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Todo trabalho, em cada uma das etapas, será submetido às ferramentas de varredura para a detecção de plágio. Assim caso seja detectado percentual acima do tolerado, seu trabalho será invalidado em qualquer uma das atividades. Antes de começar o trabalho, leia o Manual do Aluno e Manual do Plágio para compreender todos itens obrigatórios e os critérios utilizados na correção. CARENN FERREIRA DE SOUSA MEIOS LEGAIS PARA PORTE DE ARMA Anápolis 2019 Cidade Ano MEIOS LEGAIS PARA PORTE DE ARMAS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Anhanguera, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Direito. Orientador: Rafaela Carvalho CARENN FERREIRA DE SOUSA CARENN FERREIRA DE SOUSA MEIOS LEGAIS PARA PORTE DE ARMAS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Anhanguera, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Direito. BANCA EXAMINADORA Prof(a). Titulação Nome do Professor(a) Prof(a). Titulação Nome do Professor(a) Prof(a). Titulação Nome do Professor(a) Anápolis, de Junho de 2019 Dedico este trabalho integralmente a Deus pela oportunidade da qual Ele me concedeu de cursar um curso de graduação, aos meus maiores incentivadores que me dera à base para alcançar este objetivo, meus pais. AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por existir, por estar firme durante toda minha trajetória, por não desistir diante das adversidades que me foram postas, por sempre ter forças para lutar e pessoas maravilhosas para estarem comigo e batalhar as minhas guerras. A Ele devo toda minha gratidão, minhas orações e devoção, pois sem Ele eu nada seria. Devo também minha gratidão a minha mãe Joana Batista de Oliveira que me ensinou a batalhar e buscar minhas conquistas, que lutou minhas lutas, acordou de madrugada comigo para chegarmos cedo à faculdade para conseguir aprovação no Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES), que me ouvia estudar e aprendia junto, que sempre esteve ali mesmo que discreta e involuntariamente me dando uma força; ao meu pai Carlos Ferreira de Sousa, que foi de suma importância para este projeto de trabalho de conclusão de curso, me dando clareza a respeito do assunto tratado, me ajudando nas pesquisas, estudando comigo o que tínhamos duvidas para que eu redigisse com clareza e simplicidade este projeto tão importante. O meu carinho todo especial devo as minhas queridas companheiras de batalha, os presentes que a faculdade me ofertou e eu recebi com todo carinho, minhas amigas, que sofreram comigo pelas mesmas dores, batalharam duro para conseguir o delas, me apoiaram, esclareceram duvidas, e sempre me impulsionaram para não desistir no meio do trajeto, em especial a minha amiga Larissa Ingrid Barbosa, que me ajudou bastante em várias fases de minha vida, me mostrando que o afeto que tenho por ela é recíproco. Esses anos me mostraram que devemos perseverar sempre, acreditar e aprender a parar e ouvir conselhos de pessoas experientes e é por esses conselhos e ensinamentos que agradeço com imensidão aos professores que depositaram sementes do conhecimento em minha vida desde o maternal até a graduação, uma profissão admirável que constrói grandes profissionais de todas as áreas e forma cidadãos de bem. Um sonho sonhado sozinho é apenas um sonho, porém se este for sonhado em conjunto se torna realidade e é esse sentimento que tenho de um sonho realizado em conjunto. “A única arma para melhorar o planeta é a Educação com ética. Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor da pele, por sua origem, ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar.” Nelson Mandela SOUSA, Carenn Ferreira. Meios legais para porte de armas. 2019. 37. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Direito) – Faculdade Anhanguera de Anápolis, Anápolis, 2019. RESUMO Serão apresentados de forma geral conceitos, com o objetivo de esclarecer a cerca dos meios que o ordenamento jurídico brasileiro traz para obtenção de porte de arma de fogo, será apresentado a história e o que levou a sociedade a um pensamento negativo a cerca do tema ao longo dos anos e governos, o significado de arma de fogo, discorrer a cerca de calibres, os meios legais para se conseguir o certificado de registro e a diferença entre posse e porte de armas. Atualmente no Brasil o porte de armas é permitido para as seguintes classes: caçadores, atiradores, colecionadores, advogados, Oficiais de Justiça, jornalistas que atuem na cobertura policial, agentes de trânsito, políticos (durante o mandato), moradores de áreas rurais, motoristas de empresas e autônomos (transporte de cargas), conselheiro tutelar, funcionários de empresas privadas de segurança e de transportes de valores, dono de escola de tiroe de estabelecimento que venda armas e munições, agentes públicos da Agência Brasileira de Inteligência, da administração penitenciária e de medidas socioeducativas. O cidadão de bem brasileiro, que se enquadre nos requisitos exigidos em lei tem o direito de se defender, defender seus pertences, familiares e estabelecimento, bem como praticar caça esportiva ou de subsistência, participar de campeonatos de tiros desportivo e agregar ao seu acervo armas de fogo assim como os cidadãos de outros países principalmente os desenvolvidos. Palavras-chave: Armas de fogo; Porte; Certificado de registro; Calibres; Desarmamento. SOUSA, Carenn Ferreira. Legal means for carrying arms . 2019. 37. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Direito) – Faculdade Anhanguera de Anápolis, Anápolis, 2019. ABSTRACT Concepts will be presented in general, with the purpose of clarifying the about the means that the Brazilian legal system brings to obtain possession of firearms, will be presented the history and what led the society to a negative thought about the subject to the over the years and governments, the significance of firearms, to scrutinize about calibers, legal means to obtain the certificate of registration and the difference between possession and possession of weapons. Currently in Brazil the possession of weapons is allowed for the following classes: hunters, snipers, collectors, lawyers, Justice Officers, journalists who work in police coverage, transit agents, politicians (during the term of office), rural dwellers, of companies and freelancers (cargo transport), guardianship counselor, employees of private security and securities transport companies, owner of shooting school and establishment that sells weapons and ammunition, public agents of the Brazilian Intelligence Agency, prison administration and socio-educational measures. The Brazilian citizen, who meets the requirements of law, has the right to defend himself, defend his belongings, family and establishment, as well as practice sports or subsistence hunting, participatein sports shots championships and add weapons to his collection as well as citizens of other countries, especially the developed ones. Key-words: Firearms; Carrying; Registration certificate; Calibers; Disarmament. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Os calibres liberados pelo decreto presidencial ..................................... 23 Figura 2 – Armas e suas liberações ........................................................................ 24 Figura 3 – Calibres permitidos após decreto presidencial ....................................... 25 Figura 4 – Dicionário do decreto .............................................................................. 25 Figura 5 – Alma raiada ............................................................................................ 26 Figura 6 – Alma lisa ................................................................................................. 27 Figura 7 – Porte e tiro esportivo .............................................................................. 31 Figura 8 – Diferença da aquisição pela PF ou EB ................................................... 33 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CACs Caçadores, Atiradores e Colecionadores CR Certificado de Registro PCE Produto Controlador pelo Exercito R-105 Regulamento pra Fiscalização de Produtos Controlados SIGMA Sistema de Gerenciamento Militar de Armas SINARM Sistema Nacional de Armas SFPC Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados 13 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 14 2. O DESARMAMENTO NA HISTÓRIA ................................................................ 16 3. O QUE É ARMA DE FOGO E OS MEIOS LEGAIS PARA OBTENÇÃO DE CERTIFICADO DE REGISTRO. ............................................................................... 21 4. PORTE DE ARMAS PARA CAÇADORES, ATIRADORES E COLECIONADORES. ............................................................................................... 30 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 35 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 36 14 1. INTRODUÇÃO O referido trabalho tem por finalidade abordar assuntos referentes aos meios de porte e posse legal de arma no país atualmente, assim como contar sobre a história do desarmamento, as reais intenções dos antigos governos no Brasil para o não armamento dos cidadãos, e assim estar levar conhecimento para sociedade nos dias atuais onde muito se fala em legalização de armas de fogo e pouco se entende e conhece sobre o assunto. Um contexto bem explicativo, trazendo os conceitos e saberes importantes a respeito do tema, exemplos para fácil entendimento, fazer um levantamento sobre os assuntos abordados baseando em leis e decretos, pensando sempre em simplificar e deixar bem esclarecido para que qualquer leigo no assunto possa se interessar e sanar suas duvidas a respeito de cada tópico tratado. Historiar esse tema é dê suma importância para que se consiga entender o tabu acerca da legalização e porque o governo sempre adotou o “Não” privando parcialmente cidadãos legalmente capacitados de adquirirem armas de fogo, desde a colonização até os dias atuais sempre houve outras intenções além da famosa proteção que os governantes pregam para conseguir um apoio da população que acredita fielmente em seus dizeres paternais. Entender, observar o famoso dois lados da moeda e aprender tecnicamente, facilita a formar uma opinião certa e concreta a respeito do assunto, analisando em linha histórica de como foram os moldes da geração que trouxe a sociedade à realidade atual; esse é o objeto de ação, criar formadores de opinião que entendam sobre o assunto, que sabe de forma clara e objetiva organizar suas idéias, opinar sobre e repassar a informação correta não sendo preciso forçar sua opinião aos demais. Uma população bem informada é um povo que sabe do que precisam e procuram os meios certos para tal. O trabalho proposto caracteriza-se numa revisão bibliográfica, desenvolvida com base em material já elaborado, embasando-se em obras de autores renomados. Será descrito de forma qualitativa e descritiva, buscando responder ao decorrer do trabalho o problema de pesquisa a ser evidenciado. 15 A pesquisa a ser realizada no presente trabalho pode ser classificada como revisão de literatura inerente à temática proposta para o estudo, sendo uma pesquisa bibliográfica que utiliza o método de pesquisa descritiva e qualitativa. As fontes de pesquisa que serão utilizadas para estruturar jurídica e cientificamente à tese foram publicadas dentro do período dos últimos dez anos. Os locais de busca para a pesquisa que integrarão esta monografia serão livros, sites de banco de dados e trabalhos publicados anteriormente acerca do assunto. Para encontrar dados e informações para a pesquisa serão estabelecidas como palavras chave os seguintes termos: Armas de fogo, Certificado de Registro, Como a sociedade brasileira atual vê a lei que rege sobre armas de fogo, Uso de calibre restrito e o que são. Abordando opiniões de autores com obras na área tais como: Flávio Quintela, Bene Barbosa, Paulo Alves Franco, dentre outros, com intuito de entender e analisar opiniões para maior precisão sobre o tema. 16 2. O DESARMAMENTO NA HISTÓRIA A política do desarmamento já era adotada desde o período em que nosso país era colônia de Portugal, nessa época qualquer pessoa que ousasse a fabricar armas de fogo ou afins poderia ser condenada a pena de morte de acordo com as Ordenações de Filipinas, assim o governo português dificultava a formação de milícias que pudessem ameaçar o seu governo. Perdurando ate o surgimento dos movimentos pro independência em colônias americanas; quando o Regente Feijó assumiu o império em 1835 no lugar de Dom Pedro II que ainda era só uma criança, este tentou monopolizar o uso de força letal para acabar de vez com as milícias, enquanto isso nos Estados Unidos o direito de autodefesa já era constitucional e a criação de milícias para proteger o país de estrangeiros inimigos era legal. No período regencial (1831 até 1840) ocorreram diversas revoltas populares ocasionadas pelo abuso do poder imperial, que desfavorecia totalmente as classes baixas e visava todos os benefícios para as classes altas e influentes do império. As revoltas mais conhecidas foram a do Malês comandada por escravos mulçumanos de Salvador; Cabanagem ocorrida na província Grão Pará hoje estado do Pará feita por cidadãos pobres intitulados cabanos que reivindicavam por melhores condições de vida; e a da Farroupilha no Rio Grande de Sul conhecida como a revolta brasileira mais extensa, liderada por fazendeiros. Assim após anos já com o país comandado por Getulio Vargas o governo fazia sua primeira campanha oficial a favor do desarmamento com a premissa usada até os dias atuais que sem armas a violência diminuiria gradativamente e as pessoas viveriam seguras, dizendo ainda que com isso os dois maiores movimentos nordestinos se dissolveriam. O coronelismo que era o movimento de fazendeiros importantes da região que receberam tal patente no período da Regência tinha tudo que queriam na base do poder e intimidação enfrentavam quem fosse para alcançar os seus objetivos, eram bem imponentes na região do nordeste. Em 1904 ocorreu a mais séria das lutas entre dois coronéis da cidadedo Crato, José Belém de Figueiredo que fora chefe político e antes comerciante da região, abandonou o comércio e muito visionário investiu em agricultura e pecuária, 17 tinha grande influência política no Estado contribuindo para as eleições a presidente e parlamentares. Ele era sempre acompanhado de capangas pagos com o dinheiro do município o chamado guarda local, além claro de seus próprios capangas que andavam sempre armados e prontos para quem ousasse tentar algo contra a vida de seu chefe. Antônio Luiz Alves Pequeno era o adversário do imponente coronel Belém, ele era um grande comerciante da região que mantinham rixa há anos e iam se resolver em uma luta travada com armas, ambos acompanhados de seus capangas e cangaceiros, uma frota que fora aumentada justamente para aquele embate, treinados na região do Pernambuco chegando a mais de 100 homens em combate de cada lado. Esse caso demonstra como o poder dos coronéis era ilimitado, eles juntavam forças com coronéis de outros estados e com cangaceiros que lhe prestavam serviço, até mesmo os chefes católicos cearenses entravam em combate para demonstrar apoio ao seu coronel e chefiar seus jagunços. O governo enquanto isso fingia que não nada ocorrerá e esperava para ver quem seria o vencedor. “Nesta luta armada do Crato, que durou três dias, com a capitulação final do latifundiário e a vitória do comerciante, o Governo de Fortaleza comunica por telegrama ao chefe vitorioso, coronel Antônio Luiz Alves Pequeno, que mandaria um contingente da policia militar ao Crato. A resposta do coronel foi terminante; a tropa seria recebida a bala! E a tropa ficou retida no meio do caminho.” (FACÓ, Rui. Cangaceiros e Fanáticos, gêneses e lutas, Editora Civilização brasileira, 1963) Já o cangaço famoso movimento formado por bandidos que eram comandados pelo rei do cangaço, maior líder de todos os tempos o famoso Lampião (Virgulino Ferreira da Silva, apelido dado por sua arte de atirar diversas vezes seguidas iluminando a penumbra da noite) e sua amada Maria Bonita. Os cangaceiros possuíam grandes variedades em pistolas semi-automáticas, rifles, revólveres e espingardas, muitas roubadas de policiais e unidades da policia militar local ou de confrontos com outros movimentos, andavam sempre em bando nos municípios nordestinos, atuavam em pelo menos sete estados diferentes, roubavam gado, saqueando as cidades, alem de praticarem tortura, assassinatos e estupro por onde passavam. Esses dois movimentos, de coronéis e cangaceiros muitas vezes atuavam juntos para se favorecerem seja com os coronéis fornecendo poder bélico aos 18 cangaceiros ou os cangaceiros prestando serviços de proteção, combates e até assassinatos, e claro sempre enfrentando aqueles que ousassem enfrentá-los principalmente o governo brasileiro. ”Mas, seriam simples criminosos esses milhares, dezenas de milhares de pobres do campo que se rebelavam nos sertões, durante um tão largo período de nossa história? Seriam apenas os "retardatários" da civilização, como os qualificava Euclides da Cunha? Evidentemente, não. Constituiriam se assim fosse, uma percentagem de criminosos de todo anormal, desconhecida em qualquer país, em qualquer época histórica.” (FACÓ, Rui. Cangaceiros e Fanáticos, gêneses e lutas, Rio de Janeiro, Editora UFRJ, 1963) Também ainda em seu mandato foi aprovado o Decreto Lei 24.602 de 1934 que dispunha sobre instalações e fiscalização de fábricas e comércio de armas, munições, explosivos, produtos químicos agressivos e matérias correlatas e já em seu primeiro artigo trazia a seguinte redação “Art.1º- Fica proibida a instalação, no país, de fábricas civis destinada ao fabrico de armas e munições de guerra”. Getúlio para prosseguir em seu regime ditatorial sabia que tinha que destruir esses dois movimentos que tanto ameaçava seu governo, para isso capturar e matar os cangaceiros e desarmar os coronéis já que esses tinham poder bélico forte, assim ele associou os dois movimentos dizendo que o cangaço só resistia por “favores” que os coronéis prestavam a eles. “Em Umbuzeiro ele se encontrou com o Sr. José Batista, e notando nele semelhança com o então Major Juarez Távora, cercou-o de gentilezas. (...) Lampião estava muito grato a uma atitude tomada pelo Major Távora, que determinara o desarmamento geral dos sertanejos, vendo aí talvez uma solução para o fim do cangaço. Lampião agradeceu “a bondosa colaboração” que lhe foi prestada, porque poderia agir mais à vontade no sertão”. (MACHADO, Maria Christina Matta. As Táticas de guerra dos cangaceiros. São Paulo, Editora Brasiliense, 1978). Assim com o desarmamento dos sertanejos, Lampião estava livre para agir praticando seus crimes por toda a região nordestina sem ao menos se preocupar em ser surpreendido por algum civil armado, já que esse poder bélico não chegará a população de bem. O melhor comparativo preciso é visualizar os sertanejos desarmados como a população brasileira atual e os cangaceiros como os milhares de criminosos armados que transitam por ai sem nenhuma preocupação para agir, sabendo que a vitima não terá com o que reagir, pois os bandidos possuem armas que são restritas ao cidadão de bem e calibres mais potentes que a policia utiliza no gozo de seu trabalho para proteger-nos. 19 Há relatos de uma derrota que sofrera Lampião e seu bando na cidade de Mossoró em 1927; o prefeito sabendo que o cangaço estava por chegar e devastar a cidade armou aproximadamente 300 voluntários homens, refugiaram idosos, mulheres e crianças para que a cidade ficasse aparentemente vazia e tranqüila. Quando os saqueadores chegaram se depararam com homens armados em telhados, arvores, atrás das casas e comércios entre vários outros pontos estratégicos por toda a cidade e não deu outra eles foram obrigados a recuar e sair da cidade sem causar danos à população. A cidade se orgulha tanto do feito contra o movimento que fizeram um museu O Memorial da Resistência e retrata toda a história por trás do plano que combateu a invasão de lampião. Após enfraquecer os coronéis retirando-lhes o poder bélico era hora de caçar e matar os cangaceiros que ousasse não se entregar, pra isso a força nacional foi colocado em alerta para armar uma emboscada que conseguisse capturar o líder Lampião esperando assim acabar com o movimento de vez. No dia 27 de julho de 1938 o bando armou acampamento na fazenda Angicos em Sergipe, no dia seguinte logo pela manha depois uma longa noite chuvosa eles se levantaram para rezar o oficio, sim Lampião se intitulava católico e era grande devoto de Padre Cícero, os militares (volantes) chegaram silenciosamente no local que era tido pelos cangaceiros como um dos mais seguros munidos de metralhadoras e mataram 11 cangaceiros incluindo seus lideres Lampião e Maria bonita. Durante o regime militar o Presidente Castelo Branco sancionou o decreto lei nº 55.649 em 28 de Janeiro de 1965 deixando ainda mais rígido o famoso R105 (Regulamento para fiscalização de produtos controlados pelo Exercito Brasileiro). Já o Presidente Fernando Henrique Cardoso tinha aprovou o decreto lei nº 9.437 de 1997 que tinha por objetivo registrar todas as armas no país para a obtenção de controle sobre a fabricação, distribuição e comercialização. Em 2003 tendo como presidente Luis Inácio Lula da Silva criou-se a famoso estatuto do desarmamento Lei nº 10.826/03 sancionada em 22 de Dezembro, lei que colocou em ordem os parâmetros sobre o desarmamento no país deixando clara a intenção do governo desde o principio. “Logo depois, ao perceber que essa idéia-força não funcionava, pois, exceto em SãoPaulo, os índices continuaram a subir, tendo como caso mais extremo o da cidade do Rio de Janeiro, o Governo Federal mudou de tática: passou a afirmar que a lei não viera para desarmar os criminosos, trabalho 20 que competia à policia, mas para desarmar mesmo as pessoas de bem, a fim de evitar os tais crimes de relacionamento.” (Quintela/Barbosa, Mentiram para mim sobre o desarmamento. Vide editorial, Campinas-SP, 2015). Os governantes seguintes adotaram a política do desarmamento que Luis Inácio Lula da Silva, o presidente famoso por vir do nada e lutar contra a pobreza brasileira, deixando sempre com a mesma premissa e divulgação, dando falsas esperança a população e infiltrando a idéia de que desarmando civil a criminalidade seria reduzida drasticamente e que dificultaria a ação dos bandidos. Mesmo sabendo que a realidade não é essa armas não matam e sim as pessoas por trás delas, desequilibradas ou já com esse intuito, uma exemplificação clara é todos temos armas brancas em casa (facas), porém uma pequena parcela mínima se faz desta um objeto mortal. Os estudos focados em causas de mortes demonstram que a arma de fogo não é o maior motivo das mortes no país e que geralmente quando um tiro é fatal este vem de armas ilegais, sem registro e comandadas por traficantes com intenções erradas e não aptos para posse ou porte de arma. E com toda essa campanha nossas leis seguem restritas as posses, porte, compra e até o uso sendo muito questionada principalmente pelos atletas de tiro pelas dificuldades impostas, regras e parâmetros a serem seguidos e sim muitos documentos e guias a serem pagas periodicamente. Pesa-se as leis atuais que regem o assunto com a premissa relacionada à segurança pública, ordem, dificuldade para pessoas não legalizadas terem acesso a armas, diminuição do tráfico, de assaltos à mão armada e também dos assassinatos, mas o que acontece é a dificuldades para pessoas legalmente registradas poderem utilizar-se daquilo que possui, seja para atiradores profissionais, caça esportiva ou ate mesmo para própria proteção já que ate a para se comprar munições em nosso país tem limite máximo. Como já dito isso vem de anos e anos desde antes do regime militar, a premissa de que armas legalizadas é o problema da nação e não o problema para os comandantes desse país governarem já esta entrelaçada na população que acredita fielmente no que se é dito mesmo sem analisar, observar e entender a real intenção da União a cerca desse assunto, por isso tantas divergências de opinião e tantos debates acerca disso. 21 3. O QUE É ARMA DE FOGO E OS MEIOS LEGAIS PARA OBTENÇÃO DE CERTIFICADO DE REGISTRO. Segundo Willian Ferreira arma de fogo pode ser entendida como “a arma que funciona por meio intermédio da deflagração de carga explosiva, lançando ao ar um projétil”. Segundo Marcelo Rebelo, a definição de arma está prevista no decreto 3.665/00, que dispõe em seu art. 3º, IX: “arma: artefato que tem por objetivo causar dano, permanente ou não, a seres vivos e coisas”. Arma de fogo é um artefato (objeto) que tem a capacidade de lançar projeteis (balas) em alta velocidade por meio de uma ação pneumática que expande gases resultantes da queima de um propelente. Quando ela é acionada o projétil é lançado a uma alta velocidade podendo perfurar superfícies solidas. A pressão, velocidade e capacidade de perfurar dependem muito do calibre da arma (diâmetro do projétil, formato, emprego pelo qual ele é designado seja ele para perfuração de blindagem leves, defesa pessoal, uso militar), o cano da arma corresponde ao diâmetro do projétil. O alcance do projétil depende muito do seu diâmetro e ponta, projeteis como os do fuzil de assalto foram projetados para percorrer longas distancias e atravessar barreiras de metais sólidos, como por exemplo, blindagens de carros de combate e outros fins usados em combate. Disparada contra seres vivos a bala pode fazer estragos de diversas formas podendo levar a morte, tudo depende do local atingindo, função e calibre. Há balas com efeito rotatório, pontiaguda, canto vivo e semi vivo, ogival, ogival de ponta plana, cone truncado, ponta oca, carga explosivas, molda, química, biológica, dentre outras. Cada tipo com uma função especifica principalmente físico, já que o formato, efeito ao ser lançada e força contribui com a rapidez, alcance, força perfurante e estabilidade do ar; deixando assim uma arma mais ou menos ofensiva segundo termos técnicos. 22 O atual Presidente da Replica Jair Messias Bolsonaro um militar da reserva que defensor armentista, aprovou recentemente o decreto-lei nº 9.785/19 contextualizando as armas de fogo de uso permitido e restrito conforme segue imagens Figura 1. Os calibres liberados pelo decreto presidencial Fonte: www.instagram.com/p/BxPzaqgnP7Y/ 23 Figura 2. Armas e suas liberações 24 Fonte: http://www.refugo.hol.es/decreto-de-bolsonaro-que-regulamenta-uso-e- porte-de-armas-no-pais-libera-compra-de-fuzil-por-qualquer-cidadao.html Figura 3. Calibres permitidos após decreto presidencial Fonte: https://site1.host/trend-by-hashtag/ctt40 Figura 4. Dicionário do decreto 25 Fonte: https://odia.ig.com.br/brasil/2019/05/5645448-presidente-jair- bolsonaro-recua-e-altera-as-regras-para-porte-e-posse-de-armas.html#foto=1 As armas de fogo no ordenamento brasileiro são classificadas conforme a sua energia cinética que é a propulsão do projétil (seu movimento) ocasionada pelo fato da pólvora possuir alta energia potencial química e que com o sistema de disparo a mola é contraída ao puxar o gatilho gerando uma faísca que reagindo assim com o composto químico se da o disparo, e é medida no ordenamento por libras-pé ou joules. O ordenamento também classifica em alma lisa ou raiada que nada mais é que o cano da arma de fogo o que proporciona precisão ao disparo; são de alma raiada os rifles e revolveres, por exemplo, e de alma lisa as espingardas. Figura 5. Alma raiada Fonte www.defesa.org/canos-raiados-e-canos-de-alma-lisa/ 26 Figura 6. Alma lisa Fonte www.defesa.org/canos-raiados-e-canos-de-alma-lisa/ 3.1- Sobre o certificado de registro e meios para sua obtenção. O certificado de registro mais conhecido por CR conforme a portaria de nº 51 de 8 de Setembro de 2015 do Comando de Logística do Exército, em seu artigo 3º. “O certificado de Registro (CR) é o documento comprobatório do ato administrativo que efetiva o registro da pessoa física ou jurídica no Exército para autorização do exercício de atividades como PCE (produto controlador pelo Exército).” Sucintamente CR é o documento utilizado para comprovação de desempenho de atividade desportiva, caçador ou colecionador de armas de fogo, é regido pelo Sistema de Gerenciamento Militar de Armas – SIGMA, emitido pelo Exército através do Serviço de Fiscalização de produtos controlados – SFPC e é de competência da Região Militar onde a pessoa física ou jurídica tem domicilio. Esse documento permite que civis tenham posse de arma e não porte, isto é, a pessoa pode possuir arma, mas não pode transitar armado, ele pode manter a arma em casa ou local de trabalho caso este seja o responsável pelo estabelecimento. “Art. 10. O Certificado de Registro de Arma de Fogo, expedido pela Polícia Federal, precedido de cadastro no Sinarm, tem validade no território nacional e autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua residência ou nas dependências desta, ou, ainda, de seu localde trabalho, desde que seja ele o titular ou o 27 responsável legal pelo estabelecimento ou pela empresa.§ 1º Para fins do disposto no caput, considera-se:I - interior da residência ou dependências desta - toda a extensão da área particular do imóvel, edificada ou não, em que resida o titular do registro, inclusive quando se tratar de imóvel rural;II - interior do local de trabalho - toda a extensão da área particular do imóvel, edificada ou não, em que esteja instalada a pessoa jurídica, registrada como sua sede ou filial;III - titular do estabelecimento ou da empresa - aquele assim definido no contrato social; eIV - responsável legal pelo estabelecimento ou pela empresa - aquele designado em contrato individual de trabalho, com poderes de gerência.” Para entrada do pedido da CR alguns requisitos devem ser observados, como: É necessário ser maior de 25 anos; Certidões negativas de antecedentes criminais fornecida pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral; Declaração escrita informando que não responde inquérito e processo criminal; Ter ocupação licita; Ser domiciliado e comprovar; Ter capacidade técnica e possuir laudo de instrutor de armamento e tiro que seja credenciado pela Policia Federal; Aptidão psicológica também em laudo feito por profissional com credenciamento na PF. Segue o decreto lei 9.785 de 7 de Maio de 2019 em seu artigo 9º que trás o rol de documentos e declarações que devem ser apresentados para o devido requerimento do CR. “Art. 9º Para fins de aquisição de arma de fogo de uso permitido e de emissão do Certificado de Registro de Arma de Fogo, o interessado deverá:I - apresentar declaração de efetiva necessidade;II - ter, no mínimo, vinte e cinco anos de idade;III - apresentar original e cópia de documento de identificação pessoal;IV - comprovar a idoneidade moral e a inexistência de inquérito policial ou processo criminal, por meio de certidões de antecedentes criminais das Justiças Federal, Estadual, Militar e Eleitoral;V - apresentar documento comprobatório de ocupação lícita e de residência fixa;VI - comprovar, periodicamente, a capacidade técnica para o manuseio da arma de fogo;VII - comprovar a aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo, atestada em laudo conclusivo fornecido por psicólogo credenciado pela Polícia Federal; eVIII - apresentar declaração de que possui lugar seguro para armazenamento das armas de fogo das quais seja proprietário de modo a adotar as medidas necessárias para impedir que menor de dezoito anos de idade ou pessoa com deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade nos termos do disposto no art. 13 da Lei nº 10.826, de 2003.” 28 O decreto 9.785 vigente atualmente restringe o porte de arma de fogo salvo por pessoas e cargos descritos. “Art. 20. O porte de arma de fogo, expedido pela Polícia Federal, é pessoal, intransferível, terá validade no território nacional e garantirá o direito de portar consigo qualquer arma de fogo, acessório ou munição do acervo do interessado com registro válido no Sinarm ou no Sigma, conforme o caso, por meio da apresentação do documento de identificação do portador.§ 2º O porte de arma de fogo de uso permitido é deferido às pessoas que cumprirem os requisitos previstos no § 1º do art. 10 da Lei nº 10.826, de 2003.§ 3º Considera-se cumprido o requisito previsto no inciso I do § 1º do art. 10 da Lei nº 10.826, de 2003, quando o requerente for:I - instrutor de tiro ou armeiro credenciado pela Polícia Federal;II - colecionador ou caçador com Certificado de Registro de Arma de Fogo expedido pelo Comando do Exército;III - agente público, inclusive inativo:a) da área de segurança pública;b) da Agência Brasileira de Inteligência;c) da administração penitenciária;d) do sistema socioeducativo, desde que lotado nas unidades de internação de que trata o inciso VI do caput do art. 112 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente; ee) que exerça atividade com poder de polícia administrativa ou de correição em caráter permanente;f) dos órgãos policiais das assembléias legislativas dos Estados e da Câmara Legislativa do Distrito Federal;g) detentor de mandato eletivo nos Poderes Executivo e Legislativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, quando no exercício do mandato;h) que exerça a profissão de advogado; ei) que exerça a profissão de oficial de justiça; III - proprietário de estabelecimento que comercialize armas de fogo ou de escolas de tiro; ouIV - dirigente de clubes de tiro;V - residente em área rural;VI - profissional da imprensa que atue na cobertura policial;VII - conselheiro tutelar;VIII - agente de trânsito;IX - motoristas de empresas e transportadores autônomos de cargas; eXI - funcionários de empresas de segurança privada e de transporte de valores.” Esses são alguns casos em que o referente artigo permite o porte de arma de fogo, sendo apresentado aqui somente o de caráter pessoal, que precisa ter um motivo realmente necessário para se possuir o porte, sendo como exemplo o porte com finalidade desportiva que demande o uso de arma de fogo, sendo esses para calibres permitidos. 3.2- USO DE CALIBRE RESTRITO Armas de uso restrito não podem ser utilizadas por pessoas físicas, para proteção individual, trata-se de armas mais potentes, cujo calibre é mais alto e seu poder de impacto mais forte. O decreto 5.123/04 que regulamentava a lei 10.826/03 antes do decreto publicado no ano de 2019 trazia a seguinte redação a certa de uso restrito: “Art. 11. Arma de fogo de uso restrito é aquela de uso exclusivo das Forças Armadas, de instituições de segurança pública e de pessoas 29 físicas e jurídicas habilitadas, devidamente autorizadas pelo Comando do Exército, de acordo com legislação específica.” São de uso restrito todos os fuzis, submetralhadoras e metralhadoras 30. 40, e também todas as armas de maior potencial ofensivo automáticas, semiautomaticas ou de repetição não portáteis as que com a utilização de munição comum, atinjam, na saída do cano, energia cinética superior a mil e duzentas libras-pé e mil seiscentos e vinte joules; ou também as que são portáteis de alma raiada que com a utilização de munição comum atinjam na saída do cano energia cinética superior a mil e duzentas libras-pé e mil seiscentos e vinte joules. O coronel do Exército Carlos Vella diz "Para posse e porte de arma, é preciso equilíbrio emocional, fazer um bom curso de tiro, aprender corretamente. Até porque, em um tiroteio, você terá responsabilidades de não acertar uma pessoa inocente." Vale ressaltar que o decreto 3665 (R-105) em seu artigo 16 define as armas de uso restrito, tratando não somente das armas de fogo, mas também da munição e acessórios. 30 4. PORTE DE ARMAS PARA CAÇADORES, ATIRADORES E COLECIONADORES. O CR para essa modalidade é emitido pelo Exercito Brasileiro através do CACs (atiradores, colecionadores e caçadores), devem seguir as normas de controle do SINARM e do SIGMA. As normas que regem o CACs é o Regulamento pra Fiscalização de Produtos Controlados, popularmente chamado de R-105 (Decreto 3.665/00). Os documentos para CR de CACs são os mesmo para CR de cidadão que pretender ter para uso pessoal, este deve ser revalidado a cada 10 anos sendo necessária a apresentação de todos os documentos atualizados. No caso de caçador é necessário a filiação em clube de caça. O atirador desportivo é a pessoa física registrada pelo Exército e que pratica, habitualmente, o tiro como esporte. É importante ressaltar, que a habitualidade é cobrada pelo Exército Brasileiropara a manutenção do CR e demais atividades ligadas a ele, tais como aquisição de armas ou insumos. Figura 7. Porte e Tiro esportivo Fonte: https://odia.ig.com.br/brasil/2019/05/5645448-presidente-jair-bolsonaro- recua-e-altera-as-regras-para-porte-e-posse-de-armas.html#foto=1 Os atiradores desportivos são caracterizados por níveis que representem a sua situação de efetiva prática do esporte em período considerado. Os níveis de situação do atirador desportivo são: 31 NÍVEL I: a) atirador desportivo vinculado a uma entidade de prática do tiro; b) atirador desportivo que compete em provas de âmbito local (municipal) ou praticante de tiro como atividade de recreação. Pode possuir até quatro armas de fogo, sendo até duas de calibre restrito. NÍVEL II: a) atirador desportivo vinculado a uma entidade de prática do tiro; b) atirador desportivo que compete em provas de âmbito distrital (Distrito Federal), estadual e/ou regional. Pode possuir até oito armas de fogo, sendo até quatro de calibre restrito. NÍVEL III: a) atirador desportivo vinculado a uma entidade de prática do tiro; b) atirador desportivo que compete em provas de âmbito nacional e/ou internacional. Pode possuir até dezesseis armas de fogo, sendo até oito de calibre restrito. Observação: As armas de pressão não estão incluídas nas quantidades acima. Habitualidade e freqüência mínima exigida para manutenção do CR e nível de atirador desportivo, as participações mínimas exigidas por âmbito (local, estadual, regional, nacional e internacional), para caracterização do nível de situação do atirador, são: NÍVEL I: oito participações em prática de recreação, em treinamento ou competição no estande de tiro, em eventos distintos, no período de doze meses; NÍVEL II: oito participações em treinamento ou competição no estande de tiro, em eventos distintos, no período de doze meses. Das oito participações, duas devem ser competições, sendo pelo menos uma competição de âmbito estadual/regional; NÍVEL III: oito participações de treinamento ou competição no estande de tiro, em eventos distintos, no período de doze meses; das oito participações, quatro devem ser competições, sendo pelo menos duas competições de âmbito nacional e/ou internacional. Caçador, para efeito da norma, é a pessoa física, registrada pelo Exército, vinculado a uma Entidade ligada à caça ou ao tiro desportivo, cadastrado conforme as leis do IBAMA. 32 Cada caçador pode possuir até doze armas, sendo até oito de uso restrito, para uso exclusivo na atividade de caça. Para caçadores há diferentes tipos de liberação, para se defender, consumo próprio ou revenda em casos específicos. A licença pode ser para caça nacional, regional. No caso da licença nacional pode sem abatido animais sem que haja prejuízo dos que são protegidos por lei. O colecionador de armas é a pessoa jurídica ou física registrada no Exército com o propósito de adquirir, reunir e manter e conservar armas e munições, de valor histórico ou não, que apresente características que o tornem interessantes para o a preservação do patrimônio histórico. Neste caso as armas não podem ser utilizadas para a prática de tiro, pois são consideradas “patrimônio”. Com a publicação do decreto 9.785/19 a quantidade de munição para compra por ano passou de 500 para 1000 unidades no caso dos calibres restritos e calibres permitidos até 5000 unidades. Para os CACs as munições que ele pode ter devem ser correspondentes as armas que ele possui sendo um cartucho por peça do acervo que possui. As armas de calibre permitido podem ser compradas no comercio (deve se ter autorização da Policia Federal), mas as de calibre restrito somente diretamente com a indústria, se tiver autorização do Exército também pode importar sendo o limite de 4 por ano, podendo integrar em seu acervo armas de outros colecionadores e caçadores que também possuem CR. Figura 8. Diferença da aquisição pela PF ou EB Fonte: www.defesa.org/como-se-tornar-um-cac/ 33 4.1 A DIFERENÇA ENTRE POSSE E PORTE DE ARMA DE FOGO É importante um breve estudo a cerca da diferença entre posse e porte de arma, para não cair em equívoco a ler o texto da lei, súmulas entre outros textos que o ordenamento jurídico brasileiro traz a cerca do tema. A interpretação correta, observação e significado podem fazer toda a diferença, principalmente pelo fato que o preceito secundário da lei muda em relação ao crime. Convém citar o relato do Ministro Felix Fischer HC n º 92.136 RJ (2007), in verbis: I- “Não se pode confundir posse irregular de arma de fogo com o porte ilegal de arma de fogo. Com o advento do Estatuto do Desarmamento, tais condutas restaram bem delineadas. A posse consiste em manter no interior de residência (ou dependência desta) ou no local de trabalho a arma de fogo. O porte, por sua vez, pressupõe que a arma de fogo esteja fora da residência ou local de trabalho.” A posse pode ser entendida como o direito que todo cidadão tem preenchido os requisitos para aquisição e se enquadrar nos seguintes requisitos que para requerer a autorização: Ser o dono ou responsável pela residência, estabelecimento industrial ou comercial; Residir em área urbana de estados com índices anuais de dez homicídios a cada cem habitantes ou residir em área rural (nesse caso o proprietário pode circular com a arma por toda a extensão de sua propriedade); Militares inativos ou ativos; Os CACs devidamente registrados; Agentes públicos inativos ou ativos, dentre os quais se enquadram os agentes penitenciários, agentes de segurança, funcionários do sistema socioeducativo, funcionários da Agência Brasileira de Inteligência, funcionários da policia administrativa. Independentemente do caso em que a pessoa se enquadra esta deve possuir no local em que a arma estiver um local seguro ou cofre no caso onde tenham crianças, adolescentes ou pessoas com problemas mentais, deverá esta atestar a segurança do local escolhido para guardar sua arma de fogo. 34 Caso a pessoa que tenha a posse de arma necessite transitar com ela de um local certo para outro, no caso de mudança de domicílio, por exemplo, esta deve requerer autorização demonstrando a rota na qual ira percorrer ate o destino mencionado. O porte segundo á polícia federal “autoriza o cidadão a portar, transportar e trazer uma arma de fogo, de forma discreta, fora das dependências de sua residência ou local de trabalho.” No porte a pessoa pode transportar arma municiada desde que seja de forma discreta, imperceptível, este não pode estar portando-a em locais com grande concentração de pessoa. O novo decreto-lei aprovado pelo Presidente Bolsonaro traz uma lista de quem pode ter o porte de armas, sendo estes: Colecionador ou caçador com Certificado de Registro de Arma de Fogo expedido pelo Comando do Exército; Advogados; Oficiais de Justiça; Jornalistas que atuem na cobertura policial; Agentes de trânsito; Políticos (durante o mandato); Moradores de áreas rurais; Motoristas de empresas e autônomos (transporte de cargas); Conselheiro tutelar; Funcionários de empresas privadas de segurança e de transportes de valores; Dono de escola de tiro, de estabelecimento que venda armas e munições; Agentes públicos da Agência Brasileira de Inteligência, da administração penitenciária e de medidas socioeducativas. Deve ser observado que esses direitos podem ser perdidos nos casos de embriaguez, drogas ou uso de medicamentos que alterem as condições psíquicas, além de outras condiçõescomo o portador se envolver em crimes ou organizações criminosas, armas registradas em seu nome forem provas periciais de crimes, e se caso este quando for renovar a permissão não passe em alguns dos requisitos descritos em lei. 35 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A pesquisa descrita nesse trabalho inicia-se com a história do desarmamento no Brasil, seguindo uma base cronológica de acontecimentos políticos que levaram a ideologia de que armas é o perigo da sociedade brasileira, fundamentando-se a cerca de fatos históricos, demonstrando acontecimentos da época dignos de destaques para fundamentar a teoria. Discorre a cerca da arma de fogo, tratando sobre o significado e conceitos importantes para entender a letra da lei e sobre o certificado de registro o que é, requisitos para sua obtenção, e o que ele da direito, demonstrando e explicando a cerca do decreto 9.785/19. Em seguida, trata se dos CACs, seus direitos e deveres, como portar seu armamento, onde guardá-lo, quantidade permitida de munição e armas para cada categoria, a diferença entre porte e posse de armas, quem se enquadra em porte ou posse, sobre a perda desse direito por motivos de embriaguez, uso indevido ou envolvimento em crimes. Considera-se, contudo, que a lei é bem específica trazendo pontos importantes para obtenção, manutenção, fiscalização e utilização de armas de fogo, porém necessita de um prévio conhecimento técnico e linguístico para sua interpretação podendo um leigo sobre o assunto entender de forma errônea a letra da lei. Espera-se que o presente trabalho tenha alcançado o seu objetivo inicial, ou seja, simplificar a cerca dos meios para porte de arma de fogo ajudando leigos a entenderem sobre o que se trata a lei que rege o tema, colaborando assim pra uma sociedade instruída, desmistificada que saiba interpretar antes de acatar, e aprender melhor sobre o tema proposto para posteriormente opinar. 36 REFERÊNCIAS FACÓ, Rui. Cangaceiros e fanáticos: gêneses e lutas. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1963. FACÓ, Rui. Cangaceiros e fanáticos: gêneses e lutas. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1963. MACHADO, Maria Christina Matta. As Táticas de guerra dos cangaceiros. São Paulo: Editora Brasiliense, 1978. Ministro Felix Fischer HC n º 92.136 RJ (2007) NUCCI, Guilherme de Souza. Leis Penais de Processuais Penais Comentadas. Revista dos Tribunais: São Paulo, 2006. p. 251. apud FERREIRA, William Guedes. Desnecessidade de eficácia da arma de fogo para a tipificação de roubo majorado. Disponível em: http://jus.com.br/artigos/21855/desnecessidade-de-eficacia-da-arma-de-fogo-para-a- tipificacao-do-roubo-majorado/2. QUINTELA, Flávio; BARBOSA, Bene. Mentiram para mim sobre o desarmamento. Campinas/SP: Vide Editorial, 2015. REBELO, Marcelo Machado. O estatuto do desarmamento e crimes de posse e porte de arma de fogo. Disponível em: http://www.acadepol.sc.gov.br/index.php/download/doc_view/19-o-estatuto-do- desarmamento-e-crimes-de-posse-e-porte-de-arma-de-fogo. A liberdade provisória e o artigo 21 da lei /2003. Docplayer. Disponível em: http://docplayer.com.br/16006759-A-liberdade-provisoria-e-o-artigo-21-da-lei-10-826- 2003.html BRASIL. Decreto-Lei nº 9.785 de 7 de Maio de 2019.Planalto, Brasília. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/D9785.htm BRASIL. Decreto-Lei nº 3.665 de 20 de Novembro de 2000. Planalto, Brasília. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3665.htm BRASIL. Decreto-Lei nº 5.123 de 01 de Julho de 2004. Planalto, Brasília. .Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Decreto/D5123.htm 37 BRASIL. Lei nº 10.826 de 22 de Dezembro de 2003. Planalto, Brasília. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.826.htm Canos raiados e canos de alma lisa. Defesa. Disponível em: www.defesa.org/canos-raiados-e-canos-de-alma-lisa/ Como se tornar um CAC. Defesa. Disponível em: www.defesa.org/como-se-tornar-um-cac/ Decreto de Bolsonaro que regulamenta uso e porte de armas no país libera compra de fuzil por qualquer cidadão. Refugo. Disponível em: http://www.refugo.hol.es/decreto-de-bolsonaro-que-regulamenta-uso-e-porte-de- armas-no-pais-libera-compra-de-fuzil-por-qualquer-cidadao.html Decreto que facilitou porte permite compra de armas antes restritas a polícia e Exército; veja quais. G1. Disponível em: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2019/05/10/decreto-que-facilitou-porte- permite-compra-de-armas-antes-restritas-a-policia-e-exercito-veja-quais.ghtml Portal Chumbo Grosso. @chumbogrossoarmas. Disponível em: www.instagram.com/p/BxPzaqgnP7Y/ PORTARIA Nº 51 - COLOG,DE 08 DE SETEMBRO 2015. Comando Logístico do Exercito Brasileiro. Disponível em: http://www.dfpc.eb.mil.br/phocadownload/Portarian51_COLOG_Editada_ate_port_93 _COLOG_29JUN18.pdf Presidente Jair Bolsonaro recua e altera as regras para porte e posse de armas. O dia. Disponível em: https://odia.ig.com.br/brasil/2019/05/5645448-presidente-jair-bolsonaro-recua-e- altera-as-regras-para-porte-e-posse-de-armas.html#foto=1 Uma critica à criação do estatuto do desarmamento. Diminuição da criminalidade ou aumento de políticas públicas: qual a melhor solução ?. Boletim Jurídico. Disponível em: www.boletimjuridico.com.br/doutrina/artigo/3064/uma-critica-criacao-estatuto- desarmamento-diminuicao-criminalidade-ou-aumento-politicas-publicas-qual-melhor- solucao 38
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