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Apanhadão Literatura Brasileira Prosa - Corrigido-DissertREspondidas-SemRepeticoes

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LITERATURA BRASILEIRA: PROSA 
 
Em Fogo Morto, de José Lins do Rego, nota-se uma atitude de desolação, em fase 
ao meio hostil e decadente que descreve, e a adequação da linguagem ao assunto 
tratado, características marcantes. 
Marque a alternativa correta: 
a) Do romance regionalista da década de 30. 
b) Do romance psicológico. 
c) Da prosa coloquial e regional. 
d) Do moderno teatro brasileiro realizado por Oswald de Andrade e Nelson Rodrigues. 
e) Da poesia concreta, que busca descobrir a linguagem literária, mais adequada à 
descrição da realidade brasileira. 
 
Questão 2 
Relacionando o período literário que inicia em 1930 ao período imediatamente 
anterior, podemos dizer que: 
Assinale a afirmativa correta: 
a) A década de 30 foi continuação natural do movimento de 22, acrescentando-lhe o tom 
anárquico e a atitude aventureira. 
b) O segundo momento abandonou a atitude destruidora, buscando uma recomposição de 
valores e a configuração de nova ordem estética. 
c) A década de 20 representa uma desagregação das ideias e dos temas tradicionais; a de 
30 destrói as formas ortodoxas de expressão. 
d) As propostas literárias da década de 20 só se veriam postas em prática no decênio 
seguinte. 
e) O segundo momento do Modernismo assumiu como armas de combate o deboche, a 
piada, o escândalo e a agitação. 
 
Questão 3 
"Somos hoje, contemporâneos de uma realidade econômica, social, política e 
cultural que se estruturou depois de 1930", diz Alfredo Bosi. Dentro desse quadro de 
estruturação, os romances de 30 têm valor singular. Assim, pode-se afirmar que: 
I - Em Vidas Secas, Graciliano Ramos apresenta um quadro social dos retirantes 
nordestinos que perdem sua identidade individual a ponto de se tornarem apenas 
inconveniências humanas. 
II - A literatura desse período, chamada regionalista, parte de problemas sociais de uma 
região tipicamente brasileira, envolvendo a injustiça e a miséria. 
III - Não eram preocupações de José Lins do Rego e Rachel de Queiroz a decadência das 
propriedades rurais nem o castigo imposto pela seca nordestina. 
Escolha a opção correta: 
a) I, II e III são corretas. 
b) Apenas I é correta. 
c) Apenas II e III são corretas. 
d) Apenas I e II são corretas. 
e) Nenhuma afirmação é correta. 
 
Questão 4 
A obra de Clarice Lispector: 
Marque a opção de resposta correta: 
a) Define-se como literatura feminista por excelência, ao propor uma visão da mulher 
oprimida num universo masculino. 
b) Filia-se à ficção romântica do século XIX, ao criar heroinas idealizadas e mistificar a 
figura da mulher. 
c) Prende-se à crítica de costumes, ao analisar com grande senso de humor uma 
sociedade urbana em transformação. 
d) Explora, até as últimas consequências, embora utilizando a temática urbana, a linha do 
romance neonaturalista da geração de 30. 
e) Renova, define e intensifica a tendência introspectiva de determinada corrente de ficção 
da segunda geração moderna. 
 
Questão 5 
O Realismo, como escola literária, é caracterizado: 
Assinale a alternativa correta: 
a) Pelo exagero da imaginação. 
b) Pela preocupação com o sentimento. 
c) Pelo culto ao exótico. 
d) Pelo subjetivismo 
e) Pelo objetivismo 
 
Questão 6 
A nostálgica visão dos românticos com relação ao mundo, explica-se: 
a) Pelas inúmeras guerras havidas na época do Romantismo. 
b) Pela inadaptação aos valores absolutistas implantados pela monarquia brasileira. 
c) Pelo descontentamento da nobreza, que deixa o poder, e de parte da burguesia que 
ainda não o havia assumido ou que estava à margem dele. 
d) Pela contemplação de um Brasil conservador, baseado no latifúndio, no escravismo e 
na monarquia. 
e) Por uma rebeldia sem nenhuma causa. 
 
Questão 7 
Aspecto materialista da existência: o homem como um produto biológico; 
comportamento como resultado da pressão do ambiente social e da hereditariedade; 
o homem impulsionado pelos instintos, são características da estética: 
Assinale a opção correta: 
a) Romântica 
b) Simbolista 
c) Barroca 
d) Naturalista 
e)Realista 
 
Questão 8 
O movimento realista no Brasil tem início quando: 
Assinale a opção correta: 
a) Aluízio Azevedo publica O Mulato. 
b) José de Alencar publica Lucíola. 
c) Machado de Assis publica Memórias Póstumas de Brás Cubas. 
d) As alternativas a e c são válidas. 
e) As alternativas b e c são válidas. 
 
Questão 9 
O Ateneu, cuja classificação fica entre o Naturalismo e o Realismo, é uma obra 
sobre a qual não se pode afirmar que: 
Marque a resposta correta: 
a) O colégio reflete o modelo educacional da época, bem como os valores da sociedade. 
b) O romance possui tom intimista, em terceira pessoa. 
c) a narrativa possui tom de ironia e ressentimento. 
d) As personagens são aproximadas do caricatural. 
e) São comuns comparações entre pessoas e animais. 
 
Questão 10 
Identifique quais dos comentários abaixo dizem respeito à época naturalista, 
assinalando em seguida a opção correta: 
I - A fuga das impressões vulgares, a concentração nas visões interiores constituem, entre 
outros traços típicos do Naturalismo, que explora isolamento da sociedade pelo ideal da 
torre de marfim. 
II - O naturalista observa o homem por meio do método científico, impessoal e 
objetivamente, como um caso a ser analisado. 
III - A visão da vida do Naturalismo é mais determinista, mais mecanicista: o homem 
aparece como máquina guiada pela ação das leis físicas químicas, pela hereditariedade e 
meio físico e social. 
IV - Para os naturalistas, a natureza era a fonte de inspiração, o lugar de refúgio puro, não 
contaminado pela sociedade. Relacionada com esse culto, a ideia do "bom selvagem", do 
homem simples e bom em estado de natura (recuperado de Rousseau) dominou toda a 
época. 
a) Apenas o item IV é correto. 
b) São corretos apenas os itens II e III. 
c) Apenas o item I é correto. 
d) São corretos apenas os itens I e IV 
e) São corretos apenas os itens III e IV. 
 
Questão 11: 
Sobre o romance Iracema, de José de Alencar, é incorreto afirmar que: 
Assinale a resposta: 
a) O relacionamento entre Martim e Iracema seria uma alegoria das relações entre 
metrópole e colônia. 
b) Iracema é descrita de uma forma idealizante, comparada com elementos da natureza, 
característica própria do Romantismo. 
c) O personagem Martim é lendário, nunca existiu, portanto uma figura fictícia. 
d) Moacir, que em tupi quer dizer “filho da dor”, é levado por Martim para a Europa. 
e) O romance é narrado em terceira pessoa, com narrador onisciente. 
 
Questão 12 
As informações que caracterizam os textos dos viajantes, nos primeiros tempos de 
nossa colonização, dizem respeito: 
Assinale a opção correta: 
a) Ao nível estético alcançado progressivamente pelas obras das primeiras gerações de 
autores nativos. 
b) Às discussões que começaram a desenvolver-se aqui sobre a nossa emancipação 
política. 
c) Aos aspectos da topografia, da fauna e da flora locais, além dos costumes dos 
silvícolas. 
d) Aos progressos dos jesuítas na conversão dos judeus portugueses aqui radicados. 
e) Nenhuma das alternativas anteriores. 
 
Questão 13 
Em grande parte das narrativas que compõem Laços de Família, Clarice Lispector 
privilegia as personagens femininas que vivem o tradicional modelo da dona de 
casa e desempenham papéis estabelecidos para a mulher, em uma sociedade 
opressora e de valores masculinos. 
Observe as situações transcritas e assinale a alternativa, cuja citação não confirma 
a observação acima: 
A)”Por caminhos tortos, viera a cair num destino de mulher, com a surpresa de nele caber 
como se o tivesse inventado. O homem com quem casara era um homem verdadeiro, os 
filhos que tivera eram filhos verdadeiros. Sua juventude anterior parecia-lhe estranha como 
uma doença de vida. Dela havia aos poucos emergido para descobrir que também sem a 
felicidade se vivia: abolindo-a, encontrara uma legião de pessoas, antes invisíveis,que 
viviam como quem trabalha - com persistência, continuidade, alegria.” (Amor, p. 18) 
B) ”Interrompendo a arrumação da penteadeira, Laura olhou-se ao espelho: e ela mesma, 
há quanto tempo? Seu rosto tinha uma graça doméstica, os cabelos eram presos com 
grampos atrás das orelhas grandes e pálidas. Os olhos marrons, os cabelos marrons, a 
pele morena e suave, tudo dava a seu rosto já não muito moço um ar modesto de mulher.” 
(A imitação da rosa, p. 36) 
C) ”Ela, a forte, que casara em hora e tempo devido com um bom homem a quem, 
obediente e independente, respeitara; a quem respeitara e que lhe fizera filhos e lhe 
pagara os partos, lhe honrara os resguardos. O tronco fora bom.” (Feliz aniversário, p. 67) 
D) “Tinha quinze anos e não era bonita. Mas por dentro da magreza, a vastidão quase 
majestosa em que se movia como dentro de uma meditação. E dentro da nebulosidade 
algo precioso. Que não se espreguiçava, não se comprometia, não se contaminava. Que 
era intenso como uma joia. Ela.” (Preciosidade, p. 95) 
E) ”Quem sabe se sua mulher estava fugindo com o filho da sala de luz bem regulada, dos 
móveis bem escolhidos, das cortinas e dos quadros? Fora isso o que ele lhe dera. [...] O 
homem inquietou-se. Porque não poderia continuar a lhe dar senão: mais sucesso. E 
porque sabia que ela o ajudaria a consegui-lo e odiaria o que conseguissem. Assim era 
aquela calma mulher de trinta e dois anos que nunca falava propriamente, como se tivesse 
vivido sempre. [...] Às vezes ele procurava humilhá-la, entrava no quarto enquanto ela 
mudava de roupa porque sabia que ela detestava ser vista nua.” (Os Laços de Família, p. 
118) 
 
Questão 14 
Nele convivem a violência fria dos enredos, o banditismo que dissolve diferenças 
sociais, grã-finos corruptos, bandidos brutais, detetives disfarçados e ardilosos.” O 
trecho faz alusão a um autor e sua obra de 1986. Aponte a alternativa que 
corresponde a essa relação. 
a) Jorge Amado; Capitães da areia. 
b) Roberto Gomes; As alegres memórias de um cadáver. 
c) Rubem Fonseca; Bufo e Spalanzzani. 
d) Guimarães Rosa; A hora e a vez de Augusto Matraga. 
e) José Lins do Rego; Fogo morto. 
 
Questão 15 
O Realismo, na literatura brasileira, não produz romances: 
Indique a alternativa correta: 
a) Que têm como foco principal tipos humanos. 
b) De cunho social e psicológico 
c) Que focalizam o coletivo. 
d) Documentais da exuberância da natureza. 
e) De crítica social. 
 
Questão 16 
Assinale a única alternativa correta: 
a) O Realismo não tem nenhuma ligação com o Romantismo. 
b) A atenção ao detalhe não é característica do Realismo. 
c) Nenhum autor romântico dá indícios das características realistas. 
d) O cientificismo do século XIX não possui relação com a visão de mundo adotada pelos 
realistas. 
e) O Realismo não apresenta análise social. 
 
Questão 17 
A Carta de Pero Vaz de Caminha é a “certidão de nascimento” do país, pois: 
Marque a alternativa correta: 
a) Descreve os seus costumes, a fauna e a flora. 
b) Constitui a maior fonte de informações sobre o seu descobrimento. 
c) É o primeiro texto em latim, língua oficial da época. 
d) Documenta o primeiro século da colonização. 
e) Apresenta o registro minucioso das primeiras atividades jesuíticas nele 
desenvolvidas. 
 
Questão 18 
Leia o texto abaixo: 
Vestindo água, só saído o cimo do pescoço, o burrinho tinha de se enqueixar para o alto, a 
salvar também de fora o focinho. Uma peitada. Outro tacar de patas. Chu-áa! Chu-áa... –
ruge o rio, como chuva deitada no chão. 
Nenhuma pressa! Outra remada, vagarosa. No fim de tudo, tem o pátio, com os cochos, 
muito milho, na fazenda; e depois o pasto: sombra, capim e sossego... 
Nenhuma pressa. Aqui, por ora, este poço doido, que barulho como um fogo, e faz medo, 
não é novo: tudo é ruim e uma só coisa, no caminho: como os homens e os seus modos, 
costumeira confusão. É só fechar os olhos. 
Como sempre. Outra pessoa, na massa fria. E ir sem afã, à voga surda, amigo da água, 
bem com o escuro, filho do fundo, poupando forças para o fim. Nada mais, nada de graça; 
nem um arranco, fora de hora. Assim. 
João Guimarães Rosa. O burrinho pedrês, Sagarana. 
Como exemplos da expressividade sonora presente no excerto d’O burrinho pedrês, 
podemos citar a onomatopéia, em “Chua-áa! Chua-áa...”, e a fusão desta com a aliteração, 
em: 
Assinale a resposta correta: 
a) “vestindo água”. 
b) “ruge o rio”. 
c) “poço doido”. 
d) “filho do fundo”. 
e) “fora de hora”. 
 
Questão 19 
O título da obra Macunaíma é especificado com “Herói sem nenhum caráter”. 
Indique a alternativa que não é verdadeira com relação a essa especificação: 
a) O herói não tem caráter definido. 
b) O protagonista assume várias esferas de ação, daí ser simultaneamente herói e anti-
herói. 
c) A fragilidade de caráter do protagonista faz com que este perca, no decorrer da obra, 
sua característica de herói. 
d) O herói se configura com suas qualidades paradoxais: ele é ao mesmo tempo 
preguiçoso e esperto, irreverente e simpático, valente e covarde. 
e) O caráter do herói é contraditório, pois ele se caracteriza como um “sonso-abatido”. 
 
Questão 20 
Uma característica presente nos romances de José de Alencar e que encontra em 
Machado de Assis o ponto mais alto da narrativa brasileira no século XIX: 
Identifique a opção correta: 
a) O traço regionalista que estende e procura completar a visão das terras do Brasil. 
b) O aprofundamento da análise psicológica das personagens, notadamente as femininas. 
c) A preocupação com o homem do sertão brasileiro, cuja vida é tema de romances e 
contos. 
d) A vertente indigenista, preocupada em ampliar o conhecimento das coisas brasileiras. 
e) A identificação das situações criadas entre as personagens na trama narrativa. 
 
Questão 21 
Considere as seguintes afirmações sobre a produção literária de Machado de Assis: 
I – Foi militante das causas republicanas e abolicionistas. 
II – Fez, em seus textos, análise profunda da psicologia humana. 
III – Seus textos são marcados por uma ironia corrosiva. 
Escolha a alternativa certa: 
a) Apenas a afirmativa I está correta. 
b) Apenas a afirmativa III está correta. 
c) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. 
d) Apenas as afirmativas II e III estão corretas. 
e) Todas as afirmativas estão corretas. 
 
Questão 22 
A respeito da obra Os Sertões, de Euclides da Cunha, considere as afirmações 
abaixo: 
I - A obra é híbrida em relação ao gênero, pois nela se mesclam a cultura científica e 
histórica ao artesanato verbal. 
II- É uma obra jornalística. 
III - Nessa obra, não está presente a influência do cientificismo do século XIX na descrição 
analítica do sertão nordestino, do sertanejo e da luta entre forças dos federais e a 
comunidade liderada por Antônio Conselheiro. 
Assinale a opção que relaciona as afirmativas corretas: 
Resposta: Apenas I e II. 
 
Questão 23 
Em “Iracema” só não se pode dizer que 
a) também é conhecida por “Lenda do Ceará”. 
b) a história se passa no Vale do Paraíba, às margens do Rio Paquequer. 
c) é conhecido como “Poema Americano”. 
d) o filho de Iracema é Moacir, em tupi - símbolo da dor. 
e) Martim, um aventureiro português, é responsável pelo fato de a heroína abandonar sua 
tribo. 
 
5) Podemos verificar que o Realismo revela: 
I – Senso contemporâneo, pois encara o presente assim como o romântico se volta para o 
passado. 
II – O retrato da vida pelo método da documentação, em que a seleção e a síntese 
buscam sentido para o encadeamento dos fatos. 
III – Técnica minuciosa, dando impressão de lentidão gradativa que vaga pelos meandros 
dos conflitos. 
Assinale a alternativa correta: 
a) São corretas as afirmativas II e III. 
b) As três afirmativas são corretas. 
c) Apenas a afirmativa III é correta. 
d) As afirmativas I e II são corretas. 
e) As três afirmativas são corretas. 
 
6) Escrita nas duas primeiras metades do século XX,Os Sertões, de Euclides da 
Cunha e Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, não apresentam: 
a) A intenção de retratar o Brasil, de forma realista e verossímil. 
b) Aproximação da linguagem coloquial das camadas populares. 
c) A expressão de aspectos até então negligenciados da realidade brasileira. 
d) A prática de experimentalismo linguístico. 
e) O estilo conservador do regionalismo romântico. 
 
7) Vestindo água, só saldo o cimo do pescoço (...) 
João Guimarães Rosa. O burrinho pedrês, Sagarana. 
As narrativas que apresentam os homens vistos pelos olhos dos animais, como o 
conto O burrinho pedrês (Sagarana), Conversa de bois (Sagarana) e Vidas secas, 
produzem um efeito de: 
a) indignação, uma vez que cada um desses animais é morto por algozes humanos. 
b) infantilização, uma vês que esses animais pensantes são excluídos da literatura infantil. 
c) maravilhamento, na medida em que os respectivos narradores servem-se de sortilégios 
e de magia para penetrar na mente desses animais. 
d) estranhamento, pois nos fazem enxergar de um ponto de vista inusitado, que antes 
parecia natural e familiar. 
e) inverossimilhança, pois não conseguem dar credibilidade a esses animais dotados de 
interioridade. 
 
8) Sobre Guimarães Rosa podemos afirmar que: 
a) for autor regionalista, seguindo a linha do regionalismo romântico. 
b) inovou sobretudo nos temas, explorando tipos inéditos. 
c) escreveu obra política de contestação à sociedade de consumo. 
d) sua obra revela-se intimista com raízes surrealistas. 
e) inovou sobretudo o aspecto linguístico, revelando o trabalho criativo na exploração do 
potencial da língua. 
 
12) Sobre o Realismo, assinale a alternativa incorreta: 
a) O romance não é visto como distração, e sim como meio de crítica às instituições 
sociais. 
b) Os escritores realistas procuram ser detalhistas e minuciosos. 
c) Os escritores realistas têm preocupação maior com o coletivo. 
d) O Realismo constitui uma oposição ao idealismo romântico. 
e) O Realismo vê o homem somente como um produto biológico 
 
14)Assinale V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas, com relação à obra 
Os Sertões, de Euclides da Cunha. 
(F ) No texto, linguagem erudita e fantasiosa se misturam 
(V ) Insere-se numa tradição da literatura que tematiza o descobrimento do sertão em 
abandono e miséria. 
(F ) Foi escrita a partir dos relatos dos soldados que lutaram em Canudos. 
(V ) Antonio Conselheiro é um personagem real. 
(V ) O episódio de Canudos faz parte dos movimentos de protesto que surgiram no séc. 
XIX, logo após a Proclamação da República. 
A sequência correta para o preenchimento dos parênteses é: 
Resposta: C: FVFVV 
 
41: Identifique os comentários a seguir, de acordo com o código A para 
Realismo e B para Romantismo. 
I- ( B ) Os sentimentos elevam-se, em detrimento da razão e do espírito, 
descambando para a misantropia e para o pessimismo. 
II- (A ) É a anatomia do caráter, a crítica ao homem. 
III- (B ) Cultua a natureza valorizando a paisagem local. 
IV- (A ) Analisa com rigor técnico as pústulas sociais. 
Assinale a alternativa que relaciona respectivamente as respostas corretas: 
A) AABB. 
B) BABA 
C) ABAB 
D) BBAA. 
E) BAAB. 
QUESTÕES DISCURSIVAS 
1) Leia o seguinte trecho de O Cortiço: 
O rumor crescia, condensando-se; o zunzum de todos os dias acentuava-se; já se não 
destacavam vozes dispersas, mas um só ruído compacto que enchia todo o cortiço 
(...). Sentia-se naquela fermentação sanguínea, naquela gula viçosa de plantas 
rasteiras que mergulhavam os pés vigorosos na lama preta e nutriente da vida, o 
prazer animal de existir, a triunfante satisfação de respirar sobre a terra. Explique o 
processo de aproximação do homem com o mundo animal a partir da visão de mundo 
expressa no trecho do romance. 
A esse processo dá-se o nome de naturalismo que, sob influência do 
darwinismo, enfatiza os aspectos físicos e biológicos do homem, ou a sua 
natureza animal (ou tomado por uma patologia). 
 
2) A figura feminina de Aurélia, no romance Senhora de José de Alencar, é 
personagem forte e marcante, pois, apesar de sua caracterização ainda 
romantizada, já se diferencia das típicas heroínas românticas, indicando 
possivelmente uma transição para o Realismo. Aponte traços da caracterização de 
Aurélia que indiquem suas diferenças em relação às típicas personagens românticas. 
A diferença de Aurélia e as outras personagens românticas está no fato de que 
ela alia a sedução à inteligência, culminando em um casamento por interesse. 
Além disso, ela é uma personagem forte que se opõe ao seu tutor. 
3) Leia o texto abaixo: 
“Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, 
se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar 
seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente 
método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto 
autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim 
mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no 
introito, mas no cabo: diferença radical entre esse livro e o Pentateuco. Dito isto, 
expirei as duas horas da tarde de uma sexta-feira do mês de agosto de 1869, na 
minha bela chácara de Catumbi. Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos, 
era solteiro, possuía cerca de trezentos contos e fui acompanhado ao cemitério por 
onze amigos. Onze amigos! Verdade é que não houve cartas nem anúncios. Acresce 
que chovia – peneirava – uma chuvinha miúda, triste e constante, tão constante e tão 
triste, que levou um daqueles fiéis da última hora a intercalar esta engenhosa ideia no 
discurso que proferiu à beira de minha cova – “Vós, que o conhecestes, meus 
senhores, vós podeis dizer comigo que a natureza parece estar chorando a perda 
irreparável de um dos mais belos caracteres que têm honrado a humanidade. Este ar 
sombrio, estas gotas do céu, aquelas nuvens escuras que cobrem o azul como um 
crepe funéreo, tudo isso é a dor crua e má que lhe rói à natureza as mais íntimas 
entranhas, tudo isso é um sublime louvor ao nosso ilustre finado.” Observa-se nos 
textos a exploração da metalinguagem, ou seja, a proposta de comentar e 
refletir criticamente o próprio ato de escrever, transformando a narrativa em 
metaliteratura. Comente tal procedimento retirando exemplos do fragmento 
selecionados que justifique a sua resposta. 
Machado de Assis, por meio do personagem / narrador do seu romance Memórias 
Póstumas de Brás Cubas, comenta o processo de elaboração do texto literário, 
abrindo uma perspectiva de diálogo crítico com os leitores. 
 
4) Leia o seguinte trecho do capítulo Contas, de Vidas Secas, de Graciliano 
Ramos. 
“Tinha a obrigação de trabalhar para os outros, naturalmente, conhecia do seu lugar. 
Bem. Nascera com esse destino, ninguém tinha culpa de ele haver nascido com um 
destino ruim. Que fazer? Podia mudar a sorte? Se lhe dissessem que era possível 
melhorar de situação, espantar-se-ia (...) Era uma sina. O pai vivera assim, o avô 
também. E para trás não existia família. Cortar Mandacaru, ensebar látegos – aquilo 
estava no sangue. Conformava-se, não pretendia mais nada. Se lhe dessem o que era 
dele, estava certo. Não davam. Era um desgraçado, era como um cachorro, só recebia 
ossos. Por que seria que os homens ricos ainda lhe tornavam uma parte dos ossos? 
Fazia até nojo pessoas importantes se ocuparem com semelhantes porcarias.” 
(Ramos, Graciliano. Vidas Secas) 
Explique por que podemos afirmar que a visão que Fabiano tem de si mesmo é a 
visão determinista. 
Porque ele utiliza uma visão naturalista, que enfatiza os aspectos físicos e 
biológicos do homem, ou a sua natureza animal (ou tomado por uma patologia), 
evidenciado quando se compara a um cachorro. Além disso, ele considera a sua 
condição comouma sina, e que está sujeito às leis naturais, nesse caso, de 
hereditariedade. 
 
5) O romance Senhora, de José de Alencar, foi publicado em 1875. O 
romance pode ser considerado uma das obras-primas de seu autor e uma 
das principais da literatura brasileira. Sobre a caracterização da 
personagem Aurélia, a partir de um narrador observador, podemos 
afirmar haver uma humanização da personagem que, afastando-a do 
maniqueísmo romântico, acrescenta-lhe traços realistas. Explique a 
afirmação. 
Aurélia é uma mulher dividida entre o amor e o ódio; o desejo e o desprezo pelo 
homem que ama. Além disso, ela é narrada como, ao mesmo tempo, fada 
encantadora e ninfa das chamas – lasciva salamandra; mulher-anjo romântico e 
com elementos demoníacos. 
 
6) Leia, a seguir, o fragmento da obra Gabriela, Cravo e Canela, de Jorge 
Amado e responda ao que se pede. 
[...]No dia seguinte, depois do almoço, os marinheiros tiveram novamente folga, 
espalharam‐ se pelas ruas. Como gostavam da cachaça ilheense!, comprovavam com 
orgulho os grapiúnas. Vendiam cigarros estrangeiros, peças de fazenda, frascos de 
perfume, bugigangas douradas. Gastavam o dinheiro em cachaça, enfiavam‐se nas 
casas de mulheres‐dama, caíam bêbados na rua. Foi depois da sesta. Antes da hora do 
aperitivo da tarde, naquele tempo vazio, entre as três e as quatro e meia. Quando 
Nacib aproveitava para fazer as contas da caixa, separar o dinheiro, calcular os lucros. 
Foi quando Gabriela, terminado o serviço, partiu para casa. O marinheiro sueco, um 
loiro de quase dois metros, entrou no bar, soltou um bafo pesado de álcool na cara de 
Nacib e apontou com o dedo as garrafas de “Cana de Ilhéus”. Um olhar suplicante, 
umas palavras em língua impossível. Já cumprira Nacib, na véspera, seu dever de 
cidadão, servira cachaça de graça aos marinheiros. Passou o dedo indicador no 
polegar, a perguntar pelo dinheiro. Vasculhou os bolsos o loiro sueco, nem sinal de 
dinheiro. Mas descobriu um broche engraçado, uma sereia dourada. No balcão 
colocou a nórdica mãe‐d'água, Yemanjá de Estocolmo. Os olhos do árabe fitavam 
Gabriela a dobrar a esquina por detrás da igreja.Mirou a sereia, seu rabo de peixe. 
Assim era a anca de Gabriela. Mulher tão de fogo no mundo não havia, com aquele 
calor, aquela ternura, aqueles suspiros, aquele langor. Quanto mais dormia com ela, 
mais tinha vontade. Parecia feita de canto e dança, de sol e luar, era de cravo e canela. 
Nunca mais lhe dera um presente, uma tolice de feira. Tomou da garrafa de cachaça, 
encheu um copo de vidro grosso, o marinheiro suspendeu o braço, saudou em sueco, 
emborcou em dois tragos, cuspiu. Nacib guardou no bolso a sereia dourada, sorrindo. 
Gabriela riria contente, diria a gemer: “precisava não, moço bonito...” 
E aqui termina a história de Nacib e Gabriela, quando renasce a chama do amor de 
uma brasa dormida nas cinzas do peito. 
A crônica de costumes é uma das maneiras pelas quais se manifesta o 
regionalismo na obra de Jorge Amado. Quais elementos presentes no texto podem 
ser identificados como hábitos e costumes locais? 
A crônica de costumes de Jorge Amado transforma malandros e vagabundos 
em heróis românticos e folhetinescos. É possível observar os costumes 
diversos, incluindo consumo de bebidas e de outros produtos; e frequência em 
casas de prostituição; os vícios. 
 
7) Leia, a seguir o fragmento de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de 
Machado de Assis e responda ao que se pede. 
"Este último capítulo é todo de negativas. Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui 
ministro, não fui califa, não conheci o casamento. Verdade é que, ao lado dessas faltas, coube-
me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto. Mais; não padeci a morte de 
Dª Plácida, nem a semidemência do Quincas Borba. Somadas umas coisas e outras, qualquer 
pessoa imaginaria que não houve míngua nem sobra, e conseguintemente que saí quite com a 
vida. E imaginará mal; porque ao chegar a este outro lado do mistério, achei-me com um pequeno 
saldo, que é a derradeira negativa deste capítulo de negativas: – Não tive filhos, não transmiti a 
nenhuma criatura o legado da nossa miséria." 
O fragmento evidencia, com clareza, pelo menos uma das características principais de 
Machado de Assis. Qual é ela? Explique. 
Uma das características principais de Machado de Assis é o pessimismo 
irônico, muitas vezes disfarçado sob a aparência de conformidade indiferente. 
Ele usa essa característica para mostrar a sua desilusão com os seres 
humanos, Brás Cubas vai enumerando suas negativas e seus fracassos, ao 
mesmo tempo vangloria-se de nunca ter trabalhado e julga-se um perdedor com 
ironia. 
 
8) Considere os seguintes fragmentos de análises da obra Dom Casmurro, 
de Machado de Assis, para responder ao que se pede. 
“Nesse romance, o autor veicula, a seu modo, por meio de seus personagens um dos 
mais explorados motivos da prosa literária – o triângulo amoroso. É, entretanto, pela 
fala do personagem-narrador que conhecemos os fatos, e é pelo filtro de sua visão 
que formamos o perfil psicológico de cada uma das personagens.” (William Roberto 
Cereja; Thereza Cochar Magalhães). 
“O seu maior romance é uma interpretação da vida e uma procura do tempo perdido. 
Munido de uma apurada técnica literária, ele vai iniciar a exploração da vida, olhada 
em resumo, do cimo desse planalto em que a velhice começa. O herói do romance 
nos relata de início como mandou reproduzir, peça por peça, em outro bairro, a antiga 
casa de Mata-cavalos, quieta, acolhedora, cheia de coisas velhas e consagradas pelo 
uso” (Barreto Filho). 
A partir dos trechos acima, explique por que Dom Casmurro pode ser caracterizado 
como um romance psicológico.  
O gênero romance psicológico tem como principal característica a imersão nas 
razões dos motivos, escolhas e ações dos seres humanos, no fluxo 
inconsciente das memórias que passa a determinar o comportamento dos 
personagens. Em Dom Casmurro, podemos observar que o autor apresenta 
personagens multifacetados e analisa profundamente as características 
psicológicas de cada um deles. 
 
9) Leia o trecho retirado de O burrinho pedrês, de Guimarães Rosa. 
"ERA UM BURRINHO PEDRÊS, miúdo e resignado, vindo de Passa-Tempo, Conceição do 
Serro, ou não sei onde no sertão. Chamava-se Sete-de-Ouros, e já fora tão bom, como outro 
não existiu e nem pode haver igual. (...) Mas nada disso vale fala, porque a estória de um 
burrinho, como a história de um homem grande, é bem dada no resumo de um só dia de sua 
vida. (...) Mas, nem bem Sinoca terminava, e já, morro abaixo, chão a dentro, trambulhavam, 
emendados, três trons de trovões. (...) 
- É para vigiar o Silvino, todo o tempo, que ele quer mesmo matar o Badu e tomar rumo. Agora, 
eu sei, tenho a certeza. Não perde os dois de olho, Francolim Ferreira! (...) Badu agora dormia 
de verdade, sempre agarrado à crina. Mas Sete-de-Ouros não descansou. Retomou a estrada, 
e, já noite alta, quando chegaram à Fazenda, ele se encostou, bem na escada da varanda, 
esperando que o vaqueiro se resolvesse a descer. Ao fim de um tempo, o cavaleiro acordou. 
(...)" 
Indique o resultado da utilização de discurso direto e indireto, em relação ao tempo da 
narrativa. 
O narrador da fábula faz uso de discurso direto e indireto, articulando-os de 
forma que o tempo da narrativa seja percebido tanto num passado (acontecido) 
como num presente (acontecendo). 
 
10) O único romance de Manuel Antônio de Almeida, Memórias de um Sargento de 
Milícias, publicado em 1852-53 sob a forma de folhetins, difere em muitos aspectos 
dos romances comumente publicados em folhetins do século XIX. O romance 
contrasta com os romances românticos de sua época e possui traços que 
anunciam a literatura dos períodos posteriores por várias razões. Dê ao menos uma 
razão que explique a afirmação de que Memórias de um Sargento de Milíciasé um 
romance de transição e explique. 
Apesar de ter sido escrito em pleno romantismo, o romance está meio em 
desacordo com os padrões do momento por abandonar a visão da burguesia 
urbana e retratar o povo em toda a sua simplicidade, aproximando-se da sua 
realidade ao descrever suas relações e conflitos interiores, crises etc., 
características essas que pertenceram ao Realismo. 
 
11) Leia, a seguir, fragmento da obra O cortiço, de Aluísio de Azevedo e 
responda ao que se pede: 
“Passaram-se semanas. Jerônimo tomava agora, todas as manhãs, uma xícara de café bem 
grosso, à moda da Ritinha, e tragava dois dedos de parati “pra cortar a friagem”. 
Uma transformação, lenta e profunda, operava-se nele, dia a dia, hora a hora, reviscerando-lhe 
o corpo e alando-lhe os sentidos, num trabalho misterioso e surdo de crisálida. A sua energia 
afrouxava lentamente: fazia-se contemplativo e amoroso. A vida americana e a natureza do 
Brasil patenteavam-lhe agora aspectos imprevistos e sedutores que o comoviam; esquecia-se 
dos seus ‘ tomava gosto aos prazeres, e volvia-se preguiçoso, resignando-se, vencido, às 
imposições do sol e do calor, muralha de fogo com que o espírito eternamente revoltado do 
último tamoio entrincheirou a pátria contra os conquistadores aventureiros. 
E assim, pouco a pouco, se foram reformando todos os seus hábitos singelos de aldeão 
português: e Jerônimo abrasileirou-se. (...)” 
 Indique no trecho aspectos que evidenciem a filiação do romance à estética 
naturalista. 
Tendo como cenário uma habitação coletiva, o romance difunde as teses 
naturalistas, que explicam o comportamento dos personagens com base na 
influência do meio, da raça e do momento histórico. 
 
12) O tema central de Fogo Morto, de José Lins do Rego, é o desajuste das 
pessoas com a realidade resultante do declínio do escravismo nos 
engenhos nordestinos, nas primeiras décadas do século XX. A obra gira 
em torno de três personagens empolgantes, que são as três mais fortes 
personagens da sua criação ficcional. São elas: o mestre José Amaro, o 
artesão, o major Luís César de Holanda Chacon, o senhor de engenho 
decadente, e o capitão Vitorino Carneiro da Cunha, que é, sem dúvida, a 
maior personagem do livro e de todos os romances de José Lins do Rego. 
É frequente encontrarmos comparações entre Vitorino e a figura de D. Quixote, 
de Miguel de Cervantes. Explique por que a comparação é possível. 
Ele tem de Dom Quixote o idealismo, a luta pelos fracos e pela justiça. 
Perambula pelas estradas, como um cavaleiro errante, ostentando um poder e 
uma dignidade que, na verdade, está longe de possuir. 
 
13) No conto O caso da vara, de Machado de Assis, o objetivo de Machado fica 
muito claro: a análise do caráter humano. O autor impõe ao leitor uma 
frustrante verdade: somos seres egoístas, ambiciosos, sempre em busca 
da realização de um interesse pessoal, não importando o meio para isso. 
Explique o contexto do conto em que o leitor se frustra com o comportamento 
egoísta de Damião. 
O autor procura mostrar nesse conto que todos nós temos um lado egoísta. 
Esse lado de Damião sobressaiu quando ele teve que fazer a escolha entre 
salvar Lucrécia do castigo e continuar sendo protegido por Maria Rita e acaba 
ficando com a segunda opção. 
 
14) No romance Vidas Secas, de Graciliano Ramos, cada um dos membros da 
família de Fabiano merece um capítulo integralmente dedicado à 
apresentação da personagem e à exposição de um aspecto fundamental 
da vida dos retirantes. A despeito da situação de pauperismo em que vivem 
os retirantes, nessa personagem sobrevive a dimensão dos desejos, os 
sonhos de melhoria de vida. O fio de esperança que a personagem 
alimenta, a capacidade de manter previsões, amplia sua vida para além da 
sobrevivência diária e resguarda um mínimo de humanidade, que distingue 
seres humanos de outros animais. A que personagem se refere o trecho? 
Indique o principal sonho da personagem. 
Sinhá Vitória é a esposa de Fabiano. Mulher cheia de fé e muito trabalhadora. 
Além de cuidar dos filhos e da casa, ajudava o marido em seu trabalho também. 
Esperta, sabia fazer contas e sempre avisava ao marido sobre os trapaceiros 
que tentavam tirar vantagem da falta de conhecimento de Fabiano. Sonhava 
com um futuro melhor para seus filhos e não se conformava com a miséria em 
que viviam. Seu sonho era ter uma cama de fita de couro para dormir. 
 
15) A figura feminina de Aurélia, no romance Senhora de José de Alencar, é 
personagem forte e marcante, pois, apesar de sua caracterização ainda 
romantizada, já se diferencia das típicas heroínas românticas, indicando 
possivelmente uma transição para o Realismo. Aponte traços da 
caracterização de Aurélia que indiquem suas diferenças em relação às típicas 
personagens românticas. 
Aurélia não aceitava a imposição social de costumes e exigências e oscila entre 
a pureza e ironia. Era dividida entre o amor e o ódio; o desejo e o desprezo pelo 
homem que ama. Além disso, ela é narrada como, ao mesmo tempo, fada 
encantadora e ninfa das chamas – lasciva salamandra; mulher-anjo romântico e 
com elementos demoníacos. Era chamada de senhora porque era dona dos 
seus atos e rica, em um tempo que mulher não tinha poder e não era chamada 
assim 
16) Leia o fragmento a seguir, de Clarice Lispector: 
“Mas aí que está esta história não tem nenhuma técnica, nem estilo, ela é ao deus-dará. 
Eu que também não mancharia por nada deste mundo com palavras brilhantes e falsas 
uma vida parca como a da datilografa” (Clarice Lispector. A Hora da Estrela). 
Em A Hora da Estrela, o narrador questiona-se quanto ao modo e à possibilidade de 
contar a história. Caracterize esse narrador, mostrando como suas características se 
relacionam com a terceira fase do modernismo. 
O narrador é autocrítico, ou seja, ele percebe a inadequação de um estilo 
sofisticado para narrar a vida popular e isto se relaciona com a terceira fase do 
modernismo, em que os escritores buscavam usar a linguagem coloquial, uma 
linguagem mais próxima da linguagem falada. 
 
17) Quais as principais características da segunda fase do Modernismo no Brasil a 
partir de 1930? Cite dois autores esse período. 
A prosa vai assumir contornos neorrealistas, ao retratar a realidade e 
conscientizar leitores. Surge nesse período a vertente regionalista da prosa, que 
busca apresentar as regiões marginalizadas do Brasil. Com a figura do 
fracassado, uma das maiores conquistas do romance da geração de 1930 para a 
ficção brasileira: a incorporação das figuras marginais. Dois autores: Jorge 
Amado e Graciliano Ramos 
 
18) Apesar de quase atrofiadas na sua rusticidade, as personagens de Vidas secas 
de Graciliano Ramos, conservam um filete de investigação da interioridade: cada 
uma delas se perscruta, reflete, tenta compreender a si e ao mundo, ajustando-
o à sua visão. Você considera essa afirmação correta? Justifique brevemente 
sua resposta. 
Sim. Fabiano, assim como os outros personagens de Vidas Secas, reflete sobre 
a própria condição e percebe-se, em diversos momentos na obra, como um ser 
oprimido pela sociedade. Sabe que está sendo passado para trás nas contas do 
patrão, nota a subserviência e a impossibilidade de luta contra o soldado 
amarelo e afirma ser um bicho, o que nos leva a concluir que há, portanto, uma 
investigação de sua interioridade. Com sinhá Vitória ocorre o mesmo. Grosso 
modo, também se pode afirmar que isso se dá até mesmo com os meninos, que 
em diversos momentos revelam esse filete de investigação de interioridade, 
julgando-se impotentes diante dos acontecimentos, e com Baleia, 
antropomorfizada por inteiro no momento de sua morte. 
 
19) Leia, a seguir, o fragmento e responda ao que se pede: 
”O primeiro cearense, ainda no berço, emigrava da terra da pátria. Havia a pré-
destinação de uma raça?” Temos no trechoanterior uma reflexão sob a forma de 
pergunta ao autor, ______________, faz a si mesmo, ao finalizar o romance 
___________. 
Indique o nome do autor e da obra que completam corretamente as lacunas. Quem é, 
na obra, o primeiro cearense e quem são seus pais? O que representa, no processo de 
formação da Identidade brasileira, o nascimento do primeiro cearense? 
O autor é José de Alencar e a obra é Iracema. 
Na obra, o primeiro cearense é Moacir e seus pais são Iracema e Martim. 
No processo de formação da identidade brasileira, o nascimento do primeiro 
cearense representa a união de duas raças, Martim, pai de Moacir, era um 
colonizador português. 
Essa história representa o que aconteceu com a América na época da 
colonização europeia. 
 
20) Leia abaixo um trecho do romance Gabriela, cravo e canela, de Jorge 
Amado, para responder ao que se pede. 
Ia alto o sol reconquistado na véspera quando, aos gritos de dona Arminda, Nacib acordou: 
– Vamos espiar os enterros, menina. Vale a pena! 
– Inhora, não. O moço ainda não levantou. 
Pulou da cama: como perder os enterros? Saiu do banheiro já vestido, Gabriela acabava de pôr 
na mesa os bules fumegantes de café e leite. Sobre a alva toalha, cuscuz de milho com leite de 
coco, banana-da-terra frita, inhame, aipim. Ela ficara parada na porta da cozinha, interrogativa: 
– O moço precisa me dizer do que é que gosta. 
Engolia pedaços de cuscuz, os olhos enternecidos, a gula a prendê-lo à mesa, a curiosidade a 
dar-lhe pressa, era hora dos enterros. Divino aquele cuscuz, sublimes as talhadas de banana 
frita. Arrancou-se da mesa com esforço. Gabriela amarrara uma fita nos cabelos, devia ser bom 
morder -lhe o cangote moreno. Nacib saiu quase correndo para o bar. A voz de Gabriela 
acompanhava-o no caminho, a cantar [...] 
O enterro de Osmundo despontava na praça, vindo da avenida na praia. 
– Não tem gente nem para pegar nas alças do caixão... –comentou alguém. 
Pura verdade. Era difícil imaginar-se enterro mais magro de acompanhamento. Só mesmo as 
mais chegadas a Osmundo tiveram a coragem de acompanhá-lo nesse seu último passeio pelas 
ruas de Ilhéus. Levar o dentista ao cemitério era quase uma afronta ao coronel Jesuíno e à 
sociedade. Ari Santos, o Capitão, Nhô-Galo, um redator do Diário de Ilhéus, uns poucos mais, 
revezavam-se nas alças do caixão. 
O morto não tinha família em Ilhéus, mas nos meses que ali passara fizera muitas relações, 
homem dado, amável, frequentador dos bailes do Clube Progresso, das reuniões do Grêmio Rui 
Barbosa, das danças familiares, dos bares e cabarés. No entanto ia para o cemitério como um 
pobre diabo, sem coroas e sem lágrimas. [...] 
AMADO, Jorge.Gabriela, cravo e canela. São Paulo: Companhia das Letras, 2008 p. 146 
 
Identifique no trecho um exemplo de sinestesia, figura de linguagem muito 
característica da obra de Jorge Amado. 
(Sinestesia: consiste na junção de impressões sensoriais diferentes, misturando, por 
exemplo, cheiro com gosto, visão com tato) 
Ao referir-se aos bules fumegantes de café sobre a mesa, ladeados de quitutes 
da nova cozinheira, como “cuscuz de milho com leite de coco, banana-da-terra 
frita, inhame e alpim”, o narrador evoca por meio dos “olhos enternecidos” de 
Nacib uma faceta importante da obra de Jorge Amado: a sinestesia do paladar, 
do alfato, do tato. Essa peculiar combinação de sensações está presente 
inclusiva na descrição de Gabriela, a protagonista que tem cheiro de cravo e cor 
de canela. 
 
21) Leia o fragmento da carta de Pero Vaz de Caminha para responder ao que 
se pede: 
Andaram na praia, quando saímos, oito ou dez deles; e daí a pouco começaram a vir mais. E 
parece‐me que viriam, este dia, à praia, quatrocentos ou quatrocentos e cinquenta. Alguns 
deles traziam arcos e flechas, que todos trocavam por carapuças ou por qualquer coisa que 
lhes davam. Comiam conosco de tudo o que lhes oferecíamos. Alguns deles bebiam vinho; 
outros não o podiam suportar. Mas quer‐me parecer que, se os acostumarem, o hão de beber 
de boa vontade. (...) Quando saímos do batel, disse‐nos o Capitão que seria bem que fôssemos 
diretamente à cruz que estava encostada a uma árvore, junto ao rio, a fim de ser colocada 
amanhã, sexta‐feira, e que nos puséssemos todos de joelhos e a beijássemos para que eles 
vissem o acatamento que lhe tínhamos. E assim fizemos. E a esses dez ou doze que lá estavam, 
acenaram‐lhes que fizessem o mesmo; e logo foram todos beijá‐la. Parece‐me gente de tal 
inocência que, se nós entendêssemos a sua fala e eles a nossa, seriam logo cristãos, visto que 
não têm nem entendem crença alguma, segundo as aparências. E, portanto, se os degredados 
que aqui hão de ficar aprenderem bem a sua fala e os entenderem, não duvido que eles, 
segundo a santa tenção de Vossa Alteza, se farão cristãos e hão de crer na nossa santa fé, à 
qual preza a Nossa Senhor que os traga, porque certamente esta gente é boa e de bela 
simplicidade. E imprimir‐se‐á facilmente neles todo e qualquer cunho que lhes quiserem dar, 
uma vez que Nosso Senhor lhe deu bons corpos e bons rostos, como a homens bons. E o fato 
de Ele nos haver até aqui trazido, creio que não o foi sem causa. E, portanto, Vossa Alteza, que 
tanto deseja acrescentar à santa fé católica, deve cuidar da salvação deles. E aprazerá a Deus 
que com pouco trabalho seja assim! 
Vocabulário 
Batel: embarcação pequena 
Acatamento: respeito, veneração. 
Degredados: que foram exilados. 
Tenção: propósito, intenção. 
Praza: agrada. 
Cunho: caráter, índole. 
A partir da leitura, é possível explicar o processo de aculturação dos índios partindo da 
visão de mundo de um homem europeu que desconsidera a visão indígena? Por quê? 
Contextualize sua resposta em elementos de texto lido. 
 
Sim, os europeus tinham uma visão estruturada no teocentrismo, por isso, havia 
uma intenção de impor a fé católica aos índios porque acreditam que eles não 
possuíam fé alguma, embora fossem considerados homens bons. 
 
22) Leia, a seguir, fragmento do romance Memórias de um Sargento de 
Milícias, de Manuel Antônio de Almeida e responda ao que se pede. 
Sua história tem pouca coisa de notável. Fora Leonardo algibebe¹ em Lisboa, sua pátria; 
aborrecera-se, porém, do negócio, e viera ao Brasil. aqui chegando, não se sabe por 
proteção de quem, alcançou o emprego de que o vemos empossado, o que exercia, como 
dissemos, desde tempos remotos. Mas viera com ele no mesmo navio, não sei fazer o quê, 
uma certa Maria de hortaliça, quitandeira das praças de Lisboa, saloia² rechonchuda e 
bonitona. O Leonardo, fazendo-se-lhe justiça, não era nesse tempo de sua mocidade mal-
apessoado, e sobretudo era maganão³. Ao sair do Tejo, estando a Maria encostada à borda 
do navio, o Leonardo fingiu que passava distraído junto dela, e com o ferrado sapatão 
assentou-lhe uma valente pisadela no pé direito. A Maria, como se já esperasse por aquilo, 
sorriu-se como envergonhada do gracejo, e deu-lhe também em ar de disfarce um 
tremando beliscão nas costas da mão esquerda. Era isto uma declaração em forma, 
segundo os usos da terra: levaram o resto do dia de namoro cerrado; ao anoitecer passou-
se a mesma cena de pisadela e beliscão, com a diferença d serem desta vez um pouco 
mais fortes; e no dia seguinte estavam os dois amantes tão extremosos e familiares, que 
pareciam sê-lo de muitos anos. (Manuel Antônio de Almeida, Memórias de um sargento 
de milícias) 
Glossário: 
1algibebe: mascate, vendedor ambulante. 
2 saloia: aldeã das imediações de Lisboa. 
3maganão: brincalhão, jovial, divertido. 
É possível afirmarmos que neste fragmento do romance, o modo pelo qual é relatado o 
início do relacionamento entre Leonardo e Maria evidencia a possibilidade de 
classificarmos a obra como um romance de transição entre o Romantismo e o Realismo. 
Explique a afirmação contextualizando sua resposta no trecho destacado. 
O  modo pelo qual érelatado o início do relacionamento entre Leonardo e Maria 
opõe-se ao tratamento idealizante e sentimental das relações amorosas, 
dominante do Romantismo, como por exemplo, o pisão no pé de Maria que 
Leonardo dá e o beliscão que ela devolve que não tem nada de romântico. 
 
23) O romance Capitães da areia, de Jorge Amado, publicado em 1937, insere-se 
na vertente sociológica, e mais precisamente, na vertente da arte de denúncia 
social da prosa modernista da geração de 1930, aquela que ateou cambiante 
em seu compromisso ideológico da esquerda entre um neorrealismo de 
feições naturalistas ou psicológicas e um certo idealismo de feição romântica. 
Capitães da areia, de Jorge Amado e O cortiço, de Aluísio de Azevedo 
possuem uma visão determinista em relação às personagens que, em virtude 
do meio em que estão inseridos, reproduzem miséria e violência. Estabeleça 
uma comparação entre o determinismo das obras 
Aluísio Azevedo confere vida própria aos pequenos agrupamentos humanos, 
como o cortiço. Seus protagonistas caminham para a degradação social e moral 
por força da opressão social e do determinismo das leis naturais, isto é, o 
homem submetido às leis da raça (hereditariedade e instinto), do meio 
(geográfico e social) e do tempo (circunstâncias históricas).

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