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Prévia do material em texto

Brasília-DF. 
Documentação para a engenharia De 
Segurança Do trabalho
Elaboração
Paulo Rogério Albuquerque de Oliveira
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 4
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
ASPECTOS GERAIS E NORMATIVOS ....................................................................................................... 11
CAPÍTULO 1
PERÍCIA, PERÍCIA JUDICIAL, PERITO E PROCESSO .................................................................... 11
CAPÍTULO 2
FISCALIZAÇÃO EM SST ............................................................................................................ 28
UNIDADE II
DOCUMENTAÇÃO APLICÁVEL .............................................................................................................. 42
CAPÍTULO 1
PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS - PPRA ................................................... 42
CAPÍTULO 2
LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO — LTCAT ................................ 49
CAPÍTULO 3
ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO – AET ......................................................................... 63
CAPÍTULO 4
DOCUMENTAÇÃO ESPARSA RELACIONADA À EST ................................................................... 65
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 73
4
Apresentação
Caro aluno,
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela 
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da 
Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade 
dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos 
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém 
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a 
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo 
a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na 
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos 
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar 
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para 
aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos 
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
6
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
7
Introdução
Caro aluno,
As competências e as atribuições vinculadas à Engenharia de Segurança do Trabalho 
– EST são muitas e variadas, passando pelas definidas em lei até chegar às ordinárias 
estabelecidas pelo Conselho Federal de Engenharia e Agronomia – Confea. Para 
desenvolvimento dessas atribuições e competências, é importante dominar a 
documentação pertinente aos campos de atuação que fazem interface com a EST. Isso 
implica conhecer a semântica das palavras técnicas e usá-las corretamente segundo cada 
contexto e ramo do direito afim, tal como o tributário, o ambiental, o previdenciário e 
o trabalhista.
Este caderno está estruturado em Unidades e Capítulos, a partir da visão sobre a 
documentação relacionada ao meio ambiente do trabalho no campo da Engenharia 
de Segurança do Trabalho EST, considerando o ramo do Direito para aplicação 
específica nessa área, como ilustrado na figura seguinte:
Figura 1. Múltiplas dimensões da saúde do trabalhador submetidas à nova ordem constitucional.
 
 
Documentação Relacionada ao Meio Ambiente do Trabalho no Campo da 
Engenharia de Segurança do Trabalho - EST
Lei 6.514/1977
Art. 195 – Laudos de 
Insalubridade (LIns) 
Periculosidade (Lper)
Lei 8.213/1991
Art. 57 – PPP
Art. 58 – LTCAT
Portaria 
3.214/1978
NR 9 - PPRA
NR 18 - PCMAT
NR 16 - LPer
NR 15 - LIns
NR 18 - PCMAT
Lei 7.410/1985
Cria EST. Resolução Confea 365/1991 
define atribuições.
Lei 6.496/1977
Cria ART. Resolução Confea 1.116/2019 
define serviços especializados
Fonte: próprio autor.
8
Na maioria das situações, a EST é chamada para dar consultoria, vistoriar, avaliar, 
coordenar, supervisionar e periciar, tendo que emitir um documento técnico com 
importante valor técnico e incisivas repercussões financeiras, sociais e jurídicas. 
Por isso, para efeito desta disciplina quanto ao exercício da profissão, e com base 
nos regramentos expedidos pelo Confea, são adotadas as seguintes definições: 
Quadro 1. Definições de Atribuições e Competências.
Atribuição: ato geral de consignar direitos e responsabilidades no ordenamento jurídico que rege a sociedade.
Atribuição profissional: ato específico de consignar direitos e responsabilidades, na defesa da sociedade, para o exercício da profissão, de acordo 
com a formação profissional obtida em cursos regulares do sistema oficial de ensino brasileiro.
Título profissional: título constante da Tabela de Títulos do Confea, atribuído pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) ao portador 
de diploma de conclusão de cursos regulares, expedido por instituições de ensino credenciadas, em conformidade com as diretrizes curriculares, o 
projeto pedagógico do curso e o perfil de formação profissional, correspondente a um campo de atuação profissional sob a fiscalização do Sistema 
Confea/Crea.
Atividade profissional: conjunto de práticas profissionais que visam à aquisição de conhecimentos, capacidades, atitudes, inovação e formas de 
comportamentos exigidos para o exercício das funções próprias de uma profissão regulamentada.
Campo de atuaçãoprofissional: conjunto de habilidades e conhecimentos adquiridos pelo profissional no decorrer de sua vida laboral em 
consequência da formação obtida por ele em cursos regulares do sistema oficial de ensino brasileiro.
Formação profissional: processo de aquisição de habilidades e conhecimentos profissionais mediante conclusão com aproveitamento e diplomação 
em curso regular do sistema oficial de ensino brasileiro, visando ao exercício responsável da profissão.
Competência profissional: capacidade de utilização de conhecimentos, habilidades e atitudes necessários ao desempenho de atividades em campos 
profissionais específicos, obedecendo a padrões de qualidade e produtividade.
Laudo: peça na qual, com fundamentação técnica, o profissional habilitado, como perito, relata o que observou e apresenta as suas conclusões ou 
avalia o valor de bens, direitos, ou empreendimentos.
Parecer técnico: opinião tecnicamente fundamentada sobre determinado assunto emitida por especialista.
Avaliação: atividade que envolve a determinação do valor qualitativo ou monetário de um bem, de um direito ou de um empreendimento com base 
em critérios técnicos.
Coordenação: atividade que visa garantir a execução da obra ou serviço pelo responsável técnico segundo determinada ordem e método 
previamente estabelecidos.
Perícia: atividade que envolve a apuração das causas que motivaram determinado evento ou da asserção de direitos, por meio da qual o 
profissional, por conta própria ou a serviço de terceiros, efetua trabalho técnico visando à emissão de um parecer ou laudo técnico, compreendendo: 
levantamento de dados, realização de análise ou avaliação de estudos, propostas, projetos, serviços, obras ou produtos desenvolvidos ou executados 
por outrem.
Supervisão: atividade de acompanhar, analisar e avaliar, a partir de um plano funcional superior, o desempenho dos responsáveis técnicos pela 
execução de obras ou serviços.
Vistoria: atividade que envolve a constatação de um fato, mediante exame circunstanciado e descrição minuciosa dos elementos que o constituem, 
sem a indagação das causas que o motivaram.
Inspeção: atividade que envolve vistorias, exames ou avaliações das condições técnicas, de uso e de manutenção do objeto inspecionado, visando 
orientar a manutenção e corrigir as anomalias e falhas encontradas.
Consultoria: atividade de prestação de serviços de aconselhamento, mediante exame de questões específicas, e elaboração de parecer ou trabalho 
técnico pertinente, devidamente fundamentado, com a finalidade de subsidiar a ação do responsável técnico pela execução de obra ou serviço.
Fonte: próprio autor.
A atribuição inicial do campo de atuação profissional se dá a partir do contido nas leis 
e nos decretos regulamentadores das respectivas profissões, acrescida do previsto nos 
normativos do Confea, em vigor, que tratam do assunto. As profissões que não têm 
atribuições regulamentadas em legislação específica terão suas atribuições mínimas 
definidas nos normativos do Confea, em vigor, que tratam do assunto. As eventuais 
atribuições adicionais obtidas na formação inicial serão objeto de requerimento do 
9
profissional e decorrerão de análise do currículo escolar e do projeto pedagógico do 
curso de formação do profissional, a ser realizada pelas câmaras especializadas do 
Confea competentes.
Neste caderno o uso da sigla SST para denominar Saúde e Segurança do 
Trabalhador – SST é correta e chama atenção, pois o bem jurídico tutelado 
é a saúde do trabalhador e não o trabalho. É incorreta essa última acepção, 
pois colide com a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 - 
CRFB-1988.
Principais documentos aplicáveis à EST conforme norma de regência:
 » Direito Administrativo: Anotação de Responsabilidade Técnica ART.
 » Direito Tributário: Laudo Técnico das Condições Ambientais do 
Trabalho LTCAT.
 » Direito Previdenciário: LTCAT.
 » Direito Trabalhista: Laudo de Insalubridade – LIns e Laudo de 
Periculosidade – Lper. Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais 
do Trabalho – PPRA. Programa das Condições do Meio Ambiente do 
Trabalho – PCMAT.
 » Documentos Esparsos.
Neste material, teremos informações sobre a documentação relacionada aos 
principais ramos do direito.
Objetivos
 » Apresentar os documentos mais importantes para o exercício 
profissional no campo da SST.
 » Promover a capacitação para elaborar documentos relacionados à SST.
 » Compreender as responsabilidades advindas da emissão dos 
documentos.
 » Permitir a capacidade crítica para ler e interpretar artefatos 
comandados pelos atos normativos.
10
11
UNIDADE IASPECTOS GERAIS E 
NORMATIVOS
CAPÍTULO 1
Perícia, perícia judicial, perito e 
processo
Atividade muito demandada ao engenheiro de segurança do trabalho é fazer 
perícia. Nem sempre judicial, mas, em qualquer caso, quem faz é um perito. E, 
se o assunto diz respeito ao meio ambiente do trabalho, ora o perito pronuncia-
se por laudo pericial, se auxiliar do juiz, ora com parecer técnico, se assistente 
técnico da parte em processo judicial.
Como nem sempre as peças periciais são suficientes para resolver as contendas 
entre os contratantes de modo amigável, administrativo, em autocomposição, 
há necessidade de o Judiciário arbitrar um desfecho, segundo o devido processo 
legal, estabelecido pelo Código de Processo Civil – CPC.
Tem-se então duas veredas para o perito em SST: produzir os documentos 
técnicos ordinários que suportem as operações das empresas e os extraordinários 
quando houver disputa de interesses, individuais ou coletivos.
Assim para contextualizar sobre documentação técnica a cargo do perito, na 
seara tributária, observam-se, por conta da contribuição social para custeio do 
Seguro Acidente do Trabalho – SAT e do Financiamento da Aposentadoria por 
Condições Especiais do Trabalho – FACET e respectivo direito à Aposentadoria 
por Condições Especiais do Trabalho – ACET, quais artefatos técnicos e seus 
respectivos responsáveis (Profissional Legalmente Habilitado – PLH) dão 
sustentação à contabilidade ambiental das empresas. 
Essa documentação técnica é necessária para verificar se o exercício de atividade 
em condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física do 
trabalhador, com exposição a agentes nocivos de modo permanente, não-
12
UNIDADE I │ ASPECTOS GERAIS E NORMATIVOS
ocasional nem intermitente, conforme disposto no art. 57 da Lei no 8.213, de 1991, 
é fato gerador de contribuição social previdenciária adicional para custeio da 
aposentadoria especial.
Existem três espécies de tributos relacionados ao meio ambiente do trabalho 
que demandam documentação técnica especializada: Seguro Acidente do 
Trabalho – SAT e seus derivativos: Financiamento da Aposentadoria por 
Condições Especiais de Trabalho – FACET e Fator Acidentário de Prevenção – 
FAP conforme figura a seguir.
Figura 2. Esquema com tributos relacionados ao meio ambiente do trabalho: SAT, FACET e FAP.
 
 
Seguro Acidente do Trabalho - SAT 
 
Financiamento da Aposentadoria por Condições 
Especiais do Trabalho – FACET 
 
Fator Acidentário de Prevenção – FAP 
 
 
Tributação sobre o Meio Ambiente do Trabalho 
 
Fonte: próprio autor.
Seguro Acidente do Trabalho – SAT
A matéria acidentária, quanto aos seus benefícios, é regulada pela Lei no 
8.213/1991, que disciplina o funcionamento do Regime Geral de Previdência 
Social – RGPS, compreendendo diversas prestações, inclusive em razão de 
eventos decorrentes de acidente do trabalho (art. 18, caput). Já o custeio do 
SAT consta no art. 22, II, da Lei no 8.212/1991. Os benefícios acidentários têm 
fontes de recursos respectivas, assim como as prestações previdenciárias em 
geral possuem custeio próprio.
13
ASPECTOS GERAIS E NORMATIVOS │ UNIDADE IFigura 3. Esquema com fontes de custeio do SAT/FACET/FAP.
Seguro Contra Acidentes de Trabalho – SAT.
 
 
Base de Cálculo Remuneração
Remuneração. Alíquota Específica para o 
SAT: 1%, 2% ou 3% x FAP, com 
adicional de 6%, 9% ou 12% para o 
FACET.
Empregador Doméstico. Alíquota 
específica para o SAT. 0,8%.
Fonte: próprio autor.
A contribuição a cargo da empresa (SAT)1 em razão do grau de incidência 
de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho – 
GIILDRAT sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, no decorrer do 
mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos é de: a) 1% (um por 
cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de acidentes 
do trabalho seja considerado leve; b) 2% (dois por cento) para as empresas em 
cuja atividade preponderante esse risco seja considerado médio; c) 3% (três 
por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja 
considerado grave. Além dessa alíquota do SAT, por Classificação Nacional 
de Atividades Econômicas - CNAE, de 1%, 2% e 3%, há o Financiamento da 
Aposentadoria por Condições Especiais do Trabalho – FACET.
Aposentadoria por condições especiais 
do trabalho – ACET e Financiamento da 
Aposentadoria por Condições Especiais do 
Trabalho – FACET
A ACET, desde os primórdios, é um benefício previdenciário não marcado pela 
incapacidade consumada, como aqueles custeados pelo Seguro Acidente do Trabalho – 
SAT, mas, sim, pela predição dessa incapacidade, o que enseja diminuição da 
carga em anos de trabalho. Assim, ao invés de 35 anos, para homens, tem-se 15, 
20 ou 25 anos. A ACET tem por característica a predição de “falha” do trabalhador 
decorrente das condições especiais. Por isso, deve antecipar a aposentadoria por 
tempo de contribuição em função da dose resultante da intensidade/concentração 
da exposição pelo tempo de exposição. 
1 Definida pelo art. 22, inc. II, da Lei n. 8.212/1991, conforme inciso IV do art. 32 da Lei n. 8.212, de 1991, do art. 22 e dos §§ 1o 
e 4o do art. 58 da Lei n. 8.213, de 1991, e dos §§ 2o, 6o e 7o do art. 68 e do art. 336 do RPS.
14
UNIDADE I │ ASPECTOS GERAIS E NORMATIVOS
Com a Lei 9.732/1998, veio a obrigação tributária para a empresa que possua 
trabalhador em condições especiais (fatores de risco) que prejudiquem a sua saúde ou 
integridade física. Essa tributação veio sob a forma de acréscimo ao Seguro Acidente do 
Trabalho – SAT, destinado a diminuir o desequilíbrio; todavia, longe de ser suficiente 
para fazer frente ao respectivo benefício. Nasceu o Financiamento da Aposentadoria 
por Condições Especiais de Trabalho — FACET. 
A conta é a seguinte: para segurado homem, a cada mês que haja ativação do fato gerador 
tributário, há a necessária contabilização de 1,4 mês (25 anos - 6%) para contagem de 
tempo convertido de especial para comum; de 1,75 mês (20 anos - 9%) e 2,33 meses 
(15 anos - 12%) contribuídos para fins de contagem de tempo de contribuição. Assim, 
no enquadramento de 25 anos (6%), para cada 10 meses trabalhados, tem-se uma 
contagem de tempo acelerada para 14 meses. Essa conversão é aplicada até o nível 
mensal. 
Basicamente a lei elegeu quatro categorias de fatores de riscos, a saber: i) 
químicos: substâncias; ii) físicos: energias; iii) biológicos: microrganismos; e iv) 
associação de fatores de riscos que incluem os psicoergonômicos, mecânicos ou 
de acidentes. No âmbito do RGPS, basicamente o que define a precocidade são os 
seguintes elementos: pessoalidade, onerosidade, proporcionalidade, nocividade e 
permanência. A coexistência desses elementos concretiza o direito à concessão de 
aposentadoria especial do trabalhador, bem como ativa a hipótese de incidência 
tributária do respectivo custeio (FACET). 
Documentação aplicada à EST no campo da 
Receita Federal do Brasil - RFB
As demonstrações ambientais constituem obrigações acessórias2 relativas ao FACET34 
e servem de evidência acerca da boa gestão em SST. Dessa forma, a RFB verificará, 
por intermédio de sua fiscalização – AFRFB, a regularidade e a conformidade 
das demonstrações ambientais e os controles internos da empresa relativos ao 
gerenciamento dos riscos ambientais em SST, em especial o embasamento para 
a declaração de informações na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do 
2 A contribuição adicional de que trata o art. 292 é devida pela empresa ou equiparado em relação à remuneração paga, devida 
ou creditada ao segurado empregado, trabalhador avulso ou cooperado sujeito a condições especiais, conforme disposto no §6o 
do art. 57 da Lei n. 8.213, de 1991, e nos §§ 1o e 2o do art. 1o da Lei n. 10.666, de 2003.
3 IN 971 – RFB. Art. 293. A empresa ou pessoa física ou jurídica equiparada na forma prevista no parágrafo único do art. 15 
da Lei no 8.212, de 1991, fica obrigada ao pagamento da contribuição adicional a que se referem o art. 292 desta Instrução 
Normativa e o § 2o do art. 1o da Lei n. 10.666, de 2003, incidente sobre o valor da remuneração paga, devida ou creditada a 
segurado empregado, trabalhador avulso ou cooperado associado à cooperativa de produção, sob condições que justifiquem a 
concessão de aposentadoria especial, nos termos do § 6o do art. 57 da Lei n. 8.213, de 1991.
4 Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP). Escrituração 
Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial).
15
ASPECTOS GERAIS E NORMATIVOS │ UNIDADE I
Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social – GFIP para fins de ACET e 
FACET, tendo por objetivo:
 » verificar a integridade das informações do banco de dados do Cadastro 
Nacional de Informações Sociais – CNIS, que é alimentado pelos fatos 
declarados em GFIP e eSocial;
 » verificar a regularidade do recolhimento do SAT/FAP/FACET; e 
 » garantir o custeio de benefícios devidos.
Dessa forma, as produções técnicas (peças periciais) elaboradas pelos PLH que 
embasam as informações prestadas em GFIP (eSocial)5 sobre a existência ou não 
de riscos ambientais em níveis ou concentrações que prejudiquem a saúde ou a 
integridade física do trabalhador deverão ser comprovadas perante a fiscalização da 
RFB. O elenco de documentos técnicos cobrados pela RFB é o seguinte:
 » PPRA (Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais do Trabalho), 
que visa à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, por 
meio da antecipação, do reconhecimento, da avaliação e do consequente 
controle da ocorrência de riscos ambientais, sendo sua abrangência 
e profundidade dependentes das características dos riscos e das 
necessidades de controle, devendo ser elaborado e implementado pela 
empresa, por estabelecimento, nos termos da Norma Regulamentadora 
n. 9 (NR-9), do então Ministério do Trabalho e Emprego - MTE;
 » PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos), que é obrigatório para 
as atividades relacionadas à mineração e substitui o PPRA para essas 
atividades, devendo ser elaborado e implementado pela empresa ou pelo 
permissionário de lavra garimpeira, nos termos da NR-22, do MTE;
 » PCMAT (Programa das Condições do Meio Ambiente do Trabalho), 
que é obrigatório para estabelecimentos que desenvolvam atividades 
relacionadas à indústria da construção, identificados no grupo 
45 da tabela de CNAE, com 20 (vinte) trabalhadores ou mais por 
estabelecimento ou obra, e visa a implementar medidas de controle 
e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e 
no meio ambiente de trabalho, nos termos da NR-18, substituindo 
o PPRA quando contemplar todas as exigências contidas na NR-9, 
ambas do MTE;
5 O Decreto no 8373/2014 instituiu o Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas 
(eSocial).
16
UNIDADE I │ ASPECTOS GERAIS E NORMATIVOS
 » PCMSO (Programa de ControleMédico da Saúde Ocupacional), 
que deverá ser elaborado e implementado pela empresa ou pelo 
estabelecimento, a partir do PPRA, PGR e PCMAT, com o caráter de 
promover a prevenção, o rastreamento e o diagnóstico precoce dos 
agravos à saúde relacionados ao trabalho, inclusive aqueles de natureza 
subclínica, além da constatação da existência de casos de doenças 
profissionais ou de danos irreversíveis à saúde dos trabalhadores, nos 
termos da NR-7, do MTE;
 » LTCAT (Laudo Técnico das Condições Ambientais do Trabalho), que é 
a declaração pericial emitida para evidenciação técnica das condições 
ambientais do trabalho, podendo ser substituído por um dos 
documentos entre os previstos nos incisos I e II, conforme 
disposto neste ato e na Instrução Normativa que estabelece critérios a 
serem adotados pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS;
 » PPP (Perfil Profissiográfico Previdenciário), que é o documento 
histórico-laboral individual do trabalhador, conforme disposto 
neste ato e na Instrução Normativa que estabelece critérios a serem 
adotados pelo INSS;
 » CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho), que é o documento 
que registra o acidente do trabalho, a ocorrência ou o agravamento 
de doença ocupacional, mesmo que não tenha sido determinado o 
afastamento do trabalho, conforme disposto nos arts. 19 a 22 da Lei 
no 8.213, de 1991, e nas NR-7 e NR-15 do MTE, sendo seu registro 
fundamental para a geração de análises estatísticas que determinam a 
morbidade e mortalidade nas empresas e para a adoção das medidas 
preventivas e repressivas cabíveis, sendo considerados, também, os 
casos de reconhecimento de nexo técnico epidemiológico na forma 
do art. 21-A da citada Lei, acrescentado pela Lei no 11.430, de 26 de 
dezembro de 2006.
Destacam-se nesse rol, diretamente como competência do EST, o PPRA e o LTCAT 
como os principais documentos técnicos dependentes da lavra da engenharia 
de segurança do trabalho. Daí a importância de o perito dominar o conteúdo, 
bem como entender o entrelaçamento das repercussões de seu trabalho, que vai 
muito além de atender norma trabalhista para fins de pagar ou não adicionais de 
insalubridade ou periculosidade.
17
ASPECTOS GERAIS E NORMATIVOS │ UNIDADE I
Dicionário Michaelis: Perícia 1 Qualidade de perito. 2 Um conhecimento 
especial ou uma grande habilidade em uma atividade ou área específica; 
destreza, proficiência. 3 JUR Exame de caráter técnico, por pessoa 
especializada, nomeada pelo juiz, de um fato, estado ou valor de um objeto 
litigioso, cujos resultados servirão de meio de prova que o juiz precisará 
conhecer para tomar decisão.
A perícia surge de um conflito de interesses com relação a um direito pleiteado 
(previsto na CRFB-88, lei, outros normativos), sendo que o juiz competente para 
decidir não possui os conhecimentos necessários para o deslinde da questão. Daí 
o Código de Processo Civil – CPC6 abrir a possibilidade de o Poder Judiciário 
chamar especialistas elencados em um cadastro de profissionais habilitados, 
conforme a especialidade, para auxiliar o juiz mediante produção de pareceres 
na qualidade de peritos judiciais. 
O EST pode comparecer judicialmente como especialista da parte, chamado de 
assistente técnico, ou como perito judicial. É importante que ele tenha conhecimento 
dos fragmentos do CPC (Seção X, art 464 ao 480) relativos à perícia, pois conhecer essa 
parte do direito processual possibilitará um diferencial competitivo ao profissional. 
A perícia tem por objetivo emitir parecer técnico para a tomada de decisão com 
objetividade, precisão, clareza, concisão, fidelidade, confiabilidade e plena satisfação 
da finalidade. Para o desempenho de sua função, o EST, na qualidade de perito ou 
assistente técnico, pode se valer de todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, 
obtendo informações, solicitando documentos que estejam em poder da parte, de 
terceiros ou em repartições públicas, bem como instruir o laudo com planilhas, mapas, 
plantas, desenhos, fotografias ou outros elementos necessários ao esclarecimento do 
objeto da perícia.
Nesse ponto, deve dar grande destaque aos itens: planilhas, mapas, plantas, 
desenhos. Lançar mão de fluxogramas de processo e de engenharia, desenhos básicos 
e de detalhamento, além de datasheets de instrumentos, máquinas e equipamentos 
coloca o EST em situação privilegiada, pois escreverá o laudo em linguagem de 
Engenharia, ainda que para advogados e juízes lerem. 
Objetividade – não se desviar do objeto que motivou a questão; Precisão 
– oferecer respostas pertinentes e adequadas às questões formuladas ou 
finalidades propostas; Clareza – usar linguagem acessível para aquele que 
vai utilizar o trabalho, embora possa conservar a terminologia tecnológica e 
6 BRASILIA (DF) Lei no 13.105/2015. Código de Processo Civil. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-
2018/2015/Lei/L13105.htm. Acesso em: 14 ago. 2019. 
18
UNIDADE I │ ASPECTOS GERAIS E NORMATIVOS
científica em seus relatos; Concisão – evitar ser prolixo e emitir um parecer que 
possa, de maneira simplificada, facilitar as decisões; Fidelidade – não se deixar 
influenciar por terceiros, nem por informes que não tenham materialidade e 
consistência; Confiabilidade – apoiar-se em elementos inequívocos e válidos 
sempre fundamentados e justificados; Plena satisfação da finalidade – fornecer 
resultado coerente com os objetivos que o ensejaram.
Existe apenas perícia judicial? Não. Existe perícia extrajudicial. Avaliações ambientais 
para fins de poluição ambiental e dentro do PPRA, Análise Ergonômica do Trabalho – 
AET, Laudos de Insalubridade – LIns e periculosidade – LPer, valoração de risco, 
entre outros, podem ser considerados perícias ou Estudos Periciais. Quando se fala 
em perícia, pensa-se logo na perícia judicial. No entanto, grande parte das perícias 
acontecem de forma extrajudicial. Conforme comentado, Perícia é um estudo 
técnico, a partir de uma diligência realizada por Perito (profissional especializado), 
com intuito de esclarecer fatos (divergências). 
Prova pericial
O que é prova? Dicionário Michaelis: 1 Aquilo que demonstra a veracidade 
de uma afirmação ou de um fato; confirmação, comprovação, evidência. 2 
JUR Algo (fato, indício, testemunho etc.) que possa demonstrar a culpa ou a 
inocência de um acusado. 3 Ordálio7
Prova pericial8 é instrumento e/ou meio para convicção de fatos controvertidos, 
que possui uma tipologia definida pelo CPC, a qual pode ser depoimento pessoal, 
confissão, exibição de documento, prova documental, prova testemunhal, prova 
pericial, inspeção judicial. A prova pericial tem como objetivo a demonstração da 
verdade a respeito de fatos que estão sob julgamento. Ela interessa ao juiz pela 
sua “especificidade”, pois depende de conhecimentos técnicos especializados. Esse 
conhecimento técnico é exigido de perito, que deve ser especializado na matéria 
para a qual foi solicitada a sua intervenção. Esse profissional é nomeado pelo juiz 
dirigente do processo.
Como visto, segundo o Art.464 do CPC: A prova pericial consiste em exame, vistoria 
ou avaliação. Logo, a prova pericial é o exame, a vistoria ou a avaliação realizada por 
profissional especializado (legalmente habilitado) para dirimir dúvidas e/ou elucidar 
fatos. Prova Pericial é a prova realizada por Peritos em um estudo pericial (perícia).
7 Ordálio. substantivo masculino. Prova judiciária destinada a inocentar ou inculpar um acusado. (O ordálio, também chamado 
juízo de Deus, foi muito usado nos primeiros séculos da Idade Média. Consistia em submeter à prova do fogo ou da água o 
acusado, que, se dela saísse salvo, era em geral declarado inocente.).
8 NEGRÃO, Theotônio.Código de Processo Civil e legislação processual em vigor. 28ª edição. São Paulo: Saraiva, 1996.
19
ASPECTOSGERAIS E NORMATIVOS │ UNIDADE I
Perito e profissional legalmente habilitado 
(PLH)
Perito – Dicionário Michaelis: 1 Que ou aquele que é especialista em um 
determinado assunto ou atividade. 2 Que ou aquele que é experiente e 
hábil numa determinada área ou atividade. 3 JUR Que ou aquele que é 
judicialmente nomeado para uma avaliação, exame ou vistoria e fornece 
seu parecer técnico.
O profissional legalmente habilitado é o engenheiro de Segurança do Trabalho, 
titulado nos termos da Lei no 7.410/1985, conforme atos normativos e resoluções 
do Confea. Nesse contexto, não apenas à demanda judicial para questões relativas 
à insalubridade e à periculosidade, mas àquelas de natureza civil, tributária, 
previdenciária e criminal, é importantíssima a figura do PLH.
Art. 156 do CPC - O juiz será assistido por perito quando a prova do 
fato depender de conhecimento técnico ou científico. §1o Os peritos 
serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados 
e os órgãos técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro 
mantido pelo tribunal ao qual o juiz está vinculado.
Como exemplo, tem-se a NR-10, que traz o Trabalhador Qualificado (de acordo 
com o item 10.8.1 da NR-10, é aquele que comprovar conclusão de curso específico 
na área elétrica reconhecido pelo Sistema Oficial de Ensino.), oTrabalhador 
Legalmente Habilitado9 (de acordo com o item 10.8.2 da NR-10, é o trabalhador 
previamente qualificado e com registro no competente conselho de classe.), o 
Trabalhador Capacitado (de acordo ao item 10.8.3 da NR-10, é aquele que 
atenda às seguintes condições, simultaneamente: a) Receba capacitação sob 
orientação e responsabilidade de profissional habilitado e autorizado; b) Trabalhe 
sob a responsabilidade de profissional habilitado e autorizado) e o Trabalhador 
autorizado,(aquele que recebe anuência formal da empresa). 
Ser registrado significa que o órgão regulador, Confea/Crea, habilitou aquele profissional 
para trabalhar na área. Sem o registro, o profissional não consegue emitir a ART10.
9 Resolução n. 1.007/2003 – CONFEA. Art. 2o O registro para habilitação ao exercício profissional é a inscrição dos profissionais 
diplomados nas áreas abrangidas pelo Sistema Confea/Crea em cursos de nível superior ou médio, realizados no País ou no 
exterior, e de outros habilitados de acordo com as leis de regulamentação profissional específicas, nos assentamentos do Crea 
sob cuja jurisdição se encontrar o local de sua atividade.
10 BRASÍLIA (DF) Lei n. 6.496/1977. Institui a “ Anotação de Responsabilidade Técnica “ na prestação de serviços de engenharia, 
de arquitetura e agronomia; autoriza a criação, pelo Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CONFEA, de 
uma Mútua de Assistência Profissional; e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/
L6496.htm. Acesso em: 11 ago. 2019. 
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UNIDADE I │ ASPECTOS GERAIS E NORMATIVOS
Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados e os órgãos 
técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo tribunal 
ao qual o juiz está vinculado. Na localidade onde não houver inscrito no cadastro 
disponibilizado pelo tribunal, a nomeação do perito é de livre escolha pelo juiz e deverá 
recair sobre profissional ou órgão técnico ou científico comprovadamente detentor do 
conhecimento necessário à realização da perícia. Houve o tempo em que o perito era 
escolhido apenas entre os “amigos” do juiz; apesar de esse entrosamento (confiança) 
com o magistrado ainda ser importante, especialmente no caso de alguma impugnação 
de laudo. Por isso a necessidade do profissional se atualizar, não apenas no caso de ser 
perito nomeado pelo juiz, mas também para ser assistente técnico da parte, pois corre 
o risco de perder a perícia por incapacidade técnica.
Tem-se ainda a necessidade de interagir com a Tecnologia da Informação, com 
processos eletrônicos e assinaturas digitais, além de desenvolver habilidades 
para saber lidar com pessoas e pressão, dado que o EST termina funcionando 
como para-raios emocional.
Desenvolvimento de uma perícia judicial 
A Perícia é determinada pela Justiça, vara civil, federal, do trabalho, ou pelo juiz 
quando da necessidade de prova pericial (exame, vistoria ou avaliação) determinada 
pela Justiça, no caso de um litígio que não se resolveu na via administrativa. 
Exemplo: atuação do Ministério Público do Trabalho – MPT na instrução de Termo de 
Ajustamento de Conduta – TAC (título extrajudicial) ou em audiência. Caso não haja 
acordo, o MPT ingressa com uma ação chamada Ação Civil Pública – ACP.
Em geral, a ação nasce mediante petição inicial: meio formal pelo qual o autor 
demanda/solicita/provoca em juízo uma causa, fazendo nascer um processo, que 
atualmente é todo eletrônico, acessado pelo perito e advogado. Por meio desse 
acesso, o perito vai saber sobre sua nomeação e conhecer a petição inicial (pedido 
da parte autora), assim ele compreende o que deve ser feito, qual a demanda. Todos 
os documentos devem ser peticionados e juntados aos autos do processo (autor – 
demandante).
Na sequência, marca-se uma audiência de conciliação na qual se busca o acordo. 
Essa é a regra básica. Frustrado o acordo, lavra-se o Termo de Audiência: uma ata 
onde constam todas as declarações da audiência. É nesta ata que o juiz defere o 
pedido de prova pericial. Na mesma ata, o juiz determina o prazo para a realização 
da perícia, bem como a indicação dos assistentes técnicos e dos quesitos.
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ASPECTOS GERAIS E NORMATIVOS │ UNIDADE I
Quesitos preliminares: apresentados pelas partes litigantes no momento da 
indicação dos assistentes técnicos e no prazo determinado pelo juiz (15 dias, 
Inciso III do art. 465 do CPC);
Quesitos suplementares:apresentados durante a diligência (perícia 
judicial), podendo ser respondidos pelo perito previamente ou na 
audiência de instrução e julgamento (art. 469 do CPC);
Quesitos de esclarecimentos: apresentados após a perícia. Ferramenta 
geralmente utilizada para um laudo pericial desfavorável.
Quesito: ponto ou questão para o qual se pede uma opinião ou um esclarecimento. 
Em termos jurídicos, diz-se sobre uma pergunta formulada ao perito criminal 
em vistorias, exames e avaliações, a fim de esclarecer uma determinada situação. 
Consiste em ponto principal da petição inicial da demanda, serve, inclusive, para o 
perito saber se vai aceitar o encargo ou não e também para calcular seus honorários. 
Às vezes os quesitos preliminares são suficientes, mas, caso seja necessário, por 
persistirem dúvidas de alguma das partes ou do juiz, são solicitados os quesitos 
suplementares.
Faz-se elaboração dos quesitos preliminares para que o perito judicial os respondam. 
Geralmente quem pede prova pericial é o autor, no entanto, quando o réu está perdendo 
o processo, ele tende a pedir prova para ganhar tempo, na expectativa de conseguir 
algo. Frustrada a conciliação, o juiz fixará os pontos controvertidos e determinará 
que as partes especifiquem as provas: provas técnicas, provas documentais, provas 
testemunhais, e, se o juiz não se convencer com todas essas, entra a prova pericial.
Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, 
bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados 
neste Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o 
pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz. 
Importante ressaltar que, quando não depender de conhecimento técnico ou 
científico, a perícia será desnecessária e indeferida pelo juiz (às vezes, uma das 
partes pede perícias apenas para prolongar o litígio, ganhar tempo). 
Uma vez apresentados os quesitos preliminares, quando, antes da perícia 
percebe-se que falta alguma informação, ouna própria diligência surge algo 
novo: aí entra o quesito suplementar. 
22
UNIDADE I │ ASPECTOS GERAIS E NORMATIVOS
O perito pode responder antes da audiência, por meio de peticionamento nos 
autos, com seu laudo pericial, ou durante a audiência. Há vários momentos. O 
mais comum é o perito apresentar o laudo depois da diligência inicial. Junta todos 
os quesitos (inicial e suplementar) no laudo pericial. Todavia, se deixasse tudo 
para ser entregue ao final do prazo também estaria dentro da legalidade. Quando 
a parte percebe que o laudo pericial restou desfavorável, lança-se mão de quesitos 
de esclarecimentos na tentativa de reverter a conclusão pericial. Os quesitos de 
esclarecimentos podem demandar novas diligências e, se necessário, o perito 
poderá apresentar solicitação fundamentada de complementação de honorários 
ao juiz.
Dica de quesito envolvendo Equipamento de Proteção Individual - EPI. 
Queira o Senhor Perito analisar e informar se a Reclamada atende aos requisitos 
da NR-06, item 6.6.1, alíneas de “a” até “h”. Por favor, justifique e fundamente. 
Item 6.6.1 Cabe ao empregador quanto ao EPI: a) adquirir o adequado ao risco de 
cada atividade; b) exigir seu uso; c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado 
pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho; 
d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação; 
e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado; f ) responsabilizar-
se pela higienização e manutenção periódica; e, g) comunicar ao MTE qualquer 
irregularidade observada. h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, 
podendo ser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico. Analisar e informar: 
se houve observância: 1- da hierarquia estabelecida no item 9.3.5.4 da NR-09 
do MTE (medidas de proteção coletiva, medidas de caráter administrativo ou de 
organização do trabalho e utilização de EPI, nesta ordem, admitindo-se a utilização 
de EPI somente em situações de inviabilidade técnica, insuficiência ou interinidade 
à implementação do EPC, ou ainda em caráter complementar ou emergencial); 2- 
das condições de funcionamento do EPI ao longo do tempo, conforme especificação 
técnica do fabricante, ajustada às condições de campo; 3- do prazo de validade, 
conforme Certificado de Aprovação do MTE; 4- da periodicidade de troca definida 
pelos programas ambientais, devendo esta ser comprovada mediante recibo; e 
5- dos meios de higienização. E a principal pergunta: o senhor assegura, de forma 
rastreável, que o EPI foi usado o dia todo, todos os dias pelo trabalhador?
Dificilmente as empresas atendem satisfatoriamente a todos esses 
quesitos. Em casos de demanda de insalubridade, o EPI pode acabar sendo 
determinante: sem proteção adequada, não há neutralização da atividade 
ou operação insalubre ou do agente insalutífero, logo o adicional é devido. 
Mais ainda, basta um desses itens falhar, para se alegar: como garantir que a 
proteção é eficaz? 
23
ASPECTOS GERAIS E NORMATIVOS │ UNIDADE I
Impedimento e suspeição
Incumbe às partes, dentro de 15 (quinze) dias contados da intimação do despacho 
de nomeação do perito (Art. 465):
I - Arguir o impedimento ou a suspeição do perito, se for o caso;
II - Indicar assistente técnico;
III - Apresentar quesitos.
Quem são as partes? Reclamante, requerente da ação - parte que se sente 
prejudicada), geralmente o trabalhador ou o MPT quando de uma ACP - e o 
reclamado, geralmente uma empresa/empregador. Diz-se que há impedimento 
ao juiz, e ao perito, nas situações de foro íntimo da pessoa (por exemplo, quando 
a própria pessoa for parte da ação ou tiver interesse nela), enquanto a suspeição 
alcança situação externa à pessoa, como a relação com uma das partes da ação.
Impedimento é objetivo (rol taxativo, hipóteses previstas em lei). Suspeição é 
subjetivo. São conceitos aplicados diretamente aos juízes, mas atingem também 
os auxiliares da justiça, como é o caso do EST perito judicial
Art. 148. Aplicam-se os motivos de impedimento e de suspeição:
I - ao membro do Ministério Público;
II - aos auxiliares da justiça11;
III - aos demais sujeitos imparciais do processo.
Impedimento e suspeição não dizem respeito aos EST na qualidade de assistentes 
técnicos, pois estes, por definição, integram um dos lados: a parte. Ademais, 
expressamente o CPC afasta essa hipótese.12
É possível a substituição do perito que foi nomeado. 
Art. 468. O perito pode ser substituído quando:
I - faltar-lhe conhecimento técnico ou científico;
II - sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que lhe 
foi assinado.
11 Peritos, oficiais de justiça, entre outros.
12 Art. 466. (...) § 1o Os assistentes técnicos são de confiança da parte e não estão sujeitos a impedimento ou suspeição.
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UNIDADE I │ ASPECTOS GERAIS E NORMATIVOS
Perito é nomeado pelo juiz e Assistente Técnico é indicado pelas partes. Perito 
faz Laudo Pericial, Assistente Técnico faz Parecer Técnico. Basicamente são 
idênticos, diferem apenas no nome, para diferenciar a documentação.
Laudo Pericial deverá conter (art 473 CPC):
I - a exposição do objeto da perícia;
II - a análise técnica ou científica realizada pelo perito;
III - a indicação do método utilizado, esclarecendo-o e 
demonstrando ser predominantemente aceito pelos especialistas 
da área do conhecimento da qual se originou;
IV - resposta conclusiva a todos os quesitos apresentados pelo juiz, 
pelas partes e pelo órgão do Ministério Público.
§1o No laudo, o perito deve apresentar sua fundamentação em 
linguagem simples e com coerência lógica, indicando como alcançou 
suas conclusões.
§2o É vedado ao perito ultrapassar os limites de sua designação, 
bem como emitir opiniões pessoais que excedam o exame técnico ou 
científico do objeto da perícia.
§3o Para o desempenho de sua função, o perito e os assistentes 
técnicos podem valer-se de todos os meios necessários, ouvindo 
testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos que 
estejam em poder da parte, de terceiros ou em repartições públicas, 
bem como instruir o laudo com planilhas, mapas, plantas, desenhos, 
fotografias ou outros elementos necessários ao esclarecimento do 
objeto da perícia.
Entrega do Laudo pelo Perito
Art. 477 do CPC: O perito protocolará o laudo em juízo, no prazo fixado 
pelo juiz, pelo menos 20 (vinte) dias antes da audiência de instrução e 
julgamento.
§1o As partes serão intimadas para, querendo, manifestar-se sobre o 
laudo do perito do juízo no prazo comum de 15 (quinze) dias, podendo 
o assistente técnico de cada uma das partes, em igual prazo, apresentar 
seu respectivo parecer.
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ASPECTOS GERAIS E NORMATIVOS │ UNIDADE I
§2o O perito do juízo tem o dever de, no prazo de 15 (quinze) dias, 
esclarecer ponto:
I - sobre o qual exista divergência ou dúvida de qualquer das partes, do 
juiz ou do órgão do Ministério Público;
II - divergente apresentado no parecer do assistente técnico da parte.
§3o Se ainda houver necessidade de esclarecimentos, a parte requererá 
ao juiz que mande intimar o perito ou o assistente técnico a comparecer 
à audiência de instrução e julgamento, formulando, desde logo, as 
perguntas, sob forma de quesitos.
§4o O perito ou o assistente técnico será intimado por meio eletrônico, 
com pelo menos 10 (dez) dias de antecedência da audiência.
As partes são convocadas para a Audiência de Instrução e Julgamento, podendo 
participar o perito e demais assistentes técnicos. O principal objetivo dessa audiência 
é a produção de provas orais. É a hora do teatro das partes. Os advogados primam 
muito por essa fase. O juiz tenta nova conciliação (regra). Sequência: 1 – tentativa de 
conciliação; 2 – arguição do perito(se necessário); 3 – produção de prova oral; 4 – 
alegações finais; prolação da sentença. Após sentença, as partes podem recorrer às 
instâncias superiores.
Intervenção em SST do Ministério Público do 
Trabalho - MPT
O MPT não possui poder de polícia, mas possui poder de investigação. 
Pode subsidiariamente solicitar ao Poder Judiciário a interdição/embargo/
encerramento de atividade. O MPT atua nos direitos difusos e coletivos, chamados 
transindividuais, junto à Justiça do Trabalho (tribunais regionais – TRTs e 
superior – TST). 
Poder de polícia é a faculdade que tem o Estado de limitar, condicionar o exercício 
dos direitos individuais, a liberdade e a propriedade, por exemplo, tendo como 
objetivo a instauração do bem-estar coletivo, do interesse público.
Art. 129 – CRFB-88. São funções institucionais do Ministério Público: III - promover 
o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e 
social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos.
Categorias de direitos transindividuais segundo as suas origens: a) se o que une 
interessados determináveis é a mesma situação de fato (p. ex., os consumidores 
26
UNIDADE I │ ASPECTOS GERAIS E NORMATIVOS
que adquiriram produtos fabricados em série com defeito), temos interesses 
INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS; b) se o que une interessados determináveis é a 
circunstância de compartilharem a mesma relação jurídica (como os consorciados 
que sofrem o mesmo aumento ilegal das prestações), temos INTERESSES 
COLETIVOS EM SENTIDO ESTRITO; c) se o que une interessados indetermináveis 
é a mesma situação de fato (p. ex., os que assistem pela televisão à mesma 
propaganda enganosa), há INTERESSES DIFUSOS13.
Direitos difusos: Os titulares de direitos difusos são indeterminados e 
indetermináveis, ou seja, atingem alguém em particular ou todos. Ex: Direito ao 
meio ambiente sadio, nele incluído o do trabalho. Direito à segurança pública. 
Direitos Coletivos: Os direitos coletivos são conquistas sociais reconhecidas em 
lei, como o direito à saúde, direitos trabalhistas.
O MPT atua na prevenção, na investigação, na correção e na reparação. Para isso, faz 
uso de Ação: administrativa (IC e TAC) e judicial (ACP). 
Inquérito Civil (IC) - O inquérito civil público é um procedimento investigatório 
instaurado pelo Ministério Público para descobrir se um direito coletivo foi 
violado. Para tanto, o membro do Ministério Público pode solicitar perícia, 
fazer inspeções, ouvir testemunhas e requisitar documentos para firmar seu 
convencimento, conforme o § 1o do art. 8o da Lei n. 7.347/1985:
§ 1o O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, 
inquérito civil, ou requisitar, de qualquer organismo público ou 
particular, certidões, informações, exames ou perícias, no prazo 
que assinalar, o qual não poderá ser inferior a 10 (dez) dias úteis.
Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) – O TAC é um acordo que o Ministério 
Público celebra com o violador de determinado direito coletivo. Esse instrumento 
tem a finalidade de impedir a continuidade da situação de ilegalidade, reparar 
o dano ao direito coletivo e evitar a ação judicial. É reconhecido pelo CPC como 
título executivo extrajudicial, pois decorre de uma atuação ainda administrativa. 
O termo de ajustamento de conduta está previsto no § 6o do art. 5o da Lei no 
7.347/1985 e no art. 14 da Recomendação do Conselho Nacional do Ministério 
Público – CNMP no 16/2010:
§ 6o Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados 
compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências 
13 MAZZILLI, Hugro Nigro. A defesa dos interesses difusos em juízo: meio ambiente, consumidor e outros interesses difusos e 
coletivos. 12ª ed. rev., ampl. e atual. São Paulo: Editora Saraiva, 2000, p. 41.
27
ASPECTOS GERAIS E NORMATIVOS │ UNIDADE I
legais, mediante cominações, que terá eficácia de título executivo 
extrajudicial.
Ação Civil Pública (ACP) – A ACP é uma ação judicial proposta pelo MPT, e 
demais legitimados14, por dano moral ou patrimonial causado ao meio ambiente, 
ao consumidor, a qualquer outro interesse difuso ou coletivo etc. (Lei no 
7.347/1985). Quando a via administrativa não dá certo, a ACP se apresenta como 
bom instrumento. A ação civil poderá ter por objeto a condenação em dinheiro ou 
o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer. Obrigação de fazer e não fazer 
é mais comum. Empresas “preferem” tomar multa do Executivo do que do MPT 
(mais caro).
14 Art. 5o Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: I - o Ministério Público; II - a Defensoria Pública; III - a 
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia 
mista; V - a associação que, concomitantemente: a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil; b) 
inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao consumidor, à 
ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, 
histórico, turístico e paisagístico.
28
CAPÍTULO 2
Fiscalização em SST
Como visto, a CRFB-88 definiu competências e poder de polícia à União Federal no 
tocante à inspeção do trabalho e à administração tributária dos tributos federais 
e suas obrigações acessórias, neles inclusos a contribuição social incidente sobre 
folha de salários; e aos Estados, Distrito Federal e Municípios no tocante à saúde do 
trabalhador e meio ambiente do trabalho. Por conta dessa repartição de competências, 
faz-se, mais à frente neste trabalho, um esmiuçamento dessas questões. 
O Ministério da Economia – que encampou o antigo MTE e, com ele, a Secretaria 
de Inspeção do Trabalho e seus auditores fiscais do trabalho – AFT, bem como 
a RFB e seus auditores fiscais – AFRFB – e os vigilantes sanitários no âmbito 
estadual e municipal possuem algo em comum: poder de polícia em matéria de 
meio de ambiente do trabalho. 
Quando a vigilância sanitária fecha um estabelecimento por suspeita de doenças do 
trabalho; o AFT embarga obra ou interdita máquina; ou o AFRFB lança um auto de 
infração para constituir crédito relativo ao seguro acidente do trabalho, há exercício 
estatal do poder de polícia pela respectiva autoridade administrativa. 
Auto de infração (AI) – é um documento lavrado de ofício por agente público 
competente ao ser constatada alguma infração à determinada legislação. No 
caso de SST, basicamente é emitido pela Fiscalização Federal, pelo Ministério 
da Economia, por intermédio dos AFT, para normas trabalhistas; e pelos 
AFRFB para as normas tributárias e previdenciárias. No âmbito estadual e 
municipal, o AI é emitido pelo vigilante sanitário conforme Lei no 8.080/1990 
e código sanitário local.
Fiscalização de SST pelo auditor fiscal da 
Receita Federal do Brasil – AFRFB
A IN no 971 da RFB, 2009, traz um capítulo15 inteiro dedicado aos fatores de riscos 
ensejadores de tributo cujo descumprimento enseja lavratura fiscal mediante 
lançamento fiscal do crédito tributário.
Esse lançamento se dá mediante um Auto de Infração emitido pelo AFRFB, 
cabendo à empresa o ônus da prova em contrário. Dentro das prerrogativas 
15 Capítulo IX. Dos Riscos Ocupacionais no Ambiente de Trabalho.
29
ASPECTOS GERAIS E NORMATIVOS │ UNIDADE I
legais, destacam-se o poder de polícia relacionado à emissão de multas via Auto 
de Infração, que é o documento constitutivo de crédito, inclusive relativo à multa 
aplicada em decorrência do descumprimento de obrigação acessória, lavrado 
por AFRFB e apurado mediante procedimento de fiscalização. Competência 
fechada para autuação que nasce e termina na mão do AFRFB, diferentemente 
do AFT que tem poderes apenas para iniciar o AI, pois quemlança e decide em 
última instância pela certeza e liquidez do AI é o Superintendente Regional do 
Trabalho e Emprego – SRTE. O AFRFB perfaz todo o procedimento de autuação, 
conferindo-lhe liquidez e certeza, inclusive para os agravantes legais à cominação 
da pena.
Auto de Infração (AI) é o documento constitutivo de crédito, inclusive 
relativo à multa aplicada em decorrência do descumprimento de obrigação 
acessória, lavrado por AFRFB e apurado mediante procedimento de 
fiscalização. 
Importante destacar que a autoridade administrativa competente para a lavratura 
do Auto de Infração pelo descumprimento de obrigação principal ou acessória, 
nos termos dos arts. 14216 e 19617 da Lei no 5.172 (Código Tributário Nacional 
– CTN), de 1966, e art. 6o da Lei no 10.59318, de 2002, é o AFRFB que presidir 
e executar o procedimento fiscal. Pela IN 971, conforme Art. 288 e Art. 296, a 
quantia da tributação referente ao FACET será lançada por arbitramento19 pelo 
AFRFB quando for constatada uma das seguintes ocorrências:
 » a falta do PPRA, PGR, PCMAT, LTCAT ou PPP, quando exigíveis, 
observado o disposto no inciso V do art. 291;
 » a incompatibilidade entre os documentos referidos no inciso I;
16 Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido 
o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar 
a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação 
da penalidade cabível. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de 
responsabilidade funcional.
17 Art. 196. A autoridade administrativa que proceder ou presidir a quaisquer diligências de fiscalização lavrará os termos 
necessários para que se documente o início do procedimento, na forma da legislação aplicável, que fixará prazo máximo para 
a conclusão daquelas. Parágrafo único. Os termos a que se refere este artigo serão lavrados, sempre que possível, em um dos 
livros fiscais exibidos; quando lavrados em separado deles se entregará, à pessoa sujeita à fiscalização, cópia autenticada pela 
autoridade a que se refere este artigo.
18 Art.6o. São atribuições dos ocupantes do cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil no exercício da competência 
da Secretaria da Receita Federal do Brasil e em caráter privativo: a) constituir, mediante lançamento, o crédito tributário 
e de contribuições; b) elaborar e proferir decisões ou delas participar em processo administrativo-fiscal, bem como em 
processos de consulta, restituição ou compensação de tributos e contribuições e de reconhecimento de benefícios fiscais; c) 
executar procedimentos de fiscalização, praticando os atos definidos na legislação específica, inclusive os relacionados com 
o controle aduaneiro, apreensão de mercadorias, livros, documentos materiais, equipamentos e assemelhados; d) examinar 
a contabilidade de sociedades empresariais, empresários, órgãos, entidades, fundos e demais contribuintes, não se lhes 
aplicando as restrições previstas nos arts. 1.190 a 1.192 do Código Civil e observado o disposto no art. 1.193 do mesmo diploma 
legal; e) proceder à orientação do sujeito passivo no tocante à interpretação da legislação tributária; f) supervisionar as demais 
atividades de orientação ao contribuinte.
19 Com fundamento legal previsto no §3o do art. 33 da Lei n. 8.212, de 1991, combinado com o art. 233 do RPS.
30
UNIDADE I │ ASPECTOS GERAIS E NORMATIVOS
 » a incoerência entre os documentos do inciso I e os emitidos com base 
na legislação trabalhista ou outros documentos emitidos pela empresa 
prestadora de serviços, pela tomadora de serviços, pelo INSS ou pela RFB.
Nesse contexto, uma empresa que apresenta PPRA desatualizado, com LTCATs 
incompatíveis, e PCMSO divergente, indiciam incoerência documental passível 
de lançamento de 6% sobre folha de salário daqueles trabalhadores expostos aos 
fatores de riscos de 25 anos. Compõem o relatório desse crédito tributário os AI 
referentes aos documentos com irregularidades (PPRA, LTCAT e PCMSO).
 » Auto de Infração (AI) - Deixar de elaborar e de manter atualizado o PPP.
Por exemplo, deixar de elaborar e de manter atualizado o Perfil Profissiográfico 
Previdenciário – PPP, que é uma das infrações previstas na Lei no 8.213/1991, bem 
como deixar de observar qualquer dispositivo das Leis no 8.212 e 8.213, ambas de 
1991, e 10.666, de 8 de maio de 2003, para a qual não haja penalidade expressamente 
cominada no Decreto no 3.048/1999, cabe AI. Os valores atualizados para 2019, 
conforme Portaria ME 09/201920, variam, conforme a gravidade da infração, de R$ 
2.411,28 (dois mil quatrocentos e onze reais e vinte e oito centavos) a R$ 241.126,88 
(duzentos e quarenta e um mil cento e vinte e seis reais e oitenta e oito centavos).
O Artigo 283, do Decreto no 3.048/1999 - RPS, determina que a empresa que 
deixar de elaborar e manter atualizado o perfil profissiográfico com as atividades 
desenvolvidas pelo trabalhador, bem como de fornecer a este, no momento da 
rescisão contratual, cópia autêntica do aludido documento, incorrerá em multa. 
Tal multa será fixada observando os valores de R$ 2.411,28 a R$ 241.126,88, 
conforme estabelece o Artigo 283, I, “h”, do RPS/199921. 
h) deixar a empresa de elaborar e manter atualizado perfil 
profissiográfico abrangendo as atividades desenvolvidas pelo 
trabalhador e de fornecer a este, quando da rescisão do contrato de 
trabalho, cópia autêntica deste documento.
20 Portaria ME n. 9, de 15 de janeiro de 2019. Art. 9o. A partir de 1o de janeiro de 2019: (...) II - o valor da multa pelo descumprimento 
das obrigações, indicadas no: a) caput do art. 287 do Regulamento da Previdência Social (RPS), varia de R$ 317,23 (trezentos 
e dezessete reais e vinte e três centavos) a R$ 31.724,89 (trinta e um mil setecentos e vinte e quatro reais e oitenta e nove 
centavos); b) inciso I do parágrafo único do art. 287 do RPS, é de R$ 70.499,72 (setenta mil quatrocentos e noventa e nove reais 
e setenta e dois centavos); e c) inciso II do parágrafo único do art. 287 do RPS, é de R$ 352.498,64 (trezentos e cinquenta e dois 
mil quatrocentos e noventa e oito reais e sessenta e quatro centavos); III - o valor da multa pela infração a qualquer dispositivo 
do RPS, para a qual não haja penalidade expressamente cominada no art. 283 do RPS, varia, conforme a gravidade da infração, 
de R$ 2.411,28 (dois mil quatrocentos e onze reais e vinte e oito centavos) a R$ 241.126,88 (duzentos e quarenta e um mil cento 
e vinte e seis reais e oitenta e oito centavos); IV - o valor da multa indicada no inciso II do art. 283 do RPS é de R$ 24.112,64 
(vinte e quatro mil cento e doze reais e sessenta e quatro centavos).
21 Art. 283. Por infração a qualquer dispositivo das Leis n. 8.212 e 8.213, ambas de 1991, e 10.666, de 8 de maio de 2003, para a 
qual não haja penalidade expressamente cominada neste Regulamento, fica o responsável sujeito a multa variável R$ 2.411,28 
(dois mil quatrocentos e onze reais e vinte e oito centavos) a R$ 241.126,88 (duzentos e quarenta e um mil cento e vinte e seis 
reais e oitenta e oito centavos).conforme a gravidade da infração, aplicando-se-lhe o disposto nos arts. 290 a 292, e de acordo 
com os seguintes valores: I - a partir de R$ 2.284,05 (dois mil duzentos e oitenta e quatro reais e cinco centavos) nas seguintes 
infrações: h) deixar a empresa de elaborar e manter atualizado perfil profissiográfico abrangendo as atividades desenvolvidas 
pelo trabalhador e de fornecer a este, quando da rescisão do contrato de trabalho, cópia autêntica deste documento (...).
31
ASPECTOS GERAIS E NORMATIVOS │ UNIDADE I
Quadro 2. Capitulação Legal do Auto de Infração – PPP.
O Artigo 283, do Decreto no 3.048/1999 -RPS, determina que a empresa que deixar de elaborar e manter atualizado o perfil profissiográfico 
com as atividades desenvolvidas pelo trabalhador, bem como de fornecer a este, no momento da rescisão contratual, cópia autêntica do aludido 
documento, incorrerá em multa. Tal multa será fixada observando os valores de R$ 2.411,28 a R$ 241.126,88 conforme estabelece o Artigo 283, 
I, “h”, do RPS/1999. 
Art. 283 Por infração a qualquer dispositivo das Leis no 8.212 e 8.213, ambas de 1991, e 10.666, de 8 de maio de 2003, para a qual não haja 
penalidade expressamente cominada neste Regulamento, fica o responsável sujeito a multa variável R$ 2.411,28 a R$ 241.126,88, conforme a 
gravidade da infração, aplicando-se-lhe o disposto nos arts. 290 a 292, e de acordo com os seguintes valores:
I - a partir de R$ 2.411,28 nas seguintes infrações:
h) deixar a empresa de elaborar e manter atualizado perfil profissiográfico abrangendo as atividades desenvolvidas pelo trabalhador e de fornecer a 
este, quando da rescisão do contrato de trabalho, cópia autêntica deste documento; e 
Nota: Os valores das multas foram atualizados pela Portaria MF n. 9, de 13/1/2019,
Fonte: próprio autor.
Deve-se atentar aos valores das obrigações ensejadoras de AI decorrentes de SST 
(meio ambiente do trabalho), nos termos do Art. 47 da IN 971 da RFB
Seção Única - Das Obrigações
Art. 47. A empresa e o equiparado, sem prejuízo do cumprimento 
de outras obrigações acessórias previstas na legislação 
previdenciária, estão obrigados a: (...)
IV - lançar mensalmente em títulos próprios de sua contabilidade, 
de forma discriminada,os fatos geradores de todas as 
contribuições sociais a cargo da empresa, as contribuições sociais 
previdenciárias descontadas dos segurados, as decorrentes de 
sub-rogação, as retenções e os totais recolhidos, observado o 
disposto nos §§ 5o, 6o e 8o e ressalvado o disposto no § 7o; (...)
VI - prestar à RFB todas as informações cadastrais, financeiras 
e contábeis de interesse desta, na forma por esta estabelecida, bem 
como os esclarecimentos necessários à fiscalização;
VII - exibir à fiscalização da RFB, quando intimada para tal, todos 
os documentos e livros com as formalidades legais intrínsecas e 
extrínsecas, relacionados com as contribuições sociais;
XI - comunicar ao INSS acidente de trabalho ocorrido com 
segurado empregado e trabalhador avulso, até o 1o (primeiro) dia útil 
seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato;
XII - elaborar e manter atualizado Laudo Técnico de Condições 
Ambientais do Trabalho (LTCAT) com referência aos agentes 
32
UNIDADE I │ ASPECTOS GERAIS E NORMATIVOS
nocivos existentes no ambiente de trabalho de seus trabalhadores, 
conforme disposto no inciso V do art. 291;
XIII - elaborar e manter atualizado Perfil Profissiográfico 
Previdenciário (PPP) abrangendo as atividades desenvolvidas 
por trabalhador exposto a agente nocivo existente no ambiente de 
trabalho e fornecer ao trabalhador, quando da rescisão do contrato 
de trabalho, cópia autêntica deste documento, conforme disposto no 
inciso VI do art. 291 e no art. 295;
XIV - elaborar e manter atualizadas as demonstrações ambientais 
de que tratam os incisos I a IV do art. 291, quando exigíveis em 
razão da atividade da empresa.
§ 1o-A Durante a implementação progressiva do Sistema de 
Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e 
Trabalhistas (eSocial) e da Escrituração Fiscal Digital de Retenções 
e Outras Informações Fiscais (EFD-Reinf), conforme calendário 
fixado por Resolução do Comitê Diretivo do eSocial e por Instrução 
Normativa da RFB: 
IV - as obrigações acessórias previstas nos incisos XI e XIII do 
caput serão cumpridas nas formas previstas nos citados incisos e 
mediante o envio, com sucesso, dos eventos S-1060, S-2210, S-2220, 
S-2240 e S-2241, relativos a Saúde e Segurança do Trabalhador 
(SST), ao eSocial.
IV - as obrigações acessórias previstas nos incisos XI e XIII do 
caput deverão ser cumpridas na forma prevista nos citados incisos 
e mediante o envio, com sucesso, dos eventos S-1060, 2210, S-2220 
e S-2240 relativos a Saúde e Segurança do Trabalhador (SST), ao 
eSocial, quando o envio destes se tornar obrigatório. 
§ 11. Para o fim do inciso VIII do caput, considera-se informado à RFB 
quando da entrega da GFIP, conforme definição contida no Manual 
da GFIP.
§ 12. O contribuinte que deixar de apresentar a GFIP no prazo fixado 
ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a 
apresentá-la ou a prestar esclarecimentos e sujeitar-se-á às multas 
por descumprimento da obrigação acessória, aplicadas na forma 
do art. 475.
33
ASPECTOS GERAIS E NORMATIVOS │ UNIDADE I
§ 13. A empresa deve manter à disposição da RFB, pelo prazo 
decadencial previsto na legislação tributária, os documentos 
comprobatórios do cumprimento das obrigações acessórias referidas 
neste artigo, ressalvado o disposto no art. 48 e observadas as normas 
estabelecidas pelos órgãos competentes.
Tem-se então na sequência, pela IN 971 Subseção I Das Multas, que diz:
Art. 475. Por infração a qualquer dispositivo da Lei no 8.212, de 1991, 
exceto no que se refere aos prazos de recolhimento de contribuições, 
da Lei no 8.213, de 1991 e da Lei no 10.666, de 2003, fica o responsável 
sujeito a multa variável, conforme a gravidade da infração, limitada a 
um valor mínimo e um valor máximo previstos no RPS e atualizados 
mediante Portaria Interministerial, aplicada da seguinte forma: I - a 
partir do valor mínimo, limitada ao valor máximo estabelecido em 
Portaria Interministerial, para as infrações previstas no inciso I do 
art. 283 do RPS; II - a partir de 1/10 (um décimo) do valor máximo 
estabelecido em Portaria Interministerial, ao qual se limita, para 
as infrações previstas no inciso II do art. 283 do RPS; III - no valor 
mínimo, por segurado não inscrito, para a infração prevista no § 2o do 
art. 283 do RPS; IV - no valor mínimo, para as infrações para as quais 
não haja penalidade expressamente cominada, conforme o § 3o do art. 
283 do RPS;
 » Auto de Infração (AI) - Deixar de emitir CAT - Art. 22 da Lei no 8.213/1991 
combinado com art. 336 do RPS (Dec. no 3048/1999).
Sempre que um empregado é envolvido em um acidente de trabalho – mesmo 
aqueles que não resultam no afastamento do empregado –, a empresa precisa emitir 
a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) para o INSS. Essa comunicação, no 
eSocial, deverá ser feita até o primeiro dia útil seguinte ao acidente, para os casos não 
fatais, ou imediatamente, caso tenha resultado no falecimento de algum trabalhador. 
Se essa determinação não for respeitada, a multa aplicada pode variar entre o limite 
mínimo e o limite máximo do salário de contribuição, e ainda pode dobrar de valor 
se acontecer mais de uma vez. Ou seja, para cada CAT não emitida o valor22 varia de 
R$ 998,00 a R$ 5.839,45. 
22 Portaria ME n. 9, de 15 de janeiro de 2019.
34
UNIDADE I │ ASPECTOS GERAIS E NORMATIVOS
Quadro 3. Capitulação Legal do Auto de Infração – CAT 2324
Tipo Valor da Multa Fundamentação Legal
Deixar a empresa de comunicar acidente 
de trabalho até o primeiro dia útil seguinte à 
ocorrência e de imediato em caso de morte
Multa variável entre limites 
mínimo e máximo do salário de 
contribuição
Art. 22.da Lei no 8213/1991 combinado com Lei 
no 8.212/1991 (Art. 22, Art. 28, parágrafos 3o e 5o). 
Regulamentado pelo RPS - Dec. 3.048/1999 (Art. 286 e 
Art. 336)
Fonte: próprio autor.
Fiscalização de SST pelo vigilante sanitário 
municipal e estadual
No campo da competência concorrente (Estados, DF, Municípios e a União), todos 
têm competência para exercer a vigilância de forma plena. Conforme decisão 
do TRF-SP,complementarmente, não é mais apenas o Ministério do Trabalho 
e Emprego — MTE, como ocorria antes da CRFB-88. Para não ficar enfadonho, 
uma vez que a Lei n. 8.080/1991 pode ser consultada na íntegra pelo leitor mais 
acurado, faz-se aqui uma chamada ao art. 16 que lista as atribuições da direção 
nacional do Sistema Único de Saúde – SUS. Dentre outras, possui o SUS federal a 
competência de:
 » participar na formulação e na implementação das políticas (II,”c”) 
relativas às condições e aos ambientes de trabalho; 
 » definir e coordenar os sistemas de vigilância epidemiológica e vigilância 
sanitária (V, “b”, “c”); 
 » participar da definição de normas, critérios e padrões para o controle 
das condições e dos ambientes de trabalho e coordenar a política de 
saúde do trabalhador (V); 
 » coordenar e participar na execução das ações de vigilância 
epidemiológica (VI);
23 Art. 336. Para fins estatísticos e epidemiológicos, a empresa deverá comunicar à previdência social o acidente de que tratam os 
arts. 19, 20, 21 e 23 da Lei n. 8.213, de 1991, ocorrido com o segurado empregado, exceto o doméstico, e o trabalhador avulso, 
até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena da multa 
aplicada e cobrada na forma do art. 286. §1o Da comunicação a que se refere este artigo receberão cópia fiel o acidentado ou 
seus dependentes, bem como o sindicato a que corresponda a sua categoria. §2o Na falta do cumprimento do disposto no caput, 
caberá ao setor de benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social comunicar a ocorrência ao setor de fiscalização, para a 
aplicação e cobrança da multa devida. §3o Na falta de comunicação por parte da empresa, ou quando se tratar de segurado 
especial, podem formalizá-la o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu 
ou qualquer autoridade pública, não prevalecendo nestes casos o prazo previsto neste artigo. §4o A comunicação a que se 
refere o §3o não exime a empresa de responsabilidade pela falta do cumprimento do disposto neste artigo. §6o Os sindicatos e 
entidades representativas de classe poderão acompanhar a cobrança, pela previdência social, das multas previstas neste artigo.
24 Art. 286. A infração ao disposto no art. 336 sujeita o responsável à multa variável entre os limites mínimo e máximo do s 
alário-de-contribuição, por acidente que tenha deixado de comunicar nesse prazo. §1o Em caso de morte, a comunicação a que 
se refere este artigo deverá ser efetuada de imediato à autoridade competente. §2o A multa será elevada em duas vezes o seu 
valor a cada reincidência. §3o A multa será aplicada no seu grau mínimo na ocorrência da primeira comunicação feita fora do 
prazo estabelecido neste artigo, ou não comunicada, observado o disposto nos arts. 290 a 292.
35
ASPECTOS GERAIS E NORMATIVOS │ UNIDADE I
 » elaborar o Planejamento Estratégico Nacional no âmbito do SUS, em 
cooperação técnica com os Estados, Municípios e Distrito Federal 
(XVIII). 
Outro destaque que se faz está no parágrafo único do art. 16, que diz: 
A União poderá executar ações de vigilância epidemiológica e sanitária 
em circunstâncias especiais, como na ocorrência de agravos inusitados 
à saúde, que possam escapar do controle da direção estadual do Sistema 
Único de Saúde (SUS) ou que representem risco de disseminação 
nacional.
Exemplo típico do caso em que o SUS em nível federal poderá exercer poder de polícia 
(fiscalização, interdição, lavraturas administrativas em geral) ocorre quando os 
empregadores apresentarem indicadores epidemiológicos (acidentes, doenças e mortes 
do trabalho) cujos arranjos técnicos, políticos e geográficos envolvidos constranjam ou 
impossibilitem o Município ou até mesmo o Estado de atuarem.
Assim, para enfrentar uma endemia de Lesão por Esforços de Repetição/Distúrbios 
Osteomusculares Relacionados ao Trabalho — LER/DORT causada pelas entidades 
financeiras ou de Hipertensão Arterial Sistêmica nas empresas de esgotamento 
sanitário (coleta e tratamento), dada a dispersão geográfica, o peso político-econômico 
e a complexidade técnica envolvidos, dificilmente o SUS lograria êxito no âmbito 
municipal ou estadual. Essa é a razão de ser desse dispositivo.
Em recente decisão, o TRF julgou recurso (agravo de instrumento) da vigilância em 
saúde do SUS estadual (SP) contra decisão da 23ª Vara Federal de SP. O TRF reformou 
a sentença e confirmou a competência do SUS para atuação no meio ambiente do 
trabalho, sob o prisma da proteção da saúde do trabalhador, mantendo, inclusive, os 
autos de infração contra a empresa fiscalizada em ação proposta pela Shell contra o 
Estado de São Paulo. 
Outra evidência judicial desse entendimento consta de acórdão do TRT, 4ª vara do 
trabalho de Jundiaí, Processo no 01181-2008-097-15-00-5; recorrido Neumayer 
Tekfor Automotive Brasil Ltda., cuja ementa dispõe o seguinte: 
Segurança e Saúde do Trabalhador. Infração. Município. Secretaria 
Municipal de Saúde. Cerest. Fiscalização. Autuação. Cobrança de 
Multa. Competência. Não viola a competência privativa da União lei 
municipal que atribui poder de fiscalização, no âmbito do trabalho, 
a ente municipal integrante do Sistema Único de Saúde. Trata-se 
de competência concorrente dos entes federados. É dever do Poder 
36
UNIDADE I │ ASPECTOS GERAIS E NORMATIVOS
Público e da coletividade defender, preservar e proteger o meio 
ambiente, nele compreendido o do trabalho. A saúde do trabalhador 
não é monopólio da União, mas é tratada juridicamente por Estados 
e Municípios. O meio ambiente em condições dignas e salubres dá 
suporte ao mais fundamental direito do homem: o direito à vida. É 
legítima a fiscalização e autuação realizada por órgão municipal, que 
integra o Sistema Único de Saúde, visto que todos os entes federados 
têm competência concorrente para legislar sobre saúde. Aplicação 
dos arts. 21, XXIV, 22, I, 23, II e VI, 24, XII, 30, 196, 197, 198, 200 e 
225 da Constituição Federal.
No mesmo sentido de reconhecer a competência constitucional do SUS, aponta o 
processo25, que diz:
“SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR. INFRAÇÃO. 
MUNICÍPIO. SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE. CEREST. 
FISCALIZAÇÃO. AUTUAÇÃO. COBRANÇA DE MULTA. 
COMPETÊNCIA. Não viola a competência privativa da União lei 
municipal que atribui poder de fiscalização, no âmbito do trabalho, 
a ente municipal integrante do Sistema Único de Saúde. Trata-se 
de competência concorrente dos entes federados. É dever do Poder 
Público e da coletividade defender e preservar e proteger o meio 
ambiente, nele compreendido o do trabalho. A saúde do trabalhador 
não é monopólio da União, mas é tratada juridicamente por Estados 
e Municípios. O meio ambiente em condições dignas e salubres dá 
suporte ao mais fundamental direito do homem: o direito à vida. É 
legítima a fiscalização e autuação realizada por órgão municipal, que 
integra o Sistema Único de Saúde, visto que todos os entes federados 
têm competência concorrente para legislar sobre saúde. Aplicação dos 
artigos21, XXIV, 22,I, 23, II e VI, 24, XII, 30, 196, 197, 198, 200 e 225 da 
Constituição Federal. (TRT15, Processo no 0118100-91.2008.5.15.0097, 
Rel. Des. Flávio Nunes Campos, 11ª Câmara, 6ª Turma)
Assim, a lavratura do auto de infração e imposição de penalidade à 
recorrida se deu em razão da inobservância da norma sanitária, a qual 
ensejou o acidente de trabalho. Conforme pontuou o Ministério Público 
do Trabalho, “o auto de infração lavrado pela Vigilância Sanitária 
Municipal (órgão pertencente ao SUS) está de acordo com a competência 
fiscalizatória conferida pela Lei Federal no 8.080/1990 a qual, em seu 
25 TRT/15ª REGIÃO Região n. 0011369-10.2014.5.15.0017. Recurso Ordinário Da 1ª Vara Do TrabalhoDe São José Do Rio Preto. 
Recorrente: Município De São José Do Rio Preto. Recorrido: Plante Amor Confecções Ltda. Juiz Sentenciante: Leandro Renato 
Catelan Encinas.
37
ASPECTOS GERAIS E NORMATIVOS │ UNIDADE I
art. 6o, prevê expressamente que está incluída no campo de atuação 
do SUS a execução de ações de vigilância sanitária relativas à 
saúde do trabalhador. Assim, visando à efetiva proteção da saúde 
do trabalhador e de um meio ambiente do trabalho equilibrado, 
é de se reconhecer a competência da autoridade municipal para 
a fiscalização e imposição de penalidades por infração a tais 
preceitos.
Dessa forma, reforma-se o r. decisório para reconhecer a competência 
do órgão municipal da vigilância sanitária (CEREST) para proceder 
à fiscalização, lavrar auto de infração e impor penalidade em relação 
a ambiente de trabalho, declarando-se a validade do auto de infração 
000076 e do auto de imposição de penalidade 0413, julgando-se, por 
consequência, improcedente a ação anulatória.
Fiscalização de SST pelo auditor fiscal do 
trabalho
Diferentemente do Código Tributário Nacional – CTN e das leis fiscais que atribuem 
ao cargo – no caso AFRFB – a competência para autuar; a CLT atribui ao órgão, no 
caso à Superintendência Regional do Trabalho – SRTE, e não ao cargo de AFT, essa 
competência26. Dessa forma, há uma interferência política para que a lavratura fiscal 
pelo AFT seja confirmada em auto de infração e por consequência a multa seja cobrada. 
Isso porque, constatada a infração pelo AFT, o AI por ele lavrado só produzirá força e 
penalização efetiva se o STRE homologar. Em algumas SRTE, o Superintendente delega, 
via portaria, essa competência para o AFT-chefe da fiscalização, mais ainda assim em 
ato precário, pois a qualquer momento pode ser revisto. Além disso, a CLT traz algo 
impensável pelo CTN: o AFT deverá observar o critério de dupla visita! 
O AFT, portanto, lavra termo inicial do AI, que dependerá do SRTE para cálculo do 
valor atribuído; ponderação sobre acréscimos dos agravantes; e, por último, para 
imposição coercitiva. 
A controvérsia sobre competências do AFT decorre do aparente conflito entre o 
art. 156, III, do Capítulo V, que trata de SST, e o art. 62827, da CLT. O primeiro diz 
que cabe à SRTE (antiga DRT); o segundo, ao AFT. Para SST, cabe especialmente 
às Delegacias Regionais do Trabalho (atuais SRTE), nos limites de sua jurisdição, 
impor as penalidades cabíveis, enquanto às normas gerais da CLT, a 
competência para lavrar o AI fica com o AFT.
26 Art. 156 - Compete especialmente às Delegacias Regionais do Trabalho, nos limites de sua jurisdição: (...) III - impor as 
penalidades cabíveis por descumprimento das normas constantes deste Capítulo, nos termos do art. 201.
27 Art. 628. Salvo o disposto nos arts. 627 e 627-A, a toda verificação em que o Auditor-Fiscal do Trabalho concluir pela existência 
de violação de preceito legal deve corresponder, sob pena de responsabilidade administrativa, a lavratura de auto de infração.
38
UNIDADE I │ ASPECTOS GERAIS E NORMATIVOS
Percebe-se que há um aparente conflito, pois parece duplo comando, mas não é. 
Isso porque se tratam de dois verbos: impor e lavrar. A lavra cabe ao AFT, mas 
a imposição de multa ao SRTE. Só há imposição se houver lavra, mas é possível 
lavrar sem gerar multa. Não há conflito, mas sim um ato subalterno do AFT 
passível de homologação do superintendente ou por quem ele delegar. É que no 
ato da autuação, competência privativa de AFT, não há imposição da multa. A 
multa só é imposta depois, no trâmite do processo administrativo regulado pela 
Portaria MTe 85428, de 2015.
Segundo essa Portaria, na Seção II - Do auto de infração, Art. 14: 
O auto de infração será lavrado em 03 (três) vias conforme modelos e 
instruções emitidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego e conterá, 
essencialmente, os seguintes elementos: I - nome, inscrição, endereço e 
CEP do autuado constantes dos cadastros de pessoa física ou jurídica da 
Secretaria da Receita Federal do Brasil; II - código de atividade segundo 
a Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE e número total 
de empregados de todos os estabelecimentos do autuado; III - ementa da 
autuação e seu código; IV - narrativa clara e precisa do fato caracterizado 
como infração, com referência às circunstâncias pertinentes, relacionando, 
quando tecnicamente possível, pelo menos um empregado em situação ou 
atividade irregular, exceto quando a lei cominar multa per capita, hipótese 
em que deverão ser relacionados todos os empregados em situação ou 
atividade irregular e o local onde ocorreu o fato, se diverso do citado no 
inciso I; V - capitulação do fato mediante citação expressa do dispositivo 
legal infringido; VI - elementos de convicção; VII - ciência do prazo para 
apresentação de defesa e indicação do local para sua entrega; VIII - local 
e data; IX - assinatura e identificação do AFT autuante contendo nome 
e número de sua Carteira de Identidade Fiscal - CIF; X - assinatura e 
identificação do autuado, seu representante ou preposto.
Na sequência, uma vez feita a autuação pelo AFT, o auto de infração terá a seguinte 
destinação, conforme Art. 18 dessa Portaria: a) uma via será entregue no protocolo 
da unidade de exercício do AFT para instauração do processo administrativo, 
em até dois dias úteis contados de sua lavratura; b) uma via será entregue ao 
empregador ou seu preposto; c) uma via será destinada ao AFT emitente.
28 BRASILIA (DF). Portaria MTE no 854/2015. Aprova normas para a organização e tramitação dos processos de multas 
administrativas e de Notificação de Débito de FGTS. Disponível em: https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=286179. 
Acesso em: 11 ago 2019.
39
ASPECTOS GERAIS E NORMATIVOS │ UNIDADE I
Destaque-se que apenas o AFT tem poderes para análise dos processos e emissão 
de pareceres para a motivação de decisão de auto de infração e de notificação de 
débito de FGTS. De resto, a competência para impor penalidade é exclusiva da 
autoridade administrativa, Superintendente Regional do Trabalho e Emprego – 
SRTE que poderá delegar matéria e poderes aos seguintes agentes administrativos: 
I - Chefe da Unidade de Multas e Recursos; II - Gerentes Regionais de Trabalho 
e Emprego; III - Chefias de Fiscalização ou da Inspeção do Trabalho; IV - demais 
servidores das Unidades de Multas e Recursos; V - parte de sua competência a 
outros titulares, desde que servidores efetivos do órgão, quando for conveniente, 
em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou 
territorial. Cuidado: SRTE poderá! O Ato é discricionário.
Importante o leitor se apropriar desse rito administrativo, dos meandros legais 
e da documentação que o acompanha, notadamente em matéria de SST, para 
desempenhar seu papel de profissional prevencionista com profundidade, 
inclusive para abrir espaço de atuação no âmbito do contencioso administrativo e 
judicial contra atos do AFT e SRTE. Nesse sentido, compreenda que o julgamento 
do processo administrativo uma vez consumado pelo SRTE, ou por seu delegado, 
compete: I - em primeira instância, ao próprio Superintendente Regional do 
Trabalho e Emprego; II - em segunda instância, ao Coordenador-Geral de Recursos.
Finalmente, resume-se: a autoridade competente para impor a multa é o SRTE, que 
muitas vezes delega essa competência para os chefes das seções de multas, que, em 
sua grande parte, são AFT. Mas o parecer que motiva a decisão do Superintendente 
para impor ou não a multa (após a lavratura do auto de infração) é de competência 
exclusiva dos AFTS. Se o Superintendente discordar do parecer, terá que pedir a 
outro AFT que faça outra fundamentação.
 » Auto de Infração (AI) - Deixar de emitir CAT - CLTArt. 169 combinado 
com NR 07 e NR 28.
Exemplificando, tome-se uma empresa com 50 empregados que comete infração 
no tema SST. Segundo a NR 28 que define penalidades, tem-se que a multa é 
baseada em UFIR. Em 2001, a base de cálculo da UFIR29 ficou congelada em R$ 
1,0641. Consultando o anexo I da NR 28 verifica-se: 
29 A Unidade de Referência Fiscal - UFIR foi extinta em decorrência do §3o do art. 29 da Medida Provisória 2095/1976. Valor da 
UFIR. Subsecretaria de Arrecadação, Cadastros e Atendimento da Receita Federal do Ministério da Economia. 5 nov, 2018. 
Disponível em: http://receita.economia.gov.br/orientacao/tributaria/pagamentos-e-parcelamentos/valor-da-ufir. Acesso 
em: 11 ago. 2019.
40
UNIDADE I │ ASPECTOS GERAIS E NORMATIVOS
28.3.1.1 Em caso de reincidência, embaraço ou resistência à 
fiscalização, emprego de artifício ou simulação com o objetivo de 
fraudar a lei, a multa será aplicada na forma do art. 201, parágrafo 
único, da CLT, conforme os seguintes valores de multa (em UFIR) 
estabelecidos: a) Segurança do Trabalho: 6.304 e b) Medicina do 
Trabalho: 3.782
Primeiro passo: Consultar na NR 07 qual o item da infração e qual o grau da infração 
representado pelo alfanumérico entre parêntesis. No caso, item 7.4.8, grau 4 (I = 4).
Segue-se ao Anexo I da NR 28, que diz: Anexo I - Gradação de Multas. Número de 
Empregados = 50. Na sequência, verificar se é multa de Segurança do Trabalho ou 
Medicina do Trabalho e a quantidade de funcionários. No exemplo: Medicina do 
Trabalho  Infração Tipo I 4  varia de 1999 a 2320. Ou seja, a multa variará do 
mínimo 1999 UFIR ao máximo de 2320 UFIR
Segundo passo é identificar o item da NR que foi descumprido. No caso da CAT, o 
dispositivo é 7.4.8 (a) da NR 07, que diz:
7.4.8 Sendo constatada a ocorrência ou agravamento de doenças 
profissionais, através de exames médicos que incluam os definidos 
nesta NR; ou sendo verificadas alterações que revelem qualquer 
tipo de disfunção de órgão ou sistema biológico, através dos exames 
constantes dos Quadros I (apenas aqueles com interpretação SC) e II, 
e do item 7.4.2.3 da presente NR, mesmo sem sintomatologia, caberá 
ao médico-coordenador ou encarregado: a) solicitar à empresa 
a emissão da Comunicação de Acidente do Trabalho - CAT; 
b) indicar, quando necessário, o afastamento do trabalhador da 
exposição ao risco, ou do trabalho; 5 c) encaminhar o trabalhador 
à Previdência Social para estabelecimento de nexo causal, avaliação 
de incapacidade e definição da conduta previdenciária em relação ao 
trabalho; d) orientar o empregador quanto à necessidade de adoção 
de medidas de controle no ambiente de trabalho.
Conforme Anexo II, verifica-se que é de grau 4, relativo à medicina. Agora há 
todos os dados, basta cruzar as informações e chegar ao valor determinado da 
multa. 
No mínimo da infração: 1.999 x R$ 1,0641 (valor da UFIR) = R$ 2.127,14. 
No máximo da infração: 2.320 x R$ 1,0641 (valor da UFIR) = R$ 2.459,20. 
41
ASPECTOS GERAIS E NORMATIVOS │ UNIDADE I
Conclusão: NÃO emitir CAT gera multa mínima de R$ 2.127,14 e máxima de R$ 
2.459,20 para a empresa de até 50 funcionários. 
 » Auto de Infração (AI) - Deixar de Atender Itens das NR.
Esse exemplo usado para CAT no tópico anterior serve de base para todas as 
infrações aos itens das Normas Regulamentadoras, conforme NR 28, com ementa 
de multa, quer dizer com código e gradação. 
42
UNIDADE IIDOCUMENTAÇÃO 
APLICÁVEL
CAPÍTULO 1
Programa de Prevenção de Riscos 
Ambientais – PPRA
O PPRA constitui um dos programas que integram o programa de gestão do meio 
ambiente do trabalho e está estruturado em: antecipação/reconhecimento dos 
riscos; avaliação ambiental; controle e medidas de prevenção dos riscos ambientais; 
monitoramento; registro e divulgação. Deve ser elaborado, implementado e atualizado 
pela empresa, por estabelecimento, nos termos da NR-9 do MTE.
Essa atualização decorre das avaliações ambientais dentro do cronograma e das metas 
estabelecidas no próprio PPRA, cujo desenvolvimento deve ser aferido ao menos uma 
vez por ano. Em que pese a discricionariedade do empregador em eleger qualquer um 
como responsável pela condução do PPRA, há restrições quanto ao item de avaliação 
ambiental que necessariamente deve ser feita por um engenheiro de segurança do 
trabalho mediante uma peça pericial, que nada mais é que um laudo técnico, que a 
Previdência Social dele se apropriou, nomeando--o de LTCAT.
Essas avaliações devem se repetir quantas vezes forem necessárias em função dos 
fatores de risco reconhecidos, bem como para: a) comprovar o controle da exposição 
ou a inexistência de riscos identificados na etapa de reconhecimento; b) dimensionar a 
exposição dos trabalhadores; c) subsidiar o equacionamento das medidas de controle; 
d) assegurar os níveis de ação toda vez que houver ultrapassagem da dose em 50% do 
tolerável; e e) com o custeio da aposentadoria especial, provar porque paga (ou não) 
tributo.
A execução de um PPRA passa necessariamente pela produção periódica de laudos 
técnicos que avaliem as condições ambientais para cada um dos riscos. Em outras 
palavras, usando a figura metafórica para ilustrar o argumento aqui desenvolvido, o 
43
DOCUMENTAÇÃO APLICÁVEL │ UNIDADE II
PPRA é um filme cinematográfico (com história, roteiro, trama e locação), e o LTCAT 
é um retrato fotográfico, uma foto solta, sem significado se descontextualizado de 
seu roteiro de cinema. O PPRA, dinâmico, é formado por uma sucessão de LTCAT 
estáticos. O conjunto de LTCAT dá a dinâmica do PPRA, que é por ele retroalimentado 
para fins de medidas de controle e tomadas de ação.
Com o advento da informação mensal em GFIP prestada pela empresa ao fisco 
e ao INSS, o PPRA, além das questões prevencionistas, deve suportar, como 
obrigação acessória30 tributária, a decisão do empregador relativa a pagar ou não 
tributo; se houve ou não fato gerador de contribuição social destinada ao custeio 
da aposentadoria especial; se há ou não crime de sonegação fiscal ou ainda crime 
de informação falsa.
A novidade aqui é exatamente a periodicidade dessa avaliação, que deve ser 
mensal porque mensal é a produção de informação pela empresa para fins de 
salário, retenção de imposto de renda — IRPF, pagamento de horas extras e, por 
conseguinte, a alimentação de GFIP e recolhimento ao fisco dos tributos federais 
e contribuições sociais, além do FGTS. 
A verificação da sintonia entre essa periodicidade é dada a partir das demonstrações 
ambientais levadas a efeito pelas avaliações ambientais contemporâneas, 
tempestivas e metodologicamente rastreáveis de forma a produzir evidências 
cabais quanto aos seguintes itens de controle: há exposição a agentes nocivos? 
Qual é a população exposta em cada mês? Quais medidas de controle foram 
adotadas? São eficazes tais medidas? 
Deve-se deixar claro que essas avaliações ambientais são peças periciais 
produzidas a partir da concepção do PPRA e de seus parâmetros e diretrizes; 
em outras palavras, quem faz PPRA faz necessariamente LTCAT.
30 Art. 47 da IN RFB 971/2009: A empresa e o equiparado, sem prejuízo do cumprimento de outras obrigações acessórias 
previstas na legislação previdenciária, estão obrigados a (...) VII — exibir à fiscalização da RFB, quando intimada para tal, 
todos os documentos e livros com as formalidades legais intrínsecas e extrínsecas, relacionados com as contribuições sociais; 
VIII — informar mensalmente, à RFB e ao Conselho Curador do FGTS, em GFIP emitida por estabelecimento da empresa, 
com informações distintas por tomador de serviço e por obra de construção civil, os dados cadastrais, os fatos geradores, 
a base de cálculo e os valores devidos das contribuições sociais e outras informações deinteresse da RFB e do INSS ou do 
Conselho Curador do FGTS, na forma estabelecida no Manual da GFIP; XI — comunicar ao INSS acidente de trabalho ocorrido 
com segurado empregado e trabalhador avulso, até o 1o (primeiro) dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de 
imediato; XII — elaborar e manter atualizado Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho (LTCAT) com referência 
aos agentes nocivos existentes no ambiente de trabalho de seus trabalhadores, conforme disposto no inciso V do art. 291; 
XIII — elaborar e manter atualizado Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) abrangendo as atividades desenvolvidas por 
trabalhador exposto a agente nocivo existente no ambiente de trabalho e fornecer ao trabalhador, quando da rescisão do 
contrato de trabalho, cópia autêntica deste documento, conforme disposto no inciso VI do art. 291 e no art. 295; XIV — elaborar 
e manter atualizadas as demonstrações ambientais de que tratam os incisos I a IV do art. 291, quando exigíveis em razão da 
atividade da empresa.
44
UNIDADE II │ DOCUMENTAÇÃO APLICÁVEL
Programa Gestão do Meio Ambiente do 
Trabalho – PGMAT (PPRA ampliado)
Nada impede que, para além dos fatores químicos, físicos e biológicos pertinentes ao 
PPRA, acrescentem-se os fatores de riscos de acidentes mecânicos ou ergonômicos, de 
incêndios, de pânico, de contingências, de espaço confinado, de trabalho em altura, 
enfim, todos de interesse a SST.
Programa Gestão do Meio Ambiente do Trabalho – PGMAT evidencia a vontade 
política da empresa em assegurar o meio ambiente equilibrado, tendo o Programa 
de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA como parte integrante do acervo 
técnico-político relativo ao gerenciamento ambiental. O PGMAT encerra quatro 
linhas de interesse estratégico da empresa: i) política, ante o compromisso de 
respeito ao meio ambiente do trabalho equilibrado, com transparência, como eixo 
estruturante de modo a assegurar compliance e governança corporativa, inclusive 
aos stakeholders; ii) gerencial, com definição de matriz de riscos, metas, 
responsáveis, cronograma e orçamento iii) legal, como suporte às exigências 
fiscais, sanitárias, ambientais, previdenciárias e trabalhistas e iv) técnico, com 
estruturação de variáveis de controle, medições, cálculos e equacionamento. 
O PGMAT foi pensado pelo autor deste Caderno de Estudos para servir de 
plataforma única à gestão ambiental de modo a atender as demandas oriundas 
dessas quatro linhas de interesse. Assim, a despeito do nome restrito, que pode 
ensejar uma redução, registre-se que além dos fatores de risco químicos, físicos 
e biológicos determinados pela NR-09 (Portaria no 25, de 29 de dezembro de 
1994) do Ministério do Trabalho alcança os demais fatores: acidentes, mecânicos, 
ergonômicos, confinamento, pânico e incêndio, e demais contingências, inclusive 
seus planos operacionais. Por opção estratégica da empresa, todas as diretrizes de 
prevenção e ações programáticas estão concentradas nessa proposta de Programa 
Global, aqui chamado de PGMAT. 
Dessa forma, há uma gestão de tudo (coletividade dos riscos) para todos (conjunto 
dos clientes internos e externos do programa, entes fiscalizadores, seguradoras, 
auditoria interna), ou seja a partir do PGMAT atende-se a todas as Normas do 
Ministério do Trabalho, da RFB, do INSS, da vigilância sanitária, mas também 
às exigências políticas e gerenciais da empresa, bem como aquelas decorrentes 
de demandas judiciais, administrativas e comerciais. Com essa abordagem, há 
uma prontidão empresarial que atende ao legalismo, mas o supera e avança para 
assegurar à empresa segurança jurídica, mas principalmente econômica. 
45
DOCUMENTAÇÃO APLICÁVEL │ UNIDADE II
As ações do PGMAT são desenvolvidas no âmbito de cada estabelecimento 
da empresa, com forte interação, articulação e intercâmbio com as empresas 
prestadoras de serviços, com a participação dos trabalhadores (diretos e indiretos), 
mediante discussão, registro em ata e divulgação por intermédio da Comissão 
Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA regularmente constituída. 
O PGMAT, como PPRA ampliado aos demais riscos, possui uma estrutura disposta por: 
 » planejamento anual com estabelecimento de metas, prioridades e 
cronograma; 
 » estratégia e metodologia de ação; 
 » forma do registro, manutenção e divulgação dos dados; e
 » periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento do PPRA, 
conforme escopo e competência.
O PGMAT fundamenta-se em dispositivos, como:
 » Estatuto da Empresa.
 » Plano de Negócio Empresarial.
 » Planejamento Estratégico Trienal.
 » Emenda Constitucional no 20/1998 (Art. 15).
 » Código Tributário Nacional – CTN (SEÇÃO II - Modalidades de 
Lançamento).
 » Arts. 57 e 58 da Lei no 8.213/1991 .
 » Arts. 20 e 32 da Lei no 8.212/1991.
 » Decreto 3.048/1999.
 » Instrução Normativa – IN no 971/2009 da RFB (Inciso XII e Capítulo IX).
 » Instrução Normativa – IN no 77/2015 – INSS (Artigos 262, 263 e 276).
 » Normas de Higiene Ocupacional – NHO da FUNDACENTRO.
 » Consolidação das Leis do Trabalho (Capítulo V).
 » Normas Regulamentadoras – NR do MT.
46
UNIDADE II │ DOCUMENTAÇÃO APLICÁVEL
 » American Conference of Governmental Industrial Higyenists – 
ACGIH (subsidiariamente, quando não previstos pelo Anexo IV do 
RPS, em se tratando de avaliações quantitativas que não tenham 
limites de tolerância determinados na NR-15).
Quanto ao escopo, pode-se afirmar que o PGMAT inclui o PPRA que, por sua vez, 
substitui o LTCAT, conforme estabelece a IN 971/RFB, que diz:
Art. 291. As informações prestadas em GFIP sobre a existência 
ou não de riscos ambientais em níveis ou concentrações que 
prejudiquem a saúde ou a integridade física do trabalhador 
deverão ser comprovadas perante a fiscalização da RFB mediante 
a apresentação dos seguintes documentos: (...) V – LTCAT, 
que é a declaração pericial emitida para evidenciação técnica 
das condições ambientais do trabalho, podendo ser substituído 
por um dos documentos dentre os previstos nos incisos I e II, 
conforme disposto neste ato e na Instrução Normativa que 
estabelece critérios a serem adotados pelo INSS;
Tem-se como escopo precípuo do PGMAT fazer prova perante a RFB e o INSS 
quanto às condições especiais para as quais se subordinam os segurados 
do estabelecimento empresarial, de modo a conferir suporte material às 
informações subsequentes, via GFIP ou eSocial.
A contabilidade é de grande interesse empresarial. O pulo do gato é usar a 
abordagem contábil na temática SST, no âmbito do planejamento da empresa. 
Pode-se, por exemplo, no planejamento anual inserir metas, como:
 » Baixar acidentalidade média apurada de 5,33 por 100.000 para 4,50 no 
primeiro ano; para 3,5 no segundo e 3,0 no terceiro.
 » Baixar o FAP de 1,7544 para 0,8500 no triênio 2019 a 2021, conforme 
apurado 
 » Baixar ocorrência de afastamentos alcançados pelo Nexo Técnico 
Epidemiológico Previdenciário - NTEP (CNAE 2222 x CID_Agrup)
 » Reduzir despesas decorrentes de acidentes de trabalho de R$ 1.000.000,00 
ao ano para 250.0000,00 ao ano, apuradas com base em planilha. 
 » Redução de despesas decorrentes de impactos ambientais de R$ 
500.000,00 para R$ 100.000,00.
47
DOCUMENTAÇÃO APLICÁVEL │ UNIDADE II
Nas prioridades, avançar sobre os mais prevalentes Fatores de risco: 
 » Tendinites.
 » Hipertensão.
 » Traumas.
A revisão periódica da documentação confere materialidade às informações 
contábeis e tributárias decorrentes da escrituração feita a partir das folhas 
salariais mês-a-mês. Assim, poder-se-ia definir uma competência para a 
Avaliação Gerencial (efeitos administrativos e corporativos) viger no triênio 
novembro/2022 e outubro/2025, com periodicidade de avaliação semestral, 
enquanto a competência para Avaliação das Intensidades e Concentrações dos 
fatoresde riscos (efeitos fiscais e previdenciários) seguir um marco temporal de 
vigência a partir novembro/2018 com periodicidade de avaliação mensal.
Quadro 4. Exemplo de Estruturação de um PGMAT (PPRA Ampliado).
Introdução
Fundamentação corporativa e legal
Escopo
Competência
Planejamento anual
Metas
Prioridades
Cronograma de ações - trienal
Estratégia e metodologia de ação
Estratégia de amostragem
Critérios e definições de grupo homogêneo de exposição - GHE
Forma do registro, manutenção e divulgação dos dados
Dados da empresa
Descrição do processo produtivo do estabelecimento
Fluxograma de processo
Planta baixa da produção
Descrição e códigos para cargos e funções
Descrição e códigos para ambientes e funções
Fatores de risco reconhecidos
Descrição ambiente do trabalho
Fatores de riscos – por GHE
Avaliação quantitativa
Técnicas de medição – amostragem ativa e passiva
Gases e vapores: meios de amostragem
Definições e unidades de conversão
Meios de amostragem – material particulado
Detectores em tempo real
48
UNIDADE II │ DOCUMENTAÇÃO APLICÁVEL
Técnicas analíticas
Medidas de controle
Métodos de controle
Intervenção: fatores a considerar
Nível aceitável de exposição
Inspeção de campo periódica
Nível de ação – NA
Monitoramento.
Registro de dados.
Responsabilidades
Ações cruzadas entre empregadores
Fonte: próprio autor.
49
CAPÍTULO 2
Laudo Técnico das Condições 
Ambientais do Trabalho – LTCAT
Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho – LTCAT é parte integrante 
do acervo relativo ao gerenciamento ambiental por parte da empresa, consistindo 
em uma declaração pericial emitida para evidenciação técnica das condições 
ambientais do trabalho. Trata-se de fonte primária de natureza tributária e 
previdenciária, nos termos dos regramentos estabelecidos pela RFB e pelo INSS. 
Deve-se contextualizar de pronto que as metodologias, procedimentos e limites 
de tolerâncias por essas entidades adotadas seguem o mesmo marco regulatório, 
cuja colimação, por hierarquia descendente, está posta no Anexo IV do RPS, com 
redação dada pelo Decreto no 3.048/1999 e, por isso, são rigorosamente os mesmos 
para fins tributários e previdenciários, pois emanam dessa única orientação 
regulamentar. Em que pese serem originárias de fundamentações legais distintas 
(Custeio pela Lei no 8.212/1991 e Benefício pela Lei no 8.213/1991) que remetem 
à subsunção de dupla face do fato social, constituindo uma ambivalência jurídica, 
tal fato social dispara, a um só tempo, a hipótese de incidência tributária (RFB) e 
de reconhecimento ao benefício (INSS). 
Frise-se que a exigência de LTCAT para todos os agentes nocivos é uma inovação 
trazida pela Lei no 9.032/1995, aplicável para períodos laborados a partir da sua 
vigência. Entretanto, para os agentes nocivos do calor e do ruído, mesmo antes da 
Lei no 9.032/1995, era indispensável a apresentação de laudo técnico, pois somente 
com ele poderiam ser aferidos os níveis de ruído e a intensidade do calor – visto 
que apenas a partir de determinados níveis a atividade poderia ser considerada 
especial.
Assim, a um só tempo, o LTCAT possui natureza jurídica de obrigação acessória 
tributária (custeio) e instrumental para fins previdenciários (benefício de 
precocidade na aposentadoria por tempo de contribuição por prejudicialidade 
à saúde ou à integridade física). O custeio se dá pela tributação relativa ao 
Financiamento da Aposentadoria por Condições Especiais do Trabalho – FACET, 
cujo fato gerador se consigna pela remuneração paga, devida ou creditada a 
trabalhador submetido à exposição, de modo permanente, que ultrapasse valores 
limites (quantitativo) ou que possua fator de risco (qualitativo), nos termos do 
Anexo IV do RPS.
50
UNIDADE II │ DOCUMENTAÇÃO APLICÁVEL
Esse custeio – com natureza jurídica de taxa, dada a individualização, destinação 
específica e contrapartida vinculada – aponta para o sustento do benefício 
correspondente – Aposentadoria por Condições Especiais de Trabalho – ACET, 
que resulta em uma redução do tempo de contribuição por trabalhar subordinado 
às condições especiais prejudiciais à saúde e à integridade física. A ACET se dá 
segundo a mesma matriz de hipótese de incidência tributária, pois comunga dos 
mesmos elementos essenciais à concretude do fator gerador. Depreendem-se 
assim os elementos essenciais dessa matriz ao FACET e, por conseguinte, à ACET, 
cujo público-alvo legal são os segurados empregados, trabalhadores avulsos 
e contribuintes individuais (cooperados): i) remuneração; ii) pessoalidade; iii) 
subordinação jurídica; iv) nocividade; e v) permanência.
O núcleo da hipótese de incidência tributária é composto por esses cinco 
requisitos cumulativos. Mira-se então no art. 57 da Lei no 8.213/1991, cujo 
detalhamento normativo está disposto no RPS e nas instruções IN 971/2009 da 
RFB e IN 77/2015 do INSS. Mais especificamente no art. 292 da IN 971 da RFB, 
percebe-se que há uma articulação entre a IN da RFB e a do INSS, esta última 
como complemento à primeira. Diga-se de passagem que a norma tributária, 
como campo autônomo do Direito, poderia remeter a qualquer outra ou até 
ela mesma os critérios da hipótese de incidência. Preferiu-se, para assegurar 
eficiência normativa nacional, respaldada pela uniformização da legislação pela 
União Federal, substabelecer ao INSS tais critérios. Assim, tem-se a dicção da 
RFB, via IN 971, que vincula expressamente norma previdenciária à exação 
tributária do FACET.
Vê-se que a União Federal teve o cuidado de compatibilizar os textos infralegais 
de modo a preservar a funcionalidade de cada entidade, respeitando, também, 
as respectivas competências. Destaca-se que, de forma cruzada, há disposições 
sobre a mesma matéria em ambas as dimensões (norma de benefício dispõe sobre 
custeio e vice-versa), tendo as duas INs (RFB e INSS) qualificado a subsunção 
de dupla face do fato social, constituindo uma ambivalência jurídica, pois tal 
fato social dispara a um só tempo a hipótese de incidência tributária (RFB) e o 
reconhecimento ao benefício (INSS).
Isso se dá quando a norma da RFB remete àquela do INSS, e igualmente o INSS 
especifica e detalha, via Instrução Normativa INSS/PRES no 77, de 21/1/2015, 
em seu art. 278, os elementos que compõem o núcleo da hipótese de incidência 
tributária das contribuições previdenciárias que financiam o benefício da 
aposentadoria especial.
51
DOCUMENTAÇÃO APLICÁVEL │ UNIDADE II
Tem-se então a razão de ser do LTCAT: Apresentar, de modo científico, a 
concretude, ou não, da nocividade do meio ambiente do trabalho para cada 
segurado do estabelecimento, de modo a suportar as declarações fiscais, mensais, 
enviadas pelos contribuintes do FACET, via eSocial (ou GFIP, esta em desativação 
progressiva à medida que o eSocial a substitui), bem como instrumentalizar o 
reconhecimento da contagem de tempo de contribuição acelerada à medida que 
essa nocividade seja apontada, nas respectivas competências remuneradas sob 
essa condição especial. 
Quadro 5. Fundamentação legal para LTCAT.
Emenda Constitucional n. 20/1998 (Art. 15)
Código Tributário Nacional – CTN - SEÇÃO II - Modalidades de Lançamento)
Arts. 57 e 58 da Lei no 8.213/1991 
Arts. 20 e 32 da Lei no 8.212/1991 
Decreto no 3.048/1999 - Regulamento da Previdência Social (Art. 68 e Anexo IV)
Instrução Normativa – IN no 971/2009 da RFB -(Artigo 47 – Inciso XII e Capítulo IX)
Instrução Normativa – IN no 77/2015 do INSS (Artigos 262, 263, 276, 277 e 278)
Fonte: próprio autor.
O LTCAT tem sua gênese em 1960 com a Lei no 3.807/1960 (LOPS) para efeito 
de comprovação de tempo para aposentadoria especial; portanto, tem natureza 
jurídica estritamente previdenciária. Foi criado para cobrir a exceção da 
aposentadoria especial, pois a regra geralera conceder a aposentadoria especial 
— de 15, 20 ou 25 anos — ao segurado pelo simples enquadramento numa lista de 
profissões (exposição presumida por profissão).
A exceção diz respeito às situações não presumidas, segundo a qual é necessário 
aferir a existência de exposição nociva à saúde. O LTCAT nasce exatamente para 
preencher esse vazio administrativo previdenciário. Ou seja, o trabalhador, 
mesmo com profissão não arrolada como especial, tinha o benefício, desde que 
conseguisse e entregasse ao INSS uma declaração (LTCAT) atestando, para 
determinados períodos, que foi submetido pelo patrão a intoleráveis riscos, em 
regra, a ruído. Se não fosse o laudo, o INSS não teria como processar o pedido de 
aposentadoria precoce.
O LTCAT é uma peça pericial para fins previdenciários, estático, emitido pela 
empresa que expôs o trabalhador, assinado por especialista — Engenheiro do 
Trabalho ou Médico do Trabalho — que servia apenas para facilitar a vida do INSS 
nessas exceções, que com o laudo conseguia manter o reconhecimento do direito 
na esfera meramente cartorária.
52
UNIDADE II │ DOCUMENTAÇÃO APLICÁVEL
Em outras palavras, a juntada do laudo aos discriminativos das atividades do 
trabalhador — declarados em SB-40, DSS 8030, DIRBEN 8030 e atualmente o 
PPP — e ao pedido de aposentadoria especial permitia ao INSS operar da mesma 
forma com a qual concedia a aposentadoria por tempo de contribuição. Isso valeu 
para períodos anteriores a março de 1997. Dada à evolução normativa ao longo 
desses 50 anos, é possível separar, para efeito de argumentação, a funcionalidade 
do LTCAT em duas: cartorário e sistêmico.
LTCAT aspecto cartorário
A partir da Lei no 9.032/1995, o que era exceção se tornou regra: LTCAT para 
todo e qualquer agente nocivo. Acabou-se a presunção de exposição por atividade 
profissional. Assim, desde 1960 até abril de 1995 (apenas para atestar exposição 
a ruído) e entre abril de 1995 e dezembro de 1998 (para atestar todos os fatores 
de risco), o LTCAT funciona como documento estático, solto e desconectado de 
qualquer programa de gestão, pois para esses períodos é praticamente impossível 
o INSS não conceder o benefício da especial, dada a voracidade das empresas 
em produzir laudos atestando que o ambiente de trabalho é deletério à saúde do 
trabalhador. Vários são os motivos, mas alguns se destacam: 
 » LTCAT para enxugar máquina (notadamente com as privatizações), 
sem se indispor com os sindicatos e com a tranquilidade de que nada do 
LTCAT necessitaria de comprovação, rastreabilidade ou qualquer forma 
de controle sistêmico; 
 » Baixíssimo limite de tolerância para ruído, que à época era de apenas 80 
dB(A); 
 » a empresa não pagava nada a mais em termos de tributo por produzir 
ambientes insalubres e sobrecarregar a Previdência Social e o SUS.
Depreende-se desse breve relato histórico o quão precário e inócuo era o LTCAT 
do ponto de vista prevencionista. Hospedava em sua gênese a precariedade 
óbvia de sua restritíssima funcionalidade, qual seja: instrumentalizar a 
concessão de aposentadoria especial. Não havia qualquer preocupação sistêmica, 
nenhum compromisso com rastreabilidade ou método, muito menos com a 
reprodutibilidade. Bastava conferir se havia registro do CREA ou do CRM no corpo 
do laudo para acreditar que tudo ali era válido, sem qualquer tipo de admoestação. 
Daí a designação: cartorário. Mero papel carimbado!
53
DOCUMENTAÇÃO APLICÁVEL │ UNIDADE II
LTCAT sistêmico
Acontece uma revolução desburocratizante na linha administrativa de 
reconhecimento de direito pela previdência sequenciada, surgindo outra de natureza 
arrecadatória e atuarial. Toda a estrutura de concessão de benefício pensada 
na LOPS de 1960 foi reformada, notadamente aquela relativa à aposentadoria 
especial. A pressão social para aumento de eficiência da máquina pública, redução 
de exigências probantes por parte do trabalhador, equilíbrio fiscal, reafirmação 
do seguro social na esfera do poder público, responsabilização tributária, cível e 
penal do empregador negligente com o meio ambiente do trabalho conduziram 
o Estado brasileiro a uma verdadeira reforma previdenciária, silenciosa, mas 
contundente. Essa reforma foi institucionalizada por um conjunto de normas 
jurídicas e princípios, a saber:
 » A Lei no 9.528/1997 criou a Guia de Recolhimento do FGTS e Informação 
à Previdência Social — GFIP, que elimina burocracia à medida que 
gera informações magnéticas para o reconhecimento dos direitos 
previdenciários dos segurados abrangidos pelo Regime Geral de 
Previdência Social, bem como dispôs que a empresa deveria elaborar 
e manter atualizado o perfil profissiográfico previdenciário — PPP, 
devidamente respaldado em LTCAT.
 » A Lei no 9.732/1998, com efeitos a partir de abril de 1999, estabeleceu o 
financiamento específico para a aposentadoria especial — FACET mediante 
adicionais de contribuição SAT de 6%, 9% ou 12%, respectivamente, 
ao direito do benefício aos 25, 20 ou 15 anos de trabalho em condições 
especiais; determinou a suspensão do benefício para o segurado que 
retornasse à atividade com exposição a agente nocivo; manteve a 
obrigação de comprovação de efetiva exposição do segurado aos agentes 
nocivos por meio de formulário PPP preenchido pela empresa com base 
em LTCAT.
 » A Emenda Constitucional n. 20/1998, mediante § 1o do art. 201 da CRFB-
1988, proibiu a utilização de requisitos e critérios diferenciados para 
concessão da aposentadoria aos beneficiários do RGPS, com exceção dos 
casos de atividades exercidas sob condições especiais, cuja definição deve 
ser feita por meio de lei complementar — LC, sendo válido nesse ínterim 
os arts. 57 e 58 da Lei no 8.213/1991, o que confere status constitucional 
ao LTCAT.
54
UNIDADE II │ DOCUMENTAÇÃO APLICÁVEL
 » A Lei no 10.403/2002, que inverteu o ônus da prova e passou a conferir 
presunção de verdade aos registros hospedados no Cadastro Nacional 
de Informações Sociais — CNIS provenientes da GFIP. O INSS passou 
a assumir como verdadeiros todos os registros nele inseridos pelo 
patrão, notadamente aqueles relacionados à saúde do trabalhador. Nesse 
cenário, a empresa precisa se documentar no sentido de sustentar as 
informações sobre exposição a agentes nocivos, principalmente quando 
não houver ocorrências por causa da forte suspeita de sonegação fiscal. 
Em outras palavras: deve-se fazer um LTCAT todo mês para sustentar 
as informações mensais enviadas via GFIP pela empresa ao fisco. Com 
a GFIP, a RFB é informada de todos os fatos geradores de contribuições 
previdenciárias, compreendendo as remunerações, comercialização da 
produção, pagamentos efetuados às cooperativas de trabalho, receitas 
de eventos desportivos e patrocínios, exposição ou não a agente nocivo, 
afastamento ocupacional. Os dados coletados alimentam o CNIS, 
que instrui o reconhecimento de direitos e concessão de benefícios 
previdenciários. 
 » A Lei no 10.666/2003 criou o FAP e ampliou o direito à aposentadoria 
especial, mediante a contribuição adicional para o filiado à cooperativa 
de trabalho nos percentuais de 5%, 7% e 9%, e à de produção em 6%, 9% 
ou 12%. 
 » O Decreto no 4.729/2003 fez alterações no art. 68 do RPS para 
estabelecer que a comprovação da efetiva exposição do segurado aos 
agentes nocivos deve ser feita por meio do PPP. Esse formulário possui 
quatro seções e vinte campos, com destaque para a seção 2 (campos 15 
e 16), que trata dos registros ambientais, e a seção 3 (campos 17 e 18), 
que trata da monitoração biológica. A seção 2 é de responsabilidade 
do engenheiro de segurança, médico ou enfermeiro do trabalho e a 
seção 3, exclusivamente do médico do trabalho. O PPP passou a ser 
obrigatório a partir de 1o de janeiro de 2004 (Anexo XV da IN INSS 
45/2010). 
 » O Decreto no 4.882/2003, na prática, uniformizou os critérios de 
insalubridade(trabalhista) e aposentadoria especial (previdenciário) 
ao afirmar que as avaliações ambientais (LTCAT ou PPRA) deveriam 
considerar a classificação dos agentes nocivos e os limites de tolerância 
estabelecidos pela legislação trabalhista, bem como a metodologia e os 
procedimentos de avaliação estabelecidos pela Fundacentro. Explicou 
que trabalho permanente é aquele cuja exposição do segurado ao 
agente nocivo seja indissociável da produção do bem ou da prestação do 
serviço, bem como informou o que deve constar no LTCAT (informação 
55
DOCUMENTAÇÃO APLICÁVEL │ UNIDADE II
sobre a existência de tecnologia de proteção coletiva, de medidas de 
caráter administrativo ou de organização do trabalho, ou de tecnologia 
de proteção individual, que elimine, minimize ou controle a exposição 
a agentes nocivos aos limites de tolerância, respeitado o estabelecido 
na legislação trabalhista). 
 » A Lei no 11.430/2006, com efeitos a partir de abril de 2007, criou o 
NTEP, que inverte o ônus da prova acidentário, aliviando o trabalhador 
acidentado de provar a natureza ocupacional de seu agravo.
 » As Leis Complementares no 123/2006 e 128/2008 expandiram a base 
de registro do CNIS para fins de concessão de benefício, além de terem 
ratificado a inversão do ônus da Lei no 10.403/2002.
Dito de outra maneira, as informações declaradas em GFIP, sustentadas ou 
não em LTCAT, além de possibilitar a inscrição do respectivo crédito tributário 
diretamente em dívida ativa, quando não quitado, servem para alimentar o CNIS, 
cujas informações sobre vínculos e remunerações dos segurados são utilizadas 
pelo INSS para fins de cálculo do salário de benefício, comprovação de filiação ao 
Regime Geral de Previdência Social — RGPS, tempo de contribuição, e tudo mais 
relacionado à aposentadoria especial que é espécie do gênero aposentadoria por 
tempo de contribuição. 
Há um peso enorme sobre esses registros oriundos da empresa exatamente 
para assegurar confiabilidade ao sistema previdenciário e possibilitar, por via 
de consequência, a redução da burocracia do INSS no momento da concessão, 
desonerando o cidadão de produzir provas sobre situações de domínio da empresa. 
Esse é o espírito da lei. Não à toa, o legislador brasileiro tipificou no Código Penal 
os seguintes crimes, conforme sinopse apresentada a seguir:
Quadro 6. Tipos penais relacionados ao LTCAT a partir dos registros em GFIP das empresas.
Conduta (em linhas gerais) Capitulação legal
Deixar de recolher contribuição descontada na época própria Apropriação indébita previdenciária - CP, art. 168-a
Proceder ilicitamente com a finalidade de reduzir ou excluir tributo ou contribuição social
Sonegação de contribuição previdenciária - CP, art. 
337-a
Inserir nome de pessoa que não seja segurado em folha de pagamento Art. 297, §3o , i
Falsificação de CND - (desconhecido o seu uso) Falsificação de documento público - CP, art. 297
Usar ou tentar usar CND falsa ou falsificada CP, art. 171
Falsificar GRPS (GPS) CP, art. 293
Proceder ilicitamente com a finalidade de reduzir ou excluir tributo ou contribuição social
Sonegação de contribuição previdenciária - CP, art. 
337-a
Prestar informação falsa em documento público (GFIP, eSocial, PPP, CAT, LTCAT, PPRA, 
PCMSO, ASO)
Falsificação de documento público - (art. 297, §3o, ii)
Fonte: próprio autor.
56
UNIDADE II │ DOCUMENTAÇÃO APLICÁVEL
Assim, expressamente, presumem-se verdadeiras todas as informações prestadas 
pela empresa na GFIP, para a concessão ou não da aposentadoria especial, 
constituindo crime a prestação de informações falsas neste documento. Comparece 
o PPRA (LTCAT) como meio de prova para salvaguardar o empresário desse 
contencioso penal.
Ostensiva a compreensão de que a empresa, ao cumprir a obrigação tributária 
acessória de informar os seus segurados na GFIP, quando for o caso, com o código 
“4” (25 anos) no campo ocorrência, estará confessando que é sujeito passivo das 
contribuições FACET previstas no § 6o, do art. 57, da Lei no 8.213/1991, relativas 
a esses segurados e, simultaneamente, estará permitindo que eles (segurados 
associados ao citado código “4”) sejam presumidamente titulares do direito 
subjetivo à contagem do tempo de contribuição como especial. 
Impõe-se ressaltar que as informações prestadas pelo contribuinte nas suas 
demonstrações ambientais, além de respaldar a elaboração da própria GFIP e o 
recolhimento das suas contribuições na qualidade de contribuinte empregador ou 
tomador de serviços de cooperados intermediados por cooperativa de trabalho, bem 
como na qualidade de responsável pela retenção, também servirão para embasar as 
GFIP de todas as empresas que lhe prestarem serviços3132.
O cumprimento dos deveres jurídicos descritos acima, imputados ao contratante 
pela legislação fazendária do FACET, permitirão às empresas contratadas para a 
prestação de serviços intramuros: 
 » elaborar o PPP de cada trabalhador exposto a riscos ambientais; 
 » prestar as informações na GFIP, relativas à exposição a riscos ambientais; 
 » implementar o PPRA/PCMSO. Função de gestão de contratos tão comum 
em empresas grandes não pode desprezar as nuances ambientais de seus 
contratados.
Assim, o controle interno das empresas relativo ao gerenciamento dos seus riscos 
repercutirá na obrigação de recolher o FACET de todas as empresas prestadoras de 
serviço, e, em consequência, na concessão futura, cumpridos os requisitos legais 
necessários, da aposentadoria especial de todos os trabalhadores terceirizados que 
laboraram sob condições especiais.
31 Art. 22, IV, da Lei n. 8.212/1991 c/c art. 1o, §1o, da Lei no 10.666/2003, c/c art. 31 da Lei no 8.212/1991, c/c art. 6o da Lei no 
10.666/2003.
32 Art. 161 da IN RFB 971/2009: Quando da quitação da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços, cabe ao 
contratante, observado o disposto no §4o, exigir: (...) II — da empresa construtora contratada por empreitada total: (...) 
e) a partir da competência outubro de 2002, Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), LTCAT, Programa de 
Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção (PCMAT), para empresas com 20 (vinte) trabalhadores 
ou mais por estabelecimento ou obra de construção civil, e Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), que 
demonstrem o gerenciamento de riscos ambientais por parte da construtora, bem como a necessidade ou não da contribuição 
adicional prevista no §2o do art. 72, observado, quanto ao LTCAT, o disposto no inciso V do art. 291.
57
DOCUMENTAÇÃO APLICÁVEL │ UNIDADE II
De clareza solar a transformação sofrida pelo LTCAT no bojo dessa nova ordem 
jurídica, com evidente alteração de significado e fortes desdobramentos, que o 
elevam à condição de item de controle de importância sistêmica, corporativa, 
administrativa, jurídica e estratégica para empresa e para empregador, que 
inclusive passa a responder por crime de informação falsa e sonegação fiscal. 
Pode-se afirmar, sem medo de exageros, que há duas realidades para LTCAT a 
serem consideradas pelo gestor: LTCAT antes e depois da GFIP combinada ao 
FACET. Ou, melhor dizendo: LTCAT cartorário ou sistêmico.
Para fins práticos, sugere-se uma estruturação do LTCAT com a seguinte moldura:
Quadro 7. Itens Estruturantes de um LTCAT.
Introdução
Controle de Versão, Data, Periodicidade
Fundamentação legal
Escopo e competência
Descrição do processo produtivo do estabelecimento
Fluxograma de processo
Fluxograma de engenharia
Planta baixa
Desenhos, croquis
Descrição e códigos para cargos e funções
Descrição e códigos para ambientes e funções
Critérios e definições de grupo homogêneo de exposição - GHE
Fatores de risco reconhecidos por área
Descrição do ambiente do trabalho
Avaliações qualitativas de riscos - fatores de riscos – por GHE
Avaliações quantitativasde riscos - fatores de riscos – por GHE
Identificação dos Trabalhadores por área, GHE e fatores de risco
Recomendações
Conclusão por Trabalhador, por área, GHE e fatores de risco
Encerramento
Anexo 1 – resultados das análises químicas
Anexo 2 – resultados das dosimetrias
Anexo 3 – certificação dos equipamentos
Anexo 4 – responsável técnico
Anexo 5 – ART - anotação de responsabilidade técnica
Fonte: próprio autor.
Por escopo deve constar dizeres como: 
Este LTCAT tem por escopo fazer prova perante RFB e INSS 
quanto às condições especiais para as quais se subordinam os 
segurados deste estabelecimento empresarial de modo a conferir 
suporte material às informações subsequentes, via eSocial, 
58
UNIDADE II │ DOCUMENTAÇÃO APLICÁVEL
aduzindo os seguintes elementos probantes: se individual ou 
coletivo; identificação da empresa; identificação do setor e da 
função; descrição da atividade; identificação de agente nocivo 
capaz de causar danos à saúde e integridade física, arrolado 
na Legislação Previdenciária; localização das possíveis fontes 
geradoras; via e periodicidade de exposição ao agente nocivo; 
metodologia e procedimentos de avaliação do agente nocivo; 
descrição das medidas de controle existentes; conclusão; 
assinatura e identificação do engenheiro de segurança; data da 
realização da avaliação ambiental.
Para identificar o estabelecimento, pode-se utilizar algo como o quadro a seguir:
Quadro 8. Sugestão de Identificação de Estabelecimento no âmbito do LTCAT.
CNPJ 11.111.111./0001-11
Nome Empresarial ALIMENTOS SAUDAVEIS LTDA
Endereço
Logradouro RUA DA SAUDE, 51
Bairro VILA VIDA
Cidade / Estado SAUDADE/SP
CEP 12345-000
Telefone 4444-4444
CNAE-Preponderante 10.13-9-01
GIILDRAT Grave
Alíquota do GIILDRAT 3%
FAP 0,7544
SAT AJUSTADO 2,2632
Número total de Segurados Empregados
57
SEXO MASCULINO SEXO FEMININO
52 5
Número total de Segurados Contribuintes Individuais
14
SEXO MASCULINO SEXO FEMININO
10 4
Número total de Segurados Trabalhadores Avulsos
 
SEXO MASCULINO SEXO FEMININO
 
Número total de Segurados Prestadores de Serviço
30
SEXO MASCULINO SEXO FEMININO
30
Número total de Trabalhadores
101
SEXO MASCULINO SEXO FEMININO
92 9
Fonte: próprio autor.
59
DOCUMENTAÇÃO APLICÁVEL │ UNIDADE II
Contornos de desfecho
Com esse apanhado, fica clara a necessidade de assumir a saúde do trabalhador 
e o meio ambiente do trabalho como itens estratégicos (variáveis essenciais de 
controle) a qualquer programa de gestão. 
Nessa esteira, define-se como desautorizado qualquer argumento relacionado 
ao tema PPRA e LTCAT que desconsidere a multidimensão sistêmica com a qual 
esses instrumentos de gestão devem ser tratados, notadamente pelo fato de 
repercutirem diretamente na credibilidade e na pessoa do empresário (e seus 
stakeholders), com fortes impactos e responsabilizações, inclusive ambientais, 
previdenciárias, tributárias e penais, cíveis e trabalhistas.
Dessa forma, espera-se ter demonstrado o suporte teórico ao programa de 
gestão no tocante às consequências estratégicas, administrativas e econômicas, 
em especial àquelas jurídicas referentes às obrigações trabalhistas (PPRA) e 
tributário-previdenciárias (LTCAT). 
Reafirma-se a proposição, colocada no início deste capítulo, segundo a qual 
as empresas devem resistir ao assédio argumentativo de setores atrasados de 
Medicina e Engenharia de Segurança do Trabalho que alimentam a proliferação 
de programas trabalhistas de segurança e saúde ocupacional apenas para 
cumprimento das normas regulamentadoras NR-9 (PPRA) e NR-7 (PCMSO); 
para produção de atestados de saúde ocupacional — ASO e elaboração de 
laudos (insalubridade, periculosidade e LTCAT) sem a menor visão sistêmica 
ou alinhamento político-estratégico com governança corporativa. 
Pior, além de não resistir, muitas vezes, as empresas (e os empresários) contratam, 
remuneram e são feitos reféns desses profissionais que representam a lógica 
obscura e cartorária que apenas gera papel desprovido de qualquer valor agregado; 
que sustenta o LTCAT não integrante do PPRA; que afirma o PPRA como não 
substituto do LTCAT — como se um filme cinematográfico não fosse composto por 
um conjunto cinético de “n” fotografias.
Diz-se refém, porque a empresa e o empresário assumem deliberadamente o polo 
passivo das relações jurídicas penais, sanitárias, ambientais, previdenciárias, 
tributárias, cíveis e trabalhistas, por culpa in vigilando ou in elegendo; ficam presos 
às definições e atitudes de SST tomadas por esses profissionais de mentalidade 
obsoleta, representantes de um programa obsoleto; não conseguem demonstrar a 
gestão eficaz do meio ambiente do trabalho.
60
UNIDADE II │ DOCUMENTAÇÃO APLICÁVEL
Em tom de arremate, desfecha-se que — no limite do raciocínio aqui defendido, 
usando a figura da ilação — se nenhuma norma jurídica impusesse ou facultasse 
a substituição do LTCAT pelo PPRA, ainda assim, ou mesmo por tudo isso, seria 
fundamental que isso acontecesse, sob pena de alvejar de morte qualquer movimento, 
minimante sério, de gestão que se queira fazer no tocante ao meio ambiente do 
trabalho. 
Nos tempos atuais, o que se cobra do empresário não é se ele tem esse ou aquele 
documento ou programa; mas, essencialmente, resultados. Sem programa de 
gestão é impossível dizê-los, produzi-los, demonstrá-los, muito menos usá-los 
para fins de prestação de contas empresariais, sociais ou judiciais (absolvição 
penal ou resistência às fortes contendas sanitárias, ambientais, previdenciárias, 
tributárias, cíveis e trabalhistas decorrentes da má ou da ausência de gestão).
Como sustentar inocência, competência, responsabilidade social, elisão e 
regularidade fiscal, credibilidade e governança corporativa da empresa se as 
métricas ambientais, sanitárias, previdenciárias, tributárias e trabalhistas 
produzidas pela própria empresa dão provas cabais do contrário?
Entende-se por métrica, por exemplo: a quantidade e duração de benefício 
acidentário (permanente ou temporário); a quantidade de SAT paga pela empresa 
em contrapartida aos valores desembolsados pelo INSS para sustentar esses 
acidentados; a quantidade de segurados declarados em GFIP como expostos até 
abril de 1999 que deixaram de sê-lo de maio em diante; a quantidade de LTCAT 
declaratórios de aposentadoria especial (ambiente ruim ou péssimo) antes 
da edição da lei que cria o tributo correlato; contradição explícita entre pagar 
insalubridade e não reconhecer especial em GFIP a partir de novembro de 2003, 
data em que tais institutos são sinônimos (passam a ter os mesmos requisitos); e 
por aí vai!
Basta olhar o teor dessas métricas para perceber o quão obsoleto é suscitar a não 
consideração do LTCAT como parte integrante do PPRA. Pode parecer exagero, mas 
é disso (métricas) que se trata ao se questionar a lisura, conveniência e pertinência, 
inclusive política, de não se adotar um programa de gestão, que, em outras palavras, 
não substitui o LTCAT pelo PPRA. 
Esse item de discussão faz parte de um todo corporativo que prenuncia de que 
lado está a empresa: amarrada a um modelo sabidamente esgotado baseado em 
papeleira cega (cartorário) ou avançada em direção à governança corporativa, 
baseada em gestão de resultados (sistêmica)? Detalhe: a figura da métrica só faz 
sentido sob o âmbito da gestão sistêmica. 
61
DOCUMENTAÇÃO APLICÁVEL │ UNIDADE II
Vantagens — ponto a ponto
O correto e bastante vantajoso para a empresa é elaborar apenas o documento base 
do PPRA, com as avaliações ambientais — LTCAT — quantitativas, periódicas, 
compatíveis com a GFIP e com todas as retroalimentações sistêmicas, com 
outputs — LTCAT individual — apenas para aqueles casos de exceção (para fins de 
aposentadoria especial), uma vez quea regra geral é considerar os dados do CNIS. 
A exceção se dá quando o INSS suspeita de alguma irregularidade no CNIS ou 
no PPP do requerente para fins de investigação de fraude ou simples verificação 
administrativa ou quando não houver obrigatoriedade de fazer o PPRA, como nos 
casos das cooperativas. 
Nesse caso, faz-se um programa de gestão com o PPRA como estrutura que, 
além dos itens programáticos afins (exigências do MTE), contemple avaliações 
ambientais que assegurem suporte documental às declarações periódicas feitas 
em GFIP, mês a mês pela empresa, inclusive para dizer que não deve tributo 
(exigências tributárias — RFB e penais), bem como instrua processo de concessão 
da aposentadoria especial nos casos de suspeição do CNIS ou PPP, abrangendo os 
requisitos do LTCAT (exigência do INSS).
Dessa forma, consegue-se transformar uma questão política em metodológica, pois 
agregar as respostas a toda e qualquer demanda, interna e externa à empresa, a 
um único documento (sistema), além das vantagens corporativas de economia 
processual, aumento de eficiência e segurança jurídica, produz um reforço na solidez 
das argumentações levadas a efeito pela empresa.
Melhor dizendo, ter-se-ia a emancipação de um documento (LTCAT isolado) 
pecuniário (dar ou não direito, pagar ou não tributo) e sindical (item constante 
de discussão em acordo/convenção coletivos) ao status de documento técnico 
essencialmente de prevenção (PPRA), visto que vai permitir, por exemplo, eliminar 
qualquer questionamento quanto aos adicionais de insalubridade, periculosidade, 
entre outras coisas, exatamente porque o PPRA é apresentado e discutido 
institucionalmente com a CIPA e com os demais programas, e, por conseguinte, por 
ela chancelado a priori. Sem dúvida essa é uma enorme vantagem política ao tempo 
que elimina um grande campo de atrito com os trabalhadores e sindicatos. 
Outra vantagem expressiva de considerar o PPRA como substituto do LTCAT diz 
respeito à eliminação de incompatibilidades, muito comum quando se fracionam 
os documentos que retratam uma mesma realidade, notadamente depois da 
62
UNIDADE II │ DOCUMENTAÇÃO APLICÁVEL
unificação de critérios de insalubridade e aposentadoria especial33 baseados na 
NR-15 do MTE, segundo os quais as referências internacionais (ACGIH) só seriam 
demandadas quando norma brasileira fosse omissa.
Por sucedâneo e na sequência do argumento acima, acaba-se também com a 
incongruência absurda (existente hoje para quem faz vários laudos: insalubridade, 
especial, RFB, ambiental, todos para retratar uma mesma realidade laboral) de 
dizer em um documento que o empregado tem direito e noutro, que não tem. Com o 
PPRA como chassi único para várias avaliações ambientais (laudos), e substituto do 
LTCAT, isso definitivamente acaba.
Vale destacar que, adotando o PPRA como chassi único, adota-se, por conseguinte, a 
tese do filme cinematográfico, como coletânea cinética de várias fotos (LTCAT). Assim, 
em que pese o PPRA ser um programa, nada afasta sua natureza técnica no tocante 
à avaliação ambiental periódica nele inclusa. Assim, por causa do caráter híbrido 
(gerencial e técnico; programas e laudos), o PPRA como substituto do LTCAT cumpre 
perfeitamente as duas funções, o que permite à empresa responder prontamente às 
eventuais lides ou demandas. Isso vale inclusive como elemento de fomento à melhoria 
do meio ambiente de trabalho, pois, ao sugerir adoção de documento único, estará, via 
de consequência, delimitando as competências e responsabilidades.
Finalmente, todo laudo ambiental para produzir efeito precisa de ART no CREA, 
especificamente, LTCAT, precisa de uma ART para profissional de Engenharia de 
Segurança do Trabalho. Isso já é assim, por força da lei que regula essa profissão e 
por conta da Resolução Confea 359/1991. 
Como a parte de avaliação ambiental do PPRA tem várias fases, a adoção de PPRA 
como documento único traz vantagem competitiva e dá segurança jurídica à empresa 
que assim proceder, pois normatiza quem é quem em relação a cada etapa do 
PPRA, de forma que há ART para elaboração e ART para execução. Em qualquer 
empreendimento de Engenharia funciona assim, como exemplo: ART de calculista, 
ART de projeto, ART de construção e ART de operação. 
33 Decreto no 4.882/2003 uniformiza os critérios de insalubridade (trabalhista) e aposentadoria especial 
(tributário-previdenciário).
63
CAPÍTULO 3
Análise Ergonômica do Trabalho – AET
O Ministério da Economia – ME, via Secretaria de Inspeção do Trabalho (antigo 
Ministério do Trabalho e Emprego - MTE) desenvolve, de forma tripartite, 
sustentabilidade, empregabilidade e produtividade, as Normas Regulamentadoras 
visando atender ao previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). As Normas 
Regulamentadoras, também conhecidas como NR’s, regulamentam e fornecem 
orientações sobre procedimentos obrigatórios relacionados à SST.
Entre essas regulamentações, a Ergonomia surge como importante disciplina para 
o desenvolvimento de práticas com outras áreas do conhecimento, tornando-as 
compatíveis às necessidades, às habilidades e às limitações humanas. Palavra de 
origem grega ergon (trabalho) e nomos (leis), a Ergonomia é a ciência que estuda 
a interação do Homem com outros elementos ou sistemas visando à promoção da 
segurança, da saúde, do conforto e do bem-estar ao trabalhador.
A Norma Regulamentadora no 17 (NR17), que trata da Ergonomia, tem por objetivo 
estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho 
às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar 
o máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. A Norma indica ao 
empregador a incumbência de realizar a Análise Ergonômica do Trabalho (AET), 
buscando compreender o trabalho, para transformá-lo, com a participação dos 
trabalhadores no processo de elaboração, efetivação e validação das ações a serem 
implementadas.
A abordagem ergonômica contribui para que as ações atendam às necessidades 
psicofisiológicas dos trabalhadores e, consequentemente, para a melhoria 
das condições de trabalho quanto à segurança, à saúde e à qualidade de vida, 
influenciando também nos ganhos em termos de produtividade e empregabilidade 
(BRASIL, 2002).
A Análise Ergonômica do Trabalho é elaborada de acordo com as diretrizes do 
eSocial, Decreto no 8.373, de 11 de dezembro de 2014 - Sistema de Escrituração 
Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas, e com as diretrizes 
da NR-17. É feita a partir da análise de uma demanda, que pode ser sobre a 
consequência da concepção de equipamentos ou da melhoria do ambiente do 
trabalho (demanda preventiva), do número elevado de doença ou acidente do 
trabalho (demanda de saúde), das reclamações de sindicato dos trabalhadores 
64
UNIDADE II │ DOCUMENTAÇÃO APLICÁVEL
(demanda social), da notificação de auditores fiscais do trabalho ou das ações 
civis públicas (demanda legal).
A Análise Ergonômica do Trabalho é parte integrante das Normas 
Regulamentadoras, devendo estar articulada com as demais normas de 
Segurança e Medicina do Trabalho, em particular com o Programa de Controle 
Médico da Saúde Ocupacional – PCMSO e com o Programa de Prevenção de 
Riscos Ambientais – PPRA. 
Com ela, espera-se chegar às causas e possíveis sugestões de melhorias 
ergonômicas nos ambientes e funções laborais, diagnosticando e 
estabelecendo medidas que visem à melhoria dos postos de trabalho, com o 
objetivo de proporcionar uma efetiva adaptação das condições de trabalho 
às características psicofisiológicas dos trabalhadores, proporcionando o 
máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. Para fins práticos, 
sugere-se uma estruturação da AET com a seguinte moldura:
Quadro 9. Itens Estruturantes de uma AET.I.
I. Introdução
II. Bases Legais
III. Identificação e Caracterizaçãoda Empresa
IV. Análise da Demanda e do Contexto
V. Análise Global da Empresa
VI. Análise da População de Trabalhadores
VII. Registro e Divulgação de Dados
VIII. Das Responsabilidades
IX. Metodologia para Avaliação dos Agentes Ambientais
X. Metodologia para a Análise Ergonômica do Trabalho
XI. Relação dos Ambientes que demandam a AET
XII. Descrição do Ambiente
XIII. Modelo de Mapa Ergonômico
XIV. Análise Ergonômica do Trabalho - Produção
XV.Tabela 23 - riscos ergonômicos - eSocial
XVI.Gráfico de criticidades por atividade
XVII.Conclusões e constatações
XVIII.Equipamentos sugeridos
XIX.Considerações finais
XX.Termo de responsabilidade técnica
Fonte: Próprio autor.
65
CAPÍTULO 4
Documentação Esparsa Relacionada à 
EST
Ademais à documentação destacada, há uma documentação periférica, igualmente 
importante, que se destaca, conforme listagem abaixo:
 » PPP34.
 » CAT35.
 » Sinan3637.
 » Plano de cargas para gruas – Anexo III da NR 18.
 » Plataformas de trabalho aéreo – PTA - Anexo IV da NR 18.
 » Permissão de entrada e trabalho – PET- Anexo II da NR 33.
 » Comunicação de incidente em plataforma – CIP Anexo IX da NR 37.
 » Projeto de instalações de segurança contra incêndio e pânico.
 » Para o PPP, há uma abordagem na sequência; para CAT38, sugere-se 
consulta ao site indicado na nota de rodapé, idem para Sinan39.
Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP
O Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) é um documento histórico-laboral do 
trabalhador que reúne, entre outras informações, dados administrativos, registros 
ambientais e resultados de monitoração biológica, durante todo o período em que 
este exerceu suas atividades. Desse modo, o PPP é um formulário com campos a 
serem preenchidos com todas as informações relativas ao empregado, tais como: 
a atividade exercida, o tipo de agente nocivo ao qual o trabalhador foi exposto, a 
34 Anexo I da Instrução Normativa no 85 /PRES/INSS de 18 de fevereiro de 2016. Substitui o Anexo XV da IN no 77/PRES/INSS, 
de 21 de janeiro de 2015.
35 Portaria MPAS no 5.817, de 6 de outubro de 1999 - DOU de 7/10/1999.
36 Brasília (DF). Portaria de Consolidação MS no 4/ 2017. Disponível em: http://www.portalsinan.saude.gov.br/images/
documentos/Legislacoes/Portaria_Consolidacao_4_28_SETEMBRO_2017.pdf. Acesso em: 11 ago. 2019.
37 Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN. Ministério da Saúde. Disponível em: http://www.portalsinan.
saude.gov.br/. Acesso em: 11 ago. 2019.
38 Cadastramento da Comunicação de Acidente de Trabalho – CAT. INSS. Disponível em: http://cat.inss.gov.br/servicos/cat/cat.
shtm. Acesso em: 11 ago 2019.
39 Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN. Ministério da Saúde. Disponível em: http://www.portalsinan.
saude.gov.br/. Acesso em: 11 ago. 2019.
66
UNIDADE II │ DOCUMENTAÇÃO APLICÁVEL
intensidade e a concentração do agente, os exames médicos clínicos realizados. A 
finalidade do Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) é:
 » comprovar as condições para habilitação de benefícios e serviços 
previdenciários;
 » prover o trabalhador de meios de prova produzidos pelo empregador 
perante a Previdência Social, a outros órgãos públicos e aos sindicatos, 
de forma a garantir todo direito decorrente da relação de trabalho, seja 
ele individual, difuso ou coletivo;
 » prover a empresa de meios de prova produzidos em tempo real, de 
modo a organizar e a individualizar as informações contidas em seus 
diversos setores ao longo dos anos, possibilitando que a empresa evite 
ações judiciais indevidas relativas a seus trabalhadores;
 » possibilitar aos administradores públicos e privados acessos a bases 
de informações fidedignas, como fonte primária de informação 
estatística, para desenvolvimento de vigilância sanitária e 
epidemiológica, bem como definição de políticas em saúde coletiva.
Os documentos que servem de base para a emissão do PPP são parte integrante das 
seguintes demonstrações ambientais: 
 » Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA); 
 » Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR); 
 » Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da 
Construção (PCMAT); 
 » Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO); 
 » Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho (LTCAT), que 
poderá ser substituído ou complementando pelos seguintes documentos: 
 › laudos técnico-periciais emitidos por determinação da Justiça do 
Trabalho, em ações trabalhistas, acordos ou dissídios coletivos; 
 › laudos emitidos pela Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança 
e Medicina do Trabalho (Fundacentro); 
 › laudos emitidos pelo MTE ou, ainda, pelas Superintendências 
Regionais do Trabalho em Emprego (SRTE), anteriormente 
denominadas DRTs; 
67
DOCUMENTAÇÃO APLICÁVEL │ UNIDADE II
 › laudos individuais acompanhados de: 
 · Autorização escrita da empresa para efetuar o levantamento, 
quando o responsável técnico não for seu empregado; 
 · Cópia do documento de habilitação profissional do engenheiro 
de segurança do trabalho ou médico do trabalho, indicando sua 
especialidade; 
 · Nome e identificação do acompanhante da empresa, quando o 
responsável técnico não for seu empregado; 
 · data e local da realização da perícia. 
O Inciso V do art. 291 da IN 971 da RFB autoriza substituição do LTCAT pelo PPRA.
I - PPRA, que visa à preservação da saúde e da integridade dos 
trabalhadores, por meio da antecipação, do reconhecimento, 
da avaliação e do consequente controle da ocorrência de riscos 
ambientais, sendo sua abrangência e profundidade dependentes 
das características dos riscos e das necessidades de controle, 
devendo ser elaborado e implementado pela empresa, por 
estabelecimento, nos termos da NR-9, do MTE;
II - Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), que é obrigatório 
para as atividades relacionadas à mineração e substitui o PPRA 
para essas atividades, devendo ser elaborado e implementado 
pela empresa ou pelo permissionário de lavra garimpeira, nos 
termos da NR-22, do MTE;
V - LTCAT, que é a declaração pericial emitida para evidenciação 
técnica das condições ambientais do trabalho, podendo ser 
substituído por um dos documentos dentre os previstos nos 
incisos I e II, conforme disposto neste ato e na Instrução Normativa 
que estabelece critérios a serem adotados pelo INSS.
Quando o PPRA substituir o LTCAT, deve obedecer a exigências complementares 
dadas pela IN 77 do INSS, de forma a deixar clara a individualização das 
informações por trabalhador, com data, assinatura e conclusão, para fins 
de reconhecimento de direito previdenciário. O PPP deverá ser atualizado 
sempre que houver alteração que implique mudança das informações contidas 
nas suas seções, com a atualização feita pelo menos uma vez ao ano, quando 
permanecerem inalteradas suas informações. 
68
UNIDADE II │ DOCUMENTAÇÃO APLICÁVEL
A cooperativa de trabalho, bem como a empresa contratada para prestar serviços 
mediante cessão de mão de obra, emitirá o PPP com base nos laudos técnicos 
de condições ambientais de trabalho emitido pela empresa contratante de 
cooperados ou de empregados, conforme o caso, para a prestação de serviços 
que os sujeitem a condições ambientais de trabalho que prejudiquem a saúde 
ou a integridade física, quando o serviço for prestado em estabelecimento da 
contratante.
Geratriz do eSocial – Semente da SST40. PPP meio magnético. Após a 
implantação do PPP em meio magnético pela Previdência Social, este 
documento será exigido para todos os segurados, independentemente do 
ramo de atividade da empresa e da exposição a agentes nocivos, e deverá 
abranger também informações relativas aos fatores de riscos ergonômicos e 
mecânicos. IN INSS No 96, DOU 27/10/2003. Art. 187-A. A partirde 1o de janeiro 
de 2004, a empresa ou equiparada à empresa deverá elaborar PPP, conforme 
o Anexo XV, de forma individualizada para seus empregados, trabalhadores 
avulsos e cooperados, expostos a agentes nocivos químicos, físicos, biológicos 
ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física, 
considerados para fins de concessão de aposentadoria especial. Parágrafo 
único. Após a implantação do PPP em meio magnético, pela Previdência Social, 
esse documento será exigido para todos os segurados, independentemente do 
ramo de atividade da empresa e da exposição a agentes nocivos. O PPP foi 
informatizado pelo Grupo de Trabalho41, segundo §1o O Grupo de Trabalho 
deverá elaborar as definições e escopo do projeto para elaboração de sistema 
informatizado, cujo objetivo geral é o estabelecimento de um meio eletrônico 
de preenchimento, encaminhamento e formação de banco de dados da 
profissiografia dos trabalhadores brasileiros a fim de atender ao disposto na 
Instrução Normativa INSS/DC no 96, de 23 de outubro de 2003.
40 IN INSS no 78 de 16/7/2002, Art 188. VI – o Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP (Anexo XV), é o documento histórico-
laboral, individual do trabalhador que presta serviço à empresa, destinado a prestar informações ao INSS relativas a efetiva 
exposição a agentes nocivos que entre outras informações registra dados administrativos, atividades desenvolvidas, registros 
ambientais com base no LTCAT e resultados de monitorização biológica com base no PCMSO (NR-7) e PPRA (NR-9);§ 1o O 
PPP deve ser emitido pela empresa com base no LTCAT e assinado por representante administrativo e médico do trabalho, e 
ainda pelo engenheiro de segurança do trabalho, de conformidade com o dimensionamento do SESMT;§ 2o O PPP deverá ser 
emitido magneticamente com a seguinte periodicidade: a) anualmente, na mesma época em que se apresentar os resultados 
da análise global do desenvolvimento do PPRA, do PGR e do PCMAT, nos termos dos itens 9.2.1, 9.2.1.1 e 93.1 da NR – 09, do 
MTE; b) nos casos de alteração de “lay out” da empresa com alterações de exposições de agentes nocivos mesmo que o código 
da GFIP/SEFIP não se altere; § 3o O PPP deverá ser emitido fisicamente (meio papel) nas seguintes situações: a) por ocasião 
do encerramento de contrato de trabalho, quando deverá ser emitido em meio físico (papel), em duas vias, com fornecimento 
de uma das vias para o empregado mediante recibo; b) para ser encaminhado à Perícia Médica da Previdência Social, em meio 
físico (papel), por ocasião de requerimento de benefícios por incapacidade; c) para fins de requerimento de reconhecimento 
períodos laborados em condições especiais; § 4o A não manutenção de Perfil Profissiográfico Previdenciário atualizado ou o 
não fornecimento do mesmo ao empregado, por ocasião do encerramento do contrato de trabalho ensejará aplicação de multa 
prevista na alínea “o”, inciso II, art. 283 do RPS.
41 Portaria MPS n. 552, de 21 de novembro de 2012 - DOU de 23/11/2012.
69
DOCUMENTAÇÃO APLICÁVEL │ UNIDADE II
Tem-se então a gênese dos eventos do eSocial: o PPP. Graças a esse documento 
e suas características previdenciárias e tributárias, que houve força para se criar 
os eventos de SST no âmbito do Sistema de Escrituração Digital das Obrigações 
Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas - eSocial.
O eSocial foi instituído oficialmente pelo Decreto no 8. 373/2014, sendo o 
instrumento de unificação de prestação das informações referentes à escrituração 
das obrigações fiscais, previdenciárias e trabalhistas. Tem por finalidade 
padronizar sua transmissão, validação, armazenamento e distribuição. É um 
produto do Serviço Público de Escrituração Digital (SPED) que substitui e 
simplifica uma série de obrigações como a Relação Anual de Informações Sociais - 
RAIS, GFIP, Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED, Manual 
Normativo de Arquivos Digitais – MANAD, entre outras rotinas, exigindo maior 
rigor na administração da empresa, pois envolverá todos os seus setores, como 
o de pessoal, contábil, fiscal, de segurança, de medicina ocupacional e gestores. 
Com ele, o Governo pretende atender as necessidades de todos os órgãos públicos 
participantes, como a Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), Ministério 
do Trabalho e Emprego (MTE), Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Caixa 
Econômica Federal (CEF) e Conselho Curador do Fundo de Garantia por Tempo de 
Serviço (FGTS), bem como a Justiça do Trabalho, em especial no módulo relativo 
ao tratamento das Ações Reclamatórias Trabalhistas. 
A prestação das informações ao eSocial substituirá, na forma disciplinada pelos 
órgãos competentes, a obrigação de entrega das mesmas informações em outros 
formulários e declarações atuais a que estão sujeitos todos os empregadores e 
fontes pagadoras. 
Foi nesse compasso e grande senso de oportunidade que se fez o acoplamento 
entre o SPED e a SST, graças ao PPP que consegue ativar as duas pontas: 
tributação e meio ambiente do trabalho.
Tem-se então os eventos S-2210 – Comunicação de Acidente de Trabalho, S-2220 
– Monitoramento da saúde do trabalhador e S-2240 – Condições Ambientais do 
Trabalho – Fatores de Risco para Aposentadoria Especial. O S-2220 e S-2240 
são resultantes da pulverização dos campos e registros do PPP, antes em papel, 
agora em meio magnético via eSocial, impresso apenas quando da rescisão 
contratual para entrega ao trabalhador com contrarrecibo.
Conforme Anexo I da IN 85, de 2016, a empresa ou equiparada deverá elaborar 
o Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP), de forma individualizada para 
seus empregados, trabalhadores avulsos e cooperados, que trabalhem expostos 
70
UNIDADE II │ DOCUMENTAÇÃO APLICÁVEL
a agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou a associação de agentes 
prejudiciais à saúde ou à integridade física, considerados para fins de concessão 
de aposentadoria especial, ainda que não presentes os requisitos para a concessão 
desse benefício, seja pela eficácia dos equipamentos de proteção, coletivos ou 
individuais, seja por não caracterizar a permanência da exposição do trabalhador 
a tais agentes.
O PPP deverá ser emitido: 
 » pela empresa empregadora quando se tratar de empregado; 
 » pela cooperativa de trabalho ou de produção, no caso de cooperado 
filiado; 
 » pelo Órgão de Gestão de Mão de Obra – OGMO, no caso de 
trabalhador avulso portuário a ele vinculado; 
 » pelo sindicato de classe, no caso de trabalhador avulso não portuário 
a ele vinculado. 
Em relação aos agentes químicos e ao agente físico ruído, a exigência do PPP 
ficará condicionada: 
 » ao alcance dos níveis de ação de que trata o subitem 9.3.6, da NR no 9 
(Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA);
 » aos demais agentes, mediante simples presença no ambiente de trabalho.
Considera-se nível de ação o valor acima do qual devem ser iniciadas ações 
preventivas de forma a minimizar a probabilidade de que as exposições a 
agentes ambientais ultrapassem os limites de exposição. As ações devem incluir 
o monitoramento periódico da exposição, a informação aos trabalhadores e o 
controle médico.
Deverão ser objeto de controle sistemático as situações que apresentem exposição 
ocupacional acima dos níveis de ação, conforme indicado nas alíneas que seguem:
 » para agentes químicos, a metade dos limites de exposição 
ocupacional considerados de acordo com a alínea “c” do subitem 
9.3.5.1 da NR 942;
42 O subitem 9.3.5 prevê: Deverão ser adotadas as medidas necessárias suficientes para a eliminação, a minimização ou o controle 
dos riscos ambientais sempre que forem verificadas uma ou mais das seguintes situações: (...) c) quando os resultados das 
avaliações quantitativas da exposição dos trabalhadores excederem os valores dos limites previstos na NR-15 ou, na ausência 
destes os valoreslimites de exposição ocupacional adotados pela ACGIH - American Conference of Governmental Industrial 
Higyenists, ou aqueles que venham a ser estabelecidos em negociação coletiva de trabalho, desde que mais rigorosos do que os 
critérios técnico-legais estabel.
71
DOCUMENTAÇÃO APLICÁVEL │ UNIDADE II
 » para o ruído, a dose de 0,5 (dose superior a 50%), conforme critério 
estabelecido na NR 15 (Atividades e Operações Insalubres), Anexo I, 
item 6.
O PPP será impresso nas seguintes situações:
 » por ocasião da rescisão do contrato de trabalho ou da desfiliação da 
cooperativa, sindicato ou OGMO, em 2 vias, com fornecimento de uma 
das vias para o trabalhador, mediante recibo;
 » sempre que solicitado pelo trabalhador, para fins de requerimento de 
reconhecimento de períodos laborados em condições especiais;
 » para fins de análise de benefícios por incapacidade, a partir de 
1/1/2004, quando solicitado pelo INSS;
 » para simples conferência por parte do trabalhador, pelo menos 
uma vez ao ano, quando da avaliação global anual do Programa de 
Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), até que seja implantado o 
PPP em meio magnético pela Previdência Social; e 
 » quando solicitado pelas autoridades competentes.
O PPP deverá ser assinado por representante legal da empresa, com poderes 
específicos outorgados por procuração, contendo a indicação dos responsáveis 
técnicos legalmente habilitados, por período, pelos registros ambientais e 
resultados de monitoração biológica. 
A comprovação da entrega do PPP, na rescisão de contrato de trabalho ou na 
desfiliação da cooperativa, sindicato ou OGMO, poderá ser feita no próprio 
instrumento de rescisão ou de desfiliação, bem como em recibo à parte. 
O PPP e a comprovação de entrega ao trabalhador, na rescisão de contrato de 
trabalho ou na desfiliação da cooperativa, sindicato ou OGMO, deverão ser 
mantidos na empresa por 20 (vinte) anos.
A prestação de informações falsas no PPP constitui crime de falsidade ideológica, 
nos termos do art. 297 do Código Penal, aprovado pelo Decreto-Lei n. 2.848/1940. 
As informações constantes no PPP são de caráter privativo do trabalhador, 
constituindo crime, nos termos da Lei no 9.029/1995, práticas discriminatórias 
decorrentes de sua exigibilidade por outrem, bem como de sua divulgação para 
terceiros, ressalvado quando exigida pelos órgãos públicos competentes.
72
UNIDADE II │ DOCUMENTAÇÃO APLICÁVEL
O PPP deverá ser atualizado sempre que houver alteração que implique mudança 
das informações contidas nas suas seções. A atualização deve ser feita pelo menos 
uma vez ao ano, quando permanecerem inalteradas suas informações.
Considerações finais
A Saúde do Trabalhador aqui discutida suscita ao estudante prevencionista um 
amplo espectro de possibilidades a partir da Constituição da República Federativa 
do Brasil - CRFB-1988.
Deve-se dominar as interfaces do Direito, sem renunciar aos conhecimentos 
técnicos relacionados ao meio ambiente do trabalho, como uma base comum e 
universal a qualquer sistema produtivo.
Os trabalhadores brasileiros precisam de um esforço acadêmico para 
transformar os processos produtivos “adoecedores” em ambientes sadios e, pela 
instrumentação jurídica aqui discutida, apontar saídas técnicas que valorizem as 
boas empresas. Para isso, há um imperativo de gestão que passa pelas métricas 
e indicadores, que necessariamente são suportados por documentação técnica 
concatenada, coerente, compatível, assertiva que garanta segurança técnica, 
administrativa, contábil e jurídica.
73
Referências
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Saraiva, 2006.
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da Previdência Social. Disponível em: HTTP://WWW81.DATAPREV.GOV.BR/
SISLEX/PAGINAS/42/1991/8213.htm. Acesso em: 11 ago. 2019.
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Brasil. Doenças relacionadas ao trabalho: manual de procedimentos para os 
serviços de saúde. Série A. Normas e Manuais Técnicos. Brasília, 580 p., 2001.
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Regulamentadora N. 17. Brasília, pp. 2-3, 2002.
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não exclui a do direito comum, em caso de dolo ou culpa grave do empregador.
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CAPEZ, F. Curso de Direito Penal. Parte Geral. v. 1, 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
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crime? Jus Navigandi, Teresina, ano 8, no 271, 4 abr. 2004. Disponível em: HTTP://
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OLIVEIRA, S. G. Indenizações por acidente do trabalho ou doença 
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74
REFERÊNCIAS
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ZAFFARONI, E. R. Manual de Direito Penal brasileiro. São Paulo: Revista dos 
Tribunais, 1998.
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