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Resumo AV2 IED

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RESUMO AV2 - IED
COSTUMES	
Os costumes tratam-se de práticas realizadas de forma contínua por um determinado grupo de pessoas. No direito, estas práticas são realizadas de forma reiterada e resultam em uma espécie de fonte jurídica.
O costume demonstra o princípio ou a regra não escrita que se introduziu pelo uso, com o consentimento tácito de todas as pessoas que admitiram a sua força como norma a seguir na prática de determinados atos.
Os costumes são uma das fontes do direito, utilizadas para no âmbito jurídico para tomadas de decisão, consultas, processo legislativo e para os mais variados fins que requeiram fundamentação jurídica.
Tipos de Costumes
No direito existem três tipos de costumes, sendo eles:
Costumes Secundum legem: sua utilização encontra amparo na lei. Quando não há acordo entre as partes em um processo judicial, o juiz poderá decidir com base neste tipo de costume;
Costumes Praeter legem: se utiliza quando não há previsão legal. O jurista resolve a lacuna que há na legislação por meio da aplicação deste tipo de costume;
Costumes Contra legem: este se classifica como contrário a lei. Trata-se de prática realizada pela sociedade como nova forma de conduta, porém que contradizem a lei, no entanto são recorrentes quando a aplicação da lei em desuso.
Qual a Diferença entre Costume e Jurisprudência?
É comum haver dúvidas entre o uso dos costumes e da jurisprudência. O primeiro é o resultado de membros da comunidade, é espontâneo, sem depender de qualquer tipo de hierarquia. Também advindo do resultado da tradição e cultura.
Já a jurisprudência, é o resultado de casos analisados por juristas, com base nas leis e na própria constituição federal. Há relação com o Estado, diferente dos costumes, os quais se originam na sociedade.
Os costumes são voluntários e espontâneos, em contrapartida a jurisprudência é fruto da reflexão de seus elaboradores.
SENTIDOS DA PALAVRA DIREITO
Conceito de Direito (Paulo Nader) – é o conjunto de normas de conduta social, imposto coercitivamente pelo Estado, para a realização da segurança, segundo os critérios da justiça.
Expressão do Justo: Justiça, correto;
Norma: normas elaboradas pela sociedade ou pelo Estado, mesmo que legislação ou lei, conjunto de normas legais em vigor do país;
Faculdade: possibilidade de agir;
Ciência: ramo do conhecimento científico;
Fato Social: o direito é um setor da vida social.
CARACTERÍSTICAS DA NORMA JURÍDICA
Bilateralidade: O Direito existe sempre vinculado a duas ou mais pessoas, atribuindo poder a uma parte e impondo dever à outra. Em toda relação jurídica há sempre um sujeito ativo, portador do direito subjetivo e um sujeito passivo, que possui o dever jurídico;
Generalidade: revela que a norma jurídica é preceito de ordem geral, obrigatório a todos que se acham em igual situação jurídica. Da generalidade da norma jurídica deduzimos o princípio da isonomia da lei, segundo o qual todos são iguais perante a lei;
Abstratividade: A norma não foi criada para regular uma situação concreta ocorrida, mas para regular, de forma abstrata, abrangendo o maior número possível de casos semelhantes.
Imperatividade: É a característica de impor aos destinatários a obrigação de obedecer. Não depende da vontade dos indivíduos, pois a ordem não é conselho, mas ORDEM a ser seguida.
Coercibilidade: quer dizer possibilidade de uso da coação(FORÇA). Esta possui dois elementos: psicológico e material. O primeiro exerce a intimidação, através das penalidades previstas para a hipótese de violação das normas jurídicas. O elemento material é a força propriamente, que é acionada quando o destinatário da regra não a cumpre espontaneamente.
Antinomias jurídicas
A antinomia é a presença de duas normas conflitantes, válidas e emanadas de autoridade competente, sem que se possa dizer qual delas merecerá aplicação em determinado caso concreto (lacunas de colisão) 
Antinomias Solúveis (Aparentes)
A antinomia jurídica solúvel pelo CRITÉRIO TEMPORAL nada mais representa do que um critério técnico de revogação tácita de lei, previsto expressamente no art. 2º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro.
“Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. 
§ 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. 
§ 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.
O CRITÉRIO HIERÁRQUICO, também é chamado de Lex superior, porque inspirado na expressão latina lex superior derogat legi inferiori. Por esse critério, na existência de normas incompatíveis, prevalece a hierarquicamente superior.
CRITÉRIO DA ESPECIALIDADE - Por esse critério, se as normas incompatíveis forem geral e especial, prevalece a segunda. 
Antinomias Insolúveis (Reais)
São assim denominadas aquelas antinomias que não são de imediato equacionadas pelos critérios de solução anteriormente mencionados porque não comportam a aplicação de quaisquer dos três parâmetros básicos para a solução de antinomias (insuficiência de critérios) ou então porque se pode solucionar a antinomias por dois ou mais dos critérios de solução.
Conflito entre o critério hierárquico e o critério cronológico - o critério hierárquico prevalece sobre o cronológico, o que tem por consequência o afastamento da norma inferior antinômica, mesmo que posteriormente editada.
Conflito entre o critério de especialidade e o critério cronológico - com base nessa regra, o conflito entre critério de especialidade e critério cronológico deve ser resolvido em favor da norma que disciplina de modo específico a matéria, ainda que editada anteriormente: a lei geral sucessiva não prepondera sobre a lei especial precedente (art. 2º, § 2º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro).
Conflito entre o critério hierárquico e o critério de especialidade - não existe uma regra geral consolidada neste caso. A solução da antinomia dependerá do exame das peculiaridades de cada caso.
	
Diferença entre Direito e Moral
O Direito é bilateral, enquanto a moral é unilateral: Essa distinção relaciona-se ao fato de que o Direito, ao conceder direitos, da mesma forma impõe obrigações, sendo pois uma via de mão dupla. 
Exterioridade do Direito e Interioridade da Moral: por essa distinção entende-se que o Direito é externo por se ocupar das atitudes externalizadas dos indivíduos, não devendo se atuar no campo da consciência, somente quando necessário para averiguar determinada conduta. Já a moral se destina influenciar diretamente a consciência do indivíduo, de forma a evitar que as condutas incorretas sejam externalizadas, e quando forem, deverá ser objeto de análise somente para se aferir a intenção do indivíduo. Vale dizer que esse critério não atingiria a moral social. 
- Autonomia e Heteronomia: Na moral a adesão às regras se dá de forma autônoma, ou seja, o indivíduo tem a opção de querer ou não aceitar aquelas regras. É, portanto, um querer espontâneo. Importante registrar que esse critério também não atinge a moral social. Já com o Direito ocorre de forma diversa, pois o indivíduo se submete a uma vontade maior, alheia à sua. Direito é heterônomo, porque aquilo que juridicamente somos obrigados a cumprir é posto por um terceiro, o Estado (heterônomo significa - sujeito a uma lei exterior ou à vontade de outrem).
- Coercibilidade do Direito e Incoercibilidade da moral: O Direito tem como uma de suas características mais marcantes a coercibilidade, ou seja, o indivíduo deverá obedecer as normas por temer a imposição de uma penalidade que será certamente exercida pela força estatal. Já a moral não possui essa característica, pois não há instrumentos punitivos para aqueles que não observam as suas regras. Regista-se, oportunamente, que a moral social, apesar de não possuir caráter punitivo, constrange
os indivíduos a cumprirem as suas regras, desestimulando o descumprimento.
- Os objetivos do Direito e da moral são diferentes na medida em que o Direito visa criar um ambiente de segurança e ordem para que o indivíduo possa alcançar o desenvolvimento e progresso pessoal, profissional, científico e tecnológico. Já a moral se destina a aperfeiçoar o ser humano, sua consciência e para tal lhe impõe deveres na relação consigo mesmo e para com o próximo. 
ESTRUTURA DO ORDENAMENTO JURÍDICO
Pluralidade de elementos - todo sistema pressupõe a existência de mais de um elemento.
- Interação entre os elementos - para que exista um sistema, não basta a existência de diferentes elementos, sendo indispensável que exista uma correlação entre eles, para que se integrem de alguma maneira.
- Harmonia entre os elementos - além de se relacionarem, os elementos de um sistema devem fazê-lo de modo harmônico. O atrito entre os componentes do sistema finda por comprometer a sua própria estabilidade, podendo levar até ao seu perecimento.
Pode-se concluir que o ordenamento jurídico é formado por diversas normas, que vigoram em um mesmo Estado, havendo entre elas uma interdependência, servindo uma de fundamento de validade para a outra, o que logicamente pressupõe a inexistência de contradições entre elas.
Ordenamento jurídico é como se chama à disposição hierárquica das normas jurídicas (regras e princípios), dentro de um sistema normativo. Um conjunto hierarquizado de normas jurídicas (regras e princípios) que disciplinam coercitivamente as condutas humanas, com a finalidade de buscar harmonia e a paz social.
A norma inferior busca fundamento na norma superior.
Kelsen aduz então a existência de uma norma fundamental, norma esta situada acima do sistema jurídico e que prescreve a atribuição de validade a esse mesmo ordenamento. Trata-se de uma norma pressuposta, um verdadeiro a priori do raciocínio jurídico, eivada de caráter lógico-formal e responsável pelo fechamento da Teoria Pura do Direito de Hans Kelsen.
disciplinas afins do Direito e o que faz
FILOSOFIA DO DIREITO – A filosofia do direito investiga os princípios fundamentais do direito proporcionando condições para que o direito seja analisado de forma diversa, que estabelece os códigos e a doutrina, sua análise está relacionada ao valor que representa determinado fato social. O que interessa à Filosofia são os fundamentos, a razão de ser das leis.
SOCIOLOGIA JURIDICA – estuda e analisa os múltiplos aspectos do fato jurídico e sua interação com os fatores sociais, o que interessa é a eficácia das leis. A sociologia jurídica procura saber se as normas jurídicas se tornam realmente válidas, se na prática corresponde aos objetivos dos legisladores e seus destinatários, se as normas são dotadas de eficácia social.
CIÊNCIA DO DIREITO - estuda a norma jurídica e sua aplicação aos casos particulares, como foi concebida e equacionada pelo legislador, em determinada sociedade, e as questões referentes à sua interpretação e aplicação, tal como ela está historicamente realizada.
HISTÓRIA DO DIREITO – pesquisa e analisa os institutos jurídicos do passado, procurando compreender o pensamento jurídico e o ordenamento jurídico vigentes como produtos de progressivas construções no tempo, fruto das realidades política, social, mental, cultural e econômica das sociedades em cada tempo.
Psicologia Jurídica – Estuda os fenômenos mentais que são juridicamente relevante e atua nas questões da capacidade civil, guarda, tutela, de criança e adolescentes, curatela e etc.
Teoria Tridimensional do Direito
De acordo com a Teoria Tridimensional, toda norma descreve um fato valorado pelo homem, ou seja, toda norma protege um bem da vida, algo que tenha valor para o ser humano. Entende-se por bem tudo que pode proporcionar utilidade aos homens. A palavra bem deriva de bonu, felicidade, bem-estar.
Para Miguel Reale, toda experiência jurídica pressupõe a correlação entre estes três elementos: fato, valor e norma.
A dimensão normativa do direito corresponde ao Dever-ser do Direito, sendo em realidade o seu diferencial com as demais áreas das Ciências Sociais e Humanas. Neste aspecto, o tridimensionalismo de Reale reflete a preocupação diretiva e sistematizante presente no positivismo jurídico do Século XIX e no normativismo jurídico de Hans Kelsen.
Miguel Reale buscou, através desta teoria, unificar três concepções unilaterais do direito:
o sociologismo jurídico, associado aos fatos e à eficácia do Direito;
o moralismo jurídico, associado aos valores e aos fundamentos do Direito; e
o normativismo abstrato, associado às normas e à mera vigência do Direito
Onde quer que haja um fenômeno jurídico, há, sempre e necessariamente, um fato subjacente (fato econômico, geográfico, demográfico, de ordem técnica etc.) um valor, que confere determinada significação a esse fato, inclinando ou determinando a ação dos homens no sentido de atingir ou preservar certa finalidade ou objetivo; e, finalmente, uma regra ou norma, que representa a relação ou medida que integra um daqueles elementos ao outro, o fato ao valor, tais elementos ou fatores (fato, valor e norma) não existem separados um dos outros mas coexistem numa unidade concreta, e, não só exigem reciprocidade, mas atuam como elos de um processo de tal modo que a vida do direito resulta na interação dinâmica e dialética dos três elementos que a integram.
Segundo Miguel Reale. Bilateralidade: O Direito existe sempre vinculado a duas ou mais pessoas, atribuindo poder a uma parte e impondo dever à outra. Generalidade: É a característica relacionada ao fato da norma valer para qualquer um, sem distinção de qualquer natureza.
Direito público e direito privado(VERTICAL / HORIZONTAL)
A diferença entre o Direito Público e o Direito Privado baseia-se na natureza dos interesses. As relações entre as partes no Direito Privado são de igualdade, relação de COORDENAÇÃO, enquanto que no Direito Público, os interesses do Estado sobrepõem-se aos interesses dos particulares, relação de SUBORDINAÇÃO.
No Direito Público, as normas são imperativas para garantir a defesa dos interesses do Estado. Enquanto que no Direito Privado, são dispositivas e passam a atuar no caso de não haver acordo pré-estabelecido entre as partes privadas.
No Brasil, tradicionalmente, usa-se a dicotomia direito privado e direito público. De acordo com a teoria de subordinação, o direito privado soluciona principalmente relações entre particulares, enquanto o direito público tem como objeto a relação do cidadão com o poder público
O que é Direito privado:
Direito privado é o ordenamento jurídico que rege os interesses particulares. Questões como patrimônio familiar e sucessões são matéria do Direito Privado, que está dividido entre o Direito Civil e o Direito Empresarial.
O direito público se refere ao conjunto das normas jurídicas de natureza pública, compreendendo tanto o conjunto de normas jurídicas que regulam a relação entre o particular e o Estado, como o conjunto de normas jurídicas que regulam as atividades, as funções e organizações de poderes do Estado e dos seus servidores.
JUSNATURALISMO
O jusnaturalismo também denominado direito natural é universal, imutável e inviolável, é a lei imposta pela natureza a todos aqueles que se encontram em um estado de natureza.
A Corrente do Jusnaturalismo defende que o direito é independente da vontade humana, ele existe antes mesmo do homem e acima das leis do homem, para os jusnaturalistas o direito é algo natural e tem como pressupostos os valores do ser humano, e busca sempre um ideal de justiça.
A concepção jusnaturalista foi o resultado de transformações econômicas e sociais que impuseram mudanças na concepção de poder do Estado, que passou a ser compreendido como uma instituição criada através do consentimento dos indivíduos através do contrato social.
CONCEPÇÃO TEOLÓGICA – esta concepção parte do pressuposto de que existe uma ordem sobrenatural ou transcendente
que condiciona o mundo físico e o próprio agir das pessoas, sendo os deuses os responsáveis pela criação das regras de conduta que irão disciplinar a vida em sociedade.
CONCEPÇÃO COSMOLÓGICA – para esta concepção o caráter universal deriva da noção de que existe uma ordem natural das coisas, decorrente de parâmetros de valor atemporais, alcançando a todos os locais, pessoas e épocas. Trata-se de uma decorrência da transição das culturas míticas para as visões laicas sobre a realidade, que não é mais vista como uma mera emanação da vontade divina e sim como um resultado de uma racionalidade observada no funcionamento da própria natureza, as regras que condicionam as ações humanas em sociedade devem observar certos parâmetros gerais, extraídos de uma ordem universal.
CONCEPÇÃO RACIONALISTA – parte da existência de uma lei natural associada à própria existência humana. Como ser dotado de racionalidade, o homem lança mão de seu intelecto e da experiência na organização da sociedade e na produção do direito positivo, que deve obedecer a parâmetros gerais ditados pela razão humana.
JUSPOSITIVISMO
Juspositivismo, positivismo ou positivismo jurídico é uma corrente de filósofos que utilizam do método empírico (científico) para adequar o direito apenas em seu direito positivo (leis), ou seja, apenas será trabalhado as questões positivadas. Essas normas positivadas são feitas pelo poder político do Estado, e assim são aplicadas pelas autoridades efetivamente competentes.
O direito positivo é aquele que o Estado impõe à coletividade, e que deve estar adaptado aos princípios fundamentais do direito natural. Portanto, a norma tem natureza formal, independem de critérios externos ao direito, como exemplo: moral, ética e política. Definido por elementos empíricos e mutáveis (fator social), onde a sociedade está em constante mutação.
Ao contrário do que defende a corrente jusnaturalista (jusnaturalismo), a Corrente Juspositivista (juspositivismo) acredita que só pode existir o direito e consequentemente a justiça através de normas positivadas, ou seja, normas emanadas pelo Estado com poder coercivo, podemos dizer que são todas as normas escritas, criadas pelos homens por intermédio do Estado.
	DIREITO POSITIVO
	DIREITO NATURAL
	Temporal
	Atemporal
	Vigência
	Independe de Vigência
	Formal
	Informal
	Hierárquico
	Não Hierárquico
	Dimensão Espacial
	Independe de Local
	Criado pelo Homem
	Emerge espontaneamente da Sociedade
	Escrito
	Não Escrito
	Mutável
	Imutável
	JUSNATURALISMO
	JUSPOSITIVISMO
	Leis superiores
	Leis impostas
	Direito como produto de idéias (metafísico)
	Leis como produto da ação humana (empírico-cultural)
	Pressuposto: Valores
	Pressuposto: o próprio ordenamento positivo
	Existência de leis naturais
	Existência de leis formais
TEORIA PURA DO DIREITO de Hans Kelsen
O normativismo jurídico de Kelsen consiste basicamente na defesa da construção de parâmetros metodológicos próprios para a Ciência do Direito, o foco do jurista deveria estar na norma jurídica e na sua relação com as demais normas, que formam uma estrutura lógico-sistemática denominada ordenamento jurídico.
Ordenamento Jurídico são normas emanadas pelo Estado, de forma escalonada, dispostas em diferentes níveis hierárquicos. Algumas normas têm mais autoridade se comparadas com outras, servindo-lhes de fundamento de validade.
Tal estruturação do ordenamento jurídico deu origem ao que se convencionou chamar de Pirâmide de Kelsen, porque as normas situadas mais ao topo da estrutura do ordenamento jurídico se desdobram em outras normas de menor hierarquia, que irão regulamentar e detalhar as prescrições normativas contidas nas normas superiores.
DIREITO POTESTATIVO
O direito potestativo representa uma situação subjetiva em que o titular do direito subjetivo pode unilateralmente constituir, modificar ou extinguir uma situação subjetiva interferindo diretamente na esfera jurídica de outro sujeito que a esse poder formativo não poderá se opor.
Exemplo: É o caso da aceitação da herança; do divórcio; do direito do sócio de retirar-se da sociedade por ações; da renúncia no contrato de mandato; na comunhão forçada de muro etc.
É um direito que não admite contestações. É prerrogativa jurídica de impor a outrem a sujeição ao seu exercício. É o imperativo da vontade. Como observa Francisco Amaral, o direito potestativo atua na esfera jurídica de outrem, sem que este tenha algum dever a cumprir.
DIREITO SUBJETIVO
Direito subjetivo é o poder de exigir uma determinada conduta de outrem, conferido pelo direito objetivo, pela norma jurídica.
O Direito subjetivo nasce de um fato, que por estar inserido no ordenamento jurídico, faz nascer um direito subjetivo em seu titular. Com a ocorrência do fato, a norma, colocada abstratamente no Direito objetivo, se materializa, dando origem à pretensão. Esta pretensão, faculdade de agir, pode ou não ser exercida
SUJEIÇÃO
A sujeição significa necessidade de obedecer, estado de quem deve se sujeitar ao poder de outrem.
Nela se situa, por exemplo, o mandatário, quando decida o mandante revogar a outorga expedida. O mandatário, em situação de sujeição, há de obedecer, suportando os efeitos da revogação (Eros Roberto Grau)
No dever, na obrigação e na sujeição, o vínculo é imposto no interesse alheio.
dever jurídico
Dever jurídico é a necessidade de observar um certo comportamento, compatível com o interesse do titular do direito subjetivo (Francisco Amaral).
O dever jurídico é comando imposto pelo direito objetivo e dirigido a todas as pessoas, que se sujeitam a uma sanção pelo não cumprimento do comportamento prescrito pela norma jurídica (Gisele Leite).
Dever jurídico é gênero, do qual a obrigação é espécie.
Com efeito, há deveres jurídicos que não compreendem obrigação. Assim ocorre com o dever, de todos, de abstenção da prática de condutas definidas como crimes ou o de respeitar o direito de propriedade dos seus titulares (Eros Roberto Grau)
Pode ser citado, ainda, o dever de comportar-se de acordo com a boa-fé e não alterar a verdade dos fatos, no processo civil.
obrigação
Em sentido amplo, obrigação é termo utilizado como sinônimo de dever jurídico.
Em sentido estrito, a palavra obrigação passa a constituir o termo próprio de uma classe de relações jurídicas — a obrigacional — que se coloca em paralelo à dos direitos reais, à dos direitos de família e à dos direitos de sucessão (Eros Grau).
Nesse último sentido, obrigação é um vínculo em razão do qual uma determinada pessoa (devedor) deve a outra (credor) o cumprimento de uma certa prestação. Em caso de inadimplência, o credor poderá buscar a satisfação compulsória no patrimônio do devedor.
ônus
É a necessidade de agir de certo modo para a tutela de interesses próprios (Orlando Gomes)
Trata-se de um comportamento que o sujeito deve adotar para alcançar uma determinada vantagem ou evitar um prejuízo.
Como exemplos, têm-se o conhecido ônus da prova e o de levar o contrato ao registro de títulos e documentos para ter eficácia perante terceiros
faculdade
Do latim facultas agendi, é o poder que toda pessoa capaz tem de agir como um sujeito ativo e passivo de direitos para obter resultado, e, portanto, dependerá sempre dá vontade de seu titular, que pode exercê-lo ou não.
Se trata se um direito subjetivo no qual pode ser definida também como poder da vontade, pela definição, como interesse juridicamente protegido, como defini o Orlando Gomes ou como poder de exigir ou pretender de outrem um determinado comportamento.
JURISPRUDÊNCIA
Jurisprudência em sentido amplo é a coletânea de decisões proferidas pelos juízes ou tribunais sobre uma determinada matéria jurídica com o intuito de facilitar e agilizar futuros casos a serem julgados pelos magistrados. Inclui jurisprudência uniforme e jurisprudência contraditória.
Em sentido estrito, a jurisprudência é o conjunto de decisões uniformes prolatadas pelos órgãos do Poder Judiciário
sobre uma determinada questão jurídica. Importante ressaltar que não possui caráter obrigatório, os juízes podem usar a livre convicção – usar o senso comum juntamente com o conhecimento científico para julgar determinado caso.
Secundum legem: sua utilização encontra amparo na lei;
Praeter legem: se utiliza quando não há previsão legal. O jurista resolve a lacuna que há na legislação por meio da aplicação deste tipo;
Contra legem: este se classifica como contrário a lei.
SÚMULA
é um registro que resume o entendimento vigente em um tribunal sobre uma tese jurídica discutida e serve de referência para os julgamentos sobre o mesmo tema.
Serve de referência para os magistrados, jugar em futuros casos similares. E não possui teor obrigatório, prevalece à livre convicção do juiz.
SÚMULA VINCULANTE
"Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei" (CF, art. 103-A, instituído pela EC 45/04)."
Importante enfatizar que, a livre convicção do magistrado é violada, pois a súmula tem caráter obrigatório.
DIFERENÇA ENTRE JURISPRUDÊNCIA, SÚMULA E SÚMULA VINCULANTE:
Jurisprudência e Súmula
Jurisprudência é o conjunto de acórdãos (decisões judicias), englobada de um todo (prevalece à ideia de um conjunto com diversas causas julgadas).
Enquanto Súmula é o resultado decorrente do conjunto de decisões judiciais, sendo assim, uma parte haurida da jurisprudência.
Súmula e Súmula Vinculante
Ambas são referências para os juízes de casos análogos. A Súmula não interfere na Livre Convicção do Magistrado e podem ser criadas por diversos Tribunais como síntese da Jurisprudência.
Enquanto a Súmula Vinculante é dotada de teor obrigatório, e diferente da Súmula, ela só pode ser criada pelo STF mediante decisão de dois terços de seus membros.
Jurisdição
Jurisdição vem do latim "júris" e "dicere" que significa dizer o direito, é o poder/dever que o Estado detém para aplicar o direito a um determinado caso, com o objetivo de solucionar conflitos de interesses e com isso resguardar a ordem jurídica e a autoridade da lei. Por sua vez a competência é a limitação do Poder Jurisdicional, de modo que o Poder Judiciário tem jurisdição e em razão disso todo magistrado terá jurisdição, porém nem todo magistrado será competente para julgar determinada demanda.
Princípios e Características da Jurisdição
Definitividade: As decisões judiciais são protegidas pelo manto da coisa julgada;
Substitutividade: Estado chamou para si o poder-dever de dizer o direito aplicável, eliminado a vingança privada (autotutela);
Inércia: A jurisdição só é exercida quando provocada, para que se garanta a imparcialidade;
Existência de lide: Ou potencialidade de lide, quer dizer, a possibilidade de conflito de interesses qualificado pela resistência a uma pretensão, nos limites do pedido;
Investidura: Quem exerce essa função tem que estar investido no cargo de juiz, conforme determina o art. 93, I, da CF/88. É uma garantia para o juiz e para o jurisdicionado;
Aderência: Tal como a soberania, a jurisdição não se divide e só pode se manifestar em um território – é una e indivisível;
Indelegabilidade: A jurisdição não pode ser delegada, ou seja, não se pode delegar a terceiros o poder de solucionar conflitos.
organização do poder judiciário
A função do poder judiciário é garantir os direitos individuais, coletivos e sociais e resolver conflitos entre cidadãos, entidades e estado. Para isso, tem autonomia administrativa e financeira garantidas pela constituição federal.
Prevista na Constituição da República Federativa do Brasil: 
“Artigo 92 - São órgãos do Poder Judiciário: 
I – o Supremo Tribunal Federal (STF); 
I-A – o Conselho Nacional de Justiça (CNJ); 
II – o Superior Tribunal de Justiça (STJ), 
III – os Tribunais Regionais Federais (TRF) e Juízes Federais; 
IV – os Tribunais e Juízes do Trabalho (TRT); 
V – os Tribunais e Juízes Eleitorais; 
VI – os Tribunais e Juízes Militares; 
VII – os Tribunais e Juízes dos estados e do Distrito Federal e Territórios (TJ).
TRIBUNAIS SUPERIORES
Ao STF compete julgar as chamadas ações diretas de inconstitucionalidade, instrumento jurídico próprio para contestar a constitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual; apreciar pedidos de extradição requerida por Estado estrangeiro; e julgar pedido de habeas corpus de qualquer cidadão brasileiro.
O STJ, que uniformiza o direito nacional infraconstitucional. Os ministros do STJ também têm de ser aprovados pelo Senado antes da nomeação pelo presidente do Brasil. O Conselho da Justiça Federal (CJF) funciona junto ao STJ e tem como função realizar a supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus.
JUSTIÇA DA UNIÃO
Justiça Federal comum
Cabe a ela julgar crimes políticos e infrações penais praticadas contra bens, serviços ou interesse da União (incluindo entidades autárquicas e empresas públicas), processos que envolvam Estado estrangeiro ou organismo internacional contra município ou pessoa domiciliada ou residente no Brasil, causas baseadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional e ações que envolvam direito de povos indígenas. A competência para processar e julgar da Justiça federal comum também pode ser suscitada em caso de grave violação de direitos humanos.
Justiça do Trabalho
Compete julgar conflitos individuais e coletivos entre trabalhadores e patrões, incluindo aqueles que envolvam entes de direito público externo e a administração pública direta e indireta da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. 
Justiça Eleitoral
A Justiça Eleitoral, que também integra a Justiça Federal especializada, regulamenta os procedimentos eleitorais, garantindo o direito constitucional ao voto direto e sigiloso. A ela compete organizar, monitorar e apurar as eleições, bem como diplomar os candidatos eleitos. A Justiça Eleitoral tem o poder de decretar a perda de mandato eletivo federal e estadual e julgar irregularidades praticadas nas eleições. 
Justiça Militar
A ela cabe processar e julgar os crimes militares definidos em lei (artigo 122 a124 da Constituição).
JUSTIÇA ESTADUAL
Cabe processar e julgar qualquer causa que não esteja sujeita à competência de outro órgão jurisdicional (Justiça Federal comum, do Trabalho, Eleitoral e Militar), o que representa o maior volume de litígios no Brasil. Sua regulamentação está expressa nos artigos 125 a 126 da Constituição.

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