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Fármacos do sistema respiratório

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Fármacos do sistema respiratório
EXPECTORANTES
Os expectorantes têm a finalidade de aumentar a quantidade de catarro e diminuir a sua viscosidade para que o sistema mucociliar possa remover esse catarro da árvore brônquica. Estes medicamentos podem ser divididos em três categorias: expectorantes reflexos, expectorantes mucolíticos e expectorantes inalantes.
EXPECTORANTES REFLEXOS
Agem por estimulação das terminações vagais, levando ao aumento da produção de muco pelas células caliciformes da mucosa respiratória. 
IODETO DE POTÁSSIO
É um expectorante salino que tem a capacidade de aumentar as secreções em até 150%. O principal efeito indesejado é a ocorrência de vômitos e náuseas, já que o iodeto de potássio produz irritação gástrica. Após administração VO e em associação com outros medicamentos, os efeitos aparecem aproximadamente em 15 a 30 minutos, dependendo da espécie animal e da repleção gástrica e a duração desse efeito é de no máximo 6 horas.
GUAIFENESINA
A guaifenesina e suas associações são derivadas da degradação da lignina (presente na madeira). Além de sua ação expectorante, é um potente relaxante muscular de ação central. É absorvida pelo TGI e acredita-se que tem efeito logo após a sua absorção, com efeito de aproximadamente 4 a 6 horas. Por ser um derivado do creosato, não é indicado seu uso em gatos.
EXPECTORANTES MUCOLÍTICOS
Produzem diminuição da viscosidade das secreções pulmonares, facilitando sua eliminação. Na veterinária existem dois fármacos que têm sido muito utilizados recentemente: a bromexina e a N-acetilcisteína, sendo esta última a mais utilizada.
N-acetilcisteína
Tem ação mucolítica em virtude do grupamento tiólico livre interagindo com as pontes dissulfidricas das mucoproterínas, integrantes do catarro. Essas interações tornam o muco menos viscoso. O uso na veterinária se dá tanto por VO como, principalmente, por inalação e aerossol, associado à isoprenalina. A isoprenalina é utilizada para evitar o broncoespasmo, efeito que é normalmente produzido pela N-acetilsisteína. Geralmente é utilizado em associação com os expectorantes reflexos, pois os mucolíticos vão diminuir a viscosidade do muco e os reflexos vão expulsar o muco.
ANTITUSSÍGENOS
Além do sistema mucociliar, existe ainda o reflexo da tosse, o qual desempenha também a função de defesa e limpeza. Assim, se a tosse for produtiva, ou seja, se tiver a finalidade de eliminar secreções, esta não deve ser suprimida. Por outro lado, quando a tosse se demonstrar crônica, contínua e não produtiva, deve-se procurar elimina-la com os antitussígenos.
A ação dos antitussígenos ocorre no SNC, onde estes medicamentos inibem as respostas do centro da tosse aos estímulos que lá chegam. Os antitussígenos que atuam neste nível são os agentes narcóticos (codeína e butorfanol) e os agentes não narcóticos (dextrometorfano e noscapina). 
Os medicamentos antitussígenos de ação central não devem ser utilizados em associação com os expectorantes, nem ser utilizado em pacientes com secreções abundantes, pois esta secreção poderá acumular-se no sistema respiratório e causar asfixia.
NARCÓTICOS
O uso dos antitussígenos narcóticos está sujeito à comercialização com receita, devido ao seu potencial de causar dependência em seres humanos.
CODEÍNA/BUTORFANOL
A codeína é derivada do ópio (ativam os receptores opioides) e é um potente antitussígeno e um analgésico de ação moderada. Seu mecanismo de ação é o mesmo dos hipnoanalgésicos. É administrada por VO e é rapidamente absorvida, com efeitos que duram de 3 a 4 horas. Como efeitos colaterais mais frequentes têm-se vômitos, constipação intestinal, sonolência (cães) ou excitação (felinos e equinos).
O butorfanol vem sendo amplamente utilizado em cães como antitussígeno. Tem potência 20x maior do que a codeína e efeitos que duram 2x mais que a codeína. Outra vantagem é seu potente efeito analgésico que é 5 a 7x maior que a morfina.
NÃO NARCÓTICOS
São derivados sintéticos da morfina e, por isso, não causam dependência. 
DEXTROMETORFANO
A atividade antitussígena deste medicamento é 15 a 20x menor que a do butorfanol e igual à da codeína. Entretanto, diferente da codeína, não possui efeitos colaterais. Administrado por VO.
BRONCODILATADORES
Estes medicamentos são utilizados com frequência na medicina veterinária para evitar o aparecimento de broncoconstrição, que é parte de uma complexa série de eventos que iniciam a tosse. Os broncodilatadores são divididos em três grupos: beta-adrenérgicos, metilxantinas e anticolinérgicos. 
AGONISTAS BETA-ADRENÉRGICOS
CLEMBUTEROL E SALBUTAMOL
O efeito broncodilatador destes medicamentos se faz por ação direta dos receptores beta-adrenérgicos do músculo liso dos brônquios. Inibem a liberação da serotonina e histamina pelos mastócitos e de mediadores químicos, estimulando o sistema mucociliar e reduzindo a viscosidade do catarro. Ou seja, faz a ação contrária ao sistema parassimpático. Vale ressaltar que não se devem utilizar estes medicamentos com outros agonistas colinérgicos (do sistema parassimpático), pois um vai competir com o outro.
METILXALANTINAS
TEOFILINA, TEOTROMBINA E CAFEÍNA
As metilxalantinas promovem a broncodilatação através da inibição competitiva da fosfodiesterase (cAMP). Essa inibição da transformação de cAMP em AMP, leva ao acúmulo de cAMP que favorece o aumento de proteinoquinase. Essa proteinoquinase tem a ação de inibir enzima quinase (fosforilação). Sem enzima quinase, não a contração muscular lisa (miosina). Sem contração, sem broncodilatação.
A teotrombina é a substância presente no chocolate e os cães possuem dificuldade para metabolizá-la.
ANTICOLINÉRGICOS
A principal inervação do músculo liso brônquico de faz pelo SNA parassimpático, produzindo a broncoconstrição. Os medicamentos anticolinérgicos se ligam aos receptores muscarínicos M2 e M3, promovendo a inativação destes, com a finalidade de antagonizar a broncoconstrição e produzir broncodilatação. Dentre os medicamentos anticolinérgicos existem a atropina, glicopirrolato e o ipratrópio. Devido aos diversos efeitos colaterais (taquicardia, midríase, depressão do SNC), a atropina passou a ser usada apenas por via sistêmica ou por aerossol.
GLICOPIRROLATO
Apresenta pequena capacidade de atravessar a barreira hematoencefálica (BHC), portanto, não possui efeitos depressivos no SNC. Além disso, também não ultrapassa a barreira placentária. Este medicamento vem sendo utilizado na clinica de equinos para o tratamento da doença pulmonar crônica obstrutiva, por VI (intramuscular).
IPRATRÓPIO
De uso restrito para equinos, seu efeito é observado em apenas 30 minutos e tem duração de 3 a 5 horas. Sabe-se que nos receptores muscarínicos, enquanto os M3 liberam ACH, os M2 bloqueiam essa liberação. Por que isso é importante? Bem, medicamentos não muito seletivos como o ipratróprio e a atropina, podem, em algumas situações, potencializar a liberação de ACH, já que seu objetivo é bloquear os receptores M2.
DESCONGESTIONANTES
São usados no tratamento sintomático das rinites e sinusites alérgicas ou virais. Os principais medicamentos utilizados como descongestionantes são os anti-histamínicos.
Os anti-histamínicos antagonizam os receptores H1 e com isso irão impedir a liberação de citocinas e substâncias pró-inflamatórias. Além disso, possuem efeitos parassimpatolíticos (diminuição da secreção) e anestesia local, o que contribui para o bem estar dos pacientes. Os medicamentos mais utilizados são loratadina, difenidramina e clorfeniramina.
Lucas da Rocha
Acadêmico de Medicina Veterinária
Centro Universitário Dr. Leão Sampaio

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