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Sistema Endócrino - Resumo

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Sistema Endócrino 
 O sistema endócrino é composto de todas as células e tecidos endócrinos. Os 
sistemas e órgãos endócrinos liberam seus produtos secretados nos líquidos intersticiais 
 Os hormônios podem ser divididos em quatro grupos, baseando-se na sua estrutura 
química: derivados de aminoácidos, hormônios peptídeos, esteroides e eicosanóides. 
 As atividades celulares e reações metabólicas são controladas por enzimas. Os 
hormônios exercem seus efeitos modificando as atividades das células-alvo (células sensíveis 
a um hormônio em particular). O controle por retroalimentação (feedback) negativa geralmente 
regula a atividade endócrina. Nesse controle, a célula endócrina libera seu hormônio em 
resposta às alterações na composição do líquido extracelular, a célula-alvo é estimulada e a 
célula-alvo restabelece a homeostase. 
 Esta resposta elimina a fonte de estimulação da célula endócrina. A atividade 
endócrina pode ser controlada por atividade nervosa, retroalimentação (feedback) positiva 
(raramente) ou mecanismos complexos de feedback negativo. 
 Regulação Endócrina pelo hipotálamo: O hipotálamo regula a atividade 
endócrina e a atividade nervosa. Controla a secreção da medula da supra-renal, um componente 
endócrino da parte simpática no SNA, produz dois hormônios próprios (ADH e ocitocina), que 
são liberados pela neuro-hipófise (lobo posterior), e controla a atividade da adeno-hipófise 
(lobo anterior) através da produção de hormônios reguladores (hormônios liberadores, ou 
HL/RH, e hormônios inibidores, ou HI/IH). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A Hipófise 
 A hipófise libera nove hormônios peptídeos importantes. Dois são sintetizados no 
hipotálamo e liberados pela neuro-hipófise, e sete são sintetizados na adeno-hipófise. 
 A neuro hipófise: A neuro-hipófise (lobo posterior) contém os axônios de alguns 
neurônios hipotalâmicos. Os neurônios no interior dos núcleos supra-óptico e paraventricular 
produzem hormônio antidiurético (ADH) e ocitocina, respectivamente. O ADH reduz a 
quantidade de água a ser eliminada pelos rins; é liberado em resposta a aumentos na 
concentração de eletrólitos no sangue ou a uma redução do volume sanguíneo. Na mulher, a 
ocitocina estimula as células musculares lisas no útero e células contráteis nas glândulas 
mamárias. É liberada em resposta ao estiramento dos músculos uterinos e/ou à sucção na papila 
mamária pelo bebê durante a amamentação. No homem, a ocitocina estimula a contração do 
músculo liso prostático. 
 A adeno-hipófise: A adeno-hipófise (lobo anterior) pode ser subdividida em uma 
parte distal, grande, uma parte intermédia, delgada, e uma parte tuberal. A adeno-hipófise é 
intensamente vascularizada. 
 No soalho do hipotálamo, na parte tuberal, os neurônios liberam fatores reguladores 
nos líquidos intersticiais circundantes. As células endócrinas na adeno-hipófise são controladas 
por fatores liberadores, fatores inibidores (hormônios) ou alguma combinação dos dois. Essas 
secreções entram na circulação através de vasos capilares fenestrados que contêm espaços 
abertos entre suas células epiteliais. 
 Vasos sanguíneos, denominados vasos portais, constituem um arranjo vascular 
atípico que conecta o hipotálamo e o lobo anterior da hipófise. Esse complexo é conhecido 
como sistema porta-hipofisial. Esse sistema garante que todo o sangue que entra nos vasos 
portais atinja as células-alvo antes de retornar à circulação geral. 
 
 
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Importantes hormônios liberados pela parte distal incluem 
 Hormônio estimulante da tireóide (TSH), que deflagra a liberação dos hormônios 
da glândula tireóide; 
 Hormônio adrenocorticotrópico (ACTH), que estimula a liberação de 
glicocorticóides pela glândula supra-renal; 
 Hormônio folículo-estimulante (FSH), que estimula a secreção de estrógeno 
(estradiol), o desenvolvimento do óvulo na mulher e o desenvolvimento do espermatozóide no 
homem; 
 Hormônio luteinizante (LH), que promove a ovulação e a produção de 
progestinas (progesterona) na mulher e andrógenos (testosterona) no homem (juntos, o FSH 
e o LH são denominados gonadotropinas); 
 Prolactina (PRL), que estimula o desenvolvimento das glândulas mamárias e a 
produção de leite; 
 Hormônio do crescimento (GH ou somatotropina), que estimula o crescimento 
e a divisão celular. O hormônio estimulante do melanócito (MSH), liberado pela parte 
intermédia, estimula os melanócitos a produzirem melanina. 
 
A glândula tireoide 
 A glândula tireoide situa-se inferiormente à cartilagem tireóidea da laringe. 
Consiste em dois lobos conectados por um istmo estreito. 
 Folículos e hormônios tireóideos: A glândula tireoide contém numerosos folículos 
tireóideos. As células dos folículos produzem tireoglobulina e a armazenam no interior do 
coloide (um líquido viscoso que contém proteínas em suspensão) na cavidade folicular. As 
células também transportam iodo dos líquidos extracelulares para a cavidade, onde estabelecem 
ligações com resíduos de tirosina das moléculas de tireoglobulina para formar os hormônios da 
tireoide. 
 Quando estimuladas, pelo TSH, as células foliculares reabsorvem a tireoglobulina, 
quebram a proteína e liberam os hormônios da tireoide, tireoxina (TX ou T4) e tri-iodotironina 
(T3), na circulação. 
 
 
 
 
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 Tireócitos C da tireoide: Os tireócitos C dos folículos tireóideos produzem 
calcitonina (CT), que ajuda a diminuir as concentrações de íons cálcio nos líquidos corporais 
pela inibição da atividade osteoclástica e pela estimulação da excreção de íons cálcio nos rins. 
As ações da calcitonina são opostas pelas ações do hormônio da paratireoide, produzido pelas 
glândulas paratireoides. 
 
Glândulas Paratireoides 
 Quatro glândulas paratireoides estão incrustradas na superfície posterior da 
glândula tireoide. As células paratireoides (principais) produzem hormônio paratireoide 
(PTH) em resposta a diminuições das concentrações de íons cálcio, abaixo do limite normal. 
Células oxifílicas da paratireóide não apresentam função conhecida. O PTH estimula a 
atividade osteoclástica, estimula a atividade osteoblástica em menor intensidade, reduz as 
perdas de cálcio na urina e promove a absorção de cálcio no intestino (pela estimulação da 
produção de calcitriol). 
 As glândulas paratireoides e os tireócitos C da glândula tireoide mantêm os níveis 
de cálcio dentro do intervalo de normalidade (relativamente estreito). 
 
O Timo 
 O timo, incrustrado em uma massa de tecido conectivo na cavidade torácica, produz 
vários hormônios que estimulam o desenvolvimento e a manutenção das defesas imunológicas 
normais. As timosinas produzidas pelo timo promovem o desenvolvimento e a manutenção de 
linfócitos. 
 
 
 
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As Glândulas suprarrenais 
 Uma única glândula suprarrenal situa-se sobre o pólo superior de cada rim. Cada 
glândula supra-renal é envolvida por uma cápsula fibrosa e é subdividida em um córtex 
superficial e uma medula profunda. 
 Cortex da glândula suprarrenal: O córtex da glândula suprarrenal sintetiza 
hormônios esteroides, denominados esteroides adrenocorticais (corticosteroides). O córtex 
pode ser subdividido em três áreas separadas: 
 A zona glomerulosa, a mais externa, libera mineralocorticoides (MC), 
principalmente aldosterona, que restringe as perdas de sódio e de água nos rins, nas glândulas 
sudoríferas, no trato digestório e nas glândulas salivares. A zona glomerulosa responde à 
presença do hormônio angiotensina II, que surge após a secreção da enzima renina pelas células 
renais expostas a um declínio do volume e/ ou da pressão sanguínea.A zona fasciculada, intermediária, produz glicocorticoides (GC), notadamente 
cortisol e corticosterona. Todos estes hormônios aceleram a velocidade da síntese de glicose 
e da formação de glicogênio, em especial nos hepatócitos. 
 A zona reticular, mais interna, 
produz pequenas quantidades de hormônios 
sexuais denominados andrógenos. O 
significado da quantidade de andrógenos 
produzidos pela suprarrenal permanece 
incerto. 
 Medula da Glândula 
suprarrenal: medula da glândula suprarrenal 
contém aglomerados de células de cromafina, 
que se assemelham a neurônios de gânglios 
simpáticos. Secretam adrenalina (epinefrina) 
(75-80%) ou noradrenalina (norepinefrina) 
(20-25%). Estas catecolaminas deflagram a utilização da energia celular e a mobilização de 
reservas energéticas. 
 
 
 
 
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Funções endócrinas dos rins e coração 
 Células endócrinas nos rins e no coração produzem hormônios importantes para a 
regulação da pressão e do volume sanguíneos e dos níveis sanguíneos de oxigênio, além da 
absorção dos íons cálcio e potássio. 
 O rim produz a enzima renina e o hormônio peptídeo eritropoietina quando a 
pressão e os níveis de oxigênio sanguíneos nos rins declinam; secreta também o hormônio 
esteroide calcitriol na presença do hormônio paratireóideo. A renina catalisa a conversão do 
angiotensinogênio circulante em angiotensina I. Nos capilares pulmonares, é convertido em 
angiotensina II, hormônio que estimula a produção de aldosterona no córtex da supra-renal. A 
eritropoetina (EPO) estimula a produção de glóbulos vermelhos pela medula óssea. O 
calcitriol estimula a absorção de cálcio e de fosfato no trato digestório. 
 Células musculares especializadas do coração produzem peptídeo natriurético atrial 
(ANP) e peptídeo natriurético encefálico (BNP) quando a pressão e o volume sanguíneos 
excedem os limites de normalidade. Estes hormônios estimulam a perda de água e de íons sódio 
nos rins, induzindo a diminuição do volume sanguíneo. 
 
O Pâncreas 
 O pâncreas é um órgão nodular que se situa entre o estômago e o intestino delgado 
(duodeno). Contém células endócrinas e exócrinas. A parte exócrina do pâncreas secreta um 
líquido rico em enzimas no interior da cavidade do duodeno. 
 Células da parte endócrina do pâncreas formam agregados denominados ilhotas 
pancreáticas (ilhotas de Langerhans). Cada ilhota contém quatro tipos de células. As células 
alfa produzem glucagon que eleva os níveis de glicose no sangue; as células beta secretam 
insulina para reduzir os níveis de glicose no sangue; as células delta secretam somatostatina 
(hormônio inibidor do hormônio do crescimento) que inibe a produção e secreção de 
glucagon e de insulina; as células F secretam polipeptídeo pancreático (PP) para inibir as 
contrações da vesícula biliar e para regular a produção de algumas enzimas pancreáticas. O PP 
também pode contribuir para o controle da velocidade de absorção de nutrientes pelo trato 
gastrintestinal 
 A insulina reduz os níveis sanguíneos de glicose aumentando a absorção e a 
utilização da glicose na maioria das células do corpo; o glucagon aumenta os níveis sanguíneos 
de glicose por meio do aumento da velocidade de quebra do glicogênio e da síntese de glicose 
 
 
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no fígado. A somatostatina reduz a velocidade de secreção hormonal das células beta e das 
células alfa e reduz a absorção do alimento e a secreção enzimática no trato digestório. 
 
Tecidos endócrinos do sistema genital 
 Testículos: As células intersticiais dos testículos produzem andrógenos. A 
testosterona é o principal andrógeno; promove a produção de espermatozóides, mantém as 
glândulas secretoras do sistema genital, interfere em características sexuais secundárias e 
estimula o desenvolvimento muscular. O hormônio inibina, produzido pelas células de 
sustentação (de Sertoli) nos testículos, interage com o FSH advindo da adeno-hipófise para 
manter a produção espermática em níveis normais. 
 Ovários: Oócitos desenvolvem-se em folículos no ovário; células foliculares ao 
redor dos oócitos produzem estrógenos, em especial o estradiol. Os estrógenos promovem o 
amadurecimento dos oócitos e estimulam o crescimento do revestimento uterino. Folículos 
ativos secretam inibina, que suprime a liberação de FSH por retroalimentação (feedback) 
negativa. Após a ovulação, as células foliculares remanescentes no interior do ovário 
reorganizam-se no interior do corpo lúteo, que produz uma composição mista de estrógenos e 
progestinas, especialmente a progesterona. A progesterona facilita a movimentação do ovo 
fertilizado ao longo da tuba uterina em direção ao útero e estimula a preparação do útero para 
a implantação. 
 
Os Hormônios e o envelhecimento 
 O sistema endócrino apresenta relativamente poucas modificações funcionais 
relacionadas ao envelhecimento. As modificações endócrinas mais drásticas estão relacionadas 
ao aumento dos níveis hormonais na puberdade e ao declínio dos hormônios sexuais na 
menopausa. 
 
Referências Bibliográficas: 
MARTINI, F.. H; TIMMONS, M. J; TALLISTSCH, R. B. Anatomia Humana. 6ª edição. Editora 
Artmed, 2009. 
TORTORA, Gerard. J.; DERRICKSON, Bryan. Princípios de Anatomia e fisiologia. 14ª edição. 
Editora Guanabara Koogan, 2016.

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