Grátis
5 pág.

petição Maria da Luz- Venda de casa
Denunciar
Pré-visualização | Página 1 de 1
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE TERESINA-PI MARIA DA LUZ RODRIGUES DE OLIVEIRA, brasileira, solteira, cabeleireira, portadora do RG Nº 1.255.865 SSP-PI, inscrito sob CPF de Nº 766.845.203-68, residente e domiciliada na Quadra 43, Casa 4A, Bairro Renascença II CEP 64.082-550, Teresina – PI, vem a presença de V. Exc.ª propor a presente: AÇÃO DE COBRANÇA C/C DANOS MORAIS Em face de ZULMIRA DA COSTA SOUSA, brasileira, divorciada, autônoma, portadora do RG de n° 591.901 SSP/PI, inscrita sob o CPF 397.541.033-72, residente e domiciliada na Quadra 22, casa 26, Bairro Renascença I, Teresina – PI. DOS FATOS: Aos dias 24 de Outubro de 2013 a autora celebrou contrato de compra e venda de imóvel residencial com a requerida, imóvel este localizado na QUADRA 14, CASA 26, BAIRRO RENASCENÇA I, TERESINA – PI, no valor de R$ 70.000,00 (setenta mil reais), de propriedade da requerida. A autora deu como sinal de negócio o valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais), quantia transferida para a conta bancária da requerida no mesmo dia da celebração do contrato, o valor remanescente seria pago na conclusão da venda do imóvel residencial da autora localizado na Quadra 22, casa 13B, Bairro Renascença III, Teresina – PI, ou seja, com o valor apurado na venda de sua residência honraria com o valor remanescente devido a requerida. Ao mês de Outubro de 2014, a autora logrou êxito na venda de sua residência e prontamente entrou em contato com a requerida, que por sua vez informou que não mais venderia seu imóvel para a autora. Conseqüentemente, com a negativa da venda, a autora solicitou que lhe fosse devolvido o valor dado por ela como sinal do negócio, a requerida pediu calma a autora para que pudesse devolver os R$ 4.000,00 (quatro mil reais). Entretanto, já se passaram cinco meses de tentativas da autora em reaver o dinheiro dado por ela, mas a requerida não atende suas ligações e nem tampouco dá satisfações de quando irá pagá-la. Vale ressaltar que a autora acreditando na veracidade do contrato de compra e venda celebrado entre as duas vendeu a casa em que residia e agora está morando de aluguel, tem intenção de comprar a casa que aluga, no entanto necessita do valor devido pela requerida para que o faça. DA COMPETÊNCIA: DO DIREITO: É comum que um contrato celebrizado entre duas pessoas seja exigida garantia para firmá-lo, entretanto quando há descumprimento do contrato, desistindo a parte que recebeu o sinal de negócio, mesmo que não haja direito de arrependimento previsto, pode a parte prejudicada solicitar a devolução do valor pago, bem como os danos gerados pelo descumprimento contratual. A previsão legal do anteriormente explanado está contida no art. 418 do Código Civil: “Se a parte que deu as arras não executar o contrato, poderá a outra tê-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecução for de quem recebeu as arras, poderá quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolução mais o equivalente, com atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honorários de advogado”. Neste mesmo diapasão, também vem dar suporte ao direito da autora: Art. 419 do Código Civil: “A parte inocente pode pedir indenização suplementar, se provar maior prejuízo, valendo as arras como taxa mínima. Pode, também, a parte inocente exigir a execução do contrato, com as perdas e danos, valendo as arras como o mínimo da indenização”. Portanto, atinente as explanações feitas não restam dúvidas do direito da autora que lhe seja devolvido o sinal de negócio dado por ela, o qual foi dado acreditando na boa-fé da requerida em cumprir o negócio jurídico devidamente celebrado entre as duas (segue em apenso nos autos). DO DANO MORAL: Em geral, os contratos não geram obrigação de indenizar danos morais, seu descumprimento é, na maioria das vezes atendido com juros moratórios, cláusula penal e perdas e danos, como é previsto pelo Código Civil. No entanto, pelo contrato ter como cerne a função de contratar, logo quando o motivo da realização do contrato é frustrado pode causar sofrimento excessivo, o descaso e forma censurável de tratamento ao direito alheio são agravantes da aflição sofrida pela autora. ANDRÉ GUSTAVO CORRÊA DE ANDRADE exemplifica: “A falta de pagamento de uma dívida em dinheiro pode constituir mero aborrecimento quando o devedor não paga em razão de dificuldades financeiras, ou quando de boa-fé discorda da existência da dívida ou do seu montante. Caracterizará dano moral, porém, quando o devedor, podendo pagar o débito ou cumprir sua obrigação, não o faz por malícia ou por inconsideração para com o credor. A conduta abusiva do devedor será, então, determinante para a própria configuração ou, ao menos, para a reparabilidade do dano moral, consistente no abalo “psicológico” ou “emocional” do credor”. Porquanto, não foram somente prejuízos materiais ocasionados pelo descumprimento contratual da requerente, a autora também é prejudicada por sua falta de amparo e boa-fé. Com isto, roga que sejam atendidos seus direitos e que se faça JUSTIÇA! DO PEDIDO: Diante do exposto requer: Que seja ressarcida no valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais), dados como sinal de negócio por ela no contrato firmado anteriormente com a requerida, corrigidos com juros e correção monetária; Que seja a requerida condenada ao pagamento de danos morais no valor de R$ 1.000,00 (mil reais). Dá- se o valor da causa em R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Nestes termos, Pede e aguarda deferimento. Teresina-PI, 17/04/2015 Mariana Lima da Silva Jamile Castro