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Caso concreto AULA 5 Uma briga de casal na madrugada de 27 de outubro de 2013, no Condomínio Portal Sul, na Rua Pio Corrêa, no Humaitá, resultou na morte do porteiro Antonio Maximiniano Sales, de 38 anos. Ele foi assassinado com três tiros no peito após se negar a abrir o portão para um homem dentificado apenas como Jaime, namorado da comerciante Margareth Garcia, de 46 anos, moradora do condomínio. De acordo com testemunhas, Jaime e Margareth discutiram por volta de 1h. O rapaz foi embora e, ao retornar às 2h, foi barrado na entrada principal. Irritado, Jaime xingou Maximiniano que, segundo amigos, tinha ordem de Margareth para não permitir mais a entrada do rapaz. Jaime foi embora e 20 minutos depois voltou ao condomínio. Um porteiro que trabalha num edifício ao lado do Portal Sul e testemunhou o crime disse que o rapaz aproveitou a chegada de um outro morador do prédio para entrar e seguir até a cabine da portaria principal. Ele estava completamente bêbado, chegou até mesmo a cair e machucar a testa na calçada. Em seguida, ele entrou e aí só escutei os estampidos dos tiros - disse a testemunha. Ainda segundo a testemunha, após os disparos, Jaime foi embora imediatamente. O vidro da portaria apresentava marcas de sangue. R.Trata-se de um assassinato ocorrido na madrugada do dia 27 de outubro de 2013, no Condomínio Portal Sul, na Rua Pio Corrêa, no Humaitá; em que o Réu matou com 3 tiros o porteiro Antônio Maximiniano Sales, de 38 anos. O crime ocorreu após uma briga entre o Réu e Margareth, que eram namorados. Depois da discussão, que durou cerca de 1 hora, o Réu saiu do condomínio. Quando retornou, às 2h da manhã, por ordem de Margareth foi impedido de entrar no prédio pelo porteiro Maximiniano. Conforme relato de um outro porteiro que trabalha no edifício ao lado, o Réu aproveitou a entrada de um morador para entrar e seguir até a portaria principal. Ainda segundo a testemunha, ele encontrava-se tão bêbado que chegou a cair e machucar a testa. Logo em seguida, o Réu dirigiu-se até o local onde estava Maximiniano e disparou três tiros no porteiro, fugindo de imediato. Após o ocorrido, observou-se marcas de sangue no vidro da portaria principal do condomínio. Eis o relatório. QUESTÃO 2: Objetivas. 1 - Conforme sustentam Néli Fetzner, Nelson Tavares e Alda Valverde (2013, p. 158): Define-se o relatório como um tipo de narrativa em que os fatos importantes de uma situação de conflito devem ser cronologicamente organizados, sem interpretá-los (ausência de valoração); os fatos da lide ou da demanda processual devem ser apenas informados. Identifique o trecho que corresponde à definição transcrita: R.(A) Segundo a autora, iniciaram o relacionamento em 1975. Compraram um terreno, onde começaram a construir a casa. Acrescentou que contribuiu com o seu dinheiro e o dos pais para que o réu erguesse o imóvel. Esclareceu que ficaram noivos após quatro anos de namoro e deram entrada nos papéis para o casamento religioso. Caso Concreto AULA 6 Caso concreto 1 A Reclamada contratou o Reclamante para exercer a função de marceneiro no setor de produção de cozinhas moduladas. O Reclamante, ao desempenhar sua atividade profissional, foi pregar um gabinete duplo, um dos componentes da cozinha modulada, quando o prego soltou-se da madeira ao sofrer a batida do martelo. O prego atingiu em cheio o olho direito do trabalhador reclamante, perfurando-o. Esse infortúnio ocorreu por culpa exclusiva da Reclamada, porque esta não ofereceu óculos de proteção ao obreiro. Trata-se de um trágico e irremediável acidente de trabalho que pôs fim não somente a qualquer perspectiva de ascensão profissional do Reclamante, mas também o deixou deficiente visual para o resto de sua vida. Questão 1: A linguagem forense utilizada pelo advogado na exposição dos fatos no caso em questão teve como objetivo produzir uma certa reação emocional no receptor (juiz) por meio de uma engenhosa seleção vocabular. Comente, em até 10 linhas, a escolha lexical intencional do advogado, considerando os valores semânticos de algumas palavras utilizadas na construção desse parágrafo. R O advogado do Reclamante construiu uma narrativa valorada, utilizando-se dos seguintes modalizadores: O prego soltou-se - Favorece o Reclamante. Em cheio - Reforça o tamanho do dano causado ao Reclamante. Infortúnio - Reforça a negatividade do ocorrido. Culpa exclusiva - Atribui culpa unicamente à Reclamada. Trágico, irremediável - Qualifica o impacto do acidente para o Reclamado. Pôs fim / qualquer perspectiva / resto - Demonstra as consequências do acidente para o Reclamante. As palavras acima foram intencionalmente empregadas a fim de persuadir o juiz de que o Reclamante foi vítima do desleixo da Reclamada. Essa seleção vocabular reforça a tese da função persuasiva da narrativa. Questão 2: Identifique, no parágrafo acima, pelo menos duas informações ou versões que a parte contrária não teria narrado. Justifique a sua resposta. R O infortúnio ocorreu por culpa exclusiva da Reclamada. Não ofereceu óculos de proteção ao obreiro. O próprio Direito escrito preceitua que ninguém é obrigado a criar provas contra si mesmo. Logo, a reclamada não se utilizaria dessas informações para não assumir responsabilidade alguma sobre a conduta negligente do Reclamante (trabalhar sem os óculos). Caso Concreto 2 Mateus foi denunciado porque, em agosto de 2015, supostamente teria se dirigido à residência de Maísa e a constrangido a com ele manter conjunção carnal, resultando assim na gravidez da suposta vítima, conforme laudo de exame de corpo de delito. Narra ainda a Inicial que, embora não se tenha se valido de violência real ou de grave ameaça para a prática do ato, o Réu teria se aproveitado do fato de Maísa ser incapaz de oferecer resistência ao propósito criminoso, assim como de validamente consentir, por se tratar de deficiente mental, incapaz de reger a si mesma. Questão 3: A partir do resumo do caso concreto 3, produza uma breve narrativa jurídica a favor da parte Ré. R O Réu, em agosto de 2015, dirigiu-se à residência da Vítima e manteve com ela conjunção carnal, o que resultou em uma gravidez indesejada. A vítima era deficiente mental, no entanto, o Réu desconhecia esse fato, já que esta não apresentava nenhuma evidência da doença. Ela mostrava-se receptiva e demonstrava muito interesse pelo Réu. Ele, por sua vez, apaixonado e envolvido pela forma carinhosa como a Vítima o tratava, acabou rendendo-se aos seus e envolvendo-se com a Vítima em um ato sexual que envolveu amor, carinho e total cumplicidade. Questões Objetivas Todo mundo aceita que ao homem cabe pontuar a própria vida: que viva em ponto de exclamação (dizem: tem alma dionisíaca); viva em ponto de interrogação (foi filosofia, ora é poesia); viva equilibrando-se entre vírgulas e sem pontuação (na política): o homem só não aceita do homem que use a só pontuação fatal: que use, na frase que ele vive o inevitável ponto final. 1. A palavra SÓ, usada nos dois primeiros versos da última estrofe, tem, respectivamente, o sentido de: R a) apenas / única. 2.Leia o trecho: "O dano moral caracteriza-se por uma lesão a um interesse juridicamente protegido, aos direitos da personalidade, causando dor, tristeza, vexame ou humilhação.“ De acordo com os procedimentos discursivos que formulam o texto argumentativo podemos afirmar que, exceto: R e)As palavras apenas assumem valores persuasivos quando contextualizadas. Fora do contexto não significam absolutamente nada, não indicam qualquer traço semântico. Caso concreto AULA 7 Caso Concreto Questão 1: A partir da leitura do caso concreto abaixo, elabore uma narrativa jurídicaem defesa da parte Autora. Faça uso da modalidade culta da língua e mantenha-se fiel ao conteúdo apresentado, sem distorcê-los, sem acrescentar ou criar fato algum. Limite-se apenas aos fatos descritos e narrados. O quê? Um acidente. Quem ativo? Direção do parque de diversões Mundo da fantasia empreendimentos Ltda e patrocinadores da festa Sábado sem lei no mundo da fantasia. Quem passivo? José da Silva, 29 anos, camelô, solteiro, morador da Rua Vale do Sossego, 127, Curicica, Jacarepaguá, Rio de Janeiro - RJ. Onde? Parque de Diversões Mundo da Fantasia, Avenida da Alegria, 2789, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ. Quando? Mais ou menos às 02h da manhã, em 09/9/2014. Como? (selecionar os fatos relevantes e colocá-los na ordem cronológica). - Quando chegaram ao parque, mais ou menos às 23h, o agito corre solto, e José da Silva e Laura Medeiros começaram a dançar. - A montanha russa atinge a velocidade de 60 Km/h. Anda sempre em posição normal; não tem looping. - José da Silva sai de casa com Laura Medeiros e com a sua galera, às 10h da noite; pega um ônibus e vai para a festa Sábado sem lei no mundo da fantasia. O grande lance da noite é bebida liberada e dançar até o sol raiar. - José e Laura Medeiros tentam ir para a roda gigante e para o trem fantasma a uma da manhã, mas as filas estão gigantescas. -José cai da montanha russa, despenca de quatro metros de altura, atravessa o telhado, arrebenta a cobertura de alumínio antes de cair sobre a plataforma. -A perícia vai ao parque no dia 10/9/2014, não encontra nenhum problema e libera o brinquedo. - José e Laura Medeiros entram numa de curtir a montanha russa e enfrentam 50 minutos de fila. -José é levado para o Hospital Luís Jorge, na Barra, 30 minutos depois da queda. Ele fica internado no hospital com fraturas múltiplas, afundamento de crânio, perfuração do pulmão e fratura da coluna cervical. Consequências: os pais de José pretendem ajuizar ação em face do parque, querendo indenização constituem você como advogado. R O Autor, e um grupo de amigos, no dia 08/09/2014, dirigiram-se a uma festa no Parque de Diversões Mundo da fantasia empreendimentos Ltda. Ao chegarem ao parque, o Autor e sua namorada, a fim de se divertirem, dirigiram-se à roda gigante e ao trem fantasma. Devido às filas desses brinquedos estarem imensas, resolveram, então, acessar à “montanha russa”, que, por atingir uma velocidade muito alta, despertava neles uma enorme expectativa. Infelizmente, o que era alegria e divertimento transformouse em tragédia e dor. Durante a diversão do casal na montanha russa, foi ouvido, de repente, um forte barulho. O Autor foi atirado para fora do carrinho, tendo despencado em queda livre de uma altura de quatro metros. Questão 2: Objetivas 1. Preencha as lacunas das frases abaixo: A _____________tem como ponto de partida a_______________ dos fatos que geram a situação fática, começando sempre pela ____________ de pedir mais remota (origem do negócio jurídico/relação com o Direito material) e terminando a______________ de pedir próxima (descumprimento da obrigação pelo réu), indicando o ________________ do pedido. RC) narrativa jurídica / narração / causa / causa / porquê. 2. Assinale a alternativa correta. Dentre os aspectos linguísticos a serem observados necessariamente na redação das narrativas jurídicas das petições iniciais estão: RA)uso da 3ª pessoa do discurso e preferencialmente do pretérito perfeito. Caso concreto AULA 8 Caso Concreto 1 João Paulo de Almeida nasceu de parto normal, com peso inferior ao normal, 1800 gramas e com deficiências respiratórias, em 22 de setembro de 2015, em um hospital particular, cujas despesas foram pagas pela ex-patroa da genitora, que cultivava um forte carinho por ela. Mãe e recém-nascido receberam alta hospitalar, 24 horas após o parto. Seis horas depois, mãe e filho retornaram à própria Casa de Saúde São Nicolau, no município de São Gonçalo, no Estado do Rio de Janeiro, estando este quase desfalecido. O mesmo médico, que tinha dado alta aos dois, socorreu João Paulo, introduzindo-lhe uma sonda nasogástrica, mas este veio a falecer de insuficiência respiratória e hemorragia digestiva. A causa da morte consta do depoimento do próprio médico e do registro de óbito. Segundo o depoimento do próprio médico que atendeu João Paulo, quando uma criança nasce com problema de saúde, deve ser transferida para a UTI Neonatal, nas 24 horas seguintes ao nascimento, mas isso não foi feito. De acordo com o depoimento da Casa de Saúde São Nicolau, a morte ocorreu devido à mãe ser desnutrida e fumante e por ter uma baixa situação socioeconômica e ser a vítima o seu quinto filho. Resposta Descritivo João Paulo de Almeida, um recém-nascido com peso inferior ao normal, 1800 gramas, e com deficiências respiratórias, recebeu alta 24 horas após o parto. Seis horas depois, a mãe retornou ao hospital com o bebê quase desfalecido. O mesmo médico que deu alta socorreu o bebê introduzindo-lhe uma sonda nasogástrica. O bebê faleceu de insuficiência respiratória e hemorragia digestiva. Valorativo A morte da criança foi causada por negligência/ imprudência do médico. Normativo O médico, funcionário da Casa de Saúde São Nicolau, comportou-se negligentemente / imprudentemente. Portanto, deve, com base na Justiça Cível, indenizar a mãe do menino, ou, com base na Justiça Criminal, ser enquadrado a um tipo penal. Nesse caso, o médico e o hospital respondem solidariamente. Caso Concreto 2 O veículo dirigido pelo preposto da Ré Transportadora Suave ingressou no cruzamento com a Rua Sorocaba, nº 596, em Botafogo, no Rio de Janeiro, sem respeitar a placa de Parada Obrigatória existente no local, vindo assim a colidir com o veículo de Edgar Magalhães, que trafegava em via preferencial, causando-lhe graves sequelas, em 27 de outubro de 2015. O preposto da Réu fugiu do local sem prestar socorro à vítima. Não houve perícia no local, somente boletim de ocorrência. O Autor teve sequelas gravíssimas - osteomielite crônica de cura duvidosa, capaz de levar à amputação de sua perna esquerda e ficou incapacitado de trabalhar. Segundo a Ré, em seu depoimento, no local onde ocorreu o acidente nada existia a indicar que a via pela qual trafegava o veículo do acidentado era preferencial. A Ré ainda assegurou, em seu depoimento, que a vítima entrou no cruzamento sem a mínima atenção, destacando culpa exclusiva do Autor Edmar Magalhães. Conforme depoimento da Ré, o boletim não tem força probatória; por não ter havido perícia no local. O Autor deseja verba para aquisição e manutenção de prótese e para aquisição de sapatos e outros aparelhos ortopédicos, verba para cirurgia e despesas hospitalares recomendadas pela perícia médica. Edmar Magalhães pretende mover uma ação em busca de indenização por danos morais, materiais e lucros cessantes durante o período de incapacidade total e eventual capacidade parcial. Resposta Descritivo O veículo da Ré Transportadora Suave não respeitou a placa de parada obrigatória e colidiu com o veículo de Edgar Magalhães, que trafegava em via preferencial. O Autor sofreu sequelas gravíssimas: osteomielite crônica de cura duvidosa, capaz de levar à amputação de sua perna esquerda e deixá-lo incapacitado para o trabalho. Valorativo O acidente foi causado por imprudência/negligência do motorista da transportadora que não respeitou a placa de parada obrigatória e colidiu com o carro de Edgar que trafegava em via preferencial. Além disso, não prestou socorro à vítima. Normativo O motorista da Transportadora Suave agiu com imprudência e negligência ao dirigir e, a empresa, deve, por isso, indenizar Edgar Magalhães. Questão 2: objetivas 1.Assinale a alternativa que demonstra o texto corretamenteadequado e relacionado às três valências em que a escrita jurídica é realizada (descritiva, valorativa e normativa): R..E) A funcionária de uma determinada farmácia foi ferida porque, enquanto ela trabalhava, a escada que utilizava para pegar remédios quebrou. (DESCRITIVO - FATO); A quebra da escada foi causada por negligência da empresa (VALORATIVO - QUALIFICAÇÃO DO FATO); A administração da farmácia se comportou negligentemente e deve, por isso, indenizar a funcionária (NORMATIVO - ENQUADRAMENTO LEGAL). 2. A seleção dos fatos é de fundamental relevância no discurso jurídico, uma vez que se transformarão em argumentos na fundamentação. A narrativa jurídica é, portanto, o relato de fatos que auxiliam na compreensão do caso concreto e daqueles que trazem consequências jurídicas. Assim, a partir do texto abaixo, assinale o fato juridicamente relevante. Um homem foi preso por agredir a ex-companheira, de 25 anos, com um pedaço de madeira de mais de um metro neste domingo, 14 de agosto de 2016, em pleno Aterro do Flamengo, na Zona Sul do Rio. Identificado pela polícia, Amândio Martins Júnior, de 24 anos, é de Rio das Ostras, na Região dos Lagos, e será enquadrado na Lei Maria da Penha. A mulher levava pauladas do homem na altura da coluna com um pedaço de madeira de 1,5 metro. O caso foi registrado na 9ª DP (Catete). Levada para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, a mulher está bem e apresenta quadro estável, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. R..A) Amândio Martins Júnior agrediu sua ex-companheira.
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