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PEDAGOGOS EM ESPAÇOS NÃO-ESCOLARES 
 
 
 
Patrícia da Silva Diniz 
Ticiana Bomfim Menezes Dias 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
 
Este artigo tem como objetivo analisar o papel do pedagogo em espaço não-escolar, 
sendo capacitado para desempenhar uma função de mediador e articulador da 
aprendizagem na organização. A metodologia adotada foi uma abordagem 
bibliográfica. Diante da realidade dos dias atuais onde o sistema é globalizado 
tornou-se cada vez mais competitivo o mercado de trabalho, com isso os pedagogos 
precisam estar sempre atualizados e com uma visão de inovação. Portanto, nos 
últimos anos, o aparecimento de espaços educacionais não formais abre para o 
Pedagogo novas oportunidades de atuação. As atividades educativas intencionais 
ultrapassam os domínios da escola aparecendo em outras instituições sociais, 
como: Ong‟s, Hospitais, Empresas e Meios de comunicação em massa. 
 
 
 
Palavras-chave: Atuação do Pedagogo. Formação. Pedagogia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
 
Ao longo da história a formação de profissionais da área de educação 
referente ao Pedagogo em nosso país foi sempre voltada a atender interesses 
ideológicos e sócios culturais daquela época. Em nenhum momento o caráter de 
identificação deste profissional foi relevante para os governos vigentes. 
 
Como uma relação de disputa em função de projetos com direções 
antagônicas. De um lado a posição de parte dos órgãos oficiais, 
separando o ensino da pedagogia e, de outro, a representação 
acadêmica, entendendo o ensino religioso integrado à pedagogia 
(SILVA, 2002, p. 148). 
 
A sua identidade como profissional tal como sua área de atuação não foi 
definida de acordo com sua formação curricular ao longo do processo de educação 
instituída no país desde os tempos do império com as escolas das primeiras letras. 
A concepção da educação tecnicista a partir da lei nº 252/69 e a atual diretriz 
pautada aos moldes neoliberais pertencente a uma política sócio cultural capitalista 
a partir da década de 90 contribui para que a descentralização do referido 
profissional seja evidente. 
O papel do pedagogo é de extrema importância em um espaço não-escolar, 
sendo capacitado para desempenhar uma função de mediador e articulador da 
aprendizagem em uma organização. 
Diante da realidade dos dias atuais, onde o sistema é globalizado, tornou-se 
cada vez mais competitivo o marcado de trabalho, com isso os colaboradores 
tendem a estar sempre atualizados e com uma visão de inovação. 
Em uma organização, há preocupação na preparação do colaborador para o 
mercado de trabalho, pois quanto mais uma sociedade se desenvolve, mais se 
diversificam as funções e ocupações, exigindo das pessoas versatilidade e 
adaptação ao novo por isso se faz necessário capacitar os colaboradores de acordo 
com as necessidades do seu meio. 
Existem também situações em que os colaboradores trabalham há anos juntos, 
às vezes, em setores separados e, às vezes, em um mesmo setor e não se 
conhecem. 
Os pedagogos precisam conhecer esta realidade, para fazer um trabalho 
interpessoal, em que a ênfase será dada no relacionamento entre as pessoas da 
organização. Esses relacionamentos podem ser para melhorar a relação dos 
mesmos ou até para simples conhecimento entre eles. “A verdadeira aprendizagem 
chega ao coração do que significa ser humano. Através da aprendizagem, nos 
recriamos. Através da aprendizagem criamos tornamo-nos capazes de fazer algo 
que nunca fomos capazes de fazer. Através da aprendizagem percebemos 
novamente o mundo e nossa relação com ele. Através da aprendizagem ampliamos 
nossa capacidade de criar, de fazer parte do processo gerativo da vida. Existe 
dentro de nós uma verdadeira sede para este tipo de aprendizagem” (SENGE, 2002, 
p.47). Nas empresas o aumento da produtividade está ligado à melhor instrução, 
atualização constante, a existência de um ambiente, onde os colaboradores sintam-
se felizes. 
A aprendizagem é algo fundamental na vida de cada um. O conhecimento do 
mundo e a criatividade e o autoconhecimento são frutos da aprendizagem. 
 
 
 
 
UMA RETROSPECTIVA HISTÓRICA SOBRE A IDENTIDADE DO 
PEDAGOGO E DA PEDAGOGIA 
 
 
 
 
A formação de professores foi criada inicialmente na Europa com a Revolução 
Francesa que alterou o quadro político e social daquela época que sendo 
influenciada pelos ideais do Iluminismo e a Independência Americana de 1976 
surgiu à necessidade de expandir os ideais de sua revolução que proclamava os 
princípios universais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade que caracterizou a 
necessidade de haver instituições que formassem estes professores para a 
propagação destes ideais. Porém antes de haver a criação destas instituições houve 
a preocupação de selecionar estas pessoas para ocupação do cargo docente. 
As mudanças relativas à educação foram efetivadas de acordo com as novas 
tendências ideológicas já que se fazia obrigatoriedade em instrução elementar, a 
liberdade de ensino em todos os níveis e a cooperação no poder central no âmbito 
da instrução primária e secundaria nas províncias. 
A concepção do curso de pedagogia vem enfrentando problema no decorrer 
dos tempos na resolução em definir um perfil profissional para o pedagogo onde 
houve uma suposta definição correspondente a atuação do Pedagogo que seria a 
formação de um intelectual para atender as atividades de formato cultural o que não 
seria função apenas deste referido profissional caberia também aos graduandos em 
Didática e Filosofia. 
A identidade do Pedagogo ainda está a ser definida, não há nada que 
identifique o Pedagogo, que venha a dar referência ao seu campo de atuação. O 
mesmo se refere ao decreto lei nº 1190/39 que diz que é necessário haver a 
formação de bacharel em Pedagogia para atender ao cargo, além da falta de 
diretrizes do próprio cargo, já que não havia funções definidas, de teórico de 
Educação do Ministério, já que o mesmo cargo pode ser assumido por outras 
competências. 
 
Essa inadequação é representada principalmente, pela tensão 
provocada, de um lado, pela expectativa do exercício de funções de 
natureza técnica a serem realizadas por esse bacharel e, de outro, 
pelo caráter exclusivamente generalista das disciplinas fixadas para 
sua formação (SILVA, 2003, p.15). 
 
 
Os problemas de identidade do pedagogo em sua atuação desde o início de 
sua criação vêm buscar resolução através de forma provisória como foi feito através 
do decreto do parecer nº 251/62 que fixa o currículo mínimo e a duração do curso de 
Pedagogia. 
A atuação do pedagogo e suas competências vem a tornar várias formas sem 
atingir uma identidade própria a partir do que o parecer 252/69 trás no seu teor 
quando diz que várias habilitações por ela previstas outros poderão ser criadas pelo 
Conselho Federal de educação, quer pelas instituições de ensino superior, que por 
uma combinação dos dois níveis. 
Através da lei 252/69 o curso de Pedagogia sofreu fragmentação ficando em 
duas bases uma tecnicista e outra generalista constituída de disciplinas básicas e a 
formação de qualquer profissional. A primeira era constituída por disciplinas de 
cunho profissional e técnico da área de educação. 
Essa fragmentação contribui, a grosso modo, para a descaracterização do 
profissional em Pedagogia já que a formulação da matriz curricular não dava suporte 
e conhecimento para atuar como especialista na educação segundo como suponha 
nossos legisladores se o referido profissional não teria os subsídios suficientes para 
a compreensão da nossa educação. 
O que fundamenta esta questão é a falta de contextualização das disciplinasde base em relação ao estudo da educação como também a forma tecnicista como 
vem sendo tratada às disciplinas de formação profissional como uma simples divisão 
de tarefas. 
O significado dessa estrutura é que as tarefas que cabia ao Pedagogo que 
seriam uma nova identidade educacional através de conhecimento de metodologias 
e novas didáticas de forma contextual voltada a nossa realidade passou a ser 
somente a trabalhar em manter o que já estaria estabelecido por meio dos moldes 
de outrora defasados o que culminava em uma educação ruim e de má qualidade 
para nossa educação. 
 
 
 
 
 
O PEDAGOGO EM ESPAÇOS NÃO-ESCOLARES 
 
 
 
A partir dos anos 90, as organizações começaram perceber que o índice de 
produtividade unido a um projeto de capacitação estratégica através de sua gestão 
de pessoas é possível haver resultados satisfatórios nas produções, investindo no 
treinamento e desenvolvimento. As organizações começam a ter uma demanda 
grande de conhecimento alcançando seus colaboradores, assim exigindo mais 
eficiência, praticidade e qualidade, mas para que essas potencialidades tornem-se 
evidentes tem haver um projeto de capacitação estratégica formulado por uma 
pedagogo. A atuação do pedagogo neste sentido levará subsídios metodológicos 
onde ainda é pouco desenvolvido, levando ainda com transmissão de valores, 
missões e culturas da organização. 
 
Considerando-se, ainda, os vínculos entre educação e economia, as 
mudanças recentes no capitalismo internacional colocam novas 
questões para a Pedagogia. O mundo assiste hoje a intensas 
transformações tecnológicas em vários campos como a informática, 
a microeletrônica, a bioenergética. Essas transformações 
tecnológicas e científicas levam à introdução, no processo produtivo, 
de novos sistemas de organização do trabalho, mudanças no perfil 
profissional e novas exigências de qualificação dos trabalhadores, 
que acabam afetando os sistemas de ensino (LIBÂNEO 2005, p.28): 
 
Assim, o pedagogo auxilia nas competências dos colaboradores formando 
alunos aprendizes, pesquisadores e cidadão ajudando a formação de opiniões e no 
seu desenvolvimento social. 
Na sociedade do conhecimento, da tecnologia, da aprendizagem a atuação 
do pedagogo nas organizações é fundamental para o crescimento da organização e 
dos colaboradores. 
É um momento delicado de trabalho que se está passando, onde em alguns 
casos o trabalhador é substituído por máquina tendo que encarar o mundo 
tecnológico e desenvolvido, buscando cada dia mais conhecimento. É imprescindível 
haver o convencimento dos representantes das instituições operárias de que é 
necessária a busca pelo aprendizado, pela educação continuada, que só trará 
benefícios e produtividade para as organizações. 
A ação educativa está presente em todos os setores de nossa sociedade, e 
desta forma se confirma o caráter de “formadora de força de trabalho”, previsto 
inclusive em nossa Constituição Federal: Art. 205 “A educação, direito de todos e 
dever do Estado e da Família, será promovida e incentivada com a colaboração da 
sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o 
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” 
Segundo o filósofo húngaro István Mészáros, o capital é “estrutura 
totalizadora de controle à qual tudo o mais, inclusive os seres humanos, deve se 
ajustar, e assim provar sua „viabilidade produtiva‟, ou perecer, caso não consiga se 
adaptar.” (2002, p.96). Portanto, graças a esta estrutura totalizadora, vemos o 
capitalismo afirmando sua supremacia perante a produção de conhecimentos, por 
exemplo e para a perfeita manutenção do capitalismo, há a estreita participação da 
educação “ajustando” os indivíduos para o trabalho. 
Neste contexto, o Pedagogo a princípio, aparece apenas como reforçador da 
hegemonia do capital, mas, graças a sua formação ampliada na área das ciências 
humanas, ele exerce uma grande força contrária a este caráter opressor capitalista. 
É o Pedagogo que, através de conceitos libertadores, pode estimular o trabalhador 
ou o aluno a realizar sempre uma reflexão crítica acerca da realidade. Paulo Freire 
(2002) em “Pedagogia do Oprimido” reforça uma educação problematizadora e 
reflexiva, indispensável para o desvelamento da realidade e é, a nosso ver, a 
educação que o Pedagogo deve contemplar com os princípios de educação popular; 
ter competência e habilidade para planejar, organizar, liderar, monitorar, 
empreender. 
Pimenta (2001) levanta discussões sobre os Cursos de Complementação 
Pedagógica, e aponta indicativos para a formação do pedagogo cientista 
educacionais, como sendo um profissional que atue como gestor/ pesquisador/ 
coordenador de diversos projetos educativos, dentro e fora da escola: pressupondo 
sua atuação em atividades de lazer comunitário; em espaços pedagógicos nos 
hospitais e presídios; na formação de pessoas dentro das empresas; que saiba 
organizar processos de formação de educadores de ONGs; que possa assessorar 
atividades pedagógicas nos diversos meios de comunicação como TV, rádio, 
Internet, quadrinhos, revistas, editoras, tornando mais pedagógicas as campanhas 
sociais educativas sobre violência, drogas, AIDS, dengue; que estejam habilitados à 
criação e elaboração de brinquedos, materiais de auto-estudo, programas de 
educação a distância; que organize, avalie e desenvolva pesquisas educacionais em 
diversos contextos sociais; que planeje projetos culturais e afins. 
Essas implicações levam a não contratação desses profissionais. Em suma, a 
maioria é predominante por profissionais que são formados em economia, 
administração, psicologia, serviço social, o pensamento é decorrente dos conceitos 
já estabelecidos. A resposta que podemos dar para que o Pedagogo atue em 
lugares, anteriormente predominado por outros profissionais é simples, devido sua 
formação acadêmica. 
Dessa maneira, verifica-se que é bem conexa a responsabilidade que a 
Universidade não apenas acompanhe a reboque as densas e rápidas modificações 
que estão ocorrendo, principalmente se antecipe, na formação de profissionais da 
educação com o perfi l e as qualificações exigidas pela sociedade do século XXI. 
É valido salientar que esta é uma obra desestabilizadora no que concernem, 
em particular, as intencionalidades dos currículos e os programas da Universidade. 
As mudanças das reformas dos anos 80 e 90 apresentam novos desafios para o 
curso de Pedagogia e percebe-se que estas alterações legais associadas às 
transformações e cobranças sociais fizeram com que, a atuação do Pedagogo, 
superasse as fronteiras das escolas e cargos executivos (ministério, secretarias e 
diretorias) e tal profissional passa a trabalhar em outras instituições, mesmo porque 
as transformações ocorridas no currículo da Pedagogia o embasam para tal 
exercício. 
 
Há duas décadas, nas várias organizações cientificas e profissionais 
de educadores, tem se debatido em todo o país, questões relativas 
ao campo de estudo da Pedagogia, da identidade do pedagogo, do 
sistema de formação de pedagogos, da estrutura do conhecimento 
pedagógico (LIBÂNEO, 2005, p. 56). 
 
Numa breve análise pode-se entender a afirmação como sendo uma atuação 
dos profissionais pertencentes à área de administração, mas está implícito no 
currículo do Pedagogo, este profissional vai sendo preparado para enfrentar 
desafios dessa natureza dentro das escolas, alinhando essa formação a 
necessidade de mercado, podemos perceber que o perfil se enquadra perfeitamente 
em espaços não-escolares. 
A presença do Pedagogo atuando em ONGs ainda é muito pequena nesse 
caso especifico, encontram–se mais pessoas formadas em Serviço Social não 
desconsiderandoo valor do assistente social e nem muito menos querendo excluí-lo 
da sua função, mais as ONGs estão abrindo um leque de trabalho para o educador. 
Nota-se em instituições desse tipo a importância dos dois profissionais, o Pedagogo 
e o Assistente Social, atuando como a correia e a polia, onde o funcionamento da 
instituição tem sua força motriz centrada neles. 
Perrenound, apud Ribeiro, (2003), comenta que na atuação do Pedagogo em 
empresas, é imprescindível que obedeça a um perfil alinhado as novas exigências 
sociais que estão atreladas a uma formação pautada no desenvolvimento de 
competências e habilidades do que na dominação teórica. 
O pedagogo através de uma visão sistêmica que consiste na habilidade em 
compreender e perceber o conhecimento do todo, de modo a analise ou a 
interferência no mesmo, consolida a sua atuação, já que sua formação de cunho 
filosófico e sociológico dá a este profissional a possibilidade de adoção de postura 
de desenvolvimento ao recurso humano dentro da empresa. 
 
A atuação do pedagogo na empresa tem como pressuposto principal 
a filosofia e a política de recursos humanos adotados pela 
organização. Daí o cuidado para não imaginar que o treinamento tem 
um fim em si mesmo ou que a postura a adotar na empresa é a 
mesma a ser adotada em uma escola (RIBEIRO, 2003, p. 09-10) 
 
 
Para a pedagogia, seja socializadora em outros âmbitos em outras áreas de 
atuação, é necessária efetivamente a definição de identidade voltada antes de tudo 
ao âmbito educacional. 
Pode-se perceber com o que Franco (2001) destaca sobre a formação e 
capacidades do pedagogo, que neste momento histórico da Pedagogia começam a 
ser quebrados antigos paradigmas sobre o perfil de formação e atuação do 
pedagogo, e começa a surgir um novo pedagogo com uma nova visão. 
Como a Pedagogia trata da educação e o campo educativo é muito vasto, pois 
a educação ocorre em muitos lugares e sobre variadas modalidades, há também 
uma diversidade de pedagogias e não apenas a pedagogia escolar. Atualmente o 
curso de Pedagogia em âmbito nacional passa por um momento de reformulação e 
elaboração de suas Diretrizes Curriculares. Tais reformulações levam em conta 
também que a prática e atuação do pedagogo não se fazem única e exclusivamente 
apenas em espaços escolares. 
Devido às complexidades e polêmicas em torno da concepção do curso e as 
mudanças em torno do seu currículo, o Pedagogo busca operar em vários níveis de 
trabalho de acordo com as várias potencialidades adquiridas em torno do referido 
curso e com isso buscando o seu desenvolvimento de valores. 
Tem-se elaborado em nossas cabeças que os profissionais distintos de uma 
área especifica não podem atuar em outras. As concepções desse pensamento já se 
mostram ultrapassados, encontrando profissionais que mesmo com determinados 
segmentos de trabalho em outras áreas conseguem dar valiosas contribuições 
devido à agregação de conhecimento de outra ciência, a exemplo, na ciência 
recente que formam físicos – médicos, entre outros. 
Pode-se citar o exemplo da visão que se tem ainda por uma grande da 
sociedade na qual o pedagogo somente atua em educação infantil. As novas 
tendências e perfis profissionais vêm quebrando paradigmas, nos conceitos 
existentes observam-se que a demanda por profissionais mais versáteis é uma 
maneira de respirar novos ares e modificar sistemas antigo de pensamento e 
atuação. É difícil visualizar profissionais da área da educação desenvolvendo 
trabalhos em hospitais, por exemplo, mais já é uma realidade, gestão conhecimento 
que compreende a instituição de qualquer que seja o procedimento ou ação e 
organização, se faz necessário em todos os lugares, por isso os espaços para o 
Pedagogo transcendem a escola, é uma permuta onde os que estão acostumados 
com suas atividades trocam experiências válidas nessa reciprocidade, e desta forma 
fortalece mais a inclusão do Pedagogo e sua contribuição para o trabalho a ser 
desenvolvido. 
A intervenção do Pedagogo será diretamente na área de Recursos Humanos, 
onde desenvolverão dinâmicas de grupos, jogos de desenvolvimento de equipes e 
outros (Datner, 2006.) para se ter uma relação interpessoal no trabalho saudável. O 
objetivo será apaziguar os conflitos de relacionamento onde as pessoas poderão 
exprimir suas angústias e aflições, trocar informações e estabelecer um momento de 
descontração e interação. 
Vale enfatizar, reiteradamente, que as relações interpessoais no 
grupo são tão ou mais importantes do que a qualificação individual 
para as tarefas. Se os membros relacionam-se de maneira 
harmoniosa, com simpatia e afeto, as probabilidades de colaboração 
aumentam muito, a sinergia pode ser atingida e resultados produtivos 
surgem de modo consistente (MOSCOVICI, 2003, p 47) 
 
A pedagogia vem de encontro ao aperfeiçoamento das relações nesta fase de 
reorganização do ambiente organizacional e de gestão das pessoas. Ribeiro 
descreve: 
Considerando-se a Empresa como essencialmente um espaço 
educativo, estruturado como uma associação de pessoas em torno 
de uma atividade com objetivos específicos e, portanto, como um 
espaço também aprendente, cabe à Pedagogia a busca de 
estratégias e metodologias que garantam uma melhor 
aprendizagem/apropriação de informações e conhecimentos. (2003, 
p. 9). 
 
O Pedagogo fará uso da uti lização de técnicas como discurso, conferências, 
diálogos e utilização de audiovisuais para estimular as pessoas a expandir sua 
capacidade criativa e obter os resultados que realmente as satisfaçam, 
desenvolvendo um pensamento sistêmico e abrangente, criando a troca de 
conhecimento em grupo. 
Gadotti (2000, p. 215) reforça: "Para mudar a prática, é preciso reconceituá-la, 
ou seja, buscar novos conceitos que possam explicitá-la de outra forma". 
Muito dos conflitos gerados nas organizações estão propensos à falta de um 
ambiente de trabalho alegre e saudável. Trabalha-se sobre forte pressão e esquece-
se de terem pouco de prazer e alegria. Os adultos aprendem mais facilmente em 
ambientes descontraídos, motivados e lúdicos, só aprendem o que querem e gostam 
de serem orientados, antes de serem avaliados e criticados. 
Quando o ambiente, o clima organizacional e os conflitos estão coesos entre 
membros da organização, é verificado que o individuo precisa administrar todo esse 
envolvimento, por conseguinte, trabalhar tranqüilo e com produtividade, e o mais 
importante, com prazer de fazer suas atividades bem feitas. 
Para tanto, "É todo um clima da própria empresa que favorece a própria 
criatividade e autonomia" GADOTTI (2000, p.217). Os ambientes de trabalhos 
divertidos ajudam a livrar os membros da organização do stress no cotidiano e 
mudando sua visão de trabalho vendo as tarefas como desafios que serão 
engraçados de enfrentar. 
 
Divertir-se no trabalho não deveria ser uma tarefa infinita ou uma 
longa lista de tarefas a serem cumpridas. Não se trata disso. Muitas 
das coisas que você e seus colegas de trabalho podem fazer para 
animar o local em que trabalham são ações simples e espontâneas. 
Encorajar a diversão não significa ignorar ou negligenciar os 
objetivos organizacionais e tornar a empresa um local frívolo onde se 
desperdiça o próprio tempo. Usada eficientemente, a diversão pode 
acionar a energia que os funcionários tem para trabalhar, resultando 
num desempenho aprimorado (HEMSATH 2008 p. 165) 
 
 
A atuação do pedagogo em espaços não escolares pode contribuir para o 
domínio de conhecimentos, técnicas e práticas que, somadas à experiência dos 
profissionais de outras áreas, contribua como um instrumento importante para o 
desenvolvimento da aprendizagem significativa 
 
CONSIDERAÇÕES FINAISEste artigo demonstrou a existência do diálogo pretendido entre as diversas 
criticas e exigências no âmbito da educação em relação às formações dadas na 
matriz curricular das leis e bases que apenas serviram para embargar o processo de 
maturação do referido profissional. 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei n° 9.394/96 e o Plano 
Nacional de Educação direcionam as políticas públicas brasi leiras no campo 
educacional na direção de mudanças significativas em relação aos profissionais de 
educação já que no capitulo I artigo 1º referente a Educação diz que: o Pedagogo 
esta a atuar no processo de formação que se desenvolvem na vida familiar, na 
convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos 
movimentos sociais, e organizações da sociedade civil e nas manifestações 
culturais. 
A atuação do Pedagogo em ambientes não escolares é fato e agora embasado 
em lei, desta forma foi dada mais uma atribuição a este profissional que deverá agir 
dentro de suas habilidades pedagógicas no âmbito da capacitação de empresas, 
metodologias de disseminação de informações de ONGs, empresas e Meios de 
comunicação em geral. 
Enfim, pretendemos que todos os esforços empreendidos venham a se 
constituir, neste momento histórico de transição da Pedagogia, contribuindo 
expressivamente com os processos de construção social e educacional e, também, 
colaborando para estabelecer uma integração maior da pedagogia visando a uma 
sociedade sustentável, humana e de natureza realmente transformadora 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
DATNER, Yvette. Jogos para educação empresarial: jogos, jogos dramáticos, 
roleplaying, jogos de empresa. São Paulo: Ágora, 2006. 
FRANCO, Maria Amélia Santoro. Para um currículo de formação de pedagogos: 
indicativos. In: PIMENTA, Selma Garrido. (Org.). Pedagogia e Pedagogos: 
caminhos e perspectivas . São Paulo: Cortez, 2001. 
 
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 3 ed. São Paulo. Ed. Paz e terra. 2002 
GADOTTI, Moacir. Perspectivas atuais da educação. Porto Alegre: Artmed, 2000. 
HEMSATH, Dave. Divirta-se: saiba tornar seu ambiente de trabalho agradável e 
divertido. São Paulo: Futura, 1998. 
LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos para que? 8ª ed. São Paulo 
Cortez. 2005. 
___________________. Organização e gestão escolar. teoria e prática. 5ª ed. 
Revista ampliada-Goiânia. Editora Alternativa. 2004. 
 
MÉSZÁROS, ISTVAN. Para além do capital. 3.ed.Editora Boitempo. São Paulo. 
SP. 2002 
MOSCOVICI, Fela. Equipes dão certo: a multiplicação do talento humano. 4° ed. 
Rio de Janeiro: Jose Olympio, 2003. 
PIMENTA, Selma Garrido. (Org.). Pedagogia e Pedagogos: caminhos e 
perspectivas. São Paulo: Cortez, 2001. 
 
RIBEIRO, Amélia Escotto do Amaral. Pedagogia empresarial: a atuação do 
pedagogo na empres. Rio de Janeiro. Ed. Wak:2003. 
SENGE, Peter M. A quinta disciplina - arte e prática da organização que aprende. 
São Paulo: Editora Best Seller, 2002. 
SILVA, Carmem Silvia Bissoli. Curso de pedagogia no Brasil. 2 ed. Campinas. SP: 
Autores Associados, 2003. 
 
SILVA, Carmem Silvia Bissoli. Curso de pedagogia no Brasil: uma questão em 
aberto. In: PIMENTA, Selma Garrido (org). Pedagogia e pedagogos: caminhos e 
perspectivas. São Paulo: Cortez. 2002.

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