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PEDAGOGOS EM ESPAÇOS NÃO-ESCOLARES Patrícia da Silva Diniz Ticiana Bomfim Menezes Dias RESUMO Este artigo tem como objetivo analisar o papel do pedagogo em espaço não-escolar, sendo capacitado para desempenhar uma função de mediador e articulador da aprendizagem na organização. A metodologia adotada foi uma abordagem bibliográfica. Diante da realidade dos dias atuais onde o sistema é globalizado tornou-se cada vez mais competitivo o mercado de trabalho, com isso os pedagogos precisam estar sempre atualizados e com uma visão de inovação. Portanto, nos últimos anos, o aparecimento de espaços educacionais não formais abre para o Pedagogo novas oportunidades de atuação. As atividades educativas intencionais ultrapassam os domínios da escola aparecendo em outras instituições sociais, como: Ong‟s, Hospitais, Empresas e Meios de comunicação em massa. Palavras-chave: Atuação do Pedagogo. Formação. Pedagogia INTRODUÇÃO Ao longo da história a formação de profissionais da área de educação referente ao Pedagogo em nosso país foi sempre voltada a atender interesses ideológicos e sócios culturais daquela época. Em nenhum momento o caráter de identificação deste profissional foi relevante para os governos vigentes. Como uma relação de disputa em função de projetos com direções antagônicas. De um lado a posição de parte dos órgãos oficiais, separando o ensino da pedagogia e, de outro, a representação acadêmica, entendendo o ensino religioso integrado à pedagogia (SILVA, 2002, p. 148). A sua identidade como profissional tal como sua área de atuação não foi definida de acordo com sua formação curricular ao longo do processo de educação instituída no país desde os tempos do império com as escolas das primeiras letras. A concepção da educação tecnicista a partir da lei nº 252/69 e a atual diretriz pautada aos moldes neoliberais pertencente a uma política sócio cultural capitalista a partir da década de 90 contribui para que a descentralização do referido profissional seja evidente. O papel do pedagogo é de extrema importância em um espaço não-escolar, sendo capacitado para desempenhar uma função de mediador e articulador da aprendizagem em uma organização. Diante da realidade dos dias atuais, onde o sistema é globalizado, tornou-se cada vez mais competitivo o marcado de trabalho, com isso os colaboradores tendem a estar sempre atualizados e com uma visão de inovação. Em uma organização, há preocupação na preparação do colaborador para o mercado de trabalho, pois quanto mais uma sociedade se desenvolve, mais se diversificam as funções e ocupações, exigindo das pessoas versatilidade e adaptação ao novo por isso se faz necessário capacitar os colaboradores de acordo com as necessidades do seu meio. Existem também situações em que os colaboradores trabalham há anos juntos, às vezes, em setores separados e, às vezes, em um mesmo setor e não se conhecem. Os pedagogos precisam conhecer esta realidade, para fazer um trabalho interpessoal, em que a ênfase será dada no relacionamento entre as pessoas da organização. Esses relacionamentos podem ser para melhorar a relação dos mesmos ou até para simples conhecimento entre eles. “A verdadeira aprendizagem chega ao coração do que significa ser humano. Através da aprendizagem, nos recriamos. Através da aprendizagem criamos tornamo-nos capazes de fazer algo que nunca fomos capazes de fazer. Através da aprendizagem percebemos novamente o mundo e nossa relação com ele. Através da aprendizagem ampliamos nossa capacidade de criar, de fazer parte do processo gerativo da vida. Existe dentro de nós uma verdadeira sede para este tipo de aprendizagem” (SENGE, 2002, p.47). Nas empresas o aumento da produtividade está ligado à melhor instrução, atualização constante, a existência de um ambiente, onde os colaboradores sintam- se felizes. A aprendizagem é algo fundamental na vida de cada um. O conhecimento do mundo e a criatividade e o autoconhecimento são frutos da aprendizagem. UMA RETROSPECTIVA HISTÓRICA SOBRE A IDENTIDADE DO PEDAGOGO E DA PEDAGOGIA A formação de professores foi criada inicialmente na Europa com a Revolução Francesa que alterou o quadro político e social daquela época que sendo influenciada pelos ideais do Iluminismo e a Independência Americana de 1976 surgiu à necessidade de expandir os ideais de sua revolução que proclamava os princípios universais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade que caracterizou a necessidade de haver instituições que formassem estes professores para a propagação destes ideais. Porém antes de haver a criação destas instituições houve a preocupação de selecionar estas pessoas para ocupação do cargo docente. As mudanças relativas à educação foram efetivadas de acordo com as novas tendências ideológicas já que se fazia obrigatoriedade em instrução elementar, a liberdade de ensino em todos os níveis e a cooperação no poder central no âmbito da instrução primária e secundaria nas províncias. A concepção do curso de pedagogia vem enfrentando problema no decorrer dos tempos na resolução em definir um perfil profissional para o pedagogo onde houve uma suposta definição correspondente a atuação do Pedagogo que seria a formação de um intelectual para atender as atividades de formato cultural o que não seria função apenas deste referido profissional caberia também aos graduandos em Didática e Filosofia. A identidade do Pedagogo ainda está a ser definida, não há nada que identifique o Pedagogo, que venha a dar referência ao seu campo de atuação. O mesmo se refere ao decreto lei nº 1190/39 que diz que é necessário haver a formação de bacharel em Pedagogia para atender ao cargo, além da falta de diretrizes do próprio cargo, já que não havia funções definidas, de teórico de Educação do Ministério, já que o mesmo cargo pode ser assumido por outras competências. Essa inadequação é representada principalmente, pela tensão provocada, de um lado, pela expectativa do exercício de funções de natureza técnica a serem realizadas por esse bacharel e, de outro, pelo caráter exclusivamente generalista das disciplinas fixadas para sua formação (SILVA, 2003, p.15). Os problemas de identidade do pedagogo em sua atuação desde o início de sua criação vêm buscar resolução através de forma provisória como foi feito através do decreto do parecer nº 251/62 que fixa o currículo mínimo e a duração do curso de Pedagogia. A atuação do pedagogo e suas competências vem a tornar várias formas sem atingir uma identidade própria a partir do que o parecer 252/69 trás no seu teor quando diz que várias habilitações por ela previstas outros poderão ser criadas pelo Conselho Federal de educação, quer pelas instituições de ensino superior, que por uma combinação dos dois níveis. Através da lei 252/69 o curso de Pedagogia sofreu fragmentação ficando em duas bases uma tecnicista e outra generalista constituída de disciplinas básicas e a formação de qualquer profissional. A primeira era constituída por disciplinas de cunho profissional e técnico da área de educação. Essa fragmentação contribui, a grosso modo, para a descaracterização do profissional em Pedagogia já que a formulação da matriz curricular não dava suporte e conhecimento para atuar como especialista na educação segundo como suponha nossos legisladores se o referido profissional não teria os subsídios suficientes para a compreensão da nossa educação. O que fundamenta esta questão é a falta de contextualização das disciplinasde base em relação ao estudo da educação como também a forma tecnicista como vem sendo tratada às disciplinas de formação profissional como uma simples divisão de tarefas. O significado dessa estrutura é que as tarefas que cabia ao Pedagogo que seriam uma nova identidade educacional através de conhecimento de metodologias e novas didáticas de forma contextual voltada a nossa realidade passou a ser somente a trabalhar em manter o que já estaria estabelecido por meio dos moldes de outrora defasados o que culminava em uma educação ruim e de má qualidade para nossa educação. O PEDAGOGO EM ESPAÇOS NÃO-ESCOLARES A partir dos anos 90, as organizações começaram perceber que o índice de produtividade unido a um projeto de capacitação estratégica através de sua gestão de pessoas é possível haver resultados satisfatórios nas produções, investindo no treinamento e desenvolvimento. As organizações começam a ter uma demanda grande de conhecimento alcançando seus colaboradores, assim exigindo mais eficiência, praticidade e qualidade, mas para que essas potencialidades tornem-se evidentes tem haver um projeto de capacitação estratégica formulado por uma pedagogo. A atuação do pedagogo neste sentido levará subsídios metodológicos onde ainda é pouco desenvolvido, levando ainda com transmissão de valores, missões e culturas da organização. Considerando-se, ainda, os vínculos entre educação e economia, as mudanças recentes no capitalismo internacional colocam novas questões para a Pedagogia. O mundo assiste hoje a intensas transformações tecnológicas em vários campos como a informática, a microeletrônica, a bioenergética. Essas transformações tecnológicas e científicas levam à introdução, no processo produtivo, de novos sistemas de organização do trabalho, mudanças no perfil profissional e novas exigências de qualificação dos trabalhadores, que acabam afetando os sistemas de ensino (LIBÂNEO 2005, p.28): Assim, o pedagogo auxilia nas competências dos colaboradores formando alunos aprendizes, pesquisadores e cidadão ajudando a formação de opiniões e no seu desenvolvimento social. Na sociedade do conhecimento, da tecnologia, da aprendizagem a atuação do pedagogo nas organizações é fundamental para o crescimento da organização e dos colaboradores. É um momento delicado de trabalho que se está passando, onde em alguns casos o trabalhador é substituído por máquina tendo que encarar o mundo tecnológico e desenvolvido, buscando cada dia mais conhecimento. É imprescindível haver o convencimento dos representantes das instituições operárias de que é necessária a busca pelo aprendizado, pela educação continuada, que só trará benefícios e produtividade para as organizações. A ação educativa está presente em todos os setores de nossa sociedade, e desta forma se confirma o caráter de “formadora de força de trabalho”, previsto inclusive em nossa Constituição Federal: Art. 205 “A educação, direito de todos e dever do Estado e da Família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” Segundo o filósofo húngaro István Mészáros, o capital é “estrutura totalizadora de controle à qual tudo o mais, inclusive os seres humanos, deve se ajustar, e assim provar sua „viabilidade produtiva‟, ou perecer, caso não consiga se adaptar.” (2002, p.96). Portanto, graças a esta estrutura totalizadora, vemos o capitalismo afirmando sua supremacia perante a produção de conhecimentos, por exemplo e para a perfeita manutenção do capitalismo, há a estreita participação da educação “ajustando” os indivíduos para o trabalho. Neste contexto, o Pedagogo a princípio, aparece apenas como reforçador da hegemonia do capital, mas, graças a sua formação ampliada na área das ciências humanas, ele exerce uma grande força contrária a este caráter opressor capitalista. É o Pedagogo que, através de conceitos libertadores, pode estimular o trabalhador ou o aluno a realizar sempre uma reflexão crítica acerca da realidade. Paulo Freire (2002) em “Pedagogia do Oprimido” reforça uma educação problematizadora e reflexiva, indispensável para o desvelamento da realidade e é, a nosso ver, a educação que o Pedagogo deve contemplar com os princípios de educação popular; ter competência e habilidade para planejar, organizar, liderar, monitorar, empreender. Pimenta (2001) levanta discussões sobre os Cursos de Complementação Pedagógica, e aponta indicativos para a formação do pedagogo cientista educacionais, como sendo um profissional que atue como gestor/ pesquisador/ coordenador de diversos projetos educativos, dentro e fora da escola: pressupondo sua atuação em atividades de lazer comunitário; em espaços pedagógicos nos hospitais e presídios; na formação de pessoas dentro das empresas; que saiba organizar processos de formação de educadores de ONGs; que possa assessorar atividades pedagógicas nos diversos meios de comunicação como TV, rádio, Internet, quadrinhos, revistas, editoras, tornando mais pedagógicas as campanhas sociais educativas sobre violência, drogas, AIDS, dengue; que estejam habilitados à criação e elaboração de brinquedos, materiais de auto-estudo, programas de educação a distância; que organize, avalie e desenvolva pesquisas educacionais em diversos contextos sociais; que planeje projetos culturais e afins. Essas implicações levam a não contratação desses profissionais. Em suma, a maioria é predominante por profissionais que são formados em economia, administração, psicologia, serviço social, o pensamento é decorrente dos conceitos já estabelecidos. A resposta que podemos dar para que o Pedagogo atue em lugares, anteriormente predominado por outros profissionais é simples, devido sua formação acadêmica. Dessa maneira, verifica-se que é bem conexa a responsabilidade que a Universidade não apenas acompanhe a reboque as densas e rápidas modificações que estão ocorrendo, principalmente se antecipe, na formação de profissionais da educação com o perfi l e as qualificações exigidas pela sociedade do século XXI. É valido salientar que esta é uma obra desestabilizadora no que concernem, em particular, as intencionalidades dos currículos e os programas da Universidade. As mudanças das reformas dos anos 80 e 90 apresentam novos desafios para o curso de Pedagogia e percebe-se que estas alterações legais associadas às transformações e cobranças sociais fizeram com que, a atuação do Pedagogo, superasse as fronteiras das escolas e cargos executivos (ministério, secretarias e diretorias) e tal profissional passa a trabalhar em outras instituições, mesmo porque as transformações ocorridas no currículo da Pedagogia o embasam para tal exercício. Há duas décadas, nas várias organizações cientificas e profissionais de educadores, tem se debatido em todo o país, questões relativas ao campo de estudo da Pedagogia, da identidade do pedagogo, do sistema de formação de pedagogos, da estrutura do conhecimento pedagógico (LIBÂNEO, 2005, p. 56). Numa breve análise pode-se entender a afirmação como sendo uma atuação dos profissionais pertencentes à área de administração, mas está implícito no currículo do Pedagogo, este profissional vai sendo preparado para enfrentar desafios dessa natureza dentro das escolas, alinhando essa formação a necessidade de mercado, podemos perceber que o perfil se enquadra perfeitamente em espaços não-escolares. A presença do Pedagogo atuando em ONGs ainda é muito pequena nesse caso especifico, encontram–se mais pessoas formadas em Serviço Social não desconsiderandoo valor do assistente social e nem muito menos querendo excluí-lo da sua função, mais as ONGs estão abrindo um leque de trabalho para o educador. Nota-se em instituições desse tipo a importância dos dois profissionais, o Pedagogo e o Assistente Social, atuando como a correia e a polia, onde o funcionamento da instituição tem sua força motriz centrada neles. Perrenound, apud Ribeiro, (2003), comenta que na atuação do Pedagogo em empresas, é imprescindível que obedeça a um perfil alinhado as novas exigências sociais que estão atreladas a uma formação pautada no desenvolvimento de competências e habilidades do que na dominação teórica. O pedagogo através de uma visão sistêmica que consiste na habilidade em compreender e perceber o conhecimento do todo, de modo a analise ou a interferência no mesmo, consolida a sua atuação, já que sua formação de cunho filosófico e sociológico dá a este profissional a possibilidade de adoção de postura de desenvolvimento ao recurso humano dentro da empresa. A atuação do pedagogo na empresa tem como pressuposto principal a filosofia e a política de recursos humanos adotados pela organização. Daí o cuidado para não imaginar que o treinamento tem um fim em si mesmo ou que a postura a adotar na empresa é a mesma a ser adotada em uma escola (RIBEIRO, 2003, p. 09-10) Para a pedagogia, seja socializadora em outros âmbitos em outras áreas de atuação, é necessária efetivamente a definição de identidade voltada antes de tudo ao âmbito educacional. Pode-se perceber com o que Franco (2001) destaca sobre a formação e capacidades do pedagogo, que neste momento histórico da Pedagogia começam a ser quebrados antigos paradigmas sobre o perfil de formação e atuação do pedagogo, e começa a surgir um novo pedagogo com uma nova visão. Como a Pedagogia trata da educação e o campo educativo é muito vasto, pois a educação ocorre em muitos lugares e sobre variadas modalidades, há também uma diversidade de pedagogias e não apenas a pedagogia escolar. Atualmente o curso de Pedagogia em âmbito nacional passa por um momento de reformulação e elaboração de suas Diretrizes Curriculares. Tais reformulações levam em conta também que a prática e atuação do pedagogo não se fazem única e exclusivamente apenas em espaços escolares. Devido às complexidades e polêmicas em torno da concepção do curso e as mudanças em torno do seu currículo, o Pedagogo busca operar em vários níveis de trabalho de acordo com as várias potencialidades adquiridas em torno do referido curso e com isso buscando o seu desenvolvimento de valores. Tem-se elaborado em nossas cabeças que os profissionais distintos de uma área especifica não podem atuar em outras. As concepções desse pensamento já se mostram ultrapassados, encontrando profissionais que mesmo com determinados segmentos de trabalho em outras áreas conseguem dar valiosas contribuições devido à agregação de conhecimento de outra ciência, a exemplo, na ciência recente que formam físicos – médicos, entre outros. Pode-se citar o exemplo da visão que se tem ainda por uma grande da sociedade na qual o pedagogo somente atua em educação infantil. As novas tendências e perfis profissionais vêm quebrando paradigmas, nos conceitos existentes observam-se que a demanda por profissionais mais versáteis é uma maneira de respirar novos ares e modificar sistemas antigo de pensamento e atuação. É difícil visualizar profissionais da área da educação desenvolvendo trabalhos em hospitais, por exemplo, mais já é uma realidade, gestão conhecimento que compreende a instituição de qualquer que seja o procedimento ou ação e organização, se faz necessário em todos os lugares, por isso os espaços para o Pedagogo transcendem a escola, é uma permuta onde os que estão acostumados com suas atividades trocam experiências válidas nessa reciprocidade, e desta forma fortalece mais a inclusão do Pedagogo e sua contribuição para o trabalho a ser desenvolvido. A intervenção do Pedagogo será diretamente na área de Recursos Humanos, onde desenvolverão dinâmicas de grupos, jogos de desenvolvimento de equipes e outros (Datner, 2006.) para se ter uma relação interpessoal no trabalho saudável. O objetivo será apaziguar os conflitos de relacionamento onde as pessoas poderão exprimir suas angústias e aflições, trocar informações e estabelecer um momento de descontração e interação. Vale enfatizar, reiteradamente, que as relações interpessoais no grupo são tão ou mais importantes do que a qualificação individual para as tarefas. Se os membros relacionam-se de maneira harmoniosa, com simpatia e afeto, as probabilidades de colaboração aumentam muito, a sinergia pode ser atingida e resultados produtivos surgem de modo consistente (MOSCOVICI, 2003, p 47) A pedagogia vem de encontro ao aperfeiçoamento das relações nesta fase de reorganização do ambiente organizacional e de gestão das pessoas. Ribeiro descreve: Considerando-se a Empresa como essencialmente um espaço educativo, estruturado como uma associação de pessoas em torno de uma atividade com objetivos específicos e, portanto, como um espaço também aprendente, cabe à Pedagogia a busca de estratégias e metodologias que garantam uma melhor aprendizagem/apropriação de informações e conhecimentos. (2003, p. 9). O Pedagogo fará uso da uti lização de técnicas como discurso, conferências, diálogos e utilização de audiovisuais para estimular as pessoas a expandir sua capacidade criativa e obter os resultados que realmente as satisfaçam, desenvolvendo um pensamento sistêmico e abrangente, criando a troca de conhecimento em grupo. Gadotti (2000, p. 215) reforça: "Para mudar a prática, é preciso reconceituá-la, ou seja, buscar novos conceitos que possam explicitá-la de outra forma". Muito dos conflitos gerados nas organizações estão propensos à falta de um ambiente de trabalho alegre e saudável. Trabalha-se sobre forte pressão e esquece- se de terem pouco de prazer e alegria. Os adultos aprendem mais facilmente em ambientes descontraídos, motivados e lúdicos, só aprendem o que querem e gostam de serem orientados, antes de serem avaliados e criticados. Quando o ambiente, o clima organizacional e os conflitos estão coesos entre membros da organização, é verificado que o individuo precisa administrar todo esse envolvimento, por conseguinte, trabalhar tranqüilo e com produtividade, e o mais importante, com prazer de fazer suas atividades bem feitas. Para tanto, "É todo um clima da própria empresa que favorece a própria criatividade e autonomia" GADOTTI (2000, p.217). Os ambientes de trabalhos divertidos ajudam a livrar os membros da organização do stress no cotidiano e mudando sua visão de trabalho vendo as tarefas como desafios que serão engraçados de enfrentar. Divertir-se no trabalho não deveria ser uma tarefa infinita ou uma longa lista de tarefas a serem cumpridas. Não se trata disso. Muitas das coisas que você e seus colegas de trabalho podem fazer para animar o local em que trabalham são ações simples e espontâneas. Encorajar a diversão não significa ignorar ou negligenciar os objetivos organizacionais e tornar a empresa um local frívolo onde se desperdiça o próprio tempo. Usada eficientemente, a diversão pode acionar a energia que os funcionários tem para trabalhar, resultando num desempenho aprimorado (HEMSATH 2008 p. 165) A atuação do pedagogo em espaços não escolares pode contribuir para o domínio de conhecimentos, técnicas e práticas que, somadas à experiência dos profissionais de outras áreas, contribua como um instrumento importante para o desenvolvimento da aprendizagem significativa CONSIDERAÇÕES FINAISEste artigo demonstrou a existência do diálogo pretendido entre as diversas criticas e exigências no âmbito da educação em relação às formações dadas na matriz curricular das leis e bases que apenas serviram para embargar o processo de maturação do referido profissional. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei n° 9.394/96 e o Plano Nacional de Educação direcionam as políticas públicas brasi leiras no campo educacional na direção de mudanças significativas em relação aos profissionais de educação já que no capitulo I artigo 1º referente a Educação diz que: o Pedagogo esta a atuar no processo de formação que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais, e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. A atuação do Pedagogo em ambientes não escolares é fato e agora embasado em lei, desta forma foi dada mais uma atribuição a este profissional que deverá agir dentro de suas habilidades pedagógicas no âmbito da capacitação de empresas, metodologias de disseminação de informações de ONGs, empresas e Meios de comunicação em geral. Enfim, pretendemos que todos os esforços empreendidos venham a se constituir, neste momento histórico de transição da Pedagogia, contribuindo expressivamente com os processos de construção social e educacional e, também, colaborando para estabelecer uma integração maior da pedagogia visando a uma sociedade sustentável, humana e de natureza realmente transformadora REFERÊNCIAS DATNER, Yvette. Jogos para educação empresarial: jogos, jogos dramáticos, roleplaying, jogos de empresa. São Paulo: Ágora, 2006. FRANCO, Maria Amélia Santoro. Para um currículo de formação de pedagogos: indicativos. In: PIMENTA, Selma Garrido. (Org.). Pedagogia e Pedagogos: caminhos e perspectivas . São Paulo: Cortez, 2001. FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 3 ed. São Paulo. Ed. Paz e terra. 2002 GADOTTI, Moacir. Perspectivas atuais da educação. Porto Alegre: Artmed, 2000. HEMSATH, Dave. Divirta-se: saiba tornar seu ambiente de trabalho agradável e divertido. São Paulo: Futura, 1998. LIBÂNEO, José Carlos. 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