Buscar

ASPCTOS EM LOGISTICA

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Origens e Aspectos Conceituais da Logística
Quais São as Origens da Logística? Qual a Principal Importância Estratégica da Logística? Como Ocorreu o Desenvolvimento da Logística, a Partir do Ponto de Vista Econômico?
 A Logística é uma atividade humana que acompanha a própria evolução do homem. Pode-ser fazer um corte na história e pensar a partir dos homens das cavernas; veja que, quando estes nossos ancestrais iam caçar, algumas questões se faziam presentes, como, por exemplo:
Onde vamos caçar?
Que instrumentos de caça são necessários?
Como abater as caças? Como embalá-las? Como transportá-las?
Como armazenar a caça de tal modo que esteja em condições de uso?
Agora pense que, atualmente, as empresas executam essas atividades de compra, embalagem, transporte e armazenagem. Assim, a Logística tem sido utilizada, ao longo da história, por pessoas e instituições, quer seja de forma intencional e estruturada ou de forma intuitiva, como um meio de atingir os objetivos e metas definidos.
Não raro sua aplicação ocorre em um contexto multidisciplinar, como, por exemplo, o cálculo do custo de transporte utiliza conhecimento da área de custo, de informática, de matemática e, dependendo do caso, de estatística. Assim, a Logística é uma área de estudo inserida em um macrossistema, e, nesse sentido, busca os conhecimentos de outras áreas. Aliás, é uma área cujos conceitos ainda estão em fase de desenvolvimento.
Nesse sentido, a importância estratégica da Logística tem suas bases nas atividades militares, pois nelas se desenvolveram os princípios logísticos. Assim, o conceito de Logística – usado no ambiente acadêmico e empresarial – evoluiu e tomou forma a partir da vertente militar e do desenvolvimento econômico.
Este último se caracteriza como um dos motivadores da concorrência global, em que disponibilizar o produto certo, na hora certa, no lugar certo, na quantidade certa, com a qualidade certa e com preços adequados pode se transformar em fonte de vantagem competitiva.
O conceito de Logística tomou grande impulso com os estudos desenvolvidos na área militar, sobretudo a partir do século XVII, onde se publicou uma das primeiras tentativas de definição de Logística. Essa obra apresentou a Logística em cinco partes: (1) a estratégia, (2) a grande tática, (3) a logística, (4) a engenharia e (5) a pequena tática.
Nessa obra a Logística significava a “arte prática de movimentar os exércitos”, incluindo nesse contexto atividades como: o transporte, as medidas administrativas e as atividades de reconhecimento e de informação necessárias para a movimentação e a manutenção de forças militares organizadas.
É importante ressaltar como pontos principais dessa abordagem belicista o desenvolvimento da Logística dentro do âmbito militar que, em princípio, foi encarada como uma função meramente operacional, concentrando-se apenas nas atividades administrativas relativas aos deslocamentos, ao acampamento e alojamento das tropas em campanha. Em seu estágio natural de evolução, esse conceito foi revisto logo na Primeira Guerra Mundial, assumindo papel de maior relevância.
 Na Segunda Guerra Mundial ficou evidenciado que o fator logístico superava, em dimensão e complexidade, os fatores estratégicos e táticos. Isso porque o transporte e a distribuição de grandes quantidades de material bélico e humano exigidas pelas operações planejadas constituíram uma séria preocupação em todas as fases das operações.
Assim, a idéia de que cada plano estratégico ou tático deva corresponder a um planejamento logístico, que implementasse suas ações, passou a assumir uma dimensão mais ampla e consolidada.
A partir da década de 1950 – portanto, após a Segunda Guerra Mundial – o termo logística adquiriu grande importância devido à função estratégica que desempenhou no sucesso das operações militares; então as forças armadas dos Estados Unidos concluíram que a definição de logística incluía todas as atividades militares referentes à provisão e administração de material, pessoal e instalações. Posteriormente, foram acrescentadas as atividades de treinamento e bem-estar das tropas e, depois, as relacionadas à obtenção e prestação de serviços.
A referida década (1950) é chamada por muitos de a década do renascimento logístico, ocasião em que o conceito de marketing foi incorporado à rotina administrativa das empresas e a Logística assumiu a prestação de serviço necessária à satisfação dos clientes com os custos associados.
Conceitos mais recentes tratam as atividades logísticas sob dois aspectos distintos: (A) um de caráter nacional, voltado aos interesses de um país, e (B) de caráter militar.
O conceito de logística nacional confunde-se com o conceito de economia nacional, pois atende não somente as necessidades de caráter militar, mas também as de ordem civil, as imposições da política internacional e os interesses comerciais.
O desenvolvimento da Logística, a partir do ponto de vista econômico, pode ser mais bem entendido quando se dividiu a evolução da Logística em quatro (4) fases, chamando-as de revoluções.
Assim, a primeira revolução logística data do século XI, quando a Igreja Católica iniciou o processo de desestruturação da sociedade feudal. Como conseqüência veio às guerras de conquistas chamadas de cruzadas, nas quais por trás dos motivos religiosos existiam interesses econômicos. Esse fato resultou em avanços tecnológicos e culturais, decorrentes do intercâmbio comercial que se criou na reconquista da Europa.
Os pequenos feudos (formas de organização social européia da Idade Média, cujas características se pautavam no poder centralizado nas mãos dos senhores feudais, na economia baseada na agricultura e na utilização do trabalho servil) retiram as suas barreiras “físicas” que os mantinham isolados de qualquer intercâmbio com outros agrupamentos humanos, estabelecendo, dessa forma, relações comerciais fora de suas fronteiras.
Alguns autores destacam que essa revolução trouxe as seguintes conseqüências: (A) o aumento considerável do comércio a grandes distâncias; (B) o surgimento de novas cidades mercantes e o aumento dos acessos a centros comerciais e cidades industriais, com população mínima de 100 000 habitantes; (C) o aumento da produção especializada e do emprego na Europa; (D) o surgimento de uma nova classe social com aprovação política; (E) a criação de redes comerciais próximas ao litoral e ao longo dos rios da Europa.
Tais conseqüências enfatizam a necessidade de maior movimentação de pessoas e produtos, o que fortalece a importância da Logística. A primeira revolução da Logística contribuiu para o surgimento da segunda revolução, em função da dinamização do fluxo monetário e um crescente volume de créditos, devido à intensificação do comércio. Isso teve como conseqüência a criação de alguns bancos europeus com práticas de garantias monetárias, notadamente no século XVII em Amsterdam e Londres.
Dessa forma, as conseqüências foram: (A) ampliação das distâncias no comércio multilateral; (B) incremento da especialização da produção na Europa e o surgimento de um sistema de apoio à manufatura, próximo dos novos centros econômicos; (C) surgimento de novas cidades onde os poderes políticos e econômicos se integravam; (D) domínio total da nova classe e do governo absolutista; (E) expansão da criatividade e do conhecimento nas ciências e nas artes, em poucos centros notadamente em Amsterdam, Paris e Londres; (F) surgimento de um novo modelo de rede de comércio internacional concentrado, sobretudo, em Londres, Paris e Amsterdam, no centro geográfico da Europa.
Por sua vez, a terceira revolução da Logística ocorreu em função de duas grandes
Mudanças: a primeira foi o entendimento de que a divisão coordenada do trabalho aumenta a capacidade de produção; a segunda foi à consciência de que as técnicas de produção são variáveis, podendo ser adequadas em função do contexto, tornando-se poderosas fontes de ganhos comerciais.
Essa fase ocorreu em Londres com a primeira Revolução Industrial – caracterizada – pela
utilização do ferro como matéria-prima e do carvão como fonte de energia, que teve como destaque a indústria têxtil na Europa, entre 1760 e 1800, com a utilização de máquinas que impulsionaram o desenvolvimento tecnológico do setor.
Assim, com essa nova consciência de ganhos por meio da divisão de trabalho e a utilização de novas tecnologias como forma de integração vertical de redes de fábricas ressalta–se as seguintes conseqüências:
Aumento expressivo do comércio a longas distâncias, especialmente atravessando o Atlântico Norte;
Divisão do trabalho entre regiões e países;
O crescente surgimento de cidades industriais e metrópoles nas proximidades das fontes de matérias-primas, aglomerações de mercado;
Expansão da riqueza em mãos dos novos industriais;
Surgimento e rápido crescimento de duas novas classes sociais da era industrial: _ os operários e os capitalistas;
Adaptações do sistema político ajustado à demanda de novos planos organizacionais no mercado de trabalho e para a proteção da propriedade em outras partes do mundo;
Expansão criativa em ciências, engenharia e artes, e, seqüencialmente, em centros industriais como a Europa e a América do Norte;
Surgimento de uma nova rede internacional e inter-regional de centros industriais, orientados em primeiro momento em direção ao Atlântico Norte.
A quarta revolução da Logística surgiu em meio à expansão industrial mundial (1860-1900), período em que ocorreu a segunda Revolução Industrial, caracterizada pelo uso do aço como matéria-prima e da eletricidade como fonte de energia.
Assim, a quarta revolução da Logística foi caracterizada pelo desenvolvimento tecnológico e industrial que extrapolou as fronteiras da Inglaterra e depois da Europa. Nesse contexto, França, Alemanha, Itália, Bélgica, Holanda, Estados Unidos e Japão aderiram a essa nova fase de expansão econômica.
A quarta revolução da Logística está associada ao aumento do processamento da informação e da capacidade de comunicação, assim como do desenvolvimento do conhecimento. Desenvolvimento que ocorreu paralelamente à sucessiva melhora dos sistemas de transportes, especialmente da estrutura e operação da rede de transporte aéreo.
Observamos que a evolução da Logística está intimamente ligada à evolução de outras áreas como a econômica, que por sua vez influencia também a área tecnológica, política, social, demográfica e cultural. Portanto, a Logística faz parte de complexo sistema que envolve múltiplos fatores. Isso caracteriza a importância da Logística na pauta das empresas, das universidades e dos governos.
Assim, o conceito de Logística Integrada, que se iniciou a partir da incorporação com as atividades de marketing na distribuição física, passa a envolver o suprimento físico, a partir de um contexto mais abrangente da administração de materiais. Nesse sentido, a visão sistêmica é um princípio essencial para a implementação dos processos logísticos. Fica então estabelecido que a visão sistêmica da cadeia produtiva se torna uma grande fonte de vantagem competitiva.
http://www.profigestaoblog.blogspot.com

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Materiais recentes

Perguntas Recentes