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A sociologia de Pierre Bourdieu

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Sociologia 
 
 
 
 
 
A SOCIOLOGIA DE PIERRE BOURDIEU 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
 
 
Sumário 
 
Introdução ...........................................................................................................................................2 
Objetivos ..............................................................................................................................................2 
1. A Sociologia de Pierre Bourdieu ...............................................................................................2 
1.1. Quem foi Pierre Bourdieu? ................................................................................................2 
1.2. Bourdieu e os capitais simbólicos ....................................................................................3 
Exercícios .............................................................................................................................................5 
Gabarito ...............................................................................................................................................8 
Resumo ................................................................................................................................................8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
Introdução 
Na aula “A sociologia de Jürgen Habermas” dedicamo-nos a aprender as 
propostas de interpretação acerca do mundo moderno formuladas pelo filósofo e 
sociólogo alemão Jürgen Habermas, com foco na sua Teoria da Ação Comunicativa. 
Nessa aula, vimos suas críticas à interpretação elaborada por Theodor Adorno e Max 
Horkheimer e estudamos alguns de seus principais conceitos. 
Nesta aula, vamos discutir as contribuições sociológicas do francês Pierre 
Bourdieu, autor vinculado à teoria que ficou conhecida como teoria das trocas 
simbólicas. 
Para tanto, analisaremos a sua trajetória intelectual e os diversos tipos de 
capitais simbólicos identificados por ele, entre os quais destacaremos: o capital 
social, o capital simbólico e o capital cultural. Também analisaremos o conceito de 
habitus, também decisivo para a teoria sociológica elaborada por Pierre Bourdieu. 
Objetivos 
• Apresentar a trajetória do sociólogo francês Pierre Bourdieu. 
• Caracterizar a teoria da das trocas simbólicas de Pierre Bourdieu por meio 
dos principais conceitos mobilizados pelo autor: bem simbólico, capital 
cultural, habitus e campo. 
 
1. A Sociologia de Pierre Bourdieu 
 
1.1. Quem foi Pierre Bourdieu? 
 Pierre Bourdieu nasceu em 1930, na França. Graduado em Filosofia, 
notabilizou-se pelas contribuições nos campos da Sociologia e Antropologia. 
Ainda jovem, foi assistente de Raymond Aron, um importante sociólogo 
francês, e trabalhou no Centro Europeu de Sociologia. 
Lecionou em diversas universidades na França e no estrangeiro, como em 
Harvard e Chicago, até atingir um dos ápices da carreira acadêmica de seu país: o 
posto de professor do Collège de France. 
Ademais, foi autor de vasta bibliografia, na qual se destacam A reprodução: 
elementos para uma teoria do sistema de ensino (1970) e A distinção: crítica social do 
julgamento (1979). 
 
 
 
3 
 
 
01 
Pierre Bourdieu 
 
 
1.2. Bourdieu e os capitais simbólicos 
A teoria sociológica de Pierre Bourdieu – denominada por ele como 
estruturalismo construtivista ou construtivismo estruturalista – privilegia a análise 
das trocas simbólicas nos contextos sobre os quais é aplicada. 
Seu objetivo é compreender como as trocas impactam as práticas sociais dos 
sujeitos nelas envolvidos. Assim, Bourdieu enfatiza a ideia de que a vida social é 
composta por trocas econômicas e simbólicas, de modo que existem, igualmente, 
bens econômicos e simbólicos. 
Para ele, é preciso entender como todos esses elementos se relacionam na 
vida social e nas vidas particulares dos sujeitos para compreender como a sociedade 
se reproduz por meio da incorporação de desigualdades vistas como legítimas. 
 
FIQUE ATENTO! 
 
 
 
 
 
 
Por isso, precisamos entender: o que são bens simbólicos? 
Cabe salientar aqui a relação ambivalente de Bourdieu 
com a teoria social de Karl Marx: ao mesmo tempo em 
que sublinha, como Marx, as tensões entre as diversas 
classes e estratos sociais, Bourdieu destaca a importância 
das práticas simbólicas e culturais para a reprodução das 
desigualdades sociais. 
Nesse sentido, cabe destacar que Bourdieu amplia, como 
veremos, o conceito de capital de Marx. 
 
 
4 
 
 
Bens simbólicos são conjuntos de práticas sociais organizadas e legitimadas a 
partir de uma estrutura de poder, o que as torna legítimas dentro de um dado campo 
simbólico em que são colocadas em prática. 
 
EXEMPLO 
 
 
 
Podemos destacar esses planos da teoria de Bourdieu como aqueles 
correspondentes às estruturas sobre as quais as sociedades se reproduzem. Para ele, 
pode existir diversos tipos de capital, além do capital econômico: o capital social, o 
capital cultural e o capital simbólico. 
O capital social é a noção que corresponde ao conjunto de relações que 
determinados sujeitos possuem na sociedade. Se essas relações se dão em alto 
escalão – ou seja, se o sujeito tem alto capital social –, o indivíduo poderá ter uma 
série de acessos e facilidades, que geralmente são pouco comuns aos demais 
sujeitos. 
 
EXEMPLO 
 
 
 
 
Por sua vez, o capital cultural corresponde às habilidades e disposições dos 
sujeitos. Por exemplo, a formação acadêmica e o repertório cultural são 
componentes desse tipo de capital. 
Por fim, o capital simbólico corresponde à estima social atribuída às 
qualidades do sujeito. Por exemplo: se a sua origem familiar é prezada, se a sua 
Por exemplo, titulações acadêmicas são bens 
simbólicos. Essas titulações tornam legítimas as 
desigualdades – simbólicas e materiais – entre os 
detentores e não-detentores. 
Uma pessoa com grande capital social pode ser traduzida, 
em linguagem cotidiana, como uma pessoa “bem 
relacionada”. 
 
 
 
5 
 
 
formação ocorreu em uma área do conhecimento valorizada socialmente, entre 
outras. 
No entanto, para Bourdieu, é decisiva a ideia de que os valores e as práticas 
que alicerçam tais estruturas são internalizadas pelos sujeitos vinculados pelo meio 
de sua socialização. Passamos aqui do plano estrutural (das instituições) para o 
plano subjetivo (práticas e valores dos indivíduos). 
Por outro lado, embora nas práticas sociais sempre existam uma relação 
entre as dimensões materiais e simbólicas da vida, uma não espelha 
necessariamente a outra. Por exemplo: pode-se ter um grande capital simbólico, 
mas não se dispor de grande capital econômico e vice-versa. Porém, em geral, há 
algum grau de correspondência entre esses dois tipos de capital. 
Assim, um conceito fundamental da teoria sociológica de Pierre Bourdieu é o 
de habitus, termo que designa os padrões comportamentais e de sensibilidade que 
orientam as ações dos indivíduos a partir da introjeção dos valores e das práticas 
sociais. 
O cruzamento dos planos materiais e simbólicos da vida tem efeitos objetivos 
na configuração desses padrões. Ou seja, nas situações sociais em que são 
colocadas, as pessoas agem segundo formas determinadas menos por uma 
disposição pessoal (isto é, pela sua personalidade) do que pela introjeção de certos 
valores e padrões correspondentes ao lugar social que ocupam nesses contextos – 
ou seja, pelo seu habitus. 
Exercícios1. (UNIOESTE / 2013). Pierre Bourdieu trata da cultura no sentido antropológico, 
recorrendo a outro conceito, o “habitus”. Em sua obra “O Sentido Prático” ele 
explica mais detalhadamente sua concepção do “habitus”. “Os habitus são sistemas 
de disposições duráveis e transponíveis, estruturas estruturadas predispostas a 
funcionar como estruturas estruturantes, isto é, a funcionar como princípios 
geradores e organizadores de práticas e de representações que podem ser 
objetivamente adaptadas a seu objetivo sem supor que se tenham em mira 
conscientemente estes fins e o controle das operações necessárias para obtê-los.” 
BOURDIEU, 1980, p.88. 
 
Sobre o conceito de habitus é INCORRETO afirmar que: 
 
 
 
6 
 
 
a) O habitus não é interiorizado pelos indivíduos, implica em consciência dos 
indivíduos para ser eficaz. 
b) O habitus funciona como a materialização da memória coletiva que reproduz 
para os sucessores as aquisições dos precursores. 
c) O habitus é o que caracteriza uma classe ou um grupo social em relação aos 
outros que não compartilham das mesmas condições sociais. 
d) O habitus explica porque os membros de uma mesma classe agem 
frequentemente de maneira semelhante sem ter necessidade de entrar em 
acordo para isso. 
e) O habitus é o que permite aos indivíduos se orientarem em seu espaço social 
e adotarem práticas que estão de acordo com sua vinculação social. Ele torna 
possível para o indivíduo a elaboração de estratégias antecipadoras que são 
guiadas por esquemas inconscientes, esquemas de percepção, de 
pensamento e de ação. 
 
2. (UEL – 2010). Observe a tabela a seguir elaborada por Pierre Bourdieu: 
 
 
 
 
 
7 
 
 
Com base na tabela, é correto afirmar: 
a) A pesquisa sobre as classes sociais indica as similitudes e simetrias dos gostos 
e práticas sociais das classes baixas, médias e superiores. 
b) A pesquisa sobre as classes baixas, médias e altas revela o quanto a dimensão 
cultural dificilmente coincide com a dimensão econômica das diferenças. 
c) A pesquisa sobre a dimensão cultural das classes sociais demonstra que há 
diferenças nos seus estilos de vida e de consumo. 
d) A pesquisa sobre as classes sociais e suas hierarquias desautorizam as 
afirmações sobre possíveis assimetrias nas escolhas de consumo. 
e) A pesquisa sobre o consumo e as práticas sociais das três classes denuncia a 
apropriação da cultura popular pelas classes superiores. 
 
3. (SANEPAR - 2006). O sociólogo francês Pierre Bourdieu é um dos principais 
teóricos da sociologia contemporânea. Sua abordagem sociológica, 
autodenominada estruturalismo-construtivista, propõe-se a superar a divisão 
existente na Sociologia entre as abordagens teóricas objetivistas e subjetivistas. 
Dentro da construção conceitual desse autor, destacam-se duas noções utilizadas 
para a compreensão/explicação das práticas sociais: as noções mutuamente 
relacionadas de habitus e de campo. O conceito de campo, segundo Bourdieu, 
expressa um espaço “no interior do qual há uma luta pela imposição de uma 
definição do jogo e dos trunfos necessários para dominar este jogo” (BOURDIEU, P. 
Coisas Ditas). É um lugar em que se manifestam relações de poder, de estratégia e de 
interesse. Em número indeterminado e estruturado em dois polos, dos dominantes e 
dos dominados, existirão tantos campos quantos interesses forem postos em 
confronto. Na união entre um campo e um habitus se manifestam as condições não 
intencionadas que estruturam as ações coletivas e individuais. 
 
Levando em consideração o exposto acima, assinale a alternativa que expressa o 
conceito de habitus, segundo Pierre Bourdieu. 
a) Sistema formado por quatro funções elementares: adaptação, perseguição 
de objetivos, integração e latência. 
b) Sistemas de disposições duráveis, estruturas estruturadas predispostas a agir 
como estruturas estruturantes. 
c) Estruturas formadas por elementos universais e invariantes da sociedade 
humana presentes na própria mente humana. 
 
 
8 
 
 
d) Estruturas subconscientes da personalidade que predispõem os indivíduos a 
comportamentos sociais determinados. 
e) Estruturas econômicas da sociedade que diferenciam os indivíduos em 
classes sociais com interesses antagônicos. 
Gabarito 
1. Resposta correta: A. 
Vimos que o aspecto principal da noção de habitus é, precisamente, a de explicar 
a passagem das reproduções sociais no plano da estrutura para o plano da 
subjetividade dos sujeitos. 
 
2. Resposta correta: C. 
Conforme a tabela, percebe-se a consistência entre as formas de consumir, e os 
valores implicados nelas, das classes dominantes e das classes dominadas. 
 
3. Resposta correta: B. 
O habitus é uma estrutura estruturada – isto é, representa a interiorização de 
certos valores e certas práticas transmitidos pelas instituições sociais – que age 
como uma estrutura estruturante – isto é, tende a conformar práticas e valores 
que agem no sentido de reproduzir as desigualdades sociais (simbólicas e a 
materiais). 
Resumo 
Pierre Bourdieu foi um dos mais importantes sociólogos do século XX. Sua 
teoria das trocas simbólicas enfatiza a importância da dimensão cultural e simbólica 
para a reprodução das desigualdades sociais, em geral tidas como legítimas. 
Bourdieu queria compreender como esse processo ocorre. 
Por isso, Bourdieu se empenhou em compreender o que eram os bens 
simbólicos e como estes eram trocados nas sociedades contemporâneas. 
Como vimos, bens simbólicos são os saberes e as práticas legitimados por 
uma dada estrutura de poder vista como legítima por aqueles que estão sob 
influência. 
 
 
9 
 
 
O conjunto de bens simbólicos de um sujeito conformam o seu capital 
simbólico, em geral determinado pelo lugar social (classe) ocupado pelo indivíduo. 
A noção de habitus é decisiva por designar o processo pelo qual as estruturas 
e valores das instituições sociais são incorporadas pelos indivíduos, os quais tem os 
seus padrões de comportamento e sociabilidade orientados. 
 
 
 
10 
 
 
Referências bibliográficas 
BOURDIEU, Pierre. A Economia das Trocas Simbólicas. São Paulo: Perspectiva, 2007. 
MICELI, Sérgio. A Força do Sentido. In: BOURDIEU, Pierre. A Economia das Trocas Simbólicas. São Paulo: 
Perspectiva, 2007. 
ORTIZ, Renato. A procura de uma sociologia da prática. In: ORTIZ, Renato (org). Pierre Bourdieu (Sociologia). São 
Paulo: Ática, 1983. 
 
Referências imagéticas 
Figura 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO. Disponível em: https://www.ufpe.br/agencia/noticias/-
/asset_publisher/VQX2pzmP0mP4/content/sociologo-frances-pierre-bourdieu-sera-tema-de-seminario-na-ufpe-
amanha-17-e-quarta-feira-18-/40615 (data de acesso: 18/01/2019, às 14h40min).

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