., aprovadas pelo Conselho de 
Administração do Banco.
b) Proteção dos ativos de informação
Na utilização de ativos de informação, como as bases de dados, 
arquivos, documentações, manuais, materiais de treinamento, procedimentos 
operacionais e de suporte, planos de continuidade de negócios etc., sejam eles 
tangíveis ou intangíveis, intelectuais, eletrônicos ou de investimentos, devemos:
I) respeitar a propriedade intelectual, própria e de terceiros que estejam em 
nosso poder, sempre atentando para a ética e para a legislação aplicável. 
Todos os dados, informações, materiais e inventos desenvolvidos 
internamente em função da relação de trabalho são de uso exclusivo e de 
propriedade da Organização;
UNIDADE 2 | ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL
100
II) estabelecer efetivo programa de proteção dos ativos de informação da 
Organização e de terceiros, mediante a adoção da Política Corporativa de 
Segurança da Informação, sustentada por diretrizes de segurança, normas, 
procedimentos corporativos e melhores práticas adotadas pelo mercado;
III) respeitar e salvaguardar o sigilo dos dados e informações que nos são 
confiados, com o compromisso de protegê-los e tratá-los, garantindo sua 
integridade, confidencialidade e disponibilidade; e
IV) mitigar os riscos inerentes aos ativos de informação, empreendendo ações 
de conscientização em Segurança da Informação, voltadas a todos os 
abrangidos pelo presente Código.
c) Exatidão das informações e dos relatórios da Organização
Temos o dever de manter todos os registros e relatórios de maneira 
adequada e em conformidade com as leis aplicáveis. Todas as informações 
constantes de nossos relatórios devem ser consignadas de maneira precisa 
e completa, dotadas do grau de detalhamento necessário que reflita a 
transparência das operações das Empresas integrantes da Organização.
As demonstrações financeiras serão sempre elaboradas em consonância 
com a lei e com os princípios fundamentais de contabilidade, de maneira a 
representar adequadamente a situação financeira da Organização.
Valorização das pessoas
a) Deveres para o exercício de cargo ou função
I) consciência da responsabilidade de nossas funções e de que não devemos 
utilizá-las em benefício próprio ou de terceiros;
II) o mérito como principal fator de avaliação dos funcionários da Organização; 
III) respeito e proteção à privacidade e confidencialidade das informações dos 
colaboradores.
b) Ambiente de Trabalho
Faz parte da cultura organizacional:
I) propiciar oportunidades de crescimento profissional; e
II) proporcionar ambiente seguro e saudável, com liberdade de expressão e 
respeito à integridade e privacidade das pessoas; e
TÓPICO 1 | ÉTICA
101
III) coibir qualquer ato de assédio, não admitindo a sua prática nas relações 
de trabalho.
Relacionamentos Construtivos
a) Clientes
Sem conduta ética como fundamento, não há relação cliente-empresa 
que pretenda ser duradoura, especialmente num mercado competitivo.
Por isso, devemos identificar as necessidades dos clientes, para poder 
satisfazê-las, em consonância com os objetivos de segurança, qualidade e 
rentabilidade, usando, além da cortesia e presteza, os seguintes padrões de 
conduta:
I) transparência nas operações realizadas;
II) receptividade e tratamento adequado das sugestões e críticas recebidas;
III) atendimento eficaz; e
IV) confidencialidade das informações recebidas em razão de relações 
comerciais.
b) Acionistas e investidores
No relacionamento com acionistas e investidores é nosso dever 
observar fielmente as diretrizes constantes nas políticas de divulgação de ato 
ou fato relevante e de negociação de valores mobiliários de emissão do Banco 
Bradesco S.A., aprovadas pelo Conselho de Administração do Banco.
Tanto a distribuição de resultados quanto a divulgação de informações 
deverão ser feitas de forma absolutamente simétrica, sem criar privilégios.
c) Fornecedores de produtos e serviços e parceiros de negócios
Devemos contratar fornecedores e estabelecer relações de negócios 
com parceiros que operem com padrões éticos compatíveis com os nossos, 
mediante rigoroso processo de seleção, e não transacionar com aqueles que, 
comprovadamente, desrespeitem disposições de nosso Código.
d) Órgãos governamentais e reguladores
Devemos coibir qualquer concessão de vantagem ou privilégio a 
agentes públicos.
Devemos zelar pelo cumprimento de nossas políticas, normas e rígidos 
controles de prevenção e combate à lavagem de dinheiro, ao financiamento 
UNIDADE 2 | ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL
102
ao terrorismo e a atos ilícitos de qualquer natureza, em estrito cumprimento 
das leis aplicáveis ao assunto e consoante as melhores práticas nacionais ou 
internacionais, nos locais onde forem aplicáveis.
e) Imprensa
Nosso relacionamento deve ser pautado pela transparência, 
credibilidade e confiança, observando sempre os valores éticos em nossa 
estratégia de marketing. Nossos representantes, quando autorizados a se 
manifestar em nome da Organização, devem expressar sempre o ponto de 
vista institucional.
f) Comunidades e meio ambiente
Devemos apoiar e fomentar iniciativas para a formação e valorização 
da cidadania, erradicação da pobreza e redução das desigualdades sociais, 
por meio de ações e projetos prioritariamente voltados à educação.
Devemos repudiar qualquer forma de exploração das pessoas pelo 
trabalho, quer seja ele compulsório, forçado ou escravo e, em especial, o 
infantil.
Na criação de produtos e serviços, assim como na concessão de 
crédito, devemos observar o princípio da responsabilidade socioambiental, 
com o objetivo de minimizar qualquer impacto negativo, direto ou indireto, 
nas condições de vida das comunidades e no meio ambiente.
Devemos ter o firme compromisso de praticar, incentivar e valorizar a 
preservação ambiental, buscando convergir os objetivos empresariais para os 
anseios e interesses da comunidade em que atuamos, sempre em linha com o 
desenvolvimento sustentável.
É fundamental envidar esforços para a preservação dos ecossistemas, 
principalmente os não renováveis, otimizando no nosso dia a dia o uso dos 
recursos naturais.
Para tanto, assumimos, voluntariamente, os seguintes compromissos 
perante os acordos internacionais:
Princípios do Equador
São um conjunto de regras e critérios definidos pelo International 
Finance Corporation (IFC), braço financeiro do Banco Mundial, que 
determina uma sériede análises socioambientais para o financiamento de 
empreendimentos constituídos sob a modalidade de project finance.
TÓPICO 1 | ÉTICA
103
Pacto Global (Global Compact)
O Pacto Global é uma iniciativa desenvolvida pela Organização das 
Nações Unidas (ONU), com o objetivo de mobilizar a comunidade empresarial 
internacional para a adoção, em suas práticas de negócios, de valores 
fundamentais e internacionalmente aceitos nas áreas de direitos humanos, 
relações de trabalho, meio ambiente e combate à corrupção, cujos princípios 
estão refletidos neste Código de Conduta Ética.
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM)
Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) fazem parte do 
Projeto do Milênio das Nações Unidas, que é uma causa humanitária global, 
para tornar o mundo mais solidário e mais justo, sendo eles:
 
1. Erradicar a extrema pobreza e a fome.
2. Atingir o ensino básico universal.
3. Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres.
4. Reduzir a mortalidade infantil.
5. Melhorar a saúde materna.
6. Combater o HIV/ AIDS, a malária e outras doenças.
7. Garantir a sustentabilidade ambiental.
8. Estabelecer uma Parceria Mundial para o desenvolvimento.
g) Associações e entidades de classe
Devemos reconhecer o importante papel das associações e entidades 
de classe legalmente constituídas, por intermédio de suas iniciativas e práticas, 
sempre dispostos a dialogar em qualquer situação que envolva a Organização, 
objetivando uma solução mutuamente satisfatória.
h) Atividades político-partidárias
A Organização não tem restrições a que os colaboradores exerçam seus 
direitos político-partidários, desde que em caráter estritamente pessoal e sem 
prejuízo para suas atividades profissionais.
Liderança Responsável
É de responsabilidade dos funcionários com função de liderança 
trabalhar para o sucesso de cada membro da equipe. Para isso devemos:
a) Estimular as lideranças a promover o relacionamento entre os 
diversos níveis hierárquicos dentro da Organização, criando no ambiente 
de trabalho, mediante a observância da Política de Gerenciamento dos 
UNIDADE 2 | ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL
104
Recursos Humanos, uma atmosfera adequada ao exercício de atribuições e 
desenvolvimento profissional e pessoal, propiciando a melhoria dos resultados 
organizacionais.
b) Incentivar os funcionários a estabelecer um equilíbrio apropriado 
entre o trabalho, a família e a sociedade em geral, de modo a manter seu bem-
estar profissional, pessoal e social.
c) Estimular iniciativas de preservação da saúde e segurança no trabalho.
NOVO CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL
As Entidades Nacionais repres-
entativas dos profissionais da Engenharia, 
da Arquitetura, da Agronomia, da Geo-
logia, da Geografia e da Meteorologia 
pactuam e proclamam o presente 
Código de Ética Profissional.
Brasília, 6 de novembro de 2002.
 1 - Preâmbulo 
Art. 1º - O Código de Ética Profissional enuncia os fundamentos éticos e as 
condutas necessárias à boa e honesta prática das profissões da Engenharia, 
da Arquitetura, da Agronomia, da Geologia, da Geografia e da Meteorologia 
e relaciona direitos e deveres correlatos de seus profissionais.
Art. 2º - Os preceitos deste Código de Ética Profissional têm alcance sobre 
os profissionais em geral, quaisquer que sejam seus níveis de formação, 
modalidades ou especializações.
FONTE: Disponível em: <http://www.bradescori.com.br/site/conteudo/interna/default3.
aspx?secaoId=594>. Acesso em: 27 jan. 2013.
Caro(a) acadêmico(a), vimos apenas parte do código de ética da organização 
Bradesco, você pode consultar no site indicado o código de conduta de ética 
completo.
Veja o código de ética dos profissionais da Engenharia, da Arquitetura, da 
Agronomia, da Geologia, da Geografia e da Meteorologia.
TÓPICO 1 | ÉTICA
105
Art. 3º - As modalidades e especializações profissionais poderão estabelecer, 
em consonância com este Código de Ética Profissional, preceitos próprios 
de conduta atinentes às suas peculiaridades e especificidades.
 2 - Da identidade das profissões e dos profissionais 
Art. 4º - As profissões são caracterizadas por seus perfis próprios, pelo saber 
científico e tecnológico que incorporam, pelas expressões artísticas que 
utilizam e pelos resultados sociais, econômicos e ambientais do trabalho 
que realizam.
Art. 5º - Os profissionais são os detentores do saber especializado de suas 
profissões e os sujeitos proativos do desenvolvimento.
Art. 6º - O objetivo das profissões e a ação dos profissionais voltam-se para 
o bem-estar e o desenvolvimento do homem, em seu ambiente e em suas 
diversas dimensões: como indivíduo, família, comunidade, sociedade, 
nação e humanidade; nas suas raízes históricas, nas gerações atual e futura.
Art. 7º - As entidades, instituições e conselhos integrantes da organização 
profissional são igualmente permeados pelos preceitos éticos das profissões 
e participantes solidários em sua permanente construção, adoção, 
divulgação, preservação e aplicação.
 
3 - Dos princípios éticos 
Art. 8º - A prática da profissão é fundada nos seguintes princípios éticos nos 
quais o profissional deve pautar sua conduta:
Do objetivo da profissão
 
I - A profissão é bem social da humanidade e o profissional é o agente capaz de 
exercê-la, tendo como objetivos maiores a preservação e o desenvolvimento 
harmônico do ser humano, de seu ambiente e de seus valores; 
 
Da natureza da profissão 
 
II - A profissão é bem cultural da humanidade construído permanentemente 
pelos conhecimentos técnicos e científicos e pela criação artística, 
manifestando-se pela prática tecnológica, colocado a serviço da melhoria 
da qualidade de vida do homem; 
 
Da honradez da profissão 
 
III - A profissão é alto título de honra e sua prática exige conduta honesta, 
digna e cidadã; 
UNIDADE 2 | ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL
106
 Da eficácia profissional
 
IV - A profissão realiza-se pelo cumprimento responsável e competente 
dos compromissos profissionais, munindo-se de técnicas adequadas, 
assegurando os resultados propostos e a qualidade satisfatória nos serviços 
e produtos e observando a segurança nos seus procedimentos; 
 
Do relacionamento profissional
 
V - A profissão é praticada através do relacionamento honesto, justo e com 
espírito progressista dos profissionais para com os gestores, ordenadores, 
destinatários, beneficiários e colaboradores de seus serviços, com igualdade 
de tratamento entre os profissionais e com lealdade na competição; 
 
Da intervenção profissional sobre o meio 
 
VI - A profissão é exercida com base nos preceitos do desenvolvimento 
sustentável na intervenção sobre os ambientes natural e construído e da 
incolumidade das pessoas, de seus bens e de seus valores;
 
Da liberdade e segurança profissionais 
 
VII - A profissão é de livre exercício aos qualificados, sendo a segurança de 
sua prática de interesse coletivo.
 
 4 - Dos deveres 
Art. 9º - No exercício da profissão são deveres do profissional:
I - ante o ser humano e seus valores:
a. oferecer seu saber para o bem da humanidade;
b. harmonizar os interesses pessoais aos coletivos;
c. contribuir para a preservação da incolumidade pública;
d. divulgar os conhecimentos científicos, artísticos e tecnológicos inerentes à 
profissão;
II - Ante a profissão:
a. identificar-se e dedicar-se com zelo à profissão;
b. conservar e desenvolver a cultura da profissão;
c. preservar o bom conceito e o apreço social da profissão;
d. desempenhar sua profissão ou função nos limites de suas atribuições e de 
sua capacidade pessoal de realização;
e. empenhar-se com os organismos profissionais no sentido da consolidação 
da cidadania e da solidariedade profissional e da coibição das transgressões 
éticas;TÓPICO 1 | ÉTICA
107
III - Nas relações com os clientes, empregadores e colaboradores:
a. dispensar tratamento justo a terceiros, observando o princípio da equidade;
b. resguardar o sigilo profissional quando do interesse de seu cliente ou 
empregador, salvo em havendo a obrigação legal da divulgação ou da 
informação;
c. fornecer informação certa, precisa e objetiva em publicidade e propaganda 
pessoal;
d. atuar com imparcialidade e impessoalidade em atos arbitrais e periciais;
e. considerar o direito de escolha do destinatário dos serviços, ofertando-lhe, 
sempre que possível, alternativas viáveis e adequadas às demandas em 
suas propostas;
f. alertar sobre os riscos e responsabilidades relativos às prescrições técnicas e 
às consequências presumíveis de sua inobservância;
g. adequar sua forma de expressão técnica às necessidades do cliente e às 
normas vigentes aplicáveis;
IV - Nas relações com os demais profissionais:
a. atuar com lealdade no mercado de trabalho, observando o princípio da 
igualdade de condições;
b. manter-se informado sobre as normas que regulamentam o exercício da 
profissão;
c. preservar e defender os direitos profissionais;
V - Ante o meio:
a. orientar o exercício das atividades profissionais pelos preceitos do 
desenvolvimento sustentável;
b. atender, quando da elaboração de projetos, execução de obras ou criação de 
novos produtos, aos princípios e recomendações de conservação de energia 
e de minimização dos impactos ambientais;
c. considerar em todos os planos, projetos e serviços as diretrizes e disposições 
concernentes à preservação e ao desenvolvimento dos patrimônios sócio-
cultural e ambiental.
 
 5 - Das condutas vedadas 
 
Art. 10 - No exercício da profissão são condutas vedadas ao profissional: 
I - Ante o ser humano e seus valores:
a. descumprir voluntária e injustificadamente com os deveres do ofício;
b. usar de privilégio profissional ou faculdade decorrente de função de forma 
abusiva, para fins discriminatórios ou para auferir vantagens pessoais;
UNIDADE 2 | ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL
108
c. prestar de má-fé orientação, proposta, prescrição técnica ou qualquer 
ato profissional que possa resultar em dano às pessoas ou a seus bens 
patrimoniais;
II - Ante a profissão:
a. aceitar trabalho, contrato, emprego, função ou tarefa para os quais não 
tenha efetiva qualificação;
b. utilizar indevida ou abusivamente do privilégio de exclusividade de direito 
profissional;
c. omitir ou ocultar fato de seu conhecimento que transgrida à ética profissional;
III - Nas relações com os clientes, empregadores e colaboradores:
a. formular proposta de salários inferiores ao mínimo profissional legal;
b. apresentar proposta de honorários com valores vis ou extorsivos ou 
desrespeitando tabelas de honorários mínimos aplicáveis;
c. usar de artifícios ou expedientes enganosos para a obtenção de vantagens 
indevidas, ganhos marginais ou conquista de contratos;
d. usar de artifícios ou expedientes enganosos que impeçam o legítimo 
acesso dos colaboradores às devidas promoções ou ao desenvolvimento 
profissional;
e. descuidar com as medidas de segurança e saúde do trabalho sob sua 
coordenação;
f. suspender serviços contratados, de forma injustificada e sem prévia 
comunicação;
g. impor ritmo de trabalho excessivo ou exercer pressão psicológica ou assédio 
moral sobre os colaboradores;
IV - Nas relações com os demais profissionais:
a. intervir em trabalho de outro profissional sem a devida autorização de seu 
titular, salvo no exercício do dever legal;
b. referir-se preconceituosamente a outro profissional ou profissão;
c. agir discriminatoriamente em detrimento de outro profissional ou profissão;
d. atentar contra a liberdade do exercício da profissão ou contra os direitos de 
outro profissional;
V - Ante o meio:
a. prestar de má-fé orientação, proposta, prescrição técnica ou qualquer ato 
profissional que possa resultar em dano ao ambiente natural, à saúde 
humana ou ao patrimônio cultural.
TÓPICO 1 | ÉTICA
109
6 - Dos direitos 
Art. 11 - São reconhecidos os direitos coletivos universais inerentes às 
profissões, suas modalidades e especializações, destacadamente:
a. à livre associação e organização em corporações profissionais;
b. ao gozo da exclusividade do exercício profissional;
c. ao reconhecimento legal;
d. à representação institucional.
Art. 12 - São reconhecidos os direitos individuais universais inerentes 
aos profissionais, facultados para o pleno exercício de sua profissão, 
destacadamente:
a. à liberdade de escolha de especialização;
b. à liberdade de escolha de métodos, procedimentos e formas de expressão;
c. ao uso do título profissional;
d. à exclusividade do ato de ofício a que se dedicar;
e. à justa remuneração proporcional à sua capacidade e dedicação e aos graus 
de complexidade, risco, experiência e especialização requeridos por sua 
tarefa;
f. ao provimento de meios e condições de trabalho dignos, eficazes e seguros;
g. à recusa ou interrupção de trabalho, contrato, emprego, função ou tarefa 
quando julgar incompatível com sua titulação, capacidade ou dignidade 
pessoais;
h. à proteção do seu título, de seus contratos e de seu trabalho;
i. à proteção da propriedade intelectual sobre sua criação;
j. à competição honesta no mercado de trabalho;
k. à liberdade de associar-se a corporações profissionais;
l. à propriedade de seu acervo técnico profissional.
 
 7 - Da infração ética 
Art. 13 - Constitui-se infração ética todo ato cometido pelo profissional que 
atente contra os princípios éticos, descumpra os deveres do ofício, pratique 
condutas expressamente vedadas ou lese direitos reconhecidos de outrem.
Art. 14 - A tipificação da infração ética para efeito de processo disciplinar será 
estabelecida, a partir das disposições deste Código de Ética Profissional, na 
forma que a lei determinar.
Veja parte do código de ética médica do Conselho Federal de Medicina.
Disponível em: <www.crea-sc.org.br/portal/lib/download.php?id=16>. Acesso em: 24 mar. 2013.
UNIDADE 2 | ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL
110
Comissão Permanente de Estudos do Código de Ética (COPECE)
Veja parte do código de ética médica do Conselho Federal de Medicina.
CAPÍTULO I
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
I - A Medicina é uma profissão a serviço da saúde do ser humano e da 
coletividade e será exercida sem discriminação de nenhuma natureza.
II - O alvo de toda a atenção do médico é a saúde do ser humano, em benefício 
da qual deverá agir com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade 
profissional.
III - Para exercer a Medicina com honra e dignidade, o médico necessita ter boas 
condições de trabalho e ser remunerado de forma justa.
IV - Ao médico cabe zelar e trabalhar pelo perfeito desempenho ético da 
Medicina, bem como pelo prestígio e bom conceito da profissão.
V - Compete ao médico aprimorar continuamente seus conhecimentos e usar 
o melhor do progresso científico em benefício do paciente.
VI - O médico guardará absoluto respeito pelo ser humano e atuará sempre em 
seu benefício. Jamais utilizará seus conhecimentos para causar sofrimento 
físico ou moral, para o extermínio do ser humano ou para permitir e 
acobertar tentativa contra sua dignidade e integridade.
VII - O médico exercerá sua profissão com autonomia, não sendo obrigado a 
prestar serviços que contrariem os ditames de sua consciência ou a quem 
não deseje, excetuadas as situações de ausência de outro médico, em caso 
de urgência ou emergência, ou quando sua recusa possa trazer danos à 
saúde do paciente.
VIII - O médico não pode, em nenhuma circunstância ou sob nenhum pretexto, 
renunciar à sua liberdade profissional, nem permitir quaisquer restrições 
ou imposições que possam prejudicar a eficiência e a correção de seu 
trabalho.IX - A Medicina não pode, em nenhuma circunstância ou forma, ser exercida 
como comércio.
X - O trabalho do médico não pode ser explorado por terceiros com objetivos 
de lucro, finalidade política ou religiosa.
TÓPICO 1 | ÉTICA
111
XI - O médico guardará sigilo a respeito das informações de que detenha 
conhecimento no desempenho de suas funções, com exceção dos casos 
previstos em lei.
XII - O médico empenhar-se-á pela melhor adequação do trabalho ao ser humano, 
pela eliminação e pelo controle dos riscos à saúde inerentes às atividades 
laborais.
XIII - O médico comunicará às autoridades competentes quaisquer formas de 
deterioração do ecossistema, prejudiciais à saúde e à vida.
XIV - O médico empenhar-se-á em melhorar os padrões dos serviços médicos e 
em assumir sua responsabilidade em relação à saúde pública, à educação 
sanitária e à legislação referente à saúde.
XV - O médico será solidário com os movimentos de defesa da dignidade 
profissional, seja por remuneração digna e justa, seja por condições de 
trabalho compatíveis com o exercício ético-profissional da Medicina e 
seu aprimoramento técnico-científico.
XVI - Nenhuma disposição estatutária ou regimental de hospital ou de 
instituição, pública ou privada, limitará a escolha, pelo médico, dos meios 
cientificamente reconhecidos a serem praticados para o estabelecimento 
do diagnóstico e da execução do tratamento, salvo quando em benefício 
do paciente.
XVII - As relações do médico com os demais profissionais devem basear-se no 
respeito mútuo, na liberdade e na independência de cada um, buscando 
sempre o interesse e o bem-estar do paciente.
XVIII - O médico terá, para com os colegas, respeito, consideração e 
solidariedade, sem se eximir de denunciar atos que contrariem os 
postulados éticos. 
XIX - O médico se responsabilizará, em caráter pessoal e nunca presumido, 
pelos seus atos profissionais, resultantes de relação particular de 
confiança e executados com diligência, competência e prudência.
XX - A natureza personalíssima da atuação profissional do médico não 
caracteriza relação de consumo.
XXI - No processo de tomada de decisões profissionais, de acordo com seus 
ditames de consciência e as previsões legais, o médico aceitará as 
escolhas de seus pacientes, relativas aos procedimentos diagnósticos 
e terapêuticos por eles expressos, desde que adequadas ao caso e 
cientificamente reconhecidas.
UNIDADE 2 | ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL
112
FONTE: Disponível em: <http://www.portalmedico.org.br/novocodigo/integra_1.asp>. Acesso em: 
27 jan. 2013.
Caro(a) acadêmico(a), vimos apenas parte do código de ética do conselho 
federal de Medicina, você pode consultar no site pesquisado o código completo.
Os códigos de ética apresentados têm algo em comum: o respeito à vida 
e a todos os seres humanos, a integridade, a verdade, a honestidade, a justiça, 
a equidade, a lealdade, a responsabilidade, a transparência, a legalidade, a 
impessoalidade. A coerência entre o discurso e a prática são os princípios éticos 
que devem nortear as ações de qualquer organização ou classe de profissionais 
que se julga ética.
4.1 CÓDIGO DE ÉTICA OU GUIA DE CONDUTA
Veja, a seguir, uma publicação sobre código de ética.
CÓDIGO DE ÉTICA
 Maria do Carmo Whitaker*
 Maria Cecilia Coutinho de Arruda*
 
O código de ética é um instrumento de realização dos princípios, visão e 
missão da empresa. Serve para orientar as ações de seus colaboradores e explicitar 
a postura social da empresa em face dos diferentes públicos com os quais interage. 
É da máxima importância que seu conteúdo seja refletido nas atitudes das pessoas 
XXII - Nas situações clínicas irreversíveis e terminais, o médico evitará a realização 
de procedimentos diagnósticos e terapêuticos desnecessários e propiciará 
aos pacientes sob sua atenção todos os cuidados paliativos apropriados.
XXIII - Quando envolvido na produção de conhecimento científico, o médico 
agirá com isenção e independência, visando ao maior benefício para os 
pacientes e a sociedade.
XXIV - Sempre que participar de pesquisas envolvendo seres humanos ou 
qualquer animal, o médico respeitará as normas éticas nacionais, bem 
como protegerá a vulnerabilidade dos sujeitos da pesquisa.
XXV - Na aplicação dos conhecimentos criados pelas novas tecnologias, 
considerando-se suas repercussões tanto nas gerações presentes 
quanto nas futuras, o médico zelará para que as pessoas não sejam 
discriminadas por nenhuma razão vinculada à herança genética, 
protegendo-as em sua dignidade, identidade e integridade.
TÓPICO 1 | ÉTICA
113
5 VANTAGENS DOS CÓDIGOS DE ÉTICA
As empresas estão implantando códigos de ética por vários motivos. Segue 
uma relação dos principais:
• Fornecer critérios ou diretrizes para que as pessoas se sintam seguras ao 
adotarem maneiras éticas de se conduzir. 
• Garantir homogeneidade na maneira de encaminhar questões específicas. 
a que se dirige e encontre respaldo na alta administração da empresa que, tanto 
quanto o último empregado contratado, tem a responsabilidade de vivenciá-lo.
Para definir sua ética, sua forma de atuar no mercado, cada empresa 
precisa saber o que deseja fazer e o que espera de cada um dos funcionários. As 
empresas, assim como as pessoas, têm características próprias e singulares. Por 
essa razão os códigos de ética devem ser concebidos por cada empresa que deseja 
dispor desse instrumento. Códigos de ética de outras empresas podem servir de 
referência, mas não servem para expressar a vontade e a cultura da empresa, que 
pretende implantá-lo.
O próprio processo de implantação do código de ética cria um mecanismo 
de sensibilização de todos os interessados, pela reflexão e troca de ideias que supõe.
FONTE: Disponível em: http://www.eticaempresarial.com.br/site pg.asp?codigo=297&pag=2&subca 
t=2&tit=2&m=1&mdata=sim&ordenacao=DESC&mcat=2&nomecat=n&pagina=detalhe_
artigo&tit_pagina=C%D3DIGO%20DE%20%C9TICA>. Acesso em: 21 jan. 2013
O código de ética deve ser concebido pela própria empresa, expressando sua 
cultura. Serve para orientar as ações de seus colaboradores e explicitar a postura da 
empresa em face dos diferentes públicos com os quais interage. É um instrumento 
que serve de inspiração para as pessoas que aderem a ele e se comprometem 
com seu conteúdo. É imperioso que haja consistência e coerência entre o que está 
disposto no código de ética e o que se vive na organização. Se o código de conduta 
de fato cumprir o seu papel, sem dúvida significará um diferencial que agregará 
valor à empresa.
IMPORTANT
E
Agora que você possui a definição sobre ética, o que é um código de ética, você 
precisa saber quais são as vantagens da ética nos negócios. É exatamente o que faremos na 
sequência.
UNIDADE 2 | ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL
114
• Aumentar a integração entre os funcionários da empresa. 
• Favorecer ótimo ambiente de trabalho que desencadeia a boa qualidade da 
produção, alto rendimento e, por via de consequência, ampliação dos negócios 
e maior lucro. 
• Criar nos colaboradores maior sensibilidade que lhes permita procurar o bem-
estar dos clientes e fornecedores e, em consequência, sua satisfação. 
• Estimular o comprometimento de todos os envolvidos na elaboração do 
documento. 
• Proteger interesses públicos e de profissionais que contribuem para a 
organização. 
• Facilitar o desenvolvimento da competitividade saudável entre concorrentes. 
• Consolidar a lealdade e a fidelidade do cliente. 
• Atrair clientes, fornecedores, colaboradores e parceiros que se conduzem dentro 
de elevados padrões éticos. 
• Agregar valor e fortalecer a imagem da empresa. 
• Garantir a sustentabilidade da empresa.
Escrito por Maria do Carmo Whitaker e publicado originalmenteno livro 
“Ética na Vida das Empresas - Depoimentos e Experiências”, o artigo defende que 
o código de ética é um facilitador para se aliar lucros, produtividade, qualidade e 
eficiência de produtos e serviços, além de outros valores intangíveis que advêm das 
pessoas que as integram às empresas, tais como honestidade, justiça, cooperação, 
compreensão. (WHITAKER, 2007).
6 ÉTICA NOS NEGÓCIOS
Os líderes empresariais perceberam que a ética passou a ser um fator 
de competitividade. Por isso, é crescente a preocupação, entre os empresários 
brasileiros, com a adoção de padrões éticos para suas organizações. Sem dúvida, os 
integrantes dessas organizações serão analisados através do comportamento e das 
ações por eles praticadas, tendo como base um conjunto de princípios e valores.
TÓPICO 1 | ÉTICA
115
Da mesma maneira que o indivíduo é analisado pelos seus atos, as empresas 
(que são formadas por indivíduos) passaram a ter sua conduta mais controlada 
e analisada, sobretudo após a edição de leis que visam à defesa de interesses 
coletivos (WHITAKER, 2007).
6.1 TODAS AS PESSOAS QUEREM SER ÉTICAS. E AS 
EMPRESAS?
De modo muito simples e resumido, pode-se afirmar que é ético aquele 
que, livremente, com a consciência bem formada, responsabilidade e reta intenção, 
aplica a inteligência na procura da verdade e a vontade na busca do bem, em todas 
as circunstâncias. Nessa definição está a referência, o parâmetro da pessoa ética e 
pode-se afirmar, com toda segurança, que existem muitas pessoas que se esforçam 
para atingir essa meta.
A fonte da Ética é a própria realidade humana, o ambiente em que se vive. 
Desta maneira, o ambiente de trabalho, no qual se passa grande parte do dia, se 
desenvolve em uma sucessão de escolhas para tomadas de decisões e de práticas 
de virtudes, que nada mais são do que os valores transformados em ação. 
A credibilidade de uma instituição é o reflexo da prática efetiva de valores 
como a integridade, honestidade, transparência, qualidade do produto, eficiência 
do serviço, respeito ao consumidor, entre outros. Conclui-se, portanto, que, 
quando se fala em empresa ética, faz-se referência às pessoas que nela trabalham, 
se são éticas e buscam a excelência. Que os princípios e valores eleitos pelos seus 
fundadores e que impregnam a cultura da organização são éticos. Que os seus 
colaboradores, desde a alta administração até o último contratado, zelam pela 
conduta ética, e procuram exercer a liberdade com responsabilidade, tanto no seu 
relacionamento interno, como com o público externo.
Em resumo, as pessoas são éticas; a empresa é uma pessoa jurídica, 
porém constituída de pessoas. Então, a conduta desses refletirá na empresa que 
representam (WITAKER, 2007).
6.2 DOIS GRANDES DESAFIOS
Na ética, distinguem-se dois grandes planos de ação que são propostos 
como desafios às organizações:
UNIDADE 2 | ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL
116
• Primeiro, em termos de projeção de seus valores para o exterior, fala-se em 
empresa cidadã, no sentido de respeito ao meio ambiente, incentivo ao trabalho 
voluntário, realização de algum benefício para a comunidade, responsabilidade 
social, sustentabilidade etc.
• Segundo, sob a perspectiva de seu público mais próximo, como executivos, 
acionistas, empregados, colaboradores, fornecedores, envidam-se esforços 
para a criação de um sistema que assegure um modo ético de operar, sempre 
respeitando os princípios gerais da organização e os princípios do direito e da 
moral (WITAKER, 2007).
IMPORTANT
E
Esses dois elementos são de fundamental importância para elaboração de um 
código de ética.
São muito pesados os ônus impostos às empresas que, despreocupadas 
com a ética, enfrentam situações que, muitas vezes, em apenas um dia, destroem 
uma imagem que consumiu anos para ser conquistada. Multas elevadas, quebra 
da rotina, empregados desmotivados, fraude interna, perda da confiança na 
reputação da empresa, são exemplos desses ônus.
Daí o motivo de muitas empresas terem adotado elevados padrões 
pessoais de conduta para seleção de seus empregados, cientes de que, atualmente, 
a integridade nos negócios exige profissionais altamente capazes de conciliar 
princípios pessoais e valores empresariais.
6.3 GESTÃO DA ÉTICA
Ao lidar com pessoas, é imprescindível considerar a dignidade da pessoa, 
facilitando e promovendo o seu crescimento integral. Não se pode considerar as 
pessoas como simples elementos de produção e geração de lucros, que estão a 
serviço da empresa. Ao contrário, a empresa ética torna-se um instrumento do 
desenvolvimento econômico, a serviço da mulher e do homem integral, um campo 
riquíssimo de aperfeiçoamento da pessoa.
O empresário ético, que tem visão de futuro, investe na formação de 
seus colaboradores e conquista o seu comprometimento; lança desafios para que 
cresçam e se superem (WITAKER, 2007).
TÓPICO 1 | ÉTICA
117
Por essa razão, muitas empresas de respeito empreendem um esforço 
organizado, a fim de encorajar a conduta ética entre seus empregados. Para 
tanto, implantam códigos de ética, reciclam o aprendizado de seus executivos 
e colaboradores, idealizam programas de treinamento, criam comitês de ética, 
capacitam líderes que percorrem os estabelecimentos da organização incentivando 
o desenvolvimento de um clima ético. Nessa perspectiva, servem-se de 
consultores externos que os assessoram na elaboração de códigos de conduta e no 
desenvolvimento do clima ético, sensibilizando seus integrantes, mediante cursos 
e palestras, participando ativamente de treinamentos, procurando adequar tudo à 
legislação e aos critérios oferecidos por instituições internacionais de renome.
6.4 O EMPRESÁRIO ÉTICO NO SEU DIA A DIA
Após inúmeras conversas e entrevistas com empresários que privilegiam a 
ética, foi possível identificar os seguintes itens em suas condutas:
• Certificam-se de que sua consciência foi bem formada. 
• Seguem a voz de sua consciência. 
• Não transigem com seus princípios. 
• Agem com liberdade e responsabilidade. 
• Cercam-se de bons assessores. 
• Desenvolvem suas próprias competências e estabelecem planos estratégicos. 
• Aglutinam e mobilizam pessoas, estimulam iniciativas e novas ideias. 
• Conquistam a confiança de seus colaboradores e investem no seu treinamento. 
• Respeitam as pessoas, valorizando a dignidade de cada colaborador, 
cliente, fornecedor, concorrente e todas as demais pessoas de seu círculo de 
relacionamento (WITAKER, 2007). 
Pode-se concluir, portanto, que o código de ética é um facilitador para 
se aliar lucros, resultados, produtividade, qualidade e eficiência de produtos e 
serviços, além de outros valores típicos de empresa, com valores intangíveis que 
advêm das pessoas que a integram, tais como: honestidade, justiça, cooperação, 
tenacidade, compreensão, exigência, prudência, determinação, entre outros.
UNIDADE 2 | ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL
118
7 CONFRONTO DE DUAS ÉTICAS: ÉTICA DO
CAPITAL X ÉTICA DO SOCIAL
A principal característica da Ética do Capital é o lucro a qualquer custo, 
seja no meio empresarial, profissional ou pessoal. A necessidade de se obter 
resultados financeiros leva à competição em todos os meios, tornando as pessoas 
menos solidárias, mais individuais e consumistas. 
As consequências dessa prática levam a desigualdades, problemas sociais e 
ambientais, aumentando a corrupção e comprometendo a ética em todos os meios. 
O lucro em si, deixa de ser simples consequência do esforço e criatividade 
da organização, e se torna a meta em si mesmo. A busca do lucro e a necessidade 
de seu acúmulo contribuem para institucionalizar a competição como prática 
dominante. Lucro é o objetivo principal e preferencial que surge como uma 
necessidade de sobrevivência.
O lucro gera e é retroalimentado pela tríade poder-consumo-dinheiro, 
quesão os mecanismos geradores de competitividade do mercado. Tudo é feito 
em função do mercado.
Resumindo, tais consequências implantam um sistema de perversidades 
que criam um quadro de violência contra o meio ambiente e as causas sociais.
Para legitimar esse novo sistema, surgiu uma nova ética, exaltando a 
técnica, a competitividade, o consumo e o mercado.
8 A ÉTICA DA RESPONSABILIDADE SOCIAL
Em contrapartida, na ética do capital, temos a Ética da Responsabilidade 
Social, dentro da qual organizações modernas e conscientes estão atuando no 
espírito da cidadania empresarial.
Vimos anteriormente que a Ética do Capital apresenta pontos negativos 
em comparação com a Ética da Responsabilidade Social. A Ética da RS representa 
comportamentos sociais responsáveis, a solidariedade, o pensamento coletivo e 
tem como consequências dessa prática a igualdade, menos problemas sociais e 
ambientais, fortalecendo a ética em todos os meios.
A nova ética da responsabilidade social veio para superar os efeitos 
perversos da ética anterior, do domínio do lucro, dinheiro e consumismo. Essa 
mudança de panorama ocorre da seguinte maneira:
TÓPICO 1 | ÉTICA
119
ÉTICA RESPONSABILIDADE 
SOCIAL ÉTICA DO CAPITAL
Promove associativismo Promove Individualismo
Ênfase na solidariedade Ênfase na competitividade
Prevalece o debate civilizatório Prevalece o discurso único do mercado
Priorização dos problemas sociais Banalização dos problemas sociais
Adoção de comportamentos éticos Adoção de comportamentos antiéticos
Gera participação Gera alienação
Enobrecimento e revigoramento do 
trabalho
Deterioração do trabalho
Exaltação do caráter das pessoas Contaminação do caráter das pessoas
Redução das desigualdades Ampliação das desigualdades
FONTE: Melo Neto; Froes (2004)
QUADRO 5 – ÉTICA DA RESPONSABILIDADE SOCIAL X ÉTICA DO CAPITAL
Conforme verificamos acima, as éticas são antagônicas. Precisamos, então, 
encontrar a forma de subsistência da melhor ética ou fusão de ambas, pois, sem 
recursos, uma organização não terá condições de praticar ações de caráter social.
No próximo tópico, vamos estudar um pouco mais sobre responsabilidade 
social em complemento ao assunto estudado nesse tópico. 
NOTA
Caro(a) acadêmico(a), para aprofundar os seus conhecimentos, sugerimos a leitura 
dos textos sobre ética, constantes dos seguintes sites: 
<www.sun.com/emrkt/boardroom/newsletter/brazil/0907expertinsight.html>.
<www.fafibe.br/revistaonline/arquivos/wellington_responsabilidade_social_etica_nos_
negocios.pdf>.
120
RESUMO DO TÓPICO 1
Nesse tópico, caro(a) acadêmico(a), você pôde estudar os seguintes itens 
referentes à administração ambiental:
• Foram abordadas noções de ética, valores morais e cultura em relação à 
responsabilidade social. A partir disso, oferecemos algumas indicações sobre 
como pensar a responsabilidade social, tomando a ética como ponto de partida.
• Os pontos apresentados mostram que ser socialmente responsável nos negócios 
vem se tornando imprescindível para as empresas.
• É cada vez maior a importância da relação entre a ética do capital e a ética do 
social, que cada vez mais essas éticas estarão entrelaçadas e precisarão conviver 
em harmonia.
121
AUTOATIVIDADE
Realize uma pesquisa sobre os códigos de ética existentes no Brasil. Trace um 
comparativo entre os mesmos. Utilize, no máximo, cinco códigos. Ex: Código 
de ética dos profissionais liberais, médicos, professores, servidores públicos, 
advogados e outros.
122
123
TÓPICO 2
RESPONSABILIDADE SOCIAL
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Nesse tópico, trataremos do tema responsabilidade social. Mas, exatamente, 
o que é responsabilidade social?
 
Muito se tem falado nos últimos tempos sobre essa questão, mas, 
exatamente, por que ela se tornou tão importante?
Talvez, por causa do aumento da complexidade dos negócios, em 
decorrência da globalização e da velocidade das inovações tecnológicas, talvez 
devido ao aumento da conscientização empresarial, verificando que as empresas 
também possuem um papel social para diminuir a crescente disparidade e 
desigualdade na nossa sociedade atual.
Seja qual for o motivo, todos estão obrigando as empresas atuais a repensar 
suas estratégias, buscando novas maneiras de obter lucro, porém, potencializando 
o desenvolvimento econômico, social e ambiental.
2 EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE RESPONSABILIDADE 
SOCIAL
A ideia de uma responsabilidade social das empresas não é nova. Já em 
1920, Henry Ford defendia que as empresas tinham de participar no bem-estar 
coletivo. Também não é uma ideia que ressurgiu agora, como uma moda. É um 
valor que foi crescendo, evoluindo, tomando corpo até adquirir uma dimensão 
universal.
De qualquer maneira, as origens e os exemplos de uma política socialmente 
responsável por parte das empresas vêm de longe e estão, por vezes, ligados a 
credos religiosos. O primeiro fundo de investimento socialmente responsável tem 
também origem religiosa. Denominado Pioneer Fund, foi lançado em 1928, pela 
Igreja Evangelista Americana, e opunha-se ao consumo do álcool e do tabaco.
Em 1908, ainda nos Estados Unidos, o Conselho Federal das Igrejas lança 
um documento que ainda hoje, um século mais tarde, se mantém atual. Nesse 
UNIDADE 2 | ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL
124
documento, o conselho manifesta-se a favor de direitos iguais e de justiça para 
todos, sem discriminação, da abolição do trabalho infantil, do fim da exploração 
dos trabalhadores, de uma diminuição progressiva das horas de trabalho, da 
proteção dos trabalhadores contra os perigos ligados às máquinas e contra as 
doenças profissionais, entre outros.
Até aqui referimos apenas iniciativas tomadas por empresas e por 
instituições, mas o desenvolvimento do conceito de Responsabilidade Social teve, 
por outro lado, a pressão dos consumidores, a exigência por parte das comunidades 
de uma nova postura das empresas, que, muitas vezes, chega a ser confundida 
com a luta pelos direitos cívicos. 
Mas é no final dos anos sessenta que os movimentos dos consumidores, 
exigindo uma nova postura das empresas, tomam posição de uma maneira mais 
sistemática e generalizada. Foi o início da Responsabilidade Social das empresas, 
tal como a entendemos hoje, é o momento de as empresas assumirem essa 
responsabilidade de modo mais concentrado e de surgirem os primeiros esboços 
de relatórios de Responsabilidade Social.
No final dos anos sessenta/setenta, a emergência dos movimentos 
ambientalistas e a crise petrolífera fizeram dos recursos naturais, da energia e do 
ambiente em geral, temas de importância política, econômica e social.
A partir daí, o crescimento tem continuado a pequenos passos, mas de 
maneira sistemática e tendo como base orientações internacionais. A implantação 
do conceito dentro das empresas é ainda variável, mas, a nível das grandes 
multinacionais, podemos, hoje, verificar que quase todas realizam o seu relatório 
de Responsabilidade Social, no qual expressam os seus compromissos em relação 
ao ambiente, aos colaboradores e à comunidade. 
Esta ação das multinacionais tem contribuído e estimulado para a 
implementação de políticas socialmente responsáveis. Quando uma empresa abre 
uma fábrica em outro país, está, de algum modo, exportando para esse mesmo país 
a sua cultura. Frequentemente, é possível encontrar nas multinacionais traduções 
dos seus códigos de boas práticas, na língua do país em que estão implantadas, e 
dos seus procedimentos definidos em nível mundial.
NOTA
Este conteúdo está disponível em: <http://br.monografias.com/trabalhos3/
responsabilidade-social-na-empresa/responsabilidade-social-na-empresa2.shtml>. Acesso 
em: 21 jan. 2013.
TÓPICO 2 | RESPONSABILIDADE SOCIAL
125
3 O QUE É RESPONSABILIDADE SOCIAL?
A expressão “responsabilidade social” suscitauma série de interpretações. 
Para alguns, representa a ideia de responsabilidade ou obrigação legal; para outros, 
é um dever que impõe às empresas padrões muito mais altos de comportamento 
que os do cidadão comum. Há outros que traduzem como prática social, papel 
social ou função social. Há ainda a visão de comportamento eticamente responsável 
ou uma contribuição caridosa.
Bowen (1957) definiu responsabilidade social como “a obrigação dos 
homens de negócios de adotar orientações, tomar decisões e seguir linhas de ação 
que sejam compatíveis com os fins e valores da sociedade”.
Biroui (apud ASHLEY, 2003) definiu como “responsabilidade daquele que 
é chamado a responder pelos atos face à sociedade ou à opinião pública [...] na 
medida em que tais atos assumam dimensões ou consequências sociais.”
Em 2001, a Comissão Europeia lançou o Livro Verde para a Responsabilidade 
Social e incentivou as empresas cotadas em Bolsa, que integram um mínimo de 500 
trabalhadores, a publicar os seus relatórios anuais de maneira tripartida, ou seja, 
tendo em atenção os critérios sociais, ambientais e econômicos. Esta medida foi já 
adotada pela França. 
A Comissão apelou ainda para que, até 2004, em todos os estados membros, 
sejam desenvolvidos diretrizes e critérios comuns para a elaboração generalizada, 
por parte das empresas, de relatórios de Responsabilidade Social.
Hoje em dia temos novos conceitos, como Sustentabilidade Social, 
Desenvolvimento Sustentável, mas todos tiveram origem na Responsabilidade 
Social. Porém, estes novos conceitos confundem-se entre si, de tão entranhados que 
são, pois exigem por parte das empresas que levem em conta não só os aspectos 
econômicos, mas também os aspectos sociais e ambientais.
NOTA
A responsabilidade social, assim como o conceito da mesma, não é algo estático, 
está em contínuo processo de evolução, conforme será abordado nos próximos itens.
UNIDADE 2 | ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL
126
Mas, então, o que é realmente responsabilidade social? Concluímos, 
na realidade, que responsabilidade social é o somatório de todas as definições 
apresentadas acima, em que a responsabilidade é o compromisso que a empresa 
tem com o desenvolvimento, bem-estar e melhoramento da qualidade de vida 
dos empregados, familiares e comunidade em geral.
4 RESPONSABILIDADE SOCIAL PARA QUEM?
Segundo Bowen, há cinco tipos de públicos beneficiados pela 
responsabilidade social: funcionários, clientes, fornecedores, competidores, entre 
outros, com os quais a empresa mantém relacionamentos de qualquer natureza, 
ou seja, responsabilidade social engloba o público interno e externo, que possui 
um relacionamento de qualquer nível e espécie com a empresa em questão e não 
se restringe somente à área social, ou privilegia uma categoria em particular, 
conforme demonstrado na figura a seguir.
FONTE: Ashley (2003)
FIGURA 10 – VETORES DA RESPONSABILIDADE SOCIAL
ESTUDOS FU
TUROS
Grave a definição de responsabilidade, mais tarde será elemento de apoio ao texto 
e distinção para novos conceitos.
TÓPICO 2 | RESPONSABILIDADE SOCIAL
127
5.2 HISTÓRICO
Nos anos 60, nos EUA e na Europa, o repúdio da população à Guerra do 
Vietnã deu início a um movimento de boicote à aquisição de produtos e ações de 
algumas empresas ligadas ao conflito. A sociedade exigia uma nova postura ética 
e diversas empresas passaram a prestar contas de suas ações e objetivos sociais. 
A elaboração e divulgação anual de relatórios com informações de caráter social 
resultaram no que hoje se chama de balanço social. 
5 BALANÇO SOCIAL
A seguir, veja o que é balanço social, o histórico, por que fazer e os benefícios.
5.1 O QUE É?
O balanço social é um demonstrativo publicado anualmente pela empresa, 
reunindo um conjunto de informações sobre os projetos, benefícios e ações sociais 
dirigidas aos empregados, investidores, analistas de mercado, acionistas e à 
comunidade. É também um instrumento estratégico para avaliar e multiplicar o 
exercício da responsabilidade social corporativa. 
No balanço social, a empresa mostra o que faz por seus profissionais, 
dependentes, colaboradores e comunidade, dando transparência às atividades que 
buscam melhorar a qualidade de vida para todos. Sua função principal é tornar 
pública a responsabilidade social empresarial, construindo maiores vínculos entre 
a empresa, a sociedade e o meio ambiente. 
O balanço social é uma ferramenta que, quando construída por múltiplos 
profissionais, tem a capacidade de explicitar e medir a preocupação da empresa 
com as pessoas e a vida no planeta.
NOTA
Este conteúdo está disponível em: <http://www.balancosocial.org.br/cgi/cgilua.
exe/sys/start.htm?sid=2>. Acesso em: 21 jan. 2013.
UNIDADE 2 | ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL
128
No Brasil a ideia começou a ser discutida na década de 70. Contudo, 
apenas nos anos 80 surgiram os primeiros balanços sociais de empresas. A partir 
da década de 90, corporações de diferentes setores passaram a publicar o balanço 
social anualmente.
5.3 POR QUE FAZER?
O balanço social tornou-se um importante instrumento de divulgação 
utilizado pelas organizações para explicitar todas as ações sociais realizadas 
anualmente. Veja a seguir outras justificativas da importância do balanço do social, 
em complemento ao assunto abordado:
• Porque é ético... justo, bom e responsável já é um bem em si mesmo.
• Porque agrega valor... o balanço social traz um diferencial para a imagem 
da empresa que vem sendo cada vez mais valorizado por investidores e 
consumidores no Brasil e no mundo.
• Porque diminui os riscos... num mundo globalizado, em que as informações 
sobre empresas circulam através dos mercados internacionais em minutos, 
uma conduta ética e transparente tem que fazer parte da estratégia de qualquer 
organização nos dias de hoje.
• Porque é um moderno instrumento de gestão... o balanço social é uma valiosa 
ferramenta para a empresa gerir, medir e divulgar o exercício da responsabilidade 
social em seus empreendimentos.
• Porque é instrumento de avaliação... os analistas de mercado, investidores e 
órgãos de financiamento (como BNDES, BID e IFC) já incluem o balanço social 
na lista dos documentos necessários para se conhecer e avaliar os riscos e as 
projeções de uma empresa.
• Porque é inovador e transformador... realizar e publicar balanço social 
anualmente é mudar a antiga visão, indiferente à satisfação e ao bem-estar 
dos funcionários e clientes, para uma visão moderna, em que os objetivos da 
empresa incorporam as práticas de responsabilidade social e ambiental.
NOTA
Este conteúdo está disponível em: <http://www.balancosocial.org.br/cgi/cgilua.
exe/sys/start.htm?sid=2>. Acesso em: 21 jan. 2013.
TÓPICO 2 | RESPONSABILIDADE SOCIAL
129
5.4 OS BENEFICIÁRIOS
O balanço social favorece a todos os grupos que interagem com a empresa. 
Aos dirigentes fornece informações úteis à tomada de decisões relativas aos 
programas sociais que a empresa desenvolve. Seu processo de realização estimula 
a participação dos funcionários e funcionárias na escolha das ações e projetos 
sociais, gerando um grau mais elevado de comunicação interna e integração nas 
relações entre dirigentes e o corpo funcional. 
Aos fornecedores e investidores, informa como a empresa encara suas 
responsabilidades em relação aos recursos humanos e à natureza, o que é um bom 
indicador da maneira como a empresa é administrada.
Para os consumidores, dá uma ideia de qual é a postura dos dirigentes 
e a qualidade do produto ou serviço oferecido, demonstrando o caminho que a 
empresa escolheu para construir sua marca. E ao Estado ajuda na identificação e 
na formulação de políticas públicas. Enfim, como disse Betinho, “o balanço social 
não tem donos, só beneficiários”.
NOTA
NOTA
Este conteúdo está disponível em: <http://www.balancosocial.org.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=2>. Acesso em: 21 jan. 2013.
Este conteúdo está disponível em: <http://www.balancosocial.org.br/cgi/cgilua.
exe/sys/start.htm?sid=2>. Acesso em: 21 jan. 2013.
DICAS
Como sugestão, leia: 
• Ética e cidadania, um livro de Herbert José de Souza (Betinho), da Editora Moderna; 
• Cidadania corporativa: a gestão da ética nas empresas. Disponível em: <http://www.socialtec.
org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=149:cidadania-corporativa-a-gestao-
da-etica-nas-empresas&catid=25:responsabilidade-social&Itemid=2>.
UNIDADE 2 | ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL
130
6 TENDÊNCIAS E DESAFIOS PARA A RESPONSABILIDADE 
SOCIAL NOS NEGÓCIOS
Muito debatida no meio empresarial, a responsabilidade social vem se 
tornando, em muitos casos, um referencial de excelência para o mundo 
dos negócios, sob a perspectiva de um modelo de desenvolvimento 
sustentável, que resulta da harmonia entre as dimensões econômica, 
social e ambiental.
Esse novo modelo de gestão desencadeou uma série de iniciativas, 
discussões e atitudes que deslocaram o foco da exploração para a 
preservação, impondo aos humanos o desafio de tornar a vida no 
planeta não apenas viável no presente, mas também no futuro.
No âmbito empresarial, a responsabilidade social é o conceito que alinha 
o comportamento das organizações às perspectivas da sustentabilidade. 
E é seguindo essa tendência que a Responsabilidade Social Corporativa 
(RSC) ou Empresarial (RSE) evolui a cada dia, acompanhando a 
mudança do pensamento social sobre a manutenção da vida. 
Consumidores mais exigentes, empresas comprometidas com valores 
éticos universais, como o respeito aos direitos humanos, compõem 
uma combinação que vem transformando sociedades e desafiando as 
empresas na melhoria contínua em questão de padrões de produção e 
consumo que inviabilizam a vida no planeta.
No que tange ao desenvolvimento das práticas voltadas à 
responsabilidade social corporativa, estas têm sido, significativamente, 
influenciadas pela evolução da normalização em sistemas da gestão 
empresarial que, por sua vez, vem possibilitando avaliar a conformidade 
do Sistema da Gestão da Responsabilidade Social - SGRS. (SORATTO 
ET AL., 2006, p.1).
Podemos resumir que, num futuro próximo, empresas que não adotarem 
sistemas de responsabilidade social serão marginalizadas no mercado, pondo em 
risco até sua própria sobrevivência. Então, visto ser essa tendência irreversível, resta 
aos empresários um único caminho - a implantação de um SGRS ou a estagnação 
econômico-socioambiental de seu negócio até sua inexistência.
7 DA RESPONSABILIDADE SOCIAL PARA
A SUSTENTABILIDADE SOCIAL
O conceito de sustentabilidade empresarial estava associado à questão 
da preservação ambiental. Uma empresa era socialmente sustentável, ou melhor, 
ambientalmente sustentável, se praticasse ações de desenvolvimento e preservação 
do seu capital natural, ou seja, sustentabilidade era basicamente sinônimo de meio 
ambiente.
A sustentabilidade era uma dimensão da gestão ambiental e não social. 
Uma empresa socialmente sustentável era ecologicamente responsável.
TÓPICO 2 | RESPONSABILIDADE SOCIAL
131
FONTE: Melo Neto; Froes (2004)
FIGURA 11 – NOVAS DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL
Então, de uma visão estreita de responsabilidade empresarial centrada 
no meio ambiente, evolui-se para um termo mais amplo, conhecido como 
sustentabilidade, centrada no crescimento econômico, equilíbrio social e também 
na proteção ambiental. De acordo com este novo modelo, a empresa socialmente 
responsável e sustentável é aquela que atua nas três dimensões.
Portanto, as empresas que adotam esse novo modelo devem criar e 
aprimorar novos mecanismos de gestão.
A seguir, veja o artigo sobre sustentabilidade social.
O que então impactou para mudança desse raciocínio? Foi principalmente o 
equilíbrio social, ou melhor, o desequilíbrio social como questão central, conforme 
demonstrado na figura 7.
SUSTENTABILIDADE SOCIAL TAMBÉM É FUNDAMENTAL
Raquel Nunes
Nunca se falou tanto em sustentabilidade e em meio ambiente 
como nos dias de hoje. E é mesmo importante que as pessoas compreendam 
que a importância de se conservar os recursos naturais e levar uma vida 
mais condizente com a capacidade de produção e renovação dos recursos 
UNIDADE 2 | ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL
132
planetários é nossa única chance de continuarmos ainda por um longo tempo 
por aqui. Contudo, o que muitos esquecem é de que nada adianta um meio 
ambiente cuidado e vigiado, bem como empreendimentos voltados para a 
preservação ambiental e para a sustentabilidade, se não forem observadas 
a manutenção e o oferecimento das condições mais básicas de vida para as 
populações inseridas no contexto desse mesmo meio ambiente.
Para isso, a necessidade de ampliar-se a sustentabilidade ambiental, 
para que alcançasse também as pessoas, deu surgimento ao termo 
sustentabilidade social. Sim, porque da mesma forma que é necessário 
preservar os recursos ambientais de uma determinada região, é necessário 
que as pessoas que nela vivem o façam de forma completa e satisfatória. 
Desta forma, os habitantes locais serão muito mais facilmente permeáveis às 
ideias conservacionistas e se dedicarão com muito mais afinco à conservação 
e à evolução de comportamentos e tradições mais responsáveis em relação ao 
meio ambiente que as cerca. Pois onde há miséria, carências de toda espécie, 
pobreza extrema e a falta das mais básicas condições de vida, é impossível 
exigir-se, ou sequer sonhar, que as pessoas envolvidas nesse mar de carências 
se preocupem com a preservação do que quer que seja. Afinal de contas, 
ninguém pode se preocupar com o perigo de extinção do pássaro “negro de 
quatro olhos”, enquanto morre de fome à míngua e o pássaro dá um “caldo 
gostoso”.
Por isso, todo o planejamento para tornar um determinado 
empreendimento sustentável deve, antes de qualquer coisa, levar em 
consideração a aplicação da sustentabilidade social. Perceber a importância 
desse fator e desse imperativo é a diferença entre o sucesso e o fracasso de 
quaisquer políticas ambientais que se desejem implantar. E compreender o 
quão difícil é preocupar-se com o ambiente e com a conservação da natureza 
enquanto se morre de fome, caminha-se no esgoto e bebe-se da água 
mais poluída possível, é a chave para o sucesso desses projetos. Assim, a 
sustentabilidade social deve preceder qualquer outra prática.
No entanto, nem sempre é assim que acontece. Muitos governos 
e empresas jogam determinações para serem cumpridas de “cima para 
baixo” e sem entender a realidade que aflige determinado grupo humano. 
Um exemplo bem claro disso é o que ocorre na Amazônia. Proíbem-se as 
madeireiras e se deseja combater a exploração ilegal do lugar. Contudo, não 
se criam oportunidades de emprego e renda nas cidades que estão às margens 
da floresta e, muito menos, nas que estão localizadas dentro dessas áreas. O 
resultado é líquido e certo: entre morrer de fome e deixar a floresta vicejar ou 
aceitar o emprego na madeireira, botar as árvores abaixo e ir dormir todos os 
dias com a barriga cheia e aquecida, qual opção você escolheria? E é exatamente 
o que ocorre por lá. O povo inverteu a “ordem natural das coisas” e aliou-
se aos criminosos, pois eles são a sua única fonte de renda e de sustento no 
TÓPICO 2 | RESPONSABILIDADE SOCIAL
133
meio da selva. Quando chegam os órgãos governamentais de meio ambiente e 
combatem as madeireiras, eles é que são considerados os inimigos.
Se os preceitos de sustentabilidade social tivessem sido aplicados por 
lá, a história com toda a certeza seria muito diferente e o governo federal teria 
o apoio quase total dos moradores e habitantes daquela região.
Essa é a importância e a relevância que deve ser dada e a urgência 
com que esse conceito deve ser debatidoe introduzido o mais rapidamente 
possível em todas as deliberações que tenham o tema sustentabilidade como 
pauta.
Sustentabilidade social é e sempre será o início de qualquer projeto 
de sustentabilidade econômica ou ambiental que se preze.
A figura a seguir apresenta as dimensões do novo modelo de 
responsabilidade e sustentabilidade social: 
FONTE: Disponível em: <http://www.ecologiaurbana.com.br/sustentabilidade/sustentabilidade-
social-tambem-e-fundamental/>. Acesso em: 27 jan. 2013.
FONTE: Melo Neto; Froes (2004)
FIGURA 12 – MODELO DE RESPONSABILIDADE E SUSTENTABILIDADE SOCIAL
UNIDADE 2 | ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL
134
Portanto, uma empresa socialmente responsável e sustentável atua nestas 
três dimensões: na preservação ambiental, no fomento ao desenvolvimento 
econômico e na promoção da igualdade social.
Durante o estudo sobre a responsabilidade social, verifica-se a relevante 
importância das organizações sobre as questões sociais, ambientais e econômicas. 
Uma empresa responsável também é uma empresa ética, isto é, idônea, na forma 
como se relaciona com a sociedade, incluindo seus funcionários. 
A partir do exposto, verifica-se que as questões sociais são de fundamental 
importância para qualquer estrutura empresarial. Atualmente, há uma mudança na 
cultura das empresas, que passam a se preocupar, cada vez mais, com a cidadania 
que está se transformando em agentes de renovação no mundo dos negócios.
Com isso, percebe-se a preocupação que existe hoje por parte das empresas 
através da divulgação do seu balanço social, que evidencia os investimentos nas 
questões socioambientais.
135
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, caro(a) acadêmico(a), você teve oportunidade de estudar os 
seguintes itens referentes à administração ambiental:
• A questão da responsabilidade social pode ser vista sob vários ângulos, como 
um conceito que está em evolução e que, portanto, necessita ser consolidado na 
sociedade.
• Ao longo do tópico, vimos o termo responsabilidade social nos negócios e suas 
variantes, responsabilidade empresarial, responsabilidade social das empresas. 
Existem, ainda, outras não citadas, como responsabilidade corporativa. 
Entretanto, todas as terminologias possuem o mesmo significado, ou seja, a 
responsabilidade da empresa com a sociedade, através das diversas relações 
estabelecidas entre ambas as partes.
136
AUTOATIVIDADE
Realize uma pesquisa sobre programas de responsabilidade social de melhor 
resultado no Brasil. Faça uma análise crítica, apresentando pontos fortes e fracos 
dos mesmos. Ex.: Boticário, Bradesco, Gessy Lever, Vale, Petrobras, Banco do 
Brasil, Johnson & Johnson etc.
137
TÓPICO 3
IMPACTO DAS DECISÕES EMPRESARIAIS NA 
SOCIEDADE E NO MEIO AMBIENTE
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Relembrando nosso conceito de meio ambiente, abordado na Unidade 1, 
Tópico 1: meio ambiente não é somente fauna, flora ou recursos naturais, mas 
também todo integrante que nele esteja inserido, ou seja, seres humanos e suas 
atividades.
Nesse tópico abordaremos justamente como as empresas impactam 
na sociedade e no meio ambiente, de maneira negativa e positiva, com suas 
consequências e tratativas que deveremos adotar.
2 AS RELAÇÕES DA EMPRESA COM A SOCIEDADE
A empresa é o principal agente de transformação da sociedade, e vem 
assumindo novos papéis a cada dia. Verificamos que o Estado não tem sido bem-
sucedido na diminuição das desigualdades sociais e na solução de um processo 
crescente de exclusão, não simplesmente econômico, mas das possibilidades de 
acesso a novas formas de trabalho, a novas maneiras de buscar o conhecimento, à 
criação de uma sociedade mais justa.
Um dos desafios maiores da empresa, talvez, seja vencer a aparente 
contradição entre a sobrevivência e o crescimento, sem descuidar a humanização do 
trabalho e o resgate da dignidade da pessoa humana. Para a empresa, é importante 
ser reconhecida como uma empresa ética e socialmente responsável, seja no plano 
interno como na sociedade em que está inserida. 
A empresa atual tem que ser socialmente responsável. Isso ela o faz, 
também, gerando empregos, distribuindo riqueza, diminuindo a desigualdade 
social e distribuição, assumindo, então, um papel de liderança na transformação da 
sociedade atual para um futuro mais justo e equilibrado.
138
UNIDADE 2 | ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL
3 O QUE É UMA EMPRESA SOCIAL E AMBIENTALMENTE 
RESPONSÁVEL?
Segundo o Portal Responsabilidade Social, a busca da responsabilidade 
social corporativa tem, de modo geral, as seguintes características:
• É plural. Empresas não devem satisfações apenas aos seus acionistas. Muito 
pelo contrário. O mercado deve agora prestar contas aos funcionários, à mídia, 
ao governo, ao setor não governamental e ambiental e, por fim, às comunidades 
com que opera. Empresas só têm a ganhar na inclusão de novos parceiros 
sociais em seus processos decisórios. Um diálogo mais participativo não apenas 
representa uma mudança de comportamento da empresa, mas também significa 
maior legitimidade social. 
• É distributiva. A responsabilidade social nos negócios é um conceito que se aplica 
a toda a cadeia produtiva. Não somente o produto final deve ser avaliado por 
fatores ambientais ou sociais, mas o conceito é de interesse comum e, portanto, 
deve ser difundido ao longo de todo e qualquer processo produtivo. Assim 
como consumidores, empresas também são responsáveis por seus fornecedores 
e devem fazer valer seus códigos de ética aos produtos e serviços usados ao 
longo de seus processos produtivos. 
• É sustentável. Responsabilidade social anda de mãos dadas com o conceito de 
desenvolvimento sustentável. Uma atitude responsável, em relação ao ambiente 
e à sociedade, não só garante a não escassez de recursos, mas também amplia 
o conceito a uma escala mais ampla. O desenvolvimento sustentável não só 
se refere ao ambiente, mas, por via do fortalecimento de parcerias duráveis, 
promove a imagem da empresa como um todo e por fim leva ao crescimento 
orientado. Uma postura sustentável é por natureza preventiva e possibilita a 
prevenção de riscos futuros, como impactos ambientais ou processos judiciais. 
• É transparente. A globalização traz consigo demandas por transparência. Não 
mais nos bastam os livros contábeis. Empresas são gradualmente obrigadas a 
divulgar sua performance social e ambiental, os impactos de suas atividades e as 
medidas tomadas para prevenção ou compensação de acidentes. Nesse sentido, 
empresas serão obrigadas a publicar relatórios anuais, onde sua performance é 
aferida nas mais diferentes modalidades possíveis. Muitas empresas já o fazem 
em caráter voluntário, mas muitos preveem que relatórios socioambientais 
serão compulsórios num futuro próximo.
FONTE: Disponível em: <http://www.responsabilidadesocial.com/institucional/institucional_view.
php?id=1>. Acesso em: 27 jan. 2013.
A dimensão socioambiental envolve muitas outras atividades, não apenas 
uso de papel reciclado em produtos e embalagens. Como exemplo, tem-se o uso 
de tecnologia limpa, implantação da gestão ambiental, política ambiental e outros 
procedimentos.
TÓPICO 3 | IMPACTO DAS DECISÕES EMPRESARIAIS NA SOCIEDADE E NO MEIO AMBIENTE
139
SUA EMPRESA É SOCIALMENTE RESPONSÁVEL SE ELA FOR
1. Ecológica 5. Saudável
2. Filantrópica 6. Educativa
3. Flexível 7. Comunitária
4. Interessada 8. Íntegra
FONTE: BSR - Business for Social Responsibility
QUADRO 6 – OS MANDAMENTOS DA ÉTICA SOCIAL
A filantropia é apenas uma ação que se insere no contexto mais amplo 
da responsabilidade social. Muitos especialistas não a consideram ação de 
responsabilidade social, mas um estágio de pré-responsabilidade social. A 
responsabilidade social exige da empresa uma gestão efetiva da sua força de 
trabalho, do ambiente de trabalho e da qualidadede vida no trabalho. Vai muito 
além do ajuste da jornada de trabalho às necessidades pessoais.
O interesse da empresa por seus funcionários é apenas um dos indicadores 
da sua responsabilidade social. Não basta fazer pesquisas somente para conhecer 
os problemas dos funcionários, mas é necessário também pesquisar os problemas 
de seus familiares e dos prestadores de serviço.
A ênfase na saúde dos funcionários extrapola questões como redução de 
peso e colesterol baixo, e engloba outras questões relacionadas à saúde mental, 
ocupacional e à segurança no trabalho.
No campo da educação, o escopo é ainda maior - compreende ações de 
formação, treinamento e capacitação profissional, tanto para funcionários e seus 
dependentes, quanto para clientes, fornecedores e demais parceiros, além da 
sociedade e da comunidade.
Em suas relações com a comunidade, a empresa socialmente responsável 
não se limita a ceder suas instalações para a prática esportiva e para atividades 
de cunho social e cultural dos alunos das escolas das redondezas. A amplitude 
é muito maior: ações de inserção social, ações de fomento do desenvolvimento 
social, ações de apoio social.
A integridade é a base ética do comportamento da empresa socialmente 
responsável. É talvez a dimensão de maior amplitude. Envolve a ética não somente 
aplicada aos negócios (não lança mão de propaganda enganosa, vendas casadas 
e demais práticas de marketing desonesto), mas também em todo o ambiente 
organizacional.
As empresas socialmente responsáveis destacam-se pelo seu padrão de 
comportamento social, econômico, cultural, político e ambiental.
140
UNIDADE 2 | ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL
O paradigma empresarial moderno é definido, atualmente, como cidadania 
empresarial, cujas principais características são:
• alto comprometimento com a comunidade;
• atua em parceria com o governo, demais empresas e entidades em programas e 
projetos sociais;
• apresenta progressão de investimentos nas áreas sociais;
• viabiliza projetos sociais independentemente dos benefícios fiscais existentes;
• realiza ações sociais, cujo principal objetivo não é o marketing, mas um 
comprometimento efetivo com a comunidade;
• seus funcionários, conscientes da responsabilidade social da empresa, atuam 
como voluntários em campanhas e projetos sociais;
• os valores e princípios empresariais, além da missão e visão estratégica, 
incorporam responsabilidades diversas, envolvendo o seu relacionamento com 
o governo, clientes, fornecedores, comunidade, sociedade, acionistas e demais 
parceiros.
A empresa socialmente responsável torna-se cidadã porque dissemina 
novos valores que restauram a solidariedade social, a coesão social e o compromisso 
social, com a equidade, a dignidade, a liberdade, a democracia e melhoria da 
qualidade vida de todos os que vivem na sociedade.
IMPORTANT
E
NOTA
Este conteúdo está disponível em: <http://socibras.com.br/responsabilidadesocial/>. 
Acesso em: 27 jan. 2013.
As características que definem a cidadania empresarial são o resumo das ações 
que empresas socialmente responsáveis devem praticar para serem consideradas atuantes 
nessa área.
TÓPICO 3 | IMPACTO DAS DECISÕES EMPRESARIAIS NA SOCIEDADE E NO MEIO AMBIENTE
141
Com essa nova postura de responsabilidade social, as empresas passam por 
profundas mudanças em todos os campos, assim como nas questões ambientais. 
As decisões relacionadas ao meio ambiente tornaram-se importantes a ponto de 
influenciar nas práticas estratégicas das organizações.
O que é uma empresa socialmente responsável no campo ambiental? O que 
vem a ser esta nova postura empresarial que caracteriza as relações da empresa 
com seu meio ambiente?
Tal postura fundamenta-se nos seguintes parâmetros:
• bom relacionamento com as comunidades;
• bom relacionamento com os organismos ambientais;
• estabelecimento de uma política ambiental;
• eficiente sistema de gestão ambiental;
• garantia de segurança dos empregados e das comunidades vizinhas;
• uso de tecnologia limpa;
• elevados investimentos em proteção ambiental;
• definição de um compromisso ambiental;
• associação das ações ambientais com os princípios estabelecidos na Carta para 
o Desenvolvimento Sustentável;
• a questão ambiental como valor do negócio;
• atuação ambiental com base na Agenda 21 local;
• contribuição para o desenvolvimento sustentável dos municípios circunvizinhos.
IMPORTANT
E
Da mesma maneira que no campo social, as posturas ambientais que caracterizam 
as empresas ambientalmente responsáveis são o resumo de ações que as mesmas devem 
praticar para serem consideradas atuantes nessa área.
142
UNIDADE 2 | ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL
Além disso, a empresa deve implementar o seu sistema de gestão ambiental 
com base em três critérios básicos: realização de ações de treinamento e capacitação 
de recursos humanos; integração das ações de preservação ambiental com as ações 
de saúde e segurança industrial e certificação ambiental com base nas normas NBR 
ISO 14000 e Norma Britânica BS 8800.
Portanto, uma empresa socialmente responsável no campo da preservação 
ambiental destaca-se pela sua excelência em política e gestão ambiental; pela sua 
atuação como agente de fomento do desenvolvimento sustentável local e regional, 
de preservação da saúde, da segurança e da qualidade de vida de seus empregados 
e da comunidade situada ao seu redor; e pela inserção da questão ambiental como 
valor de sua gestão e como compromisso, sob a forma de missão e visão do seu 
desempenho empresarial.
4 IMPACTO DAS EMPRESAS NA SOCIEDADE E MEIO 
AMBIENTE
Apesar do aumento crescente dos investimentos sociais, no Brasil e no 
mundo, é possível afirmar que a comunidade empresarial está dividida em dois 
segmentos.
No primeiro, estão as empresas que privilegiam as atividades diretamente 
ligadas à rentabilidade dos seus negócios. Tais empresas creem que cumprem 
com a função social gerando empregos e pagando impostos. Elas veem iniciativas 
no campo social como responsabilidade do Estado, e, portanto uma função 
incompatível com os valores e natureza do mundo dos negócios.
No segundo, estão as empresas que veem a responsabilidade e a 
sustentabilidade social como funções estratégicas destas organizações.
Ambos os modelos diferem em um aspecto essencial. No primeiro caso, o 
exercício da responsabilidade social não é visto como parte integrante do portfólio 
de negócios da empresa; no segundo caso, a prática de ações socioambientais é 
vista como instrumento de gestão na procura da sustentabilidade.
Como observamos, há uma grande polêmica em torno da extensão do 
exercício da responsabilidade social das empresas. Algumas firmas, atentas às 
necessidades do meio ambiente, acreditam que a função social das empresas é 
uma resposta a exigências de ordem moral, prática e baseada na realidade.
TÓPICO 3 | IMPACTO DAS DECISÕES EMPRESARIAIS NA SOCIEDADE E NO MEIO AMBIENTE
143
4.1 IMPACTOS BENÉFICOS
Os impactos benéficos das empresas estão ligados a ações do tipo: construção 
de equipamentos não poluentes, tecnologias limpas e reaproveitamento de 
resíduos. Com isso, as empresas desenvolvem e reconstroem o seu capital natural.
Ao investirem no social, através de ações internas e externas (projetos 
sociais próprios e de terceiros) e abraçarem uma ou mais causas sociais, as empresas 
desenvolvem e reconstroem o seu capital social.
Ao procederem dessa maneira, sustam o processo de deterioração crescente 
do seu capital natural e social, ou simplesmente não deixam tal fato ocorrer. E, 
assim, garantem a sustentabilidade do seu negócio, consolidam a sua imagem e a 
ação de empresa socialmente responsável e sustentável.
4.2 IMPACTOS NEGATIVOS
Aos impactos negativos, as empresas possuem uma obrigação moral de 
remediá-los. Por que é umaobrigação moral?
Porque as atividades empresariais contribuem significativamente para 
a deterioração do capital natural e social, como demonstrado na figura 9. Suas 
atividades, em muitos casos, causam danos irreparáveis ao meio ambiente 
(deterioração do capital natural) e, ao demitirem pessoas e utilizarem práticas 
trabalhistas não recomendáveis, também causam deterioração do capital social.
É uma resposta prática, pois demanda das empresas conhecimento 
aprimorado de gestão social voltada para resultados de curto, médio e longo prazo.
E é uma resposta empresarial baseada na realidade, porque compreende 
desafios urgentes e lida com obstáculos e limitações as mais diversas.
A figura a seguir apresenta o quadro referencial dos danos causados 
pelas empresas e que justificam a sua atuação social como contrapartida. É o 
que denomina-se “base legitimadora das ações sociais”, cujos elementos estão 
demonstrados na figura.
144
UNIDADE 2 | ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL
FONTE: Melo Neto; Froes (2004)
FIGURA 13 – DANOS CAUSADOS PELAS EMPRESAS (A BASE LEGITIMADORA DAS 
AÇÕES SOCIAIS)
Verificamos que responsabilidade social e ética nos negócios vai além 
do cumprimento da legislação, isto é, cumprir a lei é uma obrigação básica 
das empresas. Acredita-se que as organizações que divulgam suas ações 
socioambientais já ultrapassaram esse nível e estão buscando fazer mais que suas 
obrigações. Existem, porém, muitas dificuldades por parte das empresas para 
cumprir o básico, conforme vamos verificar na publicação da sondagem especial 
sobre o meio ambiente, legislação e as indústrias.
A INDÚSTRIA E O MEIO AMBIENTE
Confrontadas com uma lista de seis opções, os problemas mais assinalados 
foram a demora na análise nos pedidos de licença e os custos dos 
investimentos necessários para atender às exigências requeridas pelo 
órgão ambiental responsável.
TÓPICO 3 | IMPACTO DAS DECISÕES EMPRESARIAIS NA SOCIEDADE E NO MEIO AMBIENTE
145
As indústrias brasileiras estão conscientes da necessidade de adotarem 
práticas de gestão ambiental e pretendem ampliar seus investimentos 
destinados à proteção do meio ambiente. Não obstante, a grande maioria 
das empresas vem enfrentando dificuldades na relação com os órgãos 
ambientais face à necessidade de se cumprir exigências ambientais por vezes 
inadequadas sob o ponto de vista da aplicabilidade técnica e dos aspectos de 
sustentabilidade econômica.
Das questões abordadas nesta Sondagem Especial, voltadas para 
aferir o processo de licenciamento ambiental e a relação empresa e órgãos 
público da gestão ambiental, destacam-se: os problemas relativos aos 
prazos para análise e deliberação das licenças, os custos elevados de todo 
o processo e o grande número de requisitos solicitados. Adicionalmente, a 
Sondagem investiga o comportamento da empresa frente aos procedimentos 
da autogestão ambiental e os investimentos em proteção do meio ambiente 
realizados em 2003 e previstos para 2004.
Licenciamento Ambiental
A grande maioria das empresas consultadas que já requisitaram 
licenciamento ambiental (74,5% das grandes e 71,3% das pequenas e médias) 
enfrentou alguma dificuldade para obtê-lo. Confrontadas com uma lista de 
seis opções, os problemas mais assinalados foram a demora na análise nos 
pedidos de licença e os custos dos investimentos necessários para atender às 
exigências requeridas pelo órgão ambiental responsável. Esses problemas 
foram selecionados, respectivamente, por 45% e 43,5% das empresas. As 
dificuldades apontadas já haviam sido detectadas em pesquisa anterior 
realizada pela CNI, em 1998, na qual esses problemas também foram os mais 
assinalados pelas empresas.
Nesta Sondagem, a Região Sudeste apresentou o maior percentual de 
indústrias que declararam ter tido problemas no processo de licenciamento 
(78,3%), o que pode se justificar pela existência de órgãos públicos de 
gestão ambiental mais bem estruturados e atuantes. Já as indústrias da 
Região Centro-Oeste foram as que menos relataram dificuldades, embora o 
percentual continue elevado (63,6%).
A Sondagem mostra que os setores industriais que mais registraram 
dificuldades em obter o licenciamento ambiental são: borracha (88,2%), 
papel e papelão (81,5%) e minerais não metálicos (78,4%). A indústria de 
produtos farmacêuticos apresentou o menor percentual de empresas que 
identificaram obstáculos (44,4%), o que pode ser justificado pelo fato de esse 
segmento já ter, em 1998, um percentual elevado de empresas com sistema de 
gestão ambiental implementado, como identificado na sondagem anterior.
146
UNIDADE 2 | ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL
O percentual de empresas consultadas que "nunca precisou requerer 
uma licença ambiental" não é desprezível: 16% do total da amostra. Tal 
resultado pode ser explicado pelo fato de que apenas os empreendimentos 
considerados efetiva ou potencialmente poluidores são obrigados a requerer 
o licenciamento ambiental.
O maior percentual de empresas que já requisitaram licenças 
ambientais (91,4%) encontra-se na Região Norte, enquanto a Região Sudeste 
apresenta o menor (78,2%). Entre os elementos que podem explicar esta 
diferença, vale ressaltar o fato de que no Sudeste já foram implementados ou 
estão em implementação marcos regulatórios específicos que simplificam e 
modernizam os procedimentos de obtenção da licença ambiental.
 Relação das Empresas com os Órgãos Ambientais
Entre as empresas de grande porte, 62,4% responderam ter 
enfrentado problemas com os órgãos ambientais. No caso das pequenas 
e médias empresas, esse percentual foi um pouco menor: 58,9%. Os 
requisitos exagerados de regulamentação ambiental e o alto custo para 
o seu cumprimento foram apontados como os principais causadores dos 
problemas. O terceiro item de desgaste identificado foi a complexidade da 
regulamentação ambiental.
TÓPICO 3 | IMPACTO DAS DECISÕES EMPRESARIAIS NA SOCIEDADE E NO MEIO AMBIENTE
147
A região geográfica do país que registrou a maior proporção de 
indústrias com dificuldade na relação com os órgãos ambientais foi a Norte, 
com um percentual de 66,7%. No outro extremo, tem-se a Região Nordeste 
cujo percentual foi de 52,8%. Tais resultados devem-se, provavelmente, às 
características das principais atividades industriais desenvolvidas na região, 
bem como as estruturas dos órgãos ambientais ali existentes e a qualidade da 
implementação dos marcos regulatórios.
Os setores de madeira (72,2%), química (70,3%) e minerais não 
metálicos (70,1%) foram os que apresentaram maior incidência de empresas 
que enfrentaram problemas na relação com os órgãos ambientais. O setor 
farmacêutico, novamente, aparece identificado como aquele que apresentou 
o menor número de empresas com esta dificuldade (33,3%).
 
Gestão Ambiental
A Sondagem sinaliza que a questão ambiental está cada vez mais 
integrada ao planejamento das empresas. Cerca de 80% das empresas 
pesquisadas realizaram procedimentos gerenciais associados à gestão 
ambiental, sendo que as indústrias de grande porte adotaram tais medidas 
em proporção maior do que as de pequeno e médio porte (87,7% e 72,2%, 
respectivamente).
Observando-se a atuação das empresas por região geográfica, 
percebe-se que as localizadas na Região Norte são aquelas que mais 
adotaram procedimentos gerenciais de gestão ambiental (83,8%). As 
empresas da Região Centro-Oeste apresentaram o menor percentual de 
empreendimentos que adotam tais procedimentos (71,4%). Isso confirma o 
quadro identificado na Sondagem de 1998, que já apontava para o fato de 
que essas iniciativas poderiam estar relacionadas às características setoriais 
e de porte das indústrias predominantes na região.
148
UNIDADE 2 | ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL
Os setores de bebidas (91,7%), farmacêutico (85,7%), química (84,7%), 
produtos alimentares (84,2%),minerais não metálicos (82,5%), madeira 
(82,1%) e material de transporte (81%) destacaram-se como os que mais 
implementaram medidas gerenciais associadas à gestão ambiental. O setor 
de vestuário e calçados foi o que apresentou o menor índice de atuação 
relacionada à gestão ambiental (58,8%).
Indagadas sobre as principais razões para a adoção destes 
procedimentos, por meio de um conjunto de 12 opções, as empresas 
elegeram a necessidade de atender aos regulamentos ambientais, a busca de 
conformidade perante a política social da empresa e as exigências requeridas 
para o licenciamento ambiental como fatores mais importantes do que as 
motivações associadas à redução de custos. Destaca-se que a segunda razão 
mais assinalada - conformidade à política social da empresa - confere maior 
possibilidade de continuidade da ação ambiental.
TÓPICO 3 | IMPACTO DAS DECISÕES EMPRESARIAIS NA SOCIEDADE E NO MEIO AMBIENTE
149
Pode-se sugerir, a partir da Sondagem, que as indústrias estão 
procurando minimizar, por meio da gestão ambiental estratégica, os eventuais 
conflitos advindos do processo de licenciamento ambiental e as dificuldades 
encontradas nas relações administrativas com os órgãos ambientais.
 Investimentos em Proteção Ambiental
Em relação aos investimentos realizados pelas empresas com o 
objetivo de proteger o meio ambiente, a Sondagem revelou que, em média, 
73% das indústrias destinaram recursos para esta finalidade em 2003. No 
ano corrente, o mesmo percentual de empresas pretende investir nesta área. 
Esse dado reafirma o fato de que o empresariado nacional está efetivamente 
compromissado com a proteção ambiental.
Analisando os investimentos desagregados por região, verifica-
se que, em 2003, a Região Norte foi a que registrou o maior percentual 
de empresas que investiram em proteção ambiental (79,2%). O número 
significativo de indústria do setor de madeira na Região Norte - atividade 
que apresenta substanciais possibilidades de impacto ambiental - justifica a 
maior preocupação das empresas da região em investir na proteção do meio 
ambiente. O previsto para 2004 é que a Região Norte permaneça como a que 
localiza o maior número relativo de empresas que investem em proteção 
ambiental (82,5%) e a Região Centro-Oeste passe a ser aquela que concentra 
o menor número relativo (62,7%).
As empresas de vestuário e calçados foram as que menos investiram 
em proteção ambiental no ano passado (apenas 40% das empresas), enquanto 
o setor de bebidas foi o que apresentou o maior número relativo de empresas 
que investiram nesta área (94,7%). Em 2004, a expectativa é de que aquele setor 
permaneça como o que possui menos empresas que investem em proteção 
ambiental (apenas 40,5%), e de que o setor de madeira passe a apresentar o 
maior número relativo de empresas investindo nesta área (80,7%).
Em 2003, das empresas que investiram em proteção ambiental, 
58,5% destinaram até 2% dos seus investimentos totais para esta finalidade, 
enquanto 8,5% investiram mais de 10% dos seus investimentos totais em 
proteção do meio ambiente. Para 2004, porém, apesar da expectativa quanto 
ao número relativo de empresas que investirão em proteção ambiental ser 
praticamente igual ao observado em 2003, espera-se que o percentual relativo 
aos investimentos totais das empresas destinados para esta finalidade seja 
um pouco maior.
A expectativa é de que, neste ano, o percentual de empresas que 
destinam até 2% dos investimentos para proteção ambiental caia para 54,5%. 
Já o percentual de empresas que destinam mais de 10% para esta iniciativa 
150
UNIDADE 2 | ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL
deve subir para 10,6%. Estes fatores são mais uma demonstração da crescente 
importância dada pelas indústrias à prática do desenvolvimento sustentável.
As indústrias de produtos farmacêuticos, papel e papelão e a de 
couros e peles, no item investimento, destacam-se em 2003, confirmando 
tendência apontada na Sondagem de 1998. Estes setores tiveram 23,5%, 
19% e 15,4%, respectivamente, das empresas que investiram em proteção 
ambiental, destinando mais de 10% dos seus investimentos totais para tal 
finalidade. Em 2004, o previsto é que os setores de papel e papelão, química, 
couros e peles destaquem-se com, respectivamente, 27,3%, 20,4% e 20% das 
suas empresas que investirão em proteção ambiental, direcionando mais de 
10% dos seus investimentos totais a este objetivo.
Considerações Finais
Os principais resultados obtidos mostram que o setor industrial vem 
enfrentando problemas nas relações com os órgãos ambientais e dificuldades 
para obter o licenciamento ambiental. Esses resultados confirmam as 
tendências e comportamentos, já verificados em pesquisas anteriores 
realizadas pela CNI.
Mais especificamente quanto ao processo de licenciamento ambiental, 
a principal dificuldade identificada pelas empresas pesquisadas é a demora na 
análise dos pedidos e, consequentemente, na emissão da licença. Isso reflete 
a existência de procedimentos relativamente burocráticos, não sistêmicos 
e desarticulados para a obtenção da licença. No que diz respeito à relação 
entre as indústrias e os órgãos ambientais, os requisitos da regulamentação 
ambiental, por vezes inadequados e até excessivos, foram identificados como 
os maiores causadores de desgaste.
TÓPICO 3 | IMPACTO DAS DECISÕES EMPRESARIAIS NA SOCIEDADE E NO MEIO AMBIENTE
151
Nesse contexto, podem-se identificar algumas iniciativas visando 
ao equacionamento das questões aqui observadas: (i) melhor definição 
quanto às competências dos órgãos que compõem o Sistema Nacional do 
Meio Ambiente - SISNAMA; (ii) simplificação do processo de licenciamento 
ambiental; (iii) implementação de uma política de informação/informatização 
dos órgãos ambientais, com vistas à maior transparência, automação e 
sistematização, sobretudo quanto aos processos de licenciamento; e (iv) 
padronização das decisões.
Concluindo, a análise desta Sondagem Especial permite inferir 
que ainda há muito a se fazer e avançar tanto na iniciativa pública como 
privada. As respostas às questões aqui apontadas passam pela busca de 
maior agilidade, qualidade e eficiência do SISNAMA, sem comprometer o 
desenvolvimento econômico e social brasileiro.
A Sondagem Especial sobre Meio Ambiente foi realizada em conjunto 
com a Sondagem Industrial. Ela contou com a participação de 1.007 pequenas 
e médias empresas e 211 grandes de todo o território nacional. 
FONTE: Disponível em: <http://ambientes.ambientebrasil.com.br/gestao/artigos/a_industria_e_o_
meio_ambiente.html>. Acesso em: 27 jan. 2013.
Pode-se observar nos estudos da unidade, que as empresas estão dispostas 
a praticar ações responsáveis que condizem com a ética nos negócios, incluindo, 
além do atendimento à legislação, ações de responsabilidade social. No entanto, 
podemos evidenciar, na publicação anterior, que as dificuldades para atender a 
legislação são encontradas já nos processos de licenciamentos que, devido à demora 
dos órgãos públicos no retorno de demandas das empresas, acabam prejudicando 
o processo de desenvolvimento social, econômico e ambiental. Por outro lado, 
também existem aquelas empresas que, de todas as formas, tentam burlar as 
obrigações ambientais básicas e ainda buscam demonstrar que são socialmente 
responsáveis perante a sociedade, negligenciando os princípios básicos de uma 
empresa responsável e ética, que no mínimo cumpre a legislação.
Na Unidade 3, vamos aprofundar os estudos sobre os processos internos 
das empresas.
152
UNIDADE 2 | ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL
LEITURA COMPLEMENTAR
A RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS EMPRESAS
Mário Augusto dos Santos
Um dos traços mais marcantes da recente evolução da economia mundial 
tem sido a integração dos mercados e a queda das barreiras comerciais. Para grande 
parte das empresas, isso significoua inserção, muitas vezes forçada, na competição 
em escala global. Em curto espaço de tempo, elas viram-se compelidas a mudar 
radicalmente suas estratégias de negócio e padrões gerenciais para enfrentar 
desafios e aproveitar as oportunidades decorrentes da ampliação de seus mercados 
potenciais, do surgimento de novos concorrentes e novas demandas da sociedade. 
Esse novo contexto apresentou como desafio para as empresas a busca por 
níveis progressivamente maiores de competitividade e produtividade e introduziu 
nestas a preocupação com a legitimidade social de suas atuações.
Em resposta a esse desafio, as empresas passaram a investir em qualidade, 
primeiramente centrando a atenção nos produtos, depois evoluindo para a 
abordagem dos processos e culminando no tratamento abrangente das relações 
entre a atividade empresarial, os empregados, os fornecedores, os consumidores, a 
sociedade e o meio ambiente.
Assim, dentro desse novo contexto, a gestão empresarial que possua como 
referência apenas os interesses dos acionistas revela- se insuficiente. Tal gestão deve 
ser balizada pelos interesses e contribuições dos stakeholders.
Isso faz com que a busca de excelência empresarial passe a ter como objetivos 
a sustentabilidade econômica, social e ambiental, ou seja, corresponda à ideia do 
Triple Bottom Line, que será melhor explicada no decorrer deste trabalho.
A atuação baseada em princípios éticos elevados e na busca de qualidade nas 
relações é manifestação de responsabilidade social. Empregamos o termo stakeholder 
ao invés de “grupos de interesses” ou “partes interessadas” por ser mais abrangente, 
pois incorpora todos os membros da cadeia produtiva, as comunidades, as ONGs, o 
setor público, e outras firmas e indivíduos formadores de opinião, e não tem tradução 
em português. Além disso, o termo está consagrado na literatura especializada.
A adoção de padrões de conduta ética que valorizem o ser humano, a sociedade 
e o meio ambiente é exigência cada vez mais presente no contexto empresarial. Mas o 
que caracterizaria a empresa como socialmente responsável? De forma simples, pode-
se dizer que a empresa é socialmente responsável quando vai além da obrigação de 
respeitar as leis, pagar impostos e observar as condições adequadas de segurança e 
saúde para os trabalhadores, e faz isso por acreditar que assim será uma empresa 
melhor e estará contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa. Com 
esta performance, a empresa, além de agregar valor à sua imagem, conquistando, com 
TÓPICO 3 | IMPACTO DAS DECISÕES EMPRESARIAIS NA SOCIEDADE E NO MEIO AMBIENTE
153
isso, uma maior fatia do mercado consumidor, também aumenta sua capacidade de 
recrutar e manter em seus quadros os melhores profissionais.
No campo prático, a empresa demonstra sua responsabilidade social ao 
comprometer-se com programas sociais voltados para o futuro da comunidade e 
da sociedade. Outrossim, o investimento em processos produtivos compatíveis com 
a preservação ambiental e a preocupação com o uso racional dos recursos naturais 
também têm importante valor simbólico, por serem de interesse da empresa e da 
coletividade.
No Brasil, o movimento de valorização da responsabilidade social 
empresarial ganhou forte impulso na década de 90, através da ação de entidades não 
governamentais, institutos de pesquisa e empresas sensibilizadas para a questão. 
A partir de então, as empresas brasileiras têm buscado uma adequação à prática 
vigente, sendo grande o número de empresas que, atualmente, procuram oferecer 
empregos a deficientes físicos e outras atitudes responsáveis, já que estas empresas 
visam obter certificados de padrões de qualidade e de adequação ambiental, as 
chamadas certificações ISO e, mais recentemente, como forma de comprovar sua 
observância quanto à responsabilidade social, as certificações sociais, tipo SA (Social 
Accountability) 8000.
Apresentamos as características de uma empresa considerada socialmente 
responsável. Faz-se mister agora uma análise mais detalhada acerca das políticas e 
práticas a serem adotadas e respeitadas pelas empresas nos mais variados aspectos, 
de modo que estas internalizem, efetivamente, os princípios da responsabilidade 
social. E é justamente isso o que iremos agora examinar.
Valores e princípios éticos formam a base da cultura de uma empresa, 
orientando sua conduta e fundamentando sua missão social. A noção de 
responsabilidade social empresarial decorre da compreensão de que a ação das 
empresas deve, necessariamente, procurar trazer benefícios para os parceiros e para o 
meio ambiente, além de retorno para os investidores. A adoção de uma postura clara 
e transparente no que diz respeito aos objetivos e compromissos éticos da empresa 
fortalece a legitimidade social de suas atividades, refletindo-se positivamente no 
conjunto de suas relações.
Com relação a este aspecto, podemos destacar as seguintes implicações:
a) Compromissos éticos – o código de ética ou de compromisso social é 
um instrumento de realização da visão e da missão da empresa, orienta suas ações 
e explicita sua postura social a todos com quem mantém relações. Dessa forma, o 
comprometimento da alta gestão com sua disseminação e cumprimento são as bases 
de sustentação da empresa socialmente responsável.
b) Atuação dos stakeholders – o envolvimento dos parceiros na definição 
das estratégias de negócios da empresa gera compromisso mútuo com as metas 
estabelecidas. Ele será tanto mais eficaz quanto sejam assegurados canais de 
comunicação que viabilizem o diálogo estruturado.
154
UNIDADE 2 | ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL
c) Balanço social - o registro das ações voltadas para a responsabilidade social 
permite avaliar seus resultados e direcionar os recursos para o futuro. O Balanço 
Social da empresa deve explicitar as iniciativas de caráter social, resultados atingidos 
e investimentos realizados, o que será abordado detalhadamente mais adiante.
A empresa socialmente responsável não se limita a respeitar os direitos 
dos trabalhadores, consolidados na legislação trabalhista, ainda que isso seja um 
pressuposto indispensável. Deve, também, ir além e investir no desenvolvimento 
pessoal e profissional de seus empregados, bem como na melhoria das condições de 
trabalho e no estreitamento dessas relações.
Ademais, deve estar atenta para o respeito às culturas locais, revelado por um 
relacionamento ético e responsável com as minorias e instituições que representam 
seus interesses.
Tal política interna pressupõe os seguintes princípios:
a) Participação nos lucros e resultados – o justo reconhecimento da 
contribuição dos funcionários para os resultados da empresa é um poderoso 
instrumento de envolvimento e compromisso com o sucesso dos negócios. Os 
programas de participação acionária e de bonificação relacionada ao desempenho 
são componentes importantes dos programas de gestão participativa, e como tais 
incentivam o envolvimento dos empregados na solução dos problemas da empresa. 
Esta prática também favorece o desenvolvimento pessoal e profissional dos mesmos.
b) Compromisso com o futuro das crianças – para ser reconhecida como 
socialmente responsável, a empresa não deve utilizar-se, direta ou indiretamente, do 
trabalho infantil (de menores de 14 anos), conforme determina a legislação brasileira. 
Por outro lado, é positiva a iniciativa de empregar menores entre 14 e 16 anos como 
aprendizes.
c) Valorização da diversidade – a empresa não deve permitir qualquer tipo 
de discriminação em termos de recrutamento, acesso a treinamento, remuneração, 
avaliação ou promoção de seus empregados. Devem ser oferecidas oportunidades 
iguais a pessoas com diferenças relativas a sexo, raça, idade, origem, orientação 
sexual, religião, deficiência física, condições de saúde, etc.
d) Comportamento frente a demissões – as demissões de pessoalnão 
devem ser utilizadas como primeiro recurso de redução de custos. Quando forem 
inevitáveis, a empresa deve realizá-las com responsabilidade, estabelecendo critérios 
para executá-las (empregados temporários, facilidade de recolocação, idade do 
empregado, etc.) e assegurando os benefícios que estiverem a seu alcance.
e) Compromisso com o desenvolvimento profissional e a empregabilidade 
– cabe à empresa comprometer-se com o investimento na capacitação e 
desenvolvimento profissional de seus empregados, oferecendo apoio a projetos de 
geração de empregos e fortalecimento da empregabilidade para a comunidade com 
que se relaciona.
TÓPICO 3 | IMPACTO DAS DECISÕES EMPRESARIAIS NA SOCIEDADE E NO MEIO AMBIENTE
155
f) Preparação para aposentadoria – a empresa socialmente responsável tem 
forte compromisso com o futuro de seus funcionários. Assim, deve criar mecanismos 
de complementação previdenciária, visando reduzir o impacto da aposentadoria no 
nível de renda, e estimular a participação dos aposentados em seus projetos sociais.
A empresa relaciona-se com o meio ambiente causando impactos de diferentes 
tipos e intensidades. Dessa maneira, uma empresa ambientalmente responsável 
procura minimizar os impactos negativos e ampliar os positivos. Deve, portanto, 
agir visando a manutenção e melhoria das condições ambientais, minimizando 
ações próprias potencialmente agressivas ao meio ambiente e disseminando em 
outras empresas as práticas e conhecimentos adquiridos nesse sentido.
Entre os parâmetros a serem seguidos com relação a este aspecto, destaco:
a) Conhecimento sobre o impacto no meio ambiente – um critério 
importante para uma empresa consciente de sua responsabilidade ambiental é um 
relacionamento ético e dinâmico com os órgãos de fiscalização, com vistas à melhoria 
do sistema de proteção ambiental, pois a conscientização ambiental é base para uma 
atuação pró-ativa na defesa do meio ambiente. E, como tal, deve ser acompanhada 
pela disseminação dos conhecimentos e intenções de proteção e prevenção ambiental 
para toda a empresa, cadeia produtiva e comunidade.
b) Minimização de entradas e saídas do processo produtivo – uma das 
formas de atuação ambientalmente responsável da empresa é o cuidado com as 
entradas de seu processo produtivo, estando entre os principais parâmetros, comuns 
a todas as empresas, a utilização racional de energia, água e insumos necessários à 
produção e prestação de serviços.
c) Responsabilidade sobre o ciclo de vida dos produtos e serviços – dentre 
as principais saídas do processo produtivo estão as mercadorias, suas embalagens e 
os materiais não utilizados, convertidos em potenciais agentes poluidores do ar, da 
água e do solo. Assim, são aspectos importantes na redução do impacto ambiental 
o desenvolvimento e a utilização de insumos, produtos e embalagens recicláveis ou 
biodegradáveis e a redução da poluição gerada.
d) Educação ambiental – cabe à empresa ambientalmente responsável 
apoiar e desenvolver campanhas, projetos e programas educativos voltados aos 
seus empregados, à comunidade e a públicos mais amplos e também envolver-se em 
iniciativas de fortalecimento da educação ambiental no âmbito da sociedade como 
um todo.
A empresa que tem compromisso com a responsabilidade social envolve-
se com seus fornecedores e parceiros, cumprindo os contratos estabelecidos e 
trabalhando pelo aprimoramento de suas relações de parceria. Cabe à empresa 
transmitir os valores de seu código de conduta a todos os participantes de sua cadeia 
de fornecedores. Deve, também, conscientizar-se de seu papel no fortalecimento 
dessa cadeia, atuando no desenvolvimento dos elos mais fracos e na valorização da 
livre concorrência.
156
UNIDADE 2 | ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL
Com relação a este aspecto, duas são as mais importantes implicações:
a) Critério de seleção de fornecedores – a empresa deve incentivar 
seus fornecedores a aderir aos compromissos que ela adota perante a sociedade. 
Também deve utilizar critérios voltados à responsabilidade social na escolha de seus 
fornecedores, exigindo, por exemplo, certos padrões de conduta nas relações com os 
trabalhadores ou com o meio ambiente.
b) Apoio ao desenvolvimento de fornecedores – a empresa pode auxiliar no 
desenvolvimento de pequenas empresas ou cooperativas, priorizando-as na escolha 
de seus fornecedores e ajudando-as a desenvolverem seus processos produtivos e 
de gestão. Esta pode também oferecer treinamento aos fornecedores, transferindo a 
estes conhecimentos técnicos, valores éticos e de responsabilidade social.
A responsabilidade social em relação aos clientes e consumidores exige da 
empresa um investimento permanente no desenvolvimento de produtos e serviços 
confiáveis, que minimizem os riscos de danos à saúde dos usuários e das pessoas em 
geral. Dessa forma, informações detalhadas devem estar incluídas nas embalagens 
e deve ser assegurado ao cliente um suporte antes, durante e após o consumo, de 
modo a satisfazer suas necessidades.
Disso derivam as seguintes práticas:
a) Política de marketing e comunicação – a empresa é um produtor de cultura 
e influencia o comportamento da sociedade. Por isso, suas campanhas publicitárias 
devem ter uma dimensão educativa, evitando a criação de expectativas que 
extrapolem o que é efetivamente oferecido pelo produto ou serviço, não devendo, 
de forma alguma, constranger nem causar desconforto a quem recebê-las, e também 
informando os riscos potenciais dos produtos ou serviços oferecidos.
A comunidade em que a empresa está inserida fornece-lhe infraestrutura 
e capital social, contribuindo, decisivamente, para a viabilização de seus negócios. 
Dessa forma, o investimento por parte da empresa em ações que tragam benefícios 
para a comunidade é uma contrapartida justa, além de reverter em ganhos para o 
ambiente interno e na percepção que os clientes possuem da própria empresa. Também 
o respeito aos costumes e cultura locais e o empenho na educação e na disseminação 
dos valores sociais devem fazer parte de uma política de envolvimento comunitário 
da empresa, resultado da compreensão de seu papel de agente de melhorias sociais. 
Segundo esta ideia, as políticas de responsabilidade social imprescindíveis seriam:
a) Mecanismos de apoio a projetos sociais – a destinação de verbas e 
recursos a projetos sociais terá resultados mais efetivos na medida em que esteja 
baseada numa política estruturada da empresa. Um aspecto relevante é a garantia 
de continuidade das ações, que pode ser reforçada pela criação de um instituto, 
fundação ou fundo social.
TÓPICO 3 | IMPACTO DAS DECISÕES EMPRESARIAIS NA SOCIEDADE E NO MEIO AMBIENTE
157
b) Estratégias de atuação na área social – a atuação social da empresa pode 
ser potencializada pela adoção de estratégias que valorizem a qualidade dos projetos 
sociais beneficiados, a multiplicação de experiências bem-sucedidas, a criação de 
redes de atendimento e o fortalecimento das políticas públicas da área social.
c) Reconhecimento e apoio ao trabalho voluntário dos empregados – o 
trabalho voluntário tem sido considerado um fator de motivação e satisfação das 
pessoas em seu ambiente profissional. Assim, a empresa pode incentivar essa 
atividade, liberando seus funcionários em parte do horário de expediente para estes 
ajudarem organizações da comunidade ou incentivando aqueles que participam de 
projetos de caráter social.
A empresa deve relacionar-se de forma ética e responsável com os poderes 
públicos, cumprindo leis e mantendo interações dinâmicas com seus representantes, 
visando a constante melhoria das condições sociais e políticas do país. Tal 
comportamento ético pressupõe que as relações entre a empresa e os governos 
sejam transparentes à sociedade, acionistas, empregados, clientes, fornecedores e 
distribuidores. Com isso, cabe à empresa responsávelmanter uma atuação política 
coerente com seus princípios éticos e que evidencie seu alinhamento com os 
interesses da sociedade.
Para tanto, a empresa socialmente responsável deve observar os seguintes 
aspectos:
a) Práticas anticorrupção e propina – o compromisso formal com o combate 
à corrupção e propina explicita a posição contrária da empresa ao recebimento e 
oferta, aos parceiros comerciais ou a representantes do governo, de qualquer quantia 
em dinheiro ou coisa de valor, além do determinado por contrato.
b) Contribuição a campanhas políticas – a transparência nos critérios e nas 
doações a candidatos ou partidos políticos é um importante fator de preservação 
do caráter ético da empresa. A empresa pode ser, também, um espaço de 
desenvolvimento da cidadania, viabilizando a realização de debates democráticos 
que atendam aos interesses de seus funcionários.
c) Liderança social – cabe à empresa socialmente responsável buscar 
participar de associações, sindicatos e fóruns empresariais, impulsionando a 
elaboração conjunta de propostas de interesse público e caráter social.
O Balanço Social é um demonstrativo publicado anualmente pela empresa 
,reunindo um conjunto de informação sobre os projetos, benefícios e ações sociais 
dirigidos aos empregados, investidores, analistas de mercado, acionistas e à 
comunidade. É também um instrumento estratégico para avaliar e multiplicar o 
exercício da responsabilidade social corporativa.
158
UNIDADE 2 | ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL
Tudo começou em 1993. O sociólogo Herbert de Souza, mais conhecido 
como Betinho, lançou um desafio que envolveu a sociedade. Através da ONG que 
fundou, o IBASE (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas), cobrou das 
empresas uma comunicação mais transparente a governos e grupos de interesse 
sobre a maneira pela qual encaram sua responsabilidade pública.
No Balanço Social a empresa mostra o que faz por seus profissionais, 
dependentes, colaboradores e comunidade, dando transparência às atividades que 
busquem melhorar a qualidade de vida para todos. Assim, a principal função do 
Balanço Social é tornar pública a responsabilidade social empresarial, construindo 
maiores vínculos entre a empresa, a sociedade e o meio ambiente.
Podemos enumerar várias razões que justifiquem a necessidade da existência 
de um Balanço Social por parte das empresas. Em primeiro lugar, o Balanço Social 
agrega valor à empresa, na medida em que traz um diferencial para a imagem da 
empresa, diferencial este que vem sendo cada vez mais valorizado por investidores 
e consumidores no Brasil e no mundo.
Segundo, por ser um moderno instrumento de gestão e avaliação, dado que 
funciona como uma valiosa ferramenta para a empresa gerir, medir e divulgar o 
exercício da responsabilidade social em seus empreendimentos e também pelo fato 
de muitos analistas de mercado, investidores e órgãos de financiamento incluírem o 
Balanço Social na lista de documentos necessários para se conhecer e avaliar os riscos 
e projeções de uma empresa. Por último, por ser algo inovador e transformador, 
ou seja, realizar e publicar o Balanço Social anualmente é mudar a visão antiga, 
indiferente à satisfação e ao bem-estar dos funcionários e clientes, para uma moderna 
visão em que os objetivos da empresa incorporem as práticas de responsabilidade 
social e ambiental.
Além do mais, o Balanço Social também favorece, da seguinte forma, a todos 
os grupos que interagem com a empresa: aos dirigentes fornece informações úteis 
à tomada de decisões relativas aos programas sociais que a empresa desenvolve e 
seu processo de realização estimula a participação dos funcionários na escolha das 
ações e projetos sociais, gerando um grau mais elevado de comunicação interna 
e integração nas relações entre dirigentes e o corpo funcional; aos fornecedores e 
investidores informa como a empresa encara suas responsabilidades em relação 
aos recursos humanos e ao meio ambiente, o que é um bom indicador de como a 
empresa é administrada; aos consumidores dá uma ideia de qual é a postura dos 
dirigentes e a qualidade do produto ou serviço oferecido, demonstrando o caminho 
que a empresa escolheu para construir sua marca; e, finalmente, ao Estado ajuda na 
identificação e na formulação de políticas públicas essenciais à sociedade.
Como nem sempre correlacionar fatores financeiros com fatos sociais é uma 
tarefa de fácil execução, torna-se necessária a adoção de um modelo único e simples 
a ser utilizado na elaboração do Balanço Social de uma determinada empresa. Dessa 
forma, por entender que a simplicidade é a garantia do envolvimento do maior 
número de empresas, o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE), 
em parceria com diversos representantes de empresas públicas e privadas, a partir 
de inúmeras reuniões e debates com vários setores da sociedade, desenvolveu um 
TÓPICO 3 | IMPACTO DAS DECISÕES EMPRESARIAIS NA SOCIEDADE E NO MEIO AMBIENTE
159
modelo que tem a vantagem de estimular todas as empresas a divulgar seu Balanço 
Social, independentemente do tamanho ou setor de atuação das mesmas. Isso se 
tornou necessário, na medida em que, se a forma de apresentação das informações 
não seguir um padrão, torna-se difícil uma avaliação adequada da função social da 
empresa ao longo dos anos. 
FONTE: Adaptado de: SANTOS, Mário Augusto dos. A responsabilidade social das empresas. In: 
Empresas, meio ambiente e responsabilidade social – um olhar sobre o Rio de Janeiro. Rio de 
Janeiro, 2003. Trabalho de Conclusão de Curso (Monografia) - Instituto de Economia, Universidade 
Federal do Rio de Janeiro, 2003, p. 10-20.
160
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, caro(a) acadêmico(a), você teve oportunidade de estudar 
itens importantes acerca da administração ambiental, tais como:
• Abordamos as interações das empresas com a sociedade, seus impactos 
econômicos, sociais e ambientais.
• As obrigações morais que as empresas possuem com a comunidade e a 
importância de uma postura ética e responsável perante a sociedade.
161
Assista ao filme Roger & Eu, de Michael Moore – 1989.
Esse foi o primeiro filme de Michael Moore, através do qual ele tentou, 
incansavelmente, o que todo trabalhador sempre sonhou fazer: falar com 
quem manda.
 A cidade de Flint, no estado de Michigan, EUA, sempre girou em 
torno do parque industrial da General Motors, lá instalado. Por isso, a decisão 
da empresa de remover a fábrica de lá, em meados da década de 80, trouxe 
desemprego e pobreza à região. 
Esse filme narra a jornada de Moore, cidadão de Flint, para encontrar o 
presidente da GM, Roger Smith, e convencê-lo a visitar a cidade.
Faça uma análise e elabore um resumo do filme.
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AUTOATIVIDADE
162
163
UNIDADE 3
GERENCIAMENTO 
AMBIENTAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você estará apto(a) a:
• descrever o processo de gerenciamento ambiental de uma empresa;
• traçar estratégias e diretrizes que permitam que uma empresa possa im-
plementar um processo de gerenciamento ambiental;
• apresentar modelos de gerenciamento ambiental, responsabilidade so-
cial, sistemas de gestão de energia e sistemas de gestão de riscos;
• descrever estratégias para a organização de um sistema de AdministraçãoAmbiental.
• demonstrar a integração de sistemas de gestão.
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No final de cada um deles, 
você encontrará atividades que o(a) auxiliarão no aprimoramento dos co-
nhecimentos.
TÓPICO 1 – O PROCESSO DE GERENCIAMENTO AMBIENTAL
TÓPICO 2 – GERENCIAMENTO DE CRISES AMBIENTAIS
TÓPICO 3 – MODELOS DE GESTÃO
TÓPICO 4 – INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS DE GESTÃO
164
165
TÓPICO 1
O PROCESSO DE 
GERENCIAMENTO AMBIENTAL
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Tudo o que o homem realiza no mundo tem que levar em consideração 
compromissos com o meio ambiente. Atualmente, as grandes empresas procuram 
zelar pelo seu bom nome, adotando, como princípio inabalável, o compromisso 
total com a questão ambiental. A regra é praticamente geral. Tornou-se quase uma 
imposição - buscar a excelência no trato da questão ambiental, pois disso, também, 
dependerá sua sobrevivência no mercado.
Já no Brasil, a regra ainda não vale tanto, visto que muitos ainda não 
alcançaram a percepção da necessidade de cuidar do meio ambiente, principalmente 
devido aos custos inerentes e também porque a consciência ecológica ainda não é 
tão difundida.
Vez por outra, iniciativas interessantes à preservação são adotadas, mas, 
estranhamente, da mesma maneira com que aparecem, somem repentinamente 
de cena, evidenciando que surgiram no meio do caminho novas prioridades, ou 
mesmo, que a espontaneidade da iniciativa não era tão sincera ou que simplesmente 
visava o cumprimento de uma cobrança de um órgão fiscalizador.
Evidente é que isso não ocorreria se houvesse um absoluto envolvimento 
na empresa, da sua direção e de seus empregados, concordando todos com as leis 
e regulamentos e evitando posturas defensivas que só conduzem às discussões 
desgastantes e inócuas.
As atividades produtivas deveriam, entre outros aspectos, ser baseadas 
em posturas pró-ativas, visando à preservação ambiental, buscando-se todos os 
meios possíveis para não esconder a verdade dos fatos e atacando-se realmente, de 
frente, os problemas, à medida que forem surgindo.
Então, ao entrarmos na última unidade deste caderno, abordaremos 
justamente os princípios de gerenciamento ambiental que devemos implantar em 
uma empresa para reverter o quadro anteriormente citado. Um bom estudo!
UNIDADE 3 | GERENCIAMENTO AMBIENTAL
166
2 DIRETRIZES EM GERENCIAMENTO AMBIENTAL
Todo gerenciamento ambiental deve buscar, no mínimo, o controle de 
aspectos e impactos ambientais, visando à prevenção da poluição, ao atendimento 
da legislação e à melhoria contínua de seus processos, tornando-os mais 
sustentáveis. Dessa forma, as diretrizes de um gerenciamento ambiental começam 
com a definição de políticas ambientais para alcançar esses objetivos básicos. Mas 
o que é uma política ambiental? 
A ABNT – NBR ISO 14001 – (2004, p. 3) define Política Ambiental como “[...] 
intenções e princípios gerais de uma organização em relação ao seu desempenho 
ambiental, conforme formalmente expresso pela alta administração”.
Importante ressaltar que, mesmo aquelas empresas que não adotam 
a NBR ISO 14001:2004 como norma para gestão ambiental e utilizam outras 
formas de gerenciamento ambiental, suas políticas acabam sendo definidas pela 
alta administração, tendo intenções e princípios adequados aos seus produtos 
e serviços, inclusive o comprometimento com a prevenção, atendimento aos 
requisitos legais. Geralmente documentam suas políticas e as comunicam a todos, 
deixando-as à disposição do público.
O gerenciamento ambiental deve buscar implantar, entre outros princípios:
• educar, treinar e motivar os empregados, tendo como alvo a melhoria contínua 
da performance ambiental;
• continuamente, conduzir pesquisas em todas as fases da produção, a fim de 
minimizar os impactos ambientais;
• desenvolver planos de emergência para situações de risco ambiental, treinar e 
reciclar todo o pessoal envolvido, inclusive o público vizinho;
• promover continuamente o diálogo com os empregados e o público próximo e 
longínquo;
Na Unidade 3, vamos ver o que diz a ABNT - NBR ISO 14001 - sobre a política 
ambiental.
ATENCAO
TÓPICO 1 | O PROCESSO DE GERENCIAMENTO AMBIENTAL
167
• promover auditorias internas e avaliações regulares, através de auditorias 
externas e monitoramentos, não fazendo mistério acerca dos resultados.
Os critérios devem, sempre que possível, utilizar como referência programas 
de sucesso nacional e internacional bem-sucedidos, mas adaptando-se à realidade 
da organização em questão.
Pelo exposto, isso não é tão complicado. A questão é só começar, mesmo 
que passo a passo.
3 ATENDIMENTO LEGAL
Especial importância nos estudos deveria ser dada aos princípios de implantação 
do gerenciamento ambiental.
ATENCAO
NOTA
Este conteúdo está disponível em: <http://www.ambientalms.com.br/
download/O_GERENCIAMENTO_AMBIENTAL.pdf>. Acesso em: 4 fev. 2013.
Todo sistema de gerenciamento ambiental tem como uma de suas 
premissas básicas o cumprimento da legislação ambiental, recomendando, então, 
que a organização seja capaz de demonstrar que ela tenha avaliado o atendimento 
aos requisitos legais identificados, incluindo autorizações ou licenças aplicáveis. 
Para isso, a organização necessita identificar os requisitos legais que são aplicáveis 
aos seus aspectos ambientais.
Estes podem incluir:
• requisitos legais nacionais e internacionais;
• requisitos legais estaduais/municipais/departamentais;
• requisitos legais do governo local.
UNIDADE 3 | GERENCIAMENTO AMBIENTAL
168
Exemplos de outros requisitos que uma organização pode subscrever incluem, se 
aplicável:
• acordos com autoridades públicas;
• acordos com clientes;
• diretrizes de natureza não regulamentar;
• princípios voluntários ou códigos de prática;
• etiquetagem ambiental voluntária ou compromissos de administração do 
produto;
• requisitos de associações de classe;
• acordos com grupos comunitários ou organizações não governamentais;
• compromissos públicos da organização ou de sua matriz;
• requisitos corporativos/da empresa.
A determinação de como os requisitos legais e outros se aplicam aos 
aspectos ambientais de uma organização é usualmente realizada no processo de 
identificação desses mesmos requisitos. Portanto, não se faz necessário ter um 
procedimento em separado ou adicional para fazer esta determinação.
4 ESTRATÉGIAS
A estratégia ambiental moderna pressupõe a adoção da Produção 
Limpa e da Ecoinovação, que são as bases do Gerenciamento Ambiental de Alto 
Desempenho.
IMPORTANT
E
Atenção aos requisitos legais! Pesquise a definição de aspecto ambiental e impacto 
ambiental, pois isso será importante para o entendimento desse item.
TÓPICO 1 | O PROCESSO DE GERENCIAMENTO AMBIENTAL
169
Nessa estratégia, a melhor alternativa econômica é a eliminação e não o 
gerenciamento dos impactos ambientais. A Produção Limpa propõe um modelo 
sustentável do ponto de vista econômico, ambiental e social. 
Um dos princípios fundamentais da Produção Limpa é a prevenção da 
poluição (é melhor prevenir do que remediar os resíduos). Vejamos a definição 
de prevenção de poluição pela ISO 14001 e da EPA (agência ambiental norte-
americana).
A ABNT – NBR ISO 14001 (2004, p. 4) – define prevenção da poluição como:
[...] uso de processos, práticas, técnicas, materiais, produtos, serviços 
ou energia para evitar, reduzir ou controlar (de forma separada ou 
combinada) a geração, emissão ou descarga de qualquer tipo de 
poluente ou rejeito, para reduzir os impactos ambientais adversos. [...] 
A prevenção da poluição pode incluir redução ou eliminação de fontes 
de poluição, alterações de processo, produto ou serviço, uso eficiente de 
recursos, materiais e substituição de energia, reutilização, recuperação, 
reciclagem, regeneração e tratamento.
Para aEPA, prevenção de poluição é o “uso de materiais, processos ou 
práticas que reduzam ou eliminem a geração de poluentes ou resíduos na fonte”. 
Essa diferença conceitual, que, à primeira vista, parece insignificante, 
pode causar um impacto significativo nos resultados da organização. Ao incluir a 
reciclagem e o tratamento de resíduos como prevenção de poluição, a ISO 14001 
ressalta que “podem incluir”. Essa simples colocação “podem” não traz consigo a 
obrigatoriedade. Se eu posso decidir incluí-la, eu também posso decidir não incluí-
la. Então, as empresas estão sendo levadas a não compreenderem corretamente 
a Produção Limpa e, consequentemente, a não melhorarem seu desempenho 
ambiental. 
Portanto, é fundamental que uma mudança cultural preceda o processo 
de implantação do SGA. As empresas precisam adotar a Produção Limpa e a 
Ecoinovação antes de partirem para a certificação pela ISO 14001; ou, então, 
aquelas já certificadas precisam adaptar seus SGAs à moderna estratégia 
ambiental. Caso contrário, o desempenho ambiental poderá até aumentar, mas a 
um ritmo insuficiente para acompanhar as crescentes exigências da sociedade e 
do mercado. Dentro desse contexto, o corpo gerencial precisa ser formado nessa 
nova cultura ambiental e, principalmente, precisa acreditar que o caminho para o 
desenvolvimento sustentável é a eliminação e não o gerenciamento dos impactos 
ambientais da atividade.
UNIDADE 3 | GERENCIAMENTO AMBIENTAL
170
5 ISO 14001 E GERENCIAMENTO AMBIENTAL
A ABNT NBR ISO 14001:2004 veio a contribuir para com as empresas 
no gerenciamento ambiental de suas respectivas atividades. Trata-se de um 
instrumento de gestão, capaz de direcionar os administradores na busca de um 
gerenciamento eficiente, que atenda as expectativas da empresa e as torne mais 
sustentáveis. Dessa forma, podemos afirmar que um SGA, com base na norma 
NBR ISO 14001, é uma forma de gerenciar os aspectos ambientais das atividades.
A ISO 14001, que é a norma referente à implantação de um SGA, é a 
única norma certificável da série. Ela organizou, padronizou e sistematizou o 
gerenciamento ambiental nas empresas, trazendo vários resultados positivos, 
entre eles:
• Trouxe a questão ambiental para a agenda da alta administração das empresas.
• Levou o tema meio ambiente aos funcionários de todos os níveis.
• Investiu nos processos com vistas à melhoria contínua.
• Provocou um efeito cascata na cadeia produtiva, com fornecedores de empresas 
certificadas, sendo obrigados, por força do mercado, a também implantarem o 
SGA. 
Entretanto, com a valorização das questões econômicas, sociais e 
ambientais pela sociedade e pelo mercado, passou a ser decisivo para as empresas o 
desempenho ambiental e não somente a certificação. Está, assim, demonstrado que 
há uma grande distância entre a certificação pela ISO 14001 e um alto desempenho 
ambiental.
O gerenciamento ambiental proposto na ISO 14001 não se baseia em 
uma estratégia ambiental moderna, o que pode levar as empresas a um baixo 
Segundo a ABNT – NBR ISO 14001 (2004, p. 2) –, sistema de gestão ambiental é a 
parte de um sistema da gestão de uma organização utilizada para desenvolver e 
implementar sua política ambiental e para gerenciar seus aspectos ambientais.
NOTA 1 - Um sistema da gestão é um conjunto de elementos inter-relacionados utilizados 
para estabelecer a política e os objetivos para atingir esses objetivos.
NOTA 2 - Um sistema da gestão inclui estrutura organizacional, atividades de planejamento, 
responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos. 
ATENCAO
TÓPICO 1 | O PROCESSO DE GERENCIAMENTO AMBIENTAL
171
desempenho ambiental e a prejuízos na imagem institucional. O modelo proposto 
pela ISO 14001 tem como foco principal:
• Atendimento à legislação.
• Gerenciamento dos resíduos gerados.
• Administração dos impactos ambientais da atividade. 
Um sistema de SGA, nos dias atuais, tem que levar em consideração muito 
mais itens do que somente uma certificação ambiental. Então, a certificação pela 
ISO 14001 é algo ruim? Não, de maneira alguma. Mas, ela é apenas um dos itens 
que constitui um modelo mais abrangente e completo para tornar os resultados 
ambientais da organização expressivos, fortalecendo a imagem da organização, 
demonstrando sua consciência nas questões ambientais e do desenvolvimento 
sustentável.
Ao insistirem no modelo de gerenciamento ambiental atual, as empresas 
serão duplamente prejudicadas. Não alcançarão o grau de desempenho ambiental 
exigido, o que acarretará custos ambientais cada vez maiores (com tratamento e 
disposição de resíduos, riscos ambientais etc.).
NOTA
Este conteúdo está baseado no artigo de Roberto Roche (consultor ambiental),
disponível em: <http://www.intelog.net/site/default asp?TroncoID=907492&SecaoID=508074& 
SubsecaoID=627271&Template=../artigosnoticias/user_exibir.asp&ID=811838&Titulo=ISO%20
14000%20%20n%E3o%20%E9%20o%20suficiente%20%2C%20%20e%20o%20%20
Desempenho%20Ambiental%20%20da%20empresa%20%3F>. Acesso em: 4 fev. 2013.
DICAS
Como sugestão, leia o artigo a seguir sobre uma análise crítica dos SGAs. Acesse-o 
através do site:
<HTTP://WWW.ABEPRO.ORG.BR/BIBLIOTECA/ENEGEP2007_TR680488_0461.PDF>.
172
Nesse tópico foram abordados os seguintes temas:
• As diretrizes em gerenciamento ambiental, ou seja, os principais objetivos que 
devermos abordar num SGA.
• A legislação legal que a empresa deverá cumprir, pois o sistema de gestão 
tem como premissa básica atender toda legislação ambiental, direta e indireta, 
relacionada à atividade industrial em questão.
• As estratégias que a administração deverá traçar para implantar, manter e 
aperfeiçoar o sistema.
• A Política Ambiental, que é a declaração que a empresa realiza, expondo seu 
compromisso com o público interno e externo, referente às questões ambientais.
• A relação entre a ISO 14001 e gerenciamento ambiental.
• A norma ISO 14001 é um guia de implantação, contendo os critérios básicos 
e genéricos para elaboração de um SGA. Ela constitui o esqueleto do sistema, 
enquanto o SGA é mais amplo, sendo elaborado conforme a realidade de cada 
empresa, não deixando de cumprir os requisitos obrigatórios da legislação 
ambiental e da norma.
RESUMO DO TÓPICO 1
173
Realize pesquisa sobre alguns cases de sucesso de SGAs, a exemplo das 
seguintes empresas: Petrobras, Vale do Rio Doce, CSN, Boticário, Phillips. 
Identifique os pontos fortes e as oportunidades de melhoria.
AUTOATIVIDADE
174
175
TÓPICO 2
GERENCIAMENTO DE CRISES 
AMBIENTAIS
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Após implantarmos o SGA, tudo será como o eterno “felizes para sempre”, 
muito rotulado no cinema, certo? A implantação da gestão ambiental será a solução 
para todos os males ambientais de uma organização, OK?
Ledo engano, caro(a) acadêmico(a). Na maioria das vezes, após a 
implantação de um SGA, teremos um período muito conturbado, porque, 
anteriormente, não importava para a empresa qualquer cumprimento às normas 
e leis ambientais.
Porém, após a implantação, será obrigação da empresa cumprir com o que 
foi estabelecido. Por quê?
Primeiramente, ninguém obrigou a empresa a implantar um SGA. 
Logicamente, houve pressões da comunidade, clientes, fornecedores e órgãos 
ambientais, mas, no fundo, o item de maior peso e significância foi a vontade da 
organização em mudar de atitude, assumindo uma nova postura ambientalmente 
correta. Portanto, se ela assumiu esse papel perante o público interno e externo, o 
que significará um descaso para com o sistema?
Relembre o Tópico 2, as definições de ética e responsabilidade social, o que vocês 
concluiriam dessa empresa.
ATENCAO
Segundo, mesmo sem um SGA, a empresa já estava sujeita a uma série de 
obrigações legais, que deveriam ser cumpridas, mesmo após esse novo sistema.
Então, nesse tópicoveremos exatamente o que faremos quando nosso 
“conto de fadas ambiental” parece estar se transformando num “castelo de areia”.
176
UNIDADE 3 | GERENCIAMENTO AMBIENTAL
2 O QUE FAZER QUANDO TUDO DÁ ERRADO?
Mesmo após a implantação do SGA, podem existir situações não previstas 
ou fatalidades.
Então, o SGA não consegue prever possíveis acidentes, porém, devemos 
ter procedimentos para quando esses acidentes ocorrerem ou possuir um plano 
pronto para saná-los.
A ABNT – NBR ISO 14001 (2004, p. 8) –, sobre preparação e resposta a 
emergências, define:
A organização deve estabelecer, implementar e manter procedimento(s) 
para identificar potenciais situações de emergência e potenciais 
acidentes que possam ter impacto(s) sobre o meio ambiente, e como a 
organização responderá aos mesmos.
A organização deve responder às situações reais de emergência e 
aos acidentes e prevenir ou mitigar os impactos ambientais adversos 
associados.
A organização deve periodicamente analisar criticamente e, quando 
necessário, revisar seus procedimentos de prontidão e atendimento à 
emergência, em particular, após a ocorrência de acidentes ou situações 
emergenciais.
A organização deve também periodicamente testar tais procedimentos, 
quando exequíveis.
Vimos que a norma define que a organização tenha procedimentos para 
combater uma possível falha que ocasione um acidente, e esses procedimentos 
devem atender os cenários emergenciais específicos de cada empresa. Portanto, 
cada empresa deve avaliar seus riscos e definir o plano de emergência com base 
em seus aspectos ambientais emergenciais. 
A empresa deve estar preparada quando algo foge do controle e possuir um 
plano de emergência ou contingências, bem elaborado, com recursos disponíveis 
para o combate nas emergências, com pessoas treinadas. Isto certamente ajudará a 
mitigar as consequências em caso de um acidente.
NOTA
Lembre-se da plataforma P-36, que naufragou em 2001. Ela possuía os mais 
avançados sistemas de monitoramento de que a tecnologia poderia dispor. Na teoria, jamais 
deveria afundar, porém...
TÓPICO 2 | GERENCIAMENTO DE CRISES AMBIENTAIS
177
3 PLANOS DE EMERGÊNCIA OU CONTINGÊNCIAS
Toda empresa possui potencial para gerar uma ocorrência anormal, ou seja, 
ela está sujeita a riscos e acidentes, cujas consequências possam provocar sérios 
danos às pessoas, ao meio ambiente e a bens patrimoniais, inclusive de terceiros. 
É importante que haja, como atitude preventiva, um Plano de Contingência (ou 
Emergência). 
Analisando os riscos e acidentes, podemos entender que o perigo existe 
independente da vontade dos seres humanos, sendo inerente às instalações e 
natureza.
Os planos de contingência e emergência têm por objetivo, primeiramente, 
a precaução e, em seguida, medidas para minimizar a ocorrência de acidentes com 
danos ao meio ambiente.
NOTA
A NORMA BRASILEIRA ABNT NBR 15219:2005 “[...] estabelece os requisitos 
mínimos para a elaboração, implantação, manutenção e revisão de um plano de emergência 
contra incêndio, visando proteger a vida e o patrimônio, bem como reduzir as consequências 
sociais do sinistro e os danos ao meio ambiente”. Essa norma é muito utilizada como base para 
elaboração de planos de emergência em muitas empresas.
IMPORTANT
E
Definições: 
Risco é o potencial de ocorrência de consequências indesejáveis, decorrentes da realização 
de uma atividade.
Perigo é a propriedade ou condição inerente a uma substância ou atividade capaz de causar 
dano às pessoas, às propriedades ou ao meio ambiente.
FONTE: MOURA, Luiz Antônio Abdalla de. Qualidade e gestão ambiental. Belo Horizonte: 
Livraria Del Rey, 2004.
178
UNIDADE 3 | GERENCIAMENTO AMBIENTAL
O Plano de Contingência é um documento em que estão definidas as 
responsabilidades. É estabelecida uma organização para atender a uma emergência 
e que contém informações detalhadas sobre as características da área envolvida. 
É um documento desenvolvido com o intuito de treinar, organizar, orientar, 
facilitar, agilizar e uniformizar as ações necessárias às respostas de controle e 
combate às ocorrências anormais. 
A Equipe de Contingências deve possuir um corpo técnico altamente 
qualificado para desenvolver, auditar e estar preparada para atender às 
necessidades e condições da empresa. 
As ações para controle de emergência devem ser, prioritariamente, no 
sentido de preservar a vida e a integridade das pessoas, inclusive dos participantes 
do Plano de Contingência.
Veja, a seguir, artigo da Redação Ambiente Brasil sobre o tema tratado.
3.1 PLANO DE CONTINGÊNCIAS
PLANO DE CONTINGÊNCIA LOCAL - PCL
O Plano de Contingência é um documento onde estão definidas as 
responsabilidades, estabelecidas numa organização, para atender a uma 
emergência e contém informações detalhadas sobre as características da 
área envolvida.
Toda empresa com potencial de gerar uma ocorrência anormal, cujas 
consequências possam provocar sérios danos a pessoas, ao meio ambiente e a 
bens patrimoniais, inclusive de terceiros, devem ter, como atitude preventiva, 
um Plano de Contingência (ou Emergência).
O Plano de Contingência é um documento onde estão definidas as 
responsabilidades, estabelecidas numa organização, para atender a uma 
emergência e contém informações detalhadas sobre as características da 
área envolvida. É um documento desenvolvido com o intuito de treinar, 
organizar, orientar, facilitar, agilizar e uniformizar as ações necessárias às 
respostas de controle e combate às ocorrências anormais.
A Equipe de Contingências (Organização de Combate à Emergência – 
OCE) deve possuir um corpo técnico altamente qualificado para desenvolver 
e auditar o Plano de Contingência e sempre de forma a atender as necessidades 
e condições da empresa.
TÓPICO 2 | GERENCIAMENTO DE CRISES AMBIENTAIS
179
3.2 GERENCIAMENTO DO PLANO
As ações para controle de emergência devem ser, prioritariamente, 
no sentido de preservar a vida e a integridade das pessoas, inclusive a dos 
participantes do Plano de Contingência.
Toda informação sobre anomalias externas com o potencial para se 
transformar em emergências, e que tiver relacionada com as atividades do 
local a que o PC se refere, deverá ser prontamente verificada.
As ações de combate e controle às emergências terão prioridade sobre 
as demais atividades do local referente ao PC e serão exercidas em tempo 
integral com dedicação exclusiva enquanto durar a situação.
Qualquer acidente que possa vir a apresentar um risco ao meio 
ambiente deve ser prontamente comunicado à Autoridade Legal.
O Plano de Contingência Local - PCL - deve contemplar, no mínimo, 
os seguintes requisitos:
• Campo de aplicação
• Atividades do local de implantação/aplicação
• Abrangência do plano e caracterização das instalações do local
• Hipóteses acidentais
• Dimensionamento dos recursos
• Áreas vulneráveis
• Organização para controle de emergências
FONTE: Disponível em: <http://ambientes.ambientebrasil.com.br/seguranca_meio_ambiente_
saude/gestao_integrada/plano_de_contingencia_local_-_pcl.html>. Acesso em: 7 fev. 2013.
Considerando as constantes mudanças nas empresas, seja na estrutura 
física (incluindo troca de insumos, matérias-primas) ou na mudança de pessoas, o 
gerenciamento do plano é de relevante importância para atualização e manutenção 
do plano. Ocorre que os procedimentos, recursos humanos, equipamentos são 
definidos com base em uma avaliação inicial de riscos e, caso aconteça alguma 
mudança que altere as condições iniciais, há necessidade de atualizar o plano. Veja 
por que o plano deve ser gerenciado:
180
UNIDADE 3 | GERENCIAMENTO AMBIENTAL
• Todo plano de emergência define responsabilidades, cabe ao gerenciador do 
plano, quando há mudança de pessoas que fazem parte do plano, atualizá-
lo, incluindo essas mudanças. Exemplo:imagine uma pessoa que tinha como 
responsabilidade no plano de emergência ajudar as pessoas na evacuação de 
área, mas que, no momento da emergência, não é mais funcionária da empresa. 
Se ela não foi substituída por outra no plano, é claro que a probabilidade de 
ocorrer problemas na retirada das pessoas do local sinistrado é grande.
• Pessoas novas contratadas que estão chegando à empresa precisam conhecer o 
plano e ser capacitadas para atuar no plano, de acordo com as responsabilidades 
assumidas no plano. Exemplo: podemos utilizar a mesma situação anterior e 
imaginar a atuação de uma pessoa não capacitada em uma situação real de 
emergência, tendo que auxiliar as pessoas na fuga, sem a competência necessária.
• Quando muda o layout em algum setor da empresa, alterando condições de 
riscos existentes, há necessidade de atualização do plano. Exemplo: podemos 
imaginar uma mudança que alterou a rota de fuga, mas o plano não foi 
atualizado e as pessoas não foram treinadas, com certeza vai dificultar a saída 
das pessoas do local sinistrado.
• Muitas vezes as empresas mudam a matéria-prima e insumos em seus processos, 
ocorrendo mudança de riscos com novos produtos químicos, matérias-primas 
e outros insumos. Exemplo: vamos imaginar um produto químico novo que 
a empresa adquiriu e que apresenta riscos não identificados na avaliação 
inicial de riscos, e ocorra um acidente com esse produto, atingindo pessoas, 
contaminando a água e solo. Como será o combate a esse tipo de cenário, sendo 
que não foram definidos procedimentos de emergência e nem disponibilizados 
recursos para combater esse acidente?
Essas são algumas situações que justificam o gerenciamento de um plano, 
mas existem outras como: mudança na legislação que trata de plano de emergência, 
após uma emergência ou simulação, em que alguma coisa não funcionou como 
deveria.
Dessa forma, consideramos o gerenciamento do plano parte fundamental 
em todo esse processo de elaboração e manutenção do plano de emergência ou 
contingência.
TÓPICO 2 | GERENCIAMENTO DE CRISES AMBIENTAIS
181
4 INVESTIGAÇÃO DE CAUSAS E EFEITOS
Como parte complementar, mas não menos importante, após um acidente 
deve-se realizar uma investigação das causas e efeitos, para evitar que o mesmo 
torne a ocorrer. Então, a empresa deve estabelecer, implementar e manter um 
procedimento para tratar os pontos identificados na investigação, reais ou 
potenciais, executando ações corretivas e preventivas. Tal procedimento deve 
definir requisitos para:
• identificar e corrigir a causa do acidente, executando ações para reduzir seus 
impactos ambientais;
• determinar ações para evitar sua repetição;
• avaliar se ações tomadas foram apropriadas para evitar a ocorrência;
• registrar os resultados das ações corretivas e preventivas executadas.
Durante essa investigação, é importante levar em consideração que ações 
executadas devem ser adequadas à magnitude dos problemas e ao impacto 
ambiental encontrado.
IMPORTANT
E
Caro(a) acadêmico(a), a NBR 14004:2005 foi cancelada e substituída pela versão 
corrigida NBR 14004:2007. Importante fazer uma consulta e verificar as mudanças ocorridas 
na versão 2007.
Caro(a) acadêmico(a), lembra-se do PDCA estudado na Unidade 1? Você pode 
utilizar essa ferramenta como auxílio no gerenciamento do plano. Você planeja o plano 
(planejar), executa o plano (executar), acompanha o andamento do plano checando a 
execução (checar) e pode corrigir o plano se algo der errado (corrigir/melhorar). Pode ainda 
utilizar, para fins de elaboração e gerenciamento de um plano de emergência, a norma ABNT 
NBR ISO 14004 (2005), que trata de ajuda prática sobre preparação e resposta a emergências.
ATENCAO
182
UNIDADE 3 | GERENCIAMENTO AMBIENTAL
5 COMUNICAÇÃO COM A COMUNIDADE, MÍDIA 
E ÓRGÃOS DE FISCALIZAÇÃO
Vivemos na era da comunicação. O mundo tornou-se pequeno. 
Instantaneamente, podemos nos conectar com pessoas do outro lado do planeta, 
por internet, e-mail, telefone, celulares e outros meios. Como citado na Unidade 
I, Tópico 3, a comunicação para uma empresa que adota um SGA é a primeira 
urgência.
Tanto internamente como externamente, a empresa tem que assegurar 
métodos de comunicação eficazes e transparentes, podem ser reuniões regulares 
de grupos de trabalho, boletins informativos, quadro de avisos e intranet. 
Essa comunicação não é uma única via, mas uma via de mão dupla, ou 
seja, da organização para colaboradores e parceiros, bem como um canal de 
abertura dos colaboradores/parceiros para a organização. Para isso, recomenda-se 
que as organizações implementem um procedimento para receber, documentar e 
responder essas comunicações das partes interessadas.
A organização deve decidir se realizará comunicação externa sobre seus 
aspectos ambientais significativos, devendo documentar sua decisão. Se a decisão 
for comunicar, a organização deve estabelecer e implementar método (s) para esta 
comunicação externa.
Dependendo da natureza da não conformidade, ao se estabelecerem 
procedimentos para lidar com esses requisitos, as organizações podem elaborá-
los com um mínimo de planejamento formal, ou por meio de uma atividade mais 
complexa e de longo prazo. É recomendado que a documentação seja apropriada 
ao nível de ação.
Finalizando a investigação, a organização busca assegurar que seja feita 
uma reavaliação do procedimento do Plano de Contigência, caso necessário, 
também, entre outros documentos do SGA. 
IMPORTANT
E
Parte interessada é toda pessoa ou empresa que tenha algum contato com a 
organização em questão, incluindo colaboradores, terceiros, fornecedores, clientes, vizinhança, 
órgãos ambientais e outros.
183
Neste tópico, caro(a) acadêmico(a), você pôde estudar os seguintes itens 
referentes à administração ambiental: 
• Aprendermos a importante questão de como lidar com crises ambientais.
• Tivemos a noção de que o simples fato de implantarmos um SGA não significa 
que estamos imunes a acidentes ou ocorrências ambientais de qualquer natureza.
• As pessoas não são perfeitas, e as SGAs também não. Entretanto, temos sempre 
que ter um plano de emergência para tratarmos dessa delicada questão. Temos 
que investigar as causas que levaram a essa ocorrência, tratando para que esse 
fato não se repita, bem como mitigando os impactos ambientais que tal acidente 
possa ter causado.
• É importante analisar oportunidades de melhorias dentro do SGA, 
retroalimentando-o com os resultados encontrados, buscando sempre a 
melhoria contínua do mesmo documento.
RESUMO DO TÓPICO 2
184
AUTOATIVIDADE
Ao término desse tópico, sugerimos que você realize uma análise do conteúdo, 
descrevendo a importância da gestão de crises ambientais sobre o andamento 
do SGA de uma empresa que busca um alto desempenho ambiental.
185
TÓPICO 3
MODELOS DE GESTÃO
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Chegamos ao terceiro tópico de nossa disciplina. Agora, abordaremos os 
modelos de sistemas de gestão ambiental, responsabilidade social, sistemas de 
gestão da energia e sistema de gestão de riscos.
Esse tópico foi baseado nas normas internacionais e nacionais que regem 
ambos os sistemas, como a norma ABNT NBR ISO 14001:2004 sistemas de gestão 
ambiental - requisitos e diretrizes para uso; norma ABNT NBR ISO 14004:2005 
sistemas de gestão ambiental - diretrizes gerais sobre princípios, sistemas e técnicas 
de apoio; norma ABNT NBR ISO 50001:2011 - sistemas de gestão da energia - 
requisitos com orientações para uso; norma ABNT NBR ISO 31000:2009 - gestão 
de riscos, princípios e diretrizes; norma ABNT NBR 16001:2012 – responsabilidade 
social – sistema de gestão – requisitos; norma ABNT NBR ISO 26000:2010 - 
diretrizes sobre responsabilidade social; BS 7750 especifica os requisitos para o 
desenvolvimento, implantação e manutenção de sistemas de gestão ambiental;SA 
8000 – Social Accountability.
Serão apresentadas definições, modelos e critérios utilizados para a 
montagem de um sistema de gestão ambiental e da responsabilidade social.
Lembramos que as normas em questão, assim como esse tópico, servirão 
apenas como um guia. Cada organização pode traçar seu sistema de acordo com 
sua realidade, desde que obedeça aos requisitos básicos das normas.
UNIDADE 3 | GERENCIAMENTO AMBIENTAL
186
2.1 CICLO PDCA
2 MODELO DE GESTÃO AMBIENTAL
O termo gestão ambiental é bastante abrangente. Ele é frequentemente 
usado para designar ações ambientais em determinados espaços geográficos, 
como, por exemplo, gestão ambiental de bacias hidrográficas, gestão ambiental 
de parques e reservas florestais, gestão de áreas de proteção ambiental, gestão 
ambiental de reservas de biosfera e outras tantas modalidades de gestão que 
incluam aspectos ambientais.
 
Segundo Barbieri (2007, p. 25): 
Os termos administração, gestão do meio ambiente ou simplesmente 
gestão ambiental serão aqui entendidos como diretrizes e as atividades 
administrativas e operacionais, tais como, planejamento, direção, 
controle, alocação de recursos e outras realizadas com objetivo de obter 
efeitos positivos sobre o meio ambiente, quer reduzindo ou eliminando 
os danos ou problemas causados pelas ações humanas, quer evitando 
que eles surjam. 
O modelo de gestão ambiental mais utilizado é o baseado na norma ISO 
14001:2004. Entretanto, o mesmo não deve ser adotado como padrão, visto que 
cada empresa tem peculiaridades próprias e devem realizar alterações para 
adaptarem-se à norma.
Por sua vez, os modelos de gestão ambiental, independentemente de se 
basear na ISO 14001:2004, possuem em comum a utilização do método PDCA.
De acordo com Assumpção (2011, p. 42), “A visão sistêmica da ISO 14001 
está relacionada com a modelagem do PDCA que tem como objetivo garantir 
que os elementos do SGA sejam sistematicamente identificados, controlados e 
monitorados”, conforme demonstra a figura a seguir.
Lembrando o que foi estudado na Unidade 1, o PDCA é uma ferramenta da 
qualidade que pode ser utilizada para qualquer tipo de sistema de gestão. Veja, a 
IMPORTANT
E
É muito importante saber a definição de gestão ambiental empresarial.
TÓPICO 3 | MODELOS DE GESTÃO
187
seguir, a aplicação da ferramenta PDCA na implantação de um sistema de gestão 
ambiental com base na norma ABNT NBR ISO 14001:2004.
FONTE: Adaptado da NBR-ISO 14001
FIGURA 14 – MODELO DE SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL – CICLO PDCA
2.2 IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL
O processo de implementação de um sistema de gestão ambiental começa 
pela avaliação ambiental inicial. Esse procedimento pode ser realizado por pessoas 
da própria organização, pois, quando a empresa já dispõe de pessoal habilitado ou 
relacionado com questões ambientais, essa tarefa poderá ser feita internamente. 
Por outro lado, não existindo tal possibilidade, a organização poderá recorrer aos 
serviços de terceiros.
Empresas em geral e as mais poluentes em particular possuem uma série de 
problemas ambientais que vão desde suas fontes poluidoras, destino dos resíduos 
e despejos perigosos, até o cumprimento da legislação ambiental. Muitas vezes, as 
empresas mal conseguem perceber suas deficiências em termos de meio ambiente. 
Há vários aspectos que contribuem para isso, como, por exemplo: 
UNIDADE 3 | GERENCIAMENTO AMBIENTAL
188
• falta de percepção ou conscientização ecológica de dirigentes e colaboradores; 
• forma tradicional de produção, tratamento de efeitos poluidores no fim do 
processo industrial; 
• redução de despesas, a qualquer custo, em detrimento do meio ambiente; 
• manutenção da competitividade em setores que em geral não cuidam das 
questões ambientais; 
• falta de monitoramento ou fiscalização dos órgãos ambientais competentes.
A avaliação ambiental inicial permite às organizações: 
• conhecer seu perfil e desempenho ambiental; 
• adquirir experiência na identificação e análise de problemas ambientais; 
• identificar pontos fracos que possibilitem obter benefícios ambientais e 
econômicos, muitas vezes óbvios; 
• tornar mais eficiente a utilização de matérias-primas e insumos; 
• servir de subsídios para fixar a política ambiental da organização.
Para a execução da avaliação ambiental podem ser usadas várias técnicas, 
isoladamente ou de forma combinada - sempre dependerá da atividade ou 
organização a ser avaliada. As principais técnicas comuns para fazer a avaliação 
podem incluir: 
• aplicação de questionários previamente desenvolvidos para fins específicos; 
• realização de entrevistas dirigidas, com o devido registro dos resultados obtidos; 
• utilização de listas de verificação pertinentes às características da organização. 
Estas se mostram muito apropriadas para analisar atividades, linhas de produção 
ou unidades fabris semelhantes, permitindo comparações; 
NOTA
Este conteúdo está disponível em: <http://ambientes.ambientebrasil.com.br/
gestao/bibliografia/avaliacao_ambiental_inicial.html>. Acesso em: 8 fev. 2013.
TÓPICO 3 | MODELOS DE GESTÃO
189
• inspeções e medições diretas em casos específicos, como, por exemplo, emissões 
atmosféricas, quantidades e qualidade de despejos; 
• avaliação de registros de ocorrências ambientais, como infrações, multas etc.
2.2.1 O que diz a NBR ISO 14004
Abrangência da avaliação ambiental inicial: 
• identificação dos requisitos legais e regulamentares; 
• identificação dos aspectos ambientais de suas atividades, produtos ou serviços, 
de modo a determinar aqueles que têm ou possam ter impactos ambientais 
significativos e impliquem responsabilidade civil; 
• a avaliação do desempenho em relação a critérios internos pertinentes, padrões 
externos, regulamentos, código de prática, princípios e diretrizes; 
• práticas e procedimentos de gestão ambiental existentes; 
• identificação de políticas e procedimentos existentes relativos às atividades de 
aquisição e contratação; 
• informações resultantes da investigação de incidentes anteriores, envolvendo 
não-conformidades.
• oportunidades de vantagens competitivas; 
• os pontos de vista das partes interessadas; 
• funções ou atividades de outros sistemas organizacionais que possam facilitar 
ou prejudicar o desempenho ambiental.
NOTA
Este conteúdo está disponível em: <http://ambientes.ambientebrasil.com.br/
gestao/bibliografia/avaliacao_ambiental_inicial.html>. Acesso em: 8 fev. 2013.
UNIDADE 3 | GERENCIAMENTO AMBIENTAL
190
A partir da avaliação inicial, a empresa terá uma visão geral da sua real 
situação em relação a todas as questões ambientais, tornando-se mais fácil para 
os administradores fazer o planejamento, pois terão noção de custos e recursos 
necessários para a adequação de seus processos.
Para iniciar qualquer programa ambiental, deve-se conhecer a situação 
ambiental em que a organização se encontra, avaliando as políticas 
praticadas, os procedimentos elaborados, os objetivos e metas ambientais 
estabelecidos, os riscos e impactos ambientais documentados e os reais, 
os programas de treinamentos definidos e os estabelecidos, as condições 
operacionais e de manutenção dos sistemas, os passivos ambientais 
existentes, as documentações relacionadas etc. (ASSUMPÇÃO, 2011, p. 
109).
2.3 ESTABELECIMENTO DA POLÍTICA AMBIENTAL
Segundo a ABNT NBR ISO 14001 (2004, p. 12), “A política ambiental é 
a força motriz para a implementação e o aprimoramento do sistema da gestão 
ambiental de uma organização, permitindo que seu desempenho ambiental seja 
mantido e potencialmente aperfeiçoado”.
Veja, a seguir, artigo sobre política ambiental do site Ambiente Brasil.
A política ambiental deve estabelecer um senso geral de orientação 
para as organizações e simultaneamente fixar os princípiosde ação pertinentes 
aos assuntos e à postura empresarial relacionados ao meio ambiente.
Tendo como base a avaliação ambiental inicial ou mesmo uma revisão 
que permita saber onde e em que estado a organização se encontra em relação 
às questões ambientais, chegou a hora de a empresa definir claramente 
aonde ela quer chegar. Nesse sentido, a organização discute, define e fixa o 
seu comprometimento e a respectiva política ambiental.
IMPORTANT
E
Junto ao texto sempre traremos a visão das normas que estão servindo de 
referência, para você tomar conhecimento de sua interpretação.
TÓPICO 3 | MODELOS DE GESTÃO
191
O objetivo maior é obter um comprometimento e uma política 
ambiental definida para a organização. Ela não deve simplesmente conter 
declarações vagas; ela precisa ter um posicionamento definido e forte. Além 
da política ambiental, empresas também adotam a missão de que, em poucas 
palavras, expõem seus propósitos.
A política ambiental da organização deve necessariamente estar 
disseminada nos quatro pontos cardeais da empresa, ou seja, em todas as 
áreas administrativas e operativas e também deve estar incorporada em 
todas as hierarquias existentes, ou seja, de baixo para cima e de cima para 
baixo – da alta administração até a produção.
Ao adotar a política ambiental, a organização deve escolher as áreas 
mais óbvias a serem focalizadas com relação ao cumprimento da legislação 
e das normas ambientais vigentes específicas no que se refere a problemas e 
riscos ambientais potenciais da empresa.
A organização deve ter o cuidado de não ser demasiadamente 
genérica afirmando, por exemplo: comprometemo-nos a cumprir a legislação 
ambiental. É óbvio que qualquer empresa, com ou sem política ambiental 
declarada, deve obedecer à legislação vigente.
O compromisso com o cumprimento e a conformidade é de vital 
importância para a organização, pois, em termos de gestão ambiental, 
inclusive nos moldes das normas da série ISO 14000, a adoção de um SGA 
é voluntária, portanto nenhuma empresa é obrigada a adotar uma política 
ambiental ou procedimentos ambientais espontâneos, salvo em casos de 
requisitos exigidos por lei, como, por exemplo: licenciamento ambiental, 
controle de emissões, tratamento de resíduos etc.
FONTE: Disponível em: <http://ambientes.ambientebrasil.com.br/gestao/sistema_de_gestao_
ambiental/comprometimento_e_politica_ambiental.html>. Acesso em: 13 fev. 2013.
Uma política ambiental estabelece os princípios de ação para uma 
organização. Estabelece o nível de responsabilidade e desempenho 
ambiental requerido de uma organização, contra o qual todas as 
ações subsequentes serão julgadas. Recomenda-se que a política seja 
apropriada aos impactos ambientais das atividades, produtos e serviços 
da organização (dentro do escopo definido do sistema de gestão 
ambiental) e que ela oriente o estabelecimento de objetivos e metas. 
(ABNT NBR ISO 14004, 2005, p. 9). 
A ABNT (NBR ISO 14004, 2005, p. 9) recomenda ainda que uma organização, 
no desenvolvimento de sua política ambiental, considere:
• missão, visão, valores essenciais e crenças da organização;
• coordenação com outras políticas da organização (por exemplo, 
qualidade, saúde e segurança ocupacional);
UNIDADE 3 | GERENCIAMENTO AMBIENTAL
192
• requisitos das partes interessadas e comunicação das mesmas;
• princípios orientadores;
• condições locais e regionais específicas;
• seus compromissos com a prevenção de poluição e com a melhoria 
contínua;
• seu compromisso com o atendimento aos requisitos legais e outros 
requisitos subscritos pela organização.
A alta administração deve definir a política ambiental da organização 
e assegurar que, dentro do escopo definido de seu sistema da gestão 
ambiental, a política:
a) seja apropriada à natureza, escala e impactos ambientais de suas atividades, 
produtos e serviços;
b) inclua um comprometimento com a melhoria contínua e com a prevenção 
de poluição;
c) inclua um comprometimento em atender aos requisitos legais aplicáveis 
e outros requisitos subscritos pela organização que se relacionem a seus 
aspectos ambientais;
d) forneça uma estrutura para o estabelecimento e análise crítica dos objetivos 
e metas ambientais;
e) seja documentada, implementada e mantida;
f) seja comunicada a todos que trabalhem na organização ou que atuem em 
seu nome;
g) esteja disponível para o público.
2.3.1 O que diz a NBR ISO 14001
Conforme a ABNT NBR ISO 14001 (2004, p. 4): 
NOTA
A alta administração usualmente é constituída de um indivíduo ou de um grupo 
de indivíduos que orientam e controlam uma organização em seu mais alto nível.
TÓPICO 3 | MODELOS DE GESTÃO
193
2.4 PRINCÍPIOS E ELEMENTOS DE UM SGA
Ao considerar a gestão ambiental no contexto empresarial, percebe-se, 
de imediato, que ela pode ter, e geralmente tem, uma importância muito grande, 
inclusive estratégica. Isso ocorre porque, dependendo do grau de sensibilidade 
para com o meio ambiente, demonstrado e adotado pela alta administração, já 
pode perceber e antever o potencial que existe para que uma gestão ambiental 
efetivamente possa ser implantada. 
De qualquer modo, dependendo do grau de vínculo com as questões 
ambientais, as empresas que já estão praticando a gestão ambiental ou aquelas 
que estão em fase de definição de diretrizes e políticas para iniciarem o seu 
gerenciamento ambiental devem ter em mente os princípios e os elementos de um 
SGA e as principais tarefas e atribuições que, normalmente, são exigidas para que 
seja possível levar a bom termo a gestão ambiental.
2.4.1 O que diz a NBR ISO 14004
São considerados princípios e elementos de um SGA: 
Comprometimento e política - é recomendado que uma organização defina 
sua política ambiental e assegure o comprometimento com o seu SGA. 
Planejamento: é recomendado que uma organização formule um plano 
para cumprir sua política ambiental. 
Implementação: para uma efetiva implementação, é recomendado que 
uma organização desenvolva a capacitação e os mecanismos de apoio necessários 
para atender sua política, seus objetivos e metas ambientais. 
Medição e avaliação: é recomendado que uma organização mensure, 
monitore e avalie seu desempenho ambiental. 
Análise crítica e melhoria: é recomendado que uma organização analise 
criticamente e aperfeiçoe continuamente seu sistema de gestão ambiental, com o 
objetivo de aprimorar seu desempenho ambiental global.
Considerando que a política trata das intenções e princípios gerais de uma 
organização em relação ao seu desempenho ambiental, todas as ações da empresa 
devem estar alinhadas à política definida pela direção, e se tratando de uma política 
com base na Norma ABNT NBR ISO 14001:2004, deve também atender aos requisitos 
da cláusula 4.2 da norma. Veja a seguir, os princípios e elementos de um SGA.
UNIDADE 3 | GERENCIAMENTO AMBIENTAL
194
ASPECTOS AMBIENTAIS ASPECTOS COMERCIAIS
Escala dos impactos Potencial de exposição legal e regulamentar
Gravidade (importância) do 
impacto
Dificuldade para redução ou eliminação dos 
impactos
Probabilidade de ocorrência Custo para a redução ou eliminação dos impactos
Duração do impacto Efeitos de uma alteração sobre outras atividades e processos
Localização dos impactos Preocupação das partes interessadas
Momento de ocorrência dos 
impactos Efeitos na imagem pública da organização 
FONTE: Adaptado de: NBR ISO 14004
Planejamento da implementação de um sistema de gestão ambiental, 
como qualquer atividade de planejar, exige alguns cuidados básicos para que as 
intenções possam ser transformadas em ações reais. Portanto, as organizações 
devem formular um plano para cumprir sua política ambiental.
Para iniciar o planejamento propriamente dito, a organização deve 
estabelecer e manter procedimentos que permitam avaliar, controlar e melhorar 
os aspectosambientais da empresa, especialmente no que diz respeito ao 
cumprimento da legislação, normas, uso racional de matérias-primas e insumos, 
saúde e segurança dos trabalhadores e minimização de danos ambientais, dentre 
outros aspectos.
Segundo o entendimento expresso na própria norma NBR-ISO 14.004, o 
relacionamento entre os aspectos ambientais e os impactos (danos) ambientais é o 
de causa-efeito.
2.4.1.1 Planejamento
QUADRO 7 – IDENTIFICAÇÃO DE ASPECTOS AMBIENTAIS E COMERCIAIS
OBJETIVOS METAS REFLEXOS ECONÔMICOS
Reduzir o consumo de 
água industrial.
Obter uma redução de 10% 
em relação ao ano anterior. Reduzir as despesas
Prolongar a vida útil do 
aterro sanitário.
Aumentar em 100% a 
capacidade de deposição.
Não fazer novos 
investimentos.
Substituir o uso de solventes 
químicos importados.
Utilizar solventes biode-
gradáveis nacionais.
Favorecer a economia 
local.
QUADRO 8 – EXEMPLOS DE OBJETIVOS E METAS AMBIENTAIS COM REFLEXOS ECONÔMICOS
TÓPICO 3 | MODELOS DE GESTÃO
195
FONTE: Adaptado de: NBR ISO 14004
Conforme a NBR ISO 14004, os elementos do sistema de gestão ambiental 
relativos ao planejamento são seis. Veremos cada um a seguir:
1 Identificação dos aspectos ambientais e avaliação dos impactos ambientais 
associados
 A norma ABNT NBR ISO 14001:2004 estabelece, na subcláusula 4.3.1, 
orientações para os aspectos ambientais:
A organização deve estabelecer, implementar e manter 
procedimento(s) para:
- identificar os aspectos ambientais de suas atividades, produtos e serviços 
dentro do escopo definido de seu sistema da gestão ambiental, que a 
organização possa controlar e aqueles os quais possa influenciar, levando 
em consideração os desenvolvimentos planejados ou novos, ou as 
atividades, produtos e serviços novos ou modificados; e
- determinar os aspectos que tenham ou possam ter impactos significativos 
sobre o meio ambiente (p. ex., aspectos ambientais significativos).
A organização deve documentar essas informações e mantê-las 
atualizadas.
A organização deve assegurar que os aspectos ambientais significativos 
sejam cobertos no estabelecimento, implementação e manutenção de seu 
sistema da gestão ambiental. 
Reconstituição da 
vegetação de áreas 
degradadas.
Reconstituição de todas 
as áreas nos próximos 
cinco anos e não permitir o 
surgimento de novas multas 
ambientais e suspensão da 
licença de operação.
Evitar a suspensão da 
licença de operação e não 
pagar multas.
Quando a norma diz que a organização deve estabelecer, implementar e 
manter um procedimento, significa que deve ser definida uma metodologia que 
contempla o atendimento ao que a norma pede e ainda deve implementar e manter 
o procedimento, isto é, deve funcionar na prática.
 De acordo com Assumpção (2011, p. 125), “O objetivo de identificar os 
aspectos ambientais é para evidenciar quais são as atividades e quais são os 
produtos que possuem riscos de provocar acidentes ambientais”. 
UNIDADE 3 | GERENCIAMENTO AMBIENTAL
196
De acordo com a norma ABNT NBR ISO 14001:2004, aspecto ambiental é 
“[...] elemento das atividades ou produtos ou serviços de uma organização que 
pode interagir com o meio ambiente”.
NOTA
Um aspecto ambiental significativo é aquele que tem ou pode ter um impacto 
ambiental significativo.
Assumpção (2011) define alguns exemplos típicos de aspecto ambiental:
- matérias-primas;
- odor provocado pelo processo;
- ruído provocado pelo maquinário;
- resíduos industriais;
- efluente líquido industrial;
- produtos químicos;
- lixo e materiais recicláveis;
- produtos acabados;
- resíduos industriais;
- operar equipamentos;
- efetuar manutenção em equipamentos etc.
Todos os aspectos citados, se não controlados, podem causar impactos 
significativos ao meio ambiente.
A norma ABNT NBR ISO 14001 (2004, p. 2) define impacto ambiental como 
“[...] qualquer modificação do meio ambiente, adversa ou benéfica, que resulte, no 
todo ou em parte, dos aspectos ambientais da organização”.
Então, veja um quadro de aspectos e impactos ambientais:
QUADRO 10 – RELAÇÃO DE ASPECTOS E IMPACTOS
ASPECTO AMBIENTAL IMPACTO AMBIENTAL
Lavar veículos 
Contaminação dos aquíferos superficiais decorrente 
da descarga contínua de efluente líquido com óleos 
e graxas
Vazamento de inflamáveis Contaminação dos aquíferos subterrâneos em decorrência de avarias no tanque
Executar tarefa de 
descarregar inflamáveis 
Contaminação dos aquíferos em decorrência de 
derramamento
FONTE: Assumpção (2011, p. 133)
TÓPICO 3 | MODELOS DE GESTÃO
197
Conforme definido pela norma ABNT NBR ISO 14001:2004, a organização 
deve documentar e manter todas as informações atualizadas. Define também que 
todos os aspectos significativos, isto é, aqueles que possam causar um impacto 
significativo ao meio ambiente, devem ser considerados no estabelecimento, 
implementação e manutenção de seu sistema da gestão ambiental. Dessa forma, 
a organização deve ficar atenta aos aspectos significativos de seus processos, 
priorizando esses aspectos nas ações definidas pela empresa.
2 Requisitos legais
Requisitos legais ambientais são exigências estabelecidas no âmbito federal, 
estadual ou municipal e ainda, em alguns casos, legislação internacional. Veja a 
seguir, o que estabelece a norma ABNT NBR ISO 14001:2004. 
A norma ABNT NBR ISO 14001 (2004, p. 5) estabelece, na subcláusula 4.3.2, 
os requisitos legais e outros:
A organização deve estabelecer, implementar e manter 
procedimento(s) para:
 - identificar e ter acesso a requisitos legais aplicáveis e a outros requisitos 
subscritos pela organização, relacionados aos seus aspectos ambientais; e
- determinar como esses requisitos se aplicam aos seus aspectos ambientais.
A organização deve assegurar que esses requisitos legais aplicáveis e 
outros requisitos subscritos pela organização sejam levados em consideração 
no estabelecimento, implementação e manutenção de seu sistema da gestão 
ambiental.
Nessa subcláusula, a norma também define que a empresa tenha um 
procedimento, devendo implementar e manter, de modo que seja possível identificar 
e ter acesso aos requisitos legais aplicáveis, e que estes estejam relacionados aos 
aspectos ambientais dos processos da empresa. 
Devido ao grande número de legislação existente e às mudanças que 
ocorrem com ela constantemente, as empresas têm adotado um banco de dados 
com todas as legislações aplicáveis para facilitar o trabalho e manter-se atualizadas 
no assunto pertinente.
 
 Importante ressaltar que os requisitos legais identificados e aplicáveis na 
empresa serão avaliados conforme previstos na subcláusula 4.5.2 da norma ABNT 
NBR ISO 14001:2004.
A norma ABNT NBR ISO 14001:2004 estabelece, na subcláusula 4.5.2, 
orientações sobre avaliação do atendimento a requisitos legais e outros:
UNIDADE 3 | GERENCIAMENTO AMBIENTAL
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Vimos que não basta identificar os requisitos legais aplicáveis, a empresa 
deverá definir um procedimento para avaliar periodicamente o atendimento a 
estes requisitos. 
3 Política ambiental
A política ambiental é considerada elemento fundamental em um SGA, 
pois, a partir da política, a empresa define ações, considerando tudo que foi 
definido em sua política. 
Veja exemplo de políticas definidas por empresas no Brasil.
A organização deve estabelecer, implementar e manter procedimentos(s) 
para avaliar, periodicamente, o atendimento aos requisitos legais aplicáveis 
e outros requisitos subscritos pela organização para demonstrar o 
comprometimento da organização com o atendimento a estes requisitos.
A organização deve manter registros dos resultados das avaliações 
periódicas.
POLÍTICA INTEGRADA – SAÚDE E SEGURANÇA, MEIO AMBIENTE E 
QUALIDADE – GERDAU
Para a Gerdau, o ser humano em sua integridade é um valor que está 
acima dos demais objetivose prioridades da empresa. Nenhuma situação 
de emergência, produção ou resultado pode comprometer a saúde ou 
a segurança das pessoas, a proteção do meio ambiente e a qualidade dos 
produtos e serviços.
A Gerdau, fornecedora de soluções e produtos de aço, busca a 
satisfação de acionistas, clientes, colaboradores, fornecedores e comunidades 
por meio da melhoria contínua de produtos e serviços, processos e sistema 
de gestão. Para tanto, atua comprometida com a qualidade, com o controle 
dos riscos à saúde e à segurança dos colaboradores e com a gestão de 
aspectos e a prevenção de impactos ambientais. Suas ações são sempre 
fundamentadas em objetivos e metas de desempenho e no atendimento 
consistente à legislação aplicável e aos compromissos assumidos, visando ao 
desenvolvimento sustentável (ambiental, social e econômico).
PRINCÍPIOS
• A liderança é a principal responsável pela segurança de todas as pessoas 
que atuam sob sua gestão, promovendo todos os esforços necessários 
para preservar a saúde e a segurança das pessoas, o desenvolvimento 
sustentável e a produtividade e eficiência dos processos.
TÓPICO 3 | MODELOS DE GESTÃO
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• Cada colaborador tem a responsabilidade de zelar por sua saúde e sua 
segurança, assim como pelas de seus colegas, pelo meio ambiente e pela 
qualidade dos produtos e serviços. Deve realizar seu trabalho de acordo com 
os procedimentos, instruções, normas e regras estabelecidas pela empresa.
• A Gerdau e todos os seus colaboradores se comprometem a buscar 
a melhoria contínua em relação à saúde e à segurança das pessoas, ao 
meio ambiente, a eficácia dos processos e a satisfação dos clientes com a 
qualidade dos produtos e serviços. Os esforços devem ser orientados a 
ações de prevenção, buscando e compartilhando as melhores práticas e 
utilizando de forma efetiva o aprendizado em toda a organização.
RESPONSABILIDADE AMBIENTAL - 3M DO BRASIL
Respeitar o meio ambiente faz parte dos valores da empresa, e 
praticar ações que resultam na preservação ambiental também é parte da 
cultura da corporação. A 3M acredita que por meio de seus recursos e de 
seus funcionários pode contribuir para a conscientização de outras empresas 
e pessoas sobre a importância do uso racional das reservas de energia e das 
matérias-primas utilizadas no dia a dia da empresa.
Ao longo dos anos, a 3M tem demonstrado sua preocupação e 
postura consciente com relação à preservação do meio ambiente. Pioneira, a 
empresa estabeleceu em 1975 programas e políticas ambientais que desde então 
refletem o posicionamento da companhia no mercado como uma empresa 
ética, consciente e ambientalmente responsável. Com altos investimentos no 
desenvolvimento de tecnologias para tratamento do lixo industrial, reciclagem 
de produtos e prevenção à poluição, a 3M consegue obter soluções práticas e 
eficientes para a proteção do meio ambiente e melhoria da qualidade de vida 
de seus funcionários e das comunidades em que atua.
A Política Corporativa de Meio Ambiente, emitida em 1975, é válida 
para todas as fábricas da companhia no mundo e declara que a 3M reconhecerá 
e exercerá sua responsabilidade para:
• solucionar os seus problemas de poluição ambiental;
• prevenir a poluição na fonte, onde e quando possível;
• desenvolver produtos que tenham o mínimo efeito no meio ambiente;
• conservar os recursos naturais por meio da prática de reciclagem e outros 
métodos apropriados;
FONTE: Disponível em: <http://www.gerdau.com.br/meio-ambiente-e-sociedade/meio-ambiente-
politica-de-meio-ambiente.aspx>. Acesso em: 9 fev. 2013.
UNIDADE 3 | GERENCIAMENTO AMBIENTAL
200
• assegurar que suas instalações e produtos suportam e estão de acordo 
com os regulamentos das agências ambientais;
• apoiar, sempre que possível, agências governamentais e organizações 
oficiais que defendem a preservação ambiental.
Seguindo a política ambiental corporativa da companhia, a 3M do 
Brasil cumpre as normas internas, inclusive as que, eventualmente, ainda 
hoje não estejam previstas na legislação ambiental brasileira, mas que 
possivelmente serão no futuro. Um exemplo desta postura é o controle do 
lançamento de solventes na atmosfera, com a implantação de processos 
de fabricação que não utilizam este produto, sobre o qual ainda não existe 
legislação no Brasil.
Política de Meio Ambiente, Saúde e Segurança Ocupacional
As empresas 3M do Brasil, 3M Manaus Indústria de Produtos 
Químicos, Cuno Latina e Abzil Indústria e Comércio, fabricantes de produtos 
nos segmentos de Serviços de Segurança e Proteção, Elétrico & Comunicações, 
Industrial & Transportes, Consumo & Escritório, Displays & Gráficos e 
Cuidados da Saúde, destinados ao mercado local e de exportação, buscam:
- proporcionar aos que nelas atuam um local de trabalho seguro, saudável 
e com responsabilidade ambiental e social;
- analisar seus processos para determinar seus impactos e riscos 
significativos, buscando solucionar problemas por meio da melhor 
tecnologia viável, tendo o compromisso com a melhoria contínua;
- preservar sempre os recursos naturais, sendo proativa, prevenindo e 
corrigindo poluição na fonte e trabalhando sempre na prevenção de 
lesões e doenças ocupacionais; 
- assegurar que nossas fábricas e produtos atendam toda a legislação 
municipal, estadual e federal e estejam em conformidade com outras 
obrigações aplicáveis;
- assistir, sempre que possível, as agências governamentais engajadas em 
atividades de Saúde, Segurança e Meio Ambiente;
- treinar os funcionários para exercer seus deveres e responsabilidades, 
desenvolvendo programas que promovam o comprometimento de todos 
com esta política;
- promover a Análise Crítica periódica desta política, bem como do 
Sistema de Gestão, responsabilizando a liderança pela priorização destas 
atividades.
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Preservação da Água
Os efluentes utilizados nos processos de fabricação dos produtos são 
enviados para as estações de tratamento de efluentes – ETE – das unidades 
3M de Sumaré e de Ribeirão Preto. Depois de serem devidamente tratados 
e avaliados com relação ao atendimento dos requisitos legais estabelecidos 
pelo CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) e pela CETESB 
(Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), são descartados em 
corpos d'água. Os efluentes também podem ser enviados a ETEs municipais, 
como acontece na unidade 3M de Itapetininga.
A companhia implementou diversos projetos que visam à otimização 
da utilização da água nos processos de manufatura e nas instalações da 
empresa, ao mesmo tempo em que possibilitam o atendimento eficiente ao 
crescimento da capacidade produtiva sem aumento na captação de água, 
coletada, atualmente, nas lagoas e poços artesianos das unidades da 3M no 
Brasil. Como exemplo, um dos projetos visa ao aumento da reutilização do 
efluente tratado, por meio do processo de osmose reversa.
Programa de Redução e Segregação de Resíduos
Outra grande preocupação da 3M com relação ao meio ambiente 
é o destino que é dado aos resíduos industriais – os lixos industriais, que 
são as sobras de materiais dos processos de produção, como embalagens de 
papelão, plásticas ou metálicas, ou produtos fora de especificação. Assim, 
para garantir o cumprimento de uma postura ambientalmente correta, a 
empresa investe na implantação de um projeto que gerencia o destino destes 
resíduos, visando, sempre que possível, à reciclagem destes materiais. O 
grande diferencial deste projeto é a participação dos funcionários, elementos 
fundamentais para a eficácia do processo, já que as atividades de segregação 
começam nas fontes geradoras.
Além disso, depois de segregado, o lixo é enviado para uma área 
de preparação e destinado às empresas de reciclagem. O que não pode 
ser reciclado é enviado para disposição adequada em aterro sanitário, 
coprocessamento

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