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Tecnologia de carnes e derivados Prof. Larissa Aguiar Objetivos Apresentar a cadeia de produção da carne e • seus derivados; Identificar os principais componentes da • carne; Diferenciar músculo de carne e seus • defeitos; Diferenciar• produtos cárneos frescos, crus, condimentados, tratados pelo calor, crus curados e salgados. Introdução • A industrialização de carnes é um dos setores mais tradicionais da indústria de alimentos no Brasil, compreendendo o processo desde o abate até a comercialização de cortes de carne in natura até os produtos industrializados. Produção de carne no Brasil Fonte: DINISCO/AGRIBUSINESS Produção de carne no Brasil Fonte: DINISCO/AGRIBUSINESS Produção de carne no Brasil Fonte: DINISCO/AGRIBUSINESS Produção de carne no Brasil Segundo• o Ministério da Agricultura, até 2020, a expectativa é que a produção nacional de carnes suprirá 44,5% do mercado mundial de bovinos, 48,1% de frango e a participação da carne suína será́ de 14,2%. Um• dos maiores exportadores de carne do mundo. Abate de bovinos no Brasil Carne: definição Carne• = músculo. Carnes• = todos os tecidos comestíveis dos animais de açougue, englobando músculos, com ou sem base óssea, gorduras e vísceras, podendo os mesmos ser in natura ou processados. RIISPOA• (1952, Art. 17): Carne de açougue são as massas musculares maturadas e demais tecidos que as acompanham, incluindo ou não a base óssea correspondente, procedentes de animais abatidos sob inspeção veterinária. Carne: classificação • Carnes Vermelhas = bovino, búfalo, ovinos, caprinos, suínos, equídeos e coelhos. • Carnes Brancas = aves (galináceos, perus) e peixes. • Carne de caça = animais não domésticos. Composição química da carne • Espécie • Raça • Sexo • Idade • Nutrição • Localização anatômica • Treinamento e exercício Fatores que influenciam na composição da carne Composição química da carne Composição química da carne Água• (65 - 85%); Proteína• (16 - 22%), sarcoplasmáticas (enzimas, mioglobinas e hemoglobinas) e miofibrilares (actina e miosina); Insolúveis• (colágeno, elastina e reticulina); Gordura• (3 - 13%); Substâncias• nitrogenadas não-protéicas (aa livres, peptídeos, nucleotídeos, creatina). Inspeção Inspeção Ante mortem • Documentação de trânsito • Sanidade dos animais • Jejum e dieta hídrica (24h) • Período de descanso (12-24h) Post mortem • Evisceração • Verificação de órgãos • Avaliação da carcaça • Exame da cabeça Abate Fonte: Pinto (2008) Alterações post mortem do músculo • Com a eutanásia do animal ocorre a falha na circulação sanguínea provocada pela sangria e com isso a interrupção do oxigênio e nutrientes, ocorrendo a quebra do sistema de eliminação dos produtos resultantes do metabolismo celular. • Esta quebra provoca alterações químicas e físicas transformando o musculo em carne. Fonte: Ordoñez, 2007 Metabolismo pós morte • A fibra muscular modifica seu metabolismo mantendo a taxa de ATP para realizar suas funções vitais, mesmo no post-mortem; Ao• cessar a fonte de nutrientes e oxigênio, a única fonte de ATP é pelo metabolismo anaeróbico do glicogênio promovendo a: Queda• da taxa de ATP e a contração da actina- miosina; Acumulo• de ácido láctico; Queda• do pH da fibra muscular. Mudanças químicas • O pH do músculo de um animal sadio e devidamente descansado no momento do abate varia de 7,0 a 7,3; • O pH da carne no final de sua transformação em 24 horas é de 5,5. • A temperatura influencia a velocidade de glicólise post mortem, sendo que as temperaturas elevadas aceleram a queda do pH provocando defeitos na carne. Músculo carne • Carne normal Defeitos na transformação da carne Carnes• PSE (Pálida, Flácida e Exsudativa) - problemas de estresse no momento do abate levam a um acúmulo de lactato (redução de pH) que, juntamente com a temperatura alta do músculo, provocam um estado em que a carne libera água, torna-se flácida e com coloração amena. Defeitos na transformação da carne Carnes• DFD (Escura, Firme e Seca) - problemas de estresse prolongado antes do abate podem esgotar as reservas de glicogênio, impedindo que o pH decline; dessa forma, o músculo passa a reter mais água (seco), ficando estruturado (firme) e de coloração escura tanto pela menor refração de luz quanto pela maior ação enzimática, com gasto periférico do oxigênio. Mudanças físicas - Rigor mortis • Com a morte e, por consequência, com a falência sanguínea, o aporte de oxigênio e o controle nervoso deixam de chegar à musculatura. • O músculo passa a utilizar a via anaeróbica, para obter energia para um processo contrátil desorganizado; nesse processo há transformação de glicogênio em glicose, e como a glicólise é anaeróbica, gera lactato e verifica-se a queda do pH. • Com o gasto dos depósitos energéticos, o processo contrátil tende a cessar formando um complexo irreversível denominado de actomiosina (rigidez muscular). Rigor mortis Espécie de animal de açougue Tempo aproximado para instalação do rigor mortis Tempo aproximado para resolução do rigor mortis Bovino 12 – 24 h 2 – 6 dias Suíno 6 – 12 h 1 – 3 dias Peru 30 min – 2 h 5 – 24 h Frango 30 min – 1 h 4 – g h Maturação • Determina o relaxamento lento do musculo, provocando o amolecimento da carne em armazenamento sob refrigeração. • O Ca+2 associado ao baixo pH ativam as proteinases endógenas – catepsinas e calpainas as quais degradam a miosina e a actina. Maturação sanitária • Ocorre após o abate e consiste em acondicionar as meias carcaças em amplas câmaras de resfriamento, climatizadas sob um sistema de produção de frio, permanecendo por um período mínimo de 24 horas, sob uma faixa de temperatura de 2,1°C a 7°C. • O processo de maturação sanitária visa atender as exigências internacionais e a legislação brasileira, a fim de garantir a qualidade higiênico-sanitária e fornecer subsídios necessários para a perfeita transformação do músculo em carne, por meio de reações bioquímicas (arranjo das fibras musculares que ocorrem através de processo de contração e relaxamento involuntário do músculo). Maturação comercial • A maturação é uma modalidade de conservação, que consiste na estocagem de cortes cárneos, por um período de 14 a 21 dias, em temperatura acima do ponto de congelamento da carne, ou seja, ao redor de 0°C a 4°C. • O processo de maturação vem sendo empregado amplamente pela indústria e constitui tecnologia de extrema importância pois permite melhorar as características sensoriais da carne (maciez, coloração e sabor). • Outro benefício é a diminuição das diferenças de maciez dentro de um mesmo tipo de corte, tornando assim a produção mais uniforme, implicando em maior aceitação por consumidores e permitindo agregar valor diferencial ao produto. Maturação por embalagem a vácuo • As embalagens a vácuo atuam na conservação de alimentos, prolongando a vida de prateleira da carne. • Com a redução de bactérias aeróbias, bactérias láticas de desenvolvem (por isso a carne à vácuo tem um cheiro de leite logo que é aberta). Estas bactérias possuem função antimicrobiana, ou seja, inibem o crescimento de outros tipos de bactérias não desejáveis. • A ausência de oxigênio também favorece a atuação de enzimas responsáveis pelo processo de amaciamento da carne (calpaínas e calpastatinas) tornando o músculo menos rígido e mais macio. • O processo de maturação por embalagem à vácuo pode ser realizado com qualquer corte de carne bovina onde a carne é mantida em temperatura de -1°C a 4°C por 14 dias, aproximadamente. http://portal.minervafoods.c om/blog/post/conheca- vantagens-da-carne-embalada-vacuo Maturação à seco – Dry aged Tem• como objetivos principais melhorar o sabor e maciez da carne. • É usada por um número muito pequeno de fornecedores de carne, para hotéis e restaurantes de luxo e por um número ainda menor de varejistas para o mercado gourmet. • O Dry Aged é um processo pelo qual carcaças de bovinos são armazenados sem embalagem protetora, a temperaturas de refrigeração muito baixas, por uma a cinco semanas, para permitir processos enzimáticos e bioquímicos naturais, que resultam na melhoria da sensibilidade e o desenvolvimento de sabor original. • A maturação Dry Aged é realizada em cortes de carne bovina com osso e sem osso. As peças são colocadas em geladeiras ou câmaras com temperatura entre -1,5°C a 4°C, com ventilação forçada através de ventiladores específicos (em Dry Aged “caseiros” normalmente não é usada ventilação) e umidade controlada em torno de 75 a 87%. Especialistas• que chegaram a realizar a maturação por mais de 100 dias. http://vilabeef.com.br/mat uracao-a-seco-ou-dry-aged/ Para saber mais... http://carnecomciencia.com.br/ciencia- envolvida-na-maturacao-seco-o-famoso-dry- aged/ Músculo carne • Principais reações bioquímicas envolvidas: – Glicólise anaeróbica – Rigor mortis – Proteólise/maturação Produtos cárneos Produtos• e derivados cárneos são produtos alimentícios total ou parcialmente produzidos com carnes, miúdos ou subprodutos comestíveis procedentes dos animais de abate (Ordóñez, 2007). Entendem• -se como produtos cárneos processados ou preparados aqueles em que as propriedades originais da carne fresca foram modificadas através de tratamento físico, químico ou biológico, ou ainda através da combinação destes métodos. O processo envolve geralmente cortes e adição de condimentos, especiarias e aditivos diversos (PARDI et al. 1996). http://www.grupobeltec.com.br/produ tos/view/id/3/linha-supramax.html Produtos cárneos frescos São• aqueles elaborados à base de carnes com ou sem gordura, picada, acrescida ou não de condimentos, especiaria e aditivos e que não são submetidos a tratamentos de dessecação, cozimento ou salga (ORDÓÑEZ et al., 2005). Exemplos• : hambúrgueres, linguiça. Conservação• sob refrigeração. Produtos cárneos crus temperados • São aqueles elaborados com peça de carne inteira ou pedaços identificáveis submetidos à ação de sal, especiarias e condimentos que lhes conferem aspectos e sabor característicos. Esses produtos não são submetidos a nenhum tratamento térmico (ORDÓÑEZ et al., 2005). • Exemplos: espetinhos. • Conservação sob refrigeração. Produtos cárneos tratados pelo calor • São elaborados à base de carne e/ou miúdos comestíveis acrescidos ou não de especiarias e condimentos e submetidos à ação do calor, alcançando em seu interior temperatura suficiente para conseguir a coagulação total das proteínas cárneas (ORDÓÑEZ et al., 2005). • Exemplo: mortadela, salsichas e presunto cozido • O tratamento térmico promove a coagulação total das proteínas cárneas, a ligação da massa, desenvolvimento das características sensoriais desejadas, inativação de enzimas cárneas e a destruição de microrganismos não esporulados. Embutidos crus curados São• produtos elaborados com carnes e gorduras cortadas e picadas com ou sem miúdos, aos quais incorporam-se especiarias, aditivos e condimentos autorizados, submetendo-os a um processo de maturação (secagem) e, opcionalmente, defumação (ORDÓÑEZ et al., 2005). Exemplo• : salame. Trata• -se de produtos nos quais ocorre uma fermentação microbiana que leva ao acúmulo de ácido láctico com a consequente queda do pH, que rege o crescimento microbiano e as complexas reações químicas que ocorrem durante o processo de maturação (ORDÓÑEZ et al., 2005). Cura: ingredientes Cloreto de • sódio • Açúcar Nitrato e nitritos• Ascorbato• de sódio Fosfatos. • Cloreto de sódio • Agente desidratante; • Inibidor de crescimento microbiano; • Extração das proteínas miofibrilares; • Agente essencial de sabor; • Usado isoladamente pode resultar em produto seco, de textura inadequada, salgado. • Oxida a mioglobina produzindo cor indesejada (metamioglobina); • Geralmente associado a sais de cura e açúcar para se minimizar efeitos indesejáveis. http://adeusobesidadedatamy.co m.br/qual-e-o-melhor-sal-para- emagrecer/ Açúcar Melhora de flavor;• Equilibra o efeito picante causado pelo sal;• Ajuda a reduzir a perda excessiva de • umidade causada pelo sal; Podem ser substituídos por xarope de milho, • xarope de glicose, mel e outros para prevenir reação excessiva de escurecimento com sabor e cor de queimado; Mascara o gosto amargo do nitrito.• http://www.igorborges.com.br/voce- sabe-quantidade-de-acucar-contida- nos-alimentos/ Nitrito e Nitrato Inibe• o crescimento de patógenos (função principal) referencia inibir o Clostridium botulinum; Estabiliza• a cor dos produtos curados; Retardar• rancificação oxidativa; Desenvolve• sabor; • O nitrato é reduzido a nitrito. Nitrito age imediatamente e o nitrato será́ reduzido durante o armazenamento estendendo a sua ação antimicrobiana. Outras• substâncias como o óxido nitroso são formadas durante o armazenamento e promovem a fixação da cor nos produtos. nitrito + água ác. nitroso (efeito antimicrobiano) Aspectos toxicológicos do nitrito e nitrato • O Nitrito se liga à hemoglobina formando metahemoglobina o que reduz a eficiência no transporte de oxigênio sangüíneo podendo causar cianose, fadiga, dispnéia, cefaléia e até morte (OKAFOR; OGBONNA,2003). Os• nitritos podem reagir com aminas secundárias e terciárias formando nitrosaminas, as quais são cancerígenas e mutagênicas. RIISPOA - limite de 200 mg.kg-1 de nitrito no produto acabado (BRASIL, 2008). Portaria n° 1.004 – limite de 150 mg.kg-1 de nitrito para produtos cárneos excetuando o charque (BRASIL, 1999). Ascorbato e Eritorbarto de sódio Usado como coadjuvante de cura, melhora a cor da • carne por potencializar o efeito dos nitritos; Compostos isômeros com as mesmas funções;• Bloqueiam a formação de N• -nitrosaminas; Protege contra a • rancificação de gorduras em carnes picadas. Fosfatos Aumenta• a capacidade de reter água do alimento; Melhora• o rendimento; Aumenta• a suculência do alimento; Em• carcaça é proibido colocar fosfato porque aumenta a quantidade de água da carcaça; Melhora• a propriedade de fatiamento; Melhora• a liga entre as peças do musculo. Conservação • Pelo frio – Refrigeração: temperaturas baixas retardam o crescimento microbiano e também as reações químicas que causam deterioração. – Congelamento: o tempo de estocagem depende da qualidade da carne: no congelamento existem poucas alterações nas propriedades sensoriais da carne. Quando o congelamento e armazenamento são bem feitos, a carne congelada é semelhante à carne fresca. Conservação • Pelo calor – Calor: temperaturas entre 75 – 100°C são empregadas na conservação da carne curada. Temperaturas superiores a 100°C, em produtos enlatados, permitem a eles serem guardados à temperatura ambiente. – Defumação: é um método antigo de conservação dos alimentos, onde estes adquirem características especiais de sabor e cor. Defumação Método conhecido desde o tempo da pré• - história. Ação conservadora: salga + secagem + • defumação + cozimento. Impregnar nos produtos alimentícios a • fumaça obtida da combustão incompleta de madeiras selecionadas, que conferem características de sabor, odor e aroma agradáveis. Defumação Tipos de defumação:• Defumação a frio– Defumação a quente– Defumação • Defumação a frio – A temperatura da fumaça é moderada, em torno de 40°C, evitando o cozimentodo produto. – Tempo de defumação: 1 a 16 dias. Defumação • Defumação a quente – A temperatura da fumaça é alta, chegando a 120°C, o que resulta num produto com maior tempo de preservação quando comparado ao produto defumado a frio, podendo ser consumido sem nenhum cozimento. – As perdas de peso no produto são acentuadas, • porém microbiologicamente mais estáveis. – O sabor é mais acentuado devido a exudação das gorduras e o brilho mais intenso. Defumação Fonte: Gava et al. (2008). Defumação • O tempo de permanência no fumeiro, bem como a temperatura máxima ser atingida vai depender do produto. Linguiças: – 3 a 4h, até 65-70°C internamente. Mortadela: – 9 a 13h, até 70-80°C internamente. Presunto – (tender): 10 a 12h Defumação • Fumaça líquida (smoke flavor) – Produzida a partir da condensação da fumaça que depois é fracionada e destilada. – Pode ser produzida sinteticamente. – Pode ser aplicada diretamente no produto fora do fumeiro, por adição ou imersão ou por pulverização dentro do fumeiro. – Vantagens: – Uniformidade da aplicação – Simples de aplicar – Despreocupação com substâncias cancerígenas e problemas ambientais. Salga • Um dos mais antigos processos de conservação. • Nas carnes a remoção de certa quantidade de água do músculo e sua parcial substituição por sal. O sal desidrata o produto por diferença de pressão osmótica, baixando a atividade de água (Aa) do produto, aumentando sua estabilidade microbiana, química e bioquímica e também contribui para o desenvolvimento de características desejáveis de sabor e aroma. Salga Tipos• de salga: Salga– seca Salga– úmida Salga– mista Salga seca Método• mais simples. Camadas• de sal e do produto a ser salgado permitindo que a salmoura seja eliminada. • O sal aplicado no produto tende a tirar a umidade do produto (20-30%) e penetra até que a concentração do sal seja aproximadamente igual em toda sua extensão. Algumas• proteínas são desnaturadas, e se solúveis em solução salina, poderão ser perdidas. Salga seca • Duração: 3 a 15 dias • Produto: – ± 50% de água – ≈ 18% de sal Produtos salgados com menos de 50% de umidade podem ser armazenados em temperatura ambiente. Fonte: Camargo et al., 1984. Salga úmida Processo• muito utilizado na preparação prévia de outros métodos (enlatamento, defumação, etc.). Imersão• do produto em salmoura com concentrações variadas, de acordo com o teor de sal desejado. Recomendada• para peixes gordos, uma vez que contem alto teor de ácidos graxos insaturados passíveis de oxidação (SILVA, 2000). Bacalhau Peixe• limpo, eviscerado, com ou sem cabeça, convenientemente tratado pelo sal, desidratado, não contendo mais de 40% de umidade, tolerando-se 5% a mais para espécies consideradas magras. Salga mista • Processo da salga seca e úmida combinado. • Primeiramente salgado por salga seca e a salmoura formada não é drenada, formando a salmoura natural onde o produto permanecerá imerso. • O produto é mantido em tanques de alvenaria com sistemas de pesos, para garantir a imersão na salmoura formada lentamente. Carne de sol • Depois de cortada é ligeiramente salgada (4 a 5%) e estendida em locais cobertos e bem ventilados. • A secagem é rápida, formando uma crosta, a qual conserva o interior da carne úmida e macia. • É esfregada com sal e estendido em locais secos. • As "mantas" de carne são constantemente mudadas de posição, para facilitar a evaporação. • Em seguida são estendidas em varais, em locais cobertos e bem ventilados até completar a desidratação. Carne de sol Não se enquadra em qualquer das legislações brasileiras existentes, pois trata-se de um produto artesanal, que não dispõe de uma definição tecnológica específica e compatível com suas características. Não possui Padrão de Identidade e Qualidade definidos, de maneira a padronizar técnicas de elaboração para obter-se um produto que seja seguro ao consumidor. Carne de charque Possui• quantidade de sal (15%) e mais tempo de exposição ao sol, o que lhe garante uma maior durabilidade. Decreto nº 39.093 de 30 de Abril de 1956 (Altera o Decreto nº 30.691, de 29 de março de 1952, que aprovou o RIISPOA) Art. 432. A charque não deve conter mais de 35% de umidade nem mais de 15% de resíduo mineral fixo total, tolerando-se até 5% de variação. Carne de charque Recebiment o e estocagem Desossa Manteação Salga úmida Salga seca Ressalga Pilha de volta Tombagem Lavagem Secagem Embalagem Fonte: Gomide et al., 2000. Jerked beef MAPA - Instrução Normativa n°22/2000 Produto cárneo de origem bovina salgado, adicionado de cloreto de sódio e sais de cura (150 ppm de nitritos e nitratos), submetidos a processos de maturação e dessecação. Salga • Problemas na salga – Vermelhão: presença de bactérias halofílicas oriundas do sal. – Saltão: desenvolvimento da larva da mosca. http://www.planetapop.com.br/dona-da-friboi-e- condenada-por-servir-carne-com-larvas-trabalhadores/ http://www.gtranslator.xyz/orange?ref=20161012235126 Defumação Método• conhecido desde a pré-história. Ação• conservadora: salga + secagem + defumação + cozimento. Impregnar• nos produtos alimentícios a fumaça obtida da combustão incompleta de madeiras selecionadas, que conferem características de sabor, odor e aroma agradáveis. Defumação • A composição da fumaça depende da temperatura da queima da madeira; presença de ar durante a queima; tipo e quantidade de madeira em relação ao tempo de queima, etc. Composição• da fumaça – + 300 substâncias: aldeídos, cetonas, álcoois, hidrocarbonetos, ésteres, benzóis, etc. Compostos– cancerígenos: 3-4 benzopireno e 1,2,5,6 fenantraceno, provenientes da combustão da lignina em T° > 250 °C. Defumação • As madeiras mais duras são as melhores para defumar, são constituídas de celulose (40-60%), hemicelulose (20-30%) e lignina (20-30%). Carvalho, mogno e elmo são excelentes madeiras para a defumação, porém por disponibilidade e economia usam-se mais eucalipto, jacaré, macieira, canela, pimenteiras, castanheiras... Defumação Tipos• de defumação: Defumação– a frio Defumação– a quente Defumação • a frio A – temperatura da fumaça é moderada, em torno de 40°C, evitando o cozimento do produto. Tempo – de defumação: 1 a 16 dias. Defumação • Defumação a quente – A temperatura da fumaça é alta, chegando a 120°C, o que resulta num produto com maior tempo de preservação quando comparado ao produto defumado a frio, podendo ser consumido sem nenhum cozimento. – As perdas de peso no produto são acentuadas, porém microbiologicamente mais estáveis. – O sabor é mais acentuado devido a exudação das gorduras e o brilho mais intenso. Defumação Preparo da matéria-prima Salga Secagem Defumação Acondicionamento e embalagem Produto defumado sem salga, não tem brilho e seu aspecto não é atraente. Defumação Fonte: Gava et al. (2008). Defumação • O tempo de permanência no fumeiro, bem como a temperatura máxima ser atingida vai depender do produto. – Linguiças: 3 a 4h, até 65-70°C internamente. – Mortadela: 9 a 13h, até 70-80°C internamente. – Presunto (tender): 10 a 12h. Defumação • Fumaça líquida (smoke flavor) – Produzida a partir da condensação da fumaça que depois é fracionada e destilada. – Pode ser produzida sinteticamente. – Pode ser aplicada diretamente no produto fora do fumeiro, por adição ou imersão ou por pulverização dentro do fumeiro. – Vantagens: uniformidade da aplicação, simples de aplicar, despreocupação com substâncias cancerígenase problemas ambientais. Subprodutos de origem animal
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