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EXAME SEMIOLÓGICO DA PELE E ANEXOS

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EXAME SEMIOLÓGICO DA PELE E ANEXOS
- importante fazer toda a avaliação de pele, pelo e anexos como cascos, unhas e também o exame otológico. Todas essas estruturas fazem parte da dermatologia clínica.
- a dermatologia tem como principal objetivo achar o agente causal, ou seja, o que está causando determinada alteração, seja ela infecciosa, parasitária, autoimune ou psicológica.
- sabendo o agente causal sabe-se o melhor tratamento a se efetuar.
- a pele é um órgão extremamente grande que contorna e reveste todo o corpo
- barreira fisiológica entre o organismo e o ambiente, ou seja, está exposto a diversos agentes etiológicos. Em uma condição de normalidade, se apresenta com certa oleosidade e hidratada, o que dificulta a exposição da parte mais interna e cause possíveis alterações.
- 75% da clínica de pequenos animais, principalmente por alterações alimentares, alterações na produção de sebo e hidratação principalmente decorrente do excesso de banhos.
- a pele é o espelho do organismo, visualmente é possível perceber alguma alteração orgânica que esteja se manifestando na pele.
- 3 grandes tecidos:
	- epiderme: camada mais externa. Presença de folículos pilosos e glândulas sebáceas e sudoríparas (nas espécies que produzem suor).
	- derme: maior camada, parte intermediária
	- hipoderme: mais profunda, onde estão localizados os vasos.
Funções da pele
- Proteção: não é um ambiente estéril, a limpeza da pele muitas vezes retira a microbiota, principalmente bactérias produtoras de bacteriocinas (secreções que controlam o crescimento de outras bactérias, que evita a colonização do tecido). Também reduz a perda de agua, eletrólitos e macromoléculas e evita injúrias externas (físicas, químicas e microbiológicas)
- Revestimento: mais macia em regiões de pouca movimentação, mais enrugadas em regiões de articulação e mais firmes em unhas, cascos e chifres (mais queratinizadas)
- Flexibilidade: movimentação ampla (elasticidade). Quanto menor a quantidade de queratina, maior será sua flexibilidade. Uma pele ressecada, com pouca gordura fica propensa a rachaduras, expondo as camadas mais internas e podendo criar lesões.
- Termorregulação: sustentação do manto piloso, regulação dos vasos sanguíneos e regulação da função glandular. Importante tanto na absorção quanto na perda de calor, ocasionando uma maior ou menor passagem de sangue pela pele, promovendo termogênese ou termólise.
- Reservatório: água, eletrólitos, vitaminas, ácidos graxos, carboidratos, proteínas entre outras
- Pigmentação: produção de melanina, que acarreta na proteção contra raios UV.
- Secreção: glândulas sebáceas e sudoríparas, e ferormônios
- Produção de vitamina D: ativada pela luz solar
- Sensibilidade tátil: a pele é um órgão receptor sensitivo ao calor, frio, dor, tato.
 EXAME CLÍNICO DA PELE
- sistemático, com ficha dermatológica, dermograma: imagem do animal, com vista dorsal, ventral e lateral para acompanhamento, marcação das alterações, localização e acompanhamento da evolução do caso.
Identificação: espécie, raça, sexo, idade, pelagem, peso.
- em pequenos animais é importante já que cada raça tem sua particularidade, seja o animal puro ou mestiço.
- alterações hormonais, principalmente fêmeas podem desencadear alteração dermatológica
Anamnese
Queixa principal: o sintoma-guia, a alteração que está chamando a atenção do proprietário. Normalmente relacionados com seborreia, odor estranho, alopecia, etc.
História médica recente: identificar o início do quadro, a evolução da lesão e quais tratamentos foram efetuados e suas consequências.
História médica regressa: antecedentes recentes e distantes, procedência geográfica do animal, parentes e contactantes. Verificar não só alterações dermatológicas, mas também de saúde geral do animal.
Ambiente, manejo e hábitos: instalações, higiene e limpeza do ambiente, tipo de piso, higienização do animal (quais produtos e com que frequência) e hábitos alimentares
Manejo sanitário: vermifugação, vacinação, tratamentos ectoparasticida, contato com a rua e ambientes contaminados, ingestão de alimentos “humanizados”
Exame Físico
- primeiro fazer uma avaliação do estado geral do animal, e depois se faz um exame físico específico
- no exame físico especial é quando se busca o agente causal na dermatologia
Inspeção
De forma direta ou indireta, observa-se a pele por debaixo do pelo. Animais com pelos longos dificultam a visualização da pele. Realizar inspeção de forma sequencial, de forma geral e detalhada (do nariz até o rabo)
Deve-se buscar basicamente alteração na coloração das estruturas, presença de parasitose, lesões primarias ou secundárias, reações alérgicas que causam aumento de prurido, presença de edemas cutâneos, produção de suor e sebo na pele
Palpação
Também feita de forma direta ou indireta, mantendo a mesma sequência da ponta do focinho até o rabo. Buscar alterações em relação a consistência, umidade, elasticidade, temperatura, sensibilidade, edema e efisema.
Olfação
Bastante utilizado na clínica dermatológica, é necessário saber diferencias os odores de cada espécie, e identificar também qualquer alteração.
Punção
Retirada de liquido do interior de uma cavidade cística, fazendo uso de uma seringa agulhada, onde se puxa o liquido, coloca-se em uma lâmina, realiza coloração especifica para posterior avaliação da resposta celular naquele liquido. Verificar se há presença de algum tipo especifico de célula, alteração bacteriana, inflamatória, infecciosa.
Biópsia
Aspirativa: punção. Citologia, exame rápido. Diff Quik/Panótico rápido
Incisional: retirada do fragmento lesionado junto com um fragmento sadio, usado principalmente em lesões grandes onde não é possível retirar a lesão inteira. Utiliza-se punch ou saca-bocado. Esse tecido será encaminhado para um laboratório de patologia, e através de um exame histológico observa-se a parte normal e compara com a área lesionada, verificando o tipo de célula apresentada.
Excisional: retirada de toda a área lesionada e um fragmento de tecido sadio, com um punch ou bisturi. Mesmo processo que a biopsia incisional.
Raspados
Fundamental principalmente em alterações parasitárias e micóticas. 
Em casos de dermatite parasitária, se faz raspados mais profundos até surgirem as primeiras estrias de sangue, esse tecido é colocado em uma lamina acrescido de KOH 10% (não para coloração, e sim melhor visualização). Uma outra forma é fazer massageamento para que os parasitas fiquem mais superficiais e então realizar um raspado mais superficial, sem predispor aquelas áreas a alguma lesão. 
Em casos de suspeita de micose cutânea (dermatofitose), os fragmentos são feitos na borda da lesão, pois os fungos se alimentam da queratina encontrada na epiderme, conforme a queratina acaba eles vão se expandindo, com crescimento centrífugo, por isso as lesões por fungos tem uma configuração circular. Tira-se o fragmento da borda da lesão, coloca em recipiente seco e encaminha ao laboratório.
Reações alérgicas
Exame mais realizado na medicina humana, avalia a reação do corpo a agentes antigênicos, diversas substancias alergênicas. Teste da tuberculuna: em grandes animais se faz para diagnostico de tuberculose, onde é aplicado tuberculina (intradérmico) e se observa a resposta inflamatória do animal na pele. Para diagnostico de mormo também é feito.
Outros
Lâmpada de Wood: lâmpada ultravioleta que ao entras em contato com o triptofano (metabólito de um fungo) apresenta uma coloração amarelo-esverdeado, fluorescente. Muitas outras substancias apresentam brilho similar, principalmente quando se usa produtos à base de enxofre, derivados do petróleo, alguns sabões, podendo ocorrer um resultado tanto falso-positivo quanto falso-negativo.
Cultura e antibiograma: coleta de amostra por swab, histopatologia, punção e biopsia para identificar presença de agente bacteriano. Tomar contato com a microbiota indígena (flora normal), por isso a limpeza é fundamental. Após isolamento e identificação, busca-se qualantibiótico usar.
Classificação das lesões cutâneas
As lesões podem ser classificadas quanto a sua distribuição, configuração, topografia, profundidade e morfologia. 
Exame Físico da Pelagem e Plumagem
- pelos mais lanosos e grossos, como nos das raças Ladrador, Golden Retriever, vão apresentar muda e pelo constante.
	1) Inspeção: buscar áreas de rarefação de pelos (apolecia)
	2) Palpação: verificar se o animal está soltando pelos, avaliar o aspecto do pelo.
	3) Tricograma: avalia o ciclo biológico do pelo e suas alterações. Primeiro retira-se o pelo e o coloca em uma lâmina com clarificante (KOH 10%) e observa sua microscopia tanto pelas extremidades, bulbo e haste. Avalia o estágio, a pigmentação e presença de fungos. Algumas alterações que podem ocorrer são os transtornos da muda, que podem ser do tipo retardada (deficiência nutricional) ou precoce (alterações no metabolismo e hormonais) e também há queda de pelos por alopecia (geral, generalizada, disseminada).
Exame físico de cascos, cornos, chifres e unhas
Associado a déficits alimentares, metabólicos e traumas. Feito por meio de inspeção, palpação, percussão. As alterações de má formação, ausência de exercícios vão fazer com que o casco se desenvolva com grande intensidade, sem que haja desgaste. Pode ocorrer sulcos e traumas, em algumas situações ocorre regeneração, em outras não, o que pode levar o animal a morte. A inspeção e palpação fazem com que o examinador examine essas alterações. Percepção do cheiro do casco, mudança no odor pode indicar algum tipo de alteração.
Unhas muito grandes: verificar na anamnese o local onde o animal fica, se tem piso muito liso ou áspero que possa promover o desgaste das unhas. Em relação a caprinos e ovinos, dependendo da raça, esse animal necessita de um desgaste maior. Já para bovinos essa alteração demonstra uma alteração interdigital, outro problema dermatológico, que dificulta a locomoção, deve ser retirado cirurgicamente.
Exame Otológico – Conduto Auditivo
Orelha dividida em três estruturas:
	- Orelha externa: pavilhão auricular, meato acústico externo e membrana timpânica
	- Orelha média: cavidade timpânica, três ossículos articulados, tuba auditiva e divertículo da tuba auditiva
	- Orelha interna: labirinto membranoso em contato com o aparelho vestibular e o ducto coclear (porção neurológica)
- no exame semiológico, acessa-se apenas a orelha externa, até a membrana timpânica. Nesse local se realiza inspeção, palpação, inspeção indireta, avalia-se através de biopsia, cultura antibiograma, raspados. No caso da orelha média e interna, a avaliação é feita por exames complementares (diagnóstico por imagem e tomografias)
Identificação
Seguir os preceitos de raça, sexo, idade e espécie. Animais que possuem orelhas pendulosas, muito pelo no conduto e vivem em um ambiente muito úmido possuem pré-disposição a afecções otológicas, pois favorecem o desenvolvimento de bactérias, fungos e protozoários. Cães como: labrador, Springer e Cocker tem mais chances de desenvolver otite
Anamnese
Geralmente o proprietário não percebe alterações otológicas, então o examinador deve perguntar se o animal balança a cabeça constantemente, coça a orelha com os membros, se o conduto auditivo apresenta odor fétido, se altera a posição da cabeça, se há feridas no conduto auditivo por esfregar a cabeça no chão ou em algum local, presença de cerume na parte externa do contudo e com odor fétido, verificar onde o local habita, se houve casos anteriores de afecções otológicas e se existiu algum tratamento anterior com antibióticos. 
Verificar também se existe associação com anamnese dermatológica, já que a maioria das afecções otológicas possuem como causa primaria uma dermatopatia.
Exame Físico
Inspeção direta: verificar sintomas de alterações otológicas como meneios de cabeça, pruridos na região do conduto auditivo e até falta de equilíbrio. A sala deve ser bem iluminada para conseguir verificar os pavilhões auriculares, utilizando métodos de análise para dermatologia em geral
Em casos graves o animal pode apresentar conjuntivites, paralisia pálpebral, distúrbios de equilíbrio, assimetria facial
Palpação: cuidado ao analisar o conduto auditivo do animal, o animal pode ser agressivo ou apresentar dores. O animal deve estar devidamente contido. A palpação tem início no pavilhão auricular, que deve ser homogêneo e apresentar cartilagem flexível e delgada. 
Inspeção indireta: a otoscopia é uma técnica que visa a inspeção indireta do meato acústico externo até a membrana timpânica, onde se observa a coloração da pele, presença de corpos estranhos, avaliação do cerume, avaliação de ectoparasitas (carrapatos, ácaros)
Citologia e cultura: coleta de cerume com swab, coloca sob uma lamina, cora com panótico e observa no microscópio optico para visualizar bactérias, ácaros, fungos.
Biópsia e Histopatologia: suspeita de neoplasia no conduto, é difícil pois a coleta deve ser na parte interior do conduto.
Conclusão
Com essas avaliações, na maioria das vezes se chega ao objetivo do exame dermatológico, que é descobrir o agente etiológico causador. Deve-se ter atenção redobrada à identificação e anamnese. Tenta-se descobrir a causa do problema por meio de raspado, citologia, biopsia, tricograma, reação alergia e desenvolver um processo terapêutico efetivo.

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