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1 INTRODUÇÃO 
 
O presente artigo está alinhado aos estudos sobre a Atuação Do 
Conselho Tutelar de Lucas do Rio Verde – MT em Face do Comprimento de 
suas atribuições no Tendo como alvo dos estudos a atuação dos Conselhos 
Tutelares no âmbito municipal, na busca para efetivar as garantias previstas na 
Constituição Federal, no (ECA) Estatuto da Criança e Adolescente e os Direitos 
Fundamentais das Crianças e Adolescentes. 
Terá como objetivo deste artigo, as atribuições do (CT) Conselho Tutelar 
e a atuação de seus membros quanto às atividades administrativas e aplicação 
das medidas protetivas, quando descumprimento das garantias e direitos das 
crianças e adolescentes. Analisa-se também eficiência e a eficácia da 
instituição Conselho Tutelar como ferramenta para possibilitara aplicação com 
efetividade dos direitos e garantias reservada as crianças e adolescentes. 
Será realizado uma sucinta exposição sobre o avanço da história dos 
direitos e garantias importantes reservados às crianças e adolescentes, 
começando da pré-história, passando sucintamente pela Idade Média, e o 
começo do Século XX, onde nesse período as crianças e os adolescentes 
eram mais uma das dores de cabeça para o Estado, sem muitos direitos 
garantidos; utilizando-se os códigos penais, até meados do século XX, onde 
aparecem as primeiras leis destinadas exclusivamente às crianças e 
adolescentes. 
Logo após, será discutido Conselho Tutelar como órgão de autonomia, 
destinado a zelar pelos direitos das crianças e adolescentes, como recomenda 
o artigo 131 do ECA, assim como suas atribuições e competências. 
Observando a atuação do Órgão Conselho Tutelar, procurando mostrar 
as maneiras quanto à conduta no que diz respeito às formas que o Conselho 
Tutelar tem compreensão dos atos danosos aos direitos de crianças e 
adolescentes, e evidenciando a existência real do prejuízo, de que forma o 
Órgão tenta resolver, defendendo e efetivando o cumprimento dos direitos 
estabelecidos pelo ECA- Estatuto da Criança e do Adolescente, utilizando a 
prática das Medidas Protetivas, e se necessário, sua apresentação junto ao 
Ministério Público que é uma instituição pública autônoma, a quem a 
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Constituição Federal atribuiu a incumbência de defender a ordem jurídica, o 
regime democrático e os interesses sociais e individuais indisponíveis. É o 
grande defensor dos interesses do conjunto da sociedade brasileira. 
Sendo então abordado as dificuldades que a maioria dos Conselhos 
Tutelares enfrentam para efetivar os direitos garantidos dentro do ECA. Há 
muitas atribuições, no entanto, também há muitas barreiras dentro do seu 
território. 
O Conselho Tutelar é o órgão inovador na sociedade brasileira, tem a 
missão de zelar pelo cumprimento dos direitos das crianças e adolescentes, 
contudo boa parte da sociedade tem visão histórica diferente, resquícios do 
código do menor e do início da criação e implantação dos conselhos tutelares, 
com a visão conturbada do real interesse do CT, visto por alguns olhos como 
órgão repressivo, pois em seu início teve forte atuação junto à sociedade. 
O Conselho Tutelar é instrumento para efetivação dos direitos das 
crianças e adolescentes e têm como objetivo trabalhar as dificuldades 
existentes no cotidiano deste órgão. 
A cultura brasileira ainda com vestígios da época do (CM) Código do 
Menor trata como necessitados, somente os infratores ou crianças em risco, 
ainda hoje existe em nosso meio esta visão errada, mais que somente o tempo 
e o esclarecimento adequado para a sociedade poderão mudar esta visão que 
não condiz com a realidade, pois com a inovação do ECA, a política de 
promoção das crianças e adolescentes abrange todas em geral estejam elas 
em risco ou não, independentemente de sua classe social. 
O Conselho Tutelar é visto como órgão de frente na defesa dos Direitos 
das Crianças e Adolescentes, entretanto não é valorizado como deveria ser, a 
desvalorização partir não só das autoridades públicas, mais também da própria 
sociedade civil, que não colabora com a efetivação de seus trabalhos. 
Como base a dificuldade enfrentada pelos agentes do Conselho Tutelar, 
há a necessidade de se verificar alguns de muitos pontos importantes 
analisados a partir da visão onde o autor deste estudo está inserido. Muitos dos 
CTs não têm um item fundamental para que melhor se desenvolva seu trabalho 
que é o transporte. Muitos dependem de outros órgãos. E a partir dessa 
dificuldade, há tantas outras que pelo grau de importância do CT não deveria 
acontecer. A importância dessa pesquisa é fazer com que a sociedade abra os 
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olhos para a necessidade de uma mudança, mas de uma mudança o mais 
urgente possível, pois muitos dos Conselhos Tutelares não estão vivendo, 
estão sobrevivendo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1.1 Tema 
A ATUAÇÃO DO CONSELHO TUTELAR DE LUCAS DO RIO VERDE –MT, 
EM FACE DO CUMPRIMENTO DE SUAS ATRIBUIÇÕES NO MUNICÍPIO 
1.2 Problemática 
Pelo exposto, se intenta analisar os referenciais citados como uma 
forma de melhor compreender o tema e responder de forma satisfatória a 
pergunta de pesquisa proposta neste projeto, qual seja: Qual medida que o 
Conselho Tutelar de Lucas do Rio Verde - MT, órgão que representa a 
sociedade, traz em caso de violação do direito das crianças e adolescentes que 
se encontram em situação de risco no município? 
1.3 Objetivos 
1.3.1 Objetivo geral 
Analisar em que medida o Conselho Tutelar de Lucas do Rio Verde 
contribui para a redução de casos onde criança e adolescente estão em 
situação de risco, visando identificar a existência ou não de eventual prática 
educativa, projetos sociais e políticas públicas voltados a crianças e 
adolescentes no município. 
1.3.2 Objetivos específicos 
 Estudar os Atos que previne a situação do risco que a criança e o 
adolescente se encontram em sua acepção jurídica e social; 
 Realizar visitas periódicas junto ao Conselho Tutelar de Lucas do Rio 
Verde para compreender como é desenvolvido na pratica as ações 
sociais voltadas para a redução de situações onde a criança e o 
adolescente estão totalmente desprotegidos; 
 Entrevistar Conselheiros Tutelares para traçar quais os avanços e 
desafios no cumprimento de sua função social; 
 Analisar estudo entre a Lei 8.069/90 e a prática; 
 Identificar quais os avanços e desafios enfrentados pelo órgão na 
efetivação de sua função social. 
 
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1.4 Justificativa 
A Constituição Federal de 1988 buscou garantir a todos uma existência 
digna, destacando aspectos sociais e dando relevo aos cidadãos, além de 
atribuir ao Estado relevante atuação no campo econômico. A norma também 
trouxe uma série de princípios e objetivos dispostos por toda a lei que, em 
conjunto, formam a Constituição Econômica do Brasil, fundada nas concepções 
de um Estado Democrático de Direito. 
Frente à atual conjuntura nacional e a necessidade de respeito aos 
ditames constitucionais de um Estado Democrático de Direito, o presente 
trabalho busca responder a seguinte pergunta de pesquisa: qual medida que o 
Conselho Tutelar de Lucas do Rio Verde - MT, órgão que representa a 
sociedade, traz em caso de violação do direito das crianças e adolescentes que 
se encontram em situação de risco no município. 
Como também irá vislumbrar o estudo e a importância do Conselho 
Tutelar de Lucas do Rio Verde – MT e sua dificuldade frente ao cumprimento 
de sua obrigação diante da comunidade. 
Será feito estudo e pesquisa e terá como escopo de grande envergadura 
a discussãoa discussão na implantação de políticas públicas, trazendo para o 
bojo da temática, o presente instrumento a disposição da população criado pela 
Lei 8069/90, mostrando a comunidade as razões que minimizam o trabalho do 
conselheiro, dando um novo olhar a este trabalho que não se consegue 
perceber o quanto este órgão é importante e que seu papel e indispensável a 
comunidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEORICA 
2.1 OS DIREITOS DAS CRIANÇAS E DOS ADOLESCENTES E SUA 
HISTÓRIA GERAL 
 
Desde a pré-história, pode ser considerado que “Nunca existiu direitos 
para as crianças e adolescentes”. Após os povos entrarem na história pode se 
perceber o poder praticamente soberano, do pai e/ou da mãe acerca de seus 
filhos, sem dar valor a vida ou a liberdade dos filhos. Na era romana a 
autoridade maior era a do pai mesmo com a presença da mãe, depois, só os 
filhos de militares tiveram esses direitos garantidos, como por exemplo: a 
condição de desfrutar dos patrimônios, que seus pais tivessem construídos ou 
adquiridos por meio de sua profissão. Devido à preocupação de defender os 
mais fracos surge a consideração às crianças no cristianismo. 
As crianças e adolescentes eram inteiramente governados pela família, 
que determinava a profissão e o casamento para os filhos, como afirma Bastos 
“existia uma unicidade [...] dada pela sociedade orquestrada pela família” 
(BASTOS, 2006, p.105) e a eles cabia se submeter ou resistir fugindo dos 
castigos e se tornando “infantes expostos”, pobres e abandonados que eram 
acolhidos por instituições de caridade. 
Na década dos anos 60, a história da criança possui relação temporal, e 
no início do século XIII, a descoberta da infância, porém, ela era ingressada no 
mundo dos adultos e não havia entre eles qualquer distinção, assim que a 
criança não dependesse mais de cuidados de sua mãe ou de sua ama. A 
preocupação com a criança era vinculada ao sistema escolar na Idade Média, 
como: serviços de bem-estar infantil, agência encarregadas da delinquência 
infantil, leis sobre o trabalho infantil, etc. Na Idade Moderna havendo uma 
conexão entre ambas as atitudes, uma vez que se deram internamente em 
uma mesma sociedade, iniciam-se a distinção do tratamento às crianças em 
relação aos adultos da época. 
Ao longo do tempo ocorreram movimentos internacionais como a 
Convenção para Repressão do Tráfico de mulheres e crianças em Genebra em 
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1921, o Protocolo de Emenda no Brasil aconteceu em 1955 através do Decreto 
37.165, tudo isso em beneficio de crianças e adolescentes. A primeira a 
mencionar os direitos da criança, o que também preconizou a Declaração 
Universal dos Direitos Humanos da (ONU) Organização das Nações Unidas de 
1959 foi a Declaração de Genebra de 1924. A Convenção Americana sobre 
Direitos Humanos - Pacto de San José da Costa Rica em 1969 no seu artigo 19 
reafirma os Direitos, o Protocolo de San Salvador o qual reproduziu este texto 
no art.19 ratificou esta distinta plataforma. 
Foi no ano de 1989, mais precisamente em 20 de novembro, a ONU 
institui a Convenção sobre os Direitos da Criança, que trouxe o maior número 
de ratificações, servindo de base aos atuais critérios dos direitos de crianças e 
adolescentes. O Brasil reiterou esta Convenção pelo Decreto 99.710 em 24 de 
setembro de 1990. No mesmo ano em Nova Iorque, deu-se o Encontro Mundial 
de Cúpula pela Criança, na sede das Nações Unidas, onde 71 países firmaram 
um compromisso em combater o analfabetismo, erradicar doenças, melhorar a 
saúde de crianças e mulheres, desnutrição, e, assim, estabeleceram a 
Declaração Mundial sobre a Sobrevivência, o Desenvolvimento e a Proteção da 
criança nos anos 90. 
Na visão de retirada e mudança nas ruas, foi criado o movimento 
higienista da cidade ou também conhecido como movimento sanitarista, 
introduzida pela medicina social no final do século XIX e início do século XX, a 
exemplo da cultura grega, com a preocupação central na saúde. 
Suas propostas residiam na defesa da Saúde Pública, na Educação, e 
no ensino de novos hábitos. 
O higienismo brasileiro foi criado devido um objetivo central, o 
estabelecimento de normas e hábitos para conservar e aprimorar a saúde 
coletiva e individual. Vale ressaltar que os higienistas contribuíram bastante 
para a mudança da imagem da criança como inferior e abandonada, pois 
introduziram em seus hábitos, formas higiênicas, habituais, que ensinavam as 
mesmas a cuidarem particularmente de sua saúde. 
 
 
 
 
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2.2 Os Direitos das Crianças e Adolescentes no Brasil 
 
No início século XX, era entregue aos cuidados da Igreja Católica o 
desenvolvimento de políticas sociais desempenhadas pelo Estado brasileiro, às 
populações carentes de recursos financeiros através de instituições como a 
Irmandade da Santa Casa de Misericórdia, onde a mesma surgiu ainda no 
período colonial, instalando-se em Santos desde 1543, seguido pela Bahia, 
Espírito Santo, Rio de Janeiro, Olinda e São Paulo, sendo a primeira instituição 
hospitalar do país, destinada a atender aos enfermos dos navios dos portos e 
moradores das cidades; e que atuavam também, no cuidado com os órfãos e 
crianças carentes. Aplicavam o sistema de “Roda das Santas Casas”, vindo da 
Europa no século XIX, que tinha o propósito de recolher donativos e amparar 
as crianças abandonadas. 
Na época, iniciou-se o funcionamento do estabelecimento público 
pioneiro, em concordância com a política nacional, para atender menores no 
Rio de Janeiro que na época era a Capital do País. Neste mesmo sentido, em 
1927, nasceu o Primeiro Código de Menores, com a autoria de Melo Mattos, o 
então juiz de menores. 
Em 1942, nasceu o (SAM) - Serviço de Assistência ao Menor, onde na 
época vivenciavam um período autoritário ou do Estado Novo no País, em que 
a SAM era vinculada ao Ministério da Justiça moldado pelo sistema 
penitenciário voltado a menor idade. 
Durante o período do Regime Militar, mais precisamente em 1967, dois 
documentos significativos que instituíram a visão vigente na época, com a 
criação de duas leis. A primeira foi a Lei nº 4.513 de 1/12/64, responsável pela 
criação da FUNABEM com o objetivo de ser a grande instituição de assistência 
à infância, cuja ação era a internação, tanto dos abandonados e carentes como 
dos infratores seu principal foco, e a nível estadual, as FEBEM atribuída da 
tarefa executora. A segunda foi a Lei nº Lei 6697 de 10/10/79, que criou Código 
de Menores, de 1979; que era um instrumento de controle social da infância e 
da adolescência vítima da omissão e transgressão da família, da sociedade e 
do Estado em seus direitos básicos. 
Apelidada de Constituição Cidadã; a Carta Magna de 1988 representou 
maiores avanços para os movimentos sociais da infância no País, onde, a 
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separação dos grupos em torno do tema da infância era praticamente de dois 
tipos: Menoristas e Estatutistas. Os Menoristas defendiam a continuidade do 
Código de Menores, onde, se comprometeram a regulamentar a condição das 
crianças e adolescentes que estivessem em situação irregular. Já os 
Estatutistas, defendiam uma grande reforma no código, estabelecer novos e 
amplos Direitos às Crianças e aos Adolescentes, que passariam a ser sujeitos 
de direitos e a contar com uma Política de Proteção Integral. 
 
2.3 Direitos Fundamentais da Criança e do Adolescente 
 
No Brasil, os direitos das crianças e adolescentes estão pontuados na 
Constituição Federal, Doutrina de Proteção Integral da Organização das 
Nações Unidas, e regulamentados na Lei nº 8.069/90, Estatuto da Criança e do 
Adolescente. 
A Declaraçãodos Direitos das Crianças, estabelecida pela ONU, prevê 
que a criança, em virtude de sua falta de maturidade física e mental, necessita 
proteção e cuidados especiais, inclusive a devida proteção legal, tanto antes 
quanto após seu nascimento. 
O artigo 1º desta Convenção classifica a criança enquanto menor de 
dezoito anos, com exceção se a maioridade for alcançada antes, em 
consonância com a legislação aplicável. O artigo 2º decreta que os Estados, 
comprometem-se a respeitar e aplicar a cada criança sob sua jurisdição os 
direitos constantes na presente convenção sem qualquer distinção, buscando 
meios para assegurar a proteção da criança contra discriminação, ou castigo, 
em função de sua condição, atividade, opinião, ou crença de seus pais, 
familiares ou representantes legais. Considerando-se sempre o interesse maior 
da criança pelas autoridades administrativas ou órgãos legislativos quando de 
sua atuação. 
No Artigo 227 da Constituição Federal de 1988, traz que é dever da 
família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com 
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao 
lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à 
convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de 
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. 
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Outros direitos foram garantidos tendo sempre como ponto fundamental 
direito à vida, e o desenvolvimento da criança e do adolescente. Segundo o 
artigo 8º é assegurado à gestante durante a gravidez e depois do parto, pelo 
(SUS) - Sistema Único de Saúde; acompanhamento médico com a realização 
de vários exames no pré-natal. Assim também como, o direito á alimentação da 
criança desde sua concepção. De acordo com a ECA são responsáveis pela 
saúde e vida da criança, além da família, a rede de atendimento a saúde, como 
hospitais, postos etc. O artigo 9º traz uma preocupação com o aleitamento 
materno, fazendo com que seja garantido por instituições e empregadores, 
inclusive as crianças, onde as mães estão em presas. 
O Art. 18 da Lei 8.060/90 diz: “É dever de todos velar pela dignidade da 
criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, 
violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.” 
 
3 Conselho Tutelar 
 
O Conselho Tutelar é um órgão fundamental para o (SGD) - Sistema de 
Garantia de Direitos, é responsável por zelar pelo cumprimento dos direitos das 
crianças e adolescentes, concebido pela Lei nº 8.069, de 13 de Julho de 1990, 
para garantir proteção de forma integral de toda a criança e adolescente do 
Brasil. 
O CT atua através de denúncia de ameaça ou violação confirmada de 
direitos da criança e do adolescente. Muitas das vezes, se antecipa à denúncia, 
age preventivamente quando fiscaliza entidades, mobiliza a comunidade onde 
está instalado para o exercício de direitos assegurados a todo cidadão, 
cobrando o melhor acompanhamento e o atendimento à criança e ao 
adolescente, assim como a sua família. 
O Conselho Tutelar é composto por cinco membros, eleitos pela 
comunidade para acompanharem as crianças e adolescentes e decidirem em 
conjunto sobre qual medida de proteção para cada caso. Devido ao seu 
trabalho de fiscalização a todos os entes de proteção como Estado, 
comunidade e família, o Conselho goza de autonomia funcional, não tendo 
nenhuma relação de subordinação com qualquer outro órgão do Estado. 
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No dia 27 de janeiro de 2015, o Diário Oficial da União publicou o ato 
normativo de número 170, que definiu as linhas gerais para o Primeiro 
Processo de Escolha Unificada dos Integrantes dos Conselhos Tutelares para 
um mandato de quatro anos. A mudança promovida pela Resolução 170/2014 
do CONANDA. As eleições são realizadas sob a responsabilidade do CMDCA, 
e a fiscalização do Ministério Público. Importante esclarecer que a autonomia 
do CT funcional não é absoluta. No tocante às decisões, estas devem ser 
tomadas de forma colegiada por no mínimo três Conselheiros. 
 
 
3.1 Atribuições e Competências do Conselho Tutelar 
 
É atribuição do Conselho Tutelar: atender, escutar reclamações, 
reivindicações e solicitações feitas por crianças, adolescentes, famílias, 
cidadãos e comunidades, orientar, aconselhar, encaminhar e acompanhar os 
casos. Aplica as medidas protetivas pertinentes a cada caso, medidas 
pontuadas no art. 101 do ECA. Para se concretizar a garantia dos direitos o 
Conselho Tutelar requisita serviços necessários à efetivação do atendimento 
adequado de cada caso. Lembrando que o Conselho Tutelar não realiza os 
serviços, ele requisita aos órgãos pertinentes a cada caso. Contribui para o 
planejamento e a formulação de políticas e planos municipais de atendimento à 
criança e ao adolescente. No art. 136 do ECA pode-se encontrar a definição 
das atribuições do Conselho Tutelar: 
O Conselho Tutelar é um órgão de correção às violações de direitos e 
atua para promover sua defesa, para isso pode requisitar serviços públicos 
essenciais para o pleno desenvolvimento da criança e do adolescente. As 
medidas de proteção às crianças e adolescentes são aplicadas sempre que 
esses diretos sejam ameaçados e violados, tanto pela ação, omissão da 
sociedade do Estado dos pais ou responsáveis ou pela sua própria conduta. 
As medidas pertinentes aos pais ou responsáveis que é aplicada pelo 
CT em determinados, ou seja, quando é necessário, está de acordo com o 
artigo 129 do ECA, a escolha dos incisos será de acordo com cada caso. 
Sobre as competências dos conselheiros, a lei estabelece que haja em 
cada município, no mínimo, um CT. Sendo que a competência desse conselho 
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não ultrapassa o território do município, ou região administrativa. Para cada 
caso, entretanto, o que vai determinar a competência é o domicílio dos pais ou 
responsáveis, ou, à falta destes, o lugar onde se encontre a criança ou 
adolescente. Isso não impede que a execução das medidas de proteção 
cabíveis seja aplicada e posteriormente o caso é encaminhado ao CT 
competente fora do seu território. 
 
 
3.2 Estrutura do Conselho Tutelar 
 
Segundo o ECA, a estrutura do Conselho Tutelar é definido, de acordo 
com o "Art. 131 – O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não 
jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos 
direitos da criança e do adolescente." O Conselho Tutelar é permanente no 
sentido de que uma vez implantado, não poderá ser extinto, ou seja, não 
depende da vontade do governante ou de qualquer outra autoridade, o que 
muda são seus membros que são escolhidos pela sociedade para um mandato 
de quatro anos. 
 
Segundo Munir Cury: 
 
“Ser permanente significa ser contínuo, duradouro, 
ininterrupto. Não é acidental, temporário, eventual 
mais essencial e indispensável ao organismo social. 
Comparando com o organismo humano, não há de ser 
como um dente que pode ser extraído e substituído, e 
sim como um cérebro, sem o qual não se sobrevive”. 
(CURY, 2006, p.456). 
 
Assim é definido nas orientações técnicas sobre a atuação do conselho 
tutelar, como um órgão público municipal, que tem sua origem na lei municipal, 
integrando-se de forma definitiva no conjunto das instituições municipais, 
estaduais e federal e subordinando-se somente ao ordenamento jurídico 
brasileiro. É um órgão autônomo, porque tem liberdade e independência na sua 
atuação, ou seja, suas decisões não são submetidas a outros setores da 
administração pública. 
 
O autor Roberto João Elias diz: 
 
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“..que entende que esse órgão é autônomo, não 
comprometido com quer que sejae, portanto, 
apto a cumprir com independência a sua função, 
sempre com vistas aos princípios norteadores do 
Estatuto da Criança e dos Adolescentes, a 
começar pela proteção integral.” (ELIAS, 1994, 
p.112). 
 
Tem a missão de zelar pela efetivação dos direitos violados e para isso 
aplica as medidas de proteção e as pertinentes aos pais, quando achar 
necessário sem interferência alguma. E ser um órgão não jurisdicional quer 
dizer que o conselho tutelar não pertence ao poder judiciário para punir quem 
não cumprir suas determinações, ou jugar os conflitos, sua função é aplicar as 
medidas de proteção, se essas medidas não forem respeitadas o conselheiro 
pode representar no poder judiciário. 
Roberto João Elias diz: 
 
“...sobre o tema pelo fato de não estar sujeito à 
autoridade judiciária, por não ser jurisdicional, 
devendo, contudo, atacar suas decisões. Na verdade, 
deve atuar com independência, mas em harmonia com 
o Juiz da Infância e da Juventude e com o Ministério 
Público, visando sempre manter bom relacionamento 
entre as partes envolvidas na defesa dos direitos da 
criança e adolescente.” (ELIAS, 1994, p.112). 
 
Conselho Tutelar é um órgão colegiado encarregado de zelar pelo 
cumprimento dos direitos da criança e do adolescente. Zelar é fiscalizar, é estar 
atento e sempre disposto a lutar pela sua efetivação. Isso não significa dizer 
que o Conselho tem o papel de atender os direitos, e sim fiscalizar para que 
não aconteça omissão ou violação dos pais ou responsáveis legais nem 
tampouco do poder público. 
 
3.3 Conselho Tutelar: Limites para sua Atuação 
 
Dentre tantas dificuldades que atravessam os CTs do Brasil, para a 
verdadeira efetivação dos direitos garantidos por lei para as crianças e os 
adolescentes; podemos elencar alguns desses desafios cotidianos enfrentados 
para que o ECA seja respeitado e implementado na realidade de cada 
município. É claro que todos são sabedores da árdua função do conselheiro 
tutelar, mas percebemos ainda que existem alguns aspectos que não 
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dependem dos conselheiros para o desenvolvimento adequado de suas 
atividades no dia a dia do órgão. 
Os desafios mais difíceis são: a deficiência na rede de proteção, 
formação continuada, terceirização dos profissionais de apoio administrativo e 
técnico, falta de políticas públicas e infraestrutura adequada. Um dos principais 
ou maiores desafios é em relação à deficiência na rede de proteção. 
Ressaltando que a deficiência apresentada aqui é a falta de eficiência, 
interação e exercício das atividades em rede, com encaminhamentos, retornos, 
acompanhamento, estudo de caso, ou seja, a proteção integral, preconizada no 
ECA. 
A rede de proteção que não existe, hoje se fala em acolhimento 
institucional, onde seria o último encaminhamento, mas em determinadas 
situações é a primeira medida que se tem que aplicar, e a realidade é que não 
tem vagas nas instituições e muitas das vezes não existe por exemplo, casas 
de acolhimento, as crianças que são abandonadas em hospitais são 
novamente negligenciadas pelo Estado, pois têm que passar muitos dias no 
hospital, correndo risco de pegar infecções e outras doenças, porque tem que 
se esperar uma vaga, e pra recém-nascidos é a maior dificuldade, para 
realmente ser protegida. É possível constatar que a falta da eficiência da rede 
proteção é generalizado pelo número reduzido de equipamentos que integram 
a rede, na qual sua estrutura é de responsabilidade do Estado. 
Um problema enfrentado, também, é com as unidades de acolhimento 
(quando existem no município), que deixam a desejar, precisa ser ampliada, 
principalmente a questão de faixa etária e de perfil, porque perfil de criança e 
adolescente abandonado não tem abrigo especifico, só tem mais para 
exploração, abuso sexual, muitas vezes esses adolescentes são colocados 
junto com outras vítimas de outras violações e acabam adquirindo 
conhecimento de outras realidades, que termina com um adolescente sendo 
colocado no acolhimento desnecessariamente, não é o caso de misturar, mas é 
que poderia ser um acompanhamento diferenciado, e dentro dessas unidades 
de acolhimento era para ter cursos profissionalizantes, atuação 
socioeducativas, sócio familiar e realizar um trabalho com a família para poder 
evitar, justamente problemas de criança e adolescentes em situação de rua. 
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Uma das grandes batalhas enfrentadas pelos CTs é a dificuldade no retorno 
dos encaminhamentos. 
Quando é encaminhado um ofício a algum órgão, o CT necessita do 
retorno do caso encaminhado. Sem contar o descaso de muitas escolas, onde 
o CT necessita um pedido de vaga em um colégio, e às vezes é necessário 
encaminhar outros ofícios para reforçar ou até mesmo lembrar o diretor da 
escola que o CT solicitou a então vaga em sua escola. 
O CT se empenha em por um jovem em algum projeto para tirá-lo de 
certas situações de violação de direitos e muitas das vezes não há projeto 
disponíveis de prontidão. Se houve um caso envolvendo saúde, necessitando 
de atendimento, o CT encaminha para um posto de saúde, e este não é 
atendido. Seria bom se todos que trabalhassem com crianças e adolescentes 
falassem a mesma língua para que o trabalho pudesse fluir de maneira mais 
harmônica e ágil. Parece que o CT trabalha sozinho, mas sabemos que não é 
assim que o negócio anda. 
Outro desafio grande enfrentado pelos CTs é a falta de qualificação 
contínua para os conselheiros. Muitos desses conselheiros são eleitos e tomam 
posse sem nem conhecer o ECA direito. Chegam “verdes” e há a necessidade 
de capacitação frequentemente, pois uma ou duas capacitações durante o ano, 
não dão conta. Até porque, as leis e normas mudam de tempo em tempo, e é 
necessário que o conselheiro tutelar acompanhe essas mudanças para melhor 
desempenho da sua função. É necessário o conhecimento teórico para que na 
prática, o que foi aprendido na teoria, seja aplicado de forma coesa e assim 
evitar erros. E essa formação continuada é garantida pelo ECA no parágrafo 
único do artigo 134, que diz que a lei orçamentária municipal deve conter 
recursos para a formação continuada dos conselheiros. 
O primeiro e mais importante desafio que necessita enfrentado é a 
capacitação contínua, os conselheiros necessitam realmente a cada dia mais 
se qualificarem, para poder saber os tipos de violações, como devem ser 
inseridos essas crianças e adolescentes nos programas. Outro problema, que 
atrapalha o andamento adequado das atividades do órgão, é a terceirização, 
que além de ser, como já sabemos um meio de exploração dos direitos do 
trabalhador, para o Conselho Tutelar representa retrocessos no 
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acompanhamento dos casos, visto que acontece uma quebra de vínculos com 
os usuários. 
E também outro desafio que existe é o fato que os Conselhos Tutelares, 
apesar de ter tido uma melhora, porque agora se tem a equipe de 
multiprofissionais, mas a questão é da rotatividade que tem esses profissionais. 
Devido ser terceirizados. É necessário que aja concursos públicos, sem contar 
que facilitaria e muito principalmente na questão do acompanhamento dentro 
dos Conselhos Tutelares. 
A questão de estrutura física de muitos dos Conselhos Tutelares é 
constantemente exposta na mídia em geral, sem contar as redes sociais. Falta 
estruturação adequada aos prédios dos conselhos. Imóveis em péssimas 
condições de uso, sem acessibilidade, contendo goteiras, piso cedendo, 
banheiros precários. Muitos não têm equipamentos adequados como 
computadores, impressoras, armários e materiais de uso e consumo. 
Desde os Conselhos Tutelares até a delegacia. “Há denúncias flagrantes 
que não são apuradas no momento do crime eacabam perdendo a 
efetividade". Isso acontece pela falta de um item tão importante quanto prédios 
ou impressoras, o veículo exclusivo para o CT. Infelizmente a maioria dos 
conselhos não tem transporte dedicado ao órgão. Dependem de outros setores 
e muitas das vezes há a necessidade de se humilhar para conseguir o veículo 
junto a secretaria de transporte. Há casos que tem a necessidade de 
acompanhamento mensal, pois é necessário para a melhor solução do 
ocorrido. Como faz parte de sua atribuição, o conselho fica de sobre aviso 
durante a noite, quando é chamado ele tem que ir ao local da ocorrência, pois 
algum direito poderá está sendo violado. Se todos os conselhos tivessem seu 
transporte exclusivo, muita coisa não ficaria para traz, pois ajuda e muito nas 
ocorrências do dia-a-dia. Sem contar na questão de segurança, pois as vezes o 
conselho tem a necessidade de se deslocar até uma comunidade que pode ser 
perigosa para ele; e correr riscos infelizmente faz parte do cotidiano do 
conselheiro, sem o veículo o negócio fica difícil. 
A maioria dos CTs não tem uma secretária e um segurança em sua 
sede. A secretária beneficiaria o conselho em várias situações: para atender ao 
usuário quando os conselheiros estiverem em ocorrências, anotando recados; 
recebendo encomendas, ofícios destinados ao órgão. O segurança ajudaria e 
20 
 
muito, pois nos conselhos são atendidas vários tipos de pessoas; algumas 
chegam exaltadas e não compreende a atuação do CT, podendo até a agredir 
o conselheiro em seu setor. O segurança poderia coibir certos tipos de atos 
que podem atingir o conselheiro. 
 
3.4 O que seria necessário para adequado funcionamento dos 
Conselhos Tutelares. 
 
Seria necessária a ampliação do número de conselheiros em municípios 
maiores. Seria de fundamental importância, pois a demanda não condiz com 
número de conselheiros. Há conselhos que tem ocorrências todos os dias, 
principalmente se for localizado em áreas consideradas de risco. 
Assim, terá uma boa qualidade no atendimento com relação às violações 
de direitos e assegurar que nossas crianças tenham momentos mais felizes, 
mais dignos. Porque na realidade não gostaria que aumentasse o número de 
conselhos, não é para aumentar o número de denúncias e violações, mas que 
os direitos dessas crianças sejam assegurados, sem precisar de conselheiro 
tutelar. 
Seria necessário e com urgência estruturar, formalizar, padronizar os 
Conselhos Tutelares com todos os equipamentos, com pessoal, formação de 
pessoal, a rede funcionando, que seria o CAPS, CRAS, CREAS, Conselho 
Tutelar, Ministério Público. O Ministério Público no caso seria para fiscalizar, 
mas também para apoiar, hoje em dia muitos só querem punir. Se o 
conselheiro não tem formação para ser conselheiro, como ele pode estar 
trabalhando, atuando, então só aparece na hora de punir, o CMDCA totalmente 
omisso, não se manifesta, quando o conselheiro está no aperto. Infelizmente, 
a maioria dos membros que compõem o CMDCA do Brasil, está ligado a 
política. As vezes essa ligação partidária complica a situação do conselho, pois 
muitas das decisões do CT atinge muitas pessoa ligadas ao CMDCA. Sem 
conta que, vários membros que compõem o CMDCA, não sabe o que é e qual 
a função dele dentro do conselho. Por isso, sem apoio e estrutura, está muito 
longe do Conselho Tutelar ser o ideal para qualquer pessoa. 
A maioria dos CTs, não usa uma ferramenta de grande importância que 
é o (SIPIA) - Sistema de Informação para a Infância e Adolescência, é um 
21 
 
sistema de registro nacional de todas as informações de atendimento e 
acompanhamento de crianças e adolescentes do Brasil que tiveram seus 
direitos violados, foi criado pelo Ministério da Justiça, através da (SNDH) - 
Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, com o objetivo de subsidiar a ação 
dos conselhos de direitos e tutelares, do poder público para formulação de 
políticas sociais. A base do sistema é o Conselho Tutelar. 
O SIPIA ajudaria e muito no acompanhamento aos casos, pois às vezes 
uma única família é acompanhada por vários conselheiros, depois que se 
percebe, já perdeu um tempo que poderia ser usado no atendimento a outra 
denúncia. 
O sistema SIPIA é dividido em quatro módulos: 
I - Registro de ocorrências dos conselhos tutelares para garantir a 
promoção e defesa dos direitos fundamentais; 
II - Registro de medidas socioeducativas aplicadas aos adolescentes 
em conflito com a lei; 
II- PLUS - Registro dos estabelecimentos de medida socioeducativa; 
III - Registro das informações de crianças e adolescentes que são 
colocados em famílias substitutas, adoção nacional e estrangeira. 
IV- Registro de endereços e telefone dos conselhos de direitos 
Municipais e Estaduais e Conselhos Tutelares do Brasil. 
 
Grande parte dos conselhos não acessa e não alimenta os dados no 
SIPIA, pois os equipamentos disponíveis na sede, não dispõem de instalação 
de internet adequada para suportar o conteúdo do site, ao tentar o acesso, o 
SIPIA permanece aberto por no máximo cinco minutos e trava, por esse motivo 
já aconteceram inúmeras capacitações coletivas e individuais para os 
conselheiros, mas não alimentam os dados no sistema. As estatísticas 
municipais são produzidas mensalmente por alguns conselhos e entregues na 
supervisão dos Conselhos Tutelares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 
 
4 Metodologia 
O presente projeto propende responder a seguinte pergunta de 
pesquisa: Qual medida que o Conselho Tutelar de Lucas do Rio Verde - MT, 
órgão que representa a sociedade, traz em caso de violação do direito das 
crianças e adolescentes que se encontram em situação de risco no município? 
Este problema orientará o desenvolvimento de toda a pesquisa em tela. 
Quanto aos objetivos da pesquisa, caracteriza-se como exploratória. O 
procedimento exploratório pode ser compreendido através da visão de DENISE 
TOLFO SILVEIRA E FERNANDA PEIXOTO CÓRDOVA (2009, p. 35) que nos 
ensina: 
Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior 
familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a 
construir hipóteses. A grande maioria dessas pesquisas envolve: (a) 
levantamento bibliográfico; (b) entrevistas com pessoas que tiveram 
experiências práticas com o problema pesquisado; e (c) análise de exemplos 
que estimulem a compreensão (GIL, 2007). 
Essas pesquisas podem ser classificadas como: pesquisa bibliográfica e 
estudo de caso (GIL, 2007). 
Em relação a abordagem do problema, caracteriza-se como pesquisa 
qualitativa, não se preocupa com representatividade numérica, mas, sim, com o 
aprofundamento da compreensão de um grupo social (DENISE TOLFO 
SILVEIRA E FERNANDA PEIXOTO CÓRDOVA, 2009, p. 31), visto que os 
estudos serão realizados a partir de levantamento bibliográfico e experiência 
cotidiana junto ao Conselho Tutelar, sem utilização de recursos estatísticos, 
preocupa-se, portanto, com aspectos da realidade que não podem ser 
quantificados. 
Quanto aos procedimentos técnicos, será uma revisão bibliográfica a 
respeito do tema e realizada pesquisa de campo, que caracteriza-se pelas 
investigações em que, além da pesquisa bibliográfica e ou documental, ser 
realizara coleta de dados junto ao conselheiros tutelares, logo serão realizadas 
visitas periódicas junto ao Conselho Tutelar de Lucas do Rio Verde, bem como 
acompanhamento nas ações desenvolvidas pela instituição voltadas em 
23 
 
auxiliar a redução dos atos infracionais cometidos por crianças e adolescente 
de Lucas do Rio Verde, além da realização de entrevista com conselheiros 
tutelares do município, buscando identificar quais os avanços e desafiosenfrentados pelo órgão na efetivação de sua função social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
 
Cronograma 
 
Descrição fev Mar Abr Mai Jun Jul Ag Set Out Nov 
Escolha do 
tema 
 
 
 X 
Definição do 
problema 
 
 
 X 
Introdução X 
Metodologia 
 
 X 
Fundamentação 
teórica 
 X 
Entrega do 
projeto 
 
 
 X 
Qualificação do 
projeto 
 
 
 X 
Análise e 
discussão da 
literatura 
 
 
 X 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 
 
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