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MÓDULO 1
Inclusão e diversidade humana
Capacitação a distância
Direitos da Pessoa Idosa
Realização Patrocínio
SECRETARIA NACIONAL DE
PROMOÇÃO E DEFESA DOS
DIREITOS DA PESSOA IDOSA
Apoio
 
Capacitação a Distância – Direitos da Pessoa Idosa 
 
 
MÓDULO 1 
Inclusão e Diversidade Humana 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright 2019: Instituto brasileiro de Administração Municipal – IBAM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ficha Catalográfica elaborada por Cinthia Pestana Viana CRB-7/6431 - Biblioteca do IBAM 
 
CENSO EXPERIMENTAL 2019 
I59 Instituto Brasileiro de Administração Municipal 
Capacitação a distância: direitos da pessoa idosa. / IBAM/SNPDDPI; [conteudistas] 
Louise Storni e Rosimere de Souza. [Colaboração: Ricardo Cesar Figueiredo de 
Moraes] – Rio de Janeiro: IBAM, 2019. 
 
 4 v. 
 
 Inclusão e Diversidade Humana; Modulo. 1 
 Princípios e marcos normativos dos direitos da pessoa idosa; Modulo. 2 
Acessibilidade e autonomia da pessoa idosa; Modulo 3 
Políticas públicas e a pessoa idosa; Modulo. 4 
 
 
 1. Idosos. Cuidado e tratamento. Manuais, guias, etc.. 2. Idosos. Estatuto 
legal, leis, etc.. Brasil. 3. Envelhecimento. Brasil. 4. Saúde pública. Brasil. I. Storni, 
Louise. II. Souza, Rosimere de III. Instituto Brasileiro de Administração Municipal. IV. 
Brasil. Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, V. 
Título. 
CDU 613.98 
 
 
 
Página | 2 
MÓDULO 1 
Inclusão e Diversidade 
Humana 
 
República Federativa do Brasil 
Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa Idosa 
Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos 
 
Presidente da República Jair Messias Bolsonaro 
Ministra de Estado da Mulher, da 
Família e dos Direitos Humanos 
 
Damares Alves 
Secretário Nacional de Promoção 
dos Direitos da Pessoa Idosa 
 
Antônio Costa 
Secretário Adjunto de Promoção 
dos Direitos da Pessoa Idosa 
 
Paulo Fernando Melo da Costa 
Coordenadora-Geral do Conselho 
Nacional dos Direitos do Idoso 
 
Eunice da Silva 
 
 
 
Instituto Brasileiro de Administração Municipal - IBAM 
Escola Nacional de Serviços Urbanos – ENSUR 
 
Superintendente Geral Paulo Timm 
Diretora da ENSUR Tereza Cristina B. Baratta 
Coordenação de Ensino Márcia Costa Alves da Silva 
Gestão Acadêmica Silvia Kelly Leão Silva de Freitas 
Administrativo e Financeiro 
 
Andréia Azevedo Silva 
Anderson da Silva e Silva 
Normalização Bibliográfica Cinthia Pestana 
 
 
 
Capacitação à Distância - Direitos da Pessoa Idosa 
 
Supervisão Técnica Tereza Cristina B. Baratta 
Coordenação Pedagógica Márcia Costa Alves da Silva 
Gestão Acadêmica 
 
Silvia Kelly Leão Silva de Freitas 
Colaboração: Andréia Azevedo Silva e 
Tito Ricardo de Almeida Tortori 
Profissional de TI Roberto da Silva Gonçalves 
Assistente Administrativa Selma Rodrigues de Lacerda Teixeira 
Comunicação Ewerton da Silva Antunes 
Conteudistas 
 
Louise Lima Storni Rocha 
Rosimere de Souza 
Colaboração: Ricardo Moraes 
 
 
Página | 3 
MÓDULO 1 
Inclusão e Diversidade 
Humana 
 
 
 
 
 APRESENTAÇÃO 
Seja bem-vindo(a) ao Módulo 1! 
Neste módulo, você vai estudar o processo do envelhecimento sob a 
perspectiva da inclusão e da diversidade humana. Dessa forma, você será capaz 
de conceber estratégias de enfrentamento dos problemas que afetam o 
desenvolvimento e a autonomia da pessoa idosa. 
 
 OBJETIVO 
Ao final deste módulo, espera-se que você seja capaz de: 
 definir envelhecimento sob a perspectiva da inclusão e da diversidade 
humana; 
 identificar as políticas de garantia de direitos humanos do idoso; 
 conceituar geriatria e gerontologia; 
 reconhecer a intergeracionalidade como processo sociocultural e de 
valorização do idoso; 
 identificar as tipologias de violência contra o idoso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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MÓDULO 1 
Inclusão e Diversidade 
Humana 
 SUMÁRIO 
 
APRESENTAÇÃO ................................................................................................. 3 
OBJETIVO ............................................................................................................ 3 
 
UNIDADE 1 - O Envelhecimento no Mundo Contemporâneo e os Desafios da 
Inclusão Social ..................................................................................................... 5 
1.1. O conceito de inclusão .....................................................................................5 
1.2. O conceito de diversidade humana ................................................................6 
1.3. Inclusão digital e pessoa idosa ........................................................................8 
1.4. Os diferentes termos ........................................................................................9 
1.5. Direito do idoso e Estatuto do Idoso ........................................................... 11 
1.6. A importância do aprimoramento da legislação........................................ 13 
1.7. Importância das entidades de atendimento ao idoso .............................. 14 
 
UNIDADE 2 - Aspectos Gerais sobre Envelhecimento sob o Ponto de Vista da 
Gerontologia e da Geriatria ............................................................................... 16 
2.1. Geriatria e gerontologia ................................................................................ 16 
2.2. Longevidade .................................................................................................... 18 
2.3. Qualidade de vida .......................................................................................... 19 
2.4. Intergeracionalidade e pessoa idosa ........................................................... 21 
2.5. Tipologias de violência contra o idoso ........................................................ 23 
 
CONCLUSÃO ..................................................................................................... 26 
SIGLAS ............................................................................................................... 27 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 28 
SITES INDICADOS ............................................................................................. 32 
 
 
 
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MÓDULO 1 
Inclusão e Diversidade 
Humana 
UNIDADE 1 
O Envelhecimento no Mundo 
Contemporâneo e os Desafios da 
Inclusão Social 
 
O envelhecimento populacional é 
fenômeno comprovado e que passou a 
ser preocupação social, em face das 
múltiplas demandas que ele acarreta. O 
aumento da população idosa evolui de 
forma progressiva, tornando-se assunto 
de debate em diferentes áreas como 
nas políticas de saúde, urbana, 
econômica e social. Dessa maneira, o 
envelhecimento traz como uma das 
suas principais questões o desafio da 
inclusão social da pessoa idosa. 
O processo de construção de uma sociedade justa e ética se faz com o 
compromisso e a participação de inúmeros atores, os quais podem estar em 
instituições governamentais e em empresas ou organizações da sociedade civil. 
Essa construção envolve mudanças em vários setores da sociedade, como os de 
saúde, educação, justiça e direitos sociais. O trabalho conjunto de todas as 
instituições envolvidas necessita de determinação política e visão sobre as 
competências necessárias às diferentes instâncias. 
 
1.1. O conceito de inclusão 
Inclusão não se trata somente de inserção de umapessoa na comunidade e nos ambientes destinados à 
educação, à saúde, ao lazer e ao trabalho. Incluir implica 
considerar que as pessoas são seres únicos, diferentes 
uns dos outros e, portanto, sem condições de serem 
categorizados. 
O tema do envelhecimento humano está presente em 
todas as culturas e tem sido estudado por profissionais 
de diversas áreas do conhecimento, sendo o crescente 
interesse pelo assunto atribuído principalmente ao 
aumento da expectativa de vida da população. Nessa etapa da vida, acontecem 
mudanças biológicas, psicológicas e sociais que são naturais com o avanço da 
idade. O processo de envelhecer traz perdas estruturais e funcionais, que 
variam de uma pessoa para outra. Essas alterações fazem com que a sociedade 
 
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MÓDULO 1 
Inclusão e Diversidade 
Humana 
visualize o idoso como pessoa improdutiva e estagnada, pois há afastamento 
social decorrente da falta de ambiente favorável e de convívio social com as 
gerações mais jovens. 
Uma das consequências desse isolamento é o enfraquecimento das relações 
constituídas ao longo da vida. Pessoas idosas tendem a ter menos contato 
social, pois não têm mais o círculo de colegas do trabalho, já perderam alguns 
amigos e os filhos estão independentes e constituíram família. É por isso que se 
torna fundamental a inclusão social do idoso, que está ligada diretamente com 
a questão da proteção social e da garantia de seus direitos. 
O estar incluído é definido como ato de se sentir envolvido, ser compreendido 
em sua condição de vida como pessoa pertencente a um grupo, singular e 
coletiva. 
 
1.2. O conceito de diversidade humana 
Para avançarmos no conceito de construção da sociedade inclusiva, é preciso 
entender também o que é diversidade humana. A humanidade sempre teve 
reações variadas diante das diferenças que percebia entre si e dos vários povos 
com os quais tinha contato. As explicações sobre diversidade humana sempre 
ressaltaram os aspectos negativos dos outros. Contudo, devemos entender que 
todos os seres humanos nascem diferentes entre si e que não existe graduação 
de quem é mais ou menos humano. 
Tão logo os seres nascem, imediatamente ocorrem em seus corpos mudanças 
relacionadas ao ciclo vital. A vida em si é um processo, um ciclo existencial, 
social, cultural, psíquico e biológico. Envelhecer é parte desse processo, uma das 
várias fases que o compõem. 
 
A velhice pode e deve ser contextualizada, relacionada não apenas ao tempo 
biológico, mas também ao entendimento de que o envelhecimento é um 
processo multifacetado e multideterminado. Têm-se, portanto, duas velhices: 
uma objetiva, demográfica, biológica e outra subjetiva: a velhice que queremos 
e vivemos. 
Para a filósofa Simone de Beauvoir (1990), a velhice pode ser entendida como 
fenômeno biológico com consequências psicológicas, pois modifica a relação do 
homem no tempo, com o mundo e com a sua própria história. 
Pausa para refletir 
A velhice, parte natural da vida, nada mais é do que uma 
categoria socialmente construída. Você já pensou como 
cada cultura determina quando um indivíduo é considerado 
velho para exercer determinadas atividades? 
 
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MÓDULO 1 
Inclusão e Diversidade 
Humana 
Logo, entende-se que não há padrão de envelhecimento. Essa fase é vivida por 
cada indivíduo de maneira diferente. E, assim como qualquer outro ciclo, será 
vivida conforme a cultura e o histórico de cada indivíduo. Esta é exatamente a 
beleza da vida: sua singularidade e a diversidade humana. 
Como vivemos um modelo econômico e social baseado na produtividade, 
aquele que não produz nos moldes do capitalismo perde espaço e, 
consequentemente, valor social. Por isso, o processo de envelhecimento da 
população demanda cuidados específicos, e a inclusão social desse público deve 
ser garantida para que o idoso se sinta pertencente à sociedade. 
A inclusão da pessoa idosa depende principalmente da família, que exerce as 
funções de supervisionar e cuidar, tanto em situações de saúde quanto de 
doença, tomando decisões relativas ao seu cotidiano. Idosos que residem com 
as famílias e são participativos e idosos que são ocupados com diversas tarefas 
procuram menos serviços de saúde em comparação com aqueles que têm 
muito tempo ocioso. 
Vale destacar que a função de cuidar das pessoas idosas, em muitas sociedades, 
torna-se atribuição principalmente das mulheres da família. Contudo, a inclusão 
é tema de responsabilidade de toda a sociedade. O Estado tem o dever de 
garantir, defender e proteger os direitos da população. No Brasil, quando a 
inclusão da pessoa idosa foi reconhecida como direito humano fundamental, 
caminharemos para uma fase de avanços políticos e tecnológicos, com a criação 
de leis e entidades de proteção, as quais você vai estudar mais adiante. 
O desenvolvimento de políticas públicas destinadas à inclusão de pessoas 
idosas deve combater a “cultura do desprestígio social da velhice”, derivada dos 
primórdios dos ideais capitalistas, os quais consideravam que os velhos tinham 
pouca ou nenhuma utilidade para a cadeia produtiva e para economia. 
Saiba mais! 
Muitos pensadores ao longo do tempo se detiveram sobre 
o tema do envelhecimento e se esforçaram para nos ajudar 
a lidar melhor com a passagem do tempo. Um deles foi 
Marco Túlio Cícero (106-43 a.C.), estadista e filósofo 
romano. Em sua obra Envelhecer (L&PM), Cícero enumera 
vantagens desprezadas da velhice. 
Na dedicatória, ele diz: “Senti tal prazer em escrever que esqueci dos 
inconvenientes dessa idade; mais ainda, a velhice me pareceu 
repetidamente doce e harmoniosa.” Cícero lembra que Sófocles em idade 
avançada ainda escrevia tragédias. No fim da vida, Sócrates aprendeu a 
tocar lira. Catão, na velhice, descobriu a literatura grega. 
Acaso os adolescentes deveriam lamentar a infância e depois, tendo 
amadurecido, chorar a adolescência? A vida segue um curso preciso, e a 
natureza dota cada idade de suas qualidades próprias. Por isso, a fraqueza 
das crianças, o ímpeto dos jovens, a seriedade dos adultos, a maturidade da 
velhice são coisas naturais que devemos apreciar cada uma em seu tempo. 
 
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MÓDULO 1 
Inclusão e Diversidade 
Humana 
1.3. Inclusão digital e pessoa idosa 
A sociedade na Era da Informação vem se tornando cada vez mais complexa e 
dependente das chamadas Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação 
(TDIC). O acesso a essas tecnologias tem crescido na população brasileira, e isso 
se deve, em parte, graças ao surgimento de iniciativas e programas de inclusão 
digital, sejam eles do governo, do terceiro setor ou, ainda, do setor privado. 
Sabemos que gerações mais novas têm intimidade e atração pelos artefatos 
tecnológicos, assimilam facilmente mudanças, pois já convivem desde tenra 
idade com brinquedos eletrônicos e dispositivos móveis, como tablets e 
celulares. 
Contudo, a geração adulta e mais velha, de origem anterior a essa grande 
disseminação do universo digital e da internet, não consegue entender 
tranquilamente os benefícios dessa evolução na mesma velocidade que os mais 
jovens. Esse fato vem favorecendo o fenômeno que ficou conhecido como 
exclusão digital entre os idosos. 
Pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva em 2018 revelou 
que 5,2 milhões de pessoas com mais de 60 anos já utilizam 
regularmente a web no Brasil. Em apenas oito anos, houve um 
salto de 940%, o equivalente a 4,8 milhões de novos usuários. 
O interesse das pessoas com mais de 60 anos pelo mundo 
virtual está crescendo em ritmo acelerado. Nesse período, o 
número de brasileiros conectados à internet cresceu mais de 
100%, e o aumento deinternautas da terceira idade foi de 
quase 1.000%. 
Apesar desses ganhos, muitos idosos permanecem 
desconectados da inclusão digital. O Pew Research Center 
relata que um terço dos americanos adultos de 65 anos ou 
mais afirma que nunca usa a internet, e aproximadamente metade (49%) diz 
que não possui serviços de banda larga em casa. 
Enquanto isso, mesmo com ganhos recentes, a proporção de pessoas idosas 
que afirmam possuir smartphones é 42% menor do que na faixa etária entre 18 
e 64 anos. Já no Brasil, existem mais de cinco milhões de idosos conectados à 
internet, e a maioria encontra-se na região Sudeste (60%) e pertence às classes 
A e B. 
Essa pesquisa norte-americana aponta ainda que 50% dos idosos que utilizam 
internet melhoram o contato familiar, social, comercial e, principalmente, o 
educacional. Para além do aprendizado da tecnologia, idosos também passam 
a realizar pesquisas, ver filmes e fazer cursos on-line. Outras grandes vantagens 
na retomada do aprendizado são a atualização cultural e o aumento da 
autoestima. 
Os benefícios cognitivos são muitos, uma vez que que o aprendizado novo 
estimula o cérebro, afastando riscos de demência ou de doença de Alzheimer. 
 
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MÓDULO 1 
Inclusão e Diversidade 
Humana 
Segundo estudo da Clínica Mayo, nos Estados Unidos, que acompanhou 1.929 
pessoas com mais de 70 anos durante quatro anos, utilizar computador ao 
menos uma vez por semana reduz em 42% a probabilidade de o idoso ter 
problemas de memória e raciocínio. 
Vale destacar que a Lei nº 12.965/2014, denominada Marco Civil da Internet, 
estabeleceu princípios e garantias que contribuem para amplo acesso à rede 
mundial de computadores, não somente por crianças, jovens e adultos, mas 
também por idosos, a ponto de se efetivarem novas políticas públicas voltadas 
para a inclusão digital de pessoas maiores de sessenta anos de idade no Brasil. 
Por fim, entendemos que computadores e tecnologias da comunicação 
oferecem um potencial em evidência para melhorar a qualidade de vida da 
pessoa idosa. O acesso dessa população ao meio digital possibilita manutenção 
de seus papéis sociais, do exercício de cidadania, autonomia e acesso a uma 
sociedade dinâmica e complexa. 
Exemplo 
Para diminuir a distância entre incluídos e excluídos 
digitais, o governo federal e os demais órgãos da 
administração direta, bem como várias organizações não 
governamentais, têm implementado alguns projetos que 
visam promover a democratização do acesso à internet e 
a outros meios digitais, além de incentivar um maior 
usufruto desses meios. 
Um exemplo é o Programa Acessa SP, criado pelo governo de São Paulo, que 
fornece cursos de informática para pessoas idosas em diferentes regiões da 
cidade, dias e horários. O curso tem dois módulos, nos quais os alunos 
aprendem noções de informática, como digitação, funcionalidades do 
computador, uso do mouse, recursos da internet, como fazer pesquisas, 
criar e enviar e-mails etc. Para mais informações, acesse: 
http://www.acessasp.sp.gov.br/ 
 
1.4. Os diferentes termos 
O conceito de idoso é diferente nos países em desenvolvimento e nos países 
desenvolvidos. Nos primeiros, são consideradas idosas aquelas pessoas com 60 
anos ou mais; já nos países desenvolvidos, são consideradas idosas as pessoas 
com 65 anos ou mais. Essa definição foi estabelecida pela Organização das 
Nações Unidas, por meio da Resolução 39/125, durante a Primeira Assembleia 
Mundial das Nações Unidas sobre o Envelhecimento da População, 
considerando a expectativa de vida ao nascer e a qualidade de vida que as 
nações propiciam aos cidadãos. 
 
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MÓDULO 1 
Inclusão e Diversidade 
Humana 
No entanto, de forma geral, são 
muitos os termos utilizados pela 
sociedade para fazer referência a 
esse público: idoso, velhice, terceira 
idade, melhor idade. Afinal, de que 
forma podemos nos referir a essa 
etapa da vida? Todos esses termos 
se referem ao mesmo fenômeno? 
Primeiro, é necessário pontuar que 
existe uma diferença no uso dos 
termos “envelhecimento”, “idoso”, “velhice” e “terceira idade”. 
Por idoso, pode-se entender todo e qualquer indivíduo acima de 60 anos de 
idade. Esse conceito foi criado na França em 1962, substituindo expressões 
como “velho” e “velhote”, e foi adotado no Brasil em documentos oficiais logo 
depois. O idoso é o sujeito do envelhecimento (PEIXOTO, 1998). 
O termo “velhice” é considerado por alguns como referente ao último ciclo da 
vida, que independe de condições de saúde e de hábitos, é individual e pode vir 
acompanhado de perdas psicomotoras, sociais, culturais etc. Outros acreditam 
que a velhice é uma experiência subjetiva e cronológica. No nosso estudo, 
compreendemos que a velhice pode ser vista como uma construção social que 
cria formas diferentes de se entender o mesmo fenômeno, dependendo de 
cada cultura. 
Já o termo “terceira idade” é uma ideia mais contemporânea, que traduz o 
cuidado com a saúde de uma forma mais ampla, pensando em um 
envelhecimento com mais qualidade de vida. A antropóloga Clarice Peixoto 
(1998) lembra que essa expressão foi criada na França em 1962, quando foi 
introduzida no país uma política de integração social que visou à transformação 
da imagem da velhice. Esse conceito de terceira idade, a faixa etária entre 60 e 
80 anos de idade, aproximadamente, traz consigo o signo do dinamismo dos 
"jovens idosos". Enquanto isso, "idosos velhos", a partir dos 80 anos, compõem 
uma “quarta idade”, esta sim uma etapa associada à imagem tradicional da 
decadência ou incapacidade física. 
Especialmente no Brasil, a representação da terceira idade aconteceu mais 
fortemente da década de 1990 em diante, com a ideia de “envelhecimento 
ativo”, isto é, o envelhecimento com saúde e qualidade de vida, incluindo a 
proposta de uma vida ativa (profissional e afetiva, incluindo sexual) e saudável 
(alimentação e exercícios físicos). 
Uma alternativa para se integrar e viver a velhice de forma ativa é a entrada em 
grupos e associações. Nos denominados grupos de terceira idade, idosos 
partilham, de certa forma, uma concepção de solidariedade orgânica, a qual 
favorece a emoção comum, conforta o sentimento coletivo e, por isso, fortifica 
o vínculo comunitário (MAFFESOLI, 1995). 
 
 
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MÓDULO 1 
Inclusão e Diversidade 
Humana 
Saiba mais! 
Em julho de 2017, os maiores de 80 anos passaram a ter 
prioridade sobre os demais idosos. O então presidente do 
Brasil, Michel Temer, sancionou a Lei nº 13.466, que altera 
o Estatuto do Idoso e estabelece que as pessoas com mais 
de 80 sempre terão suas necessidades atendidas com 
preferência. De acordo com o Estatuto do Idoso, são 
consideradas idosas pessoas a partir de 60 anos. 
 
Sabemos que representações sociais sobre a velhice ao longo da História e dos 
esquemas simbólicos do imaginário coletivo contribuem para a construção de 
mitos e crenças enaltecedores ou estigmatizantes dos grupos de idosos. As 
categorizações de velho, de idoso e de terceira idade são construções sociais 
utilizadas para situar esse indivíduo em variadas relações de poder dentro da 
sociedade. 
Em outras palavras, a vida social é organizada em um conjunto de relações 
(gênero, classe, idade, deficiência, raça) que, consideradas e analisadas em sua 
interseccionalidade, levam à conclusão de que não existe uma única velhice, 
mas velhices heterogêneas, a partir das mais diversas vivências. 
 
1.5. Direito do idoso e Estatuto do Idoso 
Para entender como o Estado brasileiro conduz a garantia de direitos do idoso, 
você precisa conhecer a Política Nacional do Idoso, que identificaa pessoa 
idosa como sujeito de direitos e define condições para promover sua 
autonomia, garantindo-lhes proteção e participação na sociedade civil. Trata-se 
da Lei Federal nº 8.842, de 4 de janeiro de 1994, regulamentada pelo Decreto 
Federal nº 1.948, de 3 de julho de 1996, tida como instrumento legal básico para 
o cumprimento das garantias constitucionais já asseguradas pela Constituição 
Federal de 1988. A lei estabelece alguns aspectos que merecem maior destaque 
frente à realidade, ressaltando as incumbências atribuídas por ela ao Poder 
Público e à sociedade civil que devem, inclusive, atuar de forma conjunta por 
meio dos Conselhos do Idoso. 
O Estatuto do Idoso – Lei Federal nº 10.741 –, de 1º de outubro de 2003, é 
destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou 
superior a 60 (sessenta) anos. Embora o Estatuto tenha trazido vários avanços, 
é importante frisar que ele repete alguns direitos e princípios já consagrados na 
própria Constituição Federal e também na legislação infraconstitucional. 
 
 
 
 
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MÓDULO 1 
Inclusão e Diversidade 
Humana 
Veja como o Estatuto do Idoso trata os seguintes temas. 
Direito à liberdade, ao respeito e à dignidade 
Destacam-se o direito da inviolabilidade física, psíquica e moral e a vedação 
ao tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou 
constrangedor, o que abrange a preservação de autonomia, identidade, 
valores, ideias e crenças, espaços e objetos pessoais. 
Alimentos 
O Estatuto adiciona ao Estado a obrigação de prover sustento ao idoso, caso 
os familiares não tenham condições de ajudá-lo. Também o Estatuto prevê a 
possibilidade da transação alimentícia celebrada, perante o promotor, com 
eficácia de título executivo extrajudicial. 
Direito à saúde 
As novidades são: atendimento domiciliar àqueles impossibilitados de se 
locomover; a acomodação de acompanhantes nos hospitais e a proibição da 
discriminação na cobrança dos planos de saúde. 
Educação, cultura, esporte e lazer 
Cria oportunidades de acesso do idoso à educação, adequando currículos, 
metodologias e material didático aos programas educacionais a ele 
destinados; determina a inserção, nos currículos escolares, de temas ligados 
ao processo de envelhecimento; assim como proporciona desconto de pelo 
menos 50% nas atividades culturais, esportivas e de lazer. 
Profissionalização e trabalho 
Veda a discriminação e a fixação de limite máximo de idade para concursos 
públicos, exceto nos casos em que a natureza do cargo exigir; bem como 
determina a idade como critério de desempate nos concursos. 
Previdência social 
Determina de que o reajuste dos valores dos benefícios concedidos ocorrerá 
na mesma data de reajuste do salário-mínimo. 
Assistência Social 
Assegura o benefício mensal no valor de um salário-mínimo nos termos da 
Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) ao idoso acima de 65 anos (e não 
mais 67) que não tenha como prover a própria subsistência nem tê-la provida 
pela família. 
Habitação 
Dá prioridade na aquisição de imóveis nos programas habitacionais; assim 
como a assistência integral prestada por entidades na hipótese de não haver 
grupo familiar que ampare o idoso. 
Transporte 
Garante aos maiores de 65 anos a gratuidade dos transportes coletivos 
públicos urbanos e semiurbanos, assim como reserva de vagas no transporte 
coletivo interestadual. 
 
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MÓDULO 1 
Inclusão e Diversidade 
Humana 
Medidas de proteção aos idosos 
São aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos no Estatuto forem 
ameaçados ou violados. 
Entidades de atendimento e sua fiscalização 
Traz uma disciplina mais severa quanto às entidades de atendimento e sua 
fiscalização. 
Acesso à justiça 
Cria varas especializadas e da prioridade na tramitação de processos judiciais 
e administrativos em que idosos figurem como parte ou interveniente. 
Crimes 
Criminaliza várias condutas contrárias aos preceitos do Estatuto e lesivas aos 
idosos. Dentre as quais, estabelece punições exemplares para coibir atitudes 
nocivas aos idosos, como omissão desumana ou degradante; discriminação e 
abandono. 
Fonte: MILNITZKY, SUNG e PEREIRA, 2004, p.66-68. 
 
1.6. A importância do aprimoramento da 
legislação 
Além do Estatuto, a promulgação da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), 
em 1993, foi outro importante marco. Em seu capítulo IV, o artigo 20 – o 
Benefício da Prestação Continuada – destaca a figura da proteção social. A 
tipificação dos serviços socioassistenciais em 2009 também é um segundo 
marco importante, já que organiza a proteção social por níveis de complexidade, 
sejam elas: proteção social básica e proteção social de média e alta 
complexidade, como você vai ver detalhadamente a seguir. 
Por fim, entendemos que a longevidade é uma oportunidade e um desafio na 
sociedade contemporânea, e o futuro será marcado por grande contingente de 
pessoas envelhecidas na população brasileira. A importância do 
aprimoramento da legislação que garanta e proteja o idoso contribui para fazer 
avançar a conscientização da necessidade de transformações sociais, a fim de 
que a pessoa idosa, a sociedade civil e o Estado brasileiro estejam preparados 
para essa nova realidade. 
 
 
 
 
 
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MÓDULO 1 
Inclusão e Diversidade 
Humana 
Vídeo 
O Estatuto do Idoso representa um grande avanço na 
proteção jurídica da pessoa idosa, mas é fundamental que 
todos se interessem em buscar informações mais 
detalhadas sobre o assunto, consultando bibliotecas, 
acessando a internet, acompanhando as notícias, 
acionando seus órgãos representativos de classe, como 
associações e sindicatos, cobrando providências e ações de seus 
representantes políticos, dos órgãos públicos e dos governantes, 
participando ativamente de movimentos reivindicativos ou de protestos, a 
fim de que tudo o que está prescrito no texto legal seja devidamente 
cumprido e que tal conquista não acabe sendo uma lei somente no “papel”. 
Para ilustrar o “antes e depois” do Estatuto do Idoso, assista ao vídeo: 
https://www.youtube.com/watch?v=Pvw03OM95Og 
 
1.7. Importância das entidades de 
atendimento ao idoso 
A Constituição Federal de 1988, a partir de reivindicações sociais, estabeleceu 
em seu art. 230 que a proteção aos idosos é compartilhada pela família, pela 
sociedade e pelo Estado, assegurando-lhes participação na comunidade, defesa 
de sua dignidade, bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida. 
Essa conjuntura propiciou a elaboração em 1994 da Política Nacional do Idoso, 
que tem por objetivo garantir direitos sociais do idoso, promovendo sua 
autonomia, integração e participação efetiva na sociedade, além de considerar 
como idoso aquele indivíduo com mais de 60 anos (ALCÂNTARA, 2016). 
O Estatuto do Idoso, de 2003, possibilitou, dentre outras questões, elaboração 
de um sistema de garantia de direitos da pessoa idosa, que tem se empenhado 
em efetivar direitos socais desse grupo. 
A Política Nacional do Idoso, de 1994, e o Estatuto do Idoso, de 2003, têm por 
objetivo a garantia e a manutenção de direitos das pessoas idosas na sociedade, 
e por isso surgiram diversas instituições e entidades que prestam assistência e 
atendimento a esse público. 
O Sistema Único de Assistência Social (SUAS) é de natureza pública, tem como 
função organizar os serviços de assistência social no Brasil e suas ações são 
concebidas em dois níveis de proteção social: 
 
 
 
 
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MÓDULO 1 
Inclusão e Diversidade 
Humana 
 
Com relação aos serviços direcionados à população idosa, sob a perspectiva da 
proteçãosocial especial de média complexidade, podemos citar o serviço de 
proteção especial para pessoas com deficiência, idosas e suas famílias, que 
oferece uma série de atividades de cuidados diários a esses grupos, visando 
complementar aqueles proporcionados pela família. Os serviços são 
disponibilizados nos Centro-Dias, nos CREAS, na unidade referenciada ou no 
domicílio do usuário. 
A proteção social especial de alta complexidade oferece o serviço de 
acolhimento institucional direcionado a indivíduos ou famílias afastados 
temporariamente de seu núcleo familiar ou comunitário de origem. No que diz 
respeito aos idosos, os atendimentos são realizados em Casas Lares e abrigos 
institucionais. 
Nesse aspecto, o Estatuto do Idoso define, em seu art. 46, que a Política de 
Atendimento ao Idoso será realizada por meio de “conjunto articulado de ações 
governamentais e não governamentais da União, dos estados, do Distrito 
Federal e dos municípios” (BRASIL, 2013). 
Nas últimas décadas, ocorreram no Brasil diversos avanços em relação aos 
direitos da pessoa idosa, com uma ampla legislação em vigor, embora haja 
muito a ser aperfeiçoado e implementado. Nessa perspectiva, formas 
institucionalizadas de proteção desses indivíduos são importantes, sobretudo 
quando se encontram em situação de vulnerabilidade. Nesse caso, entidades de 
atendimento aos idosos têm papel de destaque tanto no acolhimento como na 
promoção do convívio familiar, proporcionando-lhes um envelhecimento com 
mais dignidade. 
 
 
 
 
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MÓDULO 1 
Inclusão e Diversidade 
Humana 
UNIDADE 2 
Aspectos Gerais sobre Envelhecimento 
sob o Ponto de Vista da Gerontologia e 
da Geriatria 
 
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que, 
em 2050, 25% da população mundial terá 60 anos ou mais, com 
expectativa de vida para os países desenvolvidos de 87,5 anos 
para os homens e 92, para as mulheres (2010). Essas projeções 
são positivas no que concerne à longevidade humana, porém 
são desafiadoras quanto às mudanças estruturais que poderão 
atingir significativamente a realidade dos países. 
No Brasil, são inúmeros os documentos legais que garantem os 
direitos das pessoas idosas, como, por exemplo, a Constituição 
Federal, a Política Nacional do Idoso e o Estatuto do Idoso. 
Contudo, ainda há muito a avançar, com a eliminação de 
barreiras não apenas materiais, mas também subjetivas, que 
expõem falta de informação e preconceitos presentes na 
sociedade. 
Nas últimas décadas, a constatação de que a população mundial 
tem conseguido viver mais nos dá a dimensão do quanto a 
humanidade avançou nas mais diversas áreas de interesse e atuação, como por 
exemplo na criação da gerontologia e geriatria, que são campos de estudos que 
tratam as questões relacionadas a envelhecimento, velhice e idosos. 
Como você vai estudar nesta unidade, o envelhecimento possui múltiplas 
dimensões, e se torna fundamental entendermos esse processo sob a 
perspectiva inclusiva, valorizando a experiência humana, a sabedoria e o triunfo 
da longevidade, de forma a incentivar a troca intergeracional e a autonomia, 
bem como a garantia e a promoção dos direitos e cuidados às pessoas idosas. 
 
2.1. Geriatria e gerontologia 
O surgimento da geriatria e da gerontologia como campos de estudo e de 
prática profissional do envelhecimento ocorreu no início do século XX, 
crescendo significativamente desde então, sobretudo devido ao aumento 
expressivo do número de pessoas idosas em todo o mundo. A denominação 
“gerontologia” foi concebida em 1903 por Elie Metchnikoff a partir da junção dos 
termos gregos géron (“velho”; “ancião”) e logia (“estudo”), propondo um campo 
de investigação que tivesse como tema central as questões relacionadas a 
envelhecimento, velhice e idosos (PAPALÉO-NETTO, 2013). 
 
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Inclusão e Diversidade 
Humana 
No ano de 1909, a palavra “geriatria” foi utilizada pela primeira vez pelo médico 
Ignatz Nascher. A nova especialidade médica, orientada pela ideia do 
envelhecimento como processo de degeneração celular (PRADO & SAYD, 2006), 
propunha tratar tanto das doenças dos idosos como da própria velhice. Seu 
fundador, considerado pai da geriatria, estimulou pesquisas, criou a Sociedade 
de Geriatria de Nova Iorque em 1912 e foi autor da primeira publicação sobre 
envelhecimento em 1914 (FREITAS, 2002). 
Durante as décadas que se seguiram, ambas as áreas caminharam para 
ampliação, aprimoramento e legitimação dos conhecimentos relativos ao 
envelhecimento e à velhice. Na década de 1930, a médica Marjorie Warren foi 
responsável por implementar princípios considerados ainda hoje essenciais 
para a geriatria moderna, instituindo, por exemplo, a primeira unidade de 
cuidados geriátricos e a sistematização das avaliações de pacientes idosos. 
Saiba mais! 
Nas décadas de 1940 e 1950 foram fundadas diversas 
entidades de cuidados geriátricos. Nos EUA, foi a American 
Society of Geriatrics; na Espanha, foi a Sociedad Española 
de Geriatría y Gerontología; e, na Bélgica, a International 
Association of Gerontology. 
Para conhecer mais sobre a Sociedade Brasileira de 
Geriatria e Gerontologia, acesse o site: https://sbgg.org.br/ 
Entre os anos 1950 e 1970 cresceram grupos de pesquisa sobre a velhice, além 
de diversas publicações sobre o tema. Podemos citar como pioneiras no Brasil 
a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), criada em 1961, e o 
Instituto de Geriatria e Gerontologia (IGG) da Universidade Católica do Rio 
Grande do Sul, em 1973. 
Podemos definir a gerontologia como a ciência que se ocupa do processo de 
envelhecimento em seus mais variados aspectos, cuja natureza é: I) 
multiprofissional, formando uma especialidade composta por diversas 
profissões; II) multidisciplinar, já que agrega conceitos teóricos de diferentes 
disciplinas; e III) interdisciplinar, por se propor a conceber um conhecimento 
comum que guiará sua prática (PAVARINI, 2005). Complementando essa 
definição, esclarece Debert (1997, p.2): 
“A Gerontologia, como um campo de saber específico, aborda 
cientificamente múltiplas dimensões que vão desde a Geriatria como 
especialidade médica, passando pelas iniciativas da psicologia e das 
ciências sociais voltadas para discussão de formas de bem-estar que 
acompanham o avanço das idades, até empreendimentos voltados 
para o cálculo dos custos financeiros que o envelhecimento da 
população trará para a contabilidade nacional”. 
No que diz respeito à geriatria, podemos conceituá-la como a especialidade da 
Medicina que se destina à prevenção e ao tratamento das doenças na velhice, 
considerando “os aspectos físicos, mentais, funcionais e sociais nos cuidados 
agudos, crônicos, de reabilitação, preventivos e paliativos dos idosos” (PEREIRA 
et al., 2009). 
 
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Inclusão e Diversidade 
Humana 
Finalmente, ressaltamos a importância dos estudos pioneiros sobre o processo 
de envelhecimento e sobre a velhice, despertando uma nova consciência no que 
se refere ao cuidado com a pessoa idosa. A atual tendência mundial de 
crescimento desse grupo etário possibilitou a expansão da geriatria e da 
gerontologia como áreas de conhecimento e prática profissional, subsidiando o 
surgimento de inovações em diferentes campos e sensibilizando a sociedade 
sobre o fenômeno do envelhecimento. 
 
Dicas 
É vasta a produção audiovisual que trata do processo de 
envelhecimento e que nos ajuda a compreender essa fase 
da vida. Destacamos alguns filmes renomados que 
abordam o tema sob diferentes pontos de vista: 
Filme Ano Direção 
Amor (Amour) 2012 MichaelHaneke 
Elsa e Fred (Elsa and Fred) 2014 Michael Radford 
Ensina-me a viver (Harold and Moude) 1971 Hal Ashby 
Eu, Daniel Blake (I, Daniel Blake) 2016 Ken Loach 
Ninguém escreve ao coronel (El coronel no 
tiene quien le escriba) 
1999 Arturo Ripstein 
O amor é uma coisa estranha (Love is strange) 2014 Ira Sachs 
Umberto D. (Umberto D.) 1952 Vittorio De Sica 
Up – Altas aventuras (Up) 2009 Peter Docter 
 
 
2.2. Longevidade 
A constatação de que a população mundial atualmente tem conseguido viver 
mais nos dá a dimensão do quanto a humanidade avançou nas mais diversas 
áreas de interesse e atuação, desde a tecnológica, sobretudo na medicina, até 
nas políticas promovidas pelos Estados. Porém, se esse prolongamento da vida 
do ser humano, o qual chamamos de longevidade, não estiver associado à 
qualidade de vida, não podemos dizer exatamente que houve avanço. 
De fato, longevidade e qualidade de vida podem seguir caminhos opostos, se 
levarmos em consideração que essas duas condições não alcançam todas as 
pessoas de forma igualitária, admitindo-se os diversos contextos 
socioeconômicos. Para tal, observemos, por exemplo, as assimetrias existentes 
entre os países com relação ao envelhecimento populacional (entendido aqui 
como o crescimento do número de idosos em uma população em relação aos 
demais grupos) e suas consequências. 
Enquanto nos chamados países desenvolvidos o envelhecimento se deu de 
forma mais lenta e, em geral, relacionado à melhoria nas condições de vida, o 
oposto ocorreu nos países em desenvolvimento, em que o processo foi mais 
acelerado e, muitas vezes, sem mudanças importantes, tais como melhorias das 
estruturas de saúde e na própria democratização da sociedade. 
 
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Inclusão e Diversidade 
Humana 
No que diz respeito à população brasileira, de acordo com o Instituto Brasileiro 
de Geografia e Estatística (IBGE), podemos observar uma tendência de 
envelhecimento desde os últimos anos. Em 2017, o número de pessoas idosas 
(indivíduos com 60 anos ou mais) ultrapassou a linha dos 30 milhões, 
equivalendo, em cinco anos, a um crescimento de 18% desse grupo. 
Outro indicador que se ampliou é a expectativa de vida ao nascer, 
compreendida em linhas gerais como uma estimativa do tempo de vida de uma 
pessoa. No gráfico a seguir, notamos o crescimento desse indicador para a 
totalidade da população brasileira, que avançou de 45 anos em 1940 para 76 
anos em 2017. Percebe-se, inclusive, que as mulheres vêm atingindo valores 
superiores em anos de vida em relação aos homens. 
 
Fonte: Agência IBGE Notícias. 
Ainda que o Brasil venha apresentando índices promissores no que diz respeito 
ao prolongamento da vida de sua população, é fundamental ressaltar que essa 
longevidade traz significativas consequências para a qualidade de vida, 
podendo interferir “nas diferentes dimensões da vida humana, física, psíquica e 
social” (PASCHOAL, 2013). Desse modo, o desafio que se impõe é conseguir viver 
mais e com mais qualidade. 
 
2.3. Qualidade de vida 
Conceituar qualidade de vida não é das tarefas mais simples em razão de sua 
natureza subjetiva. Mesmo assim, é possível observá-la a partir de três pontos 
de referência, como sugerem Minayo et al. (2000): 
 
 
 
 
 
 
 
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Inclusão e Diversidade 
Humana 
 
 
 
 
 
 
 
Além disso, a ideia de qualidade de vida pode ser vista pelo prisma dos 
diferentes grupos etários. Alguns estudos indicam que pessoas mais jovens 
valorizam mais o trabalho e as finanças enquanto idosos consideram mais 
importantes a saúde e a mobilidade (BOWLING, 1995 apud IRIGARAY & 
TRENTINI, 2009). 
Buscando definir qualidade de vida, a Organização Mundial de Saúde (OMS), por 
meio de um grupo de especialistas no tema, criou um instrumento para avaliá-
la, definindo qualidade de vida como a percepção do indivíduo acerca de sua 
posição na vida, de acordo com contexto cultural e sistema de valores com os 
quais convive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e 
preocupações. 
Admitindo que o conceito de qualidade de vida possa ser variado, assumindo 
múltiplos padrões para diferentes pessoas, grupos, sociedades ou tempos 
históricos, no que se refere ao envelhecimento humano, há de se pensar 
algumas especificidades. A literatura indica, por exemplo, estreita ligação entre 
qualidade de vida na velhice e capacidade de adaptação, experienciada nos 
âmbitos emocional, cognitivo e comportamental. Pesquisas indicam que esse 
grupo etário percebe qualidade de vida tanto por aspectos subjetivos como 
objetivos, associando esse conceito a amizade, saúde, amor, independência, 
boas condições financeiras, bom relacionamento com a família, dentre outros 
(IRIGARAY & TRENTINI, 2009). 
Podemos tentar definir qualidade de vida segundo os mais diversos ângulos, 
seja pela ciência ou pelo senso comum, de forma objetiva ou subjetiva, 
individual ou coletiva ou mesmo pelo tempo histórico. Ao somarmos a esse 
conceito tão amplo a questão da longevidade, com foco na velhice, devemos 
considerar diferentes realidades e seus múltiplos desafios para que se possa 
envelhecer com alguma dignidade. 
 
 
Considera que uma 
sociedade específica tem 
um padrão de qualidade 
de vida distinto da 
mesma sociedade em um 
outro momento de sua 
história. 
“Valores e necessidades 
são construídos e 
hierarquizados 
diferentemente pelos 
povos, revelando suas 
tradições”. 
Sugere que sociedades 
muito desiguais e 
heterogêneas possuem 
seus modelos de bem-
estar também 
estratificados, ou seja, “a 
ideia de qualidade de vida 
está relacionada ao bem-
estar das camadas 
superiores e a passagem 
de um limiar ao outro”. 
Histórico Cultural Classe Social 
 
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Inclusão e Diversidade 
Humana 
Dicas 
Na série Grace and Frankie, veiculada pela Netflix desde 
2016 no Brasil, os protagonistas são Lily Tomlin (76 anos) 
como Frankie; Sam Waterston (75 anos) como Sol; Martin 
Sheen (75 anos) como Robert; e Jane Fonda (79 anos) 
como Grace. 
A história começa quando a vida dos personagens vira do 
avesso. Grace e Robert e Frankie e Sol são casados há mais de 40 anos, 
porém os maridos, que mantêm um relacionamento escondido por 20 anos, 
resolvem assumir para o mundo sua homossexualidade. Os homens 
anunciam seu casamento às famílias, e as mulheres, que nunca foram muito 
amigas, resolvem morar juntas. A partir daí acontecem muitas aventuras, 
tocando em temas delicados como relações de gênero, família, 
envelhecimento e sexualidade feminina. A série alcançou grande sucesso ao 
expor tabus e preconceitos sobre a velhice de forma bem-humorada e 
sensível. 
Assista ao trailer em: https://www.youtube.com/watch?v=3ZKNc2oznk0 
 
2.4. Intergeracionalidade e pessoa idosa 
O processo de envelhecimento populacional vem ocorrendo de forma acelerada 
nos países em desenvolvimento, e um dos desafios que surgem com a conquista 
da longevidade humana é a intergeracionalidade, principalmente em contexto 
de desvalorização das potencialidades humanas como nos tempos atuais. Ainda 
mais se considerarmos que esse distanciamento entre gerações é causado por 
preconceitos gerados sob o viés produtivista, que passam a desvalorizar 
socialmente a velhice. 
O que é? 
Intergeracionalidade diz respeito às relações entre duas 
ou mais gerações. 
Em vez de homens e mulheres idosos serem vistos como experientes, vividos e 
sábios devido à longa vida, eles são atrelados a um sistema de valores que elege 
a juventude como uma fase ideal, supervalorizada, quedeve ser alcançada de 
qualquer forma. 
A construção de diálogo entre gerações passa a ser um desafio cotidiano, tanto 
para profissionais que trabalham com o segmento idoso quanto para a 
sociedade em geral. 
As gerações são historicamente construídas, desconstruídas e reconstruídas. 
Em outras palavras, a maneira como as relações geracionais são estabelecidas 
determinam novos comportamentos intergeracionais. 
 
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Humana 
Esse movimento de reconstrução permanente ocorre no cotidiano das relações 
intergeracionais, mas o que se presencia, atualmente, é um certo 
distanciamento. As gerações na maioria das vezes vivem segmentadas em 
espaços restritos. Crianças e jovens estabelecem pares no espaço escolar. Os 
adultos estabelecem relação com outros adultos no âmbito do trabalho ou 
esportivo. Já contato da pessoa idosa tende a diminuir, pois com a saída do 
mercado de trabalho há progressivo afastamento do círculo de amizade e de 
papéis sociais. 
Não obstante, são comuns relatos de distanciamentos, estranhamentos, 
preconceitos recíprocos ou até mesmo conflitos entre pais e filhos, avós e netos 
e, de modo geral, entre jovens e velhos em várias situações do cotidiano. 
O psicólogo social Ferrigano (2006) afirma que a pessoa idosa tem muito a 
ensinar às outras gerações. Assim, o autor aponta que os 
mais velhos repassam a memória cultural, valores éticos 
fundamentais, além de uma educação para o 
envelhecimento. Já a historiadora Ecléa Bosi (1994) analisa 
que, ao compartilhar sua história de vida e a história da 
comunidade, a pessoa idosa permite que os jovens 
conheçam suas raízes e a trajetória histórica cultural da 
comunidade a que pertencem, ou seja, é com o contato 
intergeracional e no aquinhoar das experiências de vida que 
as gerações conhecem o passado, apreendem o presente e 
projetam o futuro. 
Nesse sentido, a importância da memória das pessoas idosas precisa ser 
reconhecida socialmente não somente por meio de estratégias no espaço 
familiar, mas também no espaço público, pensando políticas públicas eficazes, 
capazes de resgatar, valorizar e conservar essa memória. A transmissão do seu 
conhecimento acumulado às novas gerações precisa ser pensada, pois, se isso 
não ocorrer, é possível que se perca um grande patrimônio para a nação. 
Nas últimas décadas, é possível presenciar a proliferação de novos espaços 
institucionais de convivência para idosos, seja no âmbito público ou privado. 
Contudo, temos presenciado também que muitos idosos, por conta própria, 
têm buscado estilo de vida mais participativo, influenciados pelos apelos da 
mídia e pelas recomendações da ciência. Uma parcela cada vez maior da 
população idosa tem vivido um processo de ressocialização, formando novas 
amizades e até fazendo parte de turma de amigos, como ocorre com 
adolescentes e outras gerações. Em instituições socioculturais é fácil perceber 
diferentes turmas de terceira idade, conforme diversos interesses: a turma do 
baile, do baralho, os grupos que se dividem para atividades, como cursos, 
palestras, teatro, coral, esporte, turismo etc. (Ferrigno, 2016). 
É fundamental compreender a intergeracionalidade como processo de 
construção sociocultural e como instrumento de valorização das pessoas 
idosas. 
 
 
 
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Humana 
Vídeo 
Criada por Pierre Vellas na França na década de 70 e 
revisitada no Brasil por Américo Piquet Carneiro na década 
de 90, a Universidade Aberta da Terceira Idade (UnATI) é um 
espaço em que idosos utilizam seu tempo livre de maneira 
cultural, social e esportiva. Além disso, tem como objetivo a 
integração das pessoas idosas diferentes gerações, visando 
à melhora da qualidade de vida desse grupo. Em dezembro de 2017, foi 
sancionada no Brasil a Lei nº 13.535/2017, que determina que as instituições 
de educação superior ofereçam aos idosos cursos e programas de extensão, 
tanto presenciais como a distância, constituídos por atividades formais e não 
formais. 
Para conhecer mais sobre uma experiência da UnATI, assista ao 
documentário Envelhecimento ativo: 10 anos da UnATI na EACH: 
https://www.youtube.com/watch?v=PfnQIamNOUI 
 
2.5. Tipologias de violência contra o 
idoso 
A definição mais universal de violência contra a pessoa idosa é adotada desde 
1995 pela Internacional Network for the Prevention of Elder Abuse e também é 
utilizada pelo Ministério da Saúde (MS) e pela Organização Mundial de Saúde 
(OMS). A violência contra o idoso pode ser resumida como uma 
prática de ações ou omissões cometidas uma ou muitas vezes 
que prejudicam a integridade física e emocional da pessoa 
idosa, impedem seu desempenho social e quebram sua 
expectativa em relação às pessoas que a cercam, sobretudo 
filhos, cônjuges, parentes, cuidadores e comunidade 
(ALMEIDA E MINAYO, 2016, p. 74). 
O art.19, §1º, capítulo IV, do Estatuto do Idoso, fala que violência contra esse 
grupo social é qualquer ação ou omissão praticada em local público ou privado 
que lhe cause morte, dano ou sofrimento físico ou psicológico. 
Internacionalmente, a definição mais geral de violência é tratada segundo sua 
natureza, em uma classificação hoje já considerada universal (Brasil, 2001; OMS, 
2002): 
 
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Humana 
 
Alguns dados recolhidos por meio de denúncias emitidas pelos próprios idosos 
ou por pessoas que tomam consciência dos maus-tratos e abusos sofridos por 
eles realizadas por meio do Ligue Idoso e do Disque 100 indicam alto grau de 
violência no Brasil. 
Dica 
Em cada estado existe um número de telefone específico 
para denúncia em caso de violência contra o idoso. Conheça 
os telefones em: 
 
https://www.senado.gov.br/noticias/jornal/cidadania/Idosos/not04.htm 
Segundo os autores Maria Cecília de Souza Minayo e Luiz Cláudio Carvalho de 
Almeida (2016), entre 2010 e 2012, 34% do total das queixas foram sobre 
violência física; 40,1%, sobre violência econômico-financeira; 59,3%, sobre 
abuso psicológico; e 68,7%, sobre negligência. As porcentagens não se somam 
porque frequentemente os atos de violência contra a mesma pessoa são 
cumulativos nas denúncias e na vida real. 
Torna-se também fundamental compreender que, apesar de as definições e as 
classificações citadas serem elucidativas sobre a violência pessoal, interpessoal 
e patrimonial, existem outras formas institucionais e sociais de abusos e maus-
tratos evitáveis que devem ser ressaltadas a partir do quadro epidemiológico de 
lesões e mortes. Percebemos que a violência contra a pessoa idosa possui raízes 
em diferentes elementos, tais como falta de estrutura, falta de apoio, conflitos 
familiares e ineficiência de mecanismos de acesso à justiça, entre outros 
(ALMEIDA E MINAYO, 2016). 
O art. 45 do Estatuto do Idoso destaca medidas específicas de proteção ao idoso 
que podem ser aplicadas pela via judicial (por meio de ação própria) ou pela via 
extrajudicial (mediante a atuação do Ministério Público). 
 
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Humana 
Em resumo, é preciso desenvolver ações concretas previstas no Estatuto do 
Idoso, pensando inclusive de forma interseccional (gênero, raça, classe, 
deficiência etc.), a fim de preservar e promover ao máximo condições de 
autonomia da pessoa idosa. 
No geral, o Brasil ainda carece de equipamentos públicos para acolher 
devidamente essa parcela da população que precisa de fortes cuidados. Não se 
pode deixar apenas para as famílias a solução das questões relacionadas ao 
cuidado do idoso, pois, em sua maioria, elas nãopossuem condições materiais 
e financeiras de oferecer os tratamentos adequados. 
A negligência com pessoas idosas combina várias faces da violência social, 
estrutural e institucional. É importante assinalar que o cuidado com o idoso 
dependente é hoje uma demanda política e social no mundo inteiro. 
Fique atento! 
Em casos em que a violência parte da própria família, 
simplesmente afastar ou prender o agressor não soluciona 
a questão e pode, inclusive, acentuar a violência. Isso 
porque, ao afastar o agressor, a vítima pode ficar sem 
qualquer referência familiar e em situação de completo 
abandono, mantendo a situação de risco vigente, 
transmutando-se apenas a espécie de violência. Esse cenário fica claro 
quando o idoso que sofre maus-tratos se recusa a prestar queixa dos 
familiares, por medo do desamparo. Nesses casos, é necessária a existência 
de uma estrutura de acolhimento e cuidado, de responsabilidade do Estado. 
No Brasil, atualmente existem 156 unidades de acolhimento espalhadas 
pelo país (ALMEIDA E MINAYO, 2016). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Humana 
CONCLUSÃO 
Neste módulo, vimos que o processo 
de envelhecimento possui múltiplas 
dimensões e que não há um padrão. 
Esse processo é vivido por cada 
indivíduo de maneira diferente, a 
depender da cultura e do histórico de 
vida. 
Ter uma perspectiva inclusiva em 
relação à velhice é valorizar a 
experiência humana em toda a sua 
diversidade. É fundamental a troca intergeracional e a busca por mecanismos 
que garantam a autonomia dos idosos. 
O envelhecimento populacional é um fato também nos países em 
desenvolvimento, os quais, reunidos, possuem mais de 1/3 da população 
mundial. Diante dessa nova realidade, estudamos aqui o surgimento de 
diferentes campos de estudo e fomento de políticas públicas. 
A gerontologia e a geriatria são áreas de conhecimento e prática profissional 
que sensibilizam a sociedade sobre o fenômeno do envelhecimento, 
despertando nova consciência no que se refere ao cuidado com a pessoa 
idosa. No campo das políticas públicas, estudamos que o advento de leis que 
asseguram direitos sociais da pessoa idosa propicia a criação de mecanismos 
de defesa e entidades de atendimento que promovem autonomia, integração 
e participação na sociedade. 
O reconhecimento de práticas e políticas que permitam desconstruir 
preconceitos e sensibilizem as pessoas para cuidados específicos nessa fase 
da vida pode proporcionar digna participação ativa e protagonismo das 
pessoas idosas na sociedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SIGLAS 
Ao longo da leitura deste módulo, você encontrará as siglas apresentadas a 
seguir. Conheça os significados antes de iniciar o estudo e não hesite em 
consultar sempre que for necessário. 
SIGLAS SIGNIFICADOS 
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
IGG Instituto de Geriatria e Gerontologia 
LOAS Lei Orgânica da Assistência Social 
MS Ministério da Saúde 
OMS Organização Mundial da Saúde 
ONU Organização das Nações Unidas 
SBGG Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia 
SUAS Sistema Único de Assistência Social 
SUS Sistema Único de Saúde 
 
 
 
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Humana 
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Humana 
SITES INDICADOS 
 
▪ Ministério do Desenvolvimento Social 
http://mds.gov.br/ 
 
▪ Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa (CNDI) 
https://www.mdh.gov.br/informacao-ao-cidadao/participacao-
social/conselho-nacional-dos-direitos-da-pessoa-idosa-cndi 
 
▪ Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
http://www.ibge.gov.br/home/ 
 
▪ Organização das Nações Unidas do Brasil – ONU 
https://nacoesunidas.org/ 
 
▪ Instituto Locomotiva 
https://www.ilocomotiva.com.br/single-
post/2016/08/16/IDOSOSCONECTADOS-GERAM-NOVOS-NEG%C3%93CIOS 
 
▪ Pew Research Center 
http://www.pewresearch.org/ 
 
 
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