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arquitetura sustentável aula 1: desenvolvimento sustentável prof. carolina lima “Encontramos o inimigo: somos nós.” Pogo, de Walt Kelly “ Colocar um homem na Lua foi um dos maiores desafios conquistados pela humanidade no século 20. Agora o desafio talvez seja maior: o combate às mudanças climáticas requer a participação de bilhões de pessoas que habitam um planeta com recursos finitos e hábitos que urgem ser revistos. As cidades são o território onde a diferença é possível.” Carlos Leite Três pilares da sustentabilidade: ambiental econômico social população mundial local de moradia início do século XX 90% 10% início do século XXI 45% 55% meados do século XXI 25% 75% meio urbano meio rural Em 1800, apenas 3% da população mundial vivia em cidades. Em 1950, 83 cidades tinham mais de 1 milhão de habitantes no mundo. Em 2007, eram 468 as metrópolis desse porte no mundo. Até 2030, a população urbana aumentará para mais de 5 bilhões, ou 60% da população mundial “ O Congresso para o Novo Urbanismo considera a falta de investimento em cidades centrais, a difusão da urbanização dispersa e sem caráter, o aumento da segregação de raças e classes sociais, a deteriorização do meio ambiente, a perda de terras agrícolas e de áreas silvestres e a erosão da herança construída da sociedade como um só desafio de comunidade e construção relacionadas entre si.” (A carta do Novo Urbanismo (Introdução)) desenvolvimento sustentável busca da economia do desenvolvimento aliada ao não esgotamento dos recursos existentes no planeta “satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades” (United Nations, 1987) Desenvolvimento urbano sustentável: avaliação da situação atual sob a perspectiva das cidades levantamento da influência do setor da construção sobre elas com o objetivo de observar como o setor poderia estimular a promoção da sustentabilidade urbana e contribuir com a promoção do desenvolvimento sustentável global O que caracteriza a sociedade como urbana é a aplicação de sua lógica, mesmo nas áreas rurais. Ex: agropecuária moderna: lógica industrial ligada às instituições urbanas: crédito, equipamentos, demanda de produtos Aumento da renda per capita: maior consumo e maior geração de resíduos Crescimento das cidades = • maior pressão sobre os recursos energéticos e hídricos • maior necessidade de descarte e tratamento de resíduos sólidos e líquidos • maior poluição do ar • desafios de mobilidade • problemas de saúde pública (obesidade, problemas respiratórios, etc) • questionamentos sobre a qualidade de vida, eficiência, mudanças climáticas Habitante urbano é mais rico que o rural, porém: a desigualdade é grande no meio urbano tendências a segregação social desigualdades no acesso aos serviços urbanos insegurança Déficit habitacional de 5,9 milhões de domicílios, concentrado nas famílias com renda de até seis salários mínimos (2010) Cidades sobrem os efeitos das alterações ambientais provocadas por sua ação: aumento da poluição do ar, do solo e das águas alterações climáticas • aumento dos níveis dos oceanos • enchentes • secas • tempestades • pressão por espaços de moradia e infraestrutura • estímulo a invasão de áreas importantes ambientalmente “A atual trajetória ecológia, demográfica e econômica do mundo é insustentável. Podemos alcançar um crescimento econômico com impacto muito menor se pensarmos claramente, sistematicamente, em termos de sistemas, e baseados em objetivos globais.” (Sachs, 2008) PRINCÍPIO DA INTERAÇÃO: recursos devem ser utilizados da forma mais eficiente possível para alcançar os objetivos da sociedade. São Paulo: despovoamento do centro da cidade patrimônio construído não utilizado favelas crescem nas periferias economistas = utilização ineficiente dos recursos urbanistas = falta de planejamento público eficiente para reverter a situação advogados = falta de aparato formal, a questão não é o custo e sim a possibilidade de atender às exigências formais ambientalistas = descabido mau uso do planeta: áreas urbana consolidadas sem moradores e áreas perifériacas de proteção ambiental sendo ocupadas por favelas INTERVENÇÃO DO GOVERNO: resgate da eficiência urbana: regulamentação adequada ações decididas e corajosas INEFICIÊNCIA DO MERCADO cidade mais justa e sustentável para o conjunto da sociedade mudanças climáticas mais premente problema ambiental, social e econômico que o planeta enfrenta as consequências são globais e de longa duração mudanças anormais que vêm ocorrendo no clima do planeta temperatura precipitação vento padrões meteorológicos níveis de dióxido de carbono são os mais elevados nos últimos 650 mil anos. Causas: queima de combustíveis fósseis (petróleo, gás e carvão) destruição das florestas os 10 anos mais quentes foram registrados desde 1990 Impacto nas cidades: riscos de inundação por conta do aumento do nível do mar áreas impermeabilizadas aumentam as temperaturas urbanas e geram menor qualidade doar, formando ilhas de calor uma em cada três pessoas vive em uma favela nas cidades do mundo em desenvolvimento, tornando-as vulneráveis a problemas de saúde e a riscos ambientais BOAS NOTÍCIAS: cidades podem enfrentar melhor os desafios do que o campo: • cultura • política • liderança • crescimento econômico • geração de inovação contínua • ação sobre as alterações climáticas • implementação de medidas corajosas para reduzir efeitos indesejáveis do desenvolvimento urbano Considerando a cidade como artefato humano por excelência, portanto produto de design - no sentido amplo da palavra: desejo, desígnio, projeto -, é como um processo de projeto mais inteligente que ela se reinventa. Cradle to Cradle Design (do berço ao berço) abordagem biomimética (remete ao deisgn natural) ao projeto de sistemas materiais são considerados os nutrientes que circulam no metabolismo saudável indústria deve proteger e enriquecer os ecossistemas e o metabolismo produtivo com técnicas, sistemas e materiais que gerem desperdício zero, idealmente. ciclo fechado, sem desperdício: ciclo de vida contínuo a maioria dos materiais são downcycled: convertidos a uma menor utilização, fornecendo uma pausa a sua viagem inevitável para um aterro ou incinerador William McDonough (arquiteto e designer americano), Michael Braungart (químico alemão) Massive Change Bruce Mau, Instituto Sem Fronteiras, designer canadense tudo é design: tudo o que produzimos e consumimos passa pelo design em sua concepção o design pode ser repensado para promover uma produção massiva, mais democrática o problema não é mais a técnica, tecnologia ou design, mas de natureza político-ideológica: Somos capazes de produzir a solução para praticamente todos os problemas da humanidade. A questão é de decisão coletiva. Não é um problema de design individual (caro, elitista, fashion), mas de design massivo (coletivo, inteligente, estratégico). Sistemas Cradle to Cradle adotam materiais inteligentes, capazes de possuir vários ciclos de vida Design estratégico, massivo, pode aplicá-los de modo mais justo às demandas da humanidade no planeta “A ideia do ciclo de design e produção contíuas promete uma mudança nos processos de fabricação dos sistemas de desperdício industrial dos séculos 19 e 20.” (Mau, Leonard e Institute Without Boundaries equilíbrio entre o crescimento populacional e o meio ambiente para formação de cidades sustentáveis capazes de atender às necessidadesda atual população sem comprometer as futuras gerações cidades se desenvolvam em favor da maioria, que são os mais pobres. “ um morador típico de Atlanta, EUA, consome mil vezes mais unidades de energia do um morador típico da cidade Ho Chi Minh, Ietnam. Independentemente da imensa diversidade de padrões de vida de ambos, há um claro sintoma aí: Nós precisamos urgentemente redefinir a maneira como a nergia é gasta em muitas cidades do planeta.” (Gehl; Rogers, 2010) megacidades • No futuro, os recursos do planeta serão suficientes para acomodar a população do planeta? • Quando se esgotarão as fontes de energia? • Quando as plorestas e as terras agriculturáveis se tornarão insuficientes? • Que capacidade podemos atingir? expansão caótica = dificuldades de administração e de controle e fiscalização do uso do solo precariedade na distribuição de infraestruturas problemas de congestionamento e tráfego modelos ineficientes de moradia aumento da poluição, do desmatamento, da violência e da degradação do meio ambiente Nas megacidades é que o mundo pode se reinventar, dividir riquezas e alcançar padrões mais justos e equilibrados de desenvolvimento. indicadores financeiros índice de desenvolvimento humano (IDH) pegadas ecológicas tecnologias verdes já impulsionam a economia de países como Alemanha podem se tornar o principal setor de empregabilidade nesse país boom do século 21 nova agenda estratégica: nova economia: mercado socialmente responsável e ambientalmente sustentável visão ampla: superação do modelo individualista e imediatista novo padrão de relação social corporativo: relacionamentohorizontal eco-operativo novos indicadores do progresso humano (mais amplos, menos economicistas): IDH, metas do milênio, pegada ecológica, índices de sustentabilidade índices de sustentabilidade: IDH: índice de desenvolvimento humano IPG: índice de progresso genuíno (talvez o mais completo) Pegada ecológica (já bastante difundido na sociedade) IDS: indicadores de desenvolvimento sustentável Matriz territorial de sustentabilidade novas metodologias que incluem variáveis de gasto defensivo, trabalho voluntário, valor da perda de tempo livre, distribuição de renda, trabalho doméstico, crime, poluição: englobam variáveis econômicas, ambientais e sociais O PIB mede tudo, em resumo, menos aquilo que faz a vida valer a pena” (Robert Kennedy)
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