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romantismo LITERATURA BRASILEIRA: O QUE É? O Romantismo foi um movimento artístico que surgiu na Europa no século XVIII e durou até meados do século XIX. Ele influenciou: A literatura, a pintura, a música e a arquitetura. "Os sofrimentos do jovem Werther", de Goethe, publicado na Alemanha em 1774. classicismo, racionalismo e Iluminismo Romantismo Na literatura, as principais características do romantismo são: Oposição ao modelo clássico; Estrutura do texto em prosa, longo; O indivíduo passa a ser o centro das atenções; Uso de versos livres e versos brancos; Exaltação do nacionalismo, da natureza e da pátria; Idealização da sociedade, do amor e da mulher; Criação de um herói nacional; Sentimentalismo e supervalorização das emoções pessoais; Subjetivismo e egocentrismo; Saudades da infância; Fuga da realidade. Romantismo no Brasil O teve como marco inicial a publicação do livro de poemas de Gonçalves de Magalhães (1811-1882), intitulado "Suspiros poéticos e saudades", em 1836. Além dessa obra, a Revista Niterói, publicada nesse mesmo ano em Paris, também foi precursora do movimento romântico no Brasil. Esse período é caracterizado por manifestações culturais, artísticas e literárias iniciadas na Europa no século XVIII. Principais Características Rompimento com a tradição clássica; Amor platônico, idealismo; Idealização da mulher; Subjetivismo e egocentrismo;; Indianismo (tema do índio); Nacionalismo e ufanismo; Culto à natureza; Sentimentalismo exacerbado; Maior liberdade formal; Religiosidade; Evasão e escapismo. Gerações Românticas 1ª Fase Romântica As características da primeira geração romântica é o Nacionalismo e o Indianismo. Aqui os escritores exploram temas como: O índio A saudade da pátria A natureza Religiosidade O amor impossível Nesse sentido, o indianismo, expressa uma das buscas aos temas nacionais, visto que o Brasil havia conquistado sua independência pouco antes, em 1822 Nesse momento, merecem destaque os autores: Gonçalves Dias Gonçalves de Magalhães Teixeira e Souza Araújo Porto-Alegre José de Alencar Canção do exílio Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer eu encontro lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar sozinho, à noite Mais prazer eu encontro lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que disfrute os primores Que não encontro por cá; Sem qu'inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá. De Primeiros cantos (1847) Gonçalves Dias Juca-pirama Meu canto de morte, Guerreiros, ouvi: Sou filho das selvas, Nas selvas cresci; Guerreiros, descendo Da tribo tupi. Da tribo pujante, Que agora anda errante Por fado inconstante, Guerreiros, nasci; Sou bravo, sou forte, Sou filho do Norte; Meu canto de morte, Guerreiros, ouvi. Criação - Século xix Primeiro compositor erudito: Carlos Gomes 2ª Fase Romântica Conhecida como a geração do “Mal do Século” ou “Ultrarromântica”, a segunda geração romântica foi profundamente influenciada pela poesia do inglês George Gordon Byron, (1788-1824). Por isso, é muitas vezes chamada de geração “Byroniana”. Marcada por aspectos negativos, a poesia desse período romântico é permeada dos temas: A dúvida, o Tédio, a orgia, a morte, a infância e o Sofrimento No Brasil, os principais escritores dessa geração foram: Álvares de Azevedo Casimiro de Abreu Fagundes Varela Junqueira Freire SE EU MORRESSE AMANHÃ Se eu morresse amanhã, viria ao menos Fechar meus olhos minha triste irmã; Minha mãe de saudades morreria Se eu morresse amanhã! Quanta glória pressinto em meu futuro! Que aurora de porvir e que amanhã! Eu perdera chorando essas coroas Se eu morresse amanhã! Álvares de Azevedo MEUS OITO ANOS Oh! que saudades que tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida Que os anos não trazem mais! Que amor, que sonhos, que flores, Naquelas tardes fagueiras À sombra das bananeiras, Debaixo dos laranjais! Como são belos os dias Do despontar da existência! — Respira a alma inocência Como perfumes a flor; O mar é — lago sereno, O céu — um manto azulado, O mundo — um sonho dourado, A vida — um hino d'amor! Que aurora, que sol, que vida, Que noites de melodia Naquela doce alegria, Naquele ingênuo folgar! O céu bordado d'estrelas, A terra de aromas cheia As ondas beijando a areia E a lua beijando o mar! Oh! dias da minha infância! Oh! meu céu de primavera! Que doce a vida não era Nessa risonha manhã! Em vez das mágoas de agora, Eu tinha nessas delícias De minha mãe as carícias E beijos de minhã irmã! Livre filho das montanhas, Eu ia bem satisfeito, Da camisa aberta o peito, — Pés descalços, braços nus — Correndo pelas campinas A roda das cachoeiras, Atrás das asas ligeiras Das borboletas azuis! Naqueles tempos ditosos Ia colher as pitangas, Trepava a tirar as mangas, Brincava à beira do mar; Rezava às Ave-Marias, Achava o céu sempre lindo. Adormecia sorrindo E despertava a cantar! ................................ Oh! que saudades que tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida Que os anos não trazem mais! — Que amor, que sonhos, que flores, Naquelas tardes fagueiras A sombra das bananeiras Debaixo dos laranjais! Casimiro de Abreu 3ª Fase romântica Chamada de “Geração Condoreira”, a terceira geração romântica é caracterizada pela poesia libertária e social. Com isso, o período está associado ao condor, águia da cordilheira dos Andes, com o intuito de revelar sua mais importante característica: a liberdade. Vale lembrar que essa geração sofreu muita influencia do escritor francês Victor-Marie Hugo (1802-1885), daí ser conhecida também como geração “Hugoana”. caRACTERÍSTICAS Causas humanitárias Denúncia da escravidão Amor Erótico No Brasil, seus principais representantes foram: Castro Alves Tobias Barreto Sousândrade Navio negreiro Era um sonho dantesco... o tombadilho Que das luzernas avermelha o brilho. Em sangue a se banhar. Tinir de ferros... estalar de açoite... Legiões de homens negros como a noite, Horrendos a dançar... Castro Alves Boa-noite Boa noite, Maria! Eu vou-me embora. A lua nas janelas bate em cheio... Boa noite, Maria! É tarde... é tarde... Não me apertes assim contra teu seio. (...) A frouxa luz da alabastrina lâmpada Lambe voluptuosa os teus contornos... Oh! Deixa-me aquecer teus pés divinos Ao doudo afago de meus lábios mornos. Mulher do meu amor! Quando aos meus beijos Treme tua alma, como a lira ao vento, Das teclas de teu seio que harmonias, Que escalas de suspiros, bebo atento! Castro Alves Prosa Romântica no Brasil Folhetim A difusão da prosa romântica foi impulsionada pelo folhetim. Os folhetins eram capítulos de romances de periodicidade semanal publicados em jornais. Por meio deles, o romance tornou-se extremamente popular e por ele, o sentimento de democracia aflorado no País foi alastrado. Com o folhetim, a literatura passa de bem destinado à aristocracia e ultrapassa a exclusividade da nobreza. Surgem os primeiros consumidores da produção literária e a literatura é expandida ao leitor comum. E é pelo folhetim que a prosa do Romantismo alcança o sucesso que obteve no Brasil. A prosa romântica no Brasil foi manifestada em Romance Indianista, Romance Urbano e Romance Nacionalista. Romance Indianista O romance indianista busca valorizar o herói nacional, o índio. São explorados temas como a natureza, o sentimentalismo. O heroísmo é representado pela nobreza de caráter e valentia das personagens.Autores O principal autor dessa fase da prosa romântica no Brasil é José de Alencar (1829-1877). Seria este um estilo criado por ele. Alencar escreveu O Guarani, Iracema e Ubirajara no estilo de prosa romântica nacionalista. Romance Urbano O romance urbano retrata a pequena burguesia, a ascensão da classe média, as relações sociais e morais. São narrativas lentas, minuciosamente descritivas da ambientação das personagens. Autores Os autores de maior relevância dessa fase da prosa romântica no Brasil são: Joaquim Manoel de Macedo, com A Moreninha; Manoel Antônio de Almeida, com Memórias de um Sargento de Milícias; José de Alencar, com Diva e Senhora. Romance Regionalista A prosa romântica regionalista no Brasil representa o povo, diferente dos nobres na Corte. Demonstra o ambiente rural, em oposição às cidades. Representam o sertanejo, as paisagens e os costumes do sertão. Autores José de Alencar está entre os principais autores dessa fase da prosa romântica brasileira, com a obra, O Sertanejo. Também destacaram-se: Bernardo Guimarães, com A Escrava Isaura, e Visconde de Taunay, com Inocência.
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