Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
RELATÓRIO DE ENSAIOS DE PERDA DE CARGA DISTRIBUÍDA E LOCALIZADA Danilo Eduardo Batista, Eng. Civil 9ºA, RA 193296212783 O objetivo deste relatório é expor os dados obtidos após a realização do Ensaio perca localizada e distribuída em laboratório, realizado durante as aulas laboratoriais da disciplina Hidráulica e Hidrometria. Palavras-chave: Hidráulica, perca de carga, ensaio perca de carga Introdução O estudo da ação de um conjunto hidráulico de fluidos em um sistema forçado e importante para se verificar a perda de carga que se e obtido em todo percurso, assim observar as percas de carga que são estabelecidos tanto na distribuída quanto na localizada. A criação de um sistema de abastecimento sobre pressão independente de sua complexidade gera percas de cargas, pois os materiais que são utilizados como tubulações, conexões, válvulas, curvas e máquinas hidráulicas tem seus pesos equivalentes de perca. Ao longo do percurso o fluido recebe interferência de escoamento pelas peças utilizadas e o atrito das paredes dos tubos, já que ficam mudando de direção consequentemente geram forças que reduzem a capacidade de fluidez do líquido tendo que ser levado em consideração no dimensionamento do sistema. Objetivo Identificar e apresentar as perdas de cargas localizadas e distribuídas, em tubo e conexões de PVC, verificando a influência da vazão, medindo a pressão e o diâmetro do tubo comparando os valores obtidos pelas tabelas e analisando as perca de cargas nas tubulações e conectores. 1. Sobre o procedimento realizado Para a realização dos ensaios de perda de carga, foi nos lecionada uma aula prática com o Prof. MSc. Nilton Santos em laboratório de Mecânica dos Fluidos da Faculdade Anhanguera, un. II, para haver um primeiro contato e noções de uso dos equipamentos e das práticas a serem utilizadas. Foi nos instruído ainda um roteiro pelo professor para a realização do ensaio, que juntos das normas atuais brasileiras foram pesquisadas e consultadas para aprimoramento das nossas técnicas de procedimento. O ensaio de perda de carga é de procedimento simples e de grande importância, no qual consiste em realizar a medição das diferenças de pressão, posicionados no início e final de cada tubulação ou acessório. A partir dos dados coletados, com os devidos comprimentos e diâmetro de tais itens, é feito o cálculo da velocidade, número de Reynolds, e perda de carga. São normas que regulamentam o ensaio de perda de carga: Tabela 1: Normas regulamentadoras dos ensaios de perda de carga. Fonte: o autor, 2019. Normas Nacionais NBR 5626: instalação predial de água fria. ABNT, 1998. NBR 12218: Projeto de rede de distribuição de água para abastecimento público. ABNT, 1994. 2. Materiais e Métodos Para os ensaios de perda de carga, foi utilizada a bancada hidráulica do laboratório de fenômenos de transporte, onde fora utilizada a bancada da marca Triber. Após assistir à aula prática com o professor, foi agendado horário em laboratório para a execução dos ensaios. Foram realizados em primeiro momento as determinações de perda de carga distribuída, nos tubos a seguir: - Tubo liso de ½” - Tubo liso de ¾” - Tubo rugoso de ¾” Todos os tubos possuem comprimento equivalente de 1,43m. Após, foram anotados os seguintes dados da cuba na qual seria utilizada para o cálculo da vazão em cada medida experimental, e já calculado a sua área em cm² e m². Para o cálculo da vazão, foram anotados os tempos em 3 medidas diferentes para cada tubo, com tempos pré-determinados de 10 e 15 segundos. Após o procedimento cronometrado, foi anotado a altura que foi ocupada na cuba 23,5 cm 31,6 cm 𝐴 = 23,5 × 31,6 𝐴 = 742,6 𝑐𝑚² 𝐴 = 742,6 × 10−4 𝑚² Figura 1 - Bancada Hidráulica. Fonte: Os autores (2019) pela água, anotando assim sua vazão com o volume calculado por sua altura ocupada, e então realizado o cálculo da vazão pela razão do volume sobre o tempo. Todos os dados foram transformados para unidades do SI. Os números na tabela estão apresentados em anotação científica, realizados em tabela pelo Microsoft Excel. Para o cálculo da velocidade, foi utilizada a fórmula da vazão, retrabalhada, ficando da seguinte maneira: De 𝑄 = 𝐴 × 𝑣, para 𝒗 = 𝑸 𝑨 , sendo a vazão em m³/s e a área em m², chegando pela lógica matemática na velocidade em m/s. A seguir, o cálculo de Reynolds foi realizado utilizando a seguinte fórmula: 𝑹𝒆 = 𝛒 . 𝒗. 𝑫 µ Onde fora considerado a massa específico da água como 1000 kg/m³ e viscosidade dinâmica a 20º como 10−3. Para o cálculo do coeficiente de perda de carga, foi utilizado o diagrama de Moody para a identificação a partir do número de Reynolds, junto de rugosidade relativa para o pvc liso de 0,0015 e pvc rugoso 0,0036. (Erich Kellner, 2016) 𝜀 = 1,5 × 10−6 0,0170 = 8,24 × 10−5 𝜀 = 1,5 × 10−6 0,02160 = 6,95 × 10−5 𝜀 = 3,6 × 10−6 0,02160 = 1,67 × 10−4 O cálculo da perda de carga distribuída foi realizado pela fórmula universal de Darcy-Weissbach, a seguir: ∆𝑯𝒅 = 𝒇 𝑳 𝑫 𝒗² 𝟐𝒈 Já os cálculos das perdas de carga localizadas foram realizados pela fórmula do coeficiente da perda de carga de cada acessório multiplicado pela carga cinética do fluido na tubulação: ∆𝑯𝒍 = 𝒌 𝒗² 𝟐𝒈 Foram considerados os seguintes coeficientes aplicados nos acessórios: Tabela 2: Coeficientes de perda de carga. Fonte: Andrea Ferraz, 2016. Acessório Coeficiente K Cotovelo de 90° 0,40 Curva de 90° 0,90 Curva de 45° 0,20 Curva de Transposição 1,29 Para atender à plotagem dos gráficos, foram transformadas as unidades de m³/s para L/min, na análise das razões equivalentes 1 1 × 1000 60 , e realizando a multiplicação de 1x1000x60=60.000, utilizando esta taxa para a conversão entre as unidades. 3. Resultados e discussão Após os cálculos realizados utilizando-se as fórmulas de perda de carga, pode-se notar que a perda de carga nos três tubos aumenta em função crescente ao acréscimo de vazão. Pode-se constatar na comparação dos gráficos dos tubos lisos que, quanto maior o diâmetro do tubo, menor é a perda de carga quanto ao aumento da vazão na comparação dos dois tubos, portanto, o tubo de ¾” apresenta menor perda de carga, devido à sua maior área central sem atrito para o escoamento do fluido, que tende a apresentar menor atrito quanto maior for o diâmetro do tubo, o que pode ser notado nos gráficos de Re x coeficiente de atrito. O tubo rugoso por sua vez, mesmo que com diâmetro maior, apresenta perda de carga semelhante à do tubo menor de ½” liso, devido à sua rugosidade interna para o atrito das partículas do fluido no escoamento, conforme apresentando também no gráfico de Re x coeficiente de atrito com valores semelhantes ao tubo liso de diâmetro menor que o seu, comprovando sua menor eficácia no escoamento. Nas perdas distribuídas é possível notar ainda pelo segundo gráfico que, quanto maior o número de Reynolds, menor é seu coeficiente de atrito e sua relação é inversamente proporcional. Assim, quanto maior a velocidade do fluido, menor será a capacidade do tubo de frear este em movimento. Para as perdas de carga localizadas, após a análise dos gráficos é possível concluir que os acessórios aumentam a perda de carga em função crescente à vazão aplicada neste acessório. Esta perda se agrava conforme o aumentodo ângulo de curva do acessório. Quanto mais acentuada esta curva, maior é a perda de carga sofrida no acessório. Esta perda é decrescente iniciando-se nos acessórios de cotovelo de 90°, curva de 90° e curva de 45°. A curva de transposição por sua vez sofre maior perda de carga por ser composta de 3 desvios (2 ângulos de 90° e uma curva de 180°). Tal acessório é utilizado para o cruzamento de 2 tubos perpendiculares e sua fabricação foi descontinuada em alguns fabricantes, como a Tigre® por exemplo. O último gráfico das perdas localizadas, as retas se permanecem constantes devido ao fator de atrito não se alterar de acordo com as vazões aplicadas. Tabela 3: Perdas de carga distribuída calculadas. Fonte: Os autores. (2019) Perdas de carga distribuída Tubo liso 1/2" D= 0,0170 m Comprimento (m) 1,43 A= 0,00022698 ɛ/D=8,24*10^-5 Medida Tempo (s) Altura (m) Q - Vazão (m³/s) Q - Vazão (L/Min) V - Velocidade (m/s) Re - Reynolds Regime do escoamento Fator de Atrito ∆H - Perda de Carga ∆P (Psi) 1 10 0,045 0,00033 20,05 1,47 25028 Turbulento 0,026 0,24186 0,4 2 10 0,085 0,00063 37,87 2,78 47275 Turbulento 0,021 0,69698 1,2 3 10 0,113 0,00084 50,35 3,70 62848 Turbulento 0,020 1,17315 1,8 Tubo liso 3/4" D= 0,02160 m Comprimento (m) 1,43 A= 0,00036644 ɛ/D=6,95*10^-5 Medida Tempo (s) Altura (m) Q - Vazão (m³/s) Q - Vazão (L/Min) V - Velocidade (m/s) Re - Reynolds Regime do escoamento Fator de Atrito ∆H - Perda de Carga ∆P (Psi) 1 10 0,058 0,00043 25,84 1,90 40987 Turbulento 0,024 0,29190 0,2 2 10 0,091 0,00068 40,55 2,98 64308 Turbulento 0,022 0,65867 0,4 3 10 0,135 0,00100 60,15 4,42 95401 Turbulento 0,021 1,38372 0,8 Tubo rugoso 3/4" D= 0,02160 m Comprimento (m) 1,43 A= 0,00036644 ɛ/D=1,67*10^-4 Medida Tempo (s) Altura (m) Q - Vazão (m³/s) Q - Vazão (L/Min) V - Velocidade (m/s) Re - Reynolds Regime do escoamento Fator de Atrito ∆H - Perda de Carga ∆P (Psi) 1* 15 0,099 0,00049 29,41 2,16 46641 Turbulento 0,021 0,33073 0,3 2* 15 0,176 0,00087 52,28 3,84 82917 Turbulento 0,019 0,94571 0,6 3 15 0,253 0,00125 75,15 5,52 119193 Turbulento 0,018 1,85136 1,2 Tabela 4 - Perdas de carga localizadas calculadas. Fonte: Os autores. (2019) Perdas de carga localizadas Cotovelo de 90° D= 0,02160 m A= 0,00036644 Medida Tempo (s) Altura (m) Q - Vazão (m³/s) Q - Vazão (L/Min) V - Velocidade (m/s) Re - Reynolds Regime do escoamento Coeficiente ∆H - Perda de Carga (m.c.a) ∆P (Psi) 1 10 0,068 5,050E-04 30,30 1,38 23427 Turbulento 0,90 0,09 0,2 2 10 0,129 9,580E-04 57,48 2,61 44442 Turbulento 0,90 0,31 0,7 3 10 0,164 1,218E-03 73,07 3,32 56500 Turbulento 0,90 0,51 1,1 Curva de 90° D= 0,02160 m A= 0,00036644 Medida Tempo (s) Altura (m) Q - Vazão (m³/s) Q - Vazão (L/Min) V - Velocidade (m/s) Re - Reynolds Regime do escoamento Coeficiente ∆H - Perda de Carga (m.c.a) ∆P (Psi) 1 15 0,126 6,238E-04 37,43 1,70 36770 Turbulento 0,40 0,06 0,1 2* 15 0,239 1,183E-03 70,99 3,23 69746 Turbulento 0,40 0,21 0,2 3* 15 0,260 1,287E-03 77,23 3,51 75874 Turbulento 0,40 0,25 0,3 Curva de 45° D= 0,02160 m A= 0,00036644 Medida Tempo (s) Altura (m) Q - Vazão (m³/s) Q - Vazão (L/Min) V - Velocidade (m/s) Re - Reynolds Regime do escoamento Coeficiente ∆H - Perda de Carga (m.c.a) ∆P (Psi) 1 15 0,102 5,050E-04 30,30 1,38 29766 Turbulento 0,20 0,02 0,1 2* 15 0,190 9,406E-04 56,44 2,57 55446 Turbulento 0,20 0,07 0,2 3* 15 0,243 1,203E-03 72,18 3,28 70913 Turbulento 0,20 0,11 0,4 Curva de transposição D= 0,02160 m A= 0,00036644 Medida Tempo (s) Altura (m) Q - Vazão (m³/s) Q - Vazão (L/Min) V - Velocidade (m/s) Re - Reynolds Regime do escoamento Coeficiente ∆H - Perda de Carga (m.c.a) ∆P (Psi) 1 15 0,112 5,545E-04 33,27 1,51 32684 Turbulento 1,29 0,15 0,2 2* 15 0,163 8,070E-04 48,42 2,20 47567 Turbulento 1,29 0,32 0,4 3* 15 0,231 1,144E-03 68,62 3,12 67411 Turbulento 1,29 0,64 0,6 *Medidas tomadas com a ativação de 2 bombas centrífugas Figura 2 - Gráfico perda de carga x vazão. Fonte: Os autores (2019). Figura 3 - Gráfico coeficiente de atrito x Re. Fonte: Os autores (2019). 0,00004 0,20004 0,40004 0,60004 0,80004 1,00004 1,20004 1,40004 1,60004 1,80004 2,00004 15,00 25,00 35,00 45,00 55,00 65,00 75,00 ∆ H - P ER D A D E C A R G A Q - VAZÃO (L/MIN) Perdas de carga distribuídas Tubo liso 1/2" Tubo liso 3/4" Tubo rugoso 3/4" 0,000 0,005 0,010 0,015 0,020 0,025 0,030 50 20050 40050 60050 80050 100050 120050 140050 C O EF IC IE N TE D E A TR IT O RE - NÚMERO DE REYNOLDS Perdas de carga distribuídas Tubo liso 1/2" Tubo liso 3/4" Tubo rugoso 3/4" Figura 4 - Gráfico perda de carga localizada x vazão. Fonte: Os autores (2019). Figura 5 - Gráfico coeficiente de atrito K x Reynolds. Fonte: Os autores (2019) 0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00 70,00 80,00 90,00 ∆ H F - P ER D A C A R G A L O C A LI ZA D A Q - VAZÃO (L/MIN) Perdas de carga localizadas Cotovelo de 90° Curva de 90° Curva de 45° Curva de transposição 0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40 50 20050 40050 60050 80050 100050 120050 140050 C O EF IC IE N TE D E A TR IT O RE - NÚMERO DE REYNOLDS Perdas de carga localizadas Cotovelo de 90° Curva de 90° Tubo rugoso 3/4" Curva de transposição Conclusão Neste experimento analisamos o escoamento de um fluido em tubos de diâmetros distintos e conexões circulares utilizando a equação de Bernoulli que leva em consideração a altura, pressão e velocidade. Com os dados obtidos podemos verificar que com o tubo liso tem menos perda de carga se o diâmetro for maior, isso caracteriza que o tubo que tem menor perca e a (¾) pois tem maior área central e menos atrito. O tubo rugoso tem mesma perca de carga do( ½) por causa do atrito, os dados apresentados foram retirados de um artigo técnico no site da Scielo pois como não tem dados oficiais na literatura pois o tubo adquiri rugosidade com forme o tempo, para ter maior confiabilidade nos dados tende a realizar os testes pois cada tubo adquiri uma rugosidade diferente dependendo do uso. Nas percas localizadas demostra que com a utilização de mecanismos de conexões e com constante mudança de direções as percas de cargas podem ser elevadas dependendo de o ângulo ser muito acentuado, conforme o aumento da vazão a perca de carga cresce. Realizamos também no relatório a curva de transposição pois ela esta caindo em desuso pois sua perca de carga e muito elevada os dados apresentados formão retirados de uma monografia para determinar o coeficiente de atrito. Referências ASSOSSIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. (Julho de 1994). NBR 12218: Projeto de Rede de Distribuição de Água para Abastecimento Público. Rio de Janeiro. Erich Kellner, J. A. (Junho de 2016). Avaliação da rugosidade relativa dos tubos de PVC com vistas ao dimensionamento das redes de distribuição de água. Artigo Técnico. Silva, A. F. (2016). QUANTIFICAÇÃO DA PERDA DE CARGA EM CONEXÕES DE PVC SOLDÁVEL:. DETERMINAÇÃODOS COEFICIENTES K E COMPRIMENTOS EQUIVALENTES. Alegrete, Rio Grande do Sul, Brasil. TÉCNICAS, A. B. (Setembro de 1998). NBR 5626: Instalação Predial de Água Fria. Rio de Janeiro. Tiago Borges Ferreira, J. C. (2017). Hidráulica e Hidrometria. Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Compartilhar